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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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Ementa

Fluidos – Definição

Tensão de cisalhamento.

Viscosidade dinâmica e cinemática.

Densidade.

Pressão Hidrostática. Teorema de Stevin.

Pressão atmosférica.

Manômetros e Bombas de vácuo.

Medidores de pressão: Manômetros diferenciais e

de Bourdon.

Princípio de Arquimedes. Empuxo.

Equação da continuidade.

Equação de Bernoulli.

Tubo de Venturi e placas de orifício.

Regimes de escoamento. Escoamento

laminar e turbulento. Número de Reynolds.

Teorema de Stokes.

Lei de Poiseulli.

Tubo de Pitot e de Prandtl.

Equação de Bernoulli na presença de

uma máquina: Bombas e Turbinas. Rendimento.

Equação de Bernoulli admitindo perda

de carga.

Fórmula fundamental para perda de

carga. Diagrama de Perdas de carga localizadas e

perda de carga total.

Diagrama de Moody-Rouse.

Bibliografia.

1. Sears, F. W.;Zemansky, M. W.; Young. H. D.

Física. 2a. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e

Científicos, V. 1-2, 2000

2. Halliday, D.; Resnick, R. Fundamentos da

Física, Rio de Janeiro: Livros Técnicos Científicos,

v.1-2, 1991.

3. Tipler, P. A. Física, 2a, Ed. Guanabara dois, V1,

1985.

4. Franco e Brunetti, Mecânica dos Fluidos, Ed.

Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.

5. Notas de aula: www.claudio.sartori.nom.br.

6. Ranald V Giles; Evett J.; Liu C., Mecânica de

Fluidos e Hidráulica, 1994.

Fluido

Um fluido é uma substância que se deforma

continuamente quando submetida a uma tensão de

cisalhamento, não importando o quanto pequena

possa ser essa tensão. Tanto os gases quanto os

líquidos são classificados como fluidos.

Um fluido complexo é um fluido cujas

propriedades de transporte só podem ser

determinadas a partir do conhecimento detalhado da

sua estrutura microscópica.

Um fluido newtoniano é um fluido em

que cada componente da velocidade é

proporcional ao gradiente de velocidade na

direcção normal a essa componente. A constante

de proporcionalidade é a viscosidade absoluta

ou dinâmica .

u

y

Tensão de Cisalhamento

Uma força de cisalhamento é a

componente tangencial de uma dada força que

age sobre a superfiície e, dividida pela área da

superfície, dá origem à tensão de cisalhamento

média sobre a área quando a área tende a um

ponto.

Figura 1 – Escoamento de um fluido

viscoso. A área da placa é A e a taxa de variação

da velocidade com a distância vertical é dv

dy

Viscosidade absoluta ou dinâmica.

Definimos como viscosidade absoluta ou

dinâmica a razão entre a tensçao de

cisalhamento e a taxa de variação da

velocidade com a distância vertical medida

entre as duas placas indicadas na figura 1.

dv

dy

v

dvF A

dy

Unidade:

Poise:

1 1

2 21 1 10 1 10

g kg

cm s m s

din NPo

s cm s m

Viscosidade cinemática

Definimos como viscosidade

cinemática como sendo a razão entre a

viscosidade dinâmica e a densidade do corpo .

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2

Unidades: 2m

s (SI)

Stoke: 2

1 1cm

sts

Massa específica e densidade Princípio de Arquimedes –

De acordo com a lenda, isto (eureca!) foi o que

Arquimedes gritou quando ele descobriu um fato

importante sobre a força de empuxo. Tão importante

que o chama de princípio de Arquimedes (e tão

importante que, diz a lenda, Arquimedes pulou da

banheira e correu pelas ruas após a descoberta).

Observando as figuras abaixo:

Figura 2 – (a) Diferença entre as pressões

na parte superior 1 do corpo a uma profundidade h1 e

na parte inferior 2 do corpo a uma profundidade h2.

(b) As diferenças entre as pressões laterais

se cancelam.

As pressões laterais se cancelam (b) e a

diferença entre as pressões entre os pontos 1 e 2 no

copo, ficará:

2 1 0 2 0 1p p p p gh p gh

2 1p g h h

Ep g h

A

E g hA

E Vg

fE m g

Princípio de Arquimedes : Um objeto

que está parcialmente, ou completamente,

submerso em um fluido, sofrerá uma força de

empuxo igual ao peso do fluido que objeto

desloca.

FE = Wfluido = fluido . Vdeslocado . g

O valor do empuxo, que atua em um

corpo mergulhado em um líquido, é igual ao

peso do líquido deslocado pelo corpo.

A força de empuxo, FE , aplicada pelo

fluido sobre um objeto é dirigida para cima. A

força deve-se à diferença de pressão exercida na

parte de baixo e na parte de cima do objeto. Para

um objeto flutuante, a parte que fica acima da

superfície está sob a pressão atmosférica,

enquanto que a parte que está abaixo da

superfície está sob uma pressão maior porque

ela está em contato com uma certa

profundidade do fluido, e a pressão aumenta

com a profundidade. Para um objeto

completamente submerso, a parte de cima do

objeto não está sob a pressão atmosférica, mas a

parte de baixo ainda está sob uma pressão maior

porque está mais fundo no fluido. Em ambos os

casos a diferença na pressão resulta em uma

força resultante para cima (força de empuxo)

sobre o objeto. Esta força tem que ser igual ao

peso da massa de água (fluido . Vdeslocado)

deslocada, já que se o objeto não ocupasse

aquele espaço esta seria a força aplicada ao

fluido dentro daquele volume (Vdeslocado) a fim

de que o fluido estivesse em estado de

equilíbrio.

Nas figuras abaixo indicamos como

calcular a massa real de um corpo (mr) e a

massa aparente do corpo (ma), usando uma

balança.

E

-N P

rN P m g

Quando o corpo de massa mr estiver

totalmente imerso:

r fP E T m g m g T

2 2r H O C r H O Cm g gV T T m g gV

Mas: r rC C

C C

m mV

V

. Substituindo na

equação acima teremos:

2

2

H Orr H O r r

C C

m TT m g g m m

g

Chamando a massa aparente m2=T/g, teremos:

2 2H O H O

a r r r r a

C C

m m m m m m m

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3

3

2

2

H O rr C H O

C

mm m

m

2

rC H O

m

m

r am m m

APLICAÇÕES: Cálculo da massa específica

do corpo C para diferentes materiais.

Tabela 1 - Densidade de algumas

substâncias:

Material Densidade

(g/cm3)

Líquidos

Água at 4 0C 1.0000

Água a 20 0C 0.998

Gasolina 0.70

Mercúrio 13.6

Leite 1.03

Material Densidade

(gm/cm3)

Sólidos

Magnésio 1.7

Alumínio 2.7

Cobre 8.3-9.0

Ouro 19.3

Ferro 7.8

Lead 11.3

Platina 21.4

Urânio 18.7

Ósmio 22.5

Gelo at 0 0C 0.92

Material Densidade

(gm/cm3)

Gases a STP

Ar 0.001293

Dióxido de Carbono .001977

Monóxido de Carbono

0.00125

Hydrogênio 0.00009

Hélio 0.000178

Nitrogênio 0.001251

Densímetro:

É um instrumento usado para medir a

densidade de um líquido segundo o princípio do

empuxo.

Quando colocado em água pura, a

gravidade específica é marcada para indicar 1.

Figura 3 - Um Densímetro. (A)

Flutuando na água êle marca 1, a densidade da

água pura. (B) O densímetro sobe mais na

solução de ácido da bateria inteiramente

carregada.

O densímetro desloca um menor

volume de líquido e flutua mais alto. À medida

que a bateria vai-se descarregando, a quantidade

de ácido no líquido vai diminuindo e, portanto,

também sua densidade.

Densímetros especiais usados para medir

densidade de álcool e de leite são chamados

alcoômetros e lactômetros.

Sendo W o peso do hidrômetro e V0 o

volume submerso abaixo da linha 1: W E

0aW V

Em um líquido desconhecido, de peso

específico x, o balanço das forças seria:

0xW V A h

Aqui, A é a seção transversal da haste.

Podemos então:

0 0a xV V A h

0

00

x

a

V

V A h

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4

Pressão atmosférica:

Embora o ar seja extremamente leve, não é

desprovido de peso. O peso que exerce sobre nós a

totalidade da atmosfera denomina-se pressão

atmosférica. Cada pessoa suporta em média sobre

os ombros o peso de cerca de 1 tonelada de ar, que,

porém não sente, já que o ar é um gás e a força da

pressão exerce-se em todas as direções. O peso

normal do ar ao nível do mar é de 1Kg/cm2. Porém,

a pressão atmosférica desce com a altitude. A 3000

m, é de cerca de 0,7 kg/cm2. A 8848 m, a altitude do

monte Everest, a pressão é de apenas 0,3 Kg/cm2.

O barômetro é o instrumento usado para medir a

pressão atmosférica.

Quando o ar quente se eleva cria, por baixo dele,

uma zona de baixa pressão. Baixas pressões

normalmente significam tempo ruim.

Figura 4 -

Baixas Pressões

À medida que o ar, ao subir, arrefece, o seu

vapor de água transforma-se em nuvens, que podem

produzir chuva, neve ou tempestades.

Simultaneamente, ao nível do solo, há ar que se

desloca para substituir o ar quente em elevação, o

que dá origem a ventos.

As massas de ar deslocam-se sempre de um centro

de alta pressão para um de baixa pressão, gerando o

vento. Mas neste caminho são desviadas (para a

direita no hemisfério Norte) por causa da rotação

terrestre.

Se nos pusermos de costas para o vento (no

hemisfério Norte), o centro de baixa pressão

encontra-se sempre à nossa esquerda. Esta regra foi

descoberta pelo físico Buys-Ballot, em 1800.

Figura 5 -

Altas Pressões

Quando o ar é relativamente frio, desce

lentamente e comprime o ar que está por baixo,

causando uma maior pressão. Embora esta seja

causada pelo ar frio, provoca um tempo quente e

soalheiro. Isto acontece porque o ar, ao descer,

impede a formação de nuvens, originando um

céu limpo.

Variação da pressão atmosférica com a

altitude:

A pressão atmosférica, ao ser acrescida de um

valor dz, é diminuída de:

dp gdz

Onde é a densidade do ar.

Segundo o modelo do gás ideal,

podemos considerar:

pV nRT p RT

p

RT

Na troposfera:

0( )T z T z

Onde:

= 0,0065K/m

T0 = 288 K

Assim:

0

pdp gdz

R T z

0

dp gdz

p R T z

00atm

p z

p

dp g dz

p R T z

pode ser dada por:

0

0

ln lnatm

T zp g

p R T

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5

0

0

( )

g R

atm

T zp z p

T

Na estratosfera:

Na estratosfera, entre 11 e 20 km, a

temperatura é constante e aproximadamente -56,5°C.

R = 287 J/(kgK)

Ts: Temperatura na interface troposfera-

estratosfera.

0s

p z

sp

dp gdz

p RT

( )s

s

gz z

RT

sp z p e

Resumindo, podemos escrever:

0

0

; se 10

; se 10s

s

g R

atm

gz z

RT

s

T zp z km

Tp z

p e z km

A tabela a seguir ilustra alguns valores da

pressão, densidade e temperatura do ar em algumas

altitudes.

Tabela I – Valores das grandezas físicas do

ar com a altitude z.

z(m) T(K) P(kPa) (kg/m3

)

v(m/s

)

0 288,2 101,3 1,225 340

500 284,8 95,43 1,167 338

1000 281,7 89,85 1,112 336

2000 275,2 79,48 1,007 333

4000 262,2 61,64 0,8194 325

6000 249,2 47,21 0,6602 316

8000 236,2 35,65 0,5258 308

1000

0

Ts=223,

3

26,49 0,4136 300

1200

0

216,7 19,40 0,3119 295

1400

0

216,7 14,17 0,2278 295

1600

0

216,7 10,35 0,1665 295

1800

0

216,7 7,563 0,1213 295

2000

0

216,7 5,528 0,0889 295

3000

0

226,5 1,196 0,0184 302

4000 250,4 0,287 4,00.10-

3 317

5000 270,7 0,0798 1,03.10-

330

3

6000

0

255,8 0,0225 3,06.10-

4 321

7000

0

219,7 0,0055

1

8,75.10-

5 297

8000

0

180,7 0,0010

3

2,00.10-

5 269

Figura 6 - Variação da temperatura nas

diversas camadas atmosféricas.

z(km)

Ionosfera

80

60

40 Estratosfera

20

Troposfera

-67 -56.5 15 T(ºC)

Medidores de pressão.

Manômetro de Bourdon: Consiste

num tubo de latão achatado, fechado numa

extremidade e dobrado em forma circular. A

extremidade fechada é ligada por engrenagem e

pinhão a um ponteiro que se desloca sobre uma

escala. A aberta é ligada a um aparelho cuja

pressão externa quer se medir. Quando se

exerce uma pressão no interior do tubo

achatado, ele se desenrola ligeiramente, como o

faria uma mangueira de borracha enrolada,

quando se abre a torneira d‗água. O movimento

resultante da extremidade fechada do tubo é

transmitido ao ponteiro.

Figura 7 -

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6

Dados Técnicos:

Series 61000 gages feature an extra

sensitive bronze diaphragm for ASME Grade A

accuracy in ranges to 100 inches w.c. The Series

62000 employs a bronze Bourdon tube for ranges to

300 psig with Grade B accuracy. Both measure

pressures of air, natural gas and other compatible

gases and liquids.

PHYSICAL DATA

Dial/Pointer: Aluminum

Housing: Steel with black baked enamel finish

Diaphragm/Bourdon Tube: Phosphor bronze

Connection: ¼" NPT(M) bottom-std. ¼" NPT(M)

back 61000U, 62000U

Operating Mechanism: Polycarbonate and brass

Accuracy: 61000, ASME Grade A - 1% middle half

of scale, 2% remainder

61015 only - 1% middle half of scale, 3% remainder

62000, ASMD Grade B - 2% middle half of scale,

3% remainder

Temperature Range: -40 to 160°F (-40 to 71°C)

Manômetros diferenciais

Um manômetro é um instrumento

utilizado para medir pressão.

Um tipo de manómetro já com séculos de existência

é o de coluna líquida. Este manómetro pode ser

simplesmente um tubo em forma de U, no qual se

coloca uma dada quantidade de líquido (não convém

estar muito cheio para não transbordar facilmente).

Neste método a pressão a medir é aplicada a uma

das aberturas do U, enquanto que uma pressão de

referência é aplicada à segunda abertura. A diferença

entre as pressões é proporcional à diferença do nível

do líquido, em que a constante de proporcionalidade

é o peso volúmico do fluído.

Os manômetros de coluna líquida podem

ser em forma de U, ou alternativamente podem ter

uma única coluna. Para se forçar o líquido a

percorrer uma maior distância utilizam-se colunas

com inclinação (uma vez que a pressão obriga a

subir, o que exige um maior deslocamento no caso

de a coluna estar inclinada), sendo necessário

conhecer o ângulo relativamente à horizontal com

precisão.

Um outro tipo de manômetro recorre à

deformação de uma membrana flexível. Estas

membranas, por terem deformação proporcional

à pressão a que estão sujeitas, são utilizadas

com vários outros métodos no sentido de

transformar a deformação numa grandeza que

possa ser processada.

Utilizam-se extensômetros (resistências

variáveis com a deformação) para possibilitar a

conversão para grandezas eléctricas. Contudo,

um dos métodos mais utilizados corresponde a

ligar electricamente a membrana de tal forma

que seja uma armadura móvel de dois

condensadores, assim a deformação a que a

membrana se sujeita gera uma variação da

capacidade, recorrendo a alguma electrónica o

consegue-se obter uma tensão eléctrica

directamente proporcional à pressão aplicada à

membrana.

Imensos outros métodos podem ser

utilizados para efectuar a medição de pressão,

tais como: LVDT, manómetros de Bourdon,

manómetro de cilindro, cristais piezoeléctricos,

etc...

Adaptado de:

"http://pt.wikipedia.org/wiki/Man%C3%B4metr

o"

Pode-se encontrar a diferença de

pressão, medindo a altura dos desníveis quando

acoplado esse manômetro a dois diferentes

pontos da tubulação.

Teoria

Utilização do manômetro pode ser

vista na experiência de Torricelli:

Figura 8 - Experimento de Torricelli.

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7

Veja que: pA = pB.

Equações

A pressão é dada por:

A

Fp

Nos fluidos:

ghp f

A pressão efetiva ou manométrica tem como

referência a pressão atmosférica, e pode ser:

negativa, nula ou positiva.

A pressão absoluta tem como referência o

vácuo perfeito, e pode ser: nula ou positiva.

Instrumentos de medição: manômetros,

vacuômetros , barômetros , altímetros , etc.

hgp OHHg 2

Sistemas de Unidades:

M.Kg.S: 1 [ Pa ] = 1 [ N / m2 ] onde : 1 [ N ]

= [ 1 Kg * m / s2 ]

C. G. S. : 1 [ ba ] = 1 [ din / cm2 ]

M.Kgf.S. : 1 [ Kgf / m2 ]

Outras unidades :

1 atmosfera normal ( 1 atN ) = 760 mm de Hg =

1,033 Kgf / cm2 = 1 atmosfera física.

1 atmosfera técnica ( 1 atT ) = 736 mm de Hg =

1,0 Kgf / cm2 = 0,968 atN = 10 m.c.a.

1 Kpa = 1000 Pa e 1 Mpa = 1000000 Pa

1 ‖ = 2,54 cm 1 ‘ = 1 pé = 12 ‖ 1

jarda = 1 jd = 3 pé = 3 ‘

1 jd = 91,44 cm 1 pé = 30,48 cm 1

libra = 1 lb = 0,45359 Kg

Medidores de pressão no corpo humano:

Pressão intraocular: Os fluidos do globo

ocular, os humores aquoso e vítreo que transmitem a

luz à retina (parte fotossensível do olho), estão sob

pressão e mantêm o globo numa forma e dimensão

aproximadamente fixas. As dimensões do olho são

críticas para se ter uma boa visão. Uma variação de

0,1 mm o seu diâmetro pode produzir um efeito

significativo no desempenho da visão. A pressão em

olhos normais varia de 13 a 28 mmHg, sendo a

média de 15 mmHg.

Figura 9 - O olho humano.

O humor aquoso, fluido contido na

parte frontal do olho, é essencialmente água. O

olho reduz continuamente o humor aquoso,

cerca de 5 ml por dia, e existe um sistema de

drenagem que permite a saída do excesso. No

entanto, se ocorresse um bloqueio nesse sistema

de drenagem, a pressão ocular aumentaria

comprimindo a artéria retiniana e isso poderia

restringir a circulação sangüínea na retina,

provocando a visão tunelada ou até mesmo a

cegueira. A essa situação se dá o nome de

glaucoma, e a pressão intra-ocular pode

aumentar até 70 mmHg, embora em

circunstâncias normais se eleve até 30 ou 45

mmHg.

A pressão intra-ocular era estimada pelos

médicos pressionando o olho com os dedos e

sentindo a reação produzida pelo mesmo. Hoje

em dia isso é feito pelo tonômetro, que mede

pressão ocular determinando a deflexão da

córnea sob a açâo de uma força conhecida.

Pressão sanguínea: A pressão

sanguínea é medida com o esfigmomanômetro,

que consiste de uma coluna de mercúrio com

uma das extremidades ligada a uma bolsa, que

pode ser inflada através de uma pequena bomba

de borracha, como indica a Figura 32 (A). A

bolsa é enrolada em volta do braço, a um nível

aproximadamente igual ao do coração, a fim de

assegurar que as pressões medidas mais

próximas às da aorta. A pressão do ar contido na

bolsa é aumentada até que o fluxo de sangue

através das artérias do braço seja bloqueado.

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A seguir, o ar é gradualmente eliminado da

bolsa ao mesmo tempo em que se usa um

estetoscópio para detectar a volta das pulsações ao

braço. O primeiro som ocorre quando a pressão do

ar contido na bolsa se igualar à pressão sistólica,

isto é, a máxima pressão sanguínea. Nesse instante,

o sangue que está à pressão sistólica consegue fluir

pela (os sons ouvidos através do estetoscópio são

produzidos pelo fluxo sanguíneo na artéria e são

chamados sons Korotkoff). Assim, a altura da coluna

de mercúrio lida corresponde à pressão manométrica

sistólica. À medida que o ar é eliminado, a

intensidade do som ouvido através do esteie

aumenta. A pressão correspondente ao último som

audível é a pressão diastólica, isto é, a pressão

sanguínea, quando o sangue a baixa pressão

consegue fluir pela artéria não oclusa.

(A)

Figura 10 – Procedimento para medir a pressão

em um paciente usando o esfigmomanômetro (A).

Tipos de aparelhos (B) e variação da pressão ao

longo do corpo humano (C).

(B)

(C)

ALGUNS EFEITOS FISIOLÓGICOS

DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO DE

FLUIDOS

Efeito da postura na pressão sanguínea O coração é uma "bomba" muscular

que, no homem, pode exercer uma pressão

manométrica máxima de cerca de 120 mmHg no

sangue durante a contração (sístole), e de cerca

de 80 mmHg durante a relaxação (diástole).

Devido à contração do músculo cardíaco, o

sangue sai do ventrículo esquerdo, passa pela

aorta e pelas artérias, seguindo em direção aos

capilares. Dos capilares venosos o sangue segue

para as veias e chega ao átrio direito com uma

pressão quase nula. Em média, a diferença

máxima entre as pressões arterial e venosa é da

ordem de 100 mmHg.

Como a densidade do sangue (1,04

g/cm3

) é quase igual à da água, a diferença de

pressão hidrostática entre a cabeça e os pés

numa pessoa de 1,80 m de altura é 180cm de

H20. A Figura anterior mostra as pressões

arterial e venosa médias (em cm de água), para

uma pessoa de 1,80 m de altura, em vários

níveis em relação ao coração. Uma pessoa

deitada possui pressão hidrostática praticamente

constante em todos os pontos e igual à do

coração. Se um manômetro aberto contendo

mercúrio fosse utilizado para medir as pressões

arteriais em vários pontos de um indivíduo

deitado, a altura da coluna de mercúrio seria de

aproximadamente 100 mm, ou seja, 136 cm de

H2O.

As pressões arteriais em todas as partes

do corpo de uma pessoa deitada são

aproximadamente iguais à pressão arterial do

coração. Assim, quando uma pessoa deitada se

levantar rapidamente, a queda de pressão

arterial da cabeça será de ρgh, o que implicará

uma diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro.

Como o fluxo deve ser contínuo e como o ajuste

do fluxo pela expansão das artérias não é

instantâneo, a pessoa pode sentir-se tonta. Em

casos de variações de pressão muito rápidas, a

diminuição da circulação pode ser tal que

provoque desmaio.

Um animal que possui propriedades

fisiológicas extraordinárias é a girafa. Sua altura

varia de 4,0 m a 5,5 m. Seu coração está,

aproximadamente, eqüidistante da cabeça e das

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patas, ou seja, a uns 2 m abaixo da cabeça Isso

significa que a pressão arterial da girafa precisa ser

muito maior que a do homem, ou de outro animal

mais baixo, para que a cabeça possa ser atingida

pelo fluxo sanguíneo. J. V. Warren e sua equipe

mediram as pressões nas artérias de algumas girafas

de uma reserva. Em uma posição determinada,

quando a girafa está deitada, sua cabeça e seu

coração estão no mesmo nível, e a pressão arterial da

carótida varia entre os valores de 180 e 240 mmHg e

o ritmo cardíaco é 96/min. Quando o animal levanta

a cabeça a pressão se mantém aproximadamente

igual, mas a freqüência cardíaca diminui. Na posição

ereta e em movimento normal, aumenta a freqüência

cardíaca a cerca de 150/min, enquanto que a pressão

arterial cai para 90 a 150 mmHg. O galope eleva a

freqüência cardíaca ao valor de 170/min e produz

uma variação da pressão arterial entre 80 e 200

mmHg. A pressão sistólica ao nível do coração da

girafa varia entre 200 e 300 mmHg, enquanto que a

diastólica varia entre 100 e 170 mmHg. O valor

médio da razão pressão sistólica/pressão diastólica é

de 260/160. Esse valor, comparado com o valor

médio de uma pessoa - 120/80 classificaria a girafa

como hipertensa. Entretanto, essa hipertensão não se

deve a problemas vasculares, mas é uma condição

necessária para suprir o cérebro do animal com

sangue quando ele está ereto.

Mergulho subaquático O corpo humano é composto

principalmente por estruturas sólidas e líquidas, que

são quase incompressíveis. Por esse motivo,

mudanças de pressão externa têm pequeno efeito

sobre essas estruturas. No entanto, existem

cavidades contendo gás no corpo que, sob mudanças

bruscas de pressão, podem produzir fortes efeitos no

indivíduo.

O ouvido médio é uma cavidade de ar atrás

do tímpano, dentro da cabeça. Se a pressão nessa

cavidade não for igual à pressão no lado externo do

tímpano, a pessoa pode sentir mal-estar. Ela pode

evitar isso equalizando as pressões através do

bocejo, da mastigação ou da deglutição.

Quando uma pessoa mergulha na água, a

equalização das pressões nos dois lados do tímpano

pode não ocorrer, e uma diferença de pressão de 120

mmHg pode ocasionar sua ruptura.

Uma maneira de equalizar essas pressões é

aumentar a pressão da boca, mantendo boca e nariz

fechados e forçando um pouco do ar dos pulmões

para as trompas de Eustáquio.

A pressão nos pulmões a qualquer profundidade

atingida num mergulho é maior que a pressão ao

nível do mar. Isso significa que as pressões parciais

dos componentes do ar são também mais elevadas.

O aumento da pressão parcial do oxigênio faz que

maior número de moléculas desse gás seja

transferido para o sangue. Dependendo desse

acréscimo, pode ocorrer envenenamento por

oxigênio. Um possível efeito do envenenamento por

oxigênio é a oxidação de enzimas dos pulmões,

que pode provocar convulsões. Em bebês

prematuros, colocados em tendas de oxigênio

puro, há grandes riscos de se desenvolver

cegueira devida ao bloqueio do

desenvolvimento dos vasos sanguíneos dos

olhos.

Se for usado o ar nos tanques de

mergulho, a altas pressões o nitrogênio se

dissolve no sangue. Se o mergulhador voltar

rapidamente à superfície, o nitrogênio dentro do

sangue pode "ferver" formando bolhas. Isso

pode provocar lesões graves nos ossos, levando

até â necrose do tecido ósseo. A razão dessa

necrose são os infartos no tecido, causados pelo

bloqueio da circulação do sangue pelas bolhas.

Por isso, a subida de um mergulhador deve ser

feita lentamente. Caso ocorra a formação de

bolhas, um dos efeitos sobre o mergulhador é a

produção de cãibras. Nesse caso, o acidentado

deve ser recolocado num ambiente à pressão

alta e ser lentamente descompressado.

Efeitos da altitude Ao subir uma

montanha, uma pessoa pode sentir uma série de

distúrbios, que se tornam mais acentuados a

partir dos 3 000 m. Os sintomas mais comuns

são dificuldade de respirar, taquicardias com

freqüências cardíacas superiores a 100/min,

mal-estar generalizado, dores de cabeça, náusea,

vômito, insônia etc. Esses efeitos se devem

essencialmente à diminuição da pressão

atmosférica, o que é conseqüência da

diminuição da densidade do ar. Aos 5 000 m de

altitude a pressão parcial de O2 é

aproximadamente a metade da pressão parcial

ao nível do mar. Ou seja, só existe metade da

quantidade de O2 com relação ao nível do mar.

Esse efeito é chamado hipoxia, isto é, baixo

fornecimento de O2, e é também observado em

balões dirigíveis em ascensão.

Qualitativamente, podem-se resumir as

mudanças funcionais com a altitude, para um

indivíduo saudável normal e não treinado, da

seguinte maneira:

- Abaixo de 3 000 m: não existem efeitos

detectáveis no desempenho da respiração, e o

nível cardíaco, em geral, não se altera.

- Entre 3000 e 4600 m: região de "hipoxia

compensada" em que aparece um pequeno

aumento dos ritmos cardíaco e respiratório, e

uma pequena perda de eficiência na execução de

tarefas complexas.

- Entre 4 600 e 6 100 m: mudanças dramáticas

começam a ocorrer. As freqüências respiratórias

cardíaca aumentam drasticamente; pode

aparecer a perda de julgamento crítico e

controle muscular, e também entorpecimento

dos sentidos. Estados emocionais podem variar

desde a letargia até grandes excitações com

Page 10: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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10

euforia ou mesmo com alucinações. Esse é o estado

de "hipoxia manifesta".

- Entre 6 100 e 7 600 m: essa é a região de "hipoxia

crítica". Os sintomas são perda rápida controle

neuromuscular, da consciência seguida de parada

respiratória, e finalmente morte.

Esses vários sintomas foram verificados na

ascensão do balão "Zenith", a 15 de abril de 1875 a

França, que chegou a atingir 8 600 m, causando a

morte de dois dos três membros da expedição.

Apesar de reservatórios de gás contendo 70%

de oxigênio haver sido incluído no equipamento a

hipoxia provocou a redução do juízo crítico e do

controle muscular de seus tripulantes, Permitindo o

uso do oxigênio quando isso se fez necessário.

O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE

UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL?

Significam uma medida de pressão calibrada em

milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro

número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico,

e corresponde à pressão da artéria no momento em

que o sangue foi bombeado pelo coração. O segundo

número, ou o de menor valor é chamado de

diastólico, e corresponde à pressão na mesma

artéria, no momento em que o coração está relaxado

após uma contração. Não existe uma combinação

precisa de medidas para se dizer qual é a pressão

normal, mas em termos gerais, diz-se que o valor de

120/80 mmHg é o valor considerado ideal.

Contudo, medidas até 140 mmHg para a pressão

sistólica, e 90 mmHg para a diastólica, podem ser

aceitas como normais. O local mais comum de

verificação da pressão arterial é no braço, usando

como ponto de ausculta a artéria braquial. O

equipamento usado é o esfigmomanômetro ou

tensiômetro, vulgarmente chamado de manguito, e

para auscultar os batimentos, usa-se o estetoscópio.

TABELA DE VALORES MÉDIOS NORMAIS

DE PRESSÃO ARTERIAL

IDADE EM ANOS PRESSÃO ARTERIAL

EM mmhg

4 85/60

6 95/62

10 100/65

12 108/67

16 118/75

Adulto 120/80

Idoso 140-160/90-100

Medidores de baixa pressão:

Bombas de Vácuo –

As bombas de vácuo são utilizadas

quando queremos exaurir o ar de um sistema a

ser exaurido.

A seguir ilustramos as denominações das

regiões de diferentes pressões e o tipo de bomba

utilizado para atingi-las.

As bombas de vácuo podem ser

classificadas como:

1. Bombas com deslocamento de gás -

retiram os gases do sistema expelindo-os para a

atmosfera

2. Bombas que trabalham a partir da

pressão atmosférica (bombas rotativas)

3. Bombas que trabalham à pressões

subatmosférica - requerem a ligação a uma

bomba de vácuo primária para remover os gases

para a atmosfera (bombas rotativas e bombas de

vapor)

4. Bombas de fixação - retêm os gases

dentro da própria bomba.

Para se atingir baixas pressões

associam-se duas ou mais bombas de vácuo,

constituindo, assim, sistemas ou grupos de

bombeamento.

Nas bombas mecânicas há passagem de

gás da entrada para a saída provocada pela

transferência de momento linear (energia) entre

um meio motor e o gás. Ex: bombas rotatórias

(vácuo primário), as "roots" e bombas

moleculares (alto vácuo).

Nas bombas de vapor o vapor de água,

mercúrio ou óleo de baixa tensão de vapor é que

arrasta as moléculas de gás da entrada para a

saída da bomba. Esses tipos de bombas

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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11

necessitam sempre de bombas de pré-vácuo

associadas, de modo que o vapor seja orientado no

sentido mais conveniente à extração dos gases.

Classificação de bombas à vapor:

a. Ejetores de vapor - 1013 a 4.10-2

mbar

b. Difusoras - < 10-3

mbar

c. "Booster"- 10-2

a 10-4

mbar

A razão de compressão de uma bomba de

vácuo é definida como o quociente entre as pressões

à saída da bomba e à entrada, prestando-se como um

parâmetro de

caracterização de bombas mecânicas e de vapor. Ao

contrário, nas bombas de fixação o gás é retirado do

volume a bombear fixando-se em paredes que tem a

propriedade de "bombear" gases, não havendo

compressão do gás e este também não é expulso à

atmosfera. As bombas de fixação atingirão uma

saturação ao final de um período de trabalho mais ou

menos longo, podendo ser regenerada.

Os processos de fixação dependem das

ligações que se estabelecem entre as moléculas da

parede e do gás a bombear, o que faz com que o

bombeamento seja seletivo.

Processos para que ocorra a fixação, podem

ser classificados em:

a. Absorção - quando as moléculas

penetram no interior da parede e ficam inclusas no

material. Ex.: zeolita, alumina, carvão ativado. Este

processo geralmente é reversível

b. Adsorção - uma camada de gás se

deposita numa superfície estabelecendo ligações

entre suas moléculas e a superfície. As ligações

podem ser químicas (forte) ou físicas

(fracas).

c. Ionização - quando ocorre a ionização

das moléculas seguida de penetração dos íons com

grande energia nos materiais da parede.

d. Condensação - ocorre a condensação

das moléculas numa superfície arrefecida.

As bombas de fixação mais utilizadas são:

bombas de absorção; bombas de adsorção; bombas

iônicas e de adsorção; bombas criogênicas.

Bombas Rotatórias com Vedação a Óleo

Bombas rotatórias são aquelas que

asseguram o vácuo primário. As bombas rotatórias

consistem de um corpo cilíndrico (estator) e o rotor

montado no centro do estator. Fundamentalmente

são compressores que extraem os gases do sistema

lançando-os na atmosfera. A vedação é feita com

óleo que também serve como lubrificante dos

componentes móveis. Os óleos usados tem tensão de

vapor bastante baixa. As bombas rotatórias dividem-

se em:

1. Bombas de pistão rotatório

2. Bombas de palhetas

2.1. duas palhetas

2.2. palheta simples

Podem ainda ser de um ou dois

estágios. É comum exprimir a velocidade de

bombeamento das bombas rotatórias em L/min,

podendo ter valores entre 10 a 90.000 L/min.

Bombas de um estágio atingem pressão limite

de 10-2 mbar e de dois estágios de 10-4

mbar.

Para melhorar o bombeamento quando

existem vapores, as bombas estão geralmente

equipadas com um balastro ("gas ballast"), ou

seja, uma pequena válvula de entrada de ar,

regulável, situada numa posição que

corresponde quase ao fim do ciclo, portanto, à

fase de compressão.

Figura 11 – Esquema de uma bomba

mecânica rotativa.

R

H A

F

G

E D

C B

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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Óleo

Características:

Pressão: 10-2

Pa

Componentes:

C: Cilindro excêntrico.

F: Mola.

H: Abertura da parte superior.

G: Válvula.

A: Tubo que liga o recipiente a ser exaurido

R à bomba de vácuo.

B: Espaço onde passa o ar.

D: Palheta deslizante.

Aplicações: Lâmpadas elétricas, tubos de

imagem de TV, tubos de osciloscópios, células

fotoelétricas, tubos de raios X, etc.

Bomba Difusora e Bombas

Moleculares:

Uma bomba difusora é constituída por um

invólucro cilíndrico dentro do qual existem uns

vaporizadores para o líquido da bomba e sobre este

uma chaminé que conduz o vapor aos vários andares

de ejetores. As moléculas do vapor do fluido ao

saírem dos ejetores arrastam as moléculas do gás

existente dentro da bomba para baixo e de encontro

às paredes da bomba. Como estas são arrefecidas,

por circulação de água ou ar, dá-se a condensação do

fluido que volta ao vaporizador. O gás arrastado é

comprimido na parte inferior de onde é retirado pela

bomba rotatória associada à bomba de difusão.

O vácuo atingido por estas bombas é

determinado pela tensão de vapor do fluido da

bomba. Os fluidos utilizados em bombas de

difusão são: mercúrio (Hg) ou óleos especiais de

muito baixa tensão de vapor. Quando se usa o

mercúrio é necessário colocar uma armadilha

criogênica ("trap") de nitrogênio líquido entre a

bomba e o volume a bombear para condensar o

vapor de Hg, visto que a tensão de vapor de

mercúrio à temperatura ambiente (20oC) é de

aproximadamente 10-3

mbar.

Na associação: bomba de pré-vácuo

(rotatória) e bomba de difusão, esta última

nunca deve ser ligada sem que se estabeleça

antes um vácuo primário de 10-1 mbar, caso

contrário, o óleo ou mercúrio oxidam-se devido

ao aquecimento na presença do ar.

As bombas moleculares baseiam-se na

transferência de energia de um rotor a grande

velocidade para as moléculas de gás situadas

entre o rotor e o estator. Às moléculas é dada

energia de modo que saiam do sistema a

evacuar. As bombas moleculares dividem-se

em: bombas de arrastamento molecular e

bombas turbomolecular.

Desenho esquemático:

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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Bombas criogênicas

O funcionamento destas bombas baseia-se

na introdução de uma superfície arrefecida a

temperatura muito baixa no volume a bombear. Os

gases existentes nesse volume são condensados até

atingirem pressões da ordem das suas tensões de

vapor à temperatura da superfície.

Utilizando nitrogênio líquido (77K) para

arrefecer a superfície, consegue-se um aumento

muito grande da velocidade de bombeamento, pois

uma parte dos gases residuais são condensáveis a

essa temperatura. Consegue-se um bombeamento

eficaz do vapor d‘água, mas a velocidade de

bombeamento é muito baixa para o oxigênio e nula

para o nitrogênio, hidrogênio e outros gases. Pode-se

ainda usar o hélio líquido (4,2K).

Medidores de vácuo

Pirani

Este tipo de medidor é formado por um

tubo metálico ou de vidro, e um filamento aquecido

instalado no centro tubo. Mede-se a variação da

resistência deste filamento que está a temperatura de

120oC. A remoção do calor do filamento faz-se por

meio dos átomos e moléculas que colidem com

o filamento. estes recebem energia térmica do

filamento e perdem-na em choques com a

parede de tubo que está a temperatura mais

baixa. A perda de calor pelo filamento é função

do número de moléculas presentes, e portanto,

da pressão.

Em geral, o filamento faz parte de uma

ponte de resistência e avariação da resistência é

medida pelo desequilíbrio da ponte.

Medidores Pirani medem pressões até

10-3

a 10-4

mbar.

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Otto von Guericke (Magdeburgo, 1602 —

Hamburgo, 1686) foi um físico alemão que se

notabilizou pelo estudo do vácuo e da electrostática.

Por volta de 1650, construiu uma máquina que

provava os princípios da pneumática, realizou

experiências com a pressão pneumática e com o

vácuo. Concebeu experiências sobre a propagação

do som e a extinção das chamas no vácuo. Em 1654

realizou uma série de experimentos chamados de

experiência dos hemisférios de Magdeburg, onde

estudou os efeitos da pressão atmosférica. Otto von

Guericke projetou e construiu a primeira máquina

geradora de eletrostática, constituída essencialmente

de um globo de enxofre de onde saltavam

centelhas,que o levaram a teorizar a natureza elétrica

dos meteoros luminosos, em especial dos

relâmpagos.

Tensão Superficial

Alguns insetos podem flutuar sob o

topo da superfície da água, embora sua

densidade seja diversas vezes superior a da

água, seus pés cortam ligeiramente a superfície

da água, mas não penetram na água.

Essa situação exemplifica o fenômeno

da tensão superficial, a superfície comporta

como uma membrana submetida a uma tensão.

As moléculas de um líquido exercem força de

atração mútua; a força resultante sobre qualquer

molécula no interior do volume do líquido é

igual a zero, porém uma molécula na superfície

é puxada para dentro do volume. Portanto, o

líquido tende a minimizar a área da superfície

como no caso de uma membrana. As gotas de

chuva em queda livre são esféricas (e não em

forma de gotas de lágrima) porque a esfera é a

forma que possui a menor área superficial para

um dado volume. A figura A abaixo mostra esse

exemplo.

Figura A – Impacto produzido por uma

gota de água que cai sobre um líquido.

A figura B mostra como podemos fazer

medidas quantitativas da tensão superficial. Um

arame é encurvado em forma de U e um

segundo fio retilíneo desliza sobre os ramos do

U. Quando esse dispositivo é mergulhado em

uma solução de água e sabão e em seguida

retirado, criando uma película, a força da tensão

superficial puxa rapidamente o fio de arame no

sentido do topo do U invertido (se o peso w do

fio deslizante não for muito grande). Quando

puxamos o fio para baixo, fazendo aumentar a

área da película, as moléculas se movem no

interior do líquido (cuja espessura corresponde a

muitas camadas moleculares) para as camadas

superficiais. Estas camadas não se contraem

simplesmente como no caso de uma membrana

de borracha. Ao contrário, cria-se uma

membrana mais extensa pela aglutinação de

moléculas provenientes do interior do líquido.

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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Para manter o fio deslizante em equilíbrio, é

necessário uma força resultante F w T orientada de cima para baixo. No equilíbrio, a força

F também é igual à força de tensão superficial

exercida pela película sobre o fio. Seja l o

comprimento do fio deslizante. A película possui

uma face superior e uma inferior, de modo que a

força F atua sobre um comprimento total igual a 2l.

A tensão superficial da película é definida como a

razão da força da tensão superficial e o comprimento

d ao longo do qual a força atua.

2

F F

d l

Figura B – Medida da tensão superficial de

uma película de água de sabão (região sombreada).

O fio horizontal deslizante está em equilíbrio sob a

ação da força da tensão superficial 2l de baixo para

cima e da força w+T orientada para baixo.

A tensão superficial é uma força por

unidade de comprimento e sua unidade SI é o

Newton por metro.

Unidade:

SI: N/m

CGS: dina/cm

31 10din N

cm m

A tabela A mostra alguns valores de tensão

superficial.

Tabela A – Valores de tensão

superficial para algumas substâncias.

Líquido em

contato com

o ar

C(0C)

tensão superficial

dyn/cm

Benzeno 20 28,9

Tetracloreto

de carbono

20 26,8

Álcool

etílico

20 22,3

Glicerina 20 63,1

Mercúrio 20 465,0

Óleo de

oliva

20 32,0

Solução de

sabão

20 25,0

Água 0 75,6

Água 20 72,8

Água 60 66,2

Água 100 58,9

Oxigênio -193 15,7

Neônio -247 5,15

Hélio -269 0,12

A tensão superficial de um líquido

geralmente diminui com o aumento da

temperatura. Quando a temperatura aumenta, as

moléculas do líquido movem-se mais

rapidamente, a interação entre as moléculas

diminui e a tensão superficial diminui.

Para lavar melhor a roupa, deve-se ter

uma menor tensão superficial possível, para que

a água consiga entrar pelas fibras mais

facilmente. (Solução de sabão).

Capilaridade

Quando uma interface gás-líquido encontra

uma superfície sólida, como a parede de um

recipiente, a interface geralmente se encurva

para cima ou para baixo nas vizinhanças da

superfície sólida. O ângulo de contato entre a

interface e a superfície sólida é denominado de

ângulo de contato. Quando as moléculas de um

líquido são atraídas mutuamente, dizemos que o

líquido ―molha‖ ou adere à superfície do sólido.

A interface gás-líquido se encurva para cima e

é menor que 900. O líquido não molha a

superfície sólida quando a atração mútua entre

as moléculas do líquido supera a atração entre

elas e o sólido, como no caso do mercúrio com

o vidro, a interface gás-líquido se encurva para

baixo e é maior do que 900.

A tensão superficial faz um líquido descer

ou subir em um tubo capilar. Esse efeito

denomina-se capilaridade. A superfície curva

do líquido denomina-se menisco.

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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Quando:

< 900 Força de tensão superficial:

atua de baixo para cima e o líquido sobe até

atingir uma altura de equilíbrio na qual o peso da

coluna do líquido é igual à força de tensão

superficial.

> 900 Força de tensão superficial:

O menisco se encurva para baixo e a

superfície do líquido sofre uma depressão, puxada

para baixo pelas forças de tensão superficial.

A capilaridade é responsável pela absorção de

água no papel toalha, pela ascensão da parafina

fundida no pavio de uma vela e por muitos outros

efeitos observados, como quando o sangue é

bombeado pelas artérias e veias do nosso corpo, a

capilaridade é responsável pelo escoamento através

dos vasos sangüíneos muito finos que são chamados

de vasos capilares.

Figura C -

Vazão - INTRODUÇÃO:

A medição de vazão de fluidos sempre

esteve presente na era da modernidade. Não

precisamos ir muito longe. O hidrômetro de

uma residência, o marcador de uma bomba de

combustível são exemplos comuns no dia-a-dia

das pessoas. Em muitos processos industriais,

ela é uma necessidade imperiosa, sem a qual

dificilmente poderiam ser controlados ou

operados de forma segura e eficiente.

A vazão é obtida através da variação de

velocidade média em duas secções de áreas

conhecidas com aplicação do Teorema de

Bernoulli.

Existem os coeficientes adimensionais

Cq característicos para cada diafragma e cada

venturi.

TEORIA

A pressão no manômetro diferencial é

dada por:

hgp OHHg 2

212hhgp OHHg {1}

Equação da continuidade:

1 2 1 1 2 2m m V V

Para fluidos incompressíveis:

1 1 2 2v A v A {2}

Equação de Bernoulli: 2 2

1 21 1 2 2

2 2

v vp gy p gy

{3}

Substituindo {2} em {3}, a velocidade é

dada por:

2

2

2q

H O

pv c

Com:

2 4

1 1

2 2 4 4

1 2 1 2

q

A dc

A A d d

A vazão será:

1 1 2 2Q A v A v

Medidores de vazão

Na História, grandes nomes marcaram

suas contribuições. Provavelmente a primeira

foi dada por Leonardo da Vinci que, em 1502,

observou que a quantidade de água por unidade

de tempo que escoava em um rio era a mesma

em qualquer parte, independente da largura,

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

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17

profundidade, inclinação e outros. Mas o

desenvolvimento de dispositivos práticos só foi

possível com o surgimento da era industrial e o

trabalho de pesquisadores como Bernoulli, Pitot e

outros.

Existe uma variedade de tipos de medidores

de vazão, simples e sofisticados, para as mais

diversas aplicações. O tipo a usar sempre irá

depender do fluido, do seu estado físico (líquido ou

gás), das características de precisão e confiabilidade

desejadas e outros fatores.

Placa de Orifício ou Diafragma

É um dos meios mais usados para medição

de fluxos. Dados de entidades da área de

instrumentação mostram que, nos Estados Unidos,

cerca de 50% dos medidores de vazão usados pelas

indústrias são deste tipo. Certamente as razões para

tal participação devem ser as vantagens que

apresenta: simplicidade custa relativamente baixa,

ausência de partes móveis, pouca manutenção,

aplicação para muitos tipos de fluido,

instrumentação externa, etc.

Desvantagens também existem: provoca

considerável perda de carga no fluxo, a faixa de

medição é restrita, desgaste da placa, etc.

Um arranjo comum é dado na Figura 1. A placa

(indicada em vermelho) provoca uma redução da

seção do fluxo e é montada entre dois anéis que

contêm furos para tomada de pressão em cada lado.

O conjunto é fixado entre flanges, o que torna fácil

sua instalação e manutenção.

A medição da diferença de pressão p1-p2

pode ser feita por algo simples como um manômetro

U e uma tabela ou uma fórmula pode ser usada para

calcular a vazão. Ou pode ser coisa mais sofisticada

como transdutores elétricos e o sinal processado por

circuitos analógicos ou digitais para indicação dos

valores de vazão.

Figura 1 – Placa de Orifício.

Tubo de Venturi

O chamado tubo de Venturi, em

homenagem ao seu inventor (G B Venturi,

1797).

Figura 2 – O tubo de Venturi

Figura 3 – Arranjos de alguns

medidores.

O arranjo 2 é chamado bocal. Pode ser

considerado uma placa de orifício com entrada

suavizada. Em 3 um cone é o elemento redutor

de seção. No tipo joelho (4) a diferença de

pressão se deve à diferença de velocidade entre

as veias interna e externa. Há menor perda de

carga no fluxo, mas o diferencial de pressão é

também menor.

Medidores de área variável (Rotâmetro)

Embora possa ser visto como um

medidor de pressão diferencial, o rotâmetro é

um caso à parte por sua construção especial. A

Figura 4 dá um arranjo típico.

Um tubo cônico vertical de material

transparente (vidro ou plástico) contém um

flutuador que pode se mover na vertical. Para

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FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

18

18

evitar inclinação, o flutuador tem um furo central

pelo qual passa uma haste fixa. A posição vertical y

do flutuador é lida numa escala graduada (na figura,

está afastada por uma questão de clareza. Em geral,

é marcada no próprio vidro).

Figura 4 – Arranjos de um medidor de

área variável.

Se não há fluxo, o flutuador está na posição

inferior 0. Na existência de fluxo, o flutuador sobe

até uma posição tal que a força para cima resultante

da pressão do fluxo se torna igual ao peso do

mesmo.

Notar que, no equilíbrio, a pressão vertical

que atua no flutuador é constante, pois o seu peso

não varia. O que muda é a área da seção do fluxo, ou

seja, quanto maior a vazão, maior a área necessária

para resultar na mesma pressão. Desde que a vazão

pode ser lida diretamente na escala, não há

necessidade de instrumentos auxiliares como os

manômetros dos tipos anteriores.

Medidores de deslocamento positivo Os medidores de deslocamento positivo

operam de forma contrária a bombas de mesmo

nome: enquanto nessas um movimento rotativo ou

oscilante produz um fluxo, neles o fluxo produz um

movimento.

A Figura 5 dá exemplo de um tipo de

lóbulos elípticos que são girados pelo fluxo. Existem

vários outros tipos aqui não desenhados: disco

oscilante, rotor com palhetas, pistão rotativo,

engrenagem, etc.

O movimento rotativo ou oscilante pode

acionar um mecanismo simples de engrenagens e

ponteiros ou dispositivos eletrônicos nos mais

sofisticados.

Em geral, não se destinam a medir a vazão

instantânea, mas sim o volume acumulado durante

um determinado período. São mais adequados para

fluidos viscosos como óleos (exemplo: na

alimentação de caldeiras para controlar o consumo

de óleo combustível).

Algumas vantagens são:

- adequados para fluidos viscosos, ao

contrário da maioria.

- baixo a médio custo de aquisição.

Algumas desvantagens:

- não apropriados para pequenas vazões.

- alta perda de carga devido à transformação

do fluxo em movimento.

- custo de manutenção relativamente alto.

- não toleram partículas em suspensão e

bolhas de gás afetam muito a precisão.

Figura 5 – Medidores de

deslocamento positivo.

Medidores do tipo turbina

O fluxo movimenta uma turbina cuja

pás são de material magnético. Um sensor capta

os pulsos, cuja freqüência é proporcional à

velocidade e, portanto, à vazão do fluido.

Os pulsos podem ser contados e totalizados por

um circuito e o resultado dado diretamente em

unidades de vazão.

Desde que não há relação quadrática

como nos de pressão diferencial, a faixa de

operação é mais ampla. A precisão é boa. Em

geral, o tipo é apropriado para líquidos de baixa

viscosidade.

Existem outras construções como, por exemplo,

os hidrômetros que as companhias de água

instalam nos seus consumidores: a turbina

aciona um mecanismo tipo relógio e ponteiros

ou dígitos indicam o valor acumulado.

Figura 6 – Medidores do tipo turbina.

Medidores Eletromagnéticos

Page 19: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

19

19

Os medidores eletromagnéticos

têm a vantagem da virtual ausência de

perda de pressão, mas só podem ser

usados com líquidos condutores de eletricidade.

O princípio se baseia na na lei de Faraday,

isto é, uma corrente elétrica é induzida num

condutor se ele se move em um campo magnético ou

vice-versa.

Na figura 7, um tubo de material não

magnético contém duas bobinas que geram um

campo magnético B no seu interior. Dois eletrodos

são colocados em lados opostos do tubo e em

direção perpendicular ao campo. O fluido faz o

papel do condutor e a tensão V gerada tem relação

com a velocidade do fluxo e, portanto, com a sua

vazão.

Figura 7 – Medidores Eletromagnéticos

Medidores de Efeito Döppler

Esses medidores estão na categoria dos

ultra-sônicos pois usam ondas nesta faixa de

freqüências.

Só devem ser usados com fluidos que

tenham partículas em suspensão.

Um elemento transmissor emite ultra-som

de freqüência conhecida. As partículas em suspensão

no fluido refletem parte das ondas emitidas. Desde

que estão em movimento, o efeito Döppler faz com

que as ondas sejam captadas pelo elemento receptor

em freqüência diferente da transmitida e a diferença

será tanto maior quanto maior a velocidade, ou seja,

há relação com a vazão do fluxo.

Figura 8 – Medidores de Efeito Döppler

Medidores de Coriolis

No arranjo da figura 9, o fluido passa

por um tubo em forma de U dotado de uma

certa flexibilidade. Um dispositivo magnético

na extremidade e não mostrado na figura faz o

tubo vibrar com pequena amplitude na sua

freqüência natural e na direção indicada.

O nome é dado devido ao efeito da

aceleração de Coriolis. Na época da elaboração

desta página, este fenômeno ainda não estava

inserido neste website e, por isso, não cabem

mais detalhes.

Mas o resultado é indicado na figura. A

aceleração de Coriolis provoca esforços em

sentidos contrários nas laterais do U, devido à

oposição dos sentidos do fluxo. E, visto de

frente, o tubo é deformado e isso pode ser

captado por sensores magnéticos.

A grande vantagem deste tipo é ser um

medidor de fluxo de massa e não de volume.

Assim, não há necessidade de

compensações para mudanças de condições de

temperatura e pressão.

Pode ser usado com uma ampla

variedade de fluidos. Desde tintas, adesivos até

líquidos criogênicos.

Figura 9 – Medidores de Coriolis

Tipo Utilização Faixa Perda de

pressão

Precisão

aprox %

Comprim

prévio diam

Sensib à

viscosid

Custo

relativo

Bocal Líquidos comuns. 4:1 Média ±1/±2 da

escala 10 a 30 Alta Médio

Coriolis Líquidos comuns, viscosos, alguma

suspensão. 10:1 Baixa

±0,4 da proporção

Não há Não há Alto

Page 20: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

FTCM - Mecânica dos Fluidos – Teoria – Capítulo 1

2

2

Deslocamento

positivo Líquidos viscosos sem suspensões. 10:1 Alta

±0,5 da

proporção Não há Baixa Médio

Eletromagnético Líquidos condutivos com suspensões 40:1 Não há ±0,5 da

proporção 5 Não há Alto

Joelho Líquidos comuns. Alguma suspensão. 3:1 Baixa ±5/±10 da

escala 30 Baixa Baixo

Placa de orifício Líquidos comuns. Alguma suspensão. 4:1 Média ±2/±4 da

escala 10 a 30 Alta Baixo

Rotâmetro Líquidos comuns. 10:1 Média ±1/±10 da

escala Nenhum Média Baixo

Tubo de Pitot Líquidos sem impurezas. 3:1 Muito

baixa

±3/±5 da

escala 20 a 30 Baixa Baixo

Tubo de Venturi Líquidos comuns. Alguma suspensão. 4:1 Baixa ±1 da escala 5 a 20 Alta Médio

Turbina Líquidos comuns. Pouca suspensão. 20:1 Alta ±0,25 da

proporção 5 a 10 Alta Alto

Ultra-sônico

(Doppler) Líquidos viscosos com suspensões. 10:1 Não há ±5 da escala 5 a 30 Não há Alto

Page 21: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluidos

1

Manômetros de coluna

Os Manômetros de coluna de líquido são

aparelhos básicos destinados a medir pressão ou vácuo

e servem também como padrões primários, isto é, são

utilizados como padrão para calibração de outros

aparelhos. De construção simples, conseqüentemente

apresentam baixo custo, além de apresentar vantagens

tais como: não requer manutenção, calibragem

especial e permite medições com grande precisão.

Atualmente tais instrumentos podem ser encontrados

em diferentes tipos de aplicação industrial que

passamos a descrever:

1 - Verificação de Vazamento: As Colunas

Manométricas servem para a verificação e controle de

vazamentos através de queda de pressão em testes de

câmaras de pressão em peças, teste de purificador de

ar etc.

2 - Determinação de Velocidade de Fluxo de

Ar: As Colunas Manométricas servem para determinar

o fluxo de ar em tubulações através da medição da

pressão diferencial em testes de aparelhos de

movimentação de ar, testes de carburadores, testes de

coletores de poeira e também servem para medir o

nível de interface de líquidos, quando estes estão

armazenados sob um outro líquido por questão de

segurança ou outras razões quaisquer.

3 - Medição de Nível de Líquidos

Armazenados: As Colunas Manométricas também

podem ser utilizadas para medir nível de líquidos

armazenados em tanques através do registro da

pressão exercida sobre uma coluna de líquido

baseando-se no princípio do balanceamento

hidrostático.

DEFINIÇÕES E PRINCÍPIOS PARA

FAZER MEDIÇÕES COM COLUNAS

MANOMÉTRICAS

No mundo contemporâneo, torna-se cada vez

mais necessária a medição e controle de determinados

parâmetros dos processos, com a finalidade de atender

aos mais variados tipos de especificações técnicas, por

este motivo a PRESSÃO pode ser considerada como

uma das mais importantes grandezas físicas que atua

nestes referidos processos. Por definição, Pressão é igual à relação entre a

Força uniformemente distribuída sobre a unidade de

área e atuando sobre ela; e um dos métodos mais

preciosos para medi-la consiste em equilibrar a coluna

de líquido, cujo peso específico é conhecido, com a

pressão aplicada. Para instrumentos com Coluna de Líquido, o princípio

da medição consiste no fato de que ao se aplicar a lei

D p= D h.. .g, a pressão "p" para ser medida

deve ser comparada com a altura "h" da coluna

de líquido.

Figura 10 – Variação da altura.

Os Instrumentos que empregam tal

princípio são denominados "Manômetros de

Coluna" e a precisão da medição, com auxílio

de tais instrumentos, pode chegar até 0,3%.

Para se fazer medições com maior precisão é

necessário que sejam considerados vários

fatores, tais como: a - Temperatura: realizar cálculos de

correção se a temperatura de medição diferir da

temperatura de referência, pois a variação de

temperatura provoca mudanças na densidade do

líquido manométrico.

b - Aceleração da gravidade deve ser

considerada no local da medição com o seu

valor de referência.

c - Impurezas contidas no líquido

manométrico também provocam mudanças na

densidade, conseqüentemente causando erros de

leitura.

d - A influência da Tensão Superficial

e sua mudança causada por efeitos externos,

assim como a compressibilidade do líquido

manométrico deve ser considerada. A tensão superficial dos líquidos é

apresentada pela forma que apresentam nas

paredes do recipiente. Em tubos de diâmetro

pequeno a forma da superfície total do líquido

será curvada, sendo que, para os líquidos que

tiverem baixa tensão superficial, a superfície

terá a forma convexa em relação ao ar. Com a finalidade de minimizar

qualquer efeito de distorção no aumento da

capilaridade em tubos de diâmetros pequenos

estes devem possuir diâmetros constantes.

Page 22: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluidos

2

As unidades de pressão mais usadas na

prática são:

a - Milímetros ou polegadas de mercúrio (

mmHg ou "Hg )

b - Milímetros ou polegadas de coluna d'água

( mmH2O ou "H2O )

c - Bar ou milibar ( bar ou mbar )

d - Libra (força) por polegada quadrada (PSI

) A IOPE fornece escalas com as unidades de pressão

acima citadas e em diversos tamanhos para atender a

vários campos de leitura. Tais escalas podem ser

construídas de materiais tais como: alumínio, aço

inox, etc.., de acordo com a aplicação do instrumento.

Flanges

Figura 10 – Flanges e tubos.

Page 23: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluidos

3

Viscosidade

INTRODUÇÃO:

Ao promover o movimento de uma esfera em

um fluido ideal de viscosidade em regime

estacionário, as linhas de corrente formam um

desenho perfeitamente simétrico em torno da mesma.

Haverá uma força de arrastamento viscoso.

Jean Louis Poiseuille (1799 – 1869) foi um físico

francês que realizou experimentos

relacionados à viscosidade de fluidos.

Em homenagem a seus trabalhos,

denomina-se a unidade de viscosidade

como Poise.

A Lei de George Stokes da viscosidade

estabeleceu a ciência de hidrodinâmica.

Realizou trabalho sobre esferas e várias

relações de fluxo que variam de mecânicas de onda a

resistência viscosa. Estudou o movimento de fluidos

incompressíveis, a fricção de fluidos em movimento, e

o equilíbrio e movimento de sólidos elásticos. Seus

trabalhos na transmissão de ondas acústicas por

materiais viscosos é de interesse na Física.

Investigando a teoria de onda de luz, nomeou

e explicou o fenômeno de fluorescência, e teorizou

uma explicação de linhas de Fraunhofer no espectro

solar. Ele sugeriu que estes fossem causados através

de átomos nas capas exteriores do Sol que absorve

certos comprimentos de onda. Porém quando

Kirchhoff publicou depois esta explicação aboliram-se

quaisquer descobertas anteriores.

A seguir analisaremos a força dada pela Lei

de Stokes em fluidos viscosos.

TEORIA

A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto

é, das forças de coesão entre moléculas relativamente

juntas. Desta maneira, enquanto que a viscosidade dos

gases cresce com o aumento da temperatura, nos

líquidos ocorre o oposto. Com o aumento da

temperatura, aumenta a energia cinética média das

moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo

que as moléculas passam umas junto das outras,

menos efetivas se tornam as forças intermoleculares e

menor a viscosidade.

Para entender a natureza da viscosidade nos

líquidos, suponhamos duas placas sólidas planas, uma

sobre a outra, com um fluído contínuo entre elas.

Aplicando uma força constante a uma das placas, a

experiência mostra que ela é acelerada até atingir uma

velocidade constante (chamada velocidade terminal).

Se a intensidade da força aplicada for duplicada, por

exemplo, a velocidade terminal também duplica. A

velocidade terminal é proporcional à força aplicada.

Pensando que o líquido entre as placas se separa em

lâminas paralelas, o efeito da força aplicada é o de

produzir diferenças de velocidade entre lâminas

adjacentes. A lâmina adjacente à placa móvel se

move junto com ela e a lâmina adjacente à placa

imóvel permanece também imóvel. O atrito

entre lâminas adjacentes causa dissipação de

energia mecânica e é o que causa a viscosidade

no líquido.

É um fato experimental que o módulo F da

força aplicada, necessária para manter o

movimento da placa com velocidade de módulo

v constante, é diretamente proporcional à área A

da placa e ao módulo da velocidade e

inversamente proporcional à distância L entre as

placas. Assim, podemos escrever:

v

dvF A

dL

definindo o chamado coeficiente de viscosidade

do fluido, que depende do fluido e da

temperatura. No SI, a unidade correspondente é

pascal x s e no sistema cgs, o poise, de modo

que 1 Pa x s = 10 poise. A tabela abaixo mostra

alguns coeficientes de viscosidade.

Coeficientes de Viscosidade

Líquidos (poise) Gases (10-4

poise)

Glicerina (20 oC)

8,3 Ar (0 oC) 1,71

Água (0 oC) 0,0179 Ar (20

oC) 1,81

Água (100 oC) 0,0028 Ar (100

oC) 2,18

Éter (20 oC) 0,0124

Água (100 oC)

1,32

Mercúrio (20 oC)

0,0154 CO2 (15 oC) 1,45

Os coeficientes de viscosidade dos óleos

lubrificantes automotivos são normalmente

expressos em SAE. Um óleo cuja viscosidade

SAE é 10 a 55 oC, por exemplo, possui

viscosidade entre 1,6 e 2,2 poise.

Ao definirmos o coeficiente de

viscosidade escolhemos o caso em que o fluido,

por efeito do movimento de uma das placas,

separava-se em camadas muito estreitas, com a

camada em contato com cada placa tendo a

velocidade desta placa e as camadas

intermediárias tendo velocidades que variam

linearmente de uma placa para a outra. Tal

escoamento é chamado laminar ou lamelar.

Page 24: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluidos

4

O cociente = F/A é chamado tensão de

cisalhamento. De modo geral:

dvA

dL

mostrando a variação da velocidade das camadas de

fluido com a distância à placa parada. Esta expressão

representa a chamada lei de Newton para a

viscosidade e o fluido para o qual ela é verdadeira é

chamado fluido newtoniano. Entretanto, existem

fluidos como os que são suspensões de partículas que

não seguem esta lei. Por exemplo, o sangue, uma

suspensão de partículas com formas características,

como discos, no caso das células vermelhas. As

partículas têm orientações aleatórias em pequenas

velocidades, mas tendem a se orientar a velocidades

mais altas, aumentando o fluxo, com a velocidade

crescendo mais rapidamente do que a força.

Equação de Poiseuille

A equação que governa o movimento de um fluido

dentro de um tubo é conhecida como equação de

Poiseuille. Ela leva em consideração a viscosidade,

embora ela realmente só é válida para escoamento

não-turbulento (escoamento laminar). O sangue

fluindo através dos canais sangüíneo não é exatamente

um escoamento laminar. Mas aplicando a equação de

Poiseuille para essa situação é uma aproximação

razoável em primeira ordem, e leva a implicações

interessantes.

A equação de Pouiseuille para a taxa de escoamento

(volume por unidade de área), Q, é dada por:

4

8

R pQ

L

onde P1-P2 é a diferença de pressão entre os extremos

do tubo, L é o comprimento do tubo, r é o raio do

tubo, e h é o coeficiente de viscosidade.

Para o sangue, o coeficiente de viscosidade é de cerca

de 4 x 10-3

Pa s.

A coisa mais importante a ser observada é

que a taxa de escoamento é fortemente dependente no

raio do tubo: r4. Logo, um decréscimo relativamente

pequeno no raio do tubo significa uma drástica

diminuição na taxa de escoamento. Diminuindo o raio

por um fator 2, diminui o escoamento por um fator 16!

Isto é uma boa razão para nos preocuparmos com os

níveis de colesterol no sangue, ou qualquer obstrução

das artérias. Uma pequena mudança no raio das

artérias pode significar um enorme esforço para o

coração conseguir bombear a mesma quantidade de

sangue pelo corpo.

Sob todas as circunstâncias em que se pode checar

experimentalmente, a velocidade de um fluido real

diminui para zero próximo da superfície de um objeto

sólido. Uma pequena camada de fluido próximo às

paredes de um tubo possui velocidade zero. A

velocidade do fluido aumenta com a distância às

paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for

pequena, ou o tubo possuir um grande diâmetro,

uma grande região central irá fluir com

velocidade uniforme. Para um fluido de alta

viscosidade a transição acontece ao longo de

uma grande distância e em um tubo de pequeno

diâmetro a velocidade pode variar através do

tubo.

Cálculo da Viscosidade em uma

esfera:

A esfera caindo com velocidade

constante, termos a = 0.

A segunda Lei de Newton fica:

vF ma P E F

E

Fv

P

A força viscosa é dada por:

rvF 6

mgrvgm f 6

ee

e

e VmV

m

fff

f

f

f VmV

m

3

3

4RVe

Substituindo na equação (1) teremos:

gRrvgR ef

33

3

46

3

4

gRrvgR ef

33

3

23

3

2

092 3 rvgRef

092 3 RvgRef

v

gRfe

2

9

2

Page 25: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluidos

5

R: Raio da esfera.

v: Velocidade terminal.

Sistemas de Unidades:

M.Kg.S: 1 [ Pa ] = 1 [ N / m2 ] onde : 1 [ N ]

= [ 1 Kg * m / s2 ]

C. G. S.: 1 [ ba ] = 1 [ din / cm2 ]

M.Kgf.S.: 1 [ Kgf / m2 ]

Outras unidades:

1 atmosfera normal ( 1 atN ) = 760 mm de Hg =

1,033 Kgf / cm2 = 1 atmosfera física.

1 atmosfera técnica ( 1 atT ) = 736 mm de Hg =

1,0 Kgf / cm2 = 0,968 atN = 10 m.c.a.

1 Kpa = 1000 Pa e 1 Mpa = 1000000 Pa

1 ‖ = 2,54 cm 1 ‘ = 1 pé = 12 ‖

1 jarda = 1 jd = 3 pé = 3 ‘

1 jd = 91,44 cm

1 pé = 30,48 cm

1 libra = 1 lb = 0,45359 Kg

1 litro = 1l = 10-3

m3

C. G. S. : 1 [ poise ] = [ g / cm * s ]

Page 26: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 6

6

Exemplos de Viscosidade - these may help you get a feel for the cP

Hydrogen @20°C 0.008 6 cP Benzyl ether @ 20°C 5.33 cP

Ammonia @ 20°C 0.009 82 cP Glycol @ 20°C 19.9 cP

Water vapor @100°C 0.125 5 Soya bean oil @ 20°C 69.3 cP

Air @ 18°C 0.018 2 cP Olive oil @ 20°C 84.0 cP

Argon @ 20°C 0.022 17 cP Light machine oil @ 20°C 102 cP

Air @ 229°C 0.026 38 cP Heavy machine oil @ 20°C 233 cP

Neon @ 20°C 0.031 11 cP Caster oil @ 20°C 986 cP

Liquid air @ -192.3°C 0.173 cP Glycerin @ 20°C 1,490 cP

Ether @ 20°C 0.233 cP Pancake syrup @ 20°C 2,500 cP

Water @ 99°C 0.2848 cP Honey @ 20°C 10,000 cP

Chloroform@ 20°C 0.58 cP Chocolate syrup @ 20°C 25,000 cP

Methyl alcohol@ 20°C 0.597 cP Ketchup @ 20°C 50,000 cP

Benzene @ 20°C 0.652 cP Peanut butter @ 20°C 250,000 cP

Water @ 20°C 1.002 cP Tar or pitch @ 20°C 30,000,000,0

00 cP

Ethyl alcohol @ 20°C 1.2 cP Soda Glass @ 575°C 1,000,000,00

0,000,000 cP

Mercury @ 20°C 1.554 cP

Page 27: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 7

7

Perfil de velocidades

Tubo de Pitot e Medidor de Prandtl

Perfil de velocidades – Medidor de Prandtl

Introdução e Teoria:

Ludwig Prandtl (1875-1953) As contribuições de Ludwig Prandtl à

mecânica dos fluidos incluem seu desenvolvimento

da teoria para descrever o fenômeno de turbulência, e

de seus estudos experimentais e teóricos da dinâmica

de gases. Prandtl estudou mecânica e contribuiu à

mecânica de meios contínuos durante toda a maioria

de sua carreira.

Entretanto, sua descoberta da camada do

limite é considerada como uma das descobertas mais

importantes da mecânica dos fluidos e atribuiu a

Prandtl o título do pai da mecânica dos fluidos

moderna.

O tubo de Pitot-Prandtl é utilizado para

medir a velocidade do fluido em um escoamento. Em

particular, pode ser utilizado para medir a velocidade

de um avião em relação ao ar.

Outro fenômeno interessante é a

condensação causada pela singularidade de Prandtl-

Glauert que pode ser vista no vôo nivelado constante

geralmente em baixas alturas, estando o ar em

condições de umidade. Quando um avião se submete

a certo tipo de manobra, pode causar pressões muito

baixas na superfície superior das asas. As

temperaturas correspondentes serão baixas, de forma

que o vapor de água se condensa no lado superior da

asa. Uma característica da condensação é que haverá

muito mais condensação no lado superior da asa do

que no lado mais baixo, e que está associado

geralmente com voltas de elevadas acelerações g.

Pode-se escrever, na transformação

adiabática:

PV k PV nRT

nRT nRTV P k

P P

1

T cP

Para o ar, = 1.4, assim: 10,28

.

Assim, a temperatura do ar aumentará e diminuirá

conforme a pressão aumenta e diminui. As regiões da

alta pressão corresponderão necessariamente às

regiões da alta temperatura e as regiões da pressão

baixa corresponderão às regiões da temperatura

baixa.

O fenômeno causa uma aparência

como vista na figura 1:

Figura 1 - Foto de uma nuvem da condensação de Prandtl-Glauert em um avião com velocidade próxima à do som no ar.

A equação de Bernoulli:

2

2

221

21

2

121

1 gyvpgyvp

Chamando de 2

212

1vppp

f

f

phgv

22

A figura mostra a seção reta de um

duto cilindro, com a posição dos pontos nos

quais se deve medir a velocidade, conforme a

norma americana PIC 11-1946.

Figura 2 – Seção reta do duto do

laboratório conforme a norma americana PIC

11-1946.

37.5 mm

32.6 mm

27.6 mm

21.4 mm

12.3 mm

0

Page 28: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 8

8

Figura 3 –Estrutura interna do tubo de Pitot

instalado no laboratório:

Gaveta de

Amianto

Metal: Latão

Pitot: Inox

Gaveta de Amianto: Alumínio

C oring: 1/8

Parafusos: Ø 3/8

Porca: 2,5"

A pressão na abertura 1 é estática, p, e em 2

é:

2

2

1vp

A altura manométrica h3 é proporcional à

diferença entre elas, ou seja: à pressão dinâmica

2

2

1v . Assim:

Lei de Poiseuille

Natureza da distribuição de tensão de cisalhamento

(pg. 150 livro R. V. Guiles).

p1A p2A

v

ro r

vc

r0 r dr

L

Uma vez que o fluxo é constante, a

soma das forças sobre o corpo livre é zero:

L

rpprLrprp

202 212

2

2

1

L

rpp

dr

dv

2

21

1 2

2c

v R

v r

p p rdvdv dr

dr L

1 2 2 2

4c

p pv v R r

L

2221

4rR

L

ppvv c

Ou

f

f

phgv

22

Taxa: Seja o volume de fluido dV que

atravessa seus extremos no tempo dt dado por:

rdrdtrRL

ppdV

2

4

2221

dArvQdArvdt

dV )()(

4

8

pRQ

L

Perfil de velocidades

Page 29: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 9

9

Vazão em Vertedores

Introdução

A forma básica mais comum de medida de

descarga em um canal aberto é a utilização de um

vertedor. Basicamente, um vertedor é um

dispositivo colocado num canal que força o

escoamento através de uma abertura projetada para

medir a descarga. É uma obstrução em um canal

aberto sobre o qual escoa um líquido. A descarga

sobre o vertedor é função da geometria e da carga

sobre o vertedor.

Vertedores especializados têm sido

projetados para fins específicos; dois tipos são

considerados fundamentais: o de crista larga e o de

crista delgada.

Um vertedor projetado de forma apropriada

exibirá um escoamento subcrítico na corrente a

montante da estrutura e o escamento convergirá e

acelerará até uma condição crítica próxima ao topo

ou à crista do vertedor. Como resultado, poderá ser

feita uma correlação entre a descarga e uma corrente

de profundidade a montante do vertedor. O

transbordo da corrente a jusante é denominado

lâmina, a qual normalmente é descarregada

livremente na atmosfera.

Há uma série de fatores que afetam o

desempenho de um vertedor; os mais significativos

entre eles são os padrões do escoamento

tridimensional, os efeitos da turbulência a resistência

do atrito, a tensão superficial e a quantidade de

ventilação abaixo da lâmina. As derivações

simplificadas apresentadas nesse relatório se

baseiam na equação de Bernoulli; outros

efeitos podem ser levados em conta por meio

da modificação da descarga ideal com um

coeficiente de descarga Cq; a descarga real é a

descarga ideal multiplicada pelo coeficiente de

descarga.

Teoria:

Vertedor de crista larga

Um vertedor de crista larga é

mostrado na figura 1.

Figura 1 - Vertedor com crista larga.

2

2cv

g

LE

Y ye

h

(1) (2)

Ele tem elevação suficiente acima do

fundo para bloquear o escoamento e é

suficientemente longo para que as linhas de

corrente no transbordo se tornem paralelas,

resultando em uma distribuição hidrostática de

pressões. Pode-se aplicar a equação de

Bernoulli: 2 2

1 21 1 2 2

2 2

v vp gh p gh

Ou 2 2

1 1 2 21 2

2 2

p v p vh h

g g

Com = g para os pontos (1) e (2)

da figura.

Assim:

2

22

cc c c

vh Y h y v g Y y

g

Para um vertedor cuja largura normal

ao escoamento é b, a descarga ideal é:

2c c c cQ by v by g Y y

Vertedor de crista delgada

Um vertedor de crista delgada é uma

placa vertical colocada na direção normal ao

escoamento contendo uma crista de borda

delgada, de forma que a lâmina vertente se

comporte como um jato livre.

Page 30: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 10

10

A figura 2 mostra um vertedor retangular com

uma crista horizontal que se estende por toda a

largura do canal.

Figura 2 - Vertedor de crista delgada.

Y= H Lâmina

crista

v2 (2)

v1 h

(1) (1) (2)

(a) Escoamento ideal (b) Escoamento real

As contrações laterais não estão presentes

por causa da existência de paredes laterais.

Pode-se definir uma situação idealizada

(Figura 2 – (a)), na qual o escoamento no plano

vertical não se contrai a medida que passa sobre a

crista, de forma que as linhas de corrente sejam

paralelas e a pressão atmosférica esteja presente na

linha vertente e exista um escoamento uniforme no

ponto (1), com energia cinética desprezível (v10). A

equação de Bernoulli é aplicada ao longo de uma

linha de corrente representativa e resolvida para a

velocidade v2, a velocidade local na lâmina vertente

será:

2 2v g

Se b é a largura da crista normal ao

escoamento a descarga ideal é dada por:

2

0 0

2

Y Y

Q b v d b g d

3 222

3

bQ gY

Os experimentos têm mostrado que a

magnitude do expoente é aproximadamente correta;

porém deve ser aplicado um coeficiente de descarga

Cq para que seja previsto com acurácia para o

escoamento real, mostrado na figura 2 (b):

3 222

3qQ C gbY

A carga H=Y sobre o vertedor é definida

como a distância vertical entre a crista do vertedor e a

superfície do líquido a sua montante de tal forma que

se evite a curvatura da superfície livre do líquido.

A equação básica para a descarga do

vertedor é definida como a integração de:

VldhVdA

Aqui V é a velocidade a uma altura h

(vertical) da superfície livre e L=b é a largura

do vertedor.

Vertedor Retangular:

23

2 LHgCQ r

L

Vertedor Triangular

25

22

15

8HtggCQ t

Vertedor de Parede

espessa

323

2gHLCQ e

Sistema de

Unidades:

M.Kg.S. = [ Pa ] = [ 1 N * m - 2

] Q

= [ L * s - 1

] = [ dm 3

* s - 1

]

Viscosidade: [kg][m]-1[s]

-1 (MKS)

[poise] (CGS)

Equações de Navier Stokes

As equações de Navier Stokes são

equações diferenciais que descrevem o

escoamento de fluidos. São equações a

derivadas parciais que permitem determinar os

campos de velocidade e de pressão.

A equação é uma equação diferencial parcial

não-linear da segunda ordem,como segue:

2

tv v v p v g

Onde:

Page 31: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 11

11

v

: é um vetor que representa a velocidade

de um elemento infinitesimal da massa em um ponto

no espaço 3-D;

p é a pressão escalar no mesmo ponto;

: é a densidade maciça no ponto e é

constante suposta durante todo o meio;

µ: é a viscosidade do meio;

g

: é a aceleração da gravidade

A equação de N-S refere-se ao movimento

de uma única partícula minúscula do campo fluido,

não o movimento total do líquido.

Entretanto, pode ser usada para calcular o

fluxo de gases e de líquidos incompressíveis de

objetos da forma arbitrária.

É usada na dinâmica dos fluidos e na

engenharia como um modelo padrão para o estudo da

turbulência, o comportamento da camada do limite, a

formação de ondas de choque, e o transporte maciço.

Entre outras coisas, é usado para calcular o teste

padrão do fluxo de ar nas asas de um avião. Foi

estudada e aplicada por muitas décadas.

.

Um problema sobre as equações de Navier-Stokes,

que nunca foi solucionado desde 1900, faz parte da

lista dos Prêmios Clay e a sua resolução vale

US$1000000.

Hidráulica Aplicada à tubulações

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido

Entende-se por conduto forçado àquele no qual o

fluido escoa à plena seção e sob pressão. Muitas

vezes os condutos de seção circular são chamados de

tubos ou tubulações. Um conduto é dito uniforme

quando a sua seção transversal não varia com o seu

comprimento. Se a velocidade do fluido em qualquer

seção do conduto não variar com o tempo, o regime

de escoamento é dito permanente.

A densidade dos líquidos, ao contrário do que se

passa com os gases, varia muito pouco quando se

varia a sua pressão ou temperatura. A título de

exemplo, considerando que a água tem

compressibilidade igual a 5.10-5

cm2 / Kgf, isto

significa que em condições normais seria

necessário um incremento de pressão de 20

Kgf /cm2 para que um litro de água se reduza

de 1 cm3, ou seja, para que sua densidade

aumente um milésimo. Por isto, do ponto de

vista prático, a densidade da água e de

qualquer líquido é independente da

temperatura e da pressão.

Diante dessa reduzidíssima variação da

densidade, nos escoamentos de líquidos em

regime permanente considera-se que os

mesmos se comportam como incompressíveis.

Neste contexto se incluem querosene,

gasolina, álcool, óleo diesel, água, vinho,

vinhoto, leite, e muitos outros, aos quais se

aplicam os conceitos aqui comentados.

É conveniente ressaltar que um

escoamento se classifica também como

turbulento ou laminar. No escoamento laminar

há um caminhamento disciplinado das

partículas fluidas, seguindo trajetórias

regulares, sendo que as trajetórias de duas

partículas vizinhas não se cruzam. Já no

escoamento turbulento a velocidade num dado

ponto varia constantemente em grandeza e

direção, com trajetórias irregulares, e podendo

uma mesma partícula ora localizar-se próxima

do eixo do tubo, ora próxima da parede do

tubo.

O critério para determinar se o

escoamento é turbulento ou laminar, é a

utilização do número de Reynolds:

4e

QR

D

onde:

Re = Número de Reynolds (admensional)

Q = vazão (m3 / s)

π = 3,1416...

D = diâmetro (m)

ν = viscosidade cinemática do líquido

(m2 / s)

Nas condições normais de escoamento o

número de Reynolds é interpretado conforme

segue:

Re > 4000, então o escoamento é turbulento.

Re < 2000, então o escoamento é laminar.

Entre estes dois valores há a zona de transição,

onde não se pode determinar com precisão os

elementos do dimensionamento.

Em geral, o regime de escoamento na

condução de líquidos no interior de tubulações

é turbulento, exceto em situações especiais,

tais como escoamento a baixíssimas vazões,

como ocorre em gotejadores de irrigação, onde

o escoamento é laminar.

Page 32: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 12

12

Sempre que um líquido escoa no interior de

um tubo de um ponto para outro, haverá uma certa

perda de energia, denominada perda de pressão ou

perda de carga. Esta perda de energia é devido ao

atrito com as paredes do tubo e devido à viscosidade

do líquido em escoamento. Quanto maior for a

rugosidade da parede da tubulação, isto é, a altura das

asperezas, maior será a turbulência do escoamento e,

logo, maior será a perda de carga.

Já há cerca de dois séculos estudos e

pesquisas vem sendo realizados, procurando

estabelecer leis que possam reger as perdas de carga

em condutos. Várias fórmulas empíricas foram

estabelecidas no passado e algumas empregadas até

com alguma confiança em diversas aplicações de

engenharia, como as fórmulas de Hazen-Williams, de

Manning e de Flamant. Mas, trabalhos de diversos

investigadores tem mostrado que, em sua totalidade,

são mais ou menos incorretas. A incorreção dessas

fórmulas é tanto maior quanto mais amplo é o

domínio de aplicação pretendido por seus autores.

Atualmente a expressão mais precisa e usada

universalmente para análise de escoamento em tubos,

que foi proposta em 1845, é a conhecida equação de

Darcy-Weisbach: 2

2 5

8f

fLQh

gD

onde:

hf = perda de carga ao longo do comprimento do tubo

(mca)

f = fator de atrito (adimensional)

L = comprimento do tubo (m)

Q = vazão (m3 / s)

D = diâmetro interno do tubo (m)

g = aceleração da gravidade local (m / s2)

π = 3,1416...

Mas somente em 1939, quase 100 anos

depois, é que se estabeleceu definitivamente o fator

de atrito f, através da equação de Colebrook-White:

10

1 2,512 0,27log

e

k

Df R f

onde:

f = fator de atrito (adimensional)

k = rugosidade equivalente da parede do tubo (m)

D = diâmetro interno do tubo (m)

Re = número de Reynolds (adimensional)

Obviamente, trata-se de uma equação implícita, isto

é, a variável f aparece nos dois membros da equação,

de forma não ser possível explicitá-la. Mas isto não

sugere que seja impossível resolver equações

implícitas. Os métodos numéricos, embora

aproximativos, são capazes de resolver equações

implícitas com a precisão que se desejar. São

métodos basicamente computacionais pois incorrem

em operações matemáticas repetidas. Encontram,

contudo, muita utilidade em hidráulica.

É o caso dos métodos iterativos, nos quais

ordena-se adequadamente a equação, e arbitra-se um

valor inicial qualquer para a variável procurada que

está no seu segundo membro. Com o valor

inicial já arbitrado, calcula-se um novo valor

para esta mesma variável procurada, mas para

a que está no primeiro membro. Se a diferença

entre o valor inicial e o novo valor calculado

estiver fora da precisão desejada, repete-se

esta operação, porém colocando como valor

inicial o novo valor calculado. Se a diferença

aumentar diz-se que os valores estão

divergindo, e se diminuir diz-se que os valores

estão convergindo para a solução. O número

de repetições, isto é, o número de iterações

poderá ser pequeno ou não, dependendo do

método a ser utilizado, e se sucederá até que a

diferença seja suficientemente pequena ou

compatível com a precisão desejada.

Um esquema básico de cálculo,

passo-a-passo, seria algo do tipo:

1- Arbitra-se um valor inicial

qualquer para a variável do segundo membro.

2- Calcula-se novo valor para a

mesma variável que está no primeiro membro.

3- Compara-se a diferença entre o

valor calculado e o valor inicial com a

tolerância estabelecida.

4- Se maior, o novo valor passa a ser

o valor inicial, e volta-se para o passso (2). Se

menor passa-se para o passo (5).

5- O corrente valor da variável é o

valor procurado.

Métodos iterativos como o de Newton

são muito potentes e convergem muito

rapidamente, podendo alcançar resultados

altamente precisos com três ou quatro

iterações.

Na prática, em termos específicos, a

análise do escoamento em tubos basicamente

envolve três gradezas a se calcular:

o diâmetro

a vazão (ou velocidade)

a perda de carga

Estas são em síntese, as três variáveis

principais envolvidas no cálculo hidráulico,

pois as demais (material do tubo, tipo de

líquido, temperatura, etc), são básicas. Por

qualquer método que viermos a empregar, para

se determinar qualquer uma dessas três

variáveis, as duas demais deverão ser

conhecidas.

Em que pese a técnica iterativa

associada à precisão das equações dar um

pouco de velocidade ao cálculo, contudo

permanece o mesmo sendo realizado

manualmente, o que não deixa de ser

cansativo, enfadonho e sujeito a erros. Com o

uso de programas para computadores digitais,

tal como o HidroTec Calculador, a resolução

torna-se simples, fácil, automática, rápida e

sem erros.

Page 33: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 13

13

Equações explícitas para o fator de atrito

de Darcy-Weisbach

Quando um líquido escoa de um ponto para

outro no interior de um tubo, gerará sempre uma

perda de energia, denominada perda de pressão ou

perda de carga. Esta perda de energia é devido ao

atrito com as paredes do tubo e devida à viscosidade

do líquido em escoamento. Portanto quanto maior for

a rugosidade da parede da tubulação e mais viscoso

for o líquido, maior será a perda de carga.

Com o intuito de estabelecer leis que possam

reger as perdas de carga em condutos, já há cerca de

dois séculos estudos e pesquisas vem sendo

realizados. Atualmente a expressão mais precisa e

utilizada universalmente para análise de escoamento

em tubos, e que foi proposta em 1845, é a conhecida

equação de Darcy-Weisbach: 2

2f

L Vh f

D g

onde:

hf = perda de carga ao longo do comprimento do tubo

(mca)

f = fator de atrito de Darcy-Weisbach (adimensional)

L = comprimento do tubo (m)

V = velocidade do líquido no interior do tubo (m / s)

D = diâmetro interno do tubo (m)

g = aceleração da gravidade local (m / s2)

Mas não se encontrou logo uma maneira

segura para determinação do fator de atrito. Somente

em 1939, quase 100 anos depois, é que se estabeleceu

definitivamente uma lei para fator de atrito f, através

da equação de Colebrook-White:

10

1 2,512

3,7log

e

k

Df R f

em que:

k = rugosidade equivalente da parede do tubo (m)

Re = número de Reynolds (adimensional)

A equação de Colebrook-White tem sido

considerada como a mais precisa lei de resistência ao

escoamento e vem sendo utilizada como padrão

referencial. Mas, apesar disto, e de todo o

fundamentalismo e embasamento teórico agregado à

mesma, tem uma particularidade a alguns pouco

conveniente: é implícita em relação ao fator de atrito,

ou seja, a grandeza f está presente nos dois membros

da equação, sem possibilidade de ser explicitada em

relação às demais grandezas. Sua resolução requer

um processo iterativo.

Isto resultou em motivos para que muitos

pesquisadores, de quase toda parte do mundo, se

empenhassem em encontrar equações

explícitas, que pudessem ser utilizadas como

alternativas à equação de Colebrook-White.

Algumas mais compactas e simples, mais

fáceis de serem memorizadas, contudo com

grandes desvios; outras, menos compactas e

complexas, mais difíceis de serem

memorizadas, porém com desvios menores;

outras tantas combinando simplicidade e

precisão, com erros até bem reduzidos, em

relação ao fator de atrito calculado com a

equação de Colebrook-White.

No presente trabalho seleciona e

apresenta a seguir um pequeno conjunto destas

equações explícitas, considerando apenas

aquelas que pesquisadores, conforme

bibliografia consultada, avaliaram e

concluíram terem os menores erros em relação

à equação de Colebrook-White:

1- Sousa-Cunha-Marques, 1999 (erro =

0,123%):

0,8710 10

1 5,16 5,092

3,7 3,7log log

e e

k k

D R D Rf

2- Haaland, 1983 (erro = 0,220%): 1,11

10

1 6,91,8

3,7log

e

k

D Rf

3- Barr, 1972 (erro = 0,375%):

0,89210

1 5,152

3,7log

e

k

D Rf

4- Swamee-Jain, 1976 (erro = 0,386%):

0,910

1 5,742

3,7log

e

k

D Rf

5- Churchill, 1973 (erro = 0,393%): 0,9

10

1 72

3,7log

e

k

D Rf

Um exame superficial mostra que, por

mais simples ou compactas que possam ser

estas equações explícitas, as mesmas requerem

também algum esforço computacional com

operações matemáticas de potenciação,

radiciação, logaritmicas, etc. Contudo, tendo

em vista as elevadas velocidades dos

processadores dos computadores atuais,

praticamente será imperceptível a diferença no

esforço computacional do cálculo feito com

uma equação implícita e com uma equação

explícita. Então, se o esforço é o mesmo, a

conclusão óbvia é que parece ser mais

Page 34: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 14

14

razoável e lógico usar-se logo a equação de

Colebrook-White, dado à sua precisão.

Hipertensão Arterial

A HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) é

uma das doenças com maior prevalência no mundo

moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão

arterial, medida com esfigmomanômetro ("aparelho

de pressão"), tendo como causas a hereditariedade, a

obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o stress e

outras (veja causas de Hipertensão, mais abaixo).

: A pressão sanguínea é medida com o

esfigmomanômetro, que consiste de uma coluna de

mercúrio com uma das extremidades ligada a uma

bolsa, que pode ser inflada através de uma pequena

bomba de borracha, como indica a Figura 32 (A). A

bolsa é enrolada em volta do braço, a um nível

aproximadamente igual ao do coração, a fim de

assegurar que as pressões medidas mais próximas às

da aorta. A pressão do ar contido na bolsa é

aumentada até que o fluxo de sangue através das

artérias do braço seja bloqueado.

A seguir, o ar é gradualmente eliminado da

bolsa ao mesmo tempo em que se usa um

estetoscópio para detectar a volta das pulsações ao

braço. O primeiro som ocorre quando a pressão do ar

contido na bolsa se igualar à pressão sistólica, isto é,

a máxima pressão sanguínea. Nesse instante, o

sangue que está à pressão sistólica consegue fluir

pela (os sons ouvidos através do estetoscópio são

produzidos pelo fluxo sanguíneo na artéria e são

chamados sons Korotkoff). Assim, a altura da coluna

de mercúrio lida corresponde à pressão manométrica

sistólica. À medida que o ar é eliminado, a

intensidade do som ouvido através do esteie aumenta.

A pressão correspondente ao último som audível é a

pressão diastólica, isto é, a pressão sanguínea,

quando o sangue a baixa pressão consegue fluir pela

artéria não oclusa.

Hipertensão Arterial é uma situação na

qual a pressão arterial está elevada.

A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue

contra a superfície interna das artérias. A força

original vem do batimento cardíaco. A pressão

arterial varia a cada instante, seguindo um

comportamento cíclico. São vários os ciclos

que se superpõe, mas o mais evidente é o

determinado pelos batimentos cardíacos.

Chama-se ciclo cardíaco o conjunto de

acontecimentos desde uma batimento cardíaco

até o próximo batimento.

No momento em que o coração ejeta

seu conteúdo na Aorta a energia é a máxima,

gerando força máxima e consequentemente

pressão máxima. Esta fase no ciclo cardíaco

chama-se Sístole, sendo que a pressão neste

instante é chamada de Pressão Arterial

Sistólica.

Imediatamente antes do próximo batimento

cardíaco a energia é mínima, com a menor

força exercida sobre as artérias em todo o

ciclo, gerando portanto a menor pressão

arterial do ciclo cardíaco. Esta fase é chamada

de Diástole, sendo que a pressão neste instante

é chamada de Pressão Arterial Diastólica.

Quando se fala em dois valores de

pressão arterial (140 por 90, por exemplo),

estamos dizendo que neste momento os ciclos

cardíacos estão gerando uma pressão arterial

que oscila entre 140 e 90 unidades de medida,

140 no pico da Sístole e 90 no final da

Diástole.

Esta situação aumenta o risco de

problemas cardiovasculares futuros, como

Infarto agudo do miocárdio e Derrame

Cerebral, por exemplo.

A pressão normal seria aquela onde o

risco destes problemas seria o mínimo.

Na verdade não existe um nível

"seguro". A possibilidade de problemas é log-

linear, ou seja cresce de maneira contínua em

uma escala logarítmica.

O valor normal é um tanto arbitrário,

definido pelos especialistas no assunto, para

fins práticos e operacionais. É semelhante a

definição de maioridade, onde para fins

práticos se considera 18 anos de idade e não

18 anos e um mês ou 17 anos e 11 meses, por

exemplo, embora o amadurecimento seja

possivelmente o mesmo.

Para a maior parte das pessoas o valor de

140/90 mmHg é relacionado a baixo risco de

problemas futuros, sendo considerado o

"normal".

Como é verificada a Pressão

Arterial

Para verificar a pressão arterial, o profissional

envolve um dos braços do paciente com o

esfigmomanômetro, que nada mais é do que

uma cinta larga com um pneumático interno

acoplado a uma bomba de insuflação manual e

um medidor desta pressão. Ao insuflar a

bomba, o pneumático se enche de ar e causa

uma pressão no braço do paciente, pressão esta

monitorada no medidor. Um estetoscópio é

colocado sobre a artéria braquial (que passa na

face interna medial do cotovelo). Estando o

Page 35: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 15

15

manguito bem insuflado, a artéria estará colabada

pela pressão exercida e não passará sangue na artéria

braquial. Não haverá ruído algum ao estetoscópio.

Libera-se, então, a saida do ar pela bomba, bem

devagar e observando-se a queda da pressão no

medidor. Quando a artéria deixa de estar totalmente

colabada um pequeno fluxo de sangue inicia sua

passagem pela artéria provocando em ruído de

esguicho (fluxo turbilionar). Neste momento anota-se

a pressão máxima (sistólica). O ruído persistirá até

que o sangue passe livremente pela artéria, sem

nenhum tipo de garroteamento (fluxo laminar).

Verifica-se no medidor este momento e teremos a

pressão mínima (pressão diastólica). Em geral,

medimos a pressão em milímetros de mercúrio

(mmHg), sendo normal uma pressão diastólica

(mínima) entre 60 e 80 mmHg (6 a 8 cmHg) e

pressão sistólica entre 110 e 140 mmHg (11 a 14

cmHg) (cmHg = centímetros de mercúrio).

Sintomatologia

A "pressão alta" é considerada uma doença

silenciosa, pois pode não produzir nenhum sintoma

no paciente. Alguns podem queixar-se de dor ou

pressão na nuca e cefaléia, mas não é necessário

nenhum sintoma. Esta falta de sintomas pode fazer

com que o paciente esqueça de tomar seu remédio ou

até mesmo questione sua necessidade. Isto faz com

que as complicações ocorram em grande número.

Complicações da HAS

O aumento contínuo da pressão arterial faz com que

ocorram danos as artérias de diversas partes do

organismo vivo. A Hipertensão Arterial é um fator de

risco para Aterosclerose. Como conseqüência desta,

podem acontecer tanto o Acidente Vascular Cerebral

- AVC, como o Infarto agudo do miocárdio - IAM).

Como qualquer artéria do corpo pode ser obstruída

pela aterosclerose, virtualmente todos os orgão

podem sofrer alterações decorrentes da hipertensão.

Causas de Hipertensão Arterial

Na grande maioria dos casos a Hipertensão

Arterial é considerada essencial, isto é, ela é uma

doença por si mesma. No entanto, devem ser

descartadas outras doenças que causam a hipertensão

arterial apenas como um sinal, pois pode então ser

tratada a causa básica melhorando naturalmente a

hipertensão. Dentre estas causas existe a hipertensão

nefrogênica, onde um rim com algum problema em

sua irrigação sanguínea produz substâncias visando

aumentar a pressão e receber mais sangue. Nestes

casos tratando este rim a pressão normaliza. Outro

caso é o do feocromocitoma, um tumor que produz

substâncias vasoconstrictoras que aumentam a

pressão arterial, produzem taquicardia, cefaléia e

sudorese. A retirada deste tumor melhora a pressão..

Tratamento

Casos iniciais e leves respondem bem à dieta

pobre em sal de cozinha (NaCl) emagrecimento e

prática de esportes. Outros casos necessitarão de

medicamentos. São várias as classes de

medicamentos possíveis de ser usadas,

isoladas ou associadas. Entre outras temos os

diuréticos, os bloqueadores adrenérgicos, os

bloqueadores de canais de cálcio, os inibidores

de enzima conversora de angiotensina II e os

bloqueadore do receptor da angiotensina II.

Diuréticos são medicamentos que

estimulam a produção de urina como as

tiazidas. Casos mais graves necessitam de

medicamentos inibidores da ECA (IECA)),

como o captopril e enalapril. É interessante

notar que o captopril é uma substância que foi

isolada primariamente do veneno da cobra

jararaca

Bibliografia:

(Mecânica dos Fluidos, Potter M. C.,

Wiggert D. C., Cap. 2, pp. 36-37, Editora

Thomson).

Equação da energia para fluido real

Nesse item será retirada a hipótese de

fluido ideal; logo, serão considerados os atritos

internos no escoamento do fluido. São

mantidas as hipóteses de regime permanente,

fluido incompressível, propriedades uniformes

na seção e sem trocas de calor induzidas. Esta

última significa que não existe uma troca de

calor provocada propositalmente; no entanto,

ao se considerar os atritos no escoamento do

fluido, deve-se imaginar que haverá uma perda

de calor do fluido para o ambiente causada

pêlos próprios atritos. Como será visto a

seguir, a construção da equação da energia

pode ser realizada sem se falar, explicitamente,

dessa perda de calor.

Da equação de Bernoulli sabe-se que, se

o fluido fosse perfeito. H1 = H2 (Figura 4.8).

Se, no entanto, houver atritos no

transporte do fluido, entre as seções (l) e (2)

haverá uma dissipação da energia, de forma

que H1 > H2.

Querendo restabelecer a igualdade, será

necessário somar no segundo membro a

energia dissipada no transporte.

121 2 pH H H

12pH : energia perdida entre (l) e (2) por

unidade de peso do fluido.

Como 12 1 2pH H H e como H1 E H2

são chamados cargas totais, 12pH é denominado

'perda de carga'. Se for considerada também a presença de

uma máquina entre (l) e (2), a equação da energia

ficará:

Page 36: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 16

16

121 2M pH H H H

12

2 2

1 1 2 21 2

2 2M p

v p v pz H z H

g g

Da Equação deve-se notar que, no escoamento de um fluido

real entre duas seções onde não existe máquina, a energia é sempre

decrescente no sentido do escoamento, isto é, a carga total a montante

é sempre maior que a de jusante, desde que não haja máquina entre as

duas. A potência dissipada pêlos atritos é facilmente calculável

raciocinando da mesma maneira que para o cálculo da potência do

fluido. A potência dissipada ou perdida por atrito poderá ser calculada

por:

12diss pN QH

Exemplos:

l) Na instalação da figura, verificar se a máquina é

uma bomba ou uma turbina e determinar a sua potência,

sabendo que seu rendimento é 75%. Sabe-se que a pressão

indicada por um manômetro instalado na seção (2) é 0,16

MPa, a vazão é l0 L/s, a área da seção dos tubos é l0 cm2 e

a perda de carga entre as seções (l) e (4) é 2 m.

Não é dado o sentido do escoamento,

2

4 310H O N m ; g = 10 m/s2.

Solução

Deve ser notado, inicialmente, que a seção (4) é o

nível do reservatório inferior sem incluir a parte interna do

tubo,

já que nesta não se conhece a pressão.

Sabe-se que o escoamento acontecerá no sentido

das cargas decrescentes, num trecho onde não existe

máquina. Para verificar o sentido, serão calculadas as

cargas nas seções (l) e (2).

2

1 11 1 0 0 24 24

2

v pH z m

g

2

2 22 2

2

v pH z

g

3

2 4

10 1010

10 10

Qv m s

A

Page 37: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 17

17

2

2 22 2

2

v pH z

g

2 6

2 4

10 0,16 104 25

2 10 10H m

Como H2> H1, conclui-se que o escoamento

terá o sentido de (2) para (1) ou de baixo para coma,

sendo a máquina, portanto, uma bomba.

Aplicando-se a equação da energia entre as

seções (4) e (1), que compreendem a bomba.

Lembrar que a equação deve ser escrita

no sentido do escoamento.

144 1B pH H H H

2

4 44 4

2

v pH z

g

1 24H m

4 0H 14

2pH

141 4 24 0 2 26B pH H H H 4 310 10 10 26

3470 3,470,75B

Bot

B

QHP W kW

Page 38: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 18

18

Exercícios -

Franco Brunetti – Capítulo I

1. A viscosidade cinemática de um óleo é de 0.028

m2/s e o seu peso específico relativo é de 0.85. Encontrar a

viscosidade dinâmica em unidades do sistemas MKS, CGS e

SI (g=10 m/s2).

2. A viscosidade dinâmica de um óleo é de 5 . 10-4

kgf.s/m2 e seu peso específico relativo é 0.82. Encontre a

viscosidade cinemática nos sistemas MKS, SI e CGS

(g=10m/s2 e a = 1000kgf/m

3.

3. O peso de 3 dm3 de certa substância é 23.5 N. A

viscosidade cinemática é 10-5

m2/s. Se g = 10 m/s

2, qual será a

viscosidade dinâmica nos sistemas CGS, MKS e SI?

4. São dadas duas placas planas paralelas à distância

de 2mm. A placa superior move-se com velocidade de 4m/s,

enquanto a inferior é fixa. Se o espaço entre as placas for

preenchido com óleo ( = 0.1 St; = 830 kg/m3), qual será a

tensão de cisalhamento que agirá no óleo?

v = 4m/s

2 mm

Resposta: = 16,6 N/m2.

5. Uma placa quadrada de 1.0 m de lado e 20 N de

peso desliza sobre um plano inclinado de 30°, sobre uma

película de óleo. A velocidade da placa é de 2m/s constante.

Qual a velocidade dinâmica do óleo se a espessura da película

é de 2mm?

2 mm

2m/s 20 N

30°

Resposta: = 10-2

N.s/m2.

6. O pistão da figura tem uma massa de 0.5 kg. O

cilindro de comprimento ilimitado é puxado para cima com

velocidade constante. O diâmetro do cilindro é 10 cm e do

pistão é 9 cm e entre os dois existe óleo com = 10-4

m2/s e

= 8000 N/m3. Com que velocidade deve subir o cilindro para

qie o pistão permaneça em repouso? (Supor diagrama linear e

g = 10 m/s2).

L = 5 cm fluido

D1

D2

Resposta: v = 22,1 m/s

7. Num tear, o fio é esticado passando por uma

fieira e é enrolado num tambor com velocidade constante.

Na fieira, o fio é lubrificado e tingido por uma substância.

A máxima força que pode ser aplicada no fio é 1N, pois,

ultrapassando-a, ela se rompe. Sendo o diâmetro do fio

0,5mm e o diâmetro da fieira 0,6mm, e sendo a rotação do

tambor 30 rpm, qual é a máxima viscosidade do

lubrificante e qual é o momento necessário no eixo do

tambor? R.: M = 0,1N.m2; = 0,1 N.s/m

2

Resposta: M=0,1 N.m; = 0,1 N.s/m2.

8. Ao girar, o eixo provoca a rotação do tambor.

Este enrola a corda, que levanta um peso de 10N com uma

velocidade constante de 0,5 m/s. O fluido existente entre o

eixo e o tambor tem = 0,1 N.s/m2 e apresenta um

diagrama linear de velocidades. Pede-se:

(a) a rotação do eixo;

(b) o momento provocado pelo fluido contra a

rotação do eixo. Dados: R1 = 10 cm; R2 = 10,1 cm; R3 = 20 cm.

lubrificante 0,6mm 0,5mm fieira fio

n = cte

L = 10cm Tambor D=0.2m

Peso

Resposta: (a) n=125 rpm; (b) Meixo=2,47 N.m.

9. O turbocompressor de um motor de combustão

interna tem uma rotação de 120000rpm. Os mancais do

eixo são flutuantes e giram com uma certa rotação. São

dados:

= 8.10-3

N.s/m2; D1=12mm, D2=12.05mm; L=20mm.

Nas condições de equilíbrio dinâmico da rotação

dada, pede-se:

Page 39: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 19

19

(a) a rotação do mancal flutuante.

(b) o momento resistente à rotação que age no eixo do

turbocompressor relativo aos mancais.

Mancais flutuantes A

CP TB

A L

CP: Compressor

TB: Turbina

óleo

mancal flutuante

eixo

D1

D2

D3

D4

Corte A-A sem escala

Resposta: (a) 40,533 rpm; (b) 0,14 N.m

10. Dois discos são dispostos coaxialmente face a

face, separados por um filme de óleo lubrificante de espessura

pequena. Aplicando um momento no disco (1), ele inicia um

movimento em torno de seu eixo, através de um fluido viscoso,

estabelece-se o regime, de tal forma que as velocidades

angulares 1 e 2 ficam constantes. Admitindo o regime

estabelecido, determinar em função a 1 e 2.

D 2

1

Resposta: 1 2 4

32 tM

D

11. A placa da figura tem 4 m2 de área e espessura

desprezível. Entre a placa e o solo existe um fluido que escoa,

formando um diagrama de velocidades dado por:

max20 1 5v yv y

A viscosidade dinâmica do fluido é 10-2

N.s/m2 e

a velocidade máxima do escoamento é 4m/s. Pede-se:

(a) o gradiente de velocidades junto ao solo.

(b) a força necessária para manter a placa em

equilíbrio.

Resposta: (a) -80 m/s; (b) 3,2 N

Placa F

vmax

20 cm

Solo

Sears –Zemansky – Young – VII

Page 40: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 20

20

SEÇÃO 14.2 DENSIDADE

14.1 Fazendo um biscate, você foi solicitado a

transportar uma barra de ferro de 85.8 cm de comprimento e

2,85 cm de diâmetro de um depósito até um mecânico. Você

precisará usar um carrinho de mão? (Para responder, calcule o

peso da barra.)

14.2 A Lua possui massa de 7,35 . 1022

kg e raio igual

a 1740 km. Qual é sua densidade média?

14.3 Você compra uma peça retangular de metal com

massa de 0,0158 kg e com dimensões 5,0 x 15,0 x 30.0 mm. O

vendedor diz que o metal é ouro. Para verificar se é verdade

você deve calcular a densidade média da peça. Qual o valor

obtido? Você foi enganado?

14.4 Um seqüestrador exige como resgate um cubo de

platina com 40.0 kg. Qual é o comprimento da aresta?

SEÇÁO 14.3 PRESSÃD EM UM FLUIDO

14.5 Um barril contém uma camada de óleo de 0.120

m flutuando sobre água com uma profundidade igual a 0,250

m. A densidade do óleo é igual a 600 kg/m' a) Qual é a pressão

manométrica na interface entre o óleo e a água? b) Qual é a

pressão manométrica no fundo do barril?

14.6 Um veículo esportivo vazio pesa 16.5 kN. Cada

pneu possui uma pressão manométrica igual a 205 kPa.

(a) Qual é a área total de contato dos quatro pneus

com o pavimento? (Suponha que as paredes dos pneus sejam

flexíveis de modo que a pressão exercida pelo pneu sobre o

pavimento seja igual à pressão do existente no interior do

pneu.)

(b) Qual é a área total, considerando a mesma pressão

manométrica do pneu, quando o peso total dos passageiros e da

carga for igual a 9,1 kN?

14.7 Você está projetando um sino de mergulho para

agüentar a pressão da água do mar até uma profundidade de

250 m.

(a) Qual é a pressão manométrica nesta profundidade?

(Despreze as variações de densidade da água com a

profundidade.)

(b) Sabendo que, para esta profundidade, a pressão

dentro do sino é igual à pressão fora do sino, qual é a força

resultante exercida pela água fora do sino e pelo ar dentro do

sino sobre uma janela de vidro circular com diâmetro de 30,0

cm? (Despreze a pequena variação de pressão sobre a

superfície da janela.)

14.8 Qual deve ser a pressão manométrica

desenvolvida por uma bomba para bombear água do fundo do

Grand Canyon (a uma altura de 730 m) até o Indian Gardens (a

1370 m)? Expresse a resposta em pascais e em atmosferas.

14.9 O líquido no manômetro de tubo aberto indicado

na Figura é o mercúrio, y1 = 3,00 cm e y2 = 7,00 cm. A pressão

atmosférica é igual a 980 milibares.

(a) Qual é a pressão absoluta no fundo do tubo

em forma de U?

(b) Qual é a pressão absoluta no tubo aberto a

uma profundidade de 4.0 cm abaixo da superfície livre?

(c) Qual é a pressão absoluta do gás no tanque?

(d) Qual é a pressão manométrica do gás em

pascais?

14.10 Existe uma profundidade máxima na qual

uma mergulhadora (Figura 14.33) pode respirar através de

um tubo snorkel (respirador), porque à medida que a

profundidade aumenta, a diferença de pressão também

aumenta, tendendo n produzir um colapso dos pulmões da

mergulhadora.

Como o snorkel liga o ar dos pulmões com a

atmosfera sobre a superfície livre, a pressão no interior

dos pulmões é igual a uma atm. Qual é a diferença de

pressão entre o exterior e o interior dos pulmões da

mergulhadora a uma profundidade igual a 6.1 m?

Suponha que a mergulhadora esteja mergulhada em água

doce. (Um mergulhador usando uma snorkel (tanque com

ar comprimido) respirando o ar comprimido deste

dispositivo pode atingir profundidades muito maiores do

que um mergulhador usando o snorkel. uma vez que a

pressão do ar comprimido no interior da snorkel

compensa o aumento da pressão da água no exterior dos

pulmões.)

14.11 Um curto-circuito elétrico impede o

fornecimento da potência necessária para um submarino

Page 41: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 21

21

que está a uma profundidade de 30 m abaixo da superfície do

oceano. A tripulação deve empurrar uma escotilha com área

de 0.75 m2 e peso igual a 300 N para poder escapar do fundo

do submarino. Se a pressão interna for igual a l,0 atm, qual é a

força para baixo que eles devem exercer para abrir a escotilha?

14.12 Você foi convidado a projetar um tanque de

água cilíndrico pressurizado para uma futura colônia em

Marte, onde a aceleração da gravidade é igual a 3,71 m/s. A

pressão na superfície da água deve ser igual a 130 kPa e a

profundidade deve ser igual a 14,2 m. A pressão do ar no

edifício fora do tanque deve ser igual a 93 kPa. Calcule a força

resultante para baixo sobre a base do tanque de área igual a

2,00 m2 exercida pelo ar e pela água no interior do tanque e

pelo ar no exterior do tanque.

14.13 Em um foguete um tanque com tampa

pressurizada contém 0,250 m3 de querosene de massa igual a

205 kg. A pressão na superfície superior do querosene é igual a

2,01.105 Pa. O querosene exerce uma força igual a 16,4 kN

sobre o fundo do tanque, cuja área é igual a 0,0700 m . Calcule

a profundidade do querosene.

14.14 O pistão de um elevador hidráulico de carros

possui diâmetro igual a 0,30 m. Qual é a pressão

manométrica em pascais, necessária para elevar um carro

com massa igual a 1200 kg? Expresse esta pressão também

em atmosferas.

SEÇÃO 14.4 EMPUXO

14.15 Um bloco de gelo flutua sobre um lago de água

doce. Qual deve ser o volume mínimo do bloco para que uma

mulher de 45,0 kg possa ficar em pé sobre o bloco sem que ela

molhe seus pés?

14.16 Uma amostra de minério pesa 17,50 N no ar.

Quando a amostra é suspensa por uma corda leve e totalmente

imersa na água, a tensão na corda é igual a 11,20 N. Calcule o

volume total e a densidade da amostra.

14.17 Um objeto com densidade média flutua na

superfície livre de um fluido com densidade fluido.

(a) Qual é a relação entre estas duas densidades?

(b) Levando em conta a resposta do item (a), como

um navio de aço flutua na água?

(c) Em termos de e de fluido qual é a fração do

objeto que fica submersa e qual é a fração do objeto que

fica acima da superfície do fluido? Verifique se suas

respostas fornecem os limites correios quando fluido e

0.

(d) Quando você está a bordo do seu iate, seu

primo Tobias corta de um salva-vidas uma peça retangular

(dimensões de 5,0 x 4,0 x 3,0 cm) e a joga no mar. A peça

possui massa igual a 42 g. Quando ela flutua no oceano,

que fração fica acima da superfície?

14.18 Uma esfera de plástico oca é mantida

submersa em um lago de água doce amarrada em uma

corda presa no fundo do lago. O volume da esfera é igual

a 0,650 m e a tensão na corda é igual a 900 N.

(a) Calcule a força de empuxo exercida pela água

sobre a esfera,

(b) Qual é a massa da esfera?

(c) A corda se rompe e a esfera sobe até a superfície. Quando ela atinge o equilíbrio, qual é a fração do volume

da esfera que fica submersa?

14.19 Um bloco de madeira cúbico com aresta de

10,0 cm flutua sobre uma interface entre uma camada de

água e uma camada de óleo, com sua base situada a l,50

cm abaixo da superfície livre do óleo (Figura 14.34). A

densidade do óleo é igual a 790 kg/m3.

(a) Qual é a pressão manométrica na face

superior do bloco?

(b) Qual é a,pressão manométrica na face inferior

do bloco?

(c) Qual é a massa e a densidade do bloco?

14.20 Um lingote de alumínio sólido pesa 89 N

no ar.

(a) Qual é g o seu volume?

(b) O lingote é suspenso por uma corda leve e

totalmente imersa na água. Qual é a tensão na corda (o

peso aparente do lingote na água)?

Page 42: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 22

22

SEÇÃO 14.5 TENSÃO SUPERFICIAL

14.21 Ache a pressão manométrica em pascais em

uma bolha de s sabão com diâmetro igual a 3,00 cm. A tensão

superficial é igual a 25,0.10-3

N/m.

14.22 Calcule o excesso de pressão a 20°C

(a) no interior de uma gota de chuva grande com raio

igual a l ,00 mm;

(b) no interior de uma gota de água com raio igual a

0,0100 mm (típica de uma gotícula no nevoeiro).

14.23 Como ficar em pé sobre a água. Estime a

força da tensão superficial para cima que deveria ser exercida

sobre seus pés para que você pudesse ficar em pé sobre a água.

(Você precisa j medir a área dos seus pés.) Qual deveria ser o

peso máximo de um corpo que poderia ser sustentado pela

água desta maneira?

14.24 Por que as árvores não fazem sucção do ar?

Verificou-se que as pressões negativas que ocorrem nos tubos

que transportam a seiva de uma árvore alta podem atingir cerca

de - 20 atm. Estes tubos encontram-se abertos no topo em

contato com o ar e a água pode evaporar das folhas. Porém se

as pressões são negativas, por que o ar não é sugado para as

folhas? Para responder a esta pergunta estime a diferença de

pressão necessária para forçar o ar através dos interstícios das

paredes das células no interior das folhas (diâmetros da ordem

de 10~8 m) e explique por que o ar exterior não pode penetrar

nas folhas. (Considere a tensão J superficial da seiva igual à da

água a 20°C. Esta situação é diferente daquela indicada na

Figura 14.15: neste caso é o arque desloca a seiva nos

interstícios.)

14.25 Uma película de água de sabão possui 22cm de

largura e está a 200C. O fio que desliza possui massa igual a

0,700g. Qual é o módulo necessário T da força que puxa para

baixo para manter o fio em equilíbrio?

SEÇÃO 14.6 ESCOAMENTO DE UM FLUIDO

14.26 A água escoa em um tubo cuja seção reta possui

área variável e em todos os pontos a água enche

completamente o tubo. No ponto 1 a seção reta possui área

igual a 0,07m2 e o módulo da velocidade do fluido é igual

a3,50 m/s.

(a) Qual é a velocidade do fluido nos pontos para os

quais a seção reta possui área igual a

(i) 0,105m2?

(ii) 0,047m2?

(b) Calcule o volume de água descarregada pela

extremidade aberta do tubo em 1 hora.

14.27 A água escoa em um tubo cilíndrico cuja seção

reta possui área variável e em todos os pontos a água enche

completamente o tubo.

(a) Em um ponto onde o raio do tubo é igual a

0,150m. Qual é a velocidade da água nesse ponto se a vazão

volumétrica no tubo é igual a 1,20 m3/s?

(b) Em um segundo ponto a velocidade da água é

igual a 3,80 m/s. Qual é o raio do tubo nesse ponto?

14.28 Deduza a equação da continuidade.

Quando a densidade cresce 1.50% de um ponto 1

até um ponto 2, o que ocorre com a vazão volumétrica?

SEÇÃO 14.7 EQUAÇÃO E BERNOULLI

14.29 Um tanque selado que contém água do mar

até uma altura igual a 11,0m também contém ar acima da

água a uma pressão manométrica igual a 3,00 atm. A água

flui para fora através de um pequeno orifício na base do

tanque. Calcule a velocidade de efluxo da água.

14.30 Um pequeno orifício circular com diâmetro

igual a 6,00 mm é cortado na superfície lateral de um

grande tanque de água, a profundidade

de 14m abaixo da superfície livre da água. O topo do

tanque está aberto para a atmosfera. Ache:

(a) a velocidade de efluxo;

(b) o volume de água descarregada por unidade

de tempo.

14.31 Qual é a pressão manométrica necessária

no tubo principal da rua para que uma mangueira de

apagar incêndio ligada a ele seja capaz de lançar água até

uma altura de 15m? (Suponha que o diâmetro do tubo

principal seja muito maior do que o diâmetro da

mangueira de apagar incêndio.

14.32 Em um ponto de um encanamento a

velocidade da água é 3,00 /s e a pressão manométrica é

igual a 5,00.104Pa. Calcule a pressão manométrica em um

segundo ponto do encanamento, 11,0m abaixo do

primeiro, sabendo o diâmetro do cano no segundo ponto é

igual ao dobro do diâmetro do primeiro.

14.33 Sustentação sobre um avião. As linhas de

corrente horizontais em torno das pequenas asas de um

avião são tais que a velocidade sobre a superfície superior

é igual a 70,0 m/s e sobre a superfície inferior é igual a

60,0 m/s. Se o avião possui massa igual a 1340 kg e a área

da asa é igual a 162 m2, qual é a força resultante vertical

(incluindo o efeito da gravidade) sobre o avião? A

densidade do até 1.20 kg/m3.

14.34 Uma bebida leve (essencialmente água) flui

em um tubo de uma fábrica de cerveja com uma vazão

volumétrica tal que deva encher 220 latas de 0.355L por

minuto. Em um ponto 2 do tubo, situado a 1.35m acima do

ponto 2, a área da seção reta é igual a 2.00 cm2. Obtenha:

(a) a vazão mássica;

(b) a vazão volumétrica;

(c) as velocidades do escoamento nos pontos 1 e

2;

(d) a pressão manométrica no ponto 1.

14.35 A água é descarregada de um tubo

cilíndrico horizontal, com uma taxa de 465 cm3/s. Em um

ponto do tubo onde o raio é 2.05 cm a pressão absoluta é

igual a 51.60 10 Pa . Qual é o raio do tubo em uma

constrição onde a pressão se reduz para 51.20 10 Pa ?

Page 43: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 23

23

14.36 Em dado ponto de um escoamento cilíndrico

horizontal a velocidade da água é igual a 2.50 m/s e a pressão

manométrica é igual a 41.80 10 Pa . Calcule a pressão

manométrica em um segundo ponto do encanamento sabendo

que o diâmetro do cano no segundo ponto é igual ao dobro do

diâmetro do primeiro.

SEÇÃO 14.9 VISCOSIDADE

*14.37 Água a 20°C se escoa em tubo de raio igual a

10,0 cm. A viscosidade da água a 20°C é igual a l ,005

centipoise. (Se a velocidade da água no centro do tubo é igual

a 2,50 m/s, qual é a velocidade da água

(a) a 5,0 cm a partir do centro do tubo (na metade do

caminho entre o centro e a parede)?

(b) sobre as paredes do tubo?

* 14.38 Água a 20°C se escoa em tubo de raio igual a

8.50 mm. A viscosidade da água a 20°C é igual a l,005

centipoise. Se a velocidade da água no centro do tubo é igual a

0,200 m/s e o escoamento é laminar, calcule a queda de

pressão devida à viscosidade ao longo de 3,00 m de

comprimento do tubo.

* 14.39 Água a 20°C se escoa em tubo horizontal com

15,0 m de comprimento; o escoamento é laminar e a água

enche completamente o tubo. Uma bomba mantém uma

pressão manométrica igual a 1200 Pa em um tanque grande

conectado a uma extremidade do tubo. A outra extremidade do

tubo está aberta para o ar. A viscosidade da água a 200C é

igual a l,005 centipoise.

(a) Se o tubo possui diâmetro igual a 9,00 cm, qual é a

vazão volumétrica?

(b) Que pressão manométrica deve a bomba fornecer

para produzir a mesma vazão volumétrica de um tubo com

diâmetro igual a 3,00 cm?

(c) Para o tubo da parte (a) e mantendo-se a mesma

pressão manométrica da bomba, qual é a nova vazão

volumétrica quando a água está a uma temperatura de 600C?

(A viscosidade da água a 600C é igual a 0,469 centipoise.)

* 14.40 O inseto Rhodinus pmlixus da América do Sul suga o

sangue de mamíferos. Seu ferrão é semelhante a uma agulha

hipodérmica muito fina (que permite sugar o sangue de sua

vítima sem causar dor, portanto, sem que seja notado). A parte

mais estreita da "agulha" possui diâmetro igual a 10 /um e

comprimento igual a 0,20 mm. a) Qual deve ser a pressão

manométrica na cavidade da boca do inseto se ele sugar 0,25

cm de sangue em 15 minutos? Expresse sua resposta em Pa e

em atm. (A viscosidade do sangue em tal tubo fino é igual a l,0

centipoise. Para obter uma resposta aproximada aplique a

equação de Poiseuille ao sangue, embora ele seja um fluido

não-newtoniano.) b) Por que não é uma boa aproximação

desprezar as dimensões das outras partes do ferrão do inseto?

* 14.41 Qual deve ser a velocidade de uma esfera de

alumínio com raio igual a 2,00 mm se deslocando em óleo de

rícino a 20°C para que a força de arraste devido à viscosidade

seja igual a um quarto do peso da esfera? (A viscosidade

do óleo de rícino para esta temperatura é igual a 9,86

poise.)

* 14.42 Medida da viscosidade. Uma esfera de

latão com massa igual a 0,35 g cai com velocidade

terminal igual a 5,0 cm/s em um líquido desconhecido.

Sabendo que a densidade do líquido é igual a 2900 kg/m\

qual é a sua viscosidade?

*14.43 Mantendo todas as demais grandezas

constantes, o que ocorre com a vazão volumétrica de um

escoamento laminar quando dobramos:

(a) o diâmetro do tubo?

(b) a viscosidade?

(c) a diferença de pressão?

(d) o gradiente de pressão?

(e) o comprimento do tubo?

14.44 Para os arremessos normais de uma bola de

basquete (exceto para os arremessos desesperados) a força

de resistência do ar é desprezível. Para demonstrar isso,

considere a razão da força da Lei de Stokes e o peso de

uma bola de basquete de 0,6000 kg. A bola de basquete

possui um raio igual a 0,124m e se move com velocidade

de 5m/s no ar com densidade igual a 1,2 kg/m3.

14.45 Um feixe de laser muito estreito com

elevada intensidade perfura um orifício cilíndrico no casco

de uma espaçonave de ficção científica; o orifício possui

comprimento de 0.180m e um raio de apenas 50.0 m. O

interior da espaçonave possui pressão de 1 atm e ar a 200C

com viscosidade igual a 181 Po começa a escapar com

escoamento laminar para o vácuo no exterior da

espaçonave.

(a) Qual é a velocidade do ar ao longo do eixo do

cilindro na extremidade externa e na metade da distância

entre este ponto e o ponto externo?

(b) Quantos dias serão necessários para que

ocorra uma perda de 1m3 de ar através desse orifício?

(Suponha que a pressão interna permaneça igual a 1 atm.

(c) Qual seria o fator de multiplicação das

respostas dos itens (a) e (b) se o raio do orifício dobrasse

de valor e o escoamento permanecesse laminar?

Problemas

14.46 Em uma aula experimental, uma professora

separa facilmente dois hemisférios ocos de aço (diâmetro

D) usando as duas mãos. A seguir ela os encaixa

novamente, bombeia o ar para fora da esfera até atingir a

pressão absoluta p e coloca as faces opostas do hemisfério

em um bodybuilder (um aparelho de ginástica usado para

fazer exercícios de tração) para tentar separá-los.

(a) Designando por p0 a pressão atmosférica, qual

é a força que o bodybuilder deve exercer sobre cada

hemisfério?

(b) Avalie a resposta para o caso p = 0.025atm e

D = 10.0cm.

Page 44: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 24

24

14.47 O ponto com maior profundidade de todos os

oceanos na Terra é a fossa das Marianas com uma

profundidade de 10.92 km.

(a) Supondo que a água seja incompressível, qual é a

pressão para essa profundidade?

(b) A pressão real nesse ponto é igual a 81.160 10 Pa ; o valor que você calculou deve ser menor que

este porque na realidade a densidade da água aumenta com a

profundidade.

Usando o valor da compressibilidade da água e o

valor real da pressão, ache a densidade no fundo da fossa

Marianas. Qual é a variação percentual da densidade da água?

14.48 Uma piscina mede 5.0 m de comprimento, 4.0

m de largura e possui 3.0 m de profundidade. Determine a

força exercida pela água sobre:

(a) o fundo da piscina;

(b) sobre cada parte lateral da piscina (Sugestão:

Calcule a força infinitesimal que atua sobre uma faixa

horizontal situada a uma profundidade h e integre sobre a

parede lateral.) Despreze a força produzida pela pressão do ar.

14.49 A aresta superior de uma comporta de uma

represa está em contato com a superfície da água. A comporta

possui altura de 2.00 m, largura de 4.00 m e possui uma

articulação passando pelo seu centro. Calcule o torque

produzido pela força da água em relação ao eixo da

articulação. (Sugestão: Use o procedimento análogo ao

adotado no problema 19.48; calcule o torque infinitesimal

produzido por uma faixa horizontal situada a uma

profundidade h e integre sobre a comporta).

14.50 Força e Torque sobre uma represa. Uma

represa possui a forma de um sólido retangular. A face de

frente para o lago possui área A e altura H. A superfície de

água doce do lago atrás da represa está no mesmo nível do

topo da represa.

(a) Mostre que a força resultante horizontal exercida

pela água sobre a represa é dada por 12

gHA , ou seja, o

produto da pressão manométrica através da face da represa

pela área da represa.

(b) Mostre que o torque produzido pela força da água

em relação ao eixo passando no fundo da represa é dado por 21

6gH A .

(c) Como a força e o torque dependem do tamanho da

represa?

14.51 Um astronauta está em pé no pólo norte de um

novo planeta descoberto com simetria esférica de raio R. Ele

sustenta em suas mãos um recipiente que contém um

líquido de massa m volume V. Na superfície do líquido a

pressão é p0; a uma profundidade d abaixo da superfície, a

pressão possui um valor maior que p. A partir dessas

informações, determine a massa do planeta.

14.52 Para calcular a densidade em um dado

ponto no interior de um material, considere um pequeno

volume dV em torno desseponto. Se a massa no interior do

volume for igual a dm, a densidade no referido ponto será

dada por dm

dV . Considere uma barra cilíndrica com

massa M, raio R e comprimento L, cuja densidade varia

com o quadrado da distância a uma de suas extremidades, 2C x .

(a) Mostre que 2 3

3MC

R L .

(b) Mostre que a densidade média, dada pela

Equação m

V é igual a um terço da densidade na

extremidade x = L.

14.53 A Terra não possui uma densidade

constante; ela é mais densa em seu centro e menos densa

na sua superfície. Uma expressão aproximada para sua

densidade é dada por r A Br , onde A =12.700

kg/m3 e B = 1,50. 10

3 kg/m

4. Considere a Terra como uma

esfera com raio R = 6,37. 106 m.

(a) Evidências geológicas indicam que as

densidades são de 13.100 kg/m3 no centro e de 2400 kg/m

3

na superfície. Quais os valores previstos pela aproximação

linear da densidade para estes pontos?

(b) Imagine a Terra dividida em camadas

esféricas concêntricas. Cada camada possuí raio r,

espessura dr, volume 24dV r dr e massa

dm r dr . Integrando desde r = 0 até r = R,

mostre que a massa da Terra com este modelo é dada por:

34 3

3 4M R A BR

(c) Mostre que os valores dados de A e B

fornecem a massa da Terra com precisão de 0.4%.

(d) Vimos na que uma camada esférica não

fornece nenhuma contribuição de g no interior da camada.

Mostre que esse modelo fornece:

4 3

3 4g r Gr A Br

(e) Mostre que a expressão obtida no item (d)

fornece g = 0 no centro da Terra e g = 9,85 m/s2 na

superfície da Terra,

(f) Mostre que com este modelo g não diminui

uniformemente com a profundidade e, ao contrário,

atinge um valor máximo igual a

24

9

GA

B

= 10,01 m/s no

ponto

r = 2A/3 B = 5640 km.

Page 45: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 25

25

14.54 No Exemplo 12.9 (Seção 12.7) vimos que no

interior de um planeta com densidade constante (uma hipótese

irreal para a Terra) a aceleração da gravidade cresce

uniformemente com a distância ao centro do planeta. Ou seja,

g r gR

, onde g é a aceleração da gravidade na

superfície, r é a distância ao centro do planeta e R é o raio do

planeta. O interior do planeta pode ser considerado

aproximadamente como um fluido incompressível com

densidade .

(a) Substitua a altura h na Equação (14.4) pela

coordenada radial r e integre para achar a pressão no interior

de um planeta com densidade constante em função de r.

Considere a pressão na superfície igual a zero- (Isso significa

desprezar a pressão da atmosfera do planeta.)

(b) Usando este modelo, calcule a pressão no centro

do Terra. (Use o valor da densidade média da Terra,

calculando-a mediante os valores da massa e do raio indicados

no Apêndice F.)

(c) Os geólogos estimam um valor aproximadamente

igual a 4.1011

Pa para a pressão no centro da Terra- Este valor

concorda com o que você calculou para r = 0? O que poderia

contribuir para uma eventual diferença?

14.55 Um tubo em forma de ü está aberto em ambas

as extremidades e contém uma porção de mercúrio. Uma

quantidade de água é cuidadosamente derramada na

extremidade esquerda do tubo em forma de U até que a altura

da coluna de água seja igual a 15.0 cm (Figura 14.36).

(a) Qual é a pressão manométrica na interface água-

mercürio?

(b) Calcule a distância vertical h entre o topo da

superfície do mercúrio do lado direito e o topo da superfície da

água do lado esquerdo.

14.56 A Grande inundação de melaço. Na tarde do

dia 15 de janeiro de 1919, em um dia não usualmente quente

em Boston, correu a ruptura de um tanque cilíndrico metálico

com diâmetro de 27,4 m e altura de 27,4 m que continha

melaço. O melaço inundou uma rua formando uma corrente

com profundidade igual 9 m, matando pedestres e cavalos e

destruindo edifícios. A densidade do melaço era igual a 1600

kg/m3. Supondo que o tanque estava completamente cheio

antes do acidente, qual era a força total exercida para fora pelo

melaço sobre a superfície lateral do tanque?

(Sugestão: Considere a força para fora exercida

sobre um anel circular da parede do tanque com largura dy

situado a uma profundidade y abaixo da superfície

superior. Integre para achar a força total para fora.

Suponha que antes do tanque se romper, a pressão sobre a

superfície do melaço era igual à pressão atmosférica fora

do tanque.)

14.57 Uma barca aberta possui as dimensões

indicadas na Figura (4.37. Sabendo-se que todas as partes

da barca são feitas com placas de aço de espessura igual a

4,0 cm, qual é a massa de carvão que a barca pode

suportar em água doce sem afundar? Existe espaço

suficiente na parte interna da barca para manter esta

quantidade de carvão? (A densidade do carvão é

aproximadamente iguala 1500 kg/m3.)

14.58 Um balão com ar quente possui volume

igual a 2200 m3. O tecido (envoltório) do balão pesa 900

N. A cesta com os equipamentos e o tanque cheio de

propano pesa 1700 N. Se o balão pode suportar no limite

um peso máximo igual a 3200 N, incluindo passageiros,

alimentos e bebidas, sabendo-se que a densidade do ar

externo é de l ,23 kg/m', qual é a densidade média dos

gases quentes no interior do balão?

14.59 A propaganda de um certo carro afirma que

ele flutua na água.

(a) Sabendo-se que a massa do carro é igual 900

kg e seu volume interno é de 3,0 m', qual é a fração do

carro que fica submersa quando ele flutua? Despreze o

volume do aço e de outros materiais,

(b) Através de uma passagem, a água penetra

gradualmente deslocando o ar do interior do carro. Qual

será a fração do carro que fica cheia quando ele afunda?

14.60 Um cubo de gelo de massa igual a 9,70 g

flutua em um copo de 420 cm completamente cheio de

água. A tensão superficial da água e a variação da

densidade com a temperatura são desprezíveis (quando ela

permanece líquida),

(a) Qual é o volume de água deslocado pelo cubo

de gelo?

(b) Depois que o gelo se fundiu complelamente, a

água transborda? Em caso afirmativo, calcule o volume da

água que transbordou. Em caso negativo, explique por que

isto ocorre,

(c) Suponha que a água do copo seja água salgada

com densidade igual a 1050 kg/m3, qual seria o volume da

água salgada deslocado pelo cubo de gelo de 9,70 g?

(d) Refaça o item (b) para o caso de um cubo de

gelo de água doce flutuando em água salgada.

Page 46: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 26

26

14.61 Um bloco de madeira possui comprimento de

0,600 m, largura de 0,250 m, espessura de 0,080 m e

densidade de 600 kg/m3. Qual deve ser o volume de chumbo

que pode ser amarrado embaixo do bloco de madeira para que

ele possa flutuar em água calma de modo que o seu topo esteja

alinhado com a superfície da água? Qual é a massa deste

volume de chumbo?

14.62 Um densímetro é constituído por um bulbo

esférico e uma haste cilíndrica cuja seção reta possuí área igual

a 0,400 cm

(Figura 14.9a). O volume total do bulbo com a haste é igual a

13,2 cm'. Quando imerso em água, o densímetro flutua

mantendo a haste a uma altura de 8,00 cm acima da

superfície da água. Quando imerso em um fluido orgânico, a

haste fica a uma altura de 3,20 cm acima da superfície. Ache a

densidade do fluido orgânico. (Observação: Este problema

ilustra a precisão deste tipo de densímetro. Uma diferença de

densidade relativamente pequena produz uma diferença

grande na leitura da escala do densímetro).

CAPITULO 14 - MECÂNICA DOS FLUIDOS

14.63 As densidades do ar, do hélio e do hidrogênio

(para p = l,0atm e T= 293 K) são 1,20 kg/m3,0,166 kg/m

3 e

0,0899 kg/m , respectivamente,

(a) Qual é o volume em metros cúbicos deslocado por

um aeróstato cheio de hidrogênio sobre o qual atua uma força

de "sustentação" total igual a 120 kN? (A "sustentação" é a

diferença entre a força de empuxo e o peso do gás que enche o

aeróstato.)

(b) Qual seria a "sustentação" se o hélio fosse usado

no lugar do hidrogênio? Tendo em vista sua resposta, explique

por que o hélio é usado nos modernos dirigíveis usados em

propagandas.

14.64 MHS de um objeto flutuando. Um objeto com

altura h, massa M e área da seção reta A flutua verticalmente

em um líquido com densidade.

(a) Calcule a distância vertical entre a superfície do

líquido e a parte inferior do objeto na posição de equilíbrio,

(b) Uma força de módulo F é aplicada de cima para

baixo sobre o topo do objeto. Em sua posição de equilíbrio,

qual é a diferença entre a nova distância vertical entre a

superfície do líquido e a parte inferior do objeto e a distância

calculada no item (a)? (Suponha que uma pequena parte do

objeto permaneça sobre a superfície do líquido.)

(c) Sua resposta da parte (b) mostra que se a força for

repentinamente removida- o objeto deverá oscilar para cima e

para baixo executando um MHS. Obtenha o período deste

movimento em função da densidade p do líquido, da massa M

e da área da seção reta A do objeto. Despreze o amortecimento

provocado pelo atrito do líquido (Seção 13.8).

14.65 Uma baliza cilíndrica de 950 kg flutua

verticalmente na água do mar. O diâmetro da baliza é igual a

0,900 m.

(a) Calcule a distância vertical adicional que a baliza

deverá afundar quando um homem de 70,0 kg ficar em pé

sobre ela. (Use a expressão deduzida na parte (b) do Problema

14.64.)

(b) Calcule o período do MHS resultante quando

o homem pular para fora da baliza.(Use a expressão

deduzida na parTe (c) do Problema 14.64 e, como nesse

problema, despreze o amortecimento provocado pelo atrito

do líquido.)

14.66 Na água do mar um salva-vidas com

volume igual a 0,0400 m3 pode suportar o peso de uma

pessoa com massa igual a 75,0 kg (com densidade média

igual a 980 kg/m3) mantendo 20% do volume da pessoa

acima da água quando o salva-vidas está completamente

submerso. Qual é a densidade média do material que

compõe o salva-vidas?

14.67 Um bloco de madeira leve está sobre um

dos pratos de uma balança de braços iguais sendo

exatamente equilibrado pela massa de 0,0950 kg de um

bloco de latão no outro prato da balança. Calcule a massa

do bloco de madeira leve se a sua densidade for igual a

150 kg/m3. Explique por que podemos desprezar o

empuxo sobre o bloco de latão, mas não o empuxo do ar

sobre o bloco de madeira leve.

14.68 O bloco A da Figura 14.38 está suspenso

por uma corda a uma balança de mola D e está submerso

em um líquido C contido em um recipiente cilíndrico B. A

massa do recipiente é igual a l ,00 kg; a massa do líquido é

l ,80 kg. A leitura da balança D indica 3,50 kg e a balança

E indica 7,50 kg. O volume do bloco A é igual a 3,80.10-3

m3.

(a) Qual é a densidade do líquido?

(b) Qual será a leitura de cada balança quando o

bloco A for retirado do líquido?

14.69 Uma barra de alumínio é completamente

recoberta por uma camada de ouro formando um lingote

com peso igual a 45,0 N. Quando você suspende o lingote

em uma balança de mola e a seguir o mergulha na água, a

leitura da balança indica 39,0 N. Qual é o peso do ouro na

camada?

Page 47: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 27

27

14.70 Uma bola solta cheia de hélio flutuando no

interior de um carro com janelas e ventoinhas fechadas se

move no sentido da aceleração do carro, porem uma bola

frouxa com pouco ar em seu interior se move em sentido

contrário ao da aceleração do carro.

Para explicar a razão deste efeito, considere somente

as forças horizontais que atuam sobre a bola. Seja a o módulo

da aceleração do carro. Considere um tubo de ar horizontal

cuja seção reta possui área A com origem no pára-brisa, onde x

= 0 e p = p0 e se orienta para trás. Agora considere um

elemento de volume de espessura dx ao longo deste tubo. A

pressão em sua parte frontal é p e a pressão em sua parte

traseira é p + dp. Suponha que o ar possua uma densidade

constante p.

(a) Aplique a segunda lei de Newton ao elemento de

volume e mostre que dp = pa dx.

(b) Integre o resultado da parte (a) para achar a

pressão na superfície frontal em termos de a e de x.

(c) Para mostrar que considerar p constante é

razoável, calcule a diferença de pressão em atm para uma

grande distância de 2,5 m e para uma elevada aceleração de 5,0

m/s2,

(d) Mostre que a força horizontal resultante sobre um

balão de volume Vê igual Va.

(e) Para forças de atrito desprezíveis, mostre que a

aceleração da bola (densidade média 𝜌 ) é dada por (𝜌

𝜌𝑏𝑜𝑙)a, de

modo que a aceleração relativa é dada por:

𝑎𝑟𝑒𝑙 = 𝜌 𝜌𝑏𝑜𝑙 − 1 𝑎

(f) Use a expressão da a obtida na parte (e) para

explicar o sentido do movimento das bolas.

14.71 O peso da coroa de um rei é w. Quando

suspensa por uma corda leve e totalmente imersa na água, a

tensão na corda (o peso aparente da coroa) é igual fw.

(a) Mostre que a densidade relativa da coroa é dada

por 1 1 − 𝑓 . Discuta o significado dos limites quando f =

0 e f = l.

(b) Se a coroa for um sólido de ouro e pesar 12,9 N no

ar, qual será o seu peso aparente quando estiver totalmente

imersa na água?

(c) Repita a parte (b) se a coroa for um sólido de

chumbo com uma camada muito fina de ouro, porém com peso

ainda igual a 12,9 N no ar.

14.72 Uma peça de aço possui peso w, um peso

aparente (ver o Problema 14.71) w quando está totalmente

imersa na água e um peso aparente wfluido quando está

totalmente imersa em um fluido desconhecido,

(a) Mostre que a densidade relativa do fluido é dada

por

𝑤 − 𝑤𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑤 − 𝑤á𝑔𝑢𝑎

(b) Este resultado é razoável para os três casos wfluido

maior, menor ou igual a wágua?

(c) O peso aparente da peça de aço em água com

densidade 1000 kg/m3 é 87,2% do seu peso. Qual é a

porcentagem do seu peso para o peso aparente do corpo

mergulhado em ácido fórmico (densidade 1220 kg/m3)?

14.73 Você funde e molda uma certa quantidade de

metal com densidade 𝜌𝑚 em uma forma, porém deve tomar

cuidado para que não se formem cavidades no interior do

material fundido. Você mede um peso w para o material

fundido e uma força de empuxo igual a B.

(a) Mostre que

𝑉0 =𝐵

𝜌á𝑔𝑢𝑎 𝑔−

𝑤

𝜌𝑚𝑔

é o volume total das eventuais cavidades

formadas no interior do material fundido.

(b) Se o metal for o cobre, o peso w do material

fundido for igual a 156 N e a força de empuxo for igual a

20 N, qual é o volume total das cavidades formadas no

interior do material fundido? A que fração do volume do

material este volume corresponde?

14.74 Um bloco cúbico de madeira com aresta de

0,100 m de densidade igual a 550 kg/m3 flutua em um

recipiente com água. Óleo com densidade igual a 750

kg/m3 é derramado sobre água até que a camada de óleo

fique 0,035 m abaixo do topo do bloco.

(a) Qual é a profundidade da camada de óleo?

(b) Qual é a pressão manométrica na face inferior

do bloco?

14.75 Lançando uma âncora. Uma âncora de

ferro com massa igual a 35,0 kg e densidade igual a 7860

kg/m3 está sobre o convés de uma barca pequena que

possui lados verticais e está flutuando sobre um rio de

água doce. A área da parte inferior da barca é igual a 8,00

m3. A âncora é lançada pela parte lateral da barca e afunda

sem tocar o fundo do rio sendo sustentada por uma corda

de massa desprezível. Quando a âncora fica suspensa

lateralmente e depois de a barca parar de oscilar, a barca

afundou ou subiu na água? Qual o valor da distância

vertical que ela afundou ou subiu?

14.76 Suponha que o petróleo de um

superpetroleiro possua densidade igual a 750 kg/m3. O

navio fica encalhado em um banco de areia. Para fazer o

navio flutuar novamente sua carga é bombeada para fora e

armazenada em barris, cada um deles com massa igual a

15,0 kg quando vazio e com capacidade para armazenar

0,120 m de petróleo. Despreze o volume ocupado pelo aço

do barril,

(a) Se um trabalhador que está transportando os

barris acidentalmente deixa um barril cheio e selado cair

pelo lado do navio, o barril flutuará ou afundará na água

do mar?

(b) Se o barril flutua, qual é a fração de seu

volume que fica acima da superfície da água? Se ele

afunda, qual deveria ser a tensão mínima na corda

necessária para rebocar o barril para cima a partir do

fundo do mar?

(c) Repita as partes (a) e (b) supondo que o

petróleo possua densidade igual a 910 kg/m3 e que a

massa de cada barril vazio seja igual a 32,0 kg.

14.77 Um bloco cúbico com densidade 𝜌𝐵 e uma

aresta com comprimento L flutua sobre um líquido de

densidade maior 𝜌𝐿.

(a) Que fração do volume do bloco fica acima da

superfície do líquido?

(b) O líquido é mais denso do que a água

(densidade igual a 𝜌𝐴) e não se mistura com ela.

Page 48: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 28

28

Derramando-se água sobre a superfície do líquido, qual deve

ser a camada da água para que a superfície livre da água

coincida com a superfície superior do bloco? Expresse a

resposta em termos de L, 𝜌𝐵 , 𝜌𝐴 e 𝜌𝐿.

(c) Calcule a profundidade da camada de água da

parte (b) se o liquido for mercúrio e o bloco for de aço com

aresta de 10,0 cm.

14-78 Uma barca está em uma eclusa retangular de

um rio de água doce. A eclusa possui comprimento igual a

60,0 m e largura igual a 20,0 m e as comportas de aço das duas

extremidades estão fechadas. Quando a barca está flutuando na

eclusa, uma carga de 2.5.106 N de sucata de metal é colocada

na barca. O metal possui densidade igual a 9000 kg/m3,

(a) Depois que a carga de sucata de metal, que estava

inicialmente nas margens da eclusa, é colocada na barca, de

quanto se eleva verticalmente o nível da água da eclusa?

(b) A sucata de metal é agora despejada na água da

eclusa pela parte lateral da barca. O nível da água da eclusa

sobe, desce ou permanece inalterado? Caso ele suba ou desça,

de quanto varia verticalmente o nível da água da eclusa?

14.79 Um tubo em forma de U que contém um

líquido possui uma seção horizontal de comprimento igual a

l (Figura 14.39). Calcule a diferença de altura entre as duas

colunas de líquido nos ramos verticais quando

(a) o tubo se desloca com uma aceleração a para a

direita:

(b) o tubo gira em torno de um dos ramos verticais

com uma velocidade angular 𝜔.

(c) Explique por que a diferença de altura não

depende da densidade do líquido nem da área da seção reta do

tubo. A resposta seria a mesma se os tubos verticais tivessem

áreas das seções retas diferentes? A resposta seria a mesma se

a parte horizontal do tubo fosse afunilada diminuindo sua

seção reta de uma extremidade até a outra? Explique.

14.80 Um recipiente cilíndrico que contém um liquido

incompressível gira com velocidade angular 𝜔 constante em

tomo de seu eixo de simetria, o qual vamos considerar como o

eixo Ou (Figura 14.40).

(a) Mostre que a pressão a uma dada altura no interior

do líquido cresce com a distância radial r (para fora do eixo de

rotação) de acordo com 𝜕𝜌

𝜕𝑟= 𝜌𝜔2𝑟

(b) Integre esta equação diferencial parcial para achar

a pressão em função da distância ao eixo de rotação ao longo

de uma linha horizontal para y = 0.

(c) Combine a resposta da parte (b) com a Equação

(14.5) para mostrar que a superfície do líquido que gira possui

uma forma parabólica, ou seja, a altura do liquido é dada por

𝑕 𝑟 =𝜔2𝑟2

2𝑔

(Esta técnica é usada para fabricar espelhos

parabólicos para telescópios; o vidro líquido gira e depois

é solidificado enquanto está girando.)

14.81 Um fluido incompressível com densidade p

está em um tubo de teste horizontal com área da seção reta

interna A. O tubo de teste gira com velocidade angular 𝜔

em uma ultracentrífugadora. As forças gravÍtacionais são

desprezíveis. Considere um elemento de volume do fluido

de área A e espessura dr' situado a uma distância r' do

eixo de rotação. A pressão na superfície interna é p e a

pressão na superfície externa é p + dp.

(a) Aplique a segunda lei de Newton ao elemento

de volume para mostrar que

𝑑𝑝 = 𝜌𝜔2𝑟´𝑑𝑟´ (b) Se a superfície do fluido está em um raio r0

onde a pressão é p0, mostre que a pressão p a uma

distância 𝑟 ≥ 𝑟0 é dada por:

𝑝 = 𝑝0 + 𝜌𝜔2 𝑟2 − 𝑟0

2

2

(c) Um objeto de volume V e densidade 𝜌𝑜𝑏

possui o centro de massa a uma distância 𝑅𝑐𝑚𝑜𝑏 do eixo.

Mostre que a força resultante horizontal sobre o objeto é

dada por

𝜌𝑉𝜔2𝑅𝑐𝑚 , onde Rcm é a distância entre o eixo e o centro de

massa do fluido deslocado,

(d) Explique por que o objeto se move para o

centro quando 𝜌𝑅𝑐𝑚 > 𝜌𝑜𝑏 𝑅𝑐𝑚𝑜𝑏

para fora do centro quando 𝜌𝑅𝑐𝑚 < 𝜌𝑜𝑏 𝑅𝑐𝑚𝑜𝑏 .

(e) Para pequenos objetos com densidade

uniforme, 𝑅𝑐𝑚 = 𝑅𝑐𝑚𝑜𝑏 . O que ocorre para uma mistura

de pequenos objetos deste tipo com densidades diferentes

em uma ultracentrifugadora?

14.82 Qual é o raio de uma gota d'água para que a

diferença entre a pressão interna e a pressão externa da

gota seja igual a 0.0250 atm? Considere T= 293 K,

Page 49: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 29

29

14.83 Um bloco cúbico de madeira com aresta de 0.30

m é fabricado de modo que seu centro de gravidade fique na

posição indicada na Figura 14.41a. flutuando na água com a

metade de seu volume submerso. Se o bloco for "tombado" de

um ângulo de 450 como indicado na Figura 14.41. Calcule o

torque resultante em torno de um eixo horizontal perpendicular

ao bloco e passando pelo centro geométrico do bloco.

14.84 A água de um grande tanque aberto com

paredes verticais possui uma profundidade H (Figura 14.42).

Um orifício é feito na parede vertical a uma profundidade h

abaixo da superfície da água.

(a) Qual é a distância R entre a base do tanque e o

ponto onde a corrente atinge o solo?

(b) A que distância acima da base do tanque devemos

fazer um segundo furo para que a corrente que emerge dele

tenha um alcance igual ao do primeiro furo?

14.85 Um balde cilíndrico, aberto na parte superior,

possui diâmetro de 10.0 cm e altura igual a 25.0 cm. Um

orifício circular com área da seção reta igual a l.50 cm2 é

feito no centro da base do balde. A partir de um tubo sobre a

parte superior, a água flui para dentro do balde com uma taxa

igual a 2.40.10-4

m3/s. Até que altura a água subirá no tubo?

14.86 A água flui continuamente de um tanque

aberto, como indicado na Figura 14.43. A altura do ponto l é

igual a 10.0 m e os pontos 2 e 3 estão a uma altura igual a 2.00

m. A área da seção reta no ponto 2 é igual a 0.0480 m2 ; no

ponto 3 ela é igual a 0.0160 m2 . A área do tanque é muito

maior do que a área da seção reta do tubo. Supondo que a

equação de Bemoulii seja válida, calcule:

(a) a vazão volumétrica em metros cúbicos por

segundo:

(b) a pressão manométrica no ponto 2.

14.87 O projeto de um avião moderno exige uma

sustentação oriunda do ar que se move sobre as asas

aproximadamente igual a 200N por metro quadrado.

14.88 O furacão Emily ocorrido em 1993 possuía

um raio aproximadamente igual a 350 km. A velocidade

do vento nas vizinhanças do centro (o "olho") do furacão,

com raio de 30 km atingiu 200 km/h. À medida que o ar

forma redemoinhos em direção ao olho. o momento

angular permanece praticamente constante,

(a) Estime a velocidade do vento na periferia do

furacão.

(b) Estime a diferença de pressão na superfície

terrestre entre o olho e a periferia do furacão. (Sugestão:

Ver a Tabela 14.1). Onde a pressão é maior?

(c) Se a energia cinética do ar que forma

redemoinhos no olho pudesse ser convertida

completamente em energia potencial gravitacional, até que

altura o ar se elevaria?

(d) Na realidade o ar se eleva até altitudes de

diversos quilômetros. Como você concilia este fato com

sua resposta do item (c)? 14.89 Dois tanques abertos muito grandes A e F

(Figura 14.44) contêm o mesmo líquido. Um tubo

horizontal BCD, possuindo uma constrição C e aberto ao

ar no ponto D leva o líquido para fora na base do tanque

A, e um tubo vertical E se liga com a constrição C e goteja

o líquido para o tanque F. Suponha um escoamento com

linhas de corrente e despreze a viscosidade. Sabendo que a

área da seção reta da constrição C é a metade da área em

D e que D está a uma distância h1 abaixo do nível do

líquido no tanque A. até que altura h2 o líquido subirá no

tubo E?

Expresse sua resposta em termos de h1.

Page 50: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 30

30

14.90 O tubo horizontal indicado na Figura 14.45

possui seção reta com área igual a 40,0 cm2 em sua parte mais

larga e 10.0 cm2 em sua constrição. A água flui no tubo e a

vazão volumétrica é igual a 6.00.10-3

m3/s (6.00 L/s). Calcule

(a) a velocidade do escoamento na parte mais larga e

na constrição;

(b) a diferença de pressão entre estas duas partes:

(c) a diferença de altura entre os dois níveis do

mercúrio existente no tubo em U.

14.91 A Figura 14.27a mostra um líquido se escoando

de um tubo vertical. Note que a corrente de líquido vertical

possui uma forma definida depois que ela sai do tubo. Para

obter a equação para esta forma, suponha que o líquido esteja

em queda livre quando ele sai do tubo. No exato momento em

que ele sai do tubo, o líquido possui velocidade v0 e o raio da

corrente é r0.

(a) Obtenha uma expressão para a velocidade do

líquido em função da distância y que ele caiu. Combinando

esta relação com a equação da continuidade, ache uma

expressão para o raio da corrente em função de y.

(b) Se a água escoa de um tubo vertical com

velocidade de l.20 m/s, a que distância da saída do tubo o raio

será igual à metade do seu valor na corrente original?

14.92 (a) Com que velocidade uma esfera de

latão com raio de 2.50 mm cai em um tanque de glicerina

no instante em que sua aceleração é a metade da

aceleração de um corpo em queda livre? A viscosidade da

glicerina é igual a 8.30 poises,

(b) Qual é a velocidade terminal da esfera?

14.93 Velocidade de uma bolha em um líquido,

(a) Com que velocidade terminal uma bolha de

ar com diâmetro de 2.00 mm sobe em um líquido cuja

viscosidade é igual a l.50 poise e densidade igual a 900

kg/m3? (Suponha que a densidade do ar seja igual a l.20

kg/m3 e que o diâmetro da bolha permanece constante.)

(b) Qual é a velocidade terminal da mesma bolha,

na água a 200C que possui uma viscosidade igual a l.005

centipoise?

14.94 Um óleo com viscosidade igual a 3,00

poises e densidade igual a 860 kg/m3 deve ser bombeado

de um grande tanque aberto para outro através de um tubo

liso de aço horizontal de comprimento igual a l,50 km e

diâmetro de 0.110 m. A descarga do fubo ocorre no ar. a)

Qual é a pressão manométrica exercida pela bomba, em

pascais e atmosferas, para manter uma vazão volumétrica

igual a 0,0600 m7s? h) Explique por que o consumo de

potência da bomba é igual ao produto da vazão

volumétrica pela pressão manométrica exercida pela

bomba. Qual é o valor numérico da potência?

14.95 O tanque do lado esquerdo da Figura

14.46a está aberto para a atmosfera e a seção reta possui

área muito elevada. A profundidade é y = 0.600 m. As

áreas das seções retas dos tubos horizontais que saem do

tanque são l.00 cm2, 0.40 cm

2 e 0.20 cm

2,

respectivamente. O líquido é ideal, logo sua viscosidade é

igual a zero.

(a) Qual é a vazão volumétrica para fora do

tanque?

(b) Qual é a velocidade em cada seção do tubo

horizontal?

(c) Qual é a altura atingida pelo líquido em cada

um dos cinco tubos verticais do lado direito?

(d) Suponha que o líquido da Figura 14.46b

possua viscosidade igual a 0.0600 poise, densidade igual a

800 kg/m3 e que a profundidade do líquido no tanque

grande seja tal que a vazão volumétrica do escoamento

seja a mesma que a obtida na parte (a). A distância entre

os tubos laterais entre c e d e a distância entre e e f são

iguais a 0.200 m. As áreas das respectivas seções retas dos

dois diagramas são iguais. Qual é a diferença de altura

entre os níveis dos topos das colunas de líquido nos tubos

verticais em c e d?

(e) E para os tubos em e e f?

(f) Qual é a velocidade do escoamento ao longo

das diversas partes do tubo horizontal?

Page 51: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 1

1

PROBLEMAS DESAFIADORES

14.96 Uma pedra com massa m = 3,00 kg é

suspensa do teto de um elevador por meio de uma

corda leve. A pedra está totalmente imersa na água

de um balde apoiado no piso do elevador, porém a

pedra não toca nem o fundo nem as paredes do

balde,

(a) Quando o elevador está em repouso, a

tensão na corda é igual a 21,0 N. Calcule o volume

da pedra,

(b) Deduza uma expressão para a tensão na

corda quando o elevador está subindo com uma

aceleração constante a. Calcule a tensão na corda

quando a = 2.50 m/s2 de baixo para cima.

(c) Deduza uma expressão para a tensão na

corda quando o elevador está descendo com uma

aceleração constante a. Calcule a tensão na corda

quando a = 2,50 m/s2 de cima para baixo,

(d) Qual é a tensão na corda quando o

elevador está em queda livre com uma aceleração de

cima para baixo igual a g?

14.97 Suponha que um bloco de isopor,

com = 180 kg/m3, seja mantido totalmente imerso

na água (Figura 14.47).

(a) Qual é a tensão na corda? Faça o

cálculo usando o princípio de Arquimedes.

(b) Use a fórmula p = p0 + gh para

calcular diretamente a força exercida pela água

sobre as duas faces e sobre a base do isopor; a seguir

mostre que a soma vetorial destas forças é a força de

empuxo.

14.98 Um tanque grande de diâmetro D está

aberto para a atmosfera e contém água até uma altura

H. Um pequeno orifício com diâmetro d (d << D) é

praticado na base do tanque.

Desprezando qualquer efeito de viscosidade,

encontre o tempo necessário para drenar

completamente o tanque.

14.99 Um sifão, indicado na figura, é um

dispositivo conveniente para remover o líquido de um

recipiente. Para realizar o escoamento, devemos

encher completamente o tubo com o líquido. Suponha

que o líquido possua densidade e que a pressão

atmosférica seja pa. Suponha que a seção reta do tubo

seja a mesma em todas as suas partes.

(a) Se a extremidade inferior do sifão está a

uma distância h abaixo da superfície do líquido no

recipiente, qual é a velocidade do líquido quando ele

flui para fora da extremidade do sifão? (Suponha que

o recipiente possua um diâmetro muito grande e

despreze qualquer efeito da viscosidade.

(b) Uma característica curiosa de um sifão é

o que o liquido inicialmente flui para cima. Qual é a

altura máxima H que pode ser atingida pelo líquido

no ponto mais elevado do tubo para que o escoamento

ainda ocorra?

14.100 – O trecho a seguir foi citado em uma

carta: É uma prática dos carpinteiros da região, para

nivelar as fundações de edifícios relativamente

longos, usar uma mangueira de jardim cheia de água

tendo em suas extremidades dois tubos de vidro com

comprimentos da ordem de 25 a 30 cm. A teoria é que

a água, procurando manter o mesmo nível, atinge a

mesma altura nos dois tubos servindo de referência

para o nivelamento. Agora surge a dúvida para o que

ocorre quando existe uma bolha no interior da

mangueira. Nossos velhos profissionais afirmam que

o ar não afeta a leitura da altura de uma extremidade

para outra. Outros alegam que a bolha pode causar

importantes imprecisões. Você é capaz de dar uma

resposta relativamente simples para esta pergunta,

Page 52: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 2

2

juntamente com uma explicação?

A figura 14.49 mostra um esquema para

ilustrar a situação que causou a controvérsia.

Solução:

* 14.38 - No centro, r = 0 na Eq. (14-25), e

explicitando p1 – p2 = p, obtemos

max

2

4 Lvp

R

3 2

2 2

4(1.005 10 / )(3.00 )(0.200 / )

(0.85 10 )

x N s m m m sp

x m

33.4 .p Pa

14-40: a) Explicitando na Eq. (14-26) a

pressão manométrica p = p1 - p2,

4

8 ( / )L dV dtp

R

3 2 3 6 3

6 4

8(1.0 10 / )(0.20 10 )(0.25 10 ) /(15 60 )

(5 10 )

x N s m x m x m x sp

x m

52.3 10 2.2 .p x Pa atm

b) Esta é a diferença de pressão abaixo

da atmosfera existente na boca do inseto, ou seja, a

pressão manométrica é negativa. A diferença de

pressão é proporcional ao inverso da quarta potência

do diâmetro, portanto a maior contribuição para esta

diferença de pressão é devida à menor seção reta da

boca do inseto.

14-42: Da equação da velocidade

terminal, Eq. (14-27), obtemos

,162

1

mgBmgrvt

onde 1é a densidade do líquido e 2é a densidade do

latão. Explicitando a viscosidade obtemos

rv

mg

6

.12

1

O raio é obtido de

V = ,3

4 3rm

c

donde obtemos r = 2.134 x 10-3

m. Substituindo os

valores numéricos na relação precedente = 1.13

Ns/m2, aproximadamente igual a 11 com dois

algarismos significativos.

14.44 Pela Eq. (14-27), a lei de Stokes, obtemos

6(181 x 10-7

Ns/m2)(0.124 m/s) =

= 2.12 x 10-4

N

logo o peso é igual a 5.88 N;

a razão é igual a 3.60 x 10-5

.

Gabarito

14-1: 41,8N, não.

14-2:

./1033.3

)1074.1(3

4

)1035.7(

3

433

36

22

3

mkgx

mx

kgx

r

m

V

m

14-3:7,03.103 kg/m

3; sim.

14-4: O comprimento L de uma aresta do

cubo é

.3.12/104.21

40 3

1

33

3

1

3

1

cmmkgx

kgmVL

14-5: (a) 706 Pa (b) 3160 Pa.

14-6: (a) Peso em cada pneu:

16.5

4porpneuP kN

Pressão absoluta em cada pneu:

205 101,3 306,3abs m atmp p p kPa

Área em cada pneu:

porpneu

porpneu

Pp

A

Page 53: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 3

3

216.5 40,01348

306,3

porpneu

abs

PA m

p

Área total: 2 2 24 4 0,01348 0,05386 538,6tA A m m cm

(b) Com o peso extra, a repetição do

cálculo anterior fornece 836 cm2.

14-7: (a) 2,52.106Pa (b) 1,78.10

5Pa

14-8: = gh =

(1.00 x 103 kg/m

3)(9.80 m/s

2)(640 m) =

6.27 x 106 Pa = 61.9 atm.

14-9:

(a) 1,07.105Pa (b) 1,03.10

5Pa

(c) 1,03.105Pa (d) 5,33.10

3Pa

14-10:

gh = (1.00 x 103 kg/m

3)(9.80 m/s

2)(6.1 m)

=

= 6.0 x 104 Pa.

14-11: 2,3.105Pa

14-12: 130 x 103 Pa + (1.00 x 10

3

kg/m3)(3.71 m/s

2)(14.2 m) – 93 x 10

3 Pa

(2.00 m2) = 1.79 x 10

5 N.

14-13: 4,14m

14-14:

2

2 2

(1200 )(9.80 / )

( / 2) (0.15 )

F mg kg m s

A d m

51.66 10 1.64 .x Pa atm

14-15: 0,562m2

14-16: A força de empuxo é:

B = 17.50 N - 11.20 N = 6.30 N, logo

.1043.6)/80.9)(/1000.1(

)30.6( 34

233mx

smmkgx

N

g

BV

água

A densidade é dada por /

/água

água

m g

V B g B

3 3 3 317.50

(1.00 10 / ) 2.78 10 / .6.30

x kg m x kg m

14-17:

(a) < fluido

(c) submerso / fluido:acima

(fluido- )/fluido

(d) 32%

14-18:

(a) B = águagV = (1.00 x 103

kg/m3)(9.80 m/s

2)(0.650 m

3) = 6370 N.

(b)

.558/80.9

90063702

kgsm

NN

g

TB

gm

(c) (Ver o Exercício 14-17.)

Se o volume submerso é V,

𝑉 ´ =𝜔

𝜌á𝑔𝑢𝑎 𝑔⟹

𝑉´

𝑉=

𝜔

𝜌𝑔𝑉

𝑉´

𝑉=

𝜔

𝜌𝑔𝑉=5470

6370= 0.859 = 85.9%

14-19: (a) 116 Pa (b) 921 Pa

(c) 0,822 kg , 822 kg/m3

14-20: (a) Desprezando a densidade do ar,

/m gV

g

3 3

2 3 3

(89 )3.3610

(9.80 / )(2.7 10 / )

NV m

m s x kg m

ou seja 3.4.10

-3 m

3 com dois algarismos

significativos.

(b) T = - B = - gáguaV =

.0.567.2

00.11)89(1 NN

alumínio

água

14-21: 6,67Pa

14-22: Usando a Eq. (14-13),

obtemosmNxeR

g /108.72 ,2 3

(a) 146 Pa,

(b) 1.46 x 104 Pa (note que este resultado é

100 vezes maior do que a resposta do item (a)).

14-23: 0.1 N; 0.01 kg

14-24: A análise que conduziu à

Eq. (14-13) é válida para os poros;

.109.242 7 PaxDR

14-25: 4.4 ∙ 10−3N

14-26:

12 1

2

Av v

A

2 3

2

2 2

(3.50 / )(0.0700 ) 0.245 /m s m m sv

A A

Page 54: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 4

4

(a)

(i) A2 = 0.1050 m2, v2 = 2.33 m/s.

(ii) A2 = 0.047 m2, v2 = 5.21 m/s.

(b)

v1A1t = v2A2t = (0.245 m3/s)(3600 s)

= 882.

14-27: (a) 17.0 m/s (b) 0.317m.

14-28: (a) Pela equação que precede a Eq.

(14-14), dividido pelo intervalo de tempo dt

obtemos a Eq. (14-16).

(b) A vazão volumétrica diminui de

1.50%.

14-29: 28.4 m/s

14-30: (a) Pela Eq. (14-22),

./6.16)0.14(2 smmghv

(b) vA = (16.57 m/s)((0.30 x 10-2

m)2) =

4.69 x 10-4

m3/s. Note que mais um algarismo

significativo foi mantido nos cálculos

intermediários.

14-31: 𝟏.𝟒𝟕 × 𝟏𝟎𝟓𝑷𝒂

14-32:

Usando v2 = 14

1v na Eq. (14-21),

2 2

2 1 1 2 1 2

1( )

2p p v v g y y

2

2 1 1 1 2

15( )

32p p v g y y

4 3 2155.00 10 (1.00 10 ) (3.00) (9.80)(11.0)

32p x Pa x

1.62p Pa

14-33: 500 N de cima para baixo

14-34:

(a) ./30.10.60

)355.0)(220(skg

s

kg

(b)A densidade do líquido é

3

3 3

0.3551000 /

0.355 10

kgkg m

x m

e portanto a vazão volumétrica é

./30.1/1030.1/1000

/30.1 33

3sLsmx

mkg

skg

Este resultado também pode ser obtido do

seguinte modo

./30.10.60

)355.0)(220(sL

s

L

(b) 3 3

1 4 2

1.30 10 /

2.00 10

x m sv

x m

1 2 16.50 / , / 4 1.63 / .v m s v v m s

(d)

2 2

1 2 2 1 2 1

1( )

2p p v v g y y

152 (1/ 2)(1000)(9.80)( 1.35)

119 .

kPa

kPa

14-35: 0.41cm

14-36:

Pela Eq. (14-21), para y1 = y2,

2 2

2 1 1 2

1

2p p v v

2

2 212 1 1 1 1

1 3

2 4 8

vp p v p v

= 1.80 x 104 Pa +

8

3(1.00 x 10

3 kg/m

3)(2.50 m/s)

2 =

= 2.03 x 104 Pa,

onde usamos a equação da continuidade 2

12

vv .

14-37: (a) 1.88 m/s (b) 0

14-38:

No centro, r = 0 na Eq. (14-25), e

explicitando p1 – p2 = p, obtemos

p = max

2

4 Lv

R

3 2

2 2

4(1.005 10 / )(3.00 )(0.200 / )

(0.85 10 )

x N s m m m s

x m

33.4p Pa

14-39: (a) 0.128 m3/s (b) 9.72.10

4 Pa

(c) 0.275 m3/s

14-40: (a) Explicitando na Eq. (14-26) a

pressão manométrica p = p1 - p2,

4

8 ( / )L dV dtp

R

Page 55: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 5

5

3 3 6

6 4

8(1.0 10 )(0.20 10 )(0.25 10 ) / (15 60)

(5 10 )

x x x x

x

52.3 10 2.2 .p x Pa atm

Esta é a diferença de pressão abaixo da

atmosfera existente na boca do inseto, ou seja, a

pressão manométrica é negativa. A diferença de

pressão é proporcional ao inverso da quarta potência

do diâmetro, portanto a maior contribuição para esta

diferença de pressão é devida à menor seção reta da

boca do inseto.

14-41: 5.96 mm/s

14-42: Da equação da velocidade

terminal, Eq. (14-27), obtemos

1

2

6 1trv mg B mg

onde 1é a densidade do líquido e 2é a densidade

do latão. Explicitando a viscosidade obtemos

rv

mg

6

.12

1

O raio é obtido de

V = ,3

4 3rm

c

donde obtemos r = 2.134 x 10-3

m. Substituindo os

valores numéricos na relação precedente = 1.13

Ns/m2, aproximadamente igual a 11 com dois

algarismos significativos.

14-43:

(a) 16x maior

(b) ½ do valor inicial.

(c) dobra seu valor.

(d) dobra seu valor.

(e) se reduz a ½ de seu valor inicial.

14-44: Pela Eq. (14-27), a lei de Stokes,

obtemos: 6(181 x 10-7

Ns/m2)(0.124 m/s)

= 2.12.10-4

N

logo o peso é igual a 5.88 N; a razão é igual a:

3.60.10-5

.

14-45: (a) 19.4 m/s, 0, 14.6 m/s.

(b)152d

(c) in (a), 4; in (b), 1/16.

14-46: (a)

A área da seção reta da esfera é ,4

2D

portanto .4

)(2

0

DppF

(b) A força em cada hemisfério produzida

pela pressão da atmosfera é

(5.00 x 10-2

m)2 (1.013) x 10

5

Pa)(0.975) = 776 N.

14-47: (a) 1.1.108Pa (b) 1080 kg/m

3, 5%.

14-48: (a) O peso da água é

gV = (1.00 x 103 kg/m

3)(9.80 m/s

2)((5.00

m)(4.0 m)(3.0 m))=5.88x105 N,

ou seja, 5.9 x 105 N com dois algarismos

significativos.

(b) A integração fornece o resultado

esperado: se a pressão fosse uniforme, a força seria

igual ao produto da pressão no ponto médio pela área,

ou seja,

2

dF gA

3(1.00 10 )(9.80)((4.0)(3.0))(1.50)F x51.76 10F N

ou 1.8 x 105 N com dois algarismos

significativos.

14-49: 2.61.104 N.m

14-50:

(a) Ver o Problema 14-49; a força total é

dada pela integral ∫dF desde h = 0 até h = H, obtemos

F = g H2/2 = gAH/2, onde A = H.

(b) O torque sobre um faixa vertical de

largura dh em relação à base é

dr = dF(H – h) = gh(H – h)dh,

e integrando desde h = 0 até h = H, obtemos

= gAH2/6.

(c) A força depende da largura e do

quadrado da profundidade e o torque em relação à

base depende da largura e do cubo da profundidade; a

área da superfície do lago não influi em nenhum dos

dois resultados (considerando a mesma largura).

14-51: 𝒑−𝒑𝟎 𝑽𝑹𝟐

𝑮𝒎𝒅

Page 56: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 6

6

14-52: A barra cilíndrica possui massa

M, raio R, e comprimento L com uma densidade

proporcional à distância até uma das extremidades,

ou seja, = Cx2.

(a) M = dV = Cx2dV.

O elemento de volume é dado por dV = R2dx.

Logo a integral é dada por

M = L

0Cx

2 R2dx.

A Integração fornece

M = C R2

L

0x

2dx = CR

2 .3

3L

Explicitando C, obtemos C = 3M/ R2L

3.

(b) A densidade para a extremidade x = L

é dada por:

= Cx2 = .

3)(

32

2

32

LR

ML

LR

M

O denominador é precisamente igual ao

volume total V, logo = 3M/V, ou três vezes a

densidade média, M/V. Logo a densidade média é

igual a um terço da densidade na extremidade x= L.

14-53: (a) 12.7 kg/m3 (b) 3140 kg/m

3

14-54: (a) A Equação (14-4), com o raio r em vez

da altura y, pode ser escrita na forma

dp = -g dr = -gs(r/R) dr.

Esta forma mostra que a pressão diminui

com o aumento do raio. Integrando, com:

p = 0 em r = R, obtemos

).(2

224

rRR

gdrr

R

gp s

R

s

(b) Usando a relação anterior com r = 0 e

3

3

4

M M

V R

Obtemos: 24 2

6 2

3(5.97 10 )(9.80 / )(0)

8 (6.38 10 )

x kg m sP

x m

11(0) 1.71 10 .P Pa

(c) Embora a ordem de grandeza seja a

mesma, o resultado não concorda bem com o valor

estimado. Em modelos com densidades mais

realistas (ver o Problema 14-53 ou o Problema 9-

85), a concentração da massa para raios menores

conduz a uma pressão mais elevada.

14-55: (a) 1470 kg/m3 (b) 13.9 cm

14-56: Seguindo a sugestão:

,)2)(( 2

0RhgdyRgyF

h

onde R é o raio e h é a altura do tanque (o fato que 2R

= h é mais ou menos acidental).Substituindo os

valores numéricos obtemos

F = 5.07 x 108 N.

14-57: 9.8.106 kg, sim.

14-58: A diferença entre as

densidades deve fornecer o "empuxo" de 5800 N (ver

o Problema 14-63). A densidade média dos gases no

balão é dada por

(5800)1.23

(9.80)(2200)ave

30.96 /ave kg m

14-59: (a) 30% (b) 70%

14-60:

(a) O volume deslocado deve ser aquele

que possui o mesmo peso e massa do

gelo, 3

370.9

/00.1

70.9cm

cmg

g .

(b) Não; quando fundido, a água resultante

terá o mesmo volume que o volume deslocado por

9.70 g do gelo fundido, e o nível da água permanecerá

o mesmo.

(c)

3

3

9.709.24

1.05 /

gmcm

gm cm

(d) A água resultante do cubo de gelo

derretido ocupará um volume maior do que o da água

salgada deslocada e portanto um volume de 0.46 cm3

deve transbordar.

14-61: 4.66.10-4

m3, 5.27 kg.

14-62: A fração f do volume que flutua

acima do líquido é dada por

f = 1 - ,fluid

onde é a densidade média do densímetro (ver o

Problema 14-17 ou o Problema 14-59), que pode ser

escrita na forma .1

1

ffluid

Logo, para dois fluidos que possuem frações de

flutuação f1 e f2, temos

.1

1

2

112

f

f

Page 57: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 7

7

Nesta forma é claro que um valor de f2 maior

corresponde a uma densidade maior; uma parte

maior do flutuador fica acima do fluido. Usando

f1 =

./839)839.0(

097.0)2.13(

)400.0)(20.3(,242.0

)2.13(

)400.0)(00.8(

3

3

2

23

2

mkgobtemos

cm

cmcmf

cm

cmcm

águaalcool

14-64: a) O princípio de Arquimedes afirma

que gLA = Mg, logo .A

ML

b) A força de empuxo é dada por

gA(L + x) = Mg + F; usando o

resultado da parte (a) e

explicitando x obtemos .gA

Fx

c) A ―constante da mola,‖ ou seja, a

proporcionalidade entre o

deslocamento x e a força aplicada

F, é k = gA, e o período da of

oscilação é

.22gA

M

k

MT

14-66: Para economizar cálculos intermediários,

considere a densidade, a massa e o volume do salva-

vidas como 0, m e v, e as mesmas grandezas

referentes à pessoa como 1, M e V. A seguir,

igualando a força de empuxo com o peso, e

cancelando o fator comum g, obtemos

água ((0.80)V +

v) = 0v + 1V,

Eliminando V e m, achamos,

.)80.0(1

0

v

MMv água

Explicitando 0, obtemos

./732

/980

/1003.1)80.8(1

0400.0

0.75/1003.1

)80.0(1

)80.0(11

3

3

33

3

33

1

água

água

1

água0

mkg

mkg

mkgx

m

kgmkgx

v

M

MvM

v

14-68: A força de empuxo sobre a massa A,

dividida por g, deve ser igual a

7.50 kg – 1.00 kg – 1.80 kg = 4.70 kg

(ver o Exemplo 14-6), logo a massa do bloco é

4.70 kg + 3.50 kg = 8.20

kg.

a) A massa do líquido deslocado pelo

bloco é 4.70 kg, logo a densidade

do líquido é

./1024.11080.3

70.4 33

33mkgx

mx

kg

b) A balança D fará a leitura da massa

do bloco, 8.20 kg, como calculamos

acima. A balança E fará a leitura da

massa do recipiente mais a massa

do líquido, 2.80 kg.

14-70: (Note que aumentar x corresponde a um

deslocamento para a traseira do carro.)

a) A massa de um elemento de volume

é dV = A dx, e a força resultante

sobre este elemento é dirigida para

a frente e seu módulo é dado por

(p + dp)A – pA = A dp.

Pela segunda lei de Newton,

A dp = ( A dx)a, ou seja, dp = a dx.

b) Como é constante, e para p = p0

em x = 0, obtemos

p = p0 + ax.

Page 58: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 8

8

c) Usando = 1.2 kg/m3 no

resultado da parte (b) obtemos

(1.2 kg/m3)(5.0 m/s

2)(2.5 m) =

15.0 Pa ~ 15 x 10-5

patm,

portanto a variação percentual da pressão

é desprezível

.

d) Seguindo o método da Seção 14-4,

a força sobre a bola deve ser igual

à mesma força exercida sobre o

mesmo volume de ar; esta força é

igual ao produto da massa V

multiplicada pela aceleração, ou

Va.

e) A aceleração da bola é a força

encontrada na parte (d) dividida

pela massa bolaV, ou ( / bola )a.

A aceleração em relação ao carro é

dada pela diferença entre esta

aceleração e a aceleração do carro,

logo

arel = [( / bola)

– a]a.

f) Para uma bola cheia de ar, ( /

bola) < 1 (uma bola cheia de ar

tende a afundar no ar calmo), e

portanto a grandeza entre

colchetes na resposta do item (e) é

negativa; a bola se desloca para a

traseira do carro. No caso de uma

bola cheia de hélio, a grandeza

entre colchetes é positiva e a bola

se desloca para a frente do carro.

14-72: a) Ver o Problema 14-71.

Substituindo f por, respectivamente, wágua/w e

wfluid/w, obtemos

aço

fluid

fluid

,aço

água

água

,

e dividindo a segunda equação

pela primeira, obtemos

fluid

água fluid

água

.

b) Quando fluid é maior do que água,

o termo do lado direito da

expressão anterior é menor do que

um, indicando que o fluido é menos

denso do que a água. Quando a

densidade do fluido é igual à

densidade da água, obtemos fluid =

água, como era esperado.

Analogamente, quando fluid é

menor do que água, o termo do lado

direito da expressão anterior é

maior do que um, indicando que o

fluido é mais denso do que a água.

c) Escrevendo o resultado do item (a)

na forma

fluid

água

1 f fluid

1 fágua

E explicitando ffluid, obtemos

f fluid 1 fluid

água

(1 fágua) 1 (1.220)(0.128) 0.844 84.4%.

14-74: a) Seja d a profundidade da camada de

óleo, h a profundidade na qual o cubo está submerso

na água e L a aresta do cubo. Então, igualando a

força de empuxo com o peso, cancelando os fatores

comuns g e a área da seção reta e omitindo as

unidades, obtemos

(1000)h + (750)d = (550)L,

onde d, h e L são relacionados por d + h + (0.35)L =

L, logo

h = (0.65)L – d.

Substituindo a relação anterior na primeira

equação, obtemos

.040.000.5

2

)750()1000(

)550()1000)(65.0(m

LLd

b) A pressão manométrica na face

inferior deve ser suficiente para

suportar o bloco, logo

p = madeiragL = (550 kg/m3)(9.80

m/s2)(0.100 m) = 539 Pa.

Page 59: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 9

9

Para conferir, a pressão manométrica,

calculada pela densidade e profundidade

dos fluidos é

((0.040 m)(750 kg/m3) + (0.025 m)(1000

kg/m3))(9.80 m/s

2) = 39 Pa.

14-76: a) A densidade média de um barril

cheio é

óleo m

v 750kg/m

315.0kg

0.120m3 875kg/m

3,

que é menor do que a densidade da água do mar.

b) A fração que flutua (ver o

Problema 14-17) é

1méd

água

1875kg/m3

1030kg/m3 0.150 15.0%.

c) A densidade média é igual a 910

3331172

120.0

32

m

kg

m

kg

m

kg

donde se conclui que o barril

afunda. A fim de elevá-lo é

necessário uma tensão

T =

Ns

mm

m

kg

s

mm

m

kg173)80.9)(120.0)(1030()80.9)(120.0)(1177(

2

3

32

3

3

14-78: a) A variação da altura y é

relacionada com o volume deslocado V por y =

,A

V onde A é a área da superfície da água na

eclusa, V é o volume da água que possui o mesmo

peso do metal, portanto

y V

A /águag

A

águagA

(2.50 x10

6N)

(1.00 x103kg/ m3 )(9.80m / s2 )((60.0m)(20.0m)) 0.213m.

b) Neste caso, V é o volume do

metal; na relação anterior, água

deve ser substituído por metal =

9.00água, que fornece

y =

y

9, e y y

8

9y 0.189m;

este resultado indica quanto abaixa o nível da água na

eclusa.

14-80: a) A variação da pressão em relação à

distância vertical fornece a força necessária para

manter um elemento de fluido flutuando em

equilíbrio na vertical (que se opõe ao peso). Para um

fluido girando, a variação da pressão em relação ao

raio fornece a força necessária para manter um

elemento de fluido se acelerando radialmente.

Especificamente, obtemos

,padrdrr

pdp

e usando a relação

a 2r obtemos

p

r

2r.

b) Chame a pressão em y = 0, r = 0 de

pa (pressão atmosférica); integrando

a expressão para r

p

indicada na

parte (a) obtemos

.)0,( 2

2

2

rpyrp a

c) Na Eq. (14-5), p2 = pa,, p1 = p(r, y

= 0) como achamos na parte (b), y1

= 0 e y2 = h(r), a altura do líquido

acima do plano y = 0. Usando o

resultado da parte (b) obtemos

h(r) =

2r

2/2g.

14-82: Explicitando R na Eq. (14-13) obtemos

.1075.5)10013.1)(250.0(

)/108.72(22 5

5

23

mxPaxatm

msNx

pR

Page 60: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 10

10

14-84: a) Como no Exemplo 14-9, a

velocidade de saída da água é igual a .2gh

Depois de sair do tanque a água está em queda livre

e o tempo que qualquer porção da água leva para

atingir o solo é dado por

,)(2

g

hHt

e neste intervalo de tempo a água se deslocou uma

distância horizontal dada por

.)(2 hHhvtR

b) Note que se

h = H – h, h(H – h) = (H – h)h,

e portanto h = H – h fornece o mesmo alcance.

14-86: a)

./200.0)0160.0()00.8)(/80.9)2)(2 322

33133 smmmsmAyygAv

b) Como p3 é a pressão atmosférica,

a pressão manométrica no ponto 2

é

),(9

81

2

1

2

131

2

2

32

3

2

2

2

32 yygA

Avvvp

Usando a relação anterior

encontrada para v3 e substituindo os valores

numéricos obtemos

p2 = 6.97 x 104

Pa.

14-88: a) Usando a constância do momento

angular, notamos que o produto do radio vezes a

velocidade é constante, logo a velocidade é

aproximadamente igual a

(200 km/h) ./17350

30hkm

b) A pressão é menor no "olho", de

um valor dado por

.108.1/6.3

/1)/17()/200()/2.1(

2

1 3

2

223 Paxhkm

smhkmhkmmkgp

c) g

v

2

2

= 160 m com dois algarismos

significativos.

d) A pressão em altitudes mais

elevadas é menor ainda.

14-90: a) ,/

A

dtdVv logo as velocidades

são

./50.1100.40

/1000.6/00.6

100.10

/1000.624

33

24

33

smmx

smxesm

mx

smx

b)

,10688.1)(2

1 42

2

2

1 Paxvvp ou 1.69 x

104 Pa com três algarismos significativos.

c)

.7.12)/80.9)(/106.13(

)10688.1(233

4

cmsmmkgx

Pax

gH

ph

g

14-92: a) A força resultante sobre a esfera é a

soma vetorial da força gravitacional, da força de

empuxo e da força viscosa, logo da relação F = ma,

obtemos

mg – B – Fd =

.2

logo,2

Bmg

Fmg

d

Substituindo Fd da Eq. (14-27) e

explicitando vt em termos das densidades obtemos a

expressão para vt conforme visto no Exemplo 14-13,

porém com no lugar de ;2

especificamente,

obtemos

Page 61: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 11

11

./1099.4

)/1026.1/103.4()/830.0(

)/80.9()1050.2(

9

2

29

2

2

3333

2

223

2

smx

mkgxmkgxmsN

smmx

grvt

b) Repetindo o cálculo sem o fator 2

1 e

multiplicando por obtemos

vt = 0.120 m/s.

14-94: a) Explicitando p1 – p2 = p na Eq.

(14-29) e fazendo a variação da altura igual a 0,

obtemos

.2.741051.7

)055.0(

)1050.1(/300.0(8)/0600.0(

8

6

4

323

4

atmPax

m

mxmsNsm

R

L

dt

dVghp

b) dt

dVpP (7.51 x 10

6

Pa)(0.0600 m3/s) = 4.51 x 10

5 W. O trabalho

realizado é pdV.

14-96: a) O volume V da pedra é

.1057.8)/80.9(/1000.1(

)0.21)/80.9)(00.3(( 34

233

2

mxsmmkgx

Nsmkg

g

T

g

BV

águaágua

Nos referenciais acelerados, todas

as grandezas que dependem de g (pesos, forças de

empuxo, pressões manométricas e tensões) podem

ser substituídas pelo valor eficaz g = g + a, com

sentido positivo orientado de baixo para cima. Logo,

a tensão é

T = mg - B = (m - V)g = T0

,g

g onde T0 = 21.0 N.

b) g = g + a; para a = 2.50 m/s2, T =

(21.0 N) .4.2680.9

50.280.9N

c) Para a = -2.50 m/s2, T = (21.0 N)

.6.1580.9

50.280.9N

d) Quando a = -g, g = 0 e obtemos T

= 0.

14-98: Quando o nível da água é a altura y da

abertura, a velocidade de saída da água é dada por

,2gy e

.2)2/( 2 gyddt

dV

À medida que o tanque é drenado, a altura diminui,

logo

.2)2/(

2)2/(2

2

2

gyD

d

D

gydz

dt

dy

Esta equação diferencial permite a

separação das variáveis e o tempo T necessário para

drenar o tanque é obtido pela integração da relação

,2

2

dtgD

d

y

dy

cuja integração conduz ao resultado

,2]2[

2

0 TgD

dy H

Donde se conclui que

.2

2

222

g

H

d

D

g

H

d

DT

14-100: O surgimento de qualquer bolha pode trazer

imprecisões nas medidas. Ao longo da bolha, a

pressão nas superfícies da água podem ser iguais

porém, como o ar pode ser comprimido dentro da

bolha, os dois níveis da água indicados na Figura

14.49 não são necessariamente iguais (geralmente são

diferentes quando existem bolhas na mangueira). O

Page 62: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 12

12

mesmo fenômeno ocorre no freio hidráulico.

Quando você pisa no freio, a pressão só é

transmitida integralmente quando não existem

bolhas nos tubos; quando existem bolhas, o freio não

funciona. O uso de uma mangueira para nivelar uma

superfície horizontal pode funcionar perfeitamente

bem, desde que não hajam bolhas ao longo da

mangueira. No caso específico do Problema 14-100

como existe uma bolha, os níveis não são iguais

Page 63: Mecanica Dos Fluidos - Cap1

Mecânica dos Fluídos – Prof. Dr. Cláudio Sérgio Sartori Capítulo 1 - Introdução 13

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