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Diretor responsável Caio Augusto
Novidades, textos, eventos,
matérias, tudo que você
Umbandista procura.
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NOTA:
Comunicamos que, o Jornal de Umbanda
Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço
livre que altores enviam seus textos e trabalhos e
é comunicado a na mídia Umbandista, cada um
tem total responsabilidade por seu texto, então o
jornal em geral só si responsabiliza pela
montagem e divulgação!!!!! boa leitura.
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(Caio Augusto)
Oro Iná Oro Iná é o polo feminino da irradiação da Justiça, fazendo par com nosso Pai Xangô e
sua irradiação é consumidora por natureza, já representando seu elemento que é o ígneo.
Senhora do fogo e dos vulcões, era muito cultuada na África há muitos anos. Culto
este que caiu no esquecimento no Brasil, pois não é um pais conhecido por ter vulcões e
sempre seu culto esteve ligado ao pedido de proteção quanto as erupções.
Oro Iná significa “Fúria de Fogo” e representa com excelência sua qualidade consumidora de desequilíbrios no campo da justiça e dos vícios dos seres, uma vez que
entendemos que nos pares dos Orixás, sempre um trabalha amparando e um corrigindo. Logo, se Xangô dá o equilíbrio, qualquer forma de desequilíbrio deve ser corrigido por
Oro Iná.
ORO INÁ
A forma de atuação de Oro Iná é feita através de seu fator ígneo consumidor de todo desequilíbrio ou até mesmo atuando de forma contrária e resfriando o ser que
estiver sob sua irradiação até paralisar seus desequilíbrios.
Saudação à Oro Iná: "Kali Yê"
Dia da Semana: Quinta-feira
Cor da Guia: Laranja ou vermelho
Símbolo: Espada de fogo
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Oração a Ewa
Senhora do céu rosado Senhora das tardes enigmáticas
Senhora das nuvens carregadas
Esteira do arco-íris Senhora das possibilidades
Das vantagens e dos caminhos Do encantamento e da beleza
Da alegria e da felicidade Senhora das senhoras das brumas
Dissipe as nuvens dos meus caminhos ó poderosa princesa
Invoque as forças dos ventos a meu favor
Que a chuva me cubra de prosperidade Que sua coroa cubra meu destino
ó princesa-mãe do culto Que eu seja o seu filho perdido
e bendito e suas graças Que a névoa que existe hoje
em meus passos Seja límpida no amanhã!
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Que assim seja!!
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(Caio Augusto)
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(Douglas Elias)
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(Orlando Garcia)
A noite estava linda, a lua cheia e estrelas povoavam o céu, o barulho de cavalos e carroças que a cada vez aumentava mais ia me inquietando.
Havia um boato que os portugueses procuravam negros para serem levados ao Brasil; a dificuldade de arrumar negros escravos a cada dia ficava mais difícil. Em Angola negro que tinha profissão não era levado,
mas naquela noite ninguém teve perdão, homens, mulheres e mesmo crianças, todos foram levados, só ficaram alguns que devido a idade não suportariam a viagem. Permanecemos três dias trancados no porão do navio, esperando completarem a lotação. O cheiro de suor e o fedor de fezes e urina estava insuportável, mas a dor e as lágrimas eram piores.
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Durante o percurso negros eram usados na limpeza e
nos remos até a exaustão; vi mãe com criança no colo se jogando em alto mar, para colocar fim em sua agonia. Muitos perderam a vida e foram jogados ao mar. Chegamos ao Brasil por volta de 1820 na região onde hoje é Prado - Bahia, fomos lavados e colocados em uma praça pública como mercadoria; em nosso redor senhores e senhoras bem vestidos nos olhavam de cima a baixo e cada um apontava aqueles que lhe interessavam, até que chegou minha vez. Fomos em
seis comprados pelo senhor Antônio dono da Fazenda São Francisco, e conhecemos quem seria nosso proprietário daquele dia em diante. Na fazenda fomos batizados num rio que cortava as terras do meu senhor, como era feito naquela época o batismo católico, eu que chamava Kapiñgala (pois era filho único) e o significado do meu nome é Herdeiro, passei a me chamar Joaquim. Para nós Angolanos não houve dificuldade com a língua porque convivíamos com os portugueses já
algum tempo, mas como havia outros negros de outras regiões demoramos um pouco até compreender a todos. A fazenda estava mudando seu plantio de café para algodão; trabalhei ali muitos anos. Me apaixonei por Quitéria e tivemos seis filhos sendo cinco homens e uma mulher, apenas dois vi crescer, os demais foram vendidos ainda muito pequenos, apenas Malaquias e Damião ficaram na fazenda. Já velho e com o boato do fim da escravidão perdi minha companheira para uma febre que mesmo com
todas as minhas ervas não consegui vencer. Algum tempo depois houve uma fuga em massa comandada por Zeferina uma negra que brigava feito homem, muitos negros fugiram para o quilombo do Urubu; diziam que o local era bonito e tinha até lagoa, eu e o velho Guiné não conseguimos acompanhar os mais novos. Malaquias quis ficar para nos ajudar, mas eu e Guiné não deixamos e falamos para ele que se salvasse, pois era novo, nós que já
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éramos velhos, nos escondemos numa cachoeira do
rio Caí. Lá fiquei até meu desencarne. Vivemos ali muitos anos, não sabíamos o caminho correto do quilombo e o medo de ser achado pelos cachorros e pelos capitães do mato impedia que os dois velhos se arriscassem, porém nas grutas da cachoeira os cães perdiam o faro e estávamos protegidos. Chegamos até a fazer amizades com quem ali vinha se banhar, até branco vinha conosco se aconselhar, ou procurar remédio para suas doenças com as ervas que conhecíamos ou mesmo para uma boa conversa.
Eu tinha um caroço no pescoço que a cada dia crescia mais, mal eu conseguia comer e aos poucos fui ficando fraco até que não mais levantei das folhas que me serviam de cama, lembro que falei para meu amigo Guiné, "vai meu velho você não tem mais nada a perder, procure nosso povo e viva com eles até nos encontrarmos novamente". E numa noite fria, vi do alto meu corpo deitado nas folhas e uma luz muito forte pôs fim as minhas dores.
Hoje sob a Cachoeira de minha mãe Oxum ainda dou os meus conselhos e minhas mirongas, usando como instrumento meu filho...... SALVE MINHA MÃE OXUM... SALVE MEU PAI OXALÁ.... SALVE AS ALMAS..... Orlando Garcia (Sacerdote da Tenda de Umbanda Pai Cipriano das Almas)
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(Glauco Mariani)
O dia 13 de maio na Umbanda é dedicado aos Pretos-Velhos
“data em que foi assinada a Lei Áurea” (libertação dos
escravos). Entidades de luz que são muito conhecidas e
procuradas nos inúmeros terreiros existentes no Brasil. Esses
espíritos que hoje voltam nessa “roupagem espiritual”, assim o
fazem pela evolução e nobreza de espírito que atingiram através
dos séculos e receberam esse grau de Pretos-Velhos.
Infelizmente o período que estes espíritos viveram na matéria
(encarnados), foi de muito sofrimento conhecido como época da
escravidão, onde seres humanos eram tratados como
mercadorias e vendidos dessa forma, até mesmo tinham um
valor diferenciado, por exemplo, escravos mais velhos tinham
um valor de venda inferior em relação aos escravos mais jovens
e mais fortes.
Nessa época navios de vários países entravam no continente
africano e arrancavam a força de suas tribos os povos, a fim de
trazê-los a outros países, inclusive o Brasil para trabalhos
forçados. Homens, mulheres e crianças. O transporte era feito
da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros.
Amontoados e em condições desumanas, muitos morriam antes
de chegar e seus corpos eram jogados ao mar. As mulheres
também foram escravizadas, porém os senhores de engenho
utilizavam esta mão de obra, mais para trabalhos domésticos
(cozinheiras, arrumadeiras e amas de leite).
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro, os escravos
eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam de sol a sol
e recebiam como vestimentas apenas trapos e uma alimentação
de péssima qualidade. Dormiam em locais conhecidos como
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“senzalas” (espécies de galpões escuros, úmidos e sem
higiene), passavam a noite acorrentados e deitados em esteiras
de palha e muitas vezes no chão.
Muitos filhos de fé já escutaram relatos de Pretos-Velhos a
respeito dessa época e devido a sua nobreza de espirito, os
relatos não contém ódio nem mágoa por parte dessas
entidades.
Os nossos amados Pretos-Velhos são exímios conhecedores de
ervas, banhos, rezas que muito nos ajudam em nosso equilíbrio
espiritual.
Na época da escravidão, eram proibidos de praticar sua religião
de origem africana, realizar festas e rituais. Eram obrigados
pelos senhores de engenho a seguir a religião católica, bem
como adotar a língua portuguesa na comunicação. Porém
mesmo proibidos, realizavam escondidos seus rituais, festas,
representações artísticas, dessa forma evitando que sua cultura
fosse esquecida.
Antes de embarcarem nos navios negreiros, os escravos eram
obrigados a dar nove voltas em uma árvore que tinha na África,
conhecida como árvore do esquecimento, para que suas raízes
e crenças fossem esquecidas, mas não adiantou!
Quem nunca chorou ao conversar ou abraçar um Preto-Velho?
Que já sentiu a própria mágoa transformar-se em amor?
Essas são perguntas que nos fazemos, pois essas entidades
representam a humildade, força de vontade, a resignação, a
sabedoria, o amor e a caridade.
Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores. Usam branco
ou preto e branco, bem como a Guia de Lágrima de Nossa
Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem
dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de
encontrar na época.
Não se pode dizer que são todos Pretos-Velhos da escravidão.
Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas
vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos,
ricos, pobres, iluminados, etc. Mas, para ajudar aqueles que
necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra
na linha de Preto-Velho.
Entenda que: O espírito que evoluiu tem a capacidade de
assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de
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luz, a forma é apenas uma consequência do que eles têm a fazer
na Terra.
Oração aos Pretos Velhos
Preto Velho
Carreteiro de Oxalá
Bastão bendito de Zâmbi
Mensageiro de Obatalá
Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e peço Agô.
Que tuas guias sejam o farol que norteia a minha vida,
Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus
atos,
Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade,
iluminem a minha mente e o meu coração,
Que o teu cajado me ampare em meus tropeços.
Ontem te curvastes aos senhores…
Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a
Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.
Maleme e paz sobre o meu lar e que a luz divina de Obatalá se
estenda pelo mundo,
E que o grito de todos os Orixás seja o sinal de vitória sobre
todas as demandas da minha vida.
Maleme as almas.
Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do
negrume da vingança.
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E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade.
(Jean de Ògún)
O Ajeun
O Ajeun é um repasto comunal realizado no fechamento da
kizomba em homenagem aos Inkises ou Orixás em suas datas
ou também nas “saídas de santo” nos candomblés e também
nas Umbandas Africanistas ou Umbanda cruzada com
“nação”. O Ajeun pode ser realizado com partes das
“obrigações de santo” (na maioria das vezes), mas também
pode ser realizado na forma de um jantar típico (com comidas
tradicionais) ou de maneira mais simples (uma feijoada),
quando o candomblé ou a umbanda africanista ou umbanda
cruzada com “nação” comemora algum tipo de evento social.
O Ajeun em que vão partes de uma “obrigação de santo” é
consumida pela comunidade do terreiro (sacerdotes, filhos
(as) e a comunidade de convidados e da própria assistência).
O formato de servir este Ajeun pode variar conforme a
ocasião, dependendo exclusivamente do olhar (administrativo)
do pai ou mãe de santo ou de seu responsável direto, logo
abaixo, dentro desta hierarquia, o pai ou mãe pequena ou
diretor (a), presidente responsável direto pelo terreiro. Pode
ser servido em uma sequência de esteiras que vão ao chão e
por cima se colocam as vasilhas ou panelas com os alimentos,
com banquinhos nas laterais das esteiras e ao qual vão
sentadas as filhas da casa mais velhas e que tem a famosa
“Mão de Pilão” e ajudaram no preparo destes alimentos.
Desta forma vão ser servidos em primeiro lugar obedecendo a
hierarquia do terreiro, o pai ou mãe de santo, depois o pai ou
mãe pequena, os filhos (as) mais antigos da casa, os mais
novos e por fim a comunidade. As filhas e filhos também
colaboram na hora da distribuição dos pratos já montados
pelas filhas mais antigas que estão servindo este Ajeun. Esta
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forma de servir o Ajeun é a mais tradicional e muito bonita de
se ver, onde o que impera é a tradição, mas também o que
prevalece é a decisão do pai, mãe ou outro dirigente
responsável que tem que organizar o tempo disponível no
terreiro dedicado aos Inkises/Orixás. Para realizar a kizomba
ou a festa/gira em homenagem aos Inkises/Orixás, o terreiro
começa alguns dias antes, quando tem início a decoração do
salão de festas e também a própria “obrigação” será realizada
antes. Por isto, dependendo da ocasião (influi uma porção de
fatores externos), o Ajeun pode ser também ser servido em
mesas e cadeiras destinada para este fim, ou montado em uma
mesa grande tipo (buffet), onde a assistência se serve ou é
servido (as) pelos filhos (as) ou também os pratos podem vir
montados diretos da cozinha de santo ou rifula e servidos
diretamente aos convidados e assistência pelos filhos (as). Só
obedece a hierarquia quando é feito na esteira
(obrigatoriamente, como manda a tradição), nas outras
prevalece a vontade do pai ou mãe, ou pai ou mãe pequena ou
também diretores ou presidentes responsáveis. Também
prevalece a vontade do dirigente do terreiro, quando é
realizado o Ajeun na esteira (de forma tradicional), pois pode
acontecer uma mudança na hora de montar ou de servir, mas
então qualquer mudança vai tirar a característica do
tradicional. Então, fica aqui um apelo, para que se possível,
seja realizado o Ajeun na forma tradicional sem mudanças (se
possível…), pois é pela tradição que tem de ser preservada,
que fazemos este apelo, mas também entendemos uma porção
de motivos para que seja feita a mudança de última hora
pelos responsáveis.
contatos: [email protected]
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(Hugo Lapa)
Se você perdeu oportunidades, isso não significa que você seja um perdedor. Se você se sentiu oprimido e desistiu de algo, isso não significa que você seja um fraco. Se você está se sentindo cansado, isso não significa que você seja preguiçoso. Se você se irrita de vez em quando, isso não significa que você seja nervoso e descontrolado. Se você não conseguiu realizar o que gostaria, isso não significa que você seja um fracasso. Se você se enganou, se deixou levar ou manipular, isso não significa que você seja sugestionável. Não se julgue, não se defina, não permita que outros ou você mesmo se rotule. O rótulo autoimposto é um fracasso maior do que o fracasso. Aqueles que acreditam nos rótulos acabam por experimenta-los em si mesmos e no mundo. De tanto acreditar tomamos medidas, até inconscientes, de concretizar esse mecanismo psíquico. As pessoas sempre são muito mais do um breve momento; A vida é sempre mais vasta do um período de tempo ou uma época. Há sempre infinitas possibilidades de se fazer, refazer, aprender , recomeçar e viver. Definir é dar fim, é limitar, é restringir, é demarcar algo que, em essência, não aceita divisões. Para que estabelecer fronteiras se a vida sempre segue seu curso? Hoje estamos enfraquecidos, mas amanhã soerguemos nossa alma. Sofremos até aprendermos a não mais sofrer; Caímos até aprender a não mais cair; Perdemos até aprender que nada se perde, tudo se transforma. Não transforme uma situação de momento numa realidade perene.
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Não confunda uma ação com o ser que você é. Ações são apenas um pequeno sinal o nosso estado de espírito num dado instante. Mas o nosso ser essencial não aceita qualquer limite, Nossa essência é infinita, eterna e incognoscível.
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Galerinha vagas abertas para novos colaboradores e apresentadores para fazer parte da nossa equipe seja você mais um guerreiro desse Portal, contate via e-mail : [email protected] ou via face gratidão
Maria Aparecida C Linares
13 de Maio => Feliz Aniversário
FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE "ABC"
Neste dia 13 de maio de 2015, a FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC
completa 43 anos de atividades. São 15.965 dias de trabalhos em prol da comunidade
umbandista. Um trabalho prazeroso e dignificante, porém árduo e contínuo.
A frente desse trabalho como um maestro emocionado, Pai Ronaldo Linares empunhou
"sua batuta" orientando o trabalho dos funcionários, bem como o daqueles que junto
dele, e de forma altruísta, transformaram a FUG."ABC" na instituição de referência
que é hoje, quando chegamos a 2.315 Templos de Umbanda devidamente registrados
em cartório.
Em 1.972 a situação da Umbanda e do umbandista no Brasil era muito diferente da
que encontramos hoje que, apesar das ocorrências em casos isolados, (muito mais por
uma minoria religiosa do que pela sociedade), de forma geral a religião e seus
praticantes tem sido muito melhor aceitos e respeitados. Os encontros inter-religiosos
têm sido preponderantes para a aproximação dos diversos credos. Excetuando-se uns
poucos grupos religiosos que não conseguem se livrar de preconceitos religiosos
praticando atos vergonhosos (não só com as religiões de matrizes africanas, mas,
principalmente com elas), vários eventos tem sido realizados com a presença de líderes
religiosos diversos com total e excelente integração. Em seu discurso de posse Papa
Francisco mencionou a importância dos diálogos inter-religiosos. Mas, em 1.972, puxa
vida, era muito diferente. Pai Ronaldo, assim como outros umbandistas, enfrentaram
inúmeras dificuldades e preconceitos.
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Ainda em 1972 a conferência das Nações Unidas reuniu-se na Suécia com o objetivo de
conscientizar a sociedade a melhorar sua relação com o meio ambiente visando atender
as necessidades da população atual sem comprometer as gerações futuras. Era a
primeira atitude mundial com essa finalidade, pois até então acreditava-se que o meio
ambiente era uma fonte inesgotável. Chamou-se Conferêcia de Estocolmo. Em 13 de
maio do mesmo ano, em sua criação, a F.U.G.A’BC’ já tinha como missão:
O desenvolvimento da solidariedade;
A preservação dos valores morais da nacionalidade;
A difusão de ideias que possam induzir a cooperação e a consolidar a
paz;
A melhora da comunidade pela condução exemplar de cada um na sua
vida pública e privada;
A Assistência Social pelos meios a seu alcance e os que puder motivar;
A preservação ambiental e
O civismo.
Em 2007 a Revista Espaço Acadêmico – Nº 73 – junho/2007 traz um artigo de Antonio
Ozaí da Silva sobre o filme ‘O pagador de promessas’ de 1962 (baseado na peça de Dias
Gomes) e intitulado: “PRECONCEITO E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM O
PAGADOR DE PROMESSAS”.
“(…) Se considerarmos a sua sociedade enquanto uma realidade contraditória e em movimento, é possível rompermos com o determinismo de cunho político e economicista. Se a sociedade modela o indivíduo e determina os limites da sua ação, este, por ser agente histórico e ativo, também pode influir sobre os rumos da sociedade. Assim, a intolerância e o preconceito não são fixos e naturais, mas algo que interage com os diferentes contextos sociais. Diferentes épocas podem dificultar ou favorecer sua manifestação. E, mesmo em tempos sombrios, sempre há indivíduos cujas posturas contribuem para o questionamento e superação da intolerância, ainda que sejam minoritários e talvez não se façam ouvir. A peça de Dias Gomes é uma contribuição fundamental para que possamos pensar as relações entre as diversas religiões e a necessidade de desenvolvermos meios e comportamentos que favoreçam a tolerância religiosa. Pois, mesmo hoje os novos cruzados semeiam os ventos da intolerância. Os tempos são outros, mas o acirramento da competição no mercado de salvação das almas termina por reproduzir as pequenas e grandes inquisições que opõem o bem ao mal. A demonização da religião considerada como concorrente ainda é um recurso muito utilizado. Na sociedade em tempos de globalização parece acirrar-se a intolerância religiosa. No tempo presente, apesar de toda a sua evolução social e tecnológica, persistem o preconceito e a intolerância expressados na obra dos anos 1960. São renitentes e revitalizados não apenas por setores da Igreja Católica, mas também por outros grupos religiosos vinculados ao neopentecostalismo. Como ressalta Prandi: “O neopentecostalismo leva ao pé da letra a idéia de que o diabo está entre nós, incitando seus seguidores a divisá-lo nos transes rituais dos terreiros de candomblé e umbanda. Pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, em cerimônias fartamente vinculadas pela televisão, submetem desertores da umbanda e do candomblé, em estado de transe, a rituais de exorcismo, que têm por fim humilhar e escorraçar as entidades espirituais afro-brasileiras incorporadas, que eles consideram manifestações do demônio” (PRANDI, 2004: 229). Esses e outros contendores fazem o papel que a polícia cumpriu em relação aos cultos afros e “fazem da perseguição às crenças afro-brasileiras um ato de fé, o que se pode testemunhar tanto no recinto fechado dos templos como no ilimitado e público espaço da televisão e do rádio” (id.). Antes, o braço do Estado fazia o papel de guardião das “boas” religiões, em especial o catolicismo. Agora são, predominantemente, os novos cruzados, através de poderosos meios de comunicação, que cumprem este papel. Expressa uma intolerância
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ainda mais intensa, pois nasce e se alimenta na própria sociedade e se pretende cumprir a função purificadora do bem contra o mal. Com efeito, a demonização do outro é um recurso importante não apenas para ganhar adeptos, mas também para purgar culpas. Se a arte expressa a realidade, ela permanece atual.”
O tempo foi passando e muito se conquistou em relação a respeito para nossa religião.
Atualmente o Santuário Nacional da Umbanda é procurado por alunos das mais diversas
áreas acadêmicas para trabalhos de conclusão de cursos, para teses de pós, mestrado ou
doutorado. Os temas são diversos mas o fim é o mesmo: levar ao público leigo a filosofia da
religião para a desmistificação de seus rituais. Não sabemos ainda se algum dia estaremos
totalmente livre de preconceitos, já que, como o autor do artigo menciona: “a intolerância e o preconceito não são fixos e naturais, mas algo que interage com os diferentes contextos sociais. Diferentes épocas podem dificultar ou favorecer sua manifestação”, mas sabemos
que sua intensidade sempre tenderá a diminuir.
Um dos orgulhos da FUG."ABC" é a Casa de Pai Benedito de Aruanda – Templo-sede
da Federação Umbandista do Grande "ABC". Inaugurada também na década de 70, foi um
acontecimento na cidade o assentamento da pedra fundamental coroada com uma enorme
queima de fogos numa ensolarada manhã de domingo.
A FUG."ABC" é a mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA e
responsável pela sua transformação. Pai
Ronaldo orgulha-se de dizer que não recebe
nenhuma ajuda financeira municipal, estadual
ou da União. Sempre que tem oportunidade
exalta a participação da família umbandista
nesse processo, sendo os usuários (através da
portaria e da locação das áreas) e os filiados
(através das mensalidades) responsáveis pelo
progresso e benfeitorias no local.
Desde sua inauguração Pai Ronaldo nunca
deixou de melhorar a infraestrutura para
que os usuários tivessem um local
adequado para seus trabalhos e práticas
espirituais.
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A data de fundação da Federação não foi apenas uma coincidência, mas escolhida por
ser um dia de alegria e de muita comemoração, pois, 13 de maio é o dia dos PRETOS
VELHOS, entidades sábias, experientes e benfazejas. Sempre têm a palavra certa para
nos confortar e nos enchem de forças com seus olhares puros e quando seguram nossas
mãos com as suas tão calejadas, nos deixam confiantes e com boas vibrações.
A história da FUG."ABC" começou há 43 anos e, a pelo menos há 36 faço parte dessa
família, portanto se eu tivesse que escolher uma música que traduzisse essa trajetória
eu escolheria A GUERRA DOS MENINOS (de Roberto Carlos), pois é a tradução da
luta daqueles que vivem para o bem, que se entregam, que doam suas almas, seus
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braços e suas vozes para que todos caminhem para um mesmo fim: o amor de Oxalá,
incondicional, sem cobranças e sem distinção.
Vejam a letra e digam se não concordam comigo!
Hoje eu tive um sonho que foi o mais bonito Que eu sonhei em toda a minha vida
Sonhei que todo mundo vivia preocupado Tentando encontrar uma saída
Quando em minha porta alguém tocou Sem que ela se abrisse ele entrou
E era algo tão divino, luz em forma de menino Que uma canção me ensinou
Tinha na inocência a sabedoria Da simplicidade e me dizia
Que tudo é mais forte quando todos cantam A mesma canção e que eu devia
Ensinar a todos por ali E quantos mais houvessem para ouvir
E a fé em cada coração, na força daquela canção Seria ouvida lá no céu por Deus
E saí cantando meu pequeno hino Quando vi que alguém também cantava
Vi minha esperança na voz de um menino Que sorrindo me acompanhava
Outros que brincavam mais além Deixavam de brincar pra vir também
E cada vez crescia mais aquele batalhão de paz Onde já marchavam mais de cem
De todos os lugares vinham aos milhares E em pouco tempo eram milhões Invadindo ruas, campos e cidades Espalhando amor aos corações Em resposta o céu se iluminou
Uma luz imensa apareceu Tocaram fortes os sinos, os sons eram divinos
A paz tão esperada aconteceu Inimigos se abraçaram e juntos festejaram
O bem maior, a paz, o amor e Deus
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