Mestrado Profissional em Ecologia e Biomonitoramento
Impacto do plano de aproveitamento energético de
uma bacia Amazônica sobre a população de dourada (Brachyplatystoma rousseauxii).
Fonte: ProVárzea
Equipe 2: Adelina Silva, Ana Celly, Delfin Vilam, Denilson Oliveira, Leib Carteado, Michele Amurim e Simone
Campos.
Ecologia de Indivíduos e Populações e Ecologia de Comunidades
Problema 2
• A dourada é um grande bagre da ordem Siluriformes, família Pimelodidae (Ferreira, 2007);
• Possui como principais características morfológicas:
cabeça prateada e achatada, corpo dourado e presença de barbilhões maxilares curtos (Magalhães,
2003); • Habita os canais dos principais rios da bacia
amazônica e ocasionalmente entra na várzea durante a noite para se alimentar, retornando ao nascer do dia às águas fundas e escuras do canal (Batista, 2001). Vive cerca de 8,5 anos (
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Problema 2
• Sua estratégia de vida a coloca no grupo de estratégia em equilíbrio (k-estrategistas) por apresentar altos valores de tamanho e idade média de maturação gonadal, taxa de crescimento baixa, alta sobrevivência de adultos e mortalidade natural baixa;
• Também podem ser vistos como R-estrategistas, pois sua época de reprodução é cíclica, dura de dois a três meses durante a cheia de cada ano, sua fecundidade é alta e seus ovos pequenos e sem proteção parental, os ambientes utilizados pela espécie variam sazonalmente e seus mecanismos de dispersão e migração são amplos.
(Ferreira, 2007)
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Problema 2
Ciclo de vida A dourada é um peixe migrador que parece se desenvolver em três regiões diferentes:
1. As cabeceiras – locais de reprodução;
2. O estuário – área de criação; e 3. O médio Amazonas para alimentação e crescimento.
(Magalhães, 2003).
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Problema 2
Esse grande bagre percorre de 4.000 a 5.500Km durante a migração, do estuário até as áreas de desova (Peru), a fim de completar o seu ciclo de vida.
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Problema 2
Após a desova, nas cabeceiras dos rios, os ovos e larvas são carreados passivamente pelas correntes do rio, de volta às regiões de criadouro, próximas a foz do Amazonas, onde o ciclo recomeça. Nessa fase pré-adulta os indivíduos vivem no estuário – área de alimentação e crescimento.
(Barthem & Goulding, 1997)
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Problema 2
No estuário, as águas ricas em nutrientes do Amazonas encontram as águas oceânicas transparentes, que permitem a penetração de luz necessária para a intensa produção de fitoplancton, o que torna esta área um ecótono de alta produção primária e grande densidade de invertebrados e outros organismos, que servem de alimentação a esses peixes.
(Batista, 2001)
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Problema 2
Depois da fase pré-adulta, ainda jovens, os indivíduos se dispersam por um a dois anos nos canais dos grandes rios da Amazônia Central para se alimentar e crescer.
(Barthem & Goulding, 1997)
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Problema 2
A dourada que viveu na Amazônia Central durante pelo menos um ano, forma cardumes e se move rio acima procurando as cabeceiras, onde desova. Essa migração dura de 5 a 6 meses.
(Barthem & Goulding, 1997)
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Problema 2
Durante a migração, alimentam-se vorazmente dos caraciformes (peixes de escama), aproveitando a fartura das áreas de várzea.
Por essa razão, os grandes lagos de várzea, como o Arari, o Coari e o Tefé, no eixo Solimões-Amazonas, são detentores de uma alta proporção de jovens de dourada, que são capturados pelos pescadores de Mapará entre os meses de maio e junho.
(ProVárzea, 2005)
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Problema 2
Controvérsia:
•A migração para a desova ocorreria quando o nível do rio começa a subir.
(Barthem & Goulding, 1997).
•A partir do conhecimento tradicional, se afirma que, na região do Solimões, a variação no nível da água seria responsável pela migração dessas espécies na época da seca do rio.
(ProVárzea, 2005)
•Na Amazônia peruana, o período de reprodução ocorre entre maio e novembro, com maior intensidade em agosto e setembro, coincidindo com a descida do nível das águas.
(Vásquez et al, 2005)
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Problema 2
Controvérsia:
A reprodução ocorreu num período +ou- estável (1995 a 1999), começando em maio e terminando entre novembo-dezembro - picos de atividade sexual em agosto.
A maior atividade reprodutiva coincidiu com o descenso do nível das águas, incluindo o nível mínimo do rio, estratégia inversa a da maioria das espécies amazônicas, que se reproduzem a parti do aumento do nível das águas.
(Vásquez et al, 2005)
(Vásquez et al, 2005)Tamanho médio na maturidade sexual:Fêmeas: 105,6 a 114,6 cm eMachos: 94,6 a 100,9 cm
Esperança de vida: 8,5 anosPrimeira maturidade sexual: 2 anos
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(Vásquez et al, 2005)
(ProVárzea, 2005)
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Problema 2
Controvérsia: Estratégia da dourada:
• espécie predadora, para garantir maior disponibilidade de alimento - as pesas se concentram no canal principal do rio nas secas, ficando mais vulneráveis.
• assegurar que as larvas não se dispersem lateralmente nas planícies de inundación, ficando no curso principal do rio, teiam mais posibilidades de chegar até a desembocadura do Amazonas.
(Vásquez et al, 2005)
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Problema 2
Regime hídrico da Bacia Amazônica:
Cortada pelo círculo do equador em sua porção extremo-norte, a Bacia Amazônica sofre a influência do regime fluvial dos dois Hemisférios, sendo, por isso conhecido como regime fluvial de duas cheias, com contribuintes dos hemisférios Norte e Sul, coincidindo a cheia de um hemisfério com a vazante do outro.O regime dos rios da Bacia Amazônica está condicionado ao regime pluvial, embora o Amazonas e seus formadores extremo-ocidentais recebam alimentação, pequena e regular, de água proveniente do derretimento primaveril das neves andinas.A subida das águas na Bacia do rio Negro tem início em abril e maio.
(Bringel, 2005; ANEEL, s/data)
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Problema 2
Durante a migração para a desova, o grupo de douradas que saiu do estuário vai diminuindo gradativamente:
•Até Santarém - indivíduos entram nos rios Xingu e Tapajós;
•Até Manaus - indivíduos entram no rio Madeira;
•Até os Andes - indivíduos entram no rio Japurá-Caquetá, Içá-Putumayo, Purus e Juruá.
•Até Tabatinga (Alto Solimões ) – pouquíssimos indivíduos chegam.
(Batista, 2005; ProVázea, 2005)
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Boa parcela do grupo de douradas retorna para o rio onde nasceu. (Batista, 2006)
Não há diferenciação genética significativa entre indivíduos estudados na bacia do Rio Branco, em Belém, Tabatinga e no rio Madeira, indicando que a dourada possa compor uma única população panmítica* distribuída nos grandes s/Solimões, incluindo a Bacia do Rio Branco.
Ferreira (2005)
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_CbnhvNrsvVg/S78yG19iprI/AAAAAAAAAIM/IWCBlw46AXs/s400/Mapa_Brasil_na_AS-Politico.gif
* População cujos cruzamentos são ao acaso, sem restrição, desde que entre indivíduos da mesma espécie.
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Estudos genéticos com indivíduos coletados no rio Branco e rio Anauá indicam que não há diferenciação genética significativa e existe grande fluxo gênico entre as localidades.
Ferreira (2005)
Como nas distribuições por idade das seis regiones estudadas (Estuario, Santarém, Manaus, Tefé, Leticia e Iquitos) predominou indivíduos de 2 anos em todo o sistema, estando as idades menores e maiores nos pontos extremos do sistema (Estuario e Iquitos), é possível inferir que a pesca da dourada ao longo do eixo principal do Amazonas está atuando sobre um único estoque pesqueiro.
(Alonso & Fabré, 2005)
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O padrão sugere uma migração preferencial parcial pelos tributários (cores diferentes indicam a variabilidade genética para a população de dourada).
Batista et al, 2005
Distribuição dos indivíduos e variabilidade genética da população de dourada ao longo da calha dos rios Solimões-Amazonas e seus afluentes Madeira, Purus, Juruá, Içá e Japurá:
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Problema 2
Número de indivíduos diferentes entre si:
Batista et al, 2005
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Análises genético-populacionais para a espécie sugerem que há uma única população com grande padrão de migração, ao longo de toda a calha e tributários do rio Amazonas.
Indivíduos amostrados nos tributários e na calha não comportam populações geneticamente diferentes.
Afluentes são verdadeiros berçários para a dourada, por serem os locais de desova e também por contribuírem com uma boa parcela da diversidade genética para todo o grupo, a ser formado na calha, que migra rumo ao estuário amazônico.
Os tributários contribuem para a manutenção de todo o sistema dinâmico de migração. Dessa forma, as medidas de manejo aplicadas no Alto Solimões e seus afluentes afetarão o sistema como um todo, uma vez que estamos lidando com um único estoque de grandes bagres.
(ProVázea, 2005)
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Problema 2
Portaria nº 48, de 5/11/2007
•Estabelece normas de pesca para o período de proteção à reprodução natural dos peixes, na bacia hidrográfica do rio Amazonas, nos rios da Ilha do Marajó, e na bacia hidrográfica de outros rios da região.
•Em cinco Estados da Bacia Amazônica (AC, AM, RO, AP e PA) o defeso é no período de 15 de novembro a 15 de março, exceto nos Estados de RR e MT (01/03 a 30/06 e 05/11 a 29/02, respectivamente).
•Nada sobe proibições relacionada à proteção da dourada está incluído dentre as medidas previstas para o defeso nos Estados Mato Grosso, Amapá, Roraima e região da Ilha do Marajó.
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Problema 2Proibições específicas da Portaria 48/2007 divididas e organizadas por Estado da Bacia Amazônica;
•Proíbe a pesca num raio de 1.500m, nas confluências dos sistemas de alguns rios e corpos d’água localizados nas bacias do rio Purus, Solimões, Juruá, Madeira, Negro, Japurá e Amazonas;
•Várias espécies são citadas como protegidas (proibida a captura, transporte, comercialização, armazenamento e beneficiamento) no período nos rios dos vários Estados da bacia. A dourada está citada dentre as espécies protegidas no Estado do Acre e Rondônia, apenas;
•Proíbe a pesca da dourada nas bacias dos rios Guaporé e Mamoré;
•Proíbe a pesca da dourada com tamanho inferior a 65 cm, medido sem cabeça, na bacia do rio Madeira.
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Análise da investigação realizada
Planejamento da investigação:
•Não levou em conta a biologia e ecologia da espécies investigada;
•Não há citação de referências da base teórica consultada.
•Procura responder se a espécie/população utiliza áreas da bacia (afluentes e rio principal) para responder sobre o impacto da construção futura de barragens.
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Delineamento amostral:
•Delimitação do universo de interesse – desconsiderada a biologia e ecologia da espécie, sua área de vida e as diversas variáveis que afetam a distribuição e abundância ao longo dos rios da bacia;
•Escala espacial - a investigação buscava responder uma pergunta sobre a distribuição e abundância da dourada na área da bacia amazônica estudada, no entanto, alocou unidades amostrais em pontos nos quais estava prevista a construção de barragens;
•Independência das amostras - há pseudo-repetições espaciais e temporais – 1, 2 ou 3 unidades amostrais em afluentes e somatório de coletas na cheia e na seca (unidades amostrais dependentes entre si);
(Magnusson & Mourão, 2003; Alcântara Filho, s/data)
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• Escala temporal:as douradas ocupam os afluentes nos períodos de migração, para reprodução nas cabeceiras. Para investigar se o afluente é utilizado, a coleta poderia ser nas cabeceiras e ao longo dos meses de reprodução;
a migração ocorre de acordo com os ciclos de cheia e seca sazonais e dura de 5 a 6 meses, enquanto as coletas ocorreram durante apenas 5 dias na seca e 5 na cheia, ou seja, metade do esforço de coleta se deu em época inapropriada, quando estaria ocorrendo migração (reprodução) e as coletas durante o período de reprodução foram insuficientes.
utiliza informações sobre épocas de cheia/seca da literatura (não citada), mas define a época das coletas através de dados de precipitação pluviométrica do ano do estudo, desconsiderando variações cíclicas do regime hídrico da bacia. A coleta de novembro não ocorreu na época de maior cheia, nem a de junho na maior seca.
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•A definição das unidades amostrais não considera que:
a população da dourada se distribui e se desloca na bacia com indivíduos agrupados por faixa etária. Embora indivíduos com 2 anos predominem em todo o sistema, as idades menores e maiores nos pontos extremos do sistema;
o uso da área de vida pela população de douradas e o período da migração para reprodução da espécie.
(Vázquez et al, 2005)
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Problema 2
Problemas na análise dos dados:
• O mapa aponta apenas 24 unidades amostrais ao invés dos 25 amostados;
•Não foram apresentados dados brutos obtidos nas coletas, somente histogramas e box plot.
Conclusão da investigação:
• A espécie é rara nos tributários nas duas épocas amostradas, com grandes diferenças nas abundâncias entre tributários e rio principal.
• Possivelmente a espécie não utiliza os tributários nesta bacia e, assim, seu barramento teria pouco impacto sobre as populações de Brachyplatystoma rousseauxii e sobre a indústria pesqueira.
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Problema 2
Corroboraria a conclusão da investigação:
• Estudo anterior num rio na mesma bacia que teve seus tributários represados, concluiu que a abundância de adultos da espécie no rio principal não apresentou diferenças significativas entre o ano anterior e posterior ao barramento.
• Diferenças foram detectadas entre populações de jovens, porém, possivelmente o estoque de peixes não seria afetado pelo barramento, devido à manutenção de adultos reprodutivos.
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Problema 2
Conclusão após análise do estudo realizado:
Dados sobre a biologia da espécie e a dinâmica da população indicam, ao contrário do que concluiu a investigação realizada, a construção de barragens nos principais tributários do rio principal RR para aproveitamento energético, é uma ameaça à conservação da espécie Brachyplatystoma rousseauxii e, consequentemente, resultará em impactos sobre uso econômico da dourada como recurso pesqueiro.
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Problema 2
Fundamentação:
• Ao contrário do que afirma o autor da investigação, a literatura indica que as cabeceiras dos rios tributários são utilizadas como local de desova para a espécie. Ou seja, indivíduos utilizam os tributários no período reprodutivo e, portanto, estes compõem a área de vida da população.
• Populações têm distribuição contínua no espaço e são sistemas cuja dinâmica se expressa em grandes escalas temporais e espaciais, o que não foi considerado na investigação.
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Problema 2
Fundamentação:
• A construção de barragens causa a fragmentação do habitat da dourada, pela interposição de barreiras físicas ao fluxo migratório.
• Essa fragmentação pode ter um alto impacto na população, uma vez que os tributários recebem indivíduos de uma mesma população, embora estes pertençam a diferentes variantes genéticas (haplótipos).
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Problema 2
Fundamentação:
• A construção de barragens afeta a estrutura populacional e dinâmica espacial da população, decorrentes das seguintes interferências:– Prejuízos à interações sociais– Alteração de habitat– Alterações no ciclo de vida e área de vida– Estrutura etária– Taxa de reprodução
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Problema 2
Fundamentação:
• As populações apresentam um comportamento dinâmico, continuamente mudando no tempo por causa dos nascimentos, mortes e movimentos dos indivíduos.
Ricklefs (2003)
• Alterações na dinâmica reprodutiva que afetem taxas de natalidade atuam sobre duas propriedades básicas da população: autoperpetuação e autoregulação.
• A estrutura populacional se refere à densidade e à distribuição de indivíduos no habitat adequado e as proporções de indivíduos em cada classe etária.
Ricklefs (2003)
Ricklefs (2003)
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Problema 2
Fundamentação:
• A estrutura etária da população influencia fundamentalmente a dinâmica populacional.
• Um evento que afete a reprodução num determinado período se reflete na dinâmica temporal da população por período mais longo nos anos subsequentes.
• Eventos que afetem o sucesso reprodutivo da população e façam decrescer a taxa de natalidade diminuem o multiplicador de crescimento da população, alterando o modelo mudando o ponto de inflexão da curva de crescimento.
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Problema 2
Fundamentação:
• A população da dourada pode assumir um padrão de distribuição agregado na migração (nos tributários) e randômico nas áreas de criação (estuário) e alimentação (rio principal), variando a distribuição e abundância no espaço e no tempo.
• A densidade (abundância) varia no espaço e no tempo e, no caso de interesse, está relacionada ao uso do habitat, tipo do habitat disponível e comportamento reprodutivo .
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Problema 2
Fundamentação:
• Interferências na dinâmica e na estrutura populacional contariam princípios do histórico de vida da espécie, alterando a modelagem e os limites de funcionamento da espécie, influenciando na curva de sobrevivência típica.
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Problema 2
Fundamentação:
Metapopulação?
• A escala espacial para estudos de metapopulação é fundamental. O estudo de um compartimento do sistema não revelará a dinâmica da população.
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Problema 2
Conclusões:
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Problema 2
A compreensão da dinâmica da populações deveria nortear as políticas de manejo e as intervenções em todo o sistema Solimões-Amazonas para conservação da espécie e uso como recurso pesqueiro.
O impacto de alterações na área de distribuição (áreas utilizadas pela população para desova, criação e alimentação) diferenciado nas parcelas da população.
Assim, se houver uma ação danosa sobre a área utilizada por adultos desovantes, os peixes não poderão gerar o número necessário de filhos para renovar a população a cada ano.
Medidas para conservação:
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Problema 2
• Criar medidas de conservação dos ambientes em que a dourada conclui seu ciclo reprodutivo, nos trechos altos dos rios da região mais ocidental da Amazônia e nos países que fazem limite com o Brasil (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) e nas áreas de criação da macrorregião do Estuário.
• Manejar a pesca, através de sistema de cotas de captura, nas macrorregiões Estuário, Santarém-Manaus e Tefé-Alto Solimões, restritas a períodos de tempo específicos para cada área.
• Manter a ligação entre as diferentes regiões da área de vida da população. Seria uma ameaça para essa espécie a construção de usinas hidrelétricas ao longo desse sistema.
(ProVázea, 2005)
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Escadas em barragens - armadilhas ecológicas para espécies tropicais:
•Dificultam o fluxo do peixe rio acima durante a migração;•Depois de subir, os peixes adultos e as larva não voltam mais, não completam o ciclo reprodutivo;•Somatório dos efeitos da dificuldade dos indivíduos em galgar a barragem por escadas e ultrapassá-la na volta, pela barreira que o lago representa.• Problema de seletividade, que é inerente às escadas, porque impossibilita a subida de parte das espécies.•Sobem as escadas e permanecem no lago, águas paradas, claras, bloqueiam as larvas tornando-as presas fáceis aos predadores.
Fonte: http://conexaoto.com.br/2008/02/13/escadas-para-peixes-sao-armadilha-ecologica-para-especies-tropicais
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•Hemisfério Norte - salmão faz apenas uma jornada, sobe o rio e desova. Nasce e cresce nos tributários e só desce o rio com 12 cm - DIFERENTE DA DOURADA.
•Para a conservação, as escadas são ineficazes;•Trazem prejuízos às populações;•Aumentam o risco de extinção de peixes;•A origem do problema é a ausência de estudos adaptativos. A técnica de escadas do hemisfério Norte foi transposta para a América do Sul sem se considerar o contexto.
Fonte: ProVárzea, 2005
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Problema 2Caso de Referência:
Condicionantes da Licença Prévia Nº 251/2007 IBAMAEmpreendedor: FURNAS Centrais Elétricas S.A.
Relativa aos aproveitamentos hidrelétricos de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, estado de Rondônia, município de Porto Velho, com potências instaladas de 3.150 MW e 3.300 MW, e áreas dos reservatórios de 271,3 km² e 258 km², respectivamente.
“2.5 Elaborar projeto executivo do Sistema de Transposição de Peixes, composto por dois canais semi-naturais laterais às usinas de forma a propiciar a subida das espécies-alvo e dificultar a subida de espécies segregadas nos diferente trechos do rio, reproduzindo da melhor forma os obstáculos naturais hoje existentes, considerando o local preferencial das espécies-alvo”
(IBAMA, 2007)