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Marilena Chau utiliza-se de aparatos histricos para construir o seu texto Neoliberalismo e Universidade trazendo a tona algumas reflexes a cerca do ensino pblico e privado com a introduo nessa poltica neoliberal no Brasil, em seus diversos nveis (fundamental, mdio e superior). J o pesquisador Marcus Tadeu Ribeiro em A Pesquisa e a Universidade, faz uma anlise sobre a questo da universidade e a pesquisa, como o prprio ttulo nos remete, levando em considerao algumas problemticas como, por exemplo, a relao de hegemonia presente no cenrio cientfico internacional. Ambos utilizam o aparato histrico para comprovar as justificativas sobre a educao no Brasil, evidenciando a realidade entristecedora pela falta de valorizao desse setor.

Para Chau, os processos estruturais da universidade podem ser comparados s relaes sociais brasileiras comprovando inmeras deficincias presentes em ambos os casos. Para Tadeu a pesquisa um acontecimento de conquistas sociais e culturais, marcado por antigas e atuais relaes de dependncias. O pesquisador Marcos Nobre, em seu artigo Apontamentos sobre a pesquisa em Direito no Brasil, foca na deficincia de atribuir a interdisciplinaridade do direito e as outras reas que compe as cincias humanas. E essa segregao acaba contribuindo negativamente nas reas de pesquisa em Direito que so muito mais pobres se comparada s outras, sendo isso por parte a dificuldade em separar a teoria, a prtica e o ensino jurdico no pas.

O que pode justificar o que ocorre nas pesquisas em direito, o isolamento em relao s demais. Por ser a primeira das cincias humanas a estar no ensino superior no pas, se obteve uma relao de mor em relao s demais, na qual as outras avanaram nas pesquisas e pelo ar de superioridade manteve-se no atraso, segundo o autor. Essa falta de conversao com as demais reas e a falta de separao entre a teoria e a prtica agrega uma dficit absurdo no campo da pesquisa, sendo a maioria dos cursos preparatrios para o mercado de trabalho e no para uma sequncia na vida acadmica.

O professor Paolo Nosella, em seu artigo tico e Pesquisa ele segue uma linearidade histria sobre a tica na pesquisa em diversos momentos, as mudanas e transformaes, os pensadores da poca at os tempos atuais. Defendendo a ideia que a partir de cada momento histrico o homem se prope a novos problemas, sendo assim a pesquisa para a soluo destes problemas que leva ao limite moral e tico de acordo com sua realidade.A importncia da tica diante a seu tempo, s possvel com levantamentos histricos para entender o que levou a concluso dos fatos, como por exemplo, a exploso das bombas de Hiroshima e Nagasaki e a explicao dos criadores que tinham agregado um valor totalmente diferente aquilo. De fato, independente de qual perodo da histria falarmos a tica e a pesquisa sempre estiveram ligados.

O professor e socilogo Boaventura de Sousa Santos, em Um Discurso sobre as cincias especula o perfil de uma nova ordem cientfica emergente, constitudo por algumas hipteses. Dentre essas hipteses, surgem os paradigmas emergentes que representam as novas caractersticas do conhecimento cientfico .

Dois dos paradigmas emergentes que podem chamar mais ateno so intitulados como: todo conhecimento local e total e todo conhecimento auto-conhecimento . O primeiro demonstra que apesar do conhecimento tentar alcanar sua totalidade universal, tambm representa o local, em temticas adotadas por certo grupo social concreto. Desta maneira, o conhecimento no segue um estilo nico e facilmente detectvel, j que configura inmeros mtodos, espaos e tempos.O segundo paradigma demonstra que todo conhecimento atual, tambm pode sofrer influncias humanas, baseadas nos valores do pesquisador frente a sua pesquisa. Ou seja, a cincia pode ser reconhecida como auto-biogrfica e, no paradigma emergente mais contemplativa do que ativa.


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