UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE (CCBS)
NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ – CAMPUS XIII
CURSO: GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Adrielly Viana
Bruna Rafaela
Jaylen França
Juliana Queiroz
Lorrane Duarte
Métodos de Esterilização e Controle de Qualidade
Tucuruí – PA2012
Adrielly Viana
Bruna Rafaela
Jaylen França
Juliana Queiroz
Lorrane Duarte
Métodos de Esterilização e Controle de Qualidade
Tucuruí - PA
2012
Trabalho apresentado como requisito de avaliação à disciplina de Centro Cirúrgico do 6° semestre, do curso de Graduação em Enfermagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................... 04
CAPÍTULO 1 – MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO............................... 05
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 05
2. ESTERILIZAÇÃO.................................................................................. 05
2.1. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO......................................................... 05
2.1.1. Métodos Físicos................................................................................... 05
2.1.1.1
.
Vapor Saturado sob Pressão (autoclavação)........................................ 05
2.1.1.2
.
Calor Seco (Estufas ou Fornos de Pasteur).......................................... 06
2.1.1.3
.
Radiação................................................................................................ 07
2.1.2. Metodos Químicos............................................................................... 07
2.1.2.1
.
Esterilização por Glutaraldeído a 2%.................................................... 07
2.1.2.2
.
Formaldeído Líquido.............................................................................. 08
2.1.2.3
.
Ácido Peracético.................................................................................... 09
2.1.3. Métodos Físico-Químicos................................................................... 09
2.1.3.1
.
Óxido de Etileno (ETO).......................................................................... 09
2.1.3.2
.
Plasma de Peróxido de Hidrogênio....................................................... 10
2.1.3.3
.
Esterilização com vapor de baixa temperatura e formaldeído gasoso (autoclave de formaldeído)....................................................................
10
CAPÍTULO 2 – CONTROLE DE QUALIDADE..................................... 11
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 11
2. MÉTODOS DE MONITORIZAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO................... 11
2.1. TESTES FÍSICOS.................................................................................. 11
2.1.1. Avaliador do Desempenho do Esterilizador...................................... 11
2.1.2. Qualificação Térmica (termopares).................................................... 11
2.1.3. Dosimetria de Radiação...................................................................... 11
2.2. TESTES QUÍMICOS.............................................................................. 12
2.2.1. Indicadores Químicos......................................................................... 12
2.3. TESTES BIOLÓGICOS......................................................................... 14
2.4. TESTE DE ESTERILIDADE DE CONTROLE BIOLÓGICO................. 14
2.5. AVALIAÇÃO DE ESTERILIZANTES QUÍMICOS.................................. 14
2.6. CONTROEL DE ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÕES IONIZANTES: GAMA E COBALTO 60.......................................................................... 14
2.7. MONITORIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO............ 15
2.8. PRAZO DE VALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO...................................... 15
2.9. VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO...................... 15
CAPÍTULO 3 – ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM NA CME............ 17
1. CONSIDERAÇÕES................................................................................ 17
CONCLUSÃO........................................................................................ 18
REFERÊNCIAS...................................................................................... 19
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, com o avanço tecnológico e o desenvolvimento de
técnicas e instrumentos cirúrgicos, surgiu a necessidade de um aprimoramento de
métodos que atendessem ao tratamento dos materiais, no que diz respeito à
limpeza, preparo, esterilização e armazenagem e, consequentemente, de pessoal
capacitado para o desenvolvimento de tais tarefas.
Este conjunto de procedimentos é realizado na Central de Material
Esterilizado (CME), uma unidade de apoio à assistência prestada a toda instituição
hospitalar, pois a instrumentalização do cuidado é assegurada por ela.
O presente trabalho abordará os métodos de esterilização, controle de
qualidade e o papel do enfermeiro na CME.
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CAPÍTULO 1 - MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O processamento dos artigos hospitalares é um conjunto de procedimentos
que envolve seleção, limpeza, desinfecção, esterilização, embalagem e distribuição
destes materiais.
2. ESTERILIZAÇÃO
É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana: bactérias,
fungos, vírus e esporos, mediante a aplicação de agentes físicos, químicos ou físico-
químicos. Considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de sobrevivência
dos microrganismos contaminantes é menor do que 1:1000.000 (BRASIL, 2000).
2.1.MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
A eleição do método de esterilização dependerá do tipo de artigo a ser
esterilizado. Estes métodos poderão ser físicos, químicos ou físico-químicos.
2.1.1. Métodos Físicos
De acordo com Brasil (2001), métodos físicos são aqueles que utilizam calor
em diferentes formas e alguns tipos de radição para esterilizar artigos. Nas Centrais
de Esterilização hospitalares o método mais utilizado e factível é a autoclavação por
vapor saturado sob pressão. O método de calor seco (estufa) tem entrado em
desuso pelas dificuldades operacionais e pelo avanço da tecnologia das autoclaves
a vapor.
2.1.1.1. Vapor Saturado sob Pressão (Autoclavação)
Segundo o mesmo autor, autoclaves a vapor são câmaras de aço inóx
equipadas com uma ou duas portas dotadas de válvula de segurança, manômetros
de pressão e um indicador de temperatura, geralmente localizado na linha de
drenagem da câmara. Para que haja esterilização é necessário que o vapor entre
em contato com todos os artigos colocados na câmara e isso só ocorre quando o ar
é removido adequadamente. As autoclaves podem ser divididas em:
Autoclave Gravitacional – esse processo é adequado para esterilização
de material desempacotado.
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Autoclave pré-vácuo – nesse sistema existe pouca chance de
permanência de ar residual, devido a isso, o processo é mais rápido e
eficiente. A bomba de sucção forma o vácuo num único pulso (alto vácuo)
ou através de seguidas injeções e retiradas rápidas de vapor em
temperatura ligeiramente inferior a do processo (pulsos de pressurização).
O sistema mais eficiente é o de pulsos de pressurização, pois existe
grande dificuldade em obter vácuo numúnico pulso.
Autoclave Ultra-rápida – equipamentos de pequeno porte programados
para operar sem o ciclo de secagem e com material desempacotado.
Deve ser utilizado preferencialmente para resolver problemas
emergenciais, como a contaminação acidental de instrumentos utilizados
em cirurgias em curso.
Este é o processo de eleição nas unidades hospitalares, indicado para os
artigos termorresistentes, destrói os microrganismos por coagulação das proteínas.
Este sistema eleva as temperaturas para que fiquem próprias para a esterilização
(121 °C a 135 °C). O vapor pode ser obtido em vários estados físicos, cada um com
um efeito na qualidade da esterilização.
O Vapor Saturado Seco contém somente água no estado gasoso agregando
tanta água quanto possível para sua temperatura e pressão. É a forma mais efetiva
de vapor para esterilização
O Vapor Saturado Úmido (condensado) é normalmente formado quando a
água da caldeira ou condensador dos tubos são carregados pelo vapor saturado ao
ser injetado na câmara do autoclave, resultando em um excesso de água que
poderá comprometer a secagem da carga em processo.
O Vapor Saturado Superaquecido é formado a partir do vapor saturado, o
qual é submetido a temperaturas mais elevadas. O vapor torna-se deficiente em
umidade e consequentemente, com maior dificuldade de penetração.
2.1.1.2. Calor Seco (Estufas ou Fornos de Pasteur)
São aparelhos elétricos equipados com resistência, termostato para
regulagem de temperatura, contactor, lâmpada piloto, termômetro e interruptor. O
calor é irradiado das paredes laterais e da base do equipamento. Este processo
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requer longo tempo de exposição para que se atinjam altas temperaturas nos artigos
e possa ocorrer a morte microbiana pelo processo de oxidação das células
(MARTINS, 2001).
Este processo só deverá ser utilizado para óleos e pós recomendação feita
por organismos internacionais de controle de infecções hospitalares.
2.1.1.3. Radiação
A radiação ionizante age como esterilizante por produzir modificações no
DNA das células, provocando lesões estruturais, o que acarreta alterações
funcionais graves por difusão de radicais livres no volume adjacente da célula
microbiana.
A forma mais utilizada é a radiação gama, cujo elemento mais utilizado é o
cobalto 60, que possui grande poder de penetração de materiais. É utilizado
principalmente em implantes.
O tempo de permanência de material frente à bomba de cobalto é calculado a
partir da distancia do material à fonte, das condições de atividade da fonte e da
natureza do material a esterilizar. O processo é monitorado por painel
eletromecânico que avalia os riscos, ou seja, os níveis de radiação no equipamento.
Cada lote de artigos é monitorado por dosímetros que controlam a quantidade de
radiação recebida.
2.1.2. Métodos Químicos
É a esterilização por imersão do artigo em produto químico do grupo dos
aldeídos eoutros, de eficácia comprovada. São utilizados para artigos que não
possam seresterilizados pelo calor. Os artigos devem estar limpos e secos, serem
imersos nasolução, dentro de recipiente plástico e tampado conforme orientação do
fabricantee aprovação do órgão oficial (BRASIL, 2000).
2.1.2.1. Esterilização por Glutaraldeído a 2%
O glutaraldeído é um dialdeído saturadocom potente ação biocida, seu
mecanismo de ação é em forma de atividade bactericida, viruscida, fungicida e
esporicida em tempo que varia de 8 a 10 horas de acordo com a orientação do
fabricante. Este produto é utilizado como esterilizante de materiais termossensíveis
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compatível com instrumentos com lentes (endoscópio), metal, borracha e plástico.
Não deve ser utilizado em superfícies por ser muito tóxico e de alto custo.
Pontos a observar:
Lavar rigorosamente o artigo e secar para evitar que a água altere a
concentração da solução;
Utilizar solução recém ativada;
Medir a concentração de glutaraldeído, com fita teste própria;
Utilizar a solução apenas se a concentração estiver a 2% ou mais;
Utilizar equipamento de proteção individual (EPI);
Imergir completamente o artigo na solução, mantendo o recipiente tampado;
Rotular o recipiente com a hora do início e término do processo;
Enxaguar abundantemente os artigos, após a esterilização, com água
destilada ou deionizada estéril. Evitar soro fisiológico, pois pode promover
depósito acelerando a corrosão do metal;
Utilizar o material imediatamente (não é recomendado o armazenamento).
Toxicidade: Quando o trabalhador de saúde processa os equipamentos e
artigos pode ocorrer exposição ao vapor de glutaraldeído, que pode causar irritação
dos olhos, nariz ou garganta. Este problema pode ser minimizado com ventilação
adequada, recipientes que contém a solução hermeticamente fechadase utilização
de EPIs. Devido ao risco de impregnação do glutaraldeído em alguns materiais,
principalmente plásticos e borrachas é fundamental o enxágue abundante dos
mesmos, para evitar iatrogenias, como bronquites e pneumonite química.
2.1.2.2. Formaldeído Líquido
Ainda de acordo com Brasil (2000), esse produto é apresentado em duas
formas básicas:
Aquosa a 10%: composta de tensoativos sequestrantes, antioxidantes,
dissolvidos em glicerina, que não libera vapores irritantes, mas conserva
as propriedades germicidas do formaldeído.
Alcoólica a 8%: composta de tensoativos sequestrantes, antioxidantes e
etanol a 70%.
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O formaldeído é bastante utilizado como esterilizante de dialisadores em 50%
dos Centros de Hemodiálise do mundo. Para evitar problemas de saúde para o
paciente hemodialisado, o material deve ser submetido à lavagem com soro
fisiológico e testado quanto à existência de formol, antes do uso.
2.1.2.3. Ácido Peracético
O Ácido peracético é um componente de uma equilibrada mistura entre ácido
acético, peróxido de hidrogênio e água. É bactericida, fungicida e esporicida através
da desnaturação de proteínas e alteração da parede celular. Sua ação
esporicidaocorre a baixas temperaturas, mesmo em presença de matéria orgânica.
Como desvantagem apresenta-se como um poderoso oxidante podendo causar
corrosão em cobre, bronze, aço e ferro galvanizado, esses efeitos podem ser
contornados através de aditivos e alterações de pH.
É utilizado como desinfectante de alto nível ou esterilizante de materiais
termossensíveis; como endoscópios. A inativação de microorganismos é
dependente do tempo, temperatura e concentração: microorganismos mais
sensíveis em 5 minutos a uma concentração de 100ppm e esporos em 30 minutos a
uma concentração de 1000ppm.
2.1.3. Métodos Físico-Químicos
De forma geral os métodos físico-químicos são processos realizados em
equipamentos especiais, que utilizam substâncias químicas esterilizantes e baixas
temperaturas. Conforme Brasil (2000), estes métodos são indicados para
esterilização de materiais termossensíveis e/ou sensíveis à umidade.
2.1.3.1. Óxido de Etileno (ETO)
É um gás inflamável e explosivo. Quando misturado com gás inerte é uma
das principais opções para esterilização de materiais termossensíveis, desde que
obedecidos alguns parâmetros relacionados com a concentração do gás,
temperatura, umidade e tempo de exposição.
O ETO tem boa penetração em embalagens e lúmens, podendo ser usado na
maioria dos artigos hospitalares. Entretanto, sua utilização é muito complexa, de alto
custo e toxicidadeexigindo uma estrutura física específica. A sua ação letal é
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atribuída a alquilação das cadeias protéicasmicrobianas, impedindo a multiplicação
celular.
2.1.3.2. Plasma de Peróxido de Hidrogênio
São esterilizadores que operam a baixa temperatura utilizando peróxido de
hidrogênio como substrato para formação de plasma, que é formado pela geração
de um campo eletromagnético (rádio freqüência).
Este processo é uma alternativa viável para submeter artigos sensíveis ao
calor e umidade. Os materiais compatíveis com o sistema incluem: alumínio, bronze,
acetato de vinil etílico (EVA), craton, látex, polietileno de baixa densidade, polietileno
de alto peso molecular, policarbonatos, poliolefinas, polipropileno, poliuretano,
cloreto de polivinila (PVC), silicone, aço inoxidável, teflon, vidro, borrachas, acrílico,
fibras ópticas, equipamentos e materiais elétricos e pneumáticos.
O equipamento deve ser monitorizado pelo menos uma vez por semana, toda
vez que sofrer manutenção e quando não for testado a esterilização de materiais.
2.1.3.3. Esterilização com vapor de baixa temperatura e formaldeído gasoso
(autoclave de formaldeído).
A esterilização é conseguida com formaldeído gasoso na presença de vapor
saturado. As fases do ciclo de esterilização: evacuação do ar, injeção, difusão,
remoção de ar, secagem.
É indicado para esterilização de materiais sensíveis ao calor, tais como
endoscópios rígidos, equipamentos elétricos, vários objetos fabricados com plásticos
sensíveis ao calor, entre outros. São aplicáveis os mesmos procedimentos de
embalagem para esterilização em autoclave a vapor d’água.
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CAPÍTULO 2 – CONTROLE DE QUALIDADE
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Brasil (2001), o Controle de qualidade é um processo
contínuo e a validação do processo de esterilização por qualquer método perpassa
por todas as fases do protocolo e é da responsabilidade do profissional gerente da
Central de Esterilização.
2. MÉTODOS DE MONITORIZAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO
2.1.TESTES FÍSICOS
2.1.1. Avaliador de Desempenho do Esterilizador
São instrumentos que fazem parte do equipamento esterilizador e servem
para apontar as condições internas da autoclave. São eles: termômetro, responsável
por medir a temperatura que deve estar no mínimo em 121°C; e manômetro, para
medir a pressão que deve estar no mínimo em 28 libras de vapor. A leitura destes
instrumentos deve ser feita a cada 3 minutos, durante a fase de esterilização
(BRASIL, 2001).
2.1.2. Qualificação Térmica (termopares)
Segundo o autor supracitado, consiste em uma técnica que determina o
tempo de penetração do calor dentro dos pacotes e frascos. São necessários dois
fios metálicos fundidos numa extremidade que informará a temperatura dentro do
equipamento, na outra extremidade, fora do equipamento, é feita a leitura da
temperatura por meio de um registrador.
É um método utilizado quando se dá a instalação ou após grandes reparos de
autoclaves ou estufas. Seu custo é muito alto e não há necessidade de ser feito
rotineiramente.
2.1.3. Dosimetria de Radiação
Consiste na avaliação da quantidade de energia absorvida pelo material
tratado. São utilizados dosímetros que indicam se a dose recebida foi compatível
com o processo de esterilização.
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2.2.TESTES QUÍMICOS
2.2.1. Indicadores Químicos
Consistem de tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam
de cor quando expostas à temperatura por tempo suficiente, indicando que as
condições em que se processou a esterilização estavam corretas. Classificam-se em
Indicadores de Processo e Indicadores de Esterilização (BRASIL, 2000).
Indicadores de Processo: São usados para evidenciar o funcionamento
correto ou não do processo realizado pelo equipamento. Porém não atestam se o
material foi realmente esterilizado.
Existem dois tipos de indicadores de processo:
Indicadores Externos/Fita Indicadora Rolo/Fita Teste: São fitas auto-
adesivas utilizadas unicamente para diferenciar os pacotes processados
dos não processados. Sendo um indicador visual, facilita a detecção de
problemas nos equipamentos e falhas do servidor responsável pela
esterilização. A fita indicadora possui listras claras que se tornam escuras
(marrom/grafite) após a passagem pelo calor; não deixa resíduo após
autoclavagem e deve estar presente em todos os pacotes de materiais
estéreis distribuídos pelo hospital.
Indicadores Internos/Teste de Bowie & Dick/Indicador de ar residual:
É usado para determinar aeficácia do sistema de vácuo na autoclave de
pré - vácuo. Foi desenvolvido paradetectar bolhas de ar e avaliar a
habilidade do equipamento em reduzir o ar residualda câmara a um nível
suficiente para prevenir a compactação da carga quando ovapor é
introduzido após a eliminação do ar.O teste deve ser feito diariamente no
primeiro ciclo do dia, após o ciclo deaquecimento (antes da primeira carga
processada); seguindo asorientações do fabricante da autoclave sobre o
tempo, a temperatura e o usocorreto do indicador.
A folha indicadora deverá ser colocada no interior de um pacote a ser
esterilizado sobre o dreno (purgador), com a câmara vazia. Este pacote pode ser
preparado utilizando-se campos lavados e dobrados, empilhados até a altura de 25
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a 28cm. Este indicador mudará para a cor preta após completado o ciclo,
evidenciando a ausência de bolhas de ar. A presença de áreas mais claras indica ar
residual na câmara.
Tira de indicador químico para vapor- Ex: Comply: Utilizado em cada
pacote, aponta problemas locais causados por falhas humanas ou mecânicas na
autoclave.
É uma tira composta por substâncias químicas que reagem às condições do
processo. Oferece resposta através de uma nítida mudança de coloração, (-) grafite
e (+) cinza claro/outros. Monitora a pressão do vapor saturado no interior do pacote
e caixas, assegurando a exposição dos artigos às condições mínimas de tempo e
temperatura.
Indicadores de Esterilização: Incluem todas as variáveis do processo de
esterilização ( temperatura, tempo e pressão ). Dividem-se em dois tipos: Integrador
Químico e Indicador Biológico.
Integrador Químico para Ciclo de Vapor- Ex: Sterigage: É um
dispositivo que indica se os materiais dentro do pacote foram expostos às
três variáveis críticas: temperatura, tempo e presença de vapor saturado,
condições necessárias para esterilização. Pode ser utilizado em todos os
processos de esterilização a vapor. Aconselha-se colocar, no mínimo, um
integrador por ciclo de esterilização e também no interior de caixas e
pacotes grandes. A leitura é fornecida de maneira precisa e de fácil
interpretação, pela mudança de coloração.
Indicador Biológico – Ex: Attest: É um sistema que contém suspensão
de esporos do tipo Bacillusstearothermophilus (autoclave) e
Bacillussubtilis (estufa ou peróxido de hidrogênio ). É uma preparação
padronizada de esporos bacterianos de modo a produzir suspensões
contendo em torno de 106 esporos por unidade de papel filtro. É o único
meio capaz de assegurar que todas as condições de esterilização estão
adequadas porque os microrganismos são testados quanto ao seu
crescimento ou não, após a aplicação do processo. Esse teste deve ser
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feito diariamente, para validar os equipamentos de esterilização, após o
teste de Bowie & Dick.
2.3.TESTES BIOLÓGICOS
São os indicadores utilizados para o controle da esterilização. A frequência
destes testes é semanal. O teste biológico consiste: na colocação de indicadores
dentro de um pacote selecionado, em um local de difícil acesso a penetração do
vapor; deve ser reservado um indicador piloto com intuito de testar o incubador; o
material é esterilizado e logo após o resfriamento são retirados os indicadores de
dentro do material; o indicador incubado é retirado juntamente com o indicador
controle; deve-se observar a colocação correta das ampolas no cesto; deve ser
realizada em toda carga que contenha prótese (BRASIL,2001).
2.4.TESTE DE ESTERILIDADE DE CONTROLE BIOLÓGICO
São testes realizados em laboratório, diretamente no material processado,
para que seja verificada eficácia da esterilização. Exige pessoal habilitado para que
o resultado seja confiável; é útil na ocorrência de surtos de infecção hospitalar.
2.5.AVALIAÇÃO DE ESTERILIZANTES QUÍMICOS
Consiste em testes que utilizam diferentes diluições do germicida em relação
a inibição de crescimento bacteriano.
2.6.CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÕES IONIZANTES: GAMA OU
COBALTO 60
É um método amplamente empregado na indústria, com alto custo, e visa
garantir a manutenção das características de funcionalidade, biocompatibilidade e
atoxicidade dos artigos após o processo.
Os indicadores dosimétricos são distribuídos na carga para assegurar que a
dose mínima determinada seja atingida em todas as dimensões do produto. As
instalações deverão ser qualificadas para o processo e todos os instrumentos de
mensuração devem ser aferidos e calibrados regularmente.
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2.7.MONITORIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO
Para obter a monitorização adequada do processo é necessário qualificação
operacional no momento da instalação; controle rotineiro do equipamento e
checagem da função após concertos, reformas e grandes mudanças no tipo de
carga e/ou embalagens.Este controle deve ser formalmente documentado e deve
contar com a presença do responsável pela Central de Esterilização e do serviço de
engenharia clínica do hospital.
Ao término do processo deverão ser feitas as recomendações e os relatórios
checados pelo Controle de Infecção Hospitalar da Instituição. Nestes relatórios
devem estar contidos todos os procedimentos executados, bem como as condições
dos ciclos, disposição das cargas, tipos de artigos e embalagens.
É importante lembrar que nenhum método de esterilização ou meio de
controle será eficaz, os artigos não estiverem rigorosamente limpos e secos.
2.8.PRAZO DE VALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO
O prazo de validade deve ser estabelecido por cada serviço, de acordo com
as características de cada invólucro.
Considera-se condições ideais de estocagem: setor fechado, janelas vedadas,
ambiente limpo, com controle de temperatura e umidade por termohigrômetro e
armários de fácil visualização para controle de lotes.
Condições toleráveis para estocagem, porém não ideais: setor fechado,
janelas fechadas ou teladas e ambiente limpo.
Nas instituições em que o material esterilizado não puder permanecer
estocado na Central de Esterilização, o mesmo deve ficar o menor tempo possível
nos setores, visto que estes podem não oferecer condições adequadas de
armazenagem.
2.9.VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO
Validar é constatar com experiencias práticas e registradas se um processo
de esterilização cumpre seu objetivo. Deve-se realizar validação na instalação de
equipamentos novos ou recém instalados; após manutenções não preventivas, onde
existam troca de componentes ou mesmo instalação de filtros; nas modificações do
tipo de carga e embalagem.
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Na aquisição do equipamento, a validação será feita pelo fabricante
acompanhada por técnico especialista da instituição. Nesta fase a avaliação será
feita pela verificação das condições mecânicas do equipamento, e pela realização
dos testes com indicadores químicos e biológicos. A programação de ciclos em
esterilizadores digitalizados deverá ocorrer na fase de validação.
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CAPÍTULO 3 – ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA CME
1. CONSIDERAÇÕES
A função do enfermeiro do CME tem início na fase de planejamento da
unidade. A ele cabe a escolha dos recursos materiais e humanos condizentes com
as atividades do setor. Este tem total responsabilidade pela seleção e treinamento
de pessoal, assim como qualificação, educação permanente e avaliação de
desempenho dos profissionais. (PEZZI e LEITE, 2010).
As atribuições do enfermeiro na CME, descritas abaixo, estão contidas na
Resolução do COFEN Nº 424/2012.
Incube ao enfermeiro ainda planejar, coordenar, executar, supervisionar e
avaliar todas as etapas relacionadas ao processamento de produtos para saúde,
recepção, limpeza, secagem, avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo,
desinfecção ou esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades
consumidoras; além depropor a utilizaçãode indicadores de controle de qualidade do
processamento de produtos para saúde, sob sua responsabilidade.
O enfermeiro deve garantir a aquisição de produtos para saúde,
equipamentos e insumos, avaliando a qualidade dos produtos fornecidos por
empresa processadora terceirizada e definir critérios de utilização de materiais que
não pertençam ao serviço de saúde, tais como prazo de entrada no CME, antes da
utilização; necessidade, ou não, de reprocessamento, entre outros;
É necessário o acompanhamento e documentação das visitas técnicas de
qualificação da operação e do desempenho de equipamentos da CME; participação
em ações de prevenção e controle da infecção hospitalar e garantia de utilização de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pela equipe.
É importante que se oriente e supervisione as unidades que utilizamos
produtos fornecidos pela CME dentro do sistema hospitalar, quanto ao transporte e
armazenamento dos mesmos. O profissional de enfermagem deve atualizar-se,
continuamente, sobre as inovações tecnológicas relacionadas ao processamento de
produtos para saúde.
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CONCLUSÃO
Mediante o exposto, percebemos que, praticamente, nada acontece no
hospital, no que tange a procedimentos, sem que os artigos utilizados passem pela
CME, o que indica sua grande relevância logística.
Os profissionais que atuam na CME possuem grande responsabilidade no
combate às infecções hospitalares, pois têm o propósito de reduzir ou causar a
morte microbiana, que está contida nos artigos hospitalares.
Portanto, evidencia-se a necessidade de atualização das atividades do
profissional de enfermagem como gerenciador a partir das fundamentações teóricas,
a fim de garantir o adequado processamento dos artigos hospitalares, contribuindo
diretamente para a redução dos índices de infecção hospitalar.
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: apresentação de documentos. Rio de Janeiro, 2002.
BRASIL. Central de Material e Esterilização Manual Técnico. GDF- Secretaria de Saúde-SES. Fundação Hospitalar do Distrito Federal –FHDF. Núcleo Normativo de Enfermagem-NNE. Departamento de Recursos Médico-Assistenciais-DRMA. Brasília, 2000.
BRASIL. Orientações Gerais para Central de Esterilização. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação-Geral das Unidades Hospitalares Próprias do Rio de Janeiro – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
MARTINS M. A. Manual de Infecção Hospitalar, 2º ed. Rio de Janeiro: Editora Medsi, 2001.
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