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PAULA BRASIL DUARTE

MICRORGANISMOS INDICADORES DE POLUIÇÃO

FECAL EM RECURSOS HÍDRICOS

BELO HORIZONTE

2011

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PAULA BRASIL DUARTE

MICRORGANISMOS INDICADORES DE POLUIÇÃO

FECAL EM RECURSOS HÍDRICOS

ORIENTADOR:

PROF. DR. CARLOS AUGUSTO ROSA

BELO HORIZONTE

2011

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como pré-requisito para a obtenção do Grau de Especialista em Microbiologia.

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RESUMO

A demanda por água de boa qualidade tem-se acentuado muito nos

últimos anos, devido ao crescimento populacional. Tanto nas bacias hidrográficas

rurais quanto nas urbanas, ocorrem indevidas atividades humanas, que alteram as

características o equilíbrio e dinâmica dos recursos naturais. A concentração de

microrganismos tem sido usada há décadas para monitorar e controlar a qualidade

da água, e é um procedimento importante na proteção dos ecossistemas aquáticos.

Os bioindicadores são extremamente úteis, principalmente para a avaliação de

impactos ambientais decorrentes de descargas pontuais de esgotos domésticos e

efluentes industriais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi apresentar uma

análise dos principais bioindicadores utilizados para avaliação do impacto ambiental

em recursos hídricos. Quatro indicadores específicos foram relacionados:

Escherichia coli, Enterococcus, Pseudomonas aeruginosa e Leveduras. Atualmente,

a E. coli fornece a melhor indicação de bactérias fecais na contaminação da água

potável. Outro grupo que são utilizados como indicadores de contaminação são os

enterococos. Devido à sua resistência ambiental, os Enterococcus se destacam

como um indicador para a classificação das águas salinas, uma vez que apresenta

amplo tempo de sobrevivência e maior resistência quando comparado com E.coli. A

importância da P. aeruginosa tornou-se maior quando se comprovou sua resistência

e capacidade de inibir as bactérias do grupo coliformes. Sua presença em grande

densidade, em águas contaminadas como esgotos humanos, é apontada como

indicador de contaminaçäo fecal. As leveduras podem ser usadas como indicadoras

de contaminação de esgoto e de qualidade das águas de recreio, como um

complemento para a contagem de coliformes atualmente utilizados como

indicadores de poluição fecal recente. Os indicadores biológicos são úteis devido a

sua especificidade a certos tipos de impacto, já que inúmeras espécies são

comprovadamente sensíveis a um tipo de poluente, mas tolerantes a outros.

Entretanto nenhum indicador é efetivamente perfeito, levando em consideração uma

série de fatores tais como classe dos corpos de água, característica da água (água

doce, salina), clima (temperado, tropical) e além do fator econômico.

Palavras-chave: Escherichia coli, qualidade da água, ecossistema aquático,

bioindicadores

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ABSTRACT

The demand for water quality has improved significantly in recent years

due to population growth. Both watersheds rural and urban place undue human

activities that change the balance and dynamics of natural resources. The

concentration of microorganisms has been used for decades to monitor and control

water quality, and is an important tool in the protection of aquatic ecosystems. The

bioindicators are extremely useful, especially for assessing environmental impacts of

point source discharges of domestic sewage and industrial effluents. Thus, the

objective was to present an analysis of key indicator species used for environmental

impact assessment on water resources. Four specific indicators were related

Escherichia coli, Enterococci, Pseudomonas aeruginosa and yeasts. Currently, E.

coli provides the best indication of fecal bacteria contamination of drinking water.

Another group that are used as indicators of contamination are the enterococci.

Because of its environmental resistance, the enterococci stand out as an indicator for

the classification of saline waters, as it features large survival time and increased

strength when compared with E.coli. The importance of P. aeruginosa became

greater when it has proven its strength and ability to inhibit the bacteria from the

coliform group. Their presence in high density in waters contaminated by human

sewage as it is identified as an indicator of fecal contamination. The yeast can be

used as indicators of sewage contamination and quality of recreational waters, as a

complement to the coliform currently used as indicators of recent fecal pollution. The

biological indicators are useful because of its specificity to certain types of impact,

since many species are demonstrably sensitive to one type of pollutant, but tolerant

to others. Nevertheless, no indicator is perfect effectively, taking into account a

number of factors such as class of water bodies, characteristic of water (freshwater,

saline), climate (temperate, tropical) and also the economic factor.

Keywords: Escherichia coli, water quality, aquatic ecosystem, bioindicators

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO: ....................................................................................................... 5

1.1- QUALIDADE DAS ÁGUAS ..................................................................................... 5

1.2-BIOINDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA ......................................................... 7

1.3-OBJETIVOS: .............................................................................................................. 10

1.3.1-Objetivo geral: ...................................................................................................... 10

1.3.2-Objetivos específicos: ............................................................................................. 10

2-REVISÃO DA LITERATURA: ................................................................................ 10

2.1-MICRORGANISMOS INDICADORES ....................................................................... 10

2.2-ESCHERICHIA COLI ................................................................................................. 11

2.3-ENTEROCOCOS ....................................................................................................... 15

2.4- PSEUDOMONAS AERUGINOSA ............................................................................. 17

2.5- LEVEDURAS ............................................................................................................ 19

2.6-INDICADORES ALTERNATIVOS .............................................................................. 22

2.6.1 - Anaeróbios Fecais ........................................................................................... 23

2.6.1.1 - Bacteroides spp. .......................................................................................... 23

2.6.1.2 - Bifidobacterium spp. .................................................................................... 24

2.6.1.3 - Clostridium perfringens................................................................................ 24

2.6.2 - Indicadores Virais: ........................................................................................... 25

2.6.2.1 – Bacteriófagos ............................................................................................. 26

2.6.2.2 – Colifagos .................................................................................................... 26

3 – CONCLUSÕES: .................................................................................................. 27

4- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ........................................................................ 28

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1- INTRODUÇÃO:

1.1- QUALIDADE DAS ÁGUAS

A água é recurso natural limitado, e constitui bem de domínio público.

Como tal, necessita de instrumentos de gestão a serem aplicados em sua proteção.

Tais instrumentos visam a assegurar às atuais e futuras gerações, água de

qualidade e em quantidade adequada, mediante seu uso racional, prevenindo

situações hidrológicas críticas.

A demanda por água de boa qualidade tem-se acentuado muito nos

últimos anos, devido ao crescimento da população. Tanto nas bacias hidrográficas

rurais quanto nas urbanas, ocorrem indevidas atividades humanas, que alteram as

características o equilíbrio a dinâmica dos recursos naturais. A essas alterações está

associado o aumento na geração de cargas poluentes que atingem os sistemas

hídricos (PINTO et al., 2009). Um fator de influência sobre os recursos hídricos é o

processo de urbanização, que quase sempre resulta na interrupção ou limitação do

uso desses recursos, devido aos impactos na qualidade sanitária destes

ecossistemas (CARVALHO et al., 2003).

A grande quantidade de água no mundo causa uma falsa sensação de

recurso ilimitado. Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos,

sendo que 95,1% da água é salgada, imprópria para o consumo humano. Dos 4,9%

restantes, 4,7% estão na forma de geleiras ou abaixo da superfície (água

subterrânea), portanto de difícil acesso. Só uma fração muito pequena (cerca de

0,2%) de toda a água terrestre está diretamente disponível ao homem e aos outros

organismos, na forma de lagos, nascentes e lençóis subterrâneos (GALLETI, 1981;

RAINHO, 1999). Em 29 países, a água doce não esta disponível para toda a

população. Segundo a Organização das Nações Unidas (MACEDO, 2001), em 2050

cerca de 50 países não terão quantidade de água suficiente para toda a população.

No mundo, 1,1 bilhão de pessoas não possuem água potável disponível

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ONU, 2006). O Brasil tem grandes

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reservas de água superficial, o que representa 53% da água doce da América do Sul

e 12% do total do mundo (REBOUÇAS; BRAGA; TUDISI, 1999). O problema no

Brasil é que os serviços de águas residuais são menos desenvolvidos do que os

serviços de abastecimento de água potável. Com apenas 48% das populações

urbanas e 3% dos domicílios rurais estão ligado à rede pública de esgotos, parcelas

significativas da população têm acesso precário à água de boa qualidade (CSILLAG,

2000).

Em países desenvolvidos, as políticas sanitárias conseguem atender

uniformemente as necessidades das populações, levando água potável para todos.

A poluição das águas deve-se à maneira como a sociedade está organizada para

produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já em países

da América do Sul, classificados como países em desenvolvimento social, a poluição

é resultado da pobreza, ausência de educação de seus habitantes e o descaso da

política ambiental do poder público (ZAMPIERON; VIEIRA, 2007).

Em relatório do desenvolvimento humano, do ano de 2006, a ONU, cita

que 40% da população mundial não dispõem de condições sanitárias básicas

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ONU, 2006). Com falta de saneamento

básico, a população é uma fonte de contaminação dos recursos hídricos, devido ao

despejo direto de seus resíduos sobre fontes de águas superficiais (ROHDEN, et al,

2009).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento define-se

como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem efeito

deletério sobre seu bem-estar físico, mental ou social” (MOTTA, 1994). É

indiscutível, por exemplo, a correlação entre a falta de saneamento básico e a

ocorrência de diarréia e parasitoses intestinais, na população, sobretudo entre as

crianças (EGWARI; ABOABA, 2002). A água continua a ser a principal fonte de

transmissão de patógenos entéricos nos países em desenvolvimento, causando

assim doença diarréica por meio da água contaminada e contribuindo diariamente

para a morte de aproximadamente 4.500 crianças no mundo devido a doenças

relacionadas com a falta de saneamento (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2007).

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A poluição dos corpos hídricos indica que as águas não estão sendo

utilizadas corretamente e que há uma indiferença gerencial, quanto aos cuidados

necessários (ZAMPIERON; VIEIRA, 2007). As principais fontes de contaminação

que alteram a qualidade das águas são diversas: esgotos domésticos, efluentes

industriais, efluentes da agricultura, desmatamento, mineração, resíduos sólidos,

efluentes da suinocultura, poluição difusa em áreas urbanas, salinização, acidentes

ambientais, construção de barragens e aqüicultura (Agência Nacional de Água-ANA,

2005).

Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com distintas

finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento de água, a geração de

energia, a irrigação, a navegação, a aquicultura, a recreação e a harmonia

paisagística (LOPEZ-PIILA et al., 2000; MORAES & JORDÃO, 2002; LEBARON et

al., 2005). As águas utilizadas para fins recreacionais devem estar isentas de

contaminação fecal, organismos patogênicos e outras condições perigosas como,

por exemplo, baixa visibilidade, para proteger a saúde e dar segurança aos usuários.

É necessário conhecer as condições sanitárias dessas águas quanto à

balneabilidade e os possíveis riscos a saúde (CETESB, 1999).

Alguns parâmetros são utilizados para a caracterização da água, como as

características físico-químicas e biológicas, e indicadores de qualidade da água, que

representam impurezas quando ultrapassam determinados valores estabelecidos.

Esses parâmetros constam da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, que

estabelece que a água produzida e distribuída para o consumo humano deve ser

controlada. A legislação define, ainda, a quantidade mínima e a freqüência em que

as amostras de água devem ser coletadas, bem como os parâmetros e limites

permitidos.

1.2-BIOINDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA

Os bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades

biológicas, nas quais a presença, quantidade e distribuição indicam a gravidade de

impactos ambientais em um ecossistema aquático e sua bacia de drenagem,

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permitindo a avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas

fontes de poluição (CALLISTO; GONÇALVES, 2002). Além disso, o uso dos

bioindicadores é mais eficiente do que as medidas instantâneas de parâmetros

físicos e químicos (p.ex. temperatura, pH, oxigênio dissolvido, teores totais e

dissolvidos de nutrientes, etc.) utilizados para avaliar a qualidade das águas

(CALLISTO; GONÇALVES; MORENO 2005).

A avaliação de cada tipo de microrganismo exige uma metodologia

diferente e a ausência ou presença de um patógeno não exclui a presença de

outros. Para um microrganismo ser considerado um indicador ideal, são necessárias

algumas características, como ser aplicável a todos os tipos de água, ter uma

população mais numerosa no ambiente que outros patógenos, sobreviver melhor

que os possíveis patógenos, possuir resistência equivalente a dos patogênicos aos

processos de autodepuração e ser detectado por uma metodologia simples e barata.

Ainda não existe um indicador ideal de qualidade sanitária da água. No entanto,

alguns organismos que se aproximam das exigências referidas (LEITÃO et al., 1988;

CETESB, 1991).

A concentração de microorganismos tem sido usada há décadas para

monitorar e controlar a qualidade da água, e é um procedimento importante na

proteção dos ecossistemas aquáticos (MEDEIROS et al., 2009). A utilização de

bioindicadores é extremamente útil, principalmente para a avaliação de impactos

ambientais decorrentes de descargas pontuais de esgotos domésticos e efluentes

industriais. É possível monitorar estações de amostragem a montante, no local de

lançamento e a jusante da fonte poluidora, o que permite identificar as

conseqüências ambientais para a qualidade da água e a saúde do ecossistema

aquático (CALLISTO; GONÇALVES; MORENO, 2003).

A presença de microrganismos patogênicos na água geralmente é

decorrente da poluição por fezes humanas e de animais, provenientes de águas

residuárias urbanas e rurais (GONZALEZ et al, 1982). Considerando que a maioria

dos agentes patogênicos de veiculação hídrica tem em comum sua origem nas fezes

de indivíduos doentes, uma condição para a avaliação da qualidade microbiológica

da água é o exame de indicadores de contaminação fecal (AMARAL et al., 2003).

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O “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”

(1998) define o grupo coliforme como: “todas as bactérias aeróbias ou anaeróbias

facultativas, Gram negativas, não esporuladas e na forma de bastonete”, as quais

fermentam a lactose com formação de gás dentro de 48h a 35ºC. Neste grupo

incluem-se organismos que diferem nas características bioquímicas, sorológicas e

quanto ao habitat. As principais bactérias do grupo coliforme pertencem aos gêneros

Escherichia, Aerobacter, Citrobacter, Klebsiela e outros que quase nunca aparecem

em fezes como a Serratia.

Os microrganismos tradicionalmente usados para monitorar a qualidade

das águas recreativas ou potáveis, consistem em um grupo de bactérias

patogênicas,não necessariamente , mas comumente encontradas no trato

gastrointestinal dos animais de sangue quente. Outras bactérias, como

Pseudomonas aeruginosa e enterococos têm sido isoladas de águas recreacionais e

a presença destes microrganismos sugere riscos à saúde por meio do contato

corporal, ingestão ou inalação, e têm sido propostos como indicadores de qualidade

para as águas complementares aos coliformes (CLESCERI; GREENBERG; EATON,

1998). Além destes, algumas espécies de leveduras são propostas para serem

usadas como indicadores de contaminação orgânica em águas de recreação

(HAGLER, 2006).

O uso de parâmetros biológicos para medir a qualidade da água se

baseia nas respostas dos organismos em relação às alterações ocorridas no meio

onde vivem, sejam estas de origens antrópicas ou naturais. Os distintos níveis de

organização biológica possibilita o conhecimento sobre o poluente que interage com

o organismo, e ao nível este é mais suscetível à ação. A habilidade de proteger os

ecossistemas depende da capacidade de distinguir os efeitos das ações humanas

das variações naturais, utilizando indicadores que melhor traduzem a contaminação

dos meios hídricos (Cairns Jr. et al., 1993), portanto é de fundamental importância a

avaliação da qualidade da água do ponto de vista microbiológico, para qualidade da

saúde do ser humano.

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1.3-OBJETIVOS:

1.3.1-Objetivo geral:

O trabalho tem como objetivo apresentar uma análise dos principais

bioindicadores utilizados para avaliação do impacto ambiental em recursos hídricos.

1.3.2-Objetivos específicos:

Relacionar Escherichia coli, com outros microrganismos indicadores de

poluição, e levantar seus pontos positivos e negativos como microrganismos

indicadores de potabilidade e balneabilidade.

2-REVISÃO DA LITERATURA:

2.1-MICRORGANISMOS INDICADORES

A água é essencial para todo o ser vivo, e também um importante veículo

de doenças aumentando a freqüência de moléstias crônicas, principalmente as

intestinais (SOARES; MAIA, 1999). A relação da qualidade da água com as doenças

é observada desde a Antigüidade, porem só foi comprovada, cientificamente em

1854, por John Snove, confirmando que a epidemia de cólera em Londres ocorreu

por meio de veiculação hídrica (GUILHERME; SILVA; OTTO, 2000).

Os agentes biológicos continuam sendo os fatores mais importantes de

contaminação da água. A contaminação pode ocorrer na fonte, durante a

distribuição ou nos reservatórios. No âmbito dos conjuntos populacionais, as causas

mais freqüentes de contaminação é a carência de hábitos de higiene pessoal e

ambiental (GERMANO; GERMANO, 2001). Assim, a água pode servir como veículo

para transmissão de variados microrganismos de forma direta ou indiretamente,

principalmente onde as condições de saneamento básico são precárias (MACÊDO,

2001; COSTA et al., 2003). A transmissão pode ocorrer por ingestão ou pela

utilização para outros fins, por alimentos e bebidas preparados com água

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contaminada, ou ainda, durante atividades recreacionais (acidental), ocasionando

variada gama de patologias gastrintestinais (GERMANO & GERMANO, 2001;

COSTA et al., 2003). A prevenção da qualidade das águas é uma necessidade

universal, que exige maior atenção e investimentos por parte das autoridades

governamentais, junto a órgãos de saneamento afim de possibilitar exames

rotineiros visando à avaliação físico-química e biológica, considerando a pesquisa de

microrganismos indicadores de contaminação fecal (TANCREDI et al.,2002).

2.2-ESCHERICHIA COLI

Os coliformes fecais, mais especificamente E. coli, fazem parte da

microbiota intestinal do homem e outros animais de sangue quente. Estes

microrganismos quando detectados em uma amostra de água fornecem evidência

direta de contaminação fecal recente, e por sua vez podem indicar a presença de

patógenos entéricos (POPE et al, 2003). A análise da água é uma importante

ferramenta utilizada por especialistas em saúde pública para a prevenção de

inúmeras doenças transmitidas pela água (POPE et al, 2003 ).

Os coliformes fecais, denominação utilizada durante muitos anos, ou

coliformes termotolerantes, são bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes

totais, caracterizados pela presença da enzima β-galactosidase e pela capacidade

de fermentar a lactose com produção de gás no prazo de 24 horas a 44,5ºC.

Escherichia coli e algumas linhagens de Klebsiella e Enterobacter apresentam esta

característica de termotolerância, porém, somente E. coli tem como habitat primário

o intestino humano e de animais (CONAMA, 2005). Segundo Cerqueira e Horta

(1999), E. coli representa percentuais em torno de 96 a 99% nas fezes humanas e

de animais homeotérmicos, sendo o principal representante dos coliformes

termotolerantes (fecais) (MASCARENHAS; et al, 2002). Além de ser o primeiro

organismo na lista das infecções urinárias, E. coli tem sido também isolada de outros

diversos sítios do corpo humano, responsável por patologias como pneumonias,

meningites e infecções intestinais. Algumas linhagens patogênicas de E. coli,

produtoras de endotoxinas potentes, podem causar diarréias moderadas a severas,

colite hemorrágica grave, e a síndrome hemolítica urêmica (SHU) em todos os

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grupos etários, levando o indivíduo à morte, quando o tratamento não for efetuado

corretamente e em tempo hábil (ZIESE et al.,1996).

A contagem de E. coli tem sido extensivamente utilizadas nos

monitoramentos da qualidade das águas, e são considerados indicadores

específicos de qualidade de água destinadas a potabilidade e balneabilidade

(LÓPEZ-PILA & SZEWZYK, 2000; YOUN-JOO AN et al., 2002; ALM et al., 2003;

LEBARON et al., 2005). O padrão microbiológico de potabilidade da água para

consumo humano deve ser de total ausência de E. coli, em 100 ml de amostra da

água tratada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). As técnicas de detecção de

coliformes e Escherichia coli são práticas e relativamente rápidas e vários são os

métodos disponíveis, dentre eles, tubos múltiplos, contagem em membranas

filtrantes e substratos cromogênicos (SOUZA; DANIEL, 2008).

Atualmente, E. coli fornece a melhor indicação de bactérias fecais na

contaminação da água potável. A metodologia utilizada na identificação de E. coli

em amostra de água esta disponivel a preços acessíveis, além de ser rápido,

sensível, específico e de fácil realização. A recente identificação da enzima β-

glucuronidase específica para 94-97% da E. coli tem permitido o desenvolvimento de

métodos de detecção (HUANG et al., 1997). A possibilidade de detecção direta de E.

coli levou a um ressurgimento do interesse por estas bactérias como indicadores de

poluição fecal. Numerosos estudos têm demonstrado que os métodos, disponíveis

para E. coli são mais precisos do que aqueles para coliformes termotolerantes

(FENG et al., 1982; MARTINS et al., 1993; HUANG et al., 1997).

A sobrevivência de bactérias fecais, uma vez liberados no ambiente

aquático, é determinada por vários fatores ambientais, tais como variações de

temperatura, salinidade, níveis de oxigênio, deficiências nutricionais, predação e

irradiação ultravioleta (MCFETERS e SINGH 1991; DAVIES et al. 1995; HUGHES

2003; CRAIG et al. 2004). Quando as bactérias entéricas são lançadas no meio

ambiente, seu destino depende de vários processos, dirigindo-se tanto para seu

desaparecimento como para uma alteração em seu estado fisiológico

(TROUSSELIER et al., 1998). Para a maioria das bactérias entéricas, a água do mar

é tóxica e pode funcionar como fator limitante para multiplicação de E. coli (HAGLER

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e MENDONÇA-HAGLER, 1988). Segundo TROUSSELIER et al. (1998), comparado

com o trato digestivo, o ambiente marinho caracteriza-se por baixas temperaturas (a

temperatura ótima de crescimento para coliformes fecais fica em torno de 37ºC),

altas salinidades (35 a 38%), presença da radiação solar na superfície das águas

(Ultra Violeta (UV)-A, UV-B, luz solar visível), taxa de oxigênio elevada, presença de

bactérias autóctones competitivas no que se refere a nutrientes, além da predação

por organismos planctônicos tais como nanoplâncton, assim a detecção de E.coli

implica em despejo contínuo e descarga recente de matéria fecal, na área analisada.

Ultimamente as características que fazem de E. coli o melhor indicador de

contaminação fecal têm sido questionadas. Vários estudos têm mostrado que a E.

coli tem capacidade de persistir e se multiplicar num ambiente externo ao corpo do

hospedeiro em habitats secundários (como corpo de água) e, na ausência de

contaminação fecal (FUJIOKA et al., 1999; SOLO-GABRIELLE et al., 2000;

GORDON, 2001; POWER et al., 2005). Segundo Hazen e Toranzos (1990), os

indicadores de contaminação fecal, como os coliformes termotolerantes, podem

sobreviver de 92 a 294 horas em águas tropicais. Devido a isso, alguns

pesquisadores criticam a utilização delas como indicador microbiano de poluição

fecal em corpos d'água, principalmente em ecossistemas tropicais (FUJIOKA et al.,

1999 ; BYAPPAHALLI; FUJIOKA, 1998; Carrillo et al., 1985). Esta aparente falta de

confiabilidade dos tradicionais indicadores de poluição fecal, em condições tropicais,

tem levado a sugestões indicadores complementares ao coliformes para detectar

poluição orgânica em ambientes aquáticos (BYAMUKAMA et al., 2005). Entretanto,

estudos realizados por vários pesquisadores e reportados em documento da

Organização Mundial de Saúde (WHO, 2002) têm apresentado falhas quanto ao uso

desse grupo, podendo-se citar: a baixa sobrevivência fora do trato intestinal,

particularmente em ambientes marinhos; definição incerta como um grupo e baixa

relação com a presença de bactérias patogênicas e vírus. Assim, é importante

considerar outros indicadores na avaliação microbiológica das águas, os quais

podem exibir relação mais estreita com a presença de microrganismos patogênicos

na água, particularmente aqueles que podem persistir por mais tempo no ambiente

(SOUZA; DANIEL, 2008).

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Existe uma grande diversidade de linhagens de E. coli comensal

pertencentes a diferentes sorotipos, e que podem ser isoladas das fezes de

indivíduos saudáveis. Estas linhagens são eliminadas maciçamente no ambiente e

podem contaminar os alimentos, as superfícies de corpos d`água e os sedimentos,

geralmente sem causar nenhum efeito adverso à saúde humana. Por exemplo, a

linhagem de E. coli K-12 é uma variante dentro da espécie e, é considerada um

habitante normal da microbiota intestinal de humanos e animais (KUHNERT et al.

2000).Os autores relatam que mais de 20% da informação genética encontrada na

maioria das linhagens patogênicas de E. coli não estão presentes na linhagem E.

coli K-12 que é um sorotipo não patogênico. MUHLDORFER et al. (1996) mostraram

em seus estudos que nenhum gene de virulência foi detectado em linhagens de E.

coli K-12 isoladas das fezes de indivíduos saudáveis.

E. coli comensal da microbiota intestinal é um patógeno oportunista, é

considerado inofensivo para o hospedeiro, e representa cerca de 95% das bactérias

da microflora intestinal (BIER, 1984 apud RIEDEL, 2005). Segundo BERG (1996), a

microbiota normal associada ao trato digestivo é responsável por três funções

importantes para a saúde do hospedeiro: apresentam resistência à colonização

devido à inibição da multiplicação de microrganismos exógenos, imunomodulação

que permite uma resposta imune mais rápida e adequada durante uma agressão

infecciosa, e contribuição nutricional que fornece vitaminas, substratos energéticos e

reguladores na forma de ácidos graxos voláteis. Somente em algumas raras

circunstâncias as linhagens de E. coli comensais podem se tornar uma ameaça para

o indivíduo saudável (KUHNERT et al, 2000). Os microrganismos da microbiota

intestinal indígena podem causar doença e se tornar uma ameaça para o indivíduo

quando ocorre um eventual desequilíbrio do ecossistema digestivo ou quando estes

microrganismos alcançam sítios estéreis do corpo. Este desequilíbrio pode ser

devido a uma imunossupressão do indivíduo ou terapias com antimicrobianos

(SANTOS et al. 2003). Pacientes com o sistema imune debilitado são incapazes de

conter os microrganismos comensais após o rompimento da barreira natural entre o

intestino e outros sítios estéreis do corpo (KUHNERT et al., 2000). Segundo FINLAY

e FALKOW (1997), as linhagens patogênicas de E.coli podem ser derivadas de

linhagens comensais pela aquisição de operons de virulência. Desse modo, as

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linhagens de E. coli comensais entéricas podem ser consideradas um potencial

reservatório para o surgimento de linhagens patogênicas.

Embora a maioria das linhagens E. coli sejam bactérias comensais

inofensivas, algumas linhagens podem causar doenças aos humanos, como a E. coli

O157: H7, que está entre os sorotipos mais reconhecidos por causar grandes surtos

por meio dos alimentos e pela água (ISHII; SADOWSKY, 2008). Sendo o sorotipo

mais grave, o entero hemorrágico (EHEC) que ocorre unicamente como O157:H7,

responsável por 15% das complicações que levam a síndrome hemolítica urêmica

(SHU) em idosos e crianças menores de cinco anos. A SHU caracteriza-se pela

destruição das células vermelhas do sangue e falência renal que pode ser

acompanhada de deterioração neurológica e insuficiência renal crônica (ZIESE et

al.,1996; KONEMAN et al., 2001).

2.3-ENTEROCOCOS

Outro grupo que são utilizados como indicadores de contaminação são os

enterococos. Essas bactérias do grupo dos estreptococos fecais pertencentes ao

gênero Enterococcus, caracterizam-se pela alta tolerância às condições adversas de

crescimento, como a capacidade de sobreviverem na presença de 6,5% de cloreto

de sódio (halotolerantes), em pH 9,6 e em ampla faixa de temperatura, de 10° a

45°C. A maioria das espécies de enterococos são de origem fecal humana, embora

possam ser isolados de fezes de animais (CONAMA N° 274, 2000; FORSYTHE,

2002; GRIFFO et al., 2006). Devido à sua resistência ambiental, os Enterococcu

spp. se destacam por indicarem contaminação não necessariamente recente. Como

indicador de contaminação fecal, sua presença evidencia inadequação das práticas

sanitárias (FRANCO; LANDGRAF, 1999).

Ribeiro (2002), avaliando indicadores microbianos de balneabilidade,

encontrou uma maior sensibilidade de detecção de contaminação fecal para o

enterococos, quando comparado a E. coli e coliformes termotolerantes. Alguns

estudos elegem os Enterococcus spp. como um indicador para a classificação das

águas salinas, uma vez que apresenta amplo tempo de sobrevivência e maior

resistência quando comparado com E.coli (DUFOUR, 1994), além disso, os

Page 17: MICRORGANISMOS INDICADORES

16

enterococos apresentam uma melhor correlação com doenças gastrointestinais do

que os coliformes termotolerantes (FATTAL et al, 1987; FLEISHER, 1991; CABELLI

et al, 1982; SHERIDAN, 2003; KINZELMAN, 2003).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, que regulamenta a

avaliação da qualidade sanitária das águas para balneabilidade,em sua Resolução

n° 274, de 29 de novembro de 2000, propõe que a condição de balneabilidade das

praias sejam avaliadas por meio da medição das concentrações, de um ou mais

organismos indicadores presentes nos dejetos humanos ou de animais de sangue

quente. Os resultados quantitativos encontrados, classificaram o meio como próprio

ou impróprio para a balneabilidade (CONAMA, 2005). As altas densidades de

Enterococcus, em águas marinhas, indicam elevado nível de contaminação por

esgotos, o que pode colocar em risco a saúde dos banhistas e apresentar

conseqüências imprevisíveis, variando com o grau de imunidade dos usuários e com

as condições de exposição (CETESB, 2004). A preocupação com os altos índices de

Enterococcus justifica-se do ponto de vista da saúde publica, pois estes possuem

associação direta com vários sintomas apresentados pelos banhistas, tais como:

febre, “rash” cutâneo, náusea,diarréia, dor de estomago, tosse e rinites(PRUSS,

1998).

A fim de determinar o melhor indicador de poluição fecal, Environmental

Protection Agency (EPA) nos Estados Unidos, relataram que enterococos e E. coli

apresentaram a maior correlação com a incidência da doença nas praias marinhas e

de água doce, respectivamente. Portanto, a análise de E. coli foi recomendada como

um meio para avaliar a carga de fezes nos sistemas de água doce e os impactos

potenciais sobre a saúde (USEPA, 1986).

Enterococos têm uma série de vantagens como indicadores sobre os

coliformes totais e E. coli, salientando que eles geralmente não crescem no

ambiente, e têm demonstrado um tempo maior de sobrevivência na água

(MCFETERS et al., 1974WHO, 1993). Apesar dos enterococos serem menos

numerosos do que os coliformes fecais e E. coli em fezes humanas, eles ainda são

numerosos o suficiente para serem detectados após diluição significativa

(FEACHAM et al., 1983). A Organização Mundial de Saúde - OMS (1996) também

Page 18: MICRORGANISMOS INDICADORES

17

recomenda o uso de estreptococos fecais (dos quais enterococos são um subgrupo),

como um indicador adicional de poluição de águas com fezes. Quando combinada

com a medição de E. coli, o resultado apresenta maior confiabilidade em relação a

ausência ou presença de poluição fecal.

Estudando os constantes despejos de esgoto na praia de Camburí ,

GRIFFO (2006) utilizou-se de amostras de água para análise de balneabilidade,

comprovando a eficiência das metodologias que se seguem. A metodologia de

enterococos em amostras de água foi realizada pela técnica de Tubos Múltiplos. No

teste presuntivo foi utilizado Caldo Dextrose Azida, todos os tubos de dextrose azida

que turvaram após 24 ou 48hs de incubação, foram submetidos ao teste

confirmativo. Cada tubo positivo foi semeado em placa contendo Ágar Bile Esculina

Azida. Para Escherichia coli a técnica utilizada foi a de tubos múltiplos. Esta análise

foi desenvolvida à partir da repicagem de tubos positivos de EC (Coliformes

Termotolerantes) para tubos contendo o meio substrato definido. Neste estudo, o

autor relatou que a análise de enterococos pela metodologia utilizada apresentou um

custo elevado, além de ser necessário mais de uma semana para a realização da

análise e obtenção do resultado. Em contrapartida, a análise de E. coli apresentou

também custo elevado, porém em relação a execução e obtenção do resultado, o

tempo não superou 18 horas (GRIFFO et al 2006).

2.4- PSEUDOMONAS AERUGINOSA

O gênero Pseudomonas é caracterizado por bacilos retos ou curvos,

Gram-negativos, móveis por flagelo(s) polares e são aeróbios restritos (BIER, 1994),

produzem pigmentos fluorescentes e também piocianina, embora algumas linhagens

sejam apiocianogênicas, e crescem em uma temperatura entre 37°C e 42ºC (SILVA

et al., 2000). As bactérias desse gênero não fermentam carboidratos, utilizando

grande variedade de compostos orgánicos como fonte de carbono (BOURGEOIS et

al., 1994; FRANCO; LANDGRAF, 1999). Pseudomonas é um microrganismo

envolvido em contaminação de água, cujas espécies estão distribuídas no solo, na

água, em matéria orgânica em decomposição, podendo ser isoladas da pele,

garganta e fezes de pessoas doentes e em indivíduos saudáveis de 3% a 5%

(WAGNER et al., 2003; TOLEDO; TRABULSI, 2002).

Page 19: MICRORGANISMOS INDICADORES

18

As bactérias Pseudomonas, por produzirem pigmentos hidrossolúveis,

enzimas proteolíticas, lipolíticas e pectolíticas (em algumas espécies), destacam-se

como deteriorantes na contaminação de alimentos e água (FRANCO; LANDGRAF,

1999). A importância deste gênero para o homem, além da presença e deterioração

em alimentos, é que estas bacterias podem ser importantes patógenos oportunistas.

A espécie de maior importância do gênero é a Pseudomonas aeruginosa,

por ser um patógeno humano em potencial (GUILHERME; SILVA; OTTO, 2000;

BIER, 1994), e está intimamente relacionada a quadros de infecção hospitalar, por

características como resistência natural a diversos antibióticos amplamente usados

(BIER, 1994) e pela produção de substâncias tóxicas ao homem (FRANCO;

LANDGRAF, 1999). Em pacientes hospitalizados, a taxa de portadores pode ser

bastante elevada, uma vez que as infecções por Pseudomonas aeruginosa ocorrem

principalmente em pacientes debilitados, sendo também responsávais por

septicemias fatais (SILVA et al., 2000; STROHL et al., 2004). As vias de transmissão

nos hospitais são representadas por desinfetantes, respiradores, alimentos e água

(TOLEDO; TRABULSI, 2002), assim, estudos mostram que Pseudomonas spp.

podem desempenhar papel importante em surtos de gastrenterites veiculadas pela

água. Estas bactérias também estaõ associadas a infecções piogênicas do trato

urinário, meningite e septicemias em pacientes imunodeprimidos (BIER, 1994).

Apesar de estar presente na água (VASCONCELOS et al., 2006), há relatos de

isolamento de P. aeruginosa colonizando a pele e na flora intestinal (HOBBS;

ROBERTS, 1993 GUILHERME; SILVA; OTTO 2000).

A importância da P. aeruginosa tornou-se maior quando se comprovou

sua resistência e capacidade de inibir as bactérias do grupo coliformes

(GUILHERME; SILVA; OTTO, 2000). A presença na água destas bactérias em

números elevados está associada à poluição por matéria orgânica (CALAZANS et

al., 2004). A presença de P. aeruginosa em grande densidade, em águas

contaminadas como esgotos humanos, é apontada por D’Aguila (1996) como

indicador de contaminaçäo fecal, estando estas bacterias incluídas na legislação de

alguns países da Europa para o monitoramento dos corpos hídricos. No Brasil, P.

aeruginosa tem aparecido com relativa frequência em exames bacteriológicos de

águas cloradas, não-cloradas e até minerais naturais (COELHO et al., 2010). A

Page 20: MICRORGANISMOS INDICADORES

19

Organização Mundial da Saúde estabelece que as águas envasadas devem ser

livres de P. aeruginosa (WHO, 2003 apud GUERRA et al., 2006). Na legislação

vigente para padrão microbiológico de águas envasadas, o valor máximo permitido

de P. aeruginosa é <1,1NMP/100ml, porém esta bactéria destaca-se pela

capacidade de multiplicar em água com baixos níveis de sólidos dissolvidos e

compostos orgânicos, sendo encontrada até em água destilada (GUERRA et al.,

2006).

Levando-se em conta o fato de que este microrganismo inibe o

crescimento dos coliformes, temos que estar alerta quanto a sua presença em águas

de consumo humano (GUILHERME; SILVA; OTTO, 2000). P. aeruginosa produz

uma substância denominada “Pseudocin” (PLS), que causa um efeito bacteriostático

sobre o crescimento de E. coli, Aerobacter aerogenes, Citrobacter freundii e

Klebsiella sp., dificultando o isolamento destes e alterando os resultados

laboratoriais (COELHO et al., 2010). O pigmento antibiótico denominado piocianina

também produzido pela P. aeruginosa, inibe o desenvolvimento de bactérias do

grupo dos coliformes. As amostras igualmente contaminadas por P. aeruginosa e

coliformes, são passivas de apresentarem resultados falso-negativos para as

bactérias deste grupo. VASCONCELOS et al. (2006) observaram o fenômeno deste

antagonismo por meio da ação de linhagens de P. aeruginosa produtoras de

piocianina sobre linhagens de E. coli e Enterobacter aerogenes (todas previamente

isoladas de água de consumo), em meio de cultura em condições de laboratório.

2.5- LEVEDURAS

São microrganismos predominantemente unicelulares, não móveis, na

sua maioria saprófitos e alguns parasitas oportunistas (LACHANCE; STARMER,

1998). Normalmente, as leveduras estão associadas a processos fermentativos que

contenham açucares. Possuem as leveduras habilidade em assimilar grande número

de compostos orgânicos, expandindo a sua capacidade de dispersão e de ocupação

dos nichos ecológicos (PHAFF; STARMER, 1987). As leveduras são comuns em

ambientes subtropicais, água do mar, estuários e água doce. Vários trabalhos têm

sido desenvolvidos visando caracterizar as leveduras presentes em ecossistemas

Page 21: MICRORGANISMOS INDICADORES

20

aquáticos (HAGLER; MENDONÇA-HAGLER 1981; ROSA et al., 1990, 1995;

MORAIS et al., 1996; PEÇANHA, 1996). As pesquisas envolvendo leveduras de

ambientes tropicais são realizadas com maior freqüência, entretanto existem poucos

dados sobre a ocorrência desses microrganismos em lagos e rios em regiões

tropicais (HAGLER; MENDONÇA HAGLER, 1981, 1988; HAGLER et al., 1986;

ROSA et. al., 1995; VIANA, 1995; MORAIS et al., 1996; PEÇANHA et al., 1996;

SOARES et al., 1997; TORRES, 1999; MEDEIROS, 2002).

O crescimento e distribuição de leveduras, ocorre na presença de

poluição ou de algas e podem alcançar mais de mil células por litro (HAGLER &

MENDONÇA-HAGLER, 1981). Em todos os estágios de tratamento de esgoto,

observou-se a existência de uma grande diversidade de leveduras, e estas

ocorreram em altas densidades de águas naturais que recebiam efluentes de

esgotos domésticos COOKE (1965). QUINN (1984) sugere que a presença do

elevado número de leveduras poderia ser utilizado como um bom indicador de

enriquecimento orgânico periódico e localizado em ambientes aquáticos. Segundo

HAGLER e AHEARN (1987), nos lagos não poluídos, são encontradas contagens

geralmente abaixo de 10 unidades formadoras de colônia (UFC) de leveduras por

100 ml. Lagos mesotróficos possuem contagens entre 10 e 50 UFC/100 ml. Águas

que já estão recebendo descargas de poluentes, mas que ainda são seguras para

uso recreacional, possuem contagens entre 50 e 100 UFC por 100 ml e as águas

eutrofizadas apresentam contagens acima de 100 UFC/100ml. A diversidade e

distribuição de leveduras em ambientes aquáticos, indicam que habitats diferentes

possuem comunidades de leveduras características, revelando variados biótipos que

provavelmente representam novas espécies. Uma grande variedade de populações

de leveduras tem sido encontradas em ambientes aquáticos, porém estas parecem

originar de ambientes terrestres incluindo esgotos (HAGLER et al., 1995). Hagler e

Medonça- Hagler (1981) relataram Candida, Rhodotura, Torulopsis e Trichosporon

como gêneros de leveduras mais frequentemente isolados de água de estuário

poluído do Rio de Janeiro, e concluíram que a exigência de vitaminas como fator

essencial de crescimento pode ser importante para o estabelecimento da poluição

de águas marinhas.

Page 22: MICRORGANISMOS INDICADORES

21

Comunidades de leveduras em ambientes aquáticos são altamente diversas e

muitas espécies podem comportar-se como patógenos oportunistas (HAGLER;

AHEARN 1987). Leveduras como Candida tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, C.

guilliermondii e C. glabrata, muitas vezes isoladas de ambientes aquáticos, têm sido

frequentemente relatados como agente etiológicos da candidíase (PFALLER et al.

2003). Pesquisas sobre leveduras de água doce têm sido mais direcionados na

aplicação desses microrganismos como indicadores de poluição orgânica (HAGLER

2006; NAGAHAMA 2006). Alguns estudos têm demonstrado uma correlação entre a

ocorrência de leveduras em ambientes aquáticos com a presença de indicadores de

poluição fecal (ARVANITIDOU et al. 2002, 2005; HAGLER 2006; MEDEIROS et al.

2008). As leveduras podem ser usadas como indicadoras de contaminação de

esgoto e de qualidade das águas de recreio, como um complemento para a

contagem de coliformes atualmente utilizados como indicadores de poluição fecal

recente (HAGLER 2006). Estes microrganismos apresentam elevada capacidade de

sobrevivência nestes ambientes e podem fornecer evidências de eutrofização devido

à descarga de matéria orgânica de qualquer natureza. (SIMARD, 1971; SIMARD &

BLACKWOOD 1971 a e b; HAGLER et al., 1986; FUJITA et al., 1987; GREENBERG

et al., 1998). A maioria dos estudos sobre leveduras aquáticas foram feitas em

águas poluídas com uma alta incidência de contaminação por esgotos. O baixo nível

de oxigênio acarreta alta proporção de leveduras fermentativas em águas poluídas

por esgotos domésticos. As leveduras fermentativas (principalmente, Candida

krusei, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. guilliermondii) podem ser bons indicadores

de poluição doméstica e contaminação fecal principalmente (WOOLLET;

HENDRICK, 1970).

TORRES (1999), ao estudar o ambiente aquático da lagoa da Pampulha,

Belo Horizonte, MG-Brasil, verificou que as maiores densidades de leveduras foram

obtidas nos córregos que recebem maior carga de esgoto (doméstico e industrial).

MEDEIROS (2002), estudando lagos e rios do trecho médio da bacia do rio Doce,

encontrou as maiores contagens de leveduras nas áreas que recebiam grande carga

de esgoto.

Populações de leveduras respondem rapidamente a contaminação

orgânica, e algumas espécies podem ser usadas como indicadores do

Page 23: MICRORGANISMOS INDICADORES

22

enriquecimento de nutrientes em ambientes aquáticos. ALMEIDA et al (2007)

encontraram a C. parapsilosis como uma das espécies de leveduras mais

freqüentes, quando a poluição fecal foi abundante. As leveduras sobrevivem mais

tempo na água e apresentam maior resistência a condições de estresse do que E.

coli. A luz do sol, predação por protozoários e lise de bacteriófagos são as maiores

ameaças à sobrevivência de E.coli nos ambientes aquáticos (CHANDRAN; HATHA,

2005). As leveduras podem ser mais resistentes a fatores abióticos e bióticos em

água doce em relação a E. coli, usadas para indicar a qualidade ambiental dos

ambientes aquáticos.Candida krusei, C. guilliermondii, Kloeckera apis e C. tropicalis

foram as espécies de leveduras isoladas com maior freqüência. Estas espécies são

freqüentemente relatadas em águas com elevados níveis de matéria orgânica de

origem industrial e doméstica. (HAGLER 2006; HAGAHAMA 2006; VOGEL et al.

2007; MEDEIROS et al. 2008). Exceto para K. apis, estas leveduras têm sido

tradicionalmente associada com o trato intestinal de animais de sangue quente, e foi

sugerido que possam ser utilizados como indicadores de poluição fecal (HAGLER

2006).

Muitas espécies de leveduras oportunistas de ambientes aquáticos, são

resistentes a uma grande variedade de drogas antifúngicas. Medeiros et al. isolaram

patógenos oportunistas, como a levedura C. krusei, C. tropicalis, C. guilliermondii e

C. parapsilosis de rios e lagos com diferente níveis de contaminação orgânica no

sudeste do Brasil. Estes autores relataram que entre 68 isolados de leveduras

capazes de crescer a 37°C, cinquenta por cento eram resistentes ao itraconazol.

Estes lagos e rios recebem esgoto de muitas cidades e também têm a maior

contagem de microrganismos indicadores sanitários. A ocorrência de cepas de

leveduras resistentes a drogas antifúngicas podem indicar riscos potenciais à saúde

para de pessoas que utilizam as águas contaminadas para a recreação (BRANDÃO

et al 2010).

2.6- INDICADORES ALTERNATIVOS

É importante considerar outros indicadores na avaliação microbiológica

das águas, os quais podem exibir relação mais estreita com a presença de

patogênicos na água, particularmente aqueles que podem persistir por mais tempo

Page 24: MICRORGANISMOS INDICADORES

23

no ambiente. Em relação aos microrganismos indicadores, estes são usados para

sugerir a ocorrência de contaminação fecal, verificar a eficiência de processos de

tratamento de água, esgoto e possível deterioração ou pós-contaminação da água

no sistema de distribuição. Tradicionalmente os indicadores são usados por

limitações de ordem prática, técnica e econômica, uma vez que se torna impossível

examinar todos os potenciais organismos patogênicos presentes na água (SOUZA;

DANIEL, 2008).

2.6.1 - Anaeróbios Fecais

Anaeróbios fecais são apontados, por Bower et al. (2005), como

alternativa ao grupo coliforme. Bacteroides e Bifidobacterium podem ser organismos

indicadores de contaminação fecal, podendo estar presentes em altas densidades

populacionais no trato gastrointestinal de humanos. Ferramentas genômicas têm

facilitado a detecção destes microrganismos em águas contaminadas e, assim

expandido os conhecimentos na área (RECHE et al., 2010). Outra espécie de

microrganismos sugeridos e utilizados como indicador de poluição fecal são os

Clostridium perfringens, normalmente estão presentes nas fezes (13 a 35%) embora

em menor número do que a E. coli (SOUZA; DANIEL, 2008).

2.6.1.1 - Bacteroides spp.

Os membros do gênero Bacteroides são Gram-negativos, bacilos ou

coco-bacilos anaeróbios obrigatórios são normalmente comensais, encontrados no

trato intestinal de humanos e outros animais. As espécies de Bacteroides

correspondem às bactérias numericamente dominantes no intestino grosso de

humanos, compreende uma parte importante da microbiota normal humana e

contabilizam aproximadamente 30% de todos os isolados das fezes. As espécies

mais numerosas de Bacteroides do cólon são B. vulgatus, B. distasonis e B.

thetaiotaomicron. Outras espécies, tais como B. fragilis, B. ovatus, B. eggerthii e B.

uniformis são menos numerosas, mas também estão presentes em altas

concentrações (SOUZA; SCARELLI, 2000). Bacteroides são numerosos nas fezes,

porém não têm sido considerados como um conveniente indicador de poluição fecal

porque tem um decaimento na água muito mais rápido do que a bactéria coliforme e

Page 25: MICRORGANISMOS INDICADORES

24

seus métodos de exames ainda não são confiáveis e não foram padronizados

(FERREIRA JR, 2002).

2.6.1.2 - Bifidobacterium spp.

Bifidobacterium spp. são Gram-positivas, não esporuladas e bastonetes

curvos (HOLT, 1994; BARBOSA et al; 2001). São habitantes naturais do trato

intestinal humano, representando 3 -10% da microbiota do cólon em adultos e até

91% em bebes lactantes (SGHIR et al., 2000). Devido a esta característica, tem sido

proposto que Bifidobacterium pode ser usado como um indicador de contaminação

fecal (EVISON; JAMES, 1974; MOSSEL, 1958).

Todas as espécies de Bifidobacterium são exclusivamente de origem

fecal, e ocorrem em fezes humanas em proporções superiores aos de E. coli

(DAVIES, 1993; ELOY, 1976; LEVIN, 1977; LIM et al., 1995). Além disso, como

Bifidobacterium spp. são anaeróbios estritos com necessidades complexas de

crescimento, é pouco provável que este gênero de organismos encontrem condições

adequadas para crescer em água (NEBRA; BLANCH, 1999). Apesar de algumas

vantagens a favor para atuar como indicadores de poluição fecal na água

Bacteroides spp. não possuem um meio seletivo para isolamento, a maioria deles

tem composições complexas que incluem antibióticos como inibidores do

crescimento e necessitam de tempos de incubação longo. Esses fatores dificultam

seu uso rotineiro de acompanhamento quando Bifidobacterium é usado como um

indicador fecal (NEBRA; BLANCH, 1999).

2.6.1.3 - Clostridium perfringens

Clostridium perfringens são bactérias anaeróbias obrigatórias, Gram

positivas, sulfato redutores, esporogênica, amplamente distribuída pela natureza e

considerada como parte da microbiota intestinal normal do homem e de animais, ou

seja não são exclusivamente de origem fecal (HATHEWAY et al, 1980). As células

vegetativas de C. perfringens encontram no intestino condições adequadas para sua

esporulação (LABBE, 1980). Os esporos são eliminados nas fezes e dessa forma

Page 26: MICRORGANISMOS INDICADORES

25

chegam ao meio aquático onde apresentam longevidade em função da grande

resistência a condições ambientais desfavoráveis. Por esse motivo, são úteis na

detecção de contaminação fecal remota, em situações nas quais outros indicadores,

como Escheria coli e estreptococos fecais, já não se encontrariam presentes. O uso

de C. perfringens como um indicador da qualidade de água tem sido objetivo de

vários estudos (BISSON & CABELLI, 1979; HIRATA et al., 1991; PAYMENT &

FRANCO, 1993; MEDEMA et al., 1997). De acordo com MEDEMA et al. 1997, os

esporos de C. perfringens sobrevivem mais tempo nas águas fluviais que os

oocistos do protozoário Cryptosporidium parvum, podendo dessa forma ser

considerado um indicador útil da presença deste parasita responsável por inúmeros

surtos de doenças intestinais de origem hídrica e resistente ao tratamento

convencional da água.

HIRATA et al. (1993), PAYMENT & FRANCO (1993), FERGUSON et al.

(1996) entre outros pesquisadores preconizam que o monitoramento de C.

Perfringens em água tratada pode fornecer benefícios para se avaliar a eficiência na

remoção de organismos patogênicos resistentes, tais como oocisto de

Cryptosporidium e cisto de Giardia em sistemas de tratamento de água. A aplicação

mais adequada para esta bactéria tem sido indicar poluição fecal em águas

cloradas, sedimentos e efluentes industriais com altas concentrações de produtos

tóxicos que podem afetar outros indicadores, mas não afetam os esporos destas

bactérias (DE OLIVEIRA, 1990). Apresentam um interessante para pesquisa, porém

não são recomendados para a rotina de monitoramento de sistemas de distribuição,

devido a sua capacidade de sobreviver, pois podem ser detectados muito tempo

depois da poluição e dar falsos sinais (CERQUEIRA, HORTA, 1999).

2.6.2 - Indicadores Virais:

Atualmente o padrão de qualidade microbiológico para água residuária no

Brasil inclui somente bactérias indicadoras de contaminação fecal. A determinação

deste parâmetro não avalia de maneira eficiente à presença ou ausência de vírus na

água. Para complementar os indicadores bacterianos freqüentemente utilizados, os

bacteriófagos têm sido proposto como possíveis tipos de vírus para a avaliação da

qualidade da água (IAWPRC, 1991).

Page 27: MICRORGANISMOS INDICADORES

26

2.6.2.1 – Bacteriófagos

Nos ambientes de água doce também tem a presença de microrganismos

parasitas intracelulares obrigatórios, como os bacteriófagos, que são vírus e,

portanto requerem a presença de bactérias hospedeiras viáveis para sua replicação.

(FARRAH, 1987). Atualmente, a detecção de níveis de bacteriófagos em águas

poluídas por esgotos tem sido proposta como forma de avaliar o nível de

contaminação dessa água. A descrição de uma correlação entre níveis de colífagos

e coliformes tem estabelecido a importância do bacteriófago como um indicador de

contaminação fecal. Apesar do índice de coliforme ser o critério microbiológico

utilizado para avaliar a qualidade da água e o risco de presença de bactérias

patogênicas, questiona-se a sua utilidade para indicar a presença de vírus entéricos.

A detecção de níveis de bacteriófagos na água tem sido então proposta como

alternativa à avaliação da contaminação de diferentes tipos de água tanto por

bactérias quanto por vírus enteropatogênicos (PEDROSO et al., 2003).

São três os grupos de bacteriófagos considerados como prováveis

indicadores da presença de vírus: os colifagos somáticos, os bacteriófagos F-

especificos e fagos que infectam a bactéria anaeróbia Bacteroides fragilis

(IAWPRC,1991). A quantificação de microrganismos indicadores de contaminação

fecal é ferramenta essencial para avaliar o desempenho do sistema de tratamento

na remoção de microrganismos patogênicos. Os estudos sobre colifagos somáticos

é importante para avaliar a contaminação fecal com menor tempo de detecção,

demora apenas 6 horas, sendo mais rápido que a determinação de coliformes

termotolerantes que precisam de 24 horas para sua quantificação (MEDEIROS,

BRITO, 2006).

2.6.2.2 – Colifagos

Os colifagos são bacteriófagos específicos de E. coli e foram

considerados indicadores microbiológicos potenciais de qualidade da água por

estarem presentes em águas que contém E. coli. No esgoto são presentes em

número maior que nas fezes humanas e desenvolvem maior resistência ambiental

Page 28: MICRORGANISMOS INDICADORES

27

que as bactérias (BITTON, 1987). Seu significado sanitário é como indicador de

contaminação por esgoto e, devido a sua grande persistência comparada com

outras bactéria indicadora, pode ser utilizado como indicador adicional da eficiência

do tratamento de água ou proteção de águas subterrâneas (OPAS,1996).

O uso dos colifagos como indicador tem como vantagens sua facilidade

de enumeração, incluindo o tempo reduzido para o resultado final (4 a 6 horas), além

do que, as taxas de inativação de colifagos são similares àquelas reportadas para

muitos patogênicos. Entretanto, para muitos pesquisadores, a maior dificuldade do

uso desse indicador refere-se ao fato de que sua enumeração requer manutenção

de cepa de bactéria hospedeira de boa qualidade, cuja condição pode ser limitante

para muitos laboratórios (PAYMENT; FRANCO, 1993).

A qualidade de águas tratadas nem sempre é garantida em termos de

segurança virológica, pois os atuais indicadores do grupo coliforme determinam

somente a segurança bacteriológica da água. Os vírus são mais difíceis de serem

detectados que as bactérias em amostras ambientais, especialmente em águas, nas

quais estes microrganismos normalmente são encontrados em menor número.

Sendo parasitas intracelulares obrigatórios, não se multiplicam; tornam-se

necessárias, então, a análise de amostras de água volumosas e a escolha de

métodos de concentração com grande eficiência de recuperação para as partículas

virais (TAVARES et al. 2005).

3 – CONCLUSÕES:

Os indicadores biológicos são úteis devido a sua especificidade a certos

tipos de impacto, já que inúmeras espécies são comprovadamente sensíveis a um

tipo de poluente, mas tolerantes a outros. Entretanto nenhum indicador é

efetivamente perfeito, levando em consideração uma série de fatores tais como

classe dos corpos de água, característica da água (água doce, salina), clima

(temperado, tropical) e além do fator econômico. Tradicionalmente os indicadores

são usados por limitações de ordem prática, técnica e econômica, uma vez que

torna-se impossível examinar todos os potenciais organismos patogênicos presentes

na água.

Page 29: MICRORGANISMOS INDICADORES

28

Várias críticas e algumas desvantagens são apontadas sobre o uso geral

de E. coli, como indicadores de poluição fecal em ambientes hídricos, devido ao fato

de sua pouca tolerância à toxicidade da água salgada, além de não funcionarem

adequadamente como indicadores de poluição local, visto a existência de outras

origens. Os coliformes e outros indicadores fecais devem ser suplementados com

indicadores adicionais, que compensem a intolerância deste na monitoração do meio

hídrico.

Os quatro grupos de microrganismos descritos, como indicadores da

qualidade da água são importantes, é necessários critérios para usá-los, como

ferramenta eficiente no controle dos recursos hídricos.

Assim sendo, esses organismos não são tão conhecidos pelo público em

geral, mas são grandes aliados em vários tipos de pesquisas com os mais variados

focos. Dessa forma, a tendência é uma utilização cada vez maior desses

bioindicadores, em razão dos excelentes resultados alcançados no controle e

pesquisas.

É de suma importância que haja vontade política dos dirigentes

governamentais na criação de programas sanitários com alocação de recursos e

execução da coleta e tratamento de resíduos industriais e esgoto doméstico.

Também se faz necessário a conscientização da população no sentido de

preservação deste bem natural tão escasso e finito. A falta de informação, e a má

utilização da água leva cada vez mais, a uma maior complexidade na utilização dos

indicadores de poluição e seu monitoramento.

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