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Modelo de laudo de insalubridade/periculosidade – carga e descarga

EXMO. SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE RIO GRANDE - RS Processo nº.: 55555-2003 222 33 44 5 Reclamante: MÁRIO LAUBERT Reclamada: MARCOLOTTI LTDA. ANGELO FRANCISCO ROMAN, engenheiro civil e de segurança do trabalho,

infra-assinado, inscrito no CREA/RS sob o nº 86252, tendo sido designado por V. Exa. para atuar como perito técnico nos autos do processo supramencionado, vem respeitosamente apresentar o laudo pericial anexo, para que seja juntado aos autos do processo em questão, estimando as custas do trabalho efetuado em R$ ... (...), assim distribuídos: despesas com transporte, estadia, equipamentos, escritório, etc, em R$ ... (...); honorários profissionais, em R$ ... (...), atualizados pelo Enunciado nº 10 do TRT no ato da liquidação do feito.

Desde já este perito manifesta-se pela observação do previsto no Enunciado nº 236 do TST.

Permanecendo à disposição de Vossa Excelência para quaisquer esclarecimentos que porventura se tornarem necessários.

N. Termos P. Deferimento Esteio, ... de ... de ....

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Processo nº.: 55555 2003 222 33 44 5 Reclamante: MÁRIO LAUBERT Reclamada: MARCOLOTTI LTDA.

LAUDO TÉCNICO PERICIAL SUMÁRIO 1. Objetivos da perícia 2. Considerações preliminares 3. Atividades exercidas pelo reclamante 4. Local de trabalho 5. Metodologia do levantamento técnico 6. Levantamento, exame das condições e ambiente de trabalho 7. Equipamentos de proteção individual – EPIs

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8. Conclusão 9. Quesitos do reclamante 10. Quesitos da reclamada (fls. 20 e 21) 11. Bibliografia 12. Encerramento 1 OBJETIVOS DA PERÍCIA O objetivo da perícia ora realizada é o de definir se existiam, nas atividades

desempenhadas pelo Reclamante, condições que possam ser caracterizadas como insalubres e/ou periculosas de acordo com a Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978, e se tal for confirmado, determinar qual o grau de insalubridade ou condições periculosas.

2 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES Para realizar a perícia para a qual fui designado, conforme solicitado nos autos e

para bem poder avaliar os elementos referentes ao trabalho efetuado pela Reclamante, foi feita entrevista e visita aos locais de trabalho do Reclamante nas dependências da Reclamada e no armazém adjacente à sede da Reclamada, na data de 16/12/2003.

Pela parte da Reclamada, na entrevista esteve presente o seu procurador Dr. Gilberto Malossine e o Sr. Altair Borges, que acompanhou a visita, prestando as informações necessárias para realização do laudo técnico pericial.

O Reclamante também esteve presente na entrevista e acompanhou a visita prestando as informações necessárias para realização do laudo técnico pericial.

Na entrevista, efetuei os levantamentos dos dados necessários para a perícia, de acordo com a NR-15 da Lei 6.514, aprovada pela Portaria 3.214/78, a qual trata das atividades e operações insalubres, e estes foram: ruído, iluminação, calor, agentes químicos, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, vibração, frio, umidade, poeiras minerais e agentes biológicos; foi observada a legislação vigente sobre periculosidade, NR-16.

Foi também empregado o método de avaliação qualitativa prevista no Anexo 13 da NR-15 da Lei 6.514, aprovada pela portaria 3.214/78, e o que faculta o artigo 429 do CPC.

3 ATIVIDADES EXERCIDAS PELA RECLAMANTE O Reclamante informou que trabalhou para a Reclamada, no período de

15/09/2001 até 10/08/2003, e que havia trabalhado em duas funções: por quatro meses trabalhou como Auxiliar de Carga e Descarga, e do quinto mês do contrato até o término do pacto laboral, executou a função de Conferente.

Na função da Auxiliar de Carga e Descarga, o Reclamente informou que: - ajudava a carregar e descarregar mercadorias em caminhões, produtos químicos,

TFL, tintas Cormaior e adubos químicos, serviços no armazém adjacente à sede da Reclamada.

Na função de Conferente, o reclamante informou que: - trabalhou no armazém “B-8”, no Porto; retirava carga para a Reclamada no

armazém de estocagem de produtos inflamáveis, serviço executado diariamente em média 4 horas;

- operava empilhadeira quando necessário, desmontava rodado de tratores para facilitar o transporte (diminuir volume), vistoriava os contêiner visualmente;

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- executava serviços de separação de mercadorias (bater), fracionava conforme pedido, executava transbordo de mercadorias corrosivas (bater) e de combustão instantânea. No Terminal do Porto Seco, trabalhou na conferência de cargas.

4 LOCAL DE TRABALHO O Reclamante executava suas atividades no endereço da Reclamada. Área de

armazenamento coberta é aproximadamente de 3.800 metros quadrados, com paredes de alvenaria pintada e piso cerâmico no escritório e cimento no armazém; iluminação artificial com lâmpadas e natural.

O armazém “B-8” do porto, tem uma área fechada e coberta de aproximadamente 3.500 metros quadrados, possui iluminação artificial com lâmpadas, ventilação com exaustores no teto. O referido armazém é destinado somente para cargas perigosa (químicas e inflamáveis).

5 METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO TÉCNICO 5.1 Pressão acústica Baseou-se no Anexo 01 e 2 da NR – 15, o qual trata dos limites de tolerância para

ruído contínuo ou intermitente. Atividades ou operações que exponham o trabalhador a níveis de ruído contínuo ou

intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo anexo, caracterizam a insalubridade.

METODOLOGIA Para o levantamento das medidas do nível da pressão acústica, percorreu-se a área

de trabalho do Reclamante utilizando o decibelímetro, na altura aproximada do ouvido do trabalhador. O aparelho foi ajustado para o circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). Utilizou-se o instrumento Decibelimetro Digital; Fabricante Instrutherm, Modelo DCE-416, N°. Série 0189891, Certificado de calibração nº 4379.

5.2 Exposição ao calor Baseou-se na NR-15, em seu Anexo 3, o qual trata dos limites de tolerância para

exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço, ou em outro local (local de descanso).

METODOLOGIA A exposição ao calor é avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido – Termômetro

de Globo” (IBUTG), definido pela equação para ambientes internos ou externos sem carga solar, ou pela equação para ambientes externos com carga solar.

O aparelho usado nesta avaliação é o termômetro de globo digital portátil, TGD-100.

5.3 Iluminamento Conforme a Portaria nº 3.751 de 23/11/1990, o Anexo 4 da NR-15 foi revogado a

partir de 27/02/91, inclusive deixando, a partir desta data, de ser um problema de Insalubridade, e passando a ser um problema de ergonomia. Sendo a data de admissão posterior a 27/02/91, o nível de iluminamento não será analisado.

5.4 Radiações ionizantes

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Baseou-se no Anexo 5 da NR-15, o qual trata dos limites de tolerância a serem considerados. Nas atividades ou operações onde o trabalhador fica exposto a radiações ionizantes, os limites de tolerância são os constantes da Resolução – CNEN – 06/73, 12/88 e 9/88, Normas Básicas de Proteção Radiológica.

5.5 Radiações não-ionizantes Baseou-se no Anexo 7 da NR-15, o qual explicita quais são as radiações não-

ionizantes, sendo elas as microondas, ultravioletas e laser. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

As atividades ou operações que exponham o trabalhador às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa – 400 – 320 nanômetros), não serão consideradas insalubres.

5.6 Vibrações Baseou-se no Anexo 8 da NR-15, o qual trata das atividades e operações que

exponham os trabalhadores, sem a proteção adequada às vibrações localizadas ou de corpo inteiro, as quais serão caracterizadas como insalubres, através de perícia realizada no local de trabalho.

METODOLOGIA Na perícia visando à comprovação ou não da exposição, tomou por base os limites

de tolerância definidos pela Organização Internacional para a Normalização – ISSO, em suas normas ISSO 2631 e ISSO/DIS 5349.

5.7 Frio Baseou-se no Anexo 9 da NR-15, o qual trata das atividades ou operações

executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, as quais serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção, realizada no local de trabalho.

A FUNDACENTRO, embasada em estudos e pesquisa bastante diversificada, tanto de âmbito nacional como internacional, considera insalubre uma atividade ou operação quando esta for executada em desacordo com a tabela por ela confeccionada. Esta tabela relaciona as faixas de temperaturas com tempos máximos de exposição.

A tabela fixa o tempo máximo de trabalho permitido a cada faixa de temperatura, desde que alternado com recuperação térmica em local fora do ambiente considerado frio. Ao mesmo tempo, chama a atenção que os limites de tempo, conforme a tabela para exposição a baixas temperaturas, só podem ser considerados para pessoas adequadamente vestidas para exposição ao frio.

METODOLOGIA A produtividade humana depende da integridade funcional do cérebro e das mãos

do homem. Em ambientes frios, deve-se conservar o calor do corpo, para manter a temperatura do cérebro ao redor de 37,0ºC, assegurando a adequada irrigação do sangue às extremidades.

Algumas medidas de proteção ao trabalhador contra o frio intenso devem ser tomadas, tais como aclimatação, regime de trabalho, exames médicos, vestimentas adequadas e treinamento.

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O trabalhador não pode permanecer por longos períodos de tempo em ambientes com frio intenso.

5.8 Umidade Baseou-se no Anexo 10 da NR-15, o qual trata das atividades ou operações

executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, as quais serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizado no local de trabalho.

5.9 Agentes químicos Baseou-se nos anexos 11 e 13 da NR-15, os quais tratam dos agentes químicos,

cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho, com levantamento quantitativo, ou por atividades ou operações envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho, com levantamento qualitativo.

METODOLOGIA Levantamento quantitativo: executar medição com Bomba Accuro, Tubos

Reagentes DRÄGER, nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos. A caracterização da insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância, constantes do Quadro 1 do Anexo 11 .

No levantamento qualitativo, a caracterização da insalubridade ocorrerá, em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho, para a relação das atividades e operações, envolvendo agentes químicos, constantes do Anexo 13 da NR-15 .

5.10 Poeiras minerais Baseou-se no Anexo 12 da NR-15, o qual aplica-se a todas e quaisquer atividades,

nas quais os trabalhadores estão expostos ao asbesto e à sílica livre cristalizada, no exercício do trabalho.

METODOLOGIA Entende-se por exposição ao asbesto, a exposição no trabalho às fibras de asbesto

respiráveis, ou poeira de asbesto em suspensão no ar, originada pelo asbesto ou por minerais, materiais ou produtos que contenham o asbesto.

O limite de tolerância, para fibras respiráveis de asbesto crisotila, é de 2,0 f/cm³ . A avaliação ambiental será realizada pelo método do filtro de membrana,

utilizando-se aumentos de 400 a 500X, com iluminação de contraste de fase. O asbesto ou amianto é um material fibroso utilizado em vários produtos que têm a

propriedade de isolante térmico; é um material altamente tóxico, sendo absorvido pelas vias respiratórias, nos locais onde haja concentrações de partículas que provoquem a doença pulmonar denominada asbestose, que é irreversível.

A sílica livre cristalizada, também denominada quartzo, é um dos componentes da areia, sendo encontrada em grandes quantidades de matérias-primas e em produtos utilizados na indústria. As atividades que produzem muito pó contendo sílica livre cristalizada são prejudiciais, pois a absorção da sílica livre cristalizada provoca a doença profissional pulmonar denominada silicose, que é irreversível.

A insalubridade devido ao asbesto e à sílica livre cristalizada é caracterizada quando a concentração no ambiente ultrapassa os limites de tolerância indicados no Anexo 12.

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5.11 Agentes biológicos Baseou-se no Anexo 14 da NR-15, o qual apresenta a relação de atividades que

envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.

5.12 Periculosidade Pela legislação vigente, quatros são as hipóteses de enquadramento de

periculosidade aos trabalhadores em geral: - Anexo 1 da NR-16: Atividades e Operações.Perigosas com Explosivos; - Anexo 2 da NR-16: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; - Decreto nº 9.3412/86: Trabalhos no setor de energia elétrica; - Portaria nº 3.393/87: Radiações Ionizantes ou substâncias radioativas; - Art. 193 da CLT, Parágrafo 1º “O trabalho em condições de periculosidade

assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”.

6 LEVANTAMENTO E EXAME DAS CONDIÇÕES E AMBIENTE DE

TRABALHO No levantamento e avaliação ambiental das áreas onde a Reclamante exercia sua

função e atividades, registramos: 6.1 Pressão acústica Fica prejudicada a medição, devido a não existir, no dia da perícia, a

movimentação de caminhões e atividades de carga e descarga; cabe informar que o Reclamante não permanecia a jornada toda nos armazéns da Reclamada ou do porto.

O Reclamante não laborou com níveis de pressão sonora superior ao limite de tolerância, limite de tolerância é de 85dB durante diária de 8 horas.

6.2 Iluminamento Este agente não é mais considerado insalubre. 6.3 Exposição ao calor O Reclamante não laborou em condições de stress térmico. 6.4 Radiações ionizantes O Reclamante não se expunha a radiações ionizantes. 6.5 Radiações não-ionizantes O Reclamante não se expunha a radiações não-ionizantes. 6.6 Vibrações O Reclamante não se expunha a vibrações. 6.7 Frio O Reclamante, no desempenho de suas atividades, não se expunha ao frio.

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6.8 Umidade O Reclamante, no desempenho de suas atividades, não se expunha à umidade. 6.9 Agentes químicos O Reclamante, no desempenho de suas atividades, não se expunha a agentes

químicos. Os produtos químicos eram acondicionados para o transporte, portanto o Reclamante não manipulava os referidos produtos.

6.10 Poeiras minerais O Reclamante não se expunha a poeiras minerais. 6.11 Agentes biológicos O Reclamante não laborou em exposição a agentes biológicos. 6.12 Análise quanto à periculosidade Na visita ao armazém “B-8”, no Porto, podemos observar que no referido armazém

são estocadas, movimentam e circulam cargas perigosas tanto em pequena como grandes quantidades (mais que duzentos litros de inflamáveis), produtos químicos, produtos inflamáveis, produtos contaminados e outros. No citado armazém eram estocadas cargas importadas ou exportadas, das mais variadas empresas, não só da Reclamada. Este armazém não possui divisórias.

Na visita ao armazém “B-8”, o seu administrador informou ser obrigatória a visita de representantes dos transportadores das cargas para inspeção de recebimento, como também a conferência das cargas que chegam ou saem do armazém. Alguns líquidos inflamáveis que entram no “B-8”, conforme informado pelo administrador, são: tiner, solventes, colas, tintas, acetonas, álcool, éter, entre outros.

Nas atividades desenvolvidas pelo Reclamante, de ingresso no armazém “B-8” do porto, local que armazena e movimenta líquido inflamável, percebeu-se a rotina operacional de execução de tarefas ou de ingresso de modo habitual, ainda que intermitente, em instalações em situações de exposição aos efeitos da periculosidade, conseqüentemente possibilitando o perfeito enquadramento da periculosidade.

Conforme NR 16 - Atividades e Operações Perigosas: 16.1 - São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexos

números 1 e 2 desta Norma Regulamentadora - NR. 16.2 - O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao

trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.

16.8 - Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sob responsabilidade do empregador.

Conforme NR-16, Anexo 2 - Atividades e operações perigosas com inflamáveis. Letra - e) Quaisquer outras atividades de manutenção ou operação, tais como:

serviço de almoxarifado, de escritório, de laboratório, de inspeção de segurança, de conferência de estoque, de ambulatório médico, de engenharia, de oficinas em geral, de caldeiras, de mecânica, de eletricidade, de soldagem, de enchimento, fechamento e arrumação de quaisquer vasilhames com substâncias consideradas inflamáveis, desde

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que essas atividades sejam executadas dentro de áreas consideradas perigosas, ad referendum do Ministério do Trabalho.

III - Armazenagem de inflamáveis líquidos, em tanques ou vasilhames: Letra - b) Arrumação de tambores ou latas ou quaisquer outras atividades

executadas dentro do prédio de armazenamento de inflamáveis ou em recintos abertos e com vasilhames cheios de inflamáveis ou não, desgaseificados ou decantados.

IV - Armazenagem de inflamáveis gasosos liquefeitos, em tanques ou vasilhames: Letra - a) Arrumação de vasilhames ou quaisquer outras atividades executadas

dentro do prédio de armazenamento de inflamáveis, ou em recintos abertos e com vasilhames cheios de inflamáveis ou vazios não desgaseificados ou decantados.

3. São consideradas áreas de risco: Atividade: Letra - s) Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis

líquidos ou vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado. Área de risco, toda a área interna do recinto. 7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI A Reclamada não comprovou o fornecimento de EPI’s. Para exposição a produtos

químicos e inflamáveis não foi fornecido EPI. Quanto ao EPI em determinadas atividades, a utilização mostra-se insuficiente, em

função de peculiaridades operacionais, a falta de treinamentos, acompanhamento e fiscalização do perfeito uso.

8 CONCLUSÃO Do anteriormente exposto no presente laudo pericial, concluímos: Quanto à insalubridade: De acordo com a NR-15, portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, pode ser

considerado que o Reclamante MÁRIO LAUBERT não laborou em condições e/ou exposto aos efeitos da insalubridade em todo o pacto laboral, não conferindo adicional de insalubridade.

Quanto à periculosidade: De acordo com Anexo 2 da NR 16, portaria 3.214 de 08 de junho de 1978, pode ser

considerado que o Reclamante MÁRIO LAUBERT laborou em condições e/ou exposto aos efeitos da periculosidade, em todo o período janeiro/2002 até 04/07/2003, conferindo o adicional de periculosidade (30%).

9 QUESITOS DO RECLAMANTE Não apresentou quesitos. 10 QUESITOS DA RECLAMADA (fls. 20 e 21)

1) Informe o perito a função e as atividades do Reclamante, quantificando o tempo de cada atividade.

Resposta: O Reclamante informou que trabalhou para a Reclamada, no período de

15/09/2001 até 10/08/2003, e que havia trabalhado em duas funções: por quatro meses trabalhou como Auxiliar de Carga e Descarga, e do quinto mês do contrato até o término do pacto laboral, executou a função de Conferente.

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Na função da Auxiliar de Carga e Descarga, o Reclamente informou que: - ajudava a carregar e descarregar mercadorias em caminhões, produtos químicos,

TFL, tintas Cormaior e adubos químicos, serviços no armazém adjacente à sede da Reclamada.

Na função de Conferente, o reclamante informou que: - trabalhou no armazém “B-8”, no Porto, retirava carga para a Reclamada no

armazém de estocagem de produtos inflamáveis, serviço executado diariamente em média 4 horas;

- operava empilhadeira quando necessário, desmontava rodado de tratores para facilitar o transporte (diminuir volume), vistoriava os contêineres visualmente;

- executava serviços de separação de mercadorias (bater), fracionava conforme pedido, executava transbordo de mercadorias corrosivas (bater) e de combustão instantânea. No Terminal do Porto Seco trabalhou na conferência de cargas.

2) Quanto aos agressores físicos, enumere os agentes e condições, devidamente cronometrados e avaliados quantitativamente. Somente serão aceitos valores de ruído feitos por dosimetria, conforme a legislação pertinente. Somente serão aceitas medições de temperatura com árvore termométrica padronizada.

Resposta: O Reclamante não trabalhou exposto ou em condições insalubres.

3) Quanto aos agressores químicos, faça considerações sobre os mesmos e descreva se houve contato, como e por quanto tempo, quantificando-os, se for o caso. Somente serão aceitas medições por instrumentação e processos devidamente regulamentadas por lei.

Resposta: O Reclamante não laborou exposto a produtos insalubres.

4) Quanto aos agressores biológicos, mencione se houve, de que maneira, quantifique o tempo de exposição.

Resposta: O Reclamante não trabalhou exposto a agentes biológicos.

5) Se houve condições insalubres, faça o enquadramento legal.

Resposta: Prejudicada pela resposta ao quesito 2.

6) O Reclamante trabalhava em contato ou na área de risco de líquidos ou gases inflamáveis,

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explosivos de uma forma geral, contato com a eletricidade ou com material ou equipamentos radioativo?

Resposta: O Reclamante entrava na área de risco no armazém “B-8”. O

administrador do referido armazém informou ser obrigatória a visita de representantes dos transportadores das cargas para inspeção de recebimento e conferência das cargas que chegam ao armazém ou dele saem. Alguns líquidos inflamáveis que mais entram no “B-8”, conforme informado pelo administrador, são: tiner, solventes, colas, tintas, acetonas, álcool, éter, entre outros.

7) Houve enquadramento da atividade como periculosa? Em caso positivo queira fazer o enquadramento. A atividade é permanente e continuada? Explique.

Resposta: Nas atividades desenvolvidas pelo Reclamante, de ingresso no armazém

“B-8” do porto local que armazena e movimenta líquido inflamável, percebeu-se a rotina operacional de execução de tarefas ou de ingresso habitual, ainda que intermitente, em instalações em situações de exposição aos efeitos da periculosidade, conseqüentemente possibilitando o perfeito enquadramento da periculosidade.

11 BIBLIOGRAFIA - Manual de Legislação Atlas vol. 16 – Segurança e Medicina do Trabalho, 50ª

edição, SP 2002. - GONÇALVES, Edwar – Segurança e Medicina do Trabalho, 2ª edição,

SP 1998. - Bueno, Antonio e Elaine – Perícias Judiciais na Medicina do Trabalho, LTr

editora, SP 2001. - BLAKISTON, Dicionário Médico, Organização Andrei Editora SP, 2ª edição. - Manual de Segurança e Saúde no Trabalho; IOB, julho/98, SP. - FUNDACENTRO. As Doenças dos Trabalhadores. SP, 1985. - Organização Internacional do Trabalho. Enciclopedia de medicina, higiene y

seguridad Del trabajo. Madrid, O.I.T., 1974. 12 ENCERAMENTO O presente laudo contém dez folhas, impressas de um só lado, sendo todas

rubricadas e esta última datada e assinada pelo perito. Em anexo, as atividades executadas pelo Reclamante, cópia das AR’s e fax referentes à agenda da entrevista. Laudo entregue em 3 vias.

Esteio, 22 de fevereiro de 2004.

ANGELO FRANCISCO ROMAN Engº. Civil e Segurança do Trabalho

CREA-RS 86.252 Diretor de Secretaria

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