Monitoramento do Programa Municipal de Diabetes
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil
Titular do Órgão: Dr. Hans Fernando R. Dohmann
Gerente do Programa: Dra. Claudia R. Marques da Rocha
Período: 18/03/10 a 08/04/10
Servidores Designados para Auditoria:
Cláudio Pereira Caldeira Inspetor Setorial Mat. 040/901.318
Michele de Souza Ribeiro
Técnico de Controle Externo Mat. 040/901.354
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ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3
1.1 - OBJETIVO........................................................................................................................3 1.2 - O MONITORAMENTO.......................................................................................................4 1.3 - METODOLOGIA UTILIZADA ..............................................................................................4
2 - O PROGRAMA MUNICIPAL DE DIABETES ..............................................................4
2.1- AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA.......................................................................5
3- MONITORAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIAS PRO POSTAS ...6
3.13 – ANÁLISE DA SITUAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES...........................................................34
4 – REVISÃO DOS QUESTIONAMENTOS DA AUDITORIA OPERA CIONAL DE 2005 ..........................................................................................................................................34
5- REGISTRO DOS PONTOS RELEVANTES IDENTIFICADOS NO MONITORAMENTO COM REPERCUSSÃO PARA O PROGRAMA MUNIC IPAL.36
5.1. PROJETO ACADEMIA CARIOCA .......................................................................................36 5.2. DESCARTE DAS SERINGAS PELOS USUÁRIOS....................................................................37
6 - ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES PARA O PROG RAMA MUNICIPAL DE DIABETES...............................................................................................38
6.1. TAXA DE INTERNAÇÕES POR COMPLICAÇÕES DE DIABETES (EFICÁCIA)..........................38 6.2. PROPORÇÃO DE PORTADORES DE DIABETES MELLITUS CADASTRADOS (EFICÁCIA) .......39 6.3. TAXA DE COBERTURA DE PACIENTES EM TRATAMENTO NO PROGRAMA DE DIABETES
(EFICÁCIA) ............................................................................................................................40
7 – OPORTUNIDADES DE MELHORIA...........................................................................41
8 - QUESTIONAMENTOS ...................................................................................................42
9 – CONCLUSÃO...................................................................................................................42
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1 - Introdução
1.1. Em cumprimento ao plano de inspeções aprovado por esta Corte de Contas, em
Sessão Plenária de 13 de Janeiro do corrente ano, esta Comissão procedeu, no período de
18/03/2010 a 09/04/2010, ao Monitoramento do Programa Municipal de Diabetes da
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC) para verificar a implementação das
recomendações propostas por esta Corte como resultado da auditoria operacional realizada
em 2005 no referido Programa, conforme o processo 040/3870/20051.
1.2. Diante das deficiências na implementação do Programa apontadas na auditoria,
e objetivando colaborar para melhoria do seu desempenho, o TCMRJ formulou
recomendações à então Secretaria Municipal de Saúde2 (SMS), com o intuito de colaborar
para o alcance de benefícios, tais como ampliação da cobertura sobre a população alvo não
atendida, aperfeiçoar os instrumentos de controle no tratamento e no rastreamento de
complicações, melhoria na aderência dos usuários ao tratamento, fornecimento regular de
medicamentos e insumos para os pacientes diabéticos.
1.3. A Comissão Inspecionante, formalizada pelo Ofício N° TCM/SCE/049/2010, de
11/03/2010, baseou-se em um programa consubstanciado em papéis de trabalho e toda sua
documentação encontra-se arquivada nesta IGE para eventuais consultas.
1.1 - Objetivo
1.1.1 – A presente auditoria teve por objetivo os seguintes pontos:
I – em cumprimento ao voto nº 130/2007, de lavra do Exmo Sr. Conselheiro Antônio
Carlos Flores de Moraes, determinado na 26ª Sessão Plenária, ocorrida em 16/04/2008,
verificar a execução do plano de ação, juntado no anexo 1, elaborado pela SMSDC, além de
abordar os seguintes questionamentos pendentes de esclarecimentos na auditoria realizada
em 2005:
“15.1.1. Que a SMS promovesse esclarecimentos quanto às diferenças encontradas,
na tabela 1 do item 3.2, entre as despesas autorizadas e o valor empenhado, entre 2001 e
2004, informando inclusive para onde foram realocados esses recursos;
15.1.7. Esclarecer o motivo pelo qual os itens referentes à insulina NPH, metformina
e glibenclamida estão contemplados no sistema de registro de preços vigente da SMS,
embora haja previsão de fornecimento direto por meio do governo federal;
1 Arquivado na 26ª Sessão Plenária, ocorrida em 16/04/2008. 2 Denominação foi alterada para Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC) a partir de 01/01/2009 nos termos do Decreto Municipal nº 30.339 de 01/01/2009, com a assunção da nova Gestão (2009/2012).
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4
15.1.12. Quais são as providências que estão sendo tomadas para pôr em
funcionamento o equipamento destinado à cirurgia vitreoretiniana, Endolaser, mencionado
no item 13.2, localizado no Hospital Municipal da Piedade.”
II – Avaliar os resultados obtidos pelas ações desenvolvidas, por meio do
acompanhamento de indicadores, de forma a evidenciar possíveis melhorias.
1.2 - O Monitoramento
1.2.1. Como monitoramento, entende-se o acompanhamento, junto à SMSDC, das
providências adotadas para a adoção das medidas propostas, seu grau de implementação,
e suas conseqüências.
1.3 - Metodologia utilizada
1.3.1. Esta auditoria foi realizada por meio de: pesquisas realizadas junto a outros
órgãos de controle (TCU); entrevistas; análise processual e de documentos; aplicação de
questionários; análise de indicadores e verificação in loco.
1.3.2. O processo de coleta de dados desse monitoramento teve como amostra a
participação de 13 unidades de saúde municipais, dentre aquelas com maior número de
cadastrados em cada Área de Planejamento (AP).
2 - O Programa Municipal de Diabetes
2.1. O modelo de atenção ao portador de diabetes no âmbito do Município do Rio de
Janeiro é organizado pelo Programa Municipal de Diabetes da Secretaria Municipal de
Saúde e Defesa Civil, gerido pela Gerência de Programas de Diabetes (GPD).
2.2. Após a assunção da nova Gestão (2009-2010), o Decreto nº 30.433 de
28/01/2009, definiu um novo organograma onde a GDP passou a ter uma nova
Coordenação, conforme mostrado na figura a seguir.
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Figura 1 : Novo organograma da SMSDC, indicando que a atual posição hierárquica da Gerência de Diabetes
Fonte: Decreto nº 30.433 de 28/01/2009
2.2. Atualmente o programa está implantado em mais de 100 unidades com perfil de
atendimento tradicional e 92 módulos de PSF/PACS, no acompanhamento de pacientes que
não usam insulina e, em 23 pólos de insulina, que fazem o acompanhamento de insulino-
dependentes.
2.3. As informações adicionais sobre a doença e seu tratamento estão contidas no
anexo 2.
2.1- Ações desenvolvidas pelo Programa
2.1.1. O Programa fornece aos portadores de diabetes:
• medicamentos de uso contínuo;
• consultas agendadas;
• exames laboratoriais;
• ações educativas;
SMSDC
Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde (SUBPAV)
Superintendência de Atenção Primária
(SAP)
Coordenação de Linha de Cuidado e
Programas Especiais (CLCPE)
Gerência de
Programas de Diabetes
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• rastreamento de complicações e encaminhamento para outras
especialidades, nos casos necessários.
3- Monitoramento das oportunidades de melhorias pro postas
Com base no plano de ação formulado pela GPD, juntado no anexo 1, essa
comissão procurou acompanhar, na seqüência, em que medida as 12 oportunidades de
melhoria foram executadas pela SMSDC.
Oportunidades de Melhorias propostas
3.1- Viabilizar um Programa de Trabalho específico para as ações do Programa de
Diabetes ;
3.1.1. O tema em epígrafe refere-se ao apontado no item 3.2 do Relatório da
Auditoria, realizada em 2005, que abordou o aspecto orçamentário associado ao Programa
Municipal de Diabetes.
3.1.2. Identificou-se, à época, que o detalhamento do conjunto de projetos e de
atividades estratégicas inerentes ao Programa Municipal não estava sendo contemplado no
orçamento da então SMS. Ou seja, o orçamento não era um instrumento aderente às ações
prioritárias do Programa Municipal visando o alcance dos objetivos colimados, uma vez que
não havia participação direta da Gerência na sua elaboração. Assim, essa prática, além de
não privilegiar a cultura do planejamento, restringia sobremaneira o poder de decisão da
Gestora do Programa, pois não havia a garantia de recursos financeiros para a execução de
uma determinada ação prioritária.
3.1.3. A gestão anterior da SMS era contrária à criação de um Programa de Trabalho
(PT) específico, pois defendia que as dotações orçamentárias dos diversos programas de
saúde eram expressas no detalhamento das metas físicas.
3.1.4. Nesse monitoramento, apurou-se que essa situação não foi alterada até 2009.
O Programa de Diabetes permaneceu fazendo parte do PT genérico “Ações e Programas de
Saúde” (código 0209) e da Ação “Ações de Controle de Agravos e Doenças Crônicas Não
Transmissíveis” (código 2091). As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), referem-se, além do diabetes, às doenças
cardiovasculares (cerebrovasculares, isquêmicas), às neoplasias e às doenças respiratórias
crônicas.
3.1.5. No período entre 2006 a 2009, constatou-se que houve um empenhamento
acumulado de R$ 81.072.389,60, correspondente ao referido PT, conforme demonstrado no
gráfico 1, que indica a execução orçamentária anual associada às DCNTs, investida pela
SMSDC.
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Gráfico 1: Execução orçamentária anual relativa ao PT correspondente às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), entre 2006 e 2009.
R$ 0,00
R$ 2.500.000,00
R$ 5.000.000,00
R$ 7.500.000,00
R$ 10.000.000,00
R$ 12.500.000,00
R$ 15.000.000,00
R$ 17.500.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 22.500.000,00
R$ 25.000.000,00
R$ 27.500.000,00
R$ 30.000.000,00
R$ 32.500.000,00
Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
110,00%
Empenhado Liquidado Pago Percentual Liquidado Percentual pago
Fonte: Assessoria de Orçamento da SMSDC
3.1.6. Percebe-se, nos anos de 2007 e 2009, um desequilíbrio entre os valores
liquidados e pagos, que em tese caracterizam problemas de falta de pagamento com
fornecedores da SMSDC.
3.1.7. A partir de 2007, onde se observa um investimento significativo em relação ao
ano anterior, constatou-se que a SMSDC passou a alocar no PT de DCNT os recursos
financeiros do Bloco de Assistência Farmacêutica, transferidos do Fundo Nacional de Saúde
(FNS) para o Fundo Municipal de Saúde (FMS), em decorrência da nova regulamentação
ocorrida no modelo de financiamento de recursos federais para ações e serviços de saúde,
instituída pela Portaria nº 204/GM, de 29/01/2007.
3.1.8. Esses recursos destinam-se a aquisição de diversos itens de medicamentos
voltados, sobretudo, para a atenção básica, que inclui a assistência aos pacientes
diabéticos.
3.1.9. Apurou-se, no período entre 2006 a 2009, que o Município do Rio de Janeiro
tem pouca participação no investimento aplicado no Programa de Trabalho de DCNT da
SMSDC, conforme se verifica no gráfico 2.
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8
Gráfico 2 : Proporção aplicada no PT de DCNT da SMSDC, entre 2006 a 2009, por fonte de recursos.
2,76%
89,92%
7,32%
Fonte 100 Fonte 194 Fonte 113
Fonte: Assessoria de Orçamento da SMSDC
3.1.10. Conclui-se que, no período analisado, quase 90% dos recursos aplicados são
de origem federal (fonte 194), oriundos do Bloco de Assistência Farmacêutica, conforme se
pode verificar no gráfico 3, ao confrontar os recursos transferidos com os valores
empenhados no respectivo PT.
Gráfico 3: Análise comparativa entre os valores repassados pelo FNS relativos ao Bloco de Assistência Farmacêutica e o percentual desses valores em relação ao total empenhado no PT de DCNT da SMSDC
R$ 21.500.000,00
R$ 22.000.000,00
R$ 22.500.000,00
R$ 23.000.000,00
R$ 23.500.000,00
R$ 24.000.000,00
R$ 24.500.000,00
R$ 25.000.000,00
R$ 25.500.000,00
Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
110,00%
Valores transferidos do Bloco de Assistência Farmacêutica para o FMS
Percentual dos recursos transferidos em relação aos valores empenhados no PT DCNT
Fonte: FNS e Assessoria de Orçamento da SMSDC
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3.1.11. Com relação aos valores pagos vinculados ao PT de DCNT, percebe-se a
maior parte dos recursos financeiros foram aplicados na compra de medicamentos,
conforme se mostra o gráfico 4:
Gráfico 4: Percentual dos recursos aplicados, por despesa, entre 2007 a 2009, vinculado ao PT de DCNT
2,95% 2,63%0,02%
57,19%
75,14%
86,93%
3,80%8,99% 8,00%
33,20%
8,31%4,77% 2,84%
4,92%
0,28%
Mat. medicinal, cirurgico Medicamentos Mat. Laboratoriais Mandados Judiciais outros
Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Fonte: Assessoria de Orçamento da SMSDC
3.1.12. A Gerência de Diabetes informou que, apesar de não participar da
elaboração do orçamento, algumas prioridades solicitadas foram atendidas dentro desse PT
como:
I – aquisição de insumos (glicosímetros, fitas de glicemia e seringa), exames e
medicamentos para diabéticos;
II – gasto com material de escritório para atualização de profissionais;
III- pagamento de inscrição de profissionais da rede para participação em
congressos;
IV- aquisição de 1000 monofilamentos, materiais utilizados para avaliação do pé
diabético;
V- reprodução de material educativo para as novas clínicas de família;
3.1.13. A partir do ano de 2009, com a assunção da nova Gestão (2009-2012),
apurou-se que as gerências dos diversos programas de saúde do Órgão passaram
efetivamente a participar da elaboração do orçamento da SMSDC para o período de 2010-
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10
2013. Assim cada gerência estabeleceu ações prioritárias para o período, com as
respectivas metas físicas e previsões de despesas nas diferentes naturezas.
3.1.14. Constatou-se que, para o ano de 2010, no PT de DCNT, meta 3057, foram
destinados R$ 628.400,00 para serem investidos nas ações dos dois Programas
(Hipertensão e Diabetes), cuja composição está representada no gráfico 5.
Gráfico 5 : Composição percentual das despesas previstas para os programas de Hipertensão e Diabetes
0,80% 17,41%
7,16%
50,13%
1,27%
23,23%
Diárias Material de Consumo
Material de Distribuição Gratuita Serviços Pessoa Jurídica
Passagens Material Permanente
Fonte: Gerência de Programas de Diabetes da SMSDC
3.1.15. Segundo a GPD, metade dos gastos previstos referem-se a contratação de
empresas para a realização de treinamentos. Cabe informar que essa comissão não teve
acesso à composição dessas despesas.
3.1.16. Em face do exposto, tendo em vista que a SMSDC promoveu a inclusão da
GPD na elaboração do orçamento do PT de DCNT, entende-se que essa recomendação foi
implementada de forma satisfatória.
3.2 – Manter uma linha de ação junto às unidades pa ra identificar as possíveis causas
de queda no índice de crescimento.
3.2.1. O índice de crescimento era um indicador adotado pela Gerência que
monitorava a ação das unidades de saúde sobre a população-alvo não atendida, ou seja,
aferia a expansão do Programa ante a demanda reprimida. Constatou-se, na auditoria de
2005, que esse índice apresentou um decréscimo entre 2002 a 2004, a sugerir que a
Gerência promovesse ações junto às unidades de saúde visando o fortalecimento da
captação de novos casos.
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3.2.2. No plano de ação elaborado pela Gerência, para atender à recomendação em
epígrafe, foram estabelecidos como metas os seguintes pontos:
I- captar pacientes novos através da implantação de novas equipes de PSF e PACS;
II- ampliar as ações educativas com grupos, salas de espera e busca ativa de
pacientes em abandono por meio de visitas domiciliares e/ou aerogramas, através de
treinamento de equipe de enfermagem com foco em educação e saúde.
III- garantir continuidade de medicamentos e insumos.
3.2.3. As duas últimas metas acima transcritas serão abordadas nos itens 3.10 e 3.7,
respectivamente. Em relação à implantação de novas equipes de PSF, a Gerência de
Diabetes justificou que a ampliação da cobertura de atendimento aos pacientes diabéticos
requer prioritariamente incremento na expansão da atenção básica da rede municipal, por
meio da estratégia de Saúde da Família.
3.2.4. Segundo a Gerência de Diabetes, uma vez implantada uma unidade de PSF,
ela já é considerada apta para atender novos pacientes diabéticos, portanto, não há
requisitos técnicos ou formais exigidos para que a unidade exerça essa finalidade, com
exceção dos pacientes insulino-dependentes, que devem ser encaminhados para as
unidades de referência existentes (pólos de insulina)
3.2.5. O plano de ação proposto pela Gerência em conjunto com a Coordenação de
PSF, à época, estabeleceu um total de 290 equipes de PSF e PACS até o final de 2007.
Apurou-se que, atualmente, existem 249 equipes de PSF e 30 de PACS, a totalizar 279
equipes correspondendo cerca de 9,58% da cobertura populacional no âmbito municipal,
segundo informações extraídas do Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da
Saúde.
3.2.6. Em relação à oferta total de unidades de saúde municipais que oferecem
atendimento a pacientes diabéticos, apurou-se que a participação da estratégia do PSF em
quantidade de unidades implantadas vem sendo cada vez mais representativa, pois hoje já
alcança cerca de 52% desse total, conforme ilustrado no gráfico 6.
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12
Gráfico 6 : Total de unidades de PSF/PACS e sua participação percentual em relação ao total de unidades de saúde municipais abrangidos pelo Programa Municipal, por AP
5
6
6
19
1
8
4
16
18
950,00%
60,00%
64,00%
33,33%
50,00%
11,11%
63,33%
54,55%
50,00%
35,71%AP 1.0
AP 2.1
AP 2.2
AP 3.1
AP 3.2
AP 3.3
AP 4.0
AP 5.1
AP 5.2
AP 5.3
Total de módulos de PSF/PACS
Percentual de módulos de PSF/PACS em relação ao tot al de unidades básicas com atendimento adiabetes
Fonte: GPD
3.2.7. Da análise regionalizada por Área Programática, somente as APs 1.0, 3.2 e
4.0 correspondem a menos da metade das unidades municipais de saúde que prestam
assistência aos pacientes diabéticos. Porém, cabe ressaltar que o Plano Plurianual (2010-
2013) estabeleceu que, até 2013, serão implantadas 1.535 equipes de PSF, o que
consolidará essa estratégia como a principal porta de entrada para captação e atendimento
dessa clientela.
3.2.8. Com o intuito de apurar os resultados obtidos pelo Programa com relação ao
índice de crescimento, constatou-se, nesse monitoramento, que esse indicador não vem
mais sendo utilizado pela Gerência de Diabetes, desde 2007, depois que a Gerência passou
a adotar o sistema “Remédio em Casa”, como principal instrumento de cadastro de
pacientes diabéticos, conforme será tratado no próximo item (3.3).
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13
3.2.9. Os dados disponíveis referem-se ao número absoluto de novos cadastrados
pelas unidades de saúde municipais, representado no gráfico 7, não incluindo nesse total
os pacientes oriundos de módulos de PSF3.
Gráfico 7 : Quantitativo de novos cadastrados por ano, entre 2005 a 2009
15.864
10.2819.331
4.057
7.787
Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Paciente novos cadastrados
Fonte: GPD
3.2.10. Percebe-se que, em relação ao ano da realização da auditoria, em 2005,
houve um considerável decréscimo de número de novos pacientes, apesar de haver um
número estimado de pessoas que ainda não foram inseridos no Programa, conforme será
abordado no item 6.2.
3.2.11. Segundo a GPD, o baixo desempenho em relação ao ano de 2009 é
atribuído ao subregistro pelas unidades no sistema Remédio em Casa, conforme será
tratado no próximo item (3.3.)
3.2.12. Vale ressaltar que esses dados informados, além de não serem parciais, não
representam a totalidade da rede municipal, pois a GPD não dispõe dos dados relativos às
equipes de PSF existentes, não obstante estejam inseridos na estratégia do Programa
Municipal, conforme já informado anteriormente.
3.2.13. Segundo informações extraídas da base de dados da auditoria operacional4,
realizada em 2009, no Programa Saúde da Família no âmbito municipal, tinham sido
cadastrados nessas unidades até junho de 2009, 3570 pacientes.
3 Segundo informações da Gerência de Diabetes, somente as unidades que tinham sistema Remédio em Casa chegaram a cadastrar e outras eram tradicionais e agora são PSF. 4 Processo 040/000884/2010, em tramitação na SMSDC.
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
14
3.2.11. Pelo exposto, entende-se que a recomendação não foi implementada, pois
não foram evidenciados resultados satisfatórios em relação ao número de captados.
Considera-se que a SMSDC deve priorizar o cadastro correto e regular nos sistemas de
informações disponíveis, para se obter uma análise mais confiável desse indicador e,
sobretudo, integrando as informações oriundas das equipes de PSF.
3.3 – Viabilizar um sistema de informática com acesso e m todas as Unidades que
garanta a introdução atualizada de todos os dados r elativos ao Programa, como
quantitativo em abandono, captados, excluídos entre outros.
3.3.1. Apurou-se, na auditoria de 2005, que o processo de cadastro de pacientes
diabéticos no Programa Municipal era feito principalmente por meio de preenchimento
manual de formulários pelas unidades, as quais mensalmente eram remetidas para a GPD.
Esta, por sua vez, compilava essas informações e as registrava em banco de dados
informatizado, servindo como principal instrumento de acompanhamento e de avaliação
tanto para Diabetes quanto para Hipertensão.
3.3.2. Entretanto, a referida auditoria apontou que esse modelo possuía fragilidades
importantes, como ocorrência de duplicidade de inscrição e de informações desatualizadas,
que comprometiam a confiabilidade desses dados, o que motivou a formulação da
recomendação em epígrafe.
3.3.3. Naquela época a então SMS, por iniciativa própria, tinha interesse de utilizar o
sistema do Programa “Remédio em Casa” (RC), para desempenhar essa função de
cadastro informatizado de pacientes diabéticos e hipertensos, pois era um sistema já
existente em grande parte das unidades municipais e detinha informações afins. Ocorre que
esse sistema, que originalmente foi criado apenas para cadastro de pacientes que recebiam
medicamentos de diabetes e hipertensão nos seus domicílios, tinha limitações técnicas que
não permitiam alterar ou disponibilizar dados a respeito do tratamento ou do cadastro dos
usuários.
3.3.4. No plano de ação sintético elaborado pela GPD, extrai-se que seria
implantado, até o primeiro semestre de 2007, uma nova versão do Remédio em Casa de
forma a corrigir essas restrições e torná-lo mais ajustado às necessidades da GPD.
3.3.5. Verificou-se, nesse monitoramento que, desde 2007, a GPD solicitou que as
unidades suspendessem o envio dos formulários de preenchimento manual, rompendo
assim com o modelo anterior de cadastro, comentado no parágrafo 3.3.1, com exceção dos
pólos de insulina. As unidades de saúde passaram a adotar exclusivamente o sistema
Remédio em Casa (RC) que passou a ter a função original (registro para fornecimento a
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15
domicílio de medicamentos) e a função de cadastro de pacientes nos programas de
Diabetes e Hipertensão, já com a nova versão implantada.
3.3.6. Porém, em visita às unidades de saúde, constatou-se que a adoção do RC
tem sido objeto de muitos transtornos que estão interferindo diretamente no controle e no
acompanhamento regular do Programa.
3.3.7. Em entrevista com diretores e chefias de serviço dessas unidades, constatou-
se que, após a adoção do RC, não foi mais possível acompanhar regularmente os principais
indicadores que eram adotados pelo Programa (abandono, captados, entre outros) uma vez
que o referido sistema não emite relatório nesse sentido. A própria GPD só tem acesso a
essas informações mediante solicitação ao setor de informática da própria Secretaria. Ao
requisitar os dados acerca dos principais indicadores utilizados em 2005, percebeu-se que
houve muita dificuldade para que a GDP disponibilizasse-as em tempo hábil. A Gerência de
Diabetes teve que realizar várias revisões na tentativa de ajustá-los o mais próximo da
realidade.
3.3.8. Contudo, o principal problema identificado em relação ao RC refere-se à falta
de digitação regular dos dados pelas unidades de saúde, o que vem comprometendo a
avaliação do Programa em todos sentidos.
3.3.9. Em entrevista, as unidades alegam que foram orientadas pela GPD a não mais
realizar esse cadastro principalmente depois que as entregas domiciliares foram suspensas
a partir do 2º semestre de 2008, período no qual a SMSDC estava em processo de
contratação de outra empresa. Cabe registrar, por oportuno, que desde esse período não
houve mais entrega domiciliar por meio do Remédio em Casa. O último instrumento firmado
pela SMSDC, foi o Contrato nº 1587/20085, que consta como ativo no sistema FINCON,
porém, sua execução não foi efetivada6.
3.3.10. Ao ser questionada sobre esses relatos colhidos nas unidades de saúde, a
GPD informou que todas unidades foram avisadas reiteradamente que deveriam manter a
alimentação no sistema RC, independentemente de os usuários serem beneficiados pela
entrega domiciliar. Ressalte-se que essa Comissão teve acesso a diversos documentos que
comprovam essa prática defendida pela Gerência.
3.3.11. Em 29/12/2008, por meio da Circular nº 19/2008/SUBASS, a Coordenação de
Assistência Farmacêutica, em razão da espera pela celebração de novo contrato de entrega
domiciliar do Projeto Remédio em Casa, orientou os envolvidos no cadastro de receitas e 5 Celebrado em 22/08/2008, com vigência de 02/01/2009 a 02/01/2011, tendo por objeto a entrega domiciliar de medicamentos aos pacientes atendidos pelo Programa Remédio em Casa. Não há registro de entrada desse processo nessa Corte. 6 Não há valores empenhados, liquidados e pagos referentes ao referido instrumento.
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16
dispensação de medicamentos que continuassem o cadastro normalmente (para pacientes
hipertensos e diabéticos), mas não marcassem a opção de entrega domiciliar. A Gerência
do Programa ratificou, junto às unidades de saúde, pelo correio eletrônico, a referida
orientação, advertindo que o cadastro de pacientes não deveria ser interrompido, já que é o
único banco de informações dos programas de hipertensão e diabetes.
3.3.12. Por todo o exposto, conclui-se que, apesar da criação da nova versão do RC,
considera-se que a recomendação em tela não foi implementada de forma satisfatória, tendo
em vista os problemas apontados anteriormente como o subregistro, restrições técnicas no
acesso ao sistema pela Gerência e pelas unidades, que configuram uma situação grave que
deve ser enfrentada imediatamente pela SMSDC, sob risco de inviabilizar qualquer
avaliação a respeito do Programa.
3.4 – Promover as ações necessárias para concretiza r a implantação do sistema do
HIPERDIA nas unidades da rede municipal;
3.4.1. Em 2005, o relatório de auditoria apontou que o Município do Rio de Janeiro,
ao contrário de quase todos os outros municípios da Federação, não estava cadastrado no
Hiperdia, um sistema informatizado criado pelo Ministério da Saúde para cadastramento e
acompanhamento de portadores de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, nos termos da
Portaria Conjunta nº 2, de 05/03/02.
3.4.2. No plano de ação sintético elaborado pela GPD, foram estabelecidos que
seriam exportados os dados do Remédio em Casa para o citado sistema.
3.4.3. Segundo informações da GPD, o Município do Rio de Janeiro efetuou duas
exportações (2005 e 2006), totalizando 274.288 registros até 22/11/2006, incluindo
pacientes do programa de Hipertensão e Diabetes.
3.4.4. Nesse monitoramento, em consulta ao sistema Hiperdia, que se encontra na
Internet7, constatou-se que, apesar de haver confirmação expressa de que o Município do
Rio de Janeiro aderiu ao Hiperdia, muitas informações acerca dos dados do Programa
Municipal ainda não estão disponibilizadas, ao contrário dos demais municípios consultados,
conforme mostra a figura 2, onde é mostrado um relatório do número de cadastrados, na
região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
7 http//hiperdia.datasus.gov.br
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17
Figura 2 : Relatório do número de cadastrados, por município, no âmbito da região metropolitana, extraído do sistema Hiperdia, indicando que o Município do Rio de Janeiro é o único sem informação.
Fonte: Hiperdia
3.4.5. Em entrevista com a GPD, foi informado que esses problemas podem ter sido
motivados por incompatibilidade entre os sistemas envolvidos no processo de exportação de
dados.
3.4.6. Quanto ao processo de alimentação pelas unidades em relação ao Hiperdia,
apurou-se que com a implantação do sistema Gerenciador de Informações Locais (GIL) em
todas as unidades da rede municipal, a partir do ano de 2008, foi possível acessar o
sistema, pois o Hiperdia está integrado ao GIL e pode ser acessado automaticamente à
medida que for identificado o Código Internacional de Doenças (CID) relativo ao diabetes.
Assim, ao registrar uma consulta com paciente diabético e/ou hipertenso abre-se uma tela
do Hiperdia dentro do GIL, para que a unidade insira todos os dados referentes ao
tratamento e ao estado de saúde do usuário, conforme demonstrado na figura 3.
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18
Figura 3: Tela de cadastro do hiperdia que está integrado ao GIL
Fonte: Ministério da Saúde
3.4.7. Apesar de estar disponível em todas as unidades de rede, por meio do GIL,
apurou-se que mais da metade das unidades visitadas não souberam informar a respeito da
existência do Hiperdia.
3.4.8. Segundo a GPD, como os dados já são digitados no Remédio em Casa, até o
momento as unidades não estão registrando no Hiperdia.
3.4.9. Não obstante a disponibilidade de dois sistemas, conclui-se que nenhum dos
dois está sendo utilizado adequadamente.
3.4.10. Entende-se que a SMSDC, ao utilizar dois sistemas com a mesma função,
conforme mostrado na figura 4, incorre na sobrecarga desnecessária no processo de
digitação, que, segundo relatos das unidades visitadas, já enfrenta problemas pela grande
demanda nas demais rotinas e pouca oferta de mão de obra.
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19
Figura 4 : Esquema representativo do atual funcionamento do sistema Remédio em Casa e Hiperdia no Município do Rio de Janeiro
Fonte: Dados extraídos do Ministério da Saúde e da SMSDC
3.4.11. Cabe ressaltar que o Hiperdia, além de ser o sistema oficial do Datasus para
acompanhamento de hipertensos e diabéticos no âmbito nacional, tem acessibilidade
simples no seu banco de dados, ao contrário do Remédio em Casa. Assim, o processo de
acompanhamento do tratamento pode ser monitorado regularmente servindo como um
instrumento eficaz de controle.
3.4.12. Por todo o exposto, tendo em vista as fragilidades apontadas com relação à
falta de dados do Programa Municipal no Hiperdia, além da sua subutilização na rede
pública de saúde municipal, entende-se que a recomendação foi parcialmente atendida.
consultas Atendimento de Grupo
UUnniiddaaddee ddee ssaaúúddee
GIL/HIPERDIA
GGeerr êênncciiaa ddee DDiiaabbeetteess
Atendimento Complementar de Enfermagem
Remédio em Casa
Dispensação de medicamentos
PPeerr mmii ttee aacceessssoo uunniivveerr ssaall ee rr eegguullaarr aaoo bbaannccoo ddee ddaaddooss
Banco de Dados disponível (Remédio em Casa )
(Banco de Dados do Hiperdia) informa parcialmente as informações
exportadas
SSoommeennttee ddiissppoonníívveell ppeelloo SSeettoorr ddee II nnffoorr mmáátt iiccaa ddaa SSMM SSDDCC
AApprr eesseennttaamm iinnccoommppaatt iibbii ll iiddaaddeess
ttééccnniiccaass
Não está sendo feita a digitação
Digitação parcial, pois muitas unidades deixam de alimentar o sistema.
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20
3.5. Diversificar as unidades de referência no aten dimento de pacientes portadores de
diabetes na faixa etária infanto-juvenil.
3.5.1. Apurou-se, na auditoria realizada em 2005, que havia somente uma unidade
de referência indicada pelo Programa para atendimento de pacientes com diabetes, na faixa
etária infanto-juvenil, o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que acabava gerando restrições de acesso ao
serviço seja pela dificuldade na disponibilidade de vagas ou pela distância.
3.5.2. O plano de ação sintético, elaborado em 2007 pela Gerência de Diabetes,
estabeleceu como meta a ampliação da oferta de atendimento em unidades não municipais.
Nesse contexto, a Gerência de Diabetes informou que mais uma unidade federal foi incluída,
o Hospital Geral de Bonsucesso, localizado na AP 3.1.
3.5.3. Constatou-se que algumas unidades da rede municipal, embora não sejam
consideradas referências para essa clientela, prestam atendimento para sua demanda
interna, como é o caso do Hospital Municipal da Piedade, localizado na AP 3.2. A prestação
desse serviço depende fundamentalmente da iniciativa do médico endocrinologista.
3.5.4. Com base nos dados fornecidos pela GPD, estão cadastrados 2.424 pacientes
com diabetes (tipo 1 e 2) na faixa etária até 19 anos nos pólos de insulina existentes,
distribuídos conforme mostrado no gráfico 8.
Gráfico 8 : Proporção de atendimentos de pacientes diabéticos com até 19 anos por AP em relação ao total de cadastrados
24,42%
8,25%
7,71%
40,76%
3,22%
0,95%
9,82%
0,99%
2,06%
1,82%
1.0
2.1
2.2
3.1
3.2
3.3
4.0
5.1
5.2
5.3
Fonte: GPD
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21
3.5.5. Nota-se que a AP 3.1, onde se situam as duas referências indicadas pelo
Programa Municipal concentram cerca de 41% dos atendimentos, demonstrando que existe
de certa forma uma distribuição mais descentralizada em outras unidades que não são
referência para essa clientela, com exceção das APs 3.3, 5.1, 5.2 e 5.3.
3.5.6. Em entrevistas nas unidades das CAP’s 5.1, 5.2 e 5.3, foi relatada à equipe
inspecionante a dificuldade enfrentada por alguns usuários quanto ao deslocamento, haja
vista a distância das unidades de referência para tratamento do diabetes infanto-juvenil.
Entretanto, não foi relatado problemas quanto ao acesso ao tratamento. A Gerência de
Diabetes considera que atualmente a demanda é absorvida sem maiores problemas.
3.5.7. Ante todo o exposto, considera-se atendida a recomendação proposta.
3.6 – Disponibilizar outros pólos para atendimento das pacientes com diabetes
gestacional.
3.6.1. Em 2005, somente o Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães,
localizado na AP 1.0, atuava como pólo de insulina para atendimento das pacientes com
diabetes gestacional.
3.6.2. O plano de ação sintético, elaborado em 2006 pela Gerência de Diabetes,
visava ao fortalecimento desse atendimento no Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth,
também inserido na AP 1.0.
3.6.3. Nesse monitoramento, em visita ao Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth
constatou-se que a Unidade atende normalmente essa clientela.
3.6.4. Segundo a GPD, outras maternidades como Leila Diniz e Carmela Dutra
também já realizam esse atendimento que depende principalmente do perfil da Unidade
(alto risco) e de lotação de endocrinologistas para a criação do pólo de insulina.
3.6.5. Atualmente existem 540 pacientes atendidas na rede municipal, sendo 41%
concentradas na AP 1.0, onde se situam os dois pólos já implantados de forma definitiva.
3.6.6. Diante do que foi apurado, considera-se implementada a recomendação
proposta.
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22
3.7 – Garantir às unidades de saúde a continuidade de aba stecimento de
medicamentos e materiais de consumo referentes ao t ratamento de pacientes
portadores de diabetes;
3.7.1. Em 2005, detectou-se que havia problemas de abastecimento de
medicamentos e insumos referente ao tratamento de pacientes diabéticos, em razão,
sobretudo, da falta de recursos para efetuar a compra.
3.7.2. O plano de ação sintético, elaborado em 2007 pela Gerência de Diabetes,
estabeleceu como meta a compra regular desses itens.
3.7.3. Cabe registrar que a Lei Federal nº 11.3478, de 27/09/2006, estabeleceu que
os portadores de diabetes receberão, gratuitamente, do SUS, os medicamentos e materiais
necessários para o tratamento, cujos itens serão selecionados pelo Ministério da Saúde.
Prevê ainda que é assegurado ao usuário o direito de requerer, em caso de atraso na
dispensação dos medicamentos e materiais, informações acerca do fato à autoridade
sanitária municipal.
3.7.4. O sistema de financiamento e o elenco de medicamentos foram definidos
inicialmente pela Portaria MS 3.237/2007, que posteriormente foi alterada pela Portaria do
Ministério da Saúde nº 2.982, de 26 de novembro de 2009, e inclui os medicamentos e os
insumos do programa de diabetes. De acordo com a referida Portaria, os recursos são
calculados com base na população do município/ano e a parcela federal é feita por meio do
Bloco de Assistência Farmacêutica, conforme mencionado no item 3.1.
3.7.5. Os medicamentos orais do programa de diabetes (glibenclamida – comprimido
5mg, e cloridrato de metformina – comprimido de 500 mg e de 850 mg), incluídos na
RENAME (Relação Nacional de Medicamentos), são financiados com recursos das três
esferas de governo e depositados em conta específica no Tesouro Municipal, ficando a
aquisição sob a responsabilidade da SMSDC, conforme foi mostrado no item 3.1.
3.7.6. A SMSDC efetua a compra dos medicamentos pelo sistema de registro de
preços, realizado por licitação na modalidade de Pregão, distribuindo-os às unidades de
saúde que os dispensam aos pacientes atendidos pelo programa. Ademais, a SMSDC
também distribui os medicamentos para as unidades federais e estaduais situadas no
Município do Rio de Janeiro.
8 Dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas.
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23
3.7.7. O processo atual para compra de medicamentos é o Pregão nº 02/10,
homologado, processado sob o nº 09/005048/20099, cujo valor total orçado é de R$
121.902.369,89. Os itens relacionados ao tratamento de diabetes que estão representados
na tabela 1, corresponderam a 23,74% desse total orçado.
Tabela 1: Demonstrativo das quantidades, preços e valores estimados dos medicamentos relacionados ao tratamento de diabetes, previstos no Pregão nº 02/10.
Itens Estimativa anual
Menor preço (R$) Total (R$)
Metformina 850 mg 39.000.000 0,3647 14.223.300
Insulina Humana 242.353 32,33 7.835.272
Insulina Regular 20.000 32,33 646.600
Glibenclamida 5 mg 35.000.000 0,1387 4.854.500
Metformina 500 mg 4.800.000 0,2897 1.390.560
Valor Total 28.950.232
Fonte: Edital do Pregão nº 02/10
3.7.8. Observa-se que a Insulina Humana NPH 100 UI/ml e a Insulina Humana
Regular 100 UI/ml, apesar de serem itens adquiridos pelo Ministério da Saúde, e distribuídos
e fornecidos aos Estados, para, posteriormente, serem repassados ao Município do Rio de
Janeiro, estão contemplados no referido Pregão.
3.7.9. Segundo informações do Núcleo de Assistência Farmacêutica da SMSDC,
todos os itens relativos à atenção básica, até mesmo os repassados pelo Ministério da
Saúde, por uma questão de prudência, foram incluídos no sistema de Registro de Preços
municipal, para que em eventuais problemas de desabastecimento haja agilidade para se
obter o produto.
3.7.10. Em relação aos insumos referentes ao Programa de Diabetes (tiras
reagentes para medida de glicemia capilar, lancetas para punção digital e seringas com
agulha acoplada para aplicação de insulina) apurou-se que são financiados pela SESDC e
SMSDC, depositados em conta específica no Tesouro Municipal, ficando a aquisição sob a
responsabilidade da SMSDC.
3.7.11. O sistema de registro de preços em vigor para compra dos insumos é
resultado do Pregão nº 19/2009, processo nº 09/000.398/200910. Importante registrar que os
glicosímetros são fornecidos como doação da empresa contratada.
3.3.12. De acordo com informações obtidas dos profissionais lotados nas unidades
visitadas, atualmente, o abastecimento de medicamentos e de insumos está satisfatório e
desabastecimentos são eventuais e ocorrem no interregno entre um contrato e a celebração
9 Não deu entrada nesta Corte. 10 Processos correspondentes: 040/660/2010 e 040/661/2010, ambos em tramitação nessa Corte.
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24
do novo e no início do ano, em função da espera pela abertura de crédito orçamentário.
Também foi relatado à comissão inspecionante que estes eventuais desabastecimentos são
solucionados na maioria dos casos por intercâmbio entre as unidades ou compras
emergenciais.
3.7.13. Em visita ao Almoxarifado Central da SMSDC, verificou-se que as condições
atuais de armazenamento dos itens, mostrados nas fotos 1 a 8, estão satisfatórias.
Foto 1: Metformina 850 mg Foto 2: Metformina 500 mg
Foto 3: Seringa para insulina Foto 4: Glicosímetro
Foto 5: Tiras reagentes para medida de glicemia capilar Foto 6: Lancetas para punção digital
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25
Foto 7: Insulina Humana Regular 100 UI/ml Foto 8: Insulina Humana NPH 100 UI/ml
3.7.14. Os estoques encontrados foram estão discriminados na tabela 2.
Tabela 2: : Estoque de medicamentos e insumos em 07/04/10 Descrição U.E. Quantidade existente
Glibenclamida 5mg CMP 0 Metformina 500mg CMP 330.300 Metformina 850mg CMP 430.500
Insulina NPH AMP 19.832 Insulina Regular AMP 4.016 Tiras Glicemia UND 1.235.350
Fonte: Almoxarifado Central da SMSDC
3.7.15. Constata-se que a Glibenclamida 5 mg encontra-se com o estoque zerado.
Apurou-se que houve desabastecimento no almoxarifado central da SMSDC/RJ, segundo
funcionários do S/CIN/CAL, no ano de 2009, nos seguintes períodos:
• Insulina NPH - de 25/11/2009 a 08/12/2009, por atraso no repasse pela
Secretaria Estadual de Saúde.
• Insulina regular - não houve desabastecimento porque em 08/12/2009 o estoque
zerou, mas foi recebida nova cota nesta mesma data.
• Tiras de glicemia – o estoque ficou reduzido no final de outubro até a primeira
quinzena de novembro e não foi possível atender às demandas da rede, somente
demandas de mandados judiciais. Isso ocorreu por atraso no processo licitatório
onde uma empresa participante entrou com recurso questionando a empresa
vencedora do item tiras de glicemia. Por respeito aos trâmites burocráticos, foi
necessário aguardar o término dos recursos e finalização da licitação para
regularização na dispensação dos materiais.
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
26
• Seringas – houve desabastecimento de 07/12/2009 a 22/12/2009 pelo mesmo
motivo citado acima.
3.7.16. Não obstante a ocorrência desses problemas, a GPD considera que o déficit
já foi solucionado e atualmente os estoques estão normalizados e não há mais
desabastecimento nas Unidades de Saúde.
3.7.17. Tendo em vista os problemas mencionados, inclusive com a evidência de que
atualmente não há glibenclamida disponível no almoxarifado central da SMSDC, entende-se
que a recomendação foi parcialmente atendida. As situações relatadas sugerem que a
SMSDC exerça o planejamento adequado na realização dos processos licitatórios a fim de
evitar períodos sem cobertura contratual e, sobretudo, minimize os riscos de
desabastecimento a unidades de saúde.
3.8 – Atuar em conjunto com as CAPs no sentido de i dentificar as verdadeiras razões
da queda de consultas médicas por pacientes, apreci ando, ao mesmo tempo, o índice
de produtividade alcançado por cada unidade e as po ssíveis carências de recursos
humanos.
3.8.1. A recomendação em tela foi resultado da análise realizada durante a auditoria
de 2005, abrangendo o período de 2000 a 2004, em relação à média de consultas anuais
para cada paciente do Programa de Diabetes. O indicador apontou redução no número de
consultas, abaixo do preconizado pela GPD à época entre 3 a 3,5 consultas anuais.
3.8.2. O plano de ação da GPD previa “levantar em cada CAP, os dados da
produção de consultas médicas por turno, a fim de identificar ociosidade e discutir junto às
CAPs estratégias para aumentar a concentração de consultas.”
3.8.3. Nesse monitoramento, a Gerência de Diabetes informou que não dispõe
desses dados, pois, inclusive, não realiza mais o acompanhamento do indicador de média
de consultas, depois que o Remédio em Casa foi implantado como único sistema de
informação do Programa, conforme mencionado no item 3.3.
3.8.4. Durante visita às unidades de saúde, foram identificados alguns problemas
relacionados à carência de recursos humanos, porém, o mais grave refere-se à Policlínica
Carmela Dutra, em Rocha Miranda, localizado na AP 3.3. Essa Unidade, que já teve lotação
de 3 endocrinologistas por ser o único pólo de insulina da AP 3.3, está sem esse profissional
desde dezembro de 2009. A Direção da Unidade informou que, não há médicos para
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27
atender os 1.177 pacientes insulino-dependentes cadastrados. Esses pacientes estão sendo
acompanhados somente por enfermeiros que atuam no serviço.
3.8.5. Outras unidades localizadas nas APs 5.1, 5.2 e 5.3 também enfrentaram
problemas de falta de reposição de clínicos e endocrinologistas. Na Policlínica Lincoln de
Freitas e no CMS Belizário Penna esse problema foi sanado com a lotação de médicos
terceirizados por meio das OSs recentemente contratadas pela SMSDC.
3.8.6. A Coordenadoria de Recursos Humanos da SMSDC reconhece que existe
atualmente um déficit de 216 clínicos e 27 endocrinologistas.
3.8.7. Ante o exposto, considera-se que a recomendação não foi implementada.
3.9 – Adotar um controle continuado e mais ampliado possível dos valores glicêmicos
dos pacientes em tratamento no Programa por meio do sistema do Remédio em Casa
a fim de avaliar a prevalência de pacientes que est ão conseguindo manter o
metabolismo adequado.
3.9.1. O relatório de auditoria realizado em 2005, ao analisar os instrumentos de
avaliação utilizados pelo Programa relacionados ao controle glicêmico dos pacientes,
detectou que eram insuficientes, pois o modelo de formulários para cadastro de pacientes
não contemplava essa informação. Vale ressaltar que manter a controle metabólico do
paciente, por meio da manutenção dos níveis de açúcar no sangue, configura a principal
meta a ser alcançada durante todo o tratamento.
3.9.2. O plano de ação proposto pela GPD, previu que essa avaliação seria anual,
por meio dos dados do Remédio em Casa.
3.9.3. Em visita às unidades de saúde, constatou-se que a oferta de exames
laboratoriais, que eram um dos graves problemas observados em 2005, está regularizada. A
SMSDC disponibiliza atualmente, além da glicose de jejum, a capilar (por meio do
glicosimetro) e a hemoglobina glicada, que representa o exame mais completo sob o ponto
de vista clínico, uma vez que detecta os níveis de glicemia durante períodos prolongados.
3.9.4. A GPD disponibilizou os resultados obtidos em relação a todos os exames,
porém, aduziu ressalvas quanto ao subregistro das unidades de saúde, comentado no item
3.3, principalmente, em relação à hemoglobina glicada.
3.9.5. Assim, com base nesses dados elaborou-se o gráfico 9, que mostra a
proporção dos exames de jejum cujo resultado apontaram glicemia fora da faixa aceitável.
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28
Gráfico 9 : Série histórica anual da proporção de exames de jejum de pacientes da rede pública municipal que apresentaram níveis de glicemia acima da faixa aceitável
44,87%
43,25%
44,85%44,88%
42,63%
Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Proporção de glicemias de jejum acima do recomendad o
Fonte: Cálculos da 4ª IGE com base nos dados fornecidos pela GPD
3.9.6. Nota-se que, em 2009, 44,85% dos exames de jejum não apresentaram
resultado satisfatório. Nos anos anteriores esse percentual não apresenta muita variação. A
GPD informou que somente com os resultados da glicemia de jejum não é suficiente para
exercer o controle do diabetes.
3.9.7. Com relação ao resultado do exame da hemoglobina glicada, a GDP declarou
que essa informação retrata mais o real comportamento do controle metabólico do paciente
razão pela qual é considerado um importante indicador para aferir se o tratamento está
sendo eficaz nesse sentido.
3.9.8. Com base nos dados fornecidos pela GPD elaborou-se o gráfico 10, que
mostra o resultado dos exames de hemoglobina glicada e as respectivas quantidades
analisadas, no período entre 2006 a 2009.
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29
Gráfico 10 : Série histórica do percentual de exames de hemoglobina que tiveram resultado satisfatório, e dos quantitativos de pacientes analisados em confronto com os números totais de atendidos.
319 1176 825 177
52.023
43.487
20.687
57.392
32,61%
65,05%
88,40%
27,68%
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Quantitativo de exames analisados Quantitivo de pacientes atendidos Percentual com níveis normais
Fonte: GPD
3.9.9. Observa-se, preliminarmente, que a amostra disponibilizada é muita reduzida
em relação à quantidade de pacientes em tratamento, o que restringe sobremaneira uma
análise mais detalhada do real panorama existente.
3.9.10. Feita essa ressalva, percebe-se que, a partir de 2008, a amostra analisada
indica que somente menos de um terço dos exames obtiveram um resultado satisfatório.
3.9.11. Ante todo o exposto, considera-se que a recomendação em epígrafe foi
implementada, porém, cabe reafirmar de que a falta de registro adequado e regular traz
conseqüências extremamente prejudiciais ao controle do Programa Municipal, portanto,
entende-se que é necessário que a SMSDC tome as medidas necessárias para regularizar
essa situação atualmente encontrada.
3.10- Ampliar e melhorar as ações de combate ao aba ndono, agindo sobre os fatores
que mais o influenciam.
3.10.1. Na auditoria de 2005, apurou-se que houve aumento da taxa de abandono, o
que motivou a elaboração da recomendação em epígrafe.
3.10.2. O plano de ação proposto pela GDP, estabeleceu as seguintes metas:
I. Manter o paciente aderido ao tratamento;
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30
II. Ampliar as ações educativas com grupos, sala de espera e busca ativa de
pacientes em abandono com visitas domiciliares e/ou aerogramas, através de treinamento
com a equipe de enfermagem com foco em educação e saúde;
III. Garantir continuidade de medicamento e insumos.
3.10.3. Em visita às unidades, detectou-se que atualmente o controle sobre o
abandono dos pacientes cadastrados não está satisfatório, pois com a adoção do Remédio
em Casa em 2007, que não emite relatório no nível local, conforme mencionado no item 3.3,
as chefias dos serviços informaram que não tem mais acesso a esse acompanhamento.
3.10.4. O próprio conceito de abandono também foi alterado pela GPD, em função
de reiterados erros de interpretação pelas unidades, que o caracterizava originalmente como
não comparecimento à consulta médica após 30 dias da data agendada.
3.10.5. O abandono atualmente é considerado pela GPD nos casos em que os
pacientes com receitas para o ano anterior não tiveram receita para o posterior. Assim, com
base nos dados fornecidos pela Gerência de Diabetes, elaborou-se o gráfico 11,
compreendendo o período entre 2005 a 2009.
Gráfico 11 : Série histórica anual do número absoluto de pacientes em abandono
6.882
10.071
14.798
19.156
27.369
Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
número de pacientes em abandono
Fonte: GDP
3.10.6. Da leitura do gráfico 11, extrai-se que o número de pacientes em abandono
vem crescendo em todos anos analisados. A GPD ressaltou que esses números não
refletem a realidade, em decorrência dos problemas de alimentação no sistema Remédio
em Casa, comentados no item 3.3.
3.10.7. Em que pese essas ressalvas, cabe acentuar que as unidades revelaram não
ter conhecimento acerca do resultado coletivo de suas ações com relação ao abandono,
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
31
pois não há mais instrumentos de avaliação. Algumas unidades manifestaram muita
preocupação com essa situação.
3.10.8. Das ações de combate ao abandono propostas pela GPD, foi identificado que
somente a melhoria no abastecimento de insumos e de medicamentos contribuiu para que
houvesse mais aderência dos usuários ao tratamento.
3.10.9. Diante do que foi apurado, entende-se que a recomendação proposta não foi
atendida.
3.11- Promover investimentos nos procedimentos de r egistros das unidades de saúde
do Município, informatizando os dados relevantes pa ra o Programa como a
prevalência de complicações nos pacientes e a média glicêmica, para servir de
suporte na avaliação global deste;
3.11.1. A recomendação em tela foi motivada pelo fato de não haver durante a
auditoria de 2005 dados confiáveis a respeito da prevalência de complicações em relação
aos pacientes que eram tratados no Município do Rio de Janeiro.
3.11.2. Segundo o plano de ação da GPD, a nova versão do remédio em Casa,
comentado no item 3.3, supriria essa carência no controle sobre os dados epidemiológicos
dos usuários. Vale ressaltar que o Hiperdia também inclui diversos campos que tem a
mesma finalidade.
3.11.3. Com o intuito de atestar se a meta foi atendida, foram solicitadas informações
acerca do percentual de pacientes diabéticos com algum tipo de complicação derivada da
doença tais como pé diabético, amputação, retinopatia.
3.11.4. Em resposta, a GPD destacou inicialmente que as informações disponíveis
estavam bastante comprometidas devido ao subregistro já comentado no item 3.3. Assim,
feitas essas ressalvas, elaborou-se o gráfico 12 que mostra o número absoluto de pacientes,
segundo o tipo de complicação já identificada pela equipe médica.
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
32
Gráfico 12 : Quantidade de pacientes diabéticos, segundo a complicação apresentada.
205
1766
1523
Amputados
Pé diabético
Retinopatia
nº de pacientes em tratamento
Fonte: GPD
3.11.5. Ante o exposto, considerando que as informações acerca das complicações
foi contemplado no sistema utilizado, considera-se a recomendação implementada.
3.12- Promover capacitação dos clínicos para realiz ação do exame de fundo de olho
em todos os pacientes em tratamento.
3.12.1. Em 2005, quase 80% das 44 unidades que responderam ao questionário,
aplicado naquela ocasião, informaram que não realizavam o exame de fundo de olho, em
função da falta de capacitação dos clínicos para tal. Por isso, encaminhavam seus pacientes
a unidades com oftalmologistas, mas nem sempre o atendimento era realizado, em razão da
pouca oferta de consultas nesta especialidade.
3.12.2. O plano de ação sintético, elaborado em 2007 pela Gerência de Diabetes,
estabeleceu como meta a organização de cursos semestrais de capacitação de clínicos da
rede e do PSF para realização de exame de fundo de olho.
3.12.3. Com o intuito de evidenciar a execução dessa meta, essa comissão solicitou
a GPD todos os cursos realizados, entre 2006 a 2009 com as respectivos números previstos
de profissionais e a quantidade atendida.
3.12.4. Contudo, foram recebidas apenas informações de que houve em 2008 a
realização de curso de fundoscopia teórico-prático para médicos do PSF, organizado em
parceria com o responsável pela oftalmologia da Superintendência de Atenção
Especializada.
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
33
3.12.5. Não obstante, de acordo com informações obtidas dos profissionais lotados
nas unidades visitadas, foi apurado que os médicos clínicos continuam a não realizar o
referido exame. Foi informado que há resistência dos clínicos à realização do exame,
especialmente em razão do tempo demandado para tal. O exame de fundo de olho está
sendo realizado por oftalmologistas da própria unidade, quando há, ou as consultas são
marcadas em outras unidades via Sistema de Regulação. Entretanto, a demanda de
exames de fundo de olho supera a capacidade de atendimento oftalmológico.
3.12.6. Destaque-se que, para os diabéticos, a realização do exame de fundo de
olho é importante, haja vista que o diagnóstico e o tratamento da retinopatia nas fases
iniciais evita a cegueira diabética. Neste diapasão, insta salientar que a retinopatia diabética,
frequentemente, é assintomática até o momento em que ocorre um quadro súbito de
sangramento ou descolamento da retina.
3.12.7. Diante desse quadro, a GPD considera como uma possibilidade de solução o
projeto da UADERJ (União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro), de
janeiro de 2009, que propõe, como alternativa ao exame tradicional, o uso de câmeras
digitais (Non mydriatic fundus câmera) para obtenção de fotografias digitais do fundo de olho
dos pacientes e o envio das mesmas, por internet ou através de mídia digital (CD/DVD), ao
oftalmologista para avaliação. Ainda de acordo com o projeto, as câmeras ficariam em
centros de referência e em unidades móveis, podendo ser operada por profissional da área
de saúde (enfermeiro ou auxiliar de enfermagem) devidamente treinado. Além disso, cada
câmera custa aproximadamente U$ 30.000 e pode realizar, por dia, cerca de 50 fotografias,
totalizando 13.200 imagens/ano, e estudos demonstram que a fotografia do fundo de olho
pode ser mais efetiva que a oftalmoscopia no diagnóstico da Retinopatia Diabética11.
3.12.7. De acordo com relação elaborada pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas
da SMSDC, a rede municipal de saúde necessita de 07 (sete) médicos oftalmologistas,
ressaltando-se que, no período de 2006 a 2009, houve 16 (dezesseis) vacâncias, 20 (vinte)
nomeações e 10 (dez) posses.
3.12.8. Ante o exposto, entende-se que a recomendação não foi atendida.
11 Fonte: UADERJ. Resumo do Projeto: Diagnóstico Precoce e Tratamento da Retinopatia Diabética.
Rio de Janeiro: 2009.
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34
3.13 – Análise da situação das recomendações
3.13.1. Diante das informações obtidas, a situação da implementação das
recomendações desta Corte é a seguinte:
Situação das recomendações %
Implementadas 41,67
Parcialmente implementadas 16.67
Não implementadas 41,67
Total 100,0
4 – Revisão dos questionamentos da auditoria opera cional de 2005
4.1. Em atendimento ao solicitado no voto nº 130/2007, de lavra do Exmo Sr.
Conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, determinado na 26ª Sessão Plenária, ocorrida
em 16/04/2008, foi incluído nesse monitoramento a revisão dos seguintes questionamentos
contidos na auditoria realizada em 2005 que não foram devidamente esclarecidos:
I. “Que a SMS promovesse esclarecimentos quanto às dif erenças encontradas,
na tabela 1 do item 3.2, entre as despesas autoriza das e o valor empenhado, entre
2001 e 2004, informando inclusive para onde foram r ealocados esses recursos”;
I.1. O quesito em tela refere-se aos contingenciamentos promovidos pela SMSDC no
PT relativo a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no período analisado, que
causou impactos importantes no Programa, à época, sobretudo no desabastecimento de
medicamentos e insumos.
I.2. Nesse monitoramento, foi realizada mais uma verificação da execução
orçamentária do referido PT que está representada na tabela 3.
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
35
Tabela 3 : Execução orçamentária do Programa de Trabalho relacionado à Doenças Crônicas Não Transmissíveis da SMSDC Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Dotação Inicial R$ 11.925.000,00 R$ 25.708.000,00 R$ 24.458.000,00 R$ 43.871.232,00
Dotação atualizada R$ 11.925.000,00 R$ 24.678.935,00 R$ 31.968.000,00 R$ 36.060.832,00
Contingenciado R$ 9.921.123,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.400.000,00
Poder de gasto R$ 2.003.877,00 R$ 24.678.935,00 R$ 31.968.000,00 R$ 33.660.832,00
Reservado R$ 1.744.616,97 R$ 23.443.481,28 R$ 29.608.018,02 R$ 26.276.273,33
Empenhado R$ 1.744.616,97 R$ 23.443.481,28 R$ 29.608.018,02 R$ 26.276.273,33
Fonte: Assessoria de Orçamento da SMSDC
I.3. Observa-se que, nos anos de 2006 e 2009, houve registro de contingenciamento,
sobretudo em 2006, cujo montante representou uma redução de mais de 80%, que precisa
ser esclarecido pela SMSDC.
I.4. Cabe informar que, em todos os anos analisados, houve sobra em relação aos
valores totais disponíveis para a emissão das Notas de Autorização de Despesa (NADs),
determinado pelas diferenças encontradas entre o poder de gasto e reservado, o que mostra
em tese que não houve necessidade de realizar novas despesas.
II. “ Esclarecer o motivo pelo qual os itens referentes à insulina NPH,
metformina e glibenclamida estão contemplados no si stema de registro de preços
vigente da SMS, embora haja previsão de forneciment o direto por meio do governo
federal;”
II.1. Esse quesito já foi respondido no parágrafo 3.7.9, do item 3.7, deste relatório.
Vale informar que, atualmente, somente as insulinas NPH e Regular são adquiridas pelo
Ministério da Saúde e repassadas ao Município carioca pelo Estado de Rio de Janeiro.
III. “Quais são as providências que estão sendo tomadas p ara pôr em
funcionamento o equipamento destinado à cirurgia vi treoretiniana, Endolaser,
mencionado no item 13.2, localizado no Hospital Mun icipal da Piedade .”
III.1. Em 2005, o Hospital Municipal da Piedade, única referência de tratamento da
retinopatia na esfera municipal, não disponibilizava vagas para a central de regulação e o
tratamento final da retinopatia não estava sendo realizado há mais de um ano, em virtude da
inoperância, por falta de manutenção, do equipamento destinado à cirurgia vitreoretiniana,
denominado Endolaser.
III.2. Em visita ao Hospital, nesse monitoramento, esta Comissão constatou em
entrevista com a responsável pelo serviço de oftalmologia que o equipamento antigo, que
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
36
estava inoperante, foi retirado definitivamente da Unidade, pois não permitia mais reparos
em razão da vida útil avançada. Foi informado pela Direção que a SMSDC adquiriu um novo
equipamento Endolaser que está disponível na unidade, conforme ilustram as fotos 9 e 10 ,
porém, esta comissão não teve acesso aos documentos comprobatórios relativos à compra
e ao registro do equipamento na Unidade.
Fotos 9 e 10: Novo Equipamento Endolaser instalado no Hospital Municipal de Piedade que está em funcionamento
4.3.3. Obteve-se a informação de que esse equipamento não tem contrato de
manutenção.
5- Registro dos pontos relevantes identificados no Monitoramento com
repercussão para o Programa Municipal de Diabetes
Concomitantemente à realização do monitoramento, apurou-se a ocorrência de alguns
aspectos relevantes para o Programa Municipal de Diabetes que merecem registro,
conforme demonstrado na seqüência.
5.1. Projeto Academia Carioca
5.1.1. Durante a realização desse monitoramento foi conhecido um projeto, já em
implantação, denominado de Academia Carioca, que merece destaque por ser uma
iniciativa de promoção de saúde que incentiva a prática de atividade física, que é muito
importante no controle metabólico dos pacientes diabéticos.
5.1.2. Esse projeto é realizado pela Superintendência de Promoção da Saúde (SPS)
da SMSDC, em parceria com Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável (SESQV) e
inspira-se na experiência positiva do Município de Maringá (PR), onde as Academias já
funcionam há mais de três anos. No Município do Rio de Janeiro as Academias estão
instaladas nas seguintes unidades de saúde: PS Aloysio Amâncio da Silva (CAP 5.3), CMS
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37
Harvey Ribeiro de Souza Filho (CAP 4), PS Mário Rodrigues Cid (CAP 5.2). Policlínica
Manoel Guilherme da Silveira Filho, da Clínica da Família Olímpia Esteves (CAP 5.1) e da
Policlínica Rodolfo Rocco (CAP 3.2).
5.1.3. Em visita à Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, verificou-se que parte dos
pacientes diabéticos foi integrada ao Projeto. Segundo a Direção da Unidade, os resultados
estão sendo satisfatórios, inclusive fortalecendo a adesão ao tratamento.
Fotos 11 e 12: Aparelhos instalados dentro da Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, onde funciona a Academia Carioca.
5.1.4. Entende-se que iniciativa como esta, que estimulem a atividade física dos
pacientes diabéticos, podem ser adotadas pela GPD, em parceria com a SPS e com outras
Secretarias, como a SMEL, que tem diversos equipamentos esportivos (vilas olímpicas).
5.2. Descarte das seringas pelos usuários
5.2.1. Em visitas às unidades de saúde, que funcionam como pólo de insulina,
verificou-se que o controle de descarte das seringas fornecidas aos pacientes não está
sendo observado, ou seja, as seringas usadas não estão retornando às unidades para o
adequado descarte.
5.2.2. Ressalte-se que a Resolução da ANVISA RDC Nº 30612, de 07/12/2004,
considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas,
administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde pública e o meio
ambiente estabelece que os serviços de saúde são os responsáveis pelo correto
gerenciamento de todos os Resíduos Sólidos de Saúde (RSS) por eles gerados, atendendo
às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final.
12 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
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38
5.2.3. Portanto, foi identificada a necessidade de que a SMSDC exerça um controle
mais rigoroso sobre o descarte de seringas dispensadas aos pacientes insulino-
dependentes.
6 - Análise da evolução dos indicadores para o Prog rama Municipal de
Diabetes
6.1. Após consultar os sistemas de informações do DATASUS e documentos
relativos ao Programa Municipal de Diabetes, foram identificados 3 indicadores que têm por
objetivo avaliar as ações relativas à assistência aos portadores de diabetes, visando a
identificação de possíveis melhorias relacionadas à adoção das recomendações propostas.
6.2. Os dois primeiros que serão apresentados na seqüência foram incluídos por
meio da Portaria MS13 nº 493 de 13/03/2006, para servirem de acompanhamento dos
gestores no âmbito do Sistema Único de Saúde.
6.1. Taxa de internações por complicações de Diabet es (Eficácia)
6.1.1. O indicador tem o escopo de avaliar, de forma indireta, a disponibilidade de
ações básicas de prevenção e controle (diagnóstico precoce, tratamento e educação para a
saúde) das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.
6.1.2. Espera-se que, nos municípios que priorizem a execução de ações de controle
do diabetes mellitus, ocorra uma diminuição no número de internações de uma forma geral
na população.
6.1.3. O índice avalia a contribuição das internações por complicações do diabetes
mellitus para o total das internações hospitalares(exceto parto), em determinado local e
período.
6.1.4. Com base dos dados extraídos do Datasus, elaborou-se o gráfico 13, que
mostra a evolução do referido indicador nos anos disponíveis, de 2005 a 2007, entre
algumas capitais da região sudeste e sul, incluindo o Município do Rio de Janeiro.
13 Estabelece prioridades, objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2006, os indicadores de monitoramento e avaliação do Pacto pela Saúde e as orientações, prazos e diretrizes para a sua pactuação.
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39
Gráfico 13 : Evolução anual da taxa de internações por complicação de diabetes, entre algumas capitais da região sudeste e sul, incluindo o Município do Rio de Janeiro, abrangendo os anos de 2005 a 2007.
1,2 1,21
1,49
1,611,55
1,01 1,03
0,47 0,43 0,47
0,820,91
1,09
1,37 1,33 1,35
1,061,09
Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007
Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre
Fonte: Datasus
6.1.5. Da leitura do gráfico 13, nota-se preliminarmente que o Município do Rio de
Janeiro apresentou uma queda de cerca de 4 % entre 2006 e 2007. Porém, no comparativo
entre as demais capitais, registra-se o que Município carioca tem o pior desempenho.
6.1.6. Esse resultado pode estar revelando que o número de complicações em
pacientes de diabetes está alto em relação às demais capitais, o que sugere melhorar a
qualidade no atendimento ambulatorial, como reduzir os abandonos, garantir consultas
médicas mais freqüentes e estimular ações de promoção de saúde como a academia
carioca.
6.2. Proporção de portadores de Diabetes Mellitus c adastrados (Eficácia)
6.2.1. Este indicador revela a proporção de pessoas portadoras de diabetes que
estão cadastradas nas unidades de saúde em relação aos diabéticos estimados.
6.2.2. Para fins de análise, o número de cadastrados foi extraído do sistema
Remédio em Casa, e não contempla os dados relativos às unidades de PSF.
6.2.3. O gráfico 14 mostra o comparativo desse indicador entre os anos de 2004 e
2009.
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40
Gráfico 14 : Evolução da taxa de cobertura do número de cadastrados no Município do Rio de Janeiro entre 2004 a 2009, com o respectivo quantitativo absoluto de cadastrados.
48,11%
42,15%102.502
114.204
Ano 2004 Ano 2009
Taxa de Cobertura Número de cadastrados
Fonte: Cálculos da 4ª IGE com base nos dados fornecidos pela SMSDC
6.2.4. Observa-se que houve um decréscimo da taxa de cobertura de 12,38% entre
2004 a 2009, isto pode indicar que o Programa Municipal não está sendo eficaz na captação
de novos casos ou na acessibilidade ao serviço de forma a reduzir o número estimado da
público-alvo não atendido, que representa 11% da população maior de 40 anos. A
considerar essa estimativa, conclui-se que mais de 100.000 pessoas ainda não foram
acolhidas pelo Programa Municipal.
6.2.5. Atualmente, do número total de cadastrados, 19,17% referem-se aos pólos de
insulina.
6.3. Taxa de Cobertura de Pacientes em tratamento n o Programa de Diabetes
(Eficácia)
6.3.1. Este indicador está previsto no Plano Plurianual (PPA), instituído pela Lei
Municipal nº 4.271, de 16/01/2006, compreendendo o período de 2006-2009,.
6.3.2. Definiu-se como unidade de medida o número de pessoas atendidas nos pólos
de diabetes tendo como meta as seguintes quantidades constantes da tabela 4.
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41
Tabela 4 : Meta estabelecida no PPA (2006 a 2009), do número anual de pacientes diabéticos atendidos por AP.
AP 1.0 AP 2 AP 3 AP 4 AP 5 Total
17.550 56.550 122.100 46.800 117.000 360.000
Fonte: Lei Municipal nº 4271/2006.
6.3.3. Após solicitação feita por meio do Memorando nº 01 de 18/03/2010, a GPD
forneceu a essa Comissão o resultado obtido com esse índice em cada ano, conforme
mostrado na tabela 5:
Tabela 5: Percentual de pacientes atendidos em relação à meta informada no PPA (2006/2009)
Período Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Índice alcançado 43,1% 53% 54,8% 56,5
Quantidade de
atendidos
correspondente
0,431 x 360.000=
155.160
0,53 x
360.000=
190.800
0,548 x 360.000=
194.400
0,565x
360.000=
201.600
6.3.4. Ocorre que, ao converter esses percentuais em números absolutos, conforme
mostrado na tabela 5, tendo como referência o valor total fixado como parâmetro (360.000),
informados na tabela 4, obtém-se números de atendidos pelo Programa bastante
discordantes em relação ao informado.
6.3.5. À título de exemplo, o número total de cadastrados em 2009 não passou de
114.204, ou seja, 43,35 % menor em relação ao valor encontrado na tabela 5 (201.600), no
mesmo período. Durante o monitoramento essa divergência não foi esclarecida em tempo
hábil.
De todo o apontado nesse relatório, sugerem-se as seguintes oportunidades de
melhoria listadas no item 7 e os questionamentos relacionados no item 8.
7 – Oportunidades de Melhoria
7.1- Manter uma linha de ação junto às unidades tradicionais e módulos de
PSF/PACS com vistas a fortalecer a captação de casos novos.
7.2- Promover as ações necessárias para que o HIPERDIA seja adotado nas
diversas unidades da rede municipal, incluindo os módulos de PSF, no cadastro de
pacientes diabéticos no Município do Rio de Janeiro;
7.3- Aperfeiçoar o processo de realização de licitação visando a aquisição de
medicamentos e insumos para tratamento do diabetes, a fim de evitar períodos de
desabastecimento;
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42
7.4- Atuar em conjunto com as CAPs no sentido de identificar as verdadeiras razões
da queda de consultas médicas por pacientes, apreciando, ao mesmo tempo, o índice de
produtividade alcançado por cada unidade e as possíveis carências de recursos humanos.
7.5- Ampliar e melhorar as ações de combate ao abandono, agindo sobre os fatores
que mais a influenciam.
7.6- Envidar esforços no sentido de promover a realização regular do exame de
fundo de olho em todos os pacientes em tratamento.
7.7- Promover parcerias com o intuito de oferecer aos pacientes em tratamento
atividades físicas regulares;
8 - Questionamentos
8.1. Que a SMSDC esclareça as diferenças encontradas entre os valores liquidados
e pagos na execução orçamentária do PT de DCNT nos anos de 2007 e 2009, conforme
apontado no parágrafo 3.1.6, do item 3.1 desse relatório;
8.2. Que a SMSDC remeta a composição das despesas previstas para 2010, em
relação ao orçamento do Programa de Diabetes, conforme mencionado no parágrafo 3.1.15
desse relatório;
8.3. Que a SMSDC esclareça porque a GPD não dispõe dos dados do PSF,
relacionados à assistência a portadores de diabetes, conforme apontado no parágrafo
3.2.12, do item 3.2;
8.4. Que a SMSDC preste esclarecimentos quanto à atual situação do Contrato nº
1587/2008, tendo por objeto a entrega domiciliar de medicamentos aos pacientes atendidos
pelo Programa Remédio em Casa, considerando o exposto no parágrafo 3.3.9, do item 3.3
desse relatório;
8.5. Que a SMSDC informe as medidas que estão sendo tomadas para regularizar o
processo de cadastro de pacientes diabéticos vinculados ao Programa Municipal, em
relação ao Remédio em Casa e ao Hiperdia, em atenção ao apontado nos itens 3.3 e 3.4;
8.6. Que a SMSDC justifique o apontado no parágrafo 3.7.15, do item 3.7, quanto à
falta da glibenclamida no estoque central da SMSDC e as medidas adotadas para saná-la;
8.7. Que a SMSDC justifique por que a Policlínica Carmela Dutra, apesar de ser o
único pólo de insulina da AP 3.3, ficou sem endocrinologista desde dezembro de 2008,
conforme mencionado no parágrafo 3.8.4, do item 3.8, demonstrando as medidas tomadas
para sanar essa carência;
8.8. Que a SMSDC preste esclarecimentos quanto ao apontado no parágrafo I.3, do
item 4, referente aos valores contingenciados em 2006 e 2009 no PT relativo às DCNT;
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
43
8.9. Que a SMSDC junte a documentação comprobatória de aquisição do
equipamento Endolaser, citado no parágrafo III.2, do item 4;
8.10. Que a SMSDC informe quais são as medidas tomadas para fortalecer o
controle no descarte de seringas dispensadas a pacientes nos pólos de insulina, em atenção
ao item 5.2;
8.11. Que a SMSDC esclareça o apontado nos parágrafos 6.3.4 e 6.3.5 do item 6.3,
quanto à divergência em relação ao percentual de pacientes diabéticos atendidos
estabelecido no PPA, compreendendo o período 2006-2009.
9 – Conclusão
9.1- Do monitoramento realizado, constatou-se que apenas 41,67% das
recomendações foram consideradas implementadas.
9.2- Conclui-se que o Programa Municipal de Diabetes da SMSDC, no período
analisado (2006-2009) não obteve resultados satisfatórios, principalmente, sob o aspecto do
controle das diversas ações relacionadas a essa assistência.
9.3 – Foi verificado que o sistema Remédio em Casa, utilizado atualmente para
cadastro de pacientes diabéticos, apresenta restrições operacionais que dificultam o acesso
às informações associadas ao atendimento realizado pelas unidades. Além disso, a falta de
alimentação nesse sistema pelas unidades agrava ainda mais a situação, pois, atualmente,
nem a própria Gerência de Diabetes tem conhecimento exato de quantos pacientes estão
em tratamento ou em abandono. Em função desses problemas, todas as análises dos
indicadores disponíveis ficaram prejudicadas, pois podem não retratar a real situação
encontrada hoje. Soma-se a isso o fato de existir um sistema do Ministério da Saúde
(Hiperdia) com a mesma função do Remédio em Casa que, em tese, é mais simples e
também acessível a todas unidades, mas, está subutilizado.
9.4. Também não foi possível avaliar a produtividade das unidades por meio das
consultas realizadas, pois essa comissão não teve acesso a essas informações. Foram
encontradas evidências de que há carência de médicos para atendimento aos pacientes
diabéticos, porém, cabe destacar a situação encontrada na Policlínica Carmela Dutra, que,
não obstante ser o único pólo de insulina da AP 3.3, está sendo acompanhado somente por
enfermeiros, uma vez que não há endocrinologistas lotados na Unidade desde dezembro de
2009.
9.5. Em relação ao abastecimento de medicamentos e insumos, conclui-se que
houve melhoria nesse sentido, principalmente, em função dos recursos financeiros
repassados pelo Ministério da Saúde, conforme demonstrado nesse relatório. Entretanto,
SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo
44
detectou-se que ainda há períodos que ocorrem desabastecimento, devido a atrasos
demasiados nos processos de aquisição conduzidos pela SMSDC, por meio de Pregões.
Assim, diante do exposto, submete-se os autos à consideração superior propondo:
I. Que seja determinado a Jurisdicionada que justifique o apontado no item 8;
II. Que a SMSDC se manifeste a respeito das oportunidades de melhoria
propostas no item 7 e, caso de acordo com as sugestões, envie plano
contendo as ações que serão desenvolvidas para o seu atendimento, seus
prazos para implantação e indicadores que reflitam o progresso das mesmas;
III. Em sendo elaborado o plano, deverá ser encaminhado semestralmente a
esta Corte relatório contendo a evolução das medidas que venham a ser
implantadas.
4ª IGE/SCE em 05/05/2010
Claudio Pereira Caldeira
Inspetor Setorial
Matr. 40/901. 318
Michele de Souza Ribeiro
Técnico de Controle Externo
Matr. 040/901.354