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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA ESTÁTICA EM CÃES

COM MEMBROS AMPUTADOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Natália Carolina Bastian

Santa Maria, RS, Brasil

2013

DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA ESTÁTICA EM CÃES COM

MEMBROS AMPUTADOS

Natália Carolina Bastian

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-

Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Cirurgia

Veterinária, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Dr. João Eduardo Wallau Schossler

Santa Maria, RS, Brasil

2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de

Mestrado

DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA ESTÁTICA EM CÃES COM MEMBROS

AMPUTADOS

elaborada por

Natália Carolina Bastian

como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Medicina Veterinária

COMISSÃO EXAMINADORA:

------------------------------------

João Eduardo Wallau Schossler, Prof. Dr. – UFSM

(Presidente/Orientador)

---------------------------------------

Daniel Curvello Müller, Prof. Dr. – UNIJUI

(Banca examinadora)

----------------------------------------

João Francisco Coelho de Oliveira, Prof. Dr. – UFSM

(Banca examinadora)

Santa Maria, 01 de março de 2013.

O animal que prevalece não é o mais forte nem o mais

inteligente e sim, o que melhor se adapta.

(Charles Darwin)

AGRADECIMENTOS

Dirijo meus agradecimentos em primeiro lugar a Deus, por permitir minha

existência.

Ao meu marido Roberto Thaddeu Gomes, meu amor, meu esteio, ponto de

equilíbrio perfeito e fiel confidente, pela paciência, dedicação e carinho ao compartilhar

esta etapa de minha vida.

À minha família, meu porto seguro, em especial ao meu pai, a quem considero o

alicerce desta. Homem de origem humilde, de coração puro, que venceu preconceitos e

dificuldades, construindo e reconstruindo um pequeno patrimônio material, bem como

constituindo uma família sólida baseada nos preceitos do amor, da confiança e da

reciprocidade. Superando seus limites fazendo uma admirável combinação de seus

recursos interiores e das possibilidades que o mundo lhe ofereceu, sem nunca deixar de

sonhar e acreditar nas pessoas.

Com amor à minha mãe, pessoa generosa capaz de se abster das suas próprias

necessidades satisfazendo-se com a felicidade daqueles a quem ama. Mulher de saúde

fragilizada, mas de tamanha força que demonstra coragem e atitude em meio aos seus

medos, dando o melhor de si a todos.

Com muito carinho ao meu irmão, amigo fiel e companheiro, que com extrema

sensibilidade e compreensão sempre me apoiou.

A minha sogra Ana Cristina e ao meu sogro André P. Gomes, por toda ajuda,

compreensão e carinho que me deram nesta fase da minha vida.

Ao meu orientador, João Eduardo, pela sua orientação e amizade. Por todos os

momentos que passamos, e por toda a sua dedicação e compreensão. Por todos os

ensinamentos e conhecimentos.

14

Aos meus amigos, Fabíola e Saulo, pelo comprometimento, confiança mútua,

ajuda e amizade. A minha colega e amiga também Anna Laeticia por toda ajuda e

companheirismo durante toda a fase do meu trabalho.

A Marcelli, aluna da graduação do curso de Medicina Veterinária, pelo auxílio na

realização deste trabalho e uma grande amizade conquistada.

Ao professor Bolli e ao Laboratório de Biomecânica do Centro de Educação

Física, pela disponibilidade e atenção durante a realização deste trabalho.

Aos proprietários dos animais, pela dedicação e pelo auxílio em ajudar, e me

levar os animais para poder realizar este trabalho,

Também a todos os amigos, familiares e colegas que, de uma maneira ou outra,

acompanharam este meu trabalho.

RESUMO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA ESTÁTICA EM CÃES COM MEMBROS

AMPUTADOS

AUTORA: NATÁLIA CAROLINA BASTIAN

ORIENTADOR: PROF. DR. JOÃO EDUARDO WALLAU SCHOSSLER

Santa Maria, 01 de março de 2013.

A amputação é o procedimento cirúrgico mais antigo registrado. Em animais de

pequeno porte, principalmente cães e gatos, o objetivo desta cirurgia é manter a vida do

paciente, quando acometido por lesões que evoluem para necrose, neoplasias malignas, lesões

distais irreparáveis, dentre outras causas. A plataforma de força é utilizada para medir as forças

de reação do solo envolvidas no movimento humano e animal, possibilitando a interpretação do

movimento através de variáveis mecânicas. O presente estudo tem como objetivo analisar a

distribuição de força em cada membro e comparar com os dados de animais, considerados

normais, por possuírem quatro membros. Para isso, foram utilizados 20 animais, caninos

divididos em quatro grupos: o Grupo 1 (sem o membro anterior esquerdo), o Grupo 2 (sem o

membro anterior direito), Grupo 3 (sem o membro posterior esquerdo) e o Grupo 4 (sem o

membro posterior direito). Todos os animais avaliados não estavam dentro dos padrões

considerados normais, ou estavam acima ou abaixo dos limites superiores e inferiores, pois não

tinham um dos quatros membros, adaptando-se e transferindo seu peso para os outros três

membros. Dessa forma, pode-se concluir que os animais sem o membro anterior esquerdo e o

membro anterior direito transferem seu peso para seu lado contralateral. Os cães que não

possuem membro anterior esquerdo transferem 76,99% do seu peso para o lado contralateral, e

os sem membro anterior direito transferem 71,73% do seu peso para o lado contralateral. O

grupo de animais que não possui o membro posterior esquerdo ou direito, transfere seu peso

para os membros anteriores.

Palavras-chave: Plataforma de força. Ortostático. Amputação.

ABSTRACT

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DISTRIBUTION OF FORCE STATIC IN DOGS WITH AMPUTATED

LIMBS

AUTHOR: NATÁLIA CAROLINA BASTIAN

ADVISOR: PROF. DR. JOÃO EDUARDO WALLAU SCHOSSLER

Santa Maria, 01 de março de 2013.

Amputation is the oldest surgical procedure recorded. In small animals, mainly dogs and

cats, the goal of these procedures maintain the patient's life, when it is affected by lesions that

progress to necrosis, malignancies, distal irreparable injury, and another one. The force platforms

used to measure ground reaction forces involved inhuman and animal movement, allowing the

interpretation of movement through mechanical variables. This study aims to analyse the

distribution of weighting every limb and compare them with data from animals considered

normal (with four limbs). It was studied 20 canines, divided into four groups: Group 1 (without

the left forelimb), Group 2 (without the right forelimb), Group 3 (without the left hind limb) and

Group4 (without the right hind limb). The animals evaluated within groups were not normal

standard and they were above or below the upper and lower limits, because they had not one of

the four members, adapting and transferring your weight to one of the other three members. It

can be concluded that canines without the left forelimb band right forelimb transfer the weight to

theirs contra lateral sides. Dogs that have not left forelimb transfer 76.99% of weight to the

contra lateral side, as well as dog without right forelimb transferring 71.73% of weight to the

contra lateral side. The canines that have not the left or right hind limbs, transfer weight to the

forelimbs.

Keywords: Force platform. Orthostatic. Amputation.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela da Média, desvio padrão, limite superior e limite inferior dos membros

AD (Anterior Direito), AE (Anterior Esquerdo), PD (Posterior Direito) e PE

(Posterior Esquerdo) de Barbosa (2008)................................................................ 22 Tabela 2 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso do Grupo 1, sem o membro

anterior esquerdo. .................................................................................................. 28 Tabela 3 - Média e desvio da porcentagem de peso das coletas do Grupo 2. .......................... 29 Tabela 4 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso das coletas do Grupo 3. .............. 30 Tabela 5 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso das coletas do Grupo 4. .............. 31 Tabela 6 - Valor médio e desvio padrão da porcentagem de peso do membro anterior

direito nos Grupos 1, 3, 4 e Controle. .................................................................... 33 Tabela 7 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro anterior

esquerdo dos Grupos 2, 3, 4 e Controle. ................................................................ 35 Tabela 8 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro posterior

direito dos Grupos 1, 2, 3 e Controle. .................................................................... 37 Tabela 9 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro posterior

esquerdo, nos Grupos 1, 2, 4 e Controle. ............................................................... 38 Tabela 10 - Teste da análise múltipla de Tukey, do membro posterior esquerdo, nos

Grupos 1, 2, 4 e Controle. ...................................................................................... 39 Tabela 11 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem dos pesos médios de cada

grupo. ..................................................................................................................... 39

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com os três membros sobre a

plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por seu

proprietário para ilustração do procedimento. ........................................... 23

Figura 2 - Imagem de um cão posicionado com o membro anterior direito sobre a

plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por um auxiliar

para ilustração do procedimento. .............................................................. 24

Figura 3 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro anterior

esquerdo sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo

contido por um auxiliar para ilustração do procedimento. ......................... 24

Figura 4 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro posterior

direito sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido

por um auxiliar para ilustração do procedimento. ...................................... 25

Figura 5 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro posterior

esquerdo sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo

contido por um auxiliar para ilustração do procedimento. ......................... 25

Figura 6 - Imagem fotográfica em vista lateral da plataforma de força. ........................ 26

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AD,

PD e PE, do Grupo 1............................................................................................. 29 Gráfico 2 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AE,

PD e PE do Grupo 2. ............................................................................................. 30 Gráfico 3 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AE,

AD e PD do Grupo 3. ........................................................................................... 31 Gráfico 4 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AD,

AE e PE do grupo 4. ............................................................................................. 32 Gráfico 5 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro AD, nos

Grupos 1, 3, 4 e Controle. ..................................................................................... 34 Gráfico 6 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro AE, nos

Grupos 2, 3, 4 e Controle. ..................................................................................... 36 Gráfico 7 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro PD, nos

Grupos 1, 2, 3 e Controle. ..................................................................................... 37 Gráfico 8 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro PE, nos

Grupos 1, 2, 4 e Controle. ..................................................................................... 38

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características dos animais de cada grupo utilizados para o experimento. ..... 23

Quadro 2 - Resultados da análise múltipla de Dunn, entre os Grupos 1, 3, 4 e Controle. . 34

Quadro 3 - Resultados da comparação múltipla de Dunn, entre os Grupos 2, 3, 4 e

Controle. ....................................................................................................... 36

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 12

2.1 Amputação ......................................................................................................... 12

2.2 Locomoção canina .............................................................................................. 15

2.3 Biomecânica ....................................................................................................... 17

2.4 Plataforma de força ............................................................................................ 18

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 21

3.1 Comitê de ética e experimentação animal .......................................................... 21

3.2 Delineamento do estudo ..................................................................................... 21

3.2.1 Estudo retrospectivo........................................................................................... 21

3.2.2 Distribuição do peso de animais hígidos ...................... Erro! Indicador não definido.

3.3 Avaliação do apoio na plataforma de força ....................................................... 22

3.4 Análise estatística ............................................................................................... 26

4 RESULTADOS ................................................................................... 28

4.1 Avaliação dos grupos.......................................................................................... 28

4.1.1 Grupo 1 ............................................................................................................. 28

4.1.2 Grupo 2 ............................................................................................................. 29

4.1.3 Grupo 3 ............................................................................................................. 30

4.1.4 Grupo 4 ............................................................................................................. 31

4.2 Comparação entre os grupos .............................................................................. 32

4.3 Análise da transferência de peso em cada membro ........................................... 33

4.4 Comparação entre os grupos para o peso .......................................................... 39

5 DISCUSSÃO ........................................................................................ 40

CONCLUSÃO ......................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 46

1 INTRODUÇÃO

O estudo da locomoção é essencial para estabelecer métodos de tratamento de

desordem do sistema locomotor, na ciência veterinária (TOKURIKI, 1973), e o estudo

do movimento de um animal centra-se em caracterizar a interação física entre ele e seu

ambiente físico (ENOKA, 2000). O animal que se move muda de posição pressionando o

que está embaixo dele, de acordo com Aristóteles, na Grécia Antiga.

Alguns elementos como ossos, cartilagens, ligamentos e articulações, compõem o

esqueleto, que, em sua totalidade, formam o primeiro sistema de armação corpórea, o

sistema esquelético. Esse sistema representa a parte passiva do aparelho locomotor, já a

parte ativa é o sistema muscular, representando o segmento ativador. Ambos os sistemas

estão vinculados aos sistemas circulatório e nervoso, estando sujeitos , ainda, a taxas de

mecanismos hormonais no seu metabolismo específico durante sua construção,

reconstrução e reabsorção (KONIG; LIEBICH, 2002).

A amputação é definida como a retirada de algum membro, podendo ser parcial

ou total, sendo uma palavra derivada do latim pela união dos termos ambi, traduzido por

“ao redor de/em volta de” e putatio que significa “podar/retirar” (CARVALHO, 2003).

Na medicina humana, algumas afecções têm como tratamento a amputação de

membro, a qual é realizada com o objetivo de salvar a vida do paciente, sendo que para

Gualberto et al. (2007), aproximadamente 85% de todas as amputações são de membros

inferiores, tendo a Diabetes Mellitus (DM) como uma das principais causas. Essa

cirurgia é amplamente desenvolvida, sendo comumente utilizadas próteses, com próteses

mecânicas e eletrônicas que ajudam a mover os membros (LEONARD, 1971).

A amputação é o mais antigo dos procedimentos cirúrgicos (CRENSHAW, 1996),

sendo descrita desde o início da humanidade e encontrada em pinturas na Europa, onde é

evidenciada o uso de prótese em esqueletos humanos de 2300 a.C (LIANZA, 2007). Em

algumas sociedades antigas a amputação de mão ou pé era uma punição comum

(CRENSHAW, 1996).

Na medicina veterinária, principalmente em cães e gatos o objetivo para a

realização de uma amputação é manter a vida do paciente, quando acometido por lesões

que evoluem para necrose, neoplasias malignas, lesões distais irreparáveis, entre outras

(LEONARD, 1971).

11

A plataforma de força é um parâmetro objetivo de avaliação biomecânica

utilizado na medicina humana e seu uso vem crescendo na medicina veterinária

(JEVENS et al., 1993; ANDERSON; MANN, 1994; BARBOSA, 2008). Já existem

vários estudos usando a plataforma em animais, como na neurologia, para avaliar a

descompressão lombossacra (SUWANKONG et al., 2007), na ortopedia para análise de

articulações (CONZEMIUS et al., 2003), comparar a artrotomia e artroscopia em ruptura

do ligamento cruzado cranial (HOELZLER et al., 2004; MUZZI et al., 2009), avaliar

articulação coxofemoral (BOCKSTHALER et al., 2007), a caminhada e a parada em

bovinos neonatos (RODRIGUES et al., 2009), entre outros.

Segundo Lascelles et al. (2007), a plataforma de força é utilizada frequentemente

para analisar os parâmetros cinéticos dos membros de cães normais, particularmente a

força vertical máxima e o impulso vertical.

Na medicina, a plataforma também é utilizada para estudos estabilométricos

avaliando a postura e o equilíbrio (BASTOS et al., 2005; FERREIRA, 2005; LOTH,

2007; MAYER et al., 2010). Também é útil para caracterizar a distribuição das forças e

pressões plantares durante a marcha de pessoas com amputações femorais (CASTRO,

2010), além de comparar variáveis cinéticas na marcha de indivíduos amputados

transfemorais (SEBASTIÃO, 2009).

Na medicina veterinária, o uso da plataforma de força é utilizado nas coletas de

dados em marcha para análise locomoção (OLIVEIRA, 1993) e na avaliação do apoio e

distribuição do peso nos membros (BARBOSA, 2008). Este trabalho é o primeiro estudo

a avaliar em padrão ortostático, a distribuição de peso em animais com três membros.

Antes de realizar uma amputação em algum animal, devem ser considerados alguns

aspectos importantes, como a capacidade de adaptação do paciente e, em seguida, a

expectativa dos proprietários quanto ao procedimento a ser fei to (KIPERNSTEIJN et al.,

1999).

A grande maioria dos animais se adapta bem e consegue andar em três patas em

aproximadamente 30 dias (KIPERNSTEIJN et al., 1999; LIPTAK, 2005). A mudança da

marcha causada pela amputação de um membro pode promover o aumento da incidência

de doenças ortopédicas nos demais membros, como doenças articulares, principalmente

em animais grandes e obesos (KIRPENSTEIJN et al., 2000).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição de peso em cada membro,

através do uso da plataforma de força em padrão ortostático, de animais que passaram

pela cirurgia de amputação de um dos seus quatro membros.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Amputação

A amputação é a retirada cirúrgica ou traumática, parcial ou total, de um

segmento corpóreo (CARVALHO, 2003), sendo este o procedimento cirúrgico mais

antigo já apontado (CRENSHAW, 1996). No ano de 1971, foi publicada a primeira

noticia sobre o relato mais antigo de uma amputação, que ocorreu em 2300 a.C., quando

arqueólogos russos descobriram um esqueleto com pé artificial. Um pé-de-cabra estava

adaptado ao coto com um encaixe feito com a própria pele do animal (NOVACK, 2010).

Durante a primeira guerra mundial existiram aproximadamente 300 mil

amputados pela Europa. Assim, houve o desenvolvimento da pesquisa e da reabilitação

para a confecção de componentes como joelhos e pés de forma artesanal, pois havia uma

preocupação em colocar os soldados mutilados em pé para retornar à guerra. Desde

então, os componentes protéticos têm sido desenvolvidos pelas indústrias ortopédicas

com intuito de inovações que proporcionem reabilitação de alta tecnologia

(CARVALHO, 2002).

Hoje, a amputação é menos frequente que no passado, devido a grandes avanços

no reparo de fraturas e no tratamento de tecidos moles, entretanto, ainda são necessárias

em determinadas circunstâncias (KNAPP; CONSTANTINESCU, 2005).

As indicações de amputação de um membro podem ser por trauma, necrose,

isquemia, infecção ortopédica intratável, incapacidade grave decorrente de artrite

intratável, paralisia, deformidade congênita, neoplasias (KIRPENSTEIJN et al., 1999;

WEIGEL, 2007; JOHNSON; HULSE, 2008), doença vascular e fístulas arteriovenosas

(STONE, 1985). Além das indicações clínicas para a prática de amputação, os cirurgiões

também devem levar consideração à adaptabilidade e adequação de cada animal a esse

tipo de intervenção, bem como a aceitação do proprietário com relação à posse de um

animal deficiente (WEIGEL, 2007).

Atualmente, os tumores ósseos podem ser considerados a principal causa de

amputações de membros em animais, entre eles os osteossarcomas, condrossarcomas,

osteocondromas, hemangiossarcomas, fibromas e lipossarcomas. De todas as neoplasias

13

ósseas o osteossarcoma é aquele mais frequentemente relatado em cães (NILSEN, 1976;

ALCANTARA et al., 2010) e, como a maioria dos tumores, sua etiologia é

desconhecida.

Aproximadamente 75% dos osteossarcomas ocorrem no esqueleto apendicular

(DERNELL et al. 2007) e são definidos como um tumor mesenquimal maligno de

células ósseas primitivas, sendo geralmente invasivo no local de origem e de metástase

rápida. O osteossarcoma apendicular é observado com maior frequência em cães de

raças grandes e gigantes (JONGEWARD, 1995). As raças mais acometidas neste tipo de

tumor são: São Bernardo, Dinamarquês, Setter Irlandês, Dobermann, Pastor Alemão,

Rottweiler e Golden Retriver. Machos e fêmeas podem ser acometidos pelo

osteossarcoma apendicular, mas os machos são mais relatados como aqueles em que há

maior incidência (BRODEY; ABT, 1976; STRAW, 1996). Também há relatos de

amputações de membros em coelhos com condrossarcomas (GARCEZ et al., 2009).

Outra indicação é em relação às fraturas que tem como definição o rompimento

completo ou incompleto da continuidade de um osso ou cartilagem. Elas são

acompanhadas por vários graus de lesão dos tecidos moles circunscritos, incluindo o

aporte sanguíneo e comprometimento da função do sistema locomotor (DENNY;

BUTTERWORTH, 2006). Segundo Johnson e Hulse (2005), as fraturas também podem

ser definidas como uma solução de continuidade que pode comprometer o córtex ósseo e

o canal medular, desequilibrando a integridade óssea, e podem ser classificadas em

fraturas abertas ou fechadas, completa ou incompleta, por avulsão e por impactação.

Na maioria das vezes, as fraturas devem-se a processos traumáticos resultantes de

acidentes automobilísticos, porém podem ocorrer devido a projéteis balísticos, brigas e

quedas (FOSSUM, 2005). As complicações das fraturas podem ser divididas em

complicações de manejo e as resultantes do tratamento em si. Em relação ao manejo

podem estar associadas a fraturas expostas e às avulsões de nervos. Como complicações

resultantes dos tratamentos, pode-se citar a união retardada e não união, osteomielite,

má união e doença de fratura (DENNY; BUTTERWORTH, 2006; MUELLER, et al.,

2006), que em alguns casos não tratáveis indica-se a amputação (FOSSUM, 2005;

DENNY; BUTTERWORTH, 2006; MUELLER et al., 2006).

Daly (2005) e Weigel (2007) consideram a amputação de membro uma cirurgia

traumática e cruenta, recomendando avaliação pré-operatória minuciosa, tendo em vista

que a provável perda sanguínea seja maior que os demais procedimentos cirúrgicos de

rotina.

14

Quando um paciente sofre amputação, independentemente de sua causa, sempre

deve ser realizada a sua avaliação detalhada, sendo importante determinar todas as

incapacidades resultantes e a capacidade funcional do indivíduo para orientar o

tratamento de reabilitação mais precoce possível (LIANZA, 2007).

Diversos fatores são importantes na determinação da adaptabilidade do animal à

amputação no caso de doença maligna do membro, por exemplo, a avaliação pré-

operatória quanto à presença de afecção metastática é útil para evitar uma amputação

desnecessária (LIANZA, 2007; WEIGEL, 2007). A adaptabilidade de pacientes obesos

ou pacientes acometidos por osteoartrite degenerativa avançada no membro contralateral

pode ser estimada utilizando tipoias temporárias no membro envolvido e a observação

da resposta do animal (WEIGEL, 2007).

O veterinário deve aconselhar a amputação quando essa prática for possível tanto

do ponto de vista clínico como humanitário, mas também deve demonstrar preocupação

quanto aos desejos dos proprietários. Tanto as decisões de amputação como a de

eutanásia devem ser respeitadas pelo veterinário e tratadas com sensibilidade e interesse.

Embora a decisão final seja de direito do proprietário, é responsabilidade do veterinário

orientá-lo para que seja tomada a decisão correta e para que não haja arrependimento.

Em geral, as respostas dos proprietários à amputação de membros são favoráveis

(FOSSUM, 2005; DENNY; BUTTERWORTH, 2006; WEIGEL, 2007).

Em amputações de membro torácico a cirurgia pode ser realizada por meio da

remoção da escápula, ou como alternativa, pode-se fazer a ressecção do úmero distal

(FOSSUM, 2005). Se a escápula for mantida em cães de pelo curto, a atrofia muscular

permite a observação de suas proeminências ósseas, gerando uma aparência

esteticamente inaceitável para alguns proprietários (DENNY; BUTTERWORTH, 2006).

Entretanto, a sua remoção pode tornar a parede torácica mais suscetível a

traumatismos (WEIGEL, 2007). No caso de neoplasias, como o osteossarcoma

apendicular em cães, a amputação de membro é uma das medidas mais efetivas no

tratamento de tumores primários (BRODEY, 1965; ALCANTARA et al., 2010). A

principal vantagem da amputação do membro é que o procedimento proporciona a

ressecção completa do tumor primário, com consequente alívio da dor. A cirurgia

raramente resulta em cura, devendo ser considerada tratamento paliativo quando

realizada isoladamente (STRAW, 1996; BRODEY, 2005; ALCANTARA et al., 2010).

A amputação de membros pélvicos pode ser realizada na porção média do fêmur

ou pela desarticulação da articulação coxofemoral (FOSSUM, 2005; WEIGEL, 2007).

15

Geralmente, é recomendada a amputação pela diáfise do osso, pois isso permite atrofia

da extremidade óssea, mas se o membro for seccionado pela desarticulação do cotovelo

ou do joelho, a porção articular do osso permanece inalterada, enquanto o tecido mole

circunjacente sofre atrofia. Essa secção deixa um revestimento inadequado da

extremidade óssea, tornando esse segmento suscetível a traumatismo. Contudo, quando

o membro é removido na articulação do ombro ou da pelve há persistência de quantidade

suficiente de tecido mole para proteção do osso (WEIGEL, 2007).

2.2 Locomoção canina

O esqueleto compõe-se de alguns elementos como ossos, cartilagens, ligamentos

e as articulações, que, em sua totalidade, formam o primeiro de um sistema de armação

corpórea, o sistema esquelético. Pode-se, então, separar este sistema em parte passiva do

aparelho locomotor, sendo a parte ativa o sistema muscular representando o segmento

ativador (KONIG; LIEBICH, 2002).

Na ciência veterinária o estudo da locomoção é essencial para estabelecer

métodos de tratamento de desordem do aparato locomotor. Muitos autores admitem que

a caminhada seja a mais efetiva forma de locomoção com a fase de suporte e propulsão

(TOKURIKI, 1973).

O aparelho locomotor é um conjunto orgânico complexo, cuja função prioritária é

o trabalho mecânico. Os elementos constitutivos originais do aparelho locomotor

(esqueleto e músculos) servem para representar desde a forma e a conservação da

individualidade corpórea, até a movimentação de segmentos do corpo ou de todo o

organismo (KONIG; LIEBICH, 2002).

A locomoção é um ato progressivo do movimento, no qual um dos membros que

foi elevado do solo durante o movimento suporta o peso do corpo, fixando-se e

reassumindo a posição inicial. A região dorsal e lombar tem participação especial no

alinhamento postural, situação que irá influenciar na biomecânica do cão, determinando,

assim, a qualidade do movimento (BOMBONATO et al., 2005).

De acordo com DeCamp (1997), o modo de andar do cão pode ser dividido em

dois grupos principais: o simétrico e o assimétrico. O modo simétrico, como caminhar,

trote e passo, caracteriza-se por movimentos dos membros de um lado do corpo que

16

repetem os movimentos do lado oposto. O modo assimétrico, como galope rotatório e

transverso, caracteriza-se pelos movimentos do membro que não repetem os movimentos

do lado oposto. O ciclo de movimento ao caminhar inclui o suporte de dois e três

membros, enquanto que no trote há suporte de dois, com pares diagonais de membros

em estação.

A locomoção do cão está dividida em quatro formas básicas: o passo, a marcha, o

trote e o galope sendo que os três primeiros são considerados simétricos (NEWTON;

NUNAMAKER, 1985), ou seja, os movimentos dos membros de um lado repetem os

movimentos do lado oposto, sendo os intervalos igualmente espaçados. O galope é uma

forma assimétrica de andadura, pois os movimentos de um lado não repetem os do outro,

e os intervalos entre os apoios não são igualmente espaçados (NEWTON;

NUNAMAKER, 1985; BOMBONATO et al., 2005).

Para cada tipo de locomoção, detalhes adicionais do movimento das patas e

membros podem ser descritos. A fase de apoio é definida como período no qual a pata

toca e permanece no solo e a fase de balanço, é definida como período no qual a pata

permanece no ar (BOMBONATO et al., 2005). Juntas, as fases de apoio do membro são

consideradas um passo. A fase de apoio pode ainda ser dividida em apoio inicial,

desaceleração, propulsão e apoio final. O ciclo da locomoção de quadrúpede pode ser

definido como uma série de eventos que inclui um passo para cada um dos quatros

membros, independentemente do tipo de locomoção (DECAMP, 1997).

Os ossos e as articulações formam os chamados elementos passivos do

movimento e os músculos são considerados órgãos ativos do movimento

(BOMBONATO et al., 2005). Os membros torácicos geralmente têm uma maior

desaceleração do que força propulsiva, enquanto que os membros pélvicos têm uma

maior propulsão do que a força de desaceleração durante a locomoção em uma

superfície lisa (DECAMP, 1997).

Embora existam muitos métodos objetivos de análise da locomoção, em humanos

e animais, a análise cinética da locomoção, através da placa ou plataforma de força, tem

sido muito utilizada para avaliar objetivamente a locomoção normal e anormal (JEVENS

et al., 1993). Essas determinam as forças de reação do solo, propiciando descrição

completa dessas forças no momento em que o membro contata o solo (RUMPH et al.,

1993)

O estudo do movimento qualitativo ou quantitativo dos animais é alvo de grande

interesse (GILLETTE, 2004), contudo, em qualquer método de análise do movimento é

17

fundamental a mensuração precisa, na qual se faz necessário o uso de hardwares e

softwares complexos (SUTHERLAND, 2002).

2.3 Biomecânica

A biomecânica é uma disciplina que, entre as ciências derivadas das ciências

naturais, se preocupa com as análises físicas de sistemas biológicos, dos movimentos,

suas causas e fenômenos (AMADIO et al., 1999).

A biomecânica vem sendo empregada, desde o início da década de 1970, como

referência à estrutura e à função dos sistemas biológicos por meio da aplicação dos

princípios mecânicos no estudo dos organismos vivos (AMADIO; SERRÃO, 2007). A

mecânica pode ser subdividida em estática, relacionada com os corpos em repouso ou

em movimento uniforme, e dinâmica, tratando-se de corpos que se encontram em

processo de aceleração e desaceleração (AMADIO et al., 1999; BOMBONATO et al.,

2005).

Desse modo, a abordagem biomecânica é interdependente das articulações, já que

nelas ocorrem os movimentos. Sendo assim, qualquer deformidade ou fraqueza

muscular, que acontece de maneira isolada ou difusa, irá influenciar na estabilidade, seja

ela estática ou dinâmica, levando o animal a buscar adaptações musculoesqueléticas

compensatórias para a manutenção nas diferentes posturas e para realização de

movimentos (BOMBONATO et al., 2005; AMADIO; SERRÃO, 2007).

Já a cinemetria é um ramo da biomecânica que busca medir os parâmetros

cinemáticos do movimento, ou seja, investigar a posição, deslocamento, velocidade e

aceleração de um ou diferentes segmentos de interesse (AMADIO et al., 1999). Consiste

no registro de imagens e reconstrução de pontos marcados, conforme um modelo

antropométrico, que estima a localização dos eixos anatômicos do sujeito (AMADIO;

SERRÃO, 2007).

Em relação à cinesiologia, a qual é a ciência do movimento, essa pode ser

dividida em cinemática e cinética (ANDERSON; MANN, 1994; DECAMP, 1997). A

cinemática é a geometria do movimento que inclui o deslocamento, velocidade e

aceleração, sem levar em conta as forças atuantes sobre o corpo (GARHAMMER, 1991).

18

A cinética é o estudo das relações do movimento e as forças que o geram (GILLETE,

2004).

A cinética da locomoção normal e anormal pode ser estudada através de placas ou

plataformas de força, que avaliam as forças de reação ao solo, geradas durante a

locomoção. Embora sejam umas das muitas formas pelas quais a locomoção pode ser

estudada, elas vêm sendo utilizadas com maior frequência e são muito importantes para

o entendimento da biomecânica da locomoção (ANDERSON; MANN, 1993;

BESANCON et al., 2003).

2.4 Plataforma de força

A plataforma de força consiste em duas superfícies rígidas, uma superior e uma

inferior, interligadas por sensores de força e, segundo o posicionamento destes últimos,

existem três plataformas em particular: plataforma com único sensor no centro;

plataforma triangular com sensores nas três pontas; e plataforma retangular com

sensores nos quatros cantos, sendo este o modo mais utilizado para análise de marcha

(BARELA; DUARTE, 2011). Os sensores estão situados para medir os três componentes

da força, Fx, Fy, Fz (em que x, y e z são as direções anteroposterior, mediolateral e

vertical, respectivamente) e os três componentes do momento da força ou torque, Mx,

My e Mz, agindo sobre a plataforma (DUARTE et al., 2010).

Assim, a plataforma de força pode estar acoplada a um sistema designado

posturografia dinâmica computadorizada (PDC), o qual é um método de avaliação

quantitativa e qualitativa que utiliza um sistema computadorizado (NOVALO et al.,

2008). A posturografia consiste num conjunto de técnicas que permitem avaliar

quantitativamente o componente vestíbulo-espinhal do equilíbrio postural e pode ser

realizada em plataformas estáticas (estabilometria ou estatocinesiometria) e dinâmicas

(posturografia dinâmica) (DUARTE et al., 2010).

Na medicina humana, além da avaliação da marcha na plataforma de força,

atualmente estão sendo realizados estudos estabilométricos para avaliar postura e

equilíbrio, utilizando a plataforma em padrão ortostático para esta finalidade. A

estabilometria é uma técnica da avaliação do equilíbrio, através da quantificação das

oscilações posturais na posição ortostática numa plataforma de força (OLIVEIRA, 1993;

19

DUARTE et al., 2010), que envolve a monitoração dos deslocamentos do centro de

pressão nas direções lateral e anteroposterior. Geralmente, os testes são aplicados sobre

diferentes protocolos para a base de suporte (pés juntos, afastados, apoio em um só pé,

etc.), superfície (dura ou espuma) e visão (olhos fechados ou abertos), possuindo

aplicação extensa em áreas de reabilitação, otorrinolaringologia, ortopedia,

farmacologia, gerontologia, esportes, entre outros (OLIVEIRA, 1993; MARTINS,

2010).

A baropodometria, na medicina humana, serve para analisar o equilíbrio postural

corporal, é uma tecnologia bastante recente que permite avaliar a distribuição da p ressão

estática durante a posição ortoestática, além das pressões plantares durante o movimento

da marcha (MARTINS, 2010).

Segundo Lascelles et al. (2007), as plataformas de força são usadas

frequentemente para avaliar os parâmetros cinéticos dos membros de cães normais

particularmente a força vertical máxima e o impulso vertical. Esses mesmos autores

apresentaram como material utilizado nas experiências para medir as forças um corredor

de pressão sensível (7100QL Virtual Sensor 4 Mat System, Teckscan) composto por

uma combinação de quatro sensores de alta resolução ligados entre si para criar um

único perfil.

Contudo, Budsberg et al. (1987) redefiniram a metodologia da análise da

locomoção no cão pelo uso da plataforma de força, introduzindo uma nova era de análise

objetiva na medicina veterinária. A plataforma de força é um parâmetro objetivo de

avaliação biomecânica utilizada na medicina humana e está sendo muito utilizada

também na medicina veterinária (JEVENS et al., 1993; ANDERSON; MANN, 1994;

BARBOSA, 2008).

As placas e plataformas de força têm sido utilizadas na avaliação das forças de

reação ao solo em cães ao passo (BUDSBERG et al., 1987; KIPERPENSTEIJN et al.,

2000), trote (DECAMP et al., 1993; ALLEN et al., 1994; RUMPH et al., 1993;

COLBORNE et al., 2006), galope (WALTER et al., 2007) e em estação (BARBOSA, et

al., 2011).

Na medicina veterinária existem muitos estudos usando a plataforma de força em

cães, como na neurologia para avaliar a descompressão lombossacra (SUWANKONG et

al., 2007); em outro estudo, foi realizado a padronização e teste da plataforma de força

em padrão ortoestático em cães (BARBOSA et al., 2011). Já Bertram et al. (2000)

20

comparam a marcha durante o trote de duas raças: Labrador Retriver e Greyhounds,

entre outros.

Há duas décadas os ortopedistas humanos têm usado a plataforma na mensuração

de forças externas antes e depois do tratamento dos pacientes (ANDERSON; MANN,

1994).

Segundo Quinn et al. (2007), que compararam a mensuração de claudicação

através de escalas de taxas numéricas, escore de análise visual e da análise pela placa de

força em 21 cães, as análises visual e numérica não são métodos eficazes para graus

subjetivos de claudicação e não devem ser utilizadas no lugar da placa de força.

Em relação à análise de movimento bidimensional, Gillette e Zebas (1999)

utilizaram 16 cães clinicamente normais da raça Labrador Retriever puros ou mestiços,

com idade entre dois e oito anos. Os parâmetros angulares incluíram deslocamento

angular do ombro, cotovelo, carpo, coxal, joelho, tarso e quadril, não sendo observadas

diferenças significativas entre os movimentos de ambos os lados. Dessa forma, os

autores afirmaram que o trote é simétrico e o sistema bidimensional pode ser empregado

como método de análise.

Em outro trabalho, verificou-se que o efeito do tamanho do cão na dispersão de

dados da plataforma de força é reduzido na maioria dos estudos da locomoção das forças

de reação do solo e impulsos ao peso do corpo do animal (JEVENS et al., 1993;

RUMPH et al., 1993; BUDSBERG et al., 1996).

Segundo Weigel et al. (2005), um paciente normal, sem alteração ortopédica, e

possuindo os quatros membros em estação, carrega aproximadamente 30% de seu peso

em cada membro torácico e 20% em cada membro pélvico. Por causa da relação de

velocidade e aceleração, as forças colocadas sobre os membros durante a fase de apoio

têm aumento significante nos valores absolutos, com o aumento da velocidade nas

diferentes formas de locomoção.

No estudo de Barbosa et al. (2011), a plataforma de força foi utilizada em padrão

ortoestático, utilizando animais normais, sem alteração alguma, para as avaliações na

plataforma de força com os quatros membros avaliados separadamente. Neste estudo, os

animais apresentaram 63,6% do seu peso apoiado nos membros torácicos e 36,4% do

peso nos membros pélvicos.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Comitê de ética e experimentação animal

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Experimentação Animal da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com número do parecer 082/2011,

seguindo os princípios éticos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

(COBEA).

3.2 Delineamento do estudo

3.2.1 Estudo retrospectivo

Foi realizado um estudo retrospectivo de 10 anos (2001-2011), no arquivo de

serviço de atendimento clínico-cirúrgico de pequenos animais do Hospital Veterinário

Universitário da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, identificando-se os

animais submetidos à cirurgia de amputação de membros anteriores e posteriores.

Através das informações obtidas, foi realizado contato por telefone com os proprietários,

e mediante o aceite de participação no projeto, foram selecionados 20 animais,

separados em quatro grupos com cinco animais, dos quais o Grupo 1 foram os animais

que não possuíam membro anterior esquerdo, Grupo 2 sem o membro anterior direito,

Grupo 3 sem o membro posterior esquerdo e o Grupo 4 sem o membro posterior direito.

3.2.2 Distribuição do peso de animais hígidos

Como este trabalho foi realizado em animais com três membros, os dados foram

comparados com os valores considerados normais, em animais com quatro membros de

Barbosa (2008), através da tabela a seguir (Tabela 1).

22

Tabela 1 - Tabela da Média, desvio padrão, limite superior e limite inferior da

porcentagem dos membros AD (Anterior Direito), AE (Anterior Esquerdo), PD

(Posterior Direito) e PE (Posterior Esquerdo) de Barbosa (2008).

AD (%) AE (%) PD (%) PE (%)

MÉDIA 33,145 31,77 18,747 16,337

DESVIO PADRÃO 4,835 3,988 5,455 2,691

LIMITE SUPERIOR 37,98 35,669 24,202 19,028

LIMITE INFERIOR 28,31 27,671 13,291 13,645

3.3 Avaliação do apoio na plataforma de força

Para avaliação do apoio foi realizada a coleta de dados de cada animal sobre uma

plataforma de força na posição ortostática (em estação), quatro posicionamentos

diferentes dependendo do membro amputado: três patas (Figura 1), membro anterior

direito (Figura 2), membro anterior esquerdo (Figura 3), membro posterior direito

(Figura 4) e membro posterior esquerdo (Figura 5).

Em cada posicionamento, o animal deveria estar completamente parado durante

cinco segundos para coleta dos dados. Foram realizadas três repetições em cada

posicionamento, com intervalo de 30 segundos entre elas, onde o animal descia da

plataforma, sendo que essa era zerada. Foi utilizada uma plataforma de força OR6-6

AMTI (Advanced Mechanical Technologies, Incorporation, USA) (Figura 6), nivelada ao

piso, medindo 464x508x82,5mm, equipada com placa analógica digital ADI 32,

amplificador Mas-6 e software específico, localizada no Laboratório de Pesquisa e

Ensino do Movimento Humano – Núcleo de Biomecânica do Centro de Educação Física

e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria, e operada por um profissional da

aérea.

Todas as coletas foram realizadas da mesma forma, em todos os animais dos

Grupos 1, 2, 3 e 4, visualizados no quadro abaixo (Quadro 1).

23

GRUPOS CARACTERÍSTICA

1 Sem o membro Anterior Esquerdo

2 Sem o membro Anterior Direito

3 Sem o membro Posterior Esquerdo

4 Sem o membro Posterior Direito

Quadro 1 - Características dos animais de cada grupo utilizados para o experimento.

Figura 1 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com os três membros sobre a

plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por seu proprietário para

ilustração do procedimento.

24

Figura 2 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro anterior direito

sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por um auxiliar para

ilustração do procedimento.

Figura 3 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro anterior esquerdo

sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por um auxiliar para

ilustração do procedimento.

25

Figura 4 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro posterior direito

sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por um auxiliar para

ilustração do procedimento.

Figura 5 - Imagem fotográfica de um cão posicionado com o membro posterior esquerdo

sobre a plataforma de força, para coleta de dados, sendo contido por um auxiliar para

ilustração do procedimento.

26

Figura 6 - Imagem fotográfica em vista lateral da plataforma de força.

A plataforma realizava a quantificação da magnitude das forças de reação do solo

(eixos X, Y e Z) através de transdutores do tipo strain gages, fixados em células de

carga, localizados nos quatros cantos da plataforma, com frequência de aquisição de

dados de 100 Hz. Após os dados coletados, eles foram armazenados e analisados por um

programa específico: Bioanalysis, no padrão Balance, transferidos para o programa

Microsoft Excel, em que o resultado final do tratamento dos dados designava a

porcentagem (%) média de peso que cada animal apresentou em cada um dos quatro

posicionamentos.

O primeiro posicionamento foi utilizado para normalização dos dados em função

do peso corporal. Durante as coletas os animais foram posicionados sempre por duas

pessoas, as quais participaram de todas as coletas para poder garantir o posicionamento

adequado dos animais. Eles ficavam estáticos e alinhados, sempre com o corpo em linha

reta e a cabeça voltada para frente do computador que coletava os dados.

3.4 Análise estatística

Foi realizada estatística descritiva para obtenção da média e do desvio padrão dos

dados da plataforma de força dos grupos, utilizado o programa SPSS, versão 2010 .

Primeiramente, foi realizado o teste de Friedman, para determinar se houve

diferença no percentual apoiado entre os três membros em cada grupo.

27

Para comparar as diferenças entre os grupos quanto ao percentual de peso

apoiado em cada membro procedeu-se, primeiramente, ao teste de Kolmogorov-Smirnov.

O teste paramétrico ANOVA para comparar os grupos quanto a cada variável AD

(Anterior Direito), AE (Anterior Esquerdo), PD (Posterior Direito) e PE (Posterior

Esquerdo). Para verificar a homogeneidade de variâncias, suposição necessária além da

normalidade dos dados para realização da ANOVA, foi utilizado o teste de Levene.

Nos casos em que o p<0.05, ou seja, a suposição de homogeneidade de variância

foi violada, impedindo, assim, o uso da ANOVA para comparar os grupos, aplicou-se o

teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, e nos casos em que foram atendidas as

suposições ou pré-requisitos de normalidade e homogeneidade de variâncias para

comparar os grupos foi utilizado o teste ANOVA (análise de variância).

.

4 RESULTADOS

4.1 Avaliação dos grupos

4.1.1 Grupo 1

No grupo 1 foram avaliados os cinco animais sem o membro anterior esquerdo. A

soma da média e o desvio padrão podem ser vistos na Tabela 2. Dos cinco animais

avaliados neste grupo, 48,38% apoiaram o peso no membro anterior direito, os outros

51,62% foram distribuídos nos membros posteriores, sendo 28,61% no membro

posterior direito e 23,01% no membro posterior esquerdo (Gráfico 1).

Tabela 2 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso do Grupo 1, sem o membro

anterior esquerdo.

GRUPO 1 MÉDIA % DESVIO PADRÃO %

Anterior Direito 48,38 15,231

Posterior Direito 28,61 11,254

Posterior Esquerdo 23,01 3,998

Neste grupo não foi observada diferença estatisticamente significante (p = 0,367) entre

o percentual médio de peso apoiado em cada membro avaliado.

29

Gráfico 1 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AD,

PD e PE, do Grupo 1.

4.1.2 Grupo 2

No grupo 2 foram avaliados os animais sem o membro anterior direito. A soma

da média e o desvio padrão podem ser vistos na Tabela 3. Neste grupo os animais

apoiaram 39,26% do seu peso no membro anterior esquerdo e 60,74% do seu peso

distribuídos nos posteriores, nos quais 28,27% no membro posterior direito e 32,47% no

membro posterior esquerdo (Gráfico 2).

Tabela 3 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso das coletas do Grupo 2.

GRUPO 2 MÉDIA % DESVIO PADRÃO %

Anterior Direito . .

Anterior Esquerdo 39,26 12,584

Posterior Direito 28,27 8,345

Posterior Esquerdo 32,47 5,418

Neste grupo não foi observada diferença estatisticamente significante (p = 0,691)

entre o percentual médio de peso apoiado em cada membro.

%

30

Gráfico 2 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AE,

PD e PE do Grupo 2.

4.1.3 Grupo 3

No Grupo 3 foram avaliados os animais sem o membro posterior esquerdo. A

soma da média e desvio padrão podem ser vistos na Tabela 4. Neste grupo os animais

apoiaram 76,10% do seu peso nos membros anteriores e 23,70% de peso no membro

posterior direito. Deste peso transferido para os membros anteriores , 41,61% do peso foi

do membro anterior direito e 34,49% do peso no membro anterior esquerdo (Gráfico 3).

Tabela 4 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso das coletas do Grupo 3.

GRUPO 3 MÉDIA % DESVIO PADRÃO %

Anterior Direito 41,61 1,708

Anterior Esquerdo 34,49 4,266

Posterior Direito 23,7 5,67

Posterior Esquerdo . .

Neste grupo 3 foi observada diferença estatisticamente significante (p = 0,001)

entre o percentual médio de peso apoiado em cada membro dentro do grupo 3. Para

identificar onde está essa diferença, foi realizado um teste para comparação múltipla, no

qual, foi observada diferença estatisticamente significante (p < 0,01) entre o percentual

%

31

médio de peso apoiado no membro anterior direito e posterior direito. O percentual

médio de peso no membro anterior direito é significativamente maior do que no

posterior direito para os animais deste grupo.

Gráfico 3 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AE,

AD e PD do Grupo 3.

4.1.4 Grupo 4

No Grupo 4, foram avaliados os animais sem o membro posterior direito. A soma

da média e o desvio padrão podem ser vistas na Tabela 5. Neste grupo também foi

observado que os animais apoiaram mais seu peso nos membros anteriores, com 69,82%

do peso transferido e apenas 30,18% do seu peso no membro posterior esquerdo. Do

peso transferido para os membros anteriores, 23,37% foram do membro anterior direito

e 46,45% do membro anterior esquerdo (Gráfico 4).

Tabela 5 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso das coletas do Grupo 4.

GRUPO 4 MÉDIA % DESVIO PADRÃO %

Anterior Direito 23,37 1,459

Anterior Esquerdo 46,45 6,525

Posterior Direito . .

Posterior Esquerdo 30,18 5,084

%

32

No grupo 4, foi possível observar diferença estatisticamente significante (p =

0,001) entre o percentual médio de peso apoiado em cada membro dentro do grupo 4.

Para identificar onde está essa diferença, foi aplicado um teste de comparação múltipla

de Dunn, no qual, foi observada diferença estatisticamente significante (p < 0,01) entre

o percentual médio de peso apoiado no membro anterior direito e anterior esquerdo

dentro do grupo 4. O percentual médio de peso no membro anterior esquerdo é

significativamente maior que o anterior direito para os animais deste grupo.

Gráfico 4 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado nos membros AD,

AE e PE do grupo 4.

4.2 Comparação entre os grupos

Em relação aos grupos foi comparado cada membro, realizado primeiramente o

teste de Kolmogorov-Smirnov (SIEGEL, 1975).

Neste teste, não foi observada nenhuma rejeição à normalidade para nenhum dos

membros avaliados (todos p > 0,05). Foi então, realizada a análise estatística

paramétrica utilizando ANOVA (WAYNE, 1995), para comparação da transferência de

peso em cada membro, entre todos os grupos.

%

33

4.3 Análise da transferência de peso em cada membro

A análise foi iniciada pelo membro anterior direito em relação aos quatros grupos

e ao grupo controle. A soma da média e o desvio padrão forneceram o Limite Superior e

a subtração o Limite Inferior, visualizados na Tabela 6.

Tabela 6 - Valor médio e desvio padrão da porcentagem de peso do membro anterior

direito nos Grupos 1, 3, 4 e Controle.

GRUPO Anterior Direito %

N Média Desvio padrão Mediana Mínimo Máximo

GRUPO 1 5 48,380 15,231 50,485 22,310 59,791

GRUPO 2 0 . . . . .

GRUPO 3 5 41,607 1,708 41,392 39,943 44,390

GRUPO 4 5 23,372 1,459 22,581 22,010 25,075

Controle 6 33,145 4,835 32,645 25,690 40,620

Total 21 36,460 11,896 35,130 22,010 59,791

Verificada a normalidade dos dados, foi preciso realizar a análise dos grupos pelo

teste não paramétrico de Kruskal-Wallis (Gráfico 5), teste não paramétrico “equivalente”

a ANOVA, para analisar as médias de populações independentes (SIEGEL, 1975).

34

Gráfico 5 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro AD, nos

Grupos 1, 3, 4 e Controle.

No membro anterior direito, foi observada diferença estatisticamente significante

(p = 0,008) entre os grupos, com relação ao percentual médio de peso apoiado. Foi

efetuado o teste de comparação múltipla de Dunn para identificar onde está essa

diferença, representado no Quadro 2.

Este teste demonstrou uma diferença estatisticamente significante (p < 0,05) entre

o percentual médio de peso apoiado no membro anterior direito entre os Grupos 1 e 4, e

também entre os Grupos 3 e 4.

COMPARAÇÃO p-VALOR

GRUPO 1x GRUPO 3 p > 0,05

GRUPO 1x GRUPO 4 p < 0,05*

GRUPO 1x CONTROLE p > 0,05

GRUPO 3x GRUPO 4 p < 0,05*

GRUPO 3x CONTROLE p > 0,05

GRUPO 4x CONTROLE p > 0,05

Quadro 2 - Resultados da análise múltipla de Dunn, entre os Grupos 1, 3, 4 e Controle.

No membro anterior esquerdo foi realizado o teste de Levene para a

homogeneidade de variâncias (ALMEIDA, 2008). Uma das suposições necessárias para

%

35

aplicar ANOVA (além da normalidade dos dados) são os diferentes grupos analisados

que devem apresentar variâncias homogêneas, e neste caso não ocorreu (p-valor <

0,001), conforme demonstrado na Tabela 7. No entanto, apesar de verificada a

normalidade dos dados foi preciso proceder a análise dos grupos pelo teste não

paramétrico de Kruskal-Wallis (Gráfico 6), teste “equivalente” a ANOVA, para analisar

médias de populações independentes, pois neste caso cada grupo apresentou animais

com diferentes tamanhos dos outros grupos (SIEGEL, 1975).

Tabela 7 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro anterior

esquerdo dos Grupos 2, 3, 4 e Controle.

GRUPO Anterior Esquerdo %

N Média Desvio padrão Mediana Mínimo Máximo

GRUPO 1 0 . . . . .

GRUPO 2 5 39,256 12,584 47,684 23,762 49,511

GRUPO 3 5 34,490 4,266 34,475 30,140 40,408

GRUPO 4 5 46,447 6,525 50,977 39,006 51,444

Controle 6 31,770 3,899 32,055 27,310 37,830

Total 21 37,695 8,971 36,682 23,762 51,444

No resultado deste teste, observou-se diferença estatisticamente significante (p =

0,043) entre os grupos com relação ao percentual médio de peso apoiado. Foi então

utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, para identificar onde estaria essa

diferença (SIEGEL, 1975). Há diferença estatisticamente significante (p = 0,043) entre

os grupos com relação ao percentual médio de peso apoiado no membro anterior

esquerdo. Para identificar onde estava diferença foi realizado teste de comparação

múltipla de Dunn, de acordo com o demonstrado no Quadro 3.

36

Gráfico 6 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro AE, nos

Grupos 2, 3, 4 e Controle.

COMPARAÇÃO p-VALOR

GRUPO 2 x GRUPO 3 p > 0,05

GRUPO 2 x GRUPO 4 p > 0,05

GRUPO 2 x CONTROLE p > 0,05

GRUPO 3 x GRUPO 4 p > 0,05

GRUPO 3 x CONTROLE p > 0,05

GRUPO 4 x CONTROLE p < 0,05*

Quadro 3 - Resultados da comparação múltipla de Dunn, entre os Grupos 2, 3, 4 e

Controle.

Neste teste foi possível verificar diferença estatisticamente significante (p < 0,05)

entre o percentual médio de peso apoiado no membro anterior esquerdo entre os Grupos

4 e Controle.

Em relação ao membro posterior direito não foi observada diferença

estatisticamente significante (p = 0,167) entre os grupos, com relação ao percentual

médio de peso apoiado no membro posterior direito, como demonstrado na Tabela 8.

%

37

Tabela 8 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro posterior

direito dos Grupos 1, 2, 3 e Controle.

GRUPO Posterior Direito %

N Média Desvio padrão Mediana Mínimo Máximo

GRUPO 1 5 28,605 11,254 27,294 19,925 47,684

GRUPO 2 5 28,272 8,345 22,805 21,860 39,727

GRUPO 3 5 23,704 5,670 23,782 17,200 29,917

GRUPO 4 0 . . . . .

Controle 6 18,747 5,455 18,060 12,640 27,480

Total 21 24,542 8,425 22,310 12,640 47,684

Gráfico 7 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro PD, nos

Grupos 1, 2, 3 e Controle.

No entanto, para o membro posterior esquerdo foi observada diferença

estatisticamente significante (p < 0,001) entre os grupos, com relação ao percentual

médio de peso apoiado, conforme a Tabela 9.

%

38

Tabela 9 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem de peso do membro posterior

esquerdo, nos Grupos 1, 2, 4 e Controle.

GRUPO Posterior Esquerdo %

N Média Desvio padrão Mediana Mínimo Máximo

GRUPO 1 5 23,015 3,998 21,975 20,284 30,006

GRUPO 2 5 32,472 5,418 30,179 27,684 41,581

GRUPO 3 0 . . . . .

GRUPO 4 5 30,181 5,084 26,786 26,190 35,920

Controle 6 16,337 2,691 17,235 11,420 18,860

Total 21 25,065 7,760 26,190 11,420 41,581

Gráfico 8 - Média e desvio padrão da porcentagem de peso avaliado no membro PE, nos

Grupos 1, 2, 4 e Controle.

Neste caso, o teste utilizado para análise múltipla foi o de Tukey para o membro

posterior esquerdo (SIEGEL, 1975). Observou-se diferença estatisticamente significante

entre o percentual médio de peso apoiado no membro posterior esquerdo entre os

Grupos 1 e 2 (p = 0,015); Grupo 2 e Grupo Controle (p < 0,001); Grupo 4 e o Grupo

Controle (p < 0,001), assim visualizado na Tabela 10.

%

39

Tabela 10 - Teste da análise múltipla de Tukey, do membro posterior esquerdo, nos

Grupos 1, 2, 4 e Controle.

(I) GRUPO (J) GRUPO

Mean

Difference (I-J) Std. Error Sig.

95% Confidence Interval

Lower Bound Upper Bound

1 2 -9,457000* 2,748138 ,015 -17,26874 -1,64526

4 -7,166400 2,748138 ,078 -14,97814 ,64534

Controle 6,678133 2,631141 ,089 -,80104 14,15731

2 1 9,457000* 2,748138 ,015 1,64526 17,26874

4 2,290600 2,748138 ,838 -5,52114 10,10234

Controle 16,135133* 2,631141 ,000 8,65596 23,61431

4 1 7,166400 2,748138 ,078 -,64534 14,97814

2 -2,290600 2,748138 ,838 -10,10234 5,52114

Controle 13,844533* 2,631141 ,000 6,36536 21,32371

Controle 1 -6,678133 2,631141 ,089 -14,15731 ,80104

2 -16,135133* 2,631141 ,000 -23,61431 -8,65596

4 -13,844533* 2,631141 ,000 -21,32371 -6,36536

4.4 Comparação entre os grupos para o peso

Em relação ao peso dos animais entre os grupos não foi observada diferença

estatisticamente significante (p = 0,292) entre os grupos com relação ao peso dos

animais estudados, conforme visualizado na Tabela 11.

Tabela 11 - Valores médios e desvio padrão da porcentagem dos pesos médios de cada

grupo.

GRUPO Peso %

N Média Desvio padrão Mediana Mínimo Máximo

GRUPO 1 5 16,187 3,445 16,537 11,043 20,588

GRUPO 2 5 17,344 13,337 16,133 5,640 39,400

GRUPO 3 5 10,118 5,210 10,320 1,723 14,700

GRUPO 4 5 10,041 2,473 10,200 7,120 12,917

Controle 0 . . . . .

Total 20 13,423 7,674 12,427 1,723 39,400

5 DISCUSSÃO

Para correlacionar os dados de transferência de peso em cada membro de animais

hígidos, com três membros, foram utilizados os dados da tabela de Barbosa (2008),

considerados como grupo controle.

Pela pequena quantidade de indivíduos observados em cada grupo decidiu-se

fazer comparação utilizando análise estatística não paramétrica, tipos de testes

geralmente aplicados para análise de pequenos grupos, pois não exigem que os dados

apresentem distribuição normal.

A cirurgia de amputação de membro pode ser realizada em qualquer animal, raça,

idade e sexo (WEIGEL, 2007), sendo os caninos sem raça definida mais frequentemente

submetidos a esta cirurgia (LALANDA, 2008), o que corrobora com este estudo,

totalizando 60% destes animais, provavelmente por estarem mais expostos aos fatores

etiológicos.

Em relação as etiologias que levaram às amputações de membros destes animais,

não foram descritas neste estudo, mas segundo os autores Knapp e Constantinescu

(2005), os traumas são a causa de maior incidência de amputações de membros em

animais, indicando os acidentes automobilísticos como a principal etiologia do trauma.

Com relação ao tempo após a cirurgia, neste trabalho, foi avaliados os animais

que tiveram um tempo mínimo de um mês até se adaptarem com a nova situação dada a

eles e o máximo de tempo avaliado foi de nove anos. Conforme Kipernsteijn et al.

(1999) e Liptak (2005), a grande maioria dos animais se adapta bem com a nova

situação e consegue andar com três membros em aproximadamente 30 dias, sendo que

muitos animais conseguem andar normalmente em aproximadamente dois dias após a

cirurgia.

Existem vários estudos na medicina veterinária utilizando a plataforma de força

como um sistema eficaz e objetivo para avaliar técnicas ortopédicas como: a análise de

articulações (CONZEMIUS et al., 2003); comparar a artrotomia e artroscopia em ruptura

do ligamento cruzado cranial (HOELZLER et al., 2004; MUZZI et al., 2009); avaliar

articulação coxo femoral (BOCKSTHALER et al., 2007); avaliar a caminhada e a parada

em bovinos neonatos (RODRIGUES et al., 2009); avaliação de ruptura de ligamento

cruzado cranial em cães (SILVA et al., 2012), entre outros.

41

Contudo, as avaliações destes estudos foram realizadas na plataforma de força em

padrão dinâmico para avaliar a marcha. Assim sendo, primeiro foi necessário avaliar os

animais do Grupo Controle, onde os mesmos eram considerados normais, pois tinham

seus quatro membros, para delimitar como é o apoio normal de cães em estação,

utilizando os padrões considerados normais de Barbosa et al. (2011). No entanto, neste

estudo foram avaliados animais amputado, e coletados seus dados na plataforma de força

em padrão ortostático.

Como o enfoque deste estudo era considerar a transferência de peso em cada um

dos três membros de cada animal, foi utilizada plataforma de força em padrão

ortostático, bem como a indicação de Barbosa et al. (2011), pois em estação pode-se

observar para qual membro o animal transfere seu peso. O ideal seria utilizar três

plataformas de força para que se pudesse avaliar o peso dos três membros juntos, porém

é um equipamento de alto custo. Desse modo, verificou-se que é possível observar a

transferência de peso utilizando uma única plataforma, diminuindo o custo (BARBOSA,

2008).

Segundo Barbosa et al. (2011), a avaliação na plataforma de força em padrão

ortostático do grupo controle mostrou que os animais hígidos com quatro membros

apoiam mais o peso nos membros torácicos do que nos membros pélvicos, sendo que

aproximadamente 64% nos membros torácicos e 36% nos pélvicos. Este fato é

condizente com a anatomia destes animais, já que a cabeça e o tórax são estruturas mais

pesadas, apoiando principalmente seu peso nos membros torácicos (WEIGEL, 2007).

As coletas de dados na plataforma de força foram realizadas todas em padrões

estáticos, seguindo a indicação de Barbosa et al. (2011), a qual indica que os dados dos

animais na plataforma devem ser coletados em padrões ortostático, o mesmo realizado

neste estudo.

Nas avaliações dos grupos foi possível verificar para onde foi transferido o peso.

No Grupo 1, animais que não tinham o membro anterior esquerdo, o peso transferido foi

de 48,38% para o anterior direito e 28,61% para posterior direito, sendo somente

23,01% do peso transferido para o membro posterior esquerdo. Estes resultados

condizem com os de Barbosa et al. (2011), os quais relatam que quando há uma lesão

em um membro, consequentemente o peso será transferido para o lado contralateral,

porém neste estudo os animais não têm nenhuma lesão no membro anterior esquerdo e

sim a ausência dele. Não obstante, todos os três membros estão acima do limite superior

42

de transferência de peso utilizado neste estudo para comparação da normalidade,

sugerido por Barbosa et al. (2011).

Já com o Grupo 2, os animais não tinham o membro anterior direito, o peso

transferido para seu lado esquerdo foi de 71,73%, sendo que no anterior esquerdo o peso

transferido foi de 39,26% e para seu posterior esquerdo de 32,47%. Barbosa (2008) , em

seu trabalho, relata que um animal que tem alguma lesão no membro anterior direito não

transfere seu peso para o lado contralateral, dados estes que não se encontram neste

estudo, devido a não estar se referindo a animais doentes e sim a animais com três

membros, que acabam se adaptando com sua nova condição. Neste grupo também, os

três membros estão acima do limite superior de transferência de peso da normalidade,

sugerido por Barbosa et al. (2011).

Com os Grupos 3 (sem posterior esquerdo) e 4 (sem posterior direito) , os animais

acabaram distribuindo seus pesos nos membros anteriores, mas sempre ficando o lado

que possui os dois membros com maior porcentagem de peso. No caso do Grupo 3 com

65,31% do peso transferido para seu lado direito, e no Grupo 4 com 76,63% do peso

transferido para seu lado esquerdo.

Dessa forma, no Grupo 3 o membro anterior direito está acima do limite superior

e os membros anterior esquerdo e posterior direito estão acima do limite inferior ,

quando comparados com a tabela de normalidade de Barbosa et al. (2011).

Porém, no Grupo 4 houve uma diferença, pois os membros anterior esquerdo e

posterior esquerdo estão acima do limite superior e só o membro anterior direito está

abaixo do limite inferior descritos por Barbosa et al. (2011).

Na comparação de todos os animais avaliados na plataforma de força foi possível

estimar a transferência de peso em cada membro e compará-los entre os grupos. Para

determinar esses valores de cada membro os posicionamentos utilizados na plataforma

de força foram realizados conforme o estudo de Barbosa et al . (2011).

Em relação ao membro anterior direito o resultado do teste de Dunn, efetuado

mediante o programa computacional Statistix for Windows (versão 7.0), demonstrou

diferença estatisticamente significante (p < 0,05) entre o percentual médio de peso

apoiado no membro anterior direito entre os Grupos 1 e 4, e também entre os Grupos 3 e

4. O percentual médio de peso no membro anterior direito é significativamente menor no

Grupo 4 em relação ao Grupo 1 e o Grupo 3. Dessa forma, no Grupo 4 os animais não

tinham o membro posterior direito e acabaram transferindo mais seu peso para o anterior

esquerdo.

43

Também foi realizado o mesmo teste no membro anterior esquerdo, para saber

onde estava a diferença da transferência de peso, e foi possível verificar diferença

estatisticamente significante (p < 0,05) entre o percentual médio de peso apoiado no

membro anterior esquerdo entre os Grupos 4 e Controle. O percentual médio de peso no

membro anterior esquerdo é significativamente maior no Grupo 4 do que no Controle.

Neste caso, isso ocorreu devido ao fato de se estar avaliando animais com três membros

(Grupo 4) e animais com quatro membros (Grupo Controle).

Em relação ao membro posterior direito não foi observada diferença

estatisticamente significante (p= 0,167) entre os grupos. Em relação ao membro

posterior esquerdo, foi observada diferença estatisticamente e o teste utilizado para

saber onde está a diferença foi análise múltipla Tukey (SIEGEL, 1975). Foi possível

observar diferença estatisticamente significante entre o percentual médio de peso

apoiado no membro posterior esquerdo entre os Grupos 1 e 2 (p = 0,015); Grupo 2 e

Controle (p < 0,001); Grupo 4 e Controle (p < 0,001). O percentual médio de peso no

membro posterior esquerdo foi significativamente maior no Grupo 2 do que no Grupo 1.

O percentual médio de peso no membro posterior esquerdo é significativamente maior

tanto no Grupo 2 quanto no Grupo 4, quando comparados ao Controle. Isto ocorre, pois

no Grupo 2 os animais não possuem o membro anterior esquerdo e acabam transferindo

seu peso mais para o lado oposto quando comparados com os do Grupo 4 e Controle que

têm seus dois membros anteriores.

Em relação ao peso dos animais entre os grupos não foi observada diferença

estatisticamente significante entre os grupos com relação ao peso dos animais estudados.

Isto ocorre, pois neste estudo foram utilizados animais de rotina, não sendo possível ter

uma homogeneidade do tamanho dos animais avaliados. Porém, este dado não altera a

relação da distribuição de peso que o animal vai distribuir nos três membros.

A plataforma de força para avaliar a transferência de peso é um parâmetro que

vem sendo utilizado na veterinária (BARBOSA, 2008), principalmente com a

metodologia que foi utilizada neste trabalho. A plataforma também é vista como um

método, em longo prazo, mais sensível que o exame radiográfico na detecção de

alterações displásicas na articulação coxofemoral subclínicas, segundo Bockstahler et al.

(2007).

Com os resultados deste estudo, foi possível avaliar para quais membros os

animais apóiam mais seu peso, podendo futuramente prevenir nestes membros doenças

44

articulares. Pois estes membros que ficam sobrecarregados, devido à cirurgia de

amputação.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos neste experimento, é possível concluir que:

A amputação do membro anterior esquerdo (76,99%) e direito (71,73%)

distribuem seu peso para os membros contra lateral;

A amputação do membro posterior direito (69,82%) e o esquerdo (76,10%)

distribuem mais peso para os membros anteriores, do que para seu lado contra

lateral.

A transferência de peso ocorre para o lado contra lateral, principalmente para o

membro anterior, independente do membro que for amputado.

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