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NÚCLEOS DE ESTUDOS DE GÊNERO E ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA

CONTRA MULHER: A EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO

Raquel Costa Antas1

Resumo: Este trabalho, recém iniciado através do curso de pós-graduação de Mestrado Profissional em Educação da

Universidade de Pernambuco, campus Mata Norte, pretende investigar o funcionamento dos Núcleos de Estudos de

Gênero e Enfrentamento da Violência Contra Mulher, no estado de Pernambuco, enquanto ação de política pública de

formação em gênero, tendo como locus o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Os Núcleos compõem ação

pertencente à Política de Formação em Gênero e Apoio às Mulheres na Produção de Conhecimento, na Cultura e nos

Esportes da Secretaria da Mulher do estado, articulada com a Secretaria Estadual de Educação. Tal ação tem por

objetivo fomentar a perspectiva de gênero e o combate à violência contra mulheres nas escolas públicas e Instituições

de Ensino Superior. Optamos por uma metodologia de abordagem qualitativa, utilizando instrumentos e técnicas típicas

da pesquisa ação, como a observação participante e o grupo focal, desenvolvendo avaliações e intervenções juntamente

com os sujeitos envolvidos.

Palavras-chave: Gênero. Políticas Públicas de Educação. Pernambuco

Este artigo refere-se aos passos iniciais de uma pesquisa realizada através do Programa de

Mestrado Profissional em Educação, da Universidade de Pernambuco, campus Mata Norte, cujo

objetivo pretende investigar o funcionamento de uma ação, nomeada “Núcleos de Estudos de

Gênero e Enfrentamento da Violência Contra Mulher” (NEG), tendo como locus o Instituto Federal

de Pernambuco (IFPE), campus Olinda. Esta ação é fruto de uma política pública de construção de

conhecimento em gênero da Secretaria da Mulher de Pernambuco (SecMulher/PE) em parceria com

a Secretaria Estadual de Educação. A pesquisa utilizará metodologia de abordagem qualitativa,

fazendo uso de instrumentos e técnicas típicas da pesquisa ação, como grupo focal e observação

participante.

Com a intenção de fomentar o debate de gênero nos ambientes escolar e acadêmico, a

SecMulher deu o primeiro passo para implementação dos NEG em 2009, porém, apenas em 2011,

para a ampliação e a possibilidade de adesão das escolas públicas foi firmado um termo de

cooperação técnica com a Secretaria Estadual de Educação (SEE), formalizado em dezembro deste

ano, fazendo com que a ação passasse a ter atuação intersetorial e articulada entre as duas

secretarias de estado.

Os NEG fazem parte das ações da linha de Política de Formação em Gênero e Apoio às

Mulheres na Produção de Conhecimento, na Cultura e nos Esportes, que é coordenada pela

Gerência de Formação de Gênero, subordinada à Secretaria Executiva da SecMulher. Os NEG são,

na verdade, um subprograma do programa de Formação em Gênero no Ensino Formal, que possui o

1 Técnica em Assuntos Educacionais do Instituto Federal de Pernambuco. Mestranda em Educação pela Universidade

de Pernambuco, Nazaré da Mata, Pernambuco.

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objetivo de fomentar a discussão das relações de gênero e da violência contra mulheres dentro dos

ambientes escolar e acadêmico, estimulando a reflexão sobre essas temáticas, buscando a ampliação

de conhecimentos e informações para a construção de políticas públicas para as mulheres e para o

combate à violência de gênero.

Segundo a Secretaria da Mulher de Pernambuco:

Os Núcleos existentes têm estimulado a produção de atividades pedagógicas que articulam

os conteúdos curriculares com os saberes específicos da área de gênero. Temáticas

importantes, como violência contra mulher e poder, são discutidas e aprofundadas. Dessa

maneira, a atuação dos Núcleos vem resultando em ações que envolvem todo o ambiente

escolar, inclusive, em alguns casos, de forma bem sistemática, por trabalhos

interdisciplinares e/ou de projetos (PERNAMBUCO, 2014, p. 135)

Dessa forma, a SecMulher propõe que os NEG sejam unidades promotoras de ações de

formação, pesquisa e extensão, que possuem finalidade de desenvolver práticas comprometidas com

transformações sociais, a partir da promoção dos direitos da mulher e da equidade2 entre os sexos,

ampliando a discussão sobre hierarquias e privilégios que caracterizam as relações de gênero na

nossa sociedade e que são (re)produzidas nos espaços formais de educação. Para isto, conta com

uma gama de parcerias, dentre elas, o próprio IFPE, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de

Pernambuco (Fundarpe), a Universidade de Pernambuco (UPE), a Companhia Editora de

Pernambuco (Cepe), entre outros, que se somam na construção e produção desta ação.

Os núcleos atuam de forma diversificada e autônoma, pois, apesar de terem objetivos e

orientações comuns, cada instituição participante constitui-se de acordo com suas especificidades, e

fatores como gestão, localização, recursos, envolvimento da comunidade, por exemplo, são

variáveis consideráveis nos resultados alcançados.

O fomento de pesquisas, formação, construção de conhecimento em temáticas relacionadas

as questões de gênero, é um dos objetivos da SecMulher/PE, desde o seu nascimento, em 2007.

Assim, desde o início de sua atuação, esta secretaria lançou o prêmio Prêmio Naíde Teodósio de

Estudos de Gênero, que possui o objetivo de “ampliar e fortalecer o debate crítico, nos espaços

formais de ensino, sobre as desigualdades entre homens e mulheres, visando estimular a produção

de conhecimentos acerca da categoria gênero” (Pernambuco, 2011). Dessa forma, tornou-se um

2 Segundo a historiadora Joan Scott, “não há sentido em se reivindicar a igualdade para sujeitos que são idênticos, ou

que são os mesmos. Na verdade, reivindica-se que sujeitos diferentes sejam considerados não como idênticos, mas

como equivalentes” (Apud Louro, 2014. p. 50). Note-se que no decorrer do texto o conceito de igualdade aparecerá em

citações de alguns documentos norteadores, como os produzidos pela Secretaria da Mulher de Pernambuco, porém, vale

ressaltar, concordamos conceitualmente com a citada autora e, por isso, trabalhamos com o conceito de equidade.

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reconhecimento da produção de conhecimento das temáticas de gênero no estado de Pernambuco,

com premiações para trabalhos produzidos por docentes e discentes em escolas e em Instituições de

Ensino Superior (IES).

Foi a partir daí que a SecMulher passou a fortalecer e incentivar a criação dos Núcleos de

Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência Contra Mulher dentro das escolas públicas e das

IES. Ou seja, os NEG surgem como um fortalecimento ao Prêmio Naíde Teodósio na construção,

desenvolvimento e formação de estudos de gênero com o intuito claro de promover o combate à

violência contra mulheres, sua emancipação e a equidade entre os gêneros.

Vale ressaltar que a SecMulher, nestas ações de formação em gênero, concentra basicamente

sua atenção às pautas ligadas diretamente às políticas para mulheres, diferentemente de outras ações

oriundas de políticas públicas relacionadas às questões de gênero, como algumas do Governo

Federal (podemos citar, por exemplo, o Programa Brasil Sem Homofobia) que debatem de forma

mais central a diversidade sexual. A este respeito, Rômulo Guedes e Silva, professor da rede

estadual em Pernambuco e estudioso da institucionalização dos NEG nos diz o seguinte:

Note-se a ênfase dada pela SecMulher para as desigualdades sociais entre mulheres e

homens, delimitando, assim, o campo semântico que gravita em torno do conceito de

gênero. Diferentemente das políticas educacionais brasileiras mais gerais que aproximam o

conceito de gênero das questões relacionadas com a diversidade sexual, a SecMulher

reforça a agenda por direitos dos movimentos feministas em várias frentes. (SILVA, 2015,

p. 31)

Ou seja, a pauta central das discussões das relações de gênero trazida pela SecMulher, e

consequentemente presente tanto nos Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência

Contra Mulher quanto no Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero estão essencialmente

centradas nas pautas dos movimentos feministas, em detrimento das temáticas ligadas à diversidade

sexual, por exemplo.

O Locus

As ações dos Núcleos de Estudos de Gênero e Violência Contra Mulher (NEG), como dito

acima, tiveram início em 2009, porém podemos observar que apenas com a assinatura do termo de

cooperação técnica com a Secretaria Estadual de Educação, em 2011, é que de fato foram

consolidados. A partir daí foram mapeadas 05 (cinco) escolas públicas para implementação dos

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NEG e deste então, nas quatro regiões do estado, houve o estímulo e a busca de novas parcerias

para a ampliação da implementação destes.

Atualmente, de acordo com dados publicados, em 2017, pela SecMulher, existem 192

núcleos instituídos por instituições que firmaram o protocolo de intenções ao longo deste período, o

que nos mostra um considerável aumento no número de adesões desta ação desde sua

implementação.

Em 2012 o IFPE assina o termo de cooperação técnica com a SecMulher e passa a fazer

parte do subprograma dos Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência Contra

Mulher. Neste os núcleos receberam a nomenclatura de ‘Núcleo de Estudos de Gênero e

Diversidade’ (NGED), e cada campus deste Instituto, mais a Diretoria de Educação a Distância,

possui seu próprio núcleo, que atuam de forma autônoma. Atualmente existem 17 núcleos, sendo

estes vinculados à Coordenação de Políticas Inclusivas da Pró-Reitoria de Extensão do IFPE, à

Direção Geral dos Campi (ou, no caso da EaD, à Diretoria de Educação a Distância—DEaD) e às

suas respectivas Coordenações de Extensão.

Os NGED/IFPE possuem caráter interdisciplinar e visam a promoção, planejamento e

execução de ações referentes às temáticas de gênero e diversidade, com o intuito de colaborar para a

construção de sujeitos críticos e empoderados. Sua organização deve ser constituída por técnicos/as-

administrativos, docentes, discentes, estagiários/as e representantes da comunidade, nomeados/as

por portaria da Direção Geral de seus respectivos campi, sendo coordenado por um de seus

membros, desde que este faça parte do quadro de servidores ativos da instituição.

Dessa forma, assim como nas demais instituições em que esses núcleos foram

implementados através da assinatura do protocolo de intenções, o IFPE possui características

próprias na gestão, funcionamento e organização dos núcleos. A SecMulher, por sua vez, como

contrapartida, oferece formações, capacitações e materiais de suporte didático.

O IFPE é uma instituição vinculada a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e

Tecnológica e possui um total de 16 campi, espalhados do litoral ao sertão, mais a Diretoria de

Educação a Distância (hoje, com 17 polos). Atualmente, possui, segundo dados apresentados no seu

site, cerca de 17.500 estudantes. Por se tratar de um de um extenso universo, a opção metodológica

foi escolher apenas um dos campi, devido a intenção de realizar intervenções, características de uma

pesquisa ação, que visem a melhoria das ações desta política dentro do locus elencado; tornando,

assim, inviável a realização desta em mais de um núcleo. Dessa forma, através de pesquisas

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exploratórias, foi escolhido o campus Olinda, devido a viabilidade dos trabalhos realizados neste

espaço.

Implementado em 2016, o NEGD Olinda3 é coordenado por uma professora e possui

diversas atividades de leitura, discussão e ações (inclusive na comunidade em que está inserido)

para a promoção da construção de conhecimento sobre a temática de gênero. Todas as atividades

são propostas e votadas pelos participantes e, embora seja formalizada pela instituição a existência

de uma coordenação, seus membros compreendem que seu funcionamento é de autogestão, ou seja,

todos possuem voz e equivalência no que diz respeito ao funcionamento do núcleo. Dentre as

atividades realizadas podemos mencionar estudos dirigidos de textos relacionados a esta área de

conhecimento, rodas de conversa e debates a respeito de temáticas diversas sobre as relações de

gênero e sexualidade. Também podemos citar uma atividade que repercutiu bastante na instituição

(devido a sua criatividade e inserção social) nomeada de “lambidaço”, no qual lambe-lambes4

foram produzidos e espalhados no Instituto e seu entorno, ou seja, na comunidade, com o objetivo

de alertar a população para temas como a homofobia, lesbofobia, machismo e violência contra

mulheres.

Dessa forma, através da observação participante, de entrevistas, da análise documental e da

realização de atividades com o grupo focal buscaremos compreender como este núcleo desenvolve

suas atividades no ambiente escolar e no seu entorno, enquanto ação oriunda de uma política

pública, fruto da parceria de instituições diversas, que procuram contribuir para a formação de

sujeitos críticos a respeito das temáticas de gênero, objetivando reduzir os drásticos efeitos do

machismo, da homofobia, da lesbofobia e da violência contra mulheres na sociedade em que estão

inseridos.

Gênero na Escola

Durante os anos de 1980 e 1990, momentos em que as pautas de gênero passaram a fazer

parte das temáticas trabalhadas dentro do ambiente escolar, estas em sua maioria eram restritas a

temas transversais que envolviam basicamente questões ligadas a saúde, trabalho e comportamento,

3 O campus Olinda faz parte da terceira fase de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica,

sendo inaugurado em 2014. 4 Lambe-lambe, também chamado de poster-bombe, é uma forma de linguagem de arte urbana. São pôsteres de baixo

custo, colados com cola de polvilho ou farinha.

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como podemos observar no breve histórico trazido pelo caderno Gênero e Diversidade Sexual na

Escola: Reconhecer Diferenças e Superar Preconceitos, da Secadi5:

As preocupações em torno das sexualidades, das homossexualidades e das identidades e

expressões de gênero também não são novas no espaço escolar. No entanto, no Brasil, só a

partir da segunda metade dos anos de 1980, elas começaram a ser discutidas mais

abertamente no interior de diversos espaços sociais – entre eles, a escola e a universidade

(sobretudo nos programas de pós-graduação, a partir dos quais se constituíram núcleos de

estudos e pesquisas sobre Gênero e a área de Estudos Gays e Lésbicos). Até então, nas

escolas, quando os temas relativos à sexualidade apareciam no currículo, ficavam

circunscritos às áreas de Ciências ou, eventualmente, a Educação Moral e Cívica (BRASIL,

2007, p. 12).

Essa realidade vem passando por transformações graduais, sobretudo, a partir da construção

de legislações e de documentos orientadores que deram visibilidade às pautas de diversidade e

inclusão, desde a Constituição Federal de 1988 que enuncia, no artigo terceiro, como um dos seus

objetivos, “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação” (Brasil, 1988), passando pela publicação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96), que traz de forma sutil temáticas

relacionadas a gênero, até os Parâmetros Curriculares Nacionais e o anterior Plano Nacional de

Educação (Lei n. 10.172/2001)6 que já apresentam uma abordagem mais clara sobre as temáticas.

Além destes, podemos citar as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCNEM),

2006, e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (DCNEB), 2013, que pontuam

em várias partes dos seus textos temáticas relacionadas a gênero.

Vale ressaltar que os Cadernos Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais,

publicados em 1997, foram os pioneiros a trazer orientações mais claras para o trabalho docente

com temáticas relacionadas às questões de gênero. Vianna e Unbehaum nos afirmam que:

Apesar das críticas, os PCN inovaram ao introduzir a perspectiva de gênero como uma

dimensão importante da constituição da identidade de crianças e de jovens e de organização

das relações sociais. A compreensão das relações de gênero, de como se constroem e se

estabelecem em nossa sociedade é apresentada como fundamental para qualquer proposta

de organização curricular. Há cuidado em definir o conceito de gênero e apontar as

implicações desta questão nas relações e conteúdos escolares. A forma como encaminham a

orientação do trabalho docente atende à demanda do movimento de mulheres: o combate ao

sexismo. (VIANNA; UNBEHAUM, 2006, p. 420)

5 Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), porém, no período de lançamento

do citado caderno possuía a nomenclatura de Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade) 6 Substituído pela Lei nº 13.005/2014 (Plano Nacional de Educação 2014-2024)

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Documentos orientadores, legislações, políticas públicas em educação que contemplem

temáticas relacionadas a gênero são imprescindíveis para o trabalho docente e para o alerta da sua

importância, pois, devemos ter a clareza de que “é indispensável que reconheçamos que a escola

não apenas reproduz ou reflete as condições de gênero e sexualidade que circulam na sociedade,

mas que ela própria as produz” (Louro, 2014, p.84). Ou seja, é no ambiente escolar que diferenças,

privilégios e hierarquias, além de serem sentidas, são também (re)produzidas. Os sujeitos, como nos

afirma a própria Louro são classificados, ordenados, hierarquizados na escola (Louro, 2014).

Assim, seja através de métodos, teorias, currículos, normas, linguagem, em todos esses

fatores, as questões de gênero, etnia, classe, sexualidade adentram, atravessam e compõe a escola.

Compreendemos, então, que este é um ambiente onde pulsam diversas relações de poder e que

diferenças, privilégios e opressões são nomeadas, instituídas e vividas.

Dessa forma, a escola não pode eximir-se de trazer de forma explícita e direta questões que

tratem das múltiplas identidades dos sujeitos, pois isso os constitui e os faz ser aquilo que são, tanto

através do seu olhar quanto através do olhar do outro. Como nos diz Stuart Hall, “Gênero institui a

identidade do sujeito (assim como a etnia, a classe social ou a nacionalidade, por exemplo), ou seja,

é algo que transcende o mero desempenho de papéis. Gênero faz parte do sujeito, o constitui” (Hall,

1992, p.4 apud Louro, 2014, p. 24). Por isso, compreender os sujeitos significa também

compreender suas identidades (múltiplas) e as várias categorias que as compõem, de forma

interligada e interdependente.

Segundo Scott,

o gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas

entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder. As

mudanças na organização das relações sociais correspondem sempre à mudança nas

representações de poder, mas a direção da mudança não segue necessariamente um sentido

único. (SCOTT,1995, p. 86).

Assim, tratar das questões de gênero dentro do ambiente escolar é imprescindível, pois estas,

sendo silenciadas ou não, compõe este espaço, da mesma forma que se fazem presente na sociedade

como um todo. Segundo Azeredo, “é preciso considerar gênero tanto como uma categoria de análise

quanto como uma das formas que relações de opressão assumem numa sociedade capitalista, racista

e colonialista” (Azeredo, 1994, p. 206 apud Louro, 2014, p. 59). Assim, como dito anteriormente, é

extremamente importante trazer o debate das relações gênero para o ambiente escolar, pois neste

espaço há não apenas a reprodução, mas também a produção, como nos alertou Louro, de várias

práticas excludentes, machistas e misóginas.

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A citada autora ainda nos diz que “a escola é atravessada pelos gêneros; é impossível pensar

sobre a instituição sem que se lance mão das reflexões sobre as construções sociais e culturais de

masculino e feminino” (Louro, 2014, p.93). Por isso, é imprescindível que exista uma formação em

gênero para as/os professoras/es, que currículos sejam repensados, que os sentidos e as entrelinhas

da linguagem sejam compreendidos e que estas reflexões sirvam de caminho para mudança, pois,

segundo Scott “através da linguagem é constituída a identidade generificada (gendered)” (Scott,

1995, p.82), que a História da humanidade não seja apenas a história dos homens (e a história das

mulheres não se limite apenas a um capítulo ‘curioso’), que determinadas áreas do conhecimento

não sejam basicamente restritas aos homens, assim como determinadas profissões que teimam em

permanecer masculinizadas. Tão importante quanto o acesso é a oferta a uma educação de

qualidade, que respeite as diversas identidades (com suas várias categorias) e que rompa com

normatizações, hierarquias e privilégios.

Políticas

As políticas públicas voltadas para as questões de gênero são muito importantes para a

construção de uma sociedade com maior equidade, contribuindo para o rompimento de

hierarquizações, opressões e privilégios que ainda caracterizam as nossas relações sociais. As

autoras Colbert Bello e Luzzi nos falam da importância de tais políticas relacionadas à educação:

Dizer, pensar e defender a educação para todos e todas implica em assumir o

posicionamento político de primeiro reconhecer a desigualdade das relações historicamente

constituídas entre os gêneros e entre a diversidade dos sujeitos históricos. Reconhecer a

desigualdade para, a partir desse reconhecimento, assumir políticas que contribuam para a

transformação dessas relações desiguais rumo a uma perspectiva de equidade de condições

sociais e econômicas tanto pensando as relações de classe como as de gênero, etnias,

culturais e identidades (COLBERT BELLO; LUZZI, 2009, p. 4703).

Ratificando esta concepção, o então secretário executivo de educação profissional do estado

de Pernambuco, o Sr. Paulo Dutra, em entrevista publicada no blog da SecMulher, no ano de 2015,

afirmou que os núcleos de estudos de gênero são um dos ‘indicadores que estão tornando as escolas

mais atrativas e reduzindo os índices de afastamento de estudantes da rede pública’. Desta forma,

podemos inferir que as ações ligadas às questões de gênero no interior das escolas podem interferir

nos índices de evasão escolar, isto, por sua vez, torna os núcleos um importante instrumento de

combate a esta problemática. Berenice Bento nos afirma que:

A escola, que se apresenta como uma instituição incapaz de lidar com a diferença e

pluralidade funciona como uma das principais instituições guardiãs das normas de gênero

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e produtora da heterossexualidade. Para os casos em que as crianças são levadas a deixar

a escola por não suportarem o ambiente hostil é limitador falarmos em ‘evasão’ (BENTO,

2011, n.p.)

Assim, a implementação destes núcleos pode contribuir para a mudança da realidade desta

escola, tornando este ambiente mais propício para o combate à intolerância, ao machismo, sexismo,

misoginia, homofobia, lesbofobia, etc. Como dito por Bento, a escola é um espaço em que essas

práticas são vivenciadas e isso é um dos fatores que devem ser levados em consideração quando

procuramos compreender as diversas causas da evasão escolar.

Para Vianna, “política pública compreende uma modalidade de relação entre o Estado e a

sociedade, ou seja, revela os modos de o Estado agir em relação aos problemas existentes no

interior da formação societária” (Vianna; Cavaleiro, 2011, p. 29). A SecMulher/PE, compreende

que:

Políticas Públicas de Gênero para as Mulheres são aquelas ações que têm como sujeitos as

mulheres e estão voltadas, efetivamente, para o empoderamento das mesmas, promovendo

a igualdade social, política e econômica entre os sexos. A aplicação desses conceitos

preconiza que as políticas para as mulheres venham a contemplar três dimensões: a. De

reparação das desvantagens que esse segmento da população ainda vivencia, devido aos

longos anos de violação de seus direitos civis, políticos, econômicos e sociais; b. De

proteção desse segmento da população da violência doméstica e sexista; c. De atendimento

a especificidades advindas da compleição física e funcionamento biológico da população

feminina, tais como a gravidez, o parto, o aborto previsto em lei, a menopausa, entre outros.

(PERNAMBUCO, 2016, p. 34)

É a partir dessa perspectiva que as bases para as políticas públicas para as mulheres são

traçadas no estado de Pernambuco atualmente, de acordo com as Diretrizes de Governo 2015-2018,

as demandas dos seminários Todos por Pernambuco, as propostas da 4ª Conferência Estadual de

Políticas para as Mulheres, as recomendações do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e as

propostas de Enfrentamento da Pobreza Extrema. Toda esta discussão e documentos são os

norteadores da atuação da SecMulher/PE no referido período (Pernambuco, 2016).

Analisando algumas publicações desta Secretaria, desde a Revista 8 de Março (anuário)

como o livro Gênero e Educação, podemos perceber que dentre as metas de sua atuação, desde

2009, está a ampliação dos Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência contra a

Mulher, colocando assim a formação tanto de estudantes quanto de profissionais como uma das

prioridades nas suas políticas e ações, visando a reparação da violação de direitos causada por

relações desiguais de gênero.

Diante desse cenário, foi necessário um maior estreitamento da relação entre a

SecMulher/PE e a Secretaria Estadual de Educação, para que não houvesse descontinuidade

ou atrasos nas ações que visam à garantia do tratamento da igualdade entre mulheres e

homens na educação em Pernambuco, que se configura como meta fundamental e

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estratégica para a emancipação social das mulheres e para a consolidação da política

pública de gênero no nosso estado (PERNAMBUCO, 2016, p. 129).

É neste cenário que este trabalho está sendo desenvolvido, buscando analisar os Núcleos de

Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência Contra Mulher como ação, fruto de política

pública, oriunda da SecMulher/PE e seus diversos parceiros, enquanto instrumento de fomento para

a construção de conhecimento em gênero, tendo como locus o Instituto Federal de Pernambuco.

Considerações Finais

Dessa forma, consideramos que os Núcleos de Estudos de Gênero e Enfretamento da

Violência Contra Mulher da SecMulher/PE fazem parte de um conjunto de ações relacionadas à

implementação de políticas públicas, fruto de uma longa trajetória de luta dos movimentos sociais

(LGBTI7, feministas, por exemplo) que visam combater problemáticas oriundas do machismo,

sexismo e misoginia, assim como, promover o empoderamento e o livre exercício de direitos das

mulheres, tendo como locus os ambientes escolar e acadêmico.

Porém, vale ressaltar que, falar em políticas públicas de gênero é abordar não apenas esta

categoria, mas também buscar e andar de mãos dadas com as demais categorias identitárias, pois

não é possível falar em gênero sem falar em raça, etnia, classe social, diversidade sexual, etc.

Quando trazemos o debate de gênero trazemos também o debate da constituição do sujeito, da sua

forma de ver e sentir o mundo, do seu olhar, através dessas múltiplas categorias que compõe esses

sujeitos multifacetados que somos. É a partir daí que podemos falar de sentimentos e vivências, e

compreender as relações de poder que nos envolvem.

Compreendemos que ações como as do NEG são relevantes para a construção de uma

educação com mais equidade. Entendemos que o desenvolvimento dessas ações pode trazer

resultados positivos a curto, médio e longo prazos, tanto dentro das instituições onde foram

implementados, quanto nas comunidades onde seus sujeitos estão inseridos.

A intenção deste artigo foi apresentar as discussões iniciais desta pesquisa, recém iniciada,

chamando atenção para a importância da construção do conhecimento em gênero dentro das

escolas, especialmente neste momento em que está acontecendo no Brasil um crescimento de

7 Termo utilizado por órgãos como a ONU e a Anistia Internacional para se referir a parcela da população composta por

lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, intersexuais.

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movimentos conservadores (como Movimento Brasil Livre – MBL – e Escola Sem Partido) que

estão ganhando força e representatividade, inclusive no Congresso Nacional, propondo leis que

visam limitar direitos de pessoas que não se enquadram nesta normatividade heterossexual, binária,

branca, androcentrica.

Dessa forma, consideramos que esses movimentos conservadores, ao se proporem ocupar

esferas públicas, podem limitar direitos humanos, sobretudo de grupos de pessoas que

historicamente foram colocadas à margem da sociedade e dos padrões impostos. Na área

educacional, tivemos como um dos resultados a supressão da palavra gênero do Plano Nacional de

Educação, que reverberou para os planos estaduais, incluindo aí o de Pernambuco. Por isso,

compreendemos que tratar questões ligadas à identidade (não apenas gênero, mas todas as

categorias) dentro dos ambientes escolar e acadêmico, é imprescindível para que práticas que são

contrárias aos direitos humanos e que ratifiquem normatizações, hierarquias e privilégios sejam

debatidas e combatidas.

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Nuclei of Gender Studies and Violence Against Women: An Experience of the Federal

Institute of Pernambuco

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),

Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X

Abstract: This work, recently started through the postgraduate course of Professional Masters in

Education at the University of Pernambuco, intends to analyze the functioning of the Nuclei of

Gender Studies and Violence Against Women in the state of Pernambuco as an education public

policy action to combat gender inequalities, based on the Federal Institute of Pernambuco (IFPE).

The Nuclei belongs to the line of Policy for Production of Knowledge, Training and Information of

the Secretariat of Women of the state, articulated with the Secretariat of Education. The purpose of

this action is to place the discussion of gender and violence against women in public schools and

institutions of higher education. We chose to use a qualitative methodology, using instruments and

techniques typical of action research, such as participant observation and focus group, developing

evaluations and interventions together with the subjects involved.

Keywords: Gender. Public Policies in Education. Pernambuco


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