A Secretaria de Promoo da Igualdade Racial de So Paulo realiza nesta segunda-feira (27) o evento Dfrica-So Paulo, que celebra o Dia da frica. A cerimnia tambm marca a apresentao das polticas tnico-raciais projetadas para a cidade. Esto confirmadas as presenas do prefeito Fernando Haddad, da reitora da Universidade da Integrao Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Nilma Lino Gomes, e do ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva, que ser homenageado na cerimnia.

A homenagem ao ex-presidente Lula se dar por conta da aprovao do Estatuto da Igualdade Racial,em julho de 2010, entre outras polticas executadas para a promoo da igualdade racial no pas, durante o seu governo.

Durante a celebrao, o secretrio Netinho de Paula vai anunciar a criao do Grupo de Trabalho "Educao das Relaes Etnicorraciais" para elaborar proposta de implementao, acompanhamento e monitoramento da Lei 10.639/2003, que institui o ensino da Histria da frica nas escolas pblicas e privadas. O Grupo de Trabalho ser composto pelas secretarias de Educao, Cultura, Esporte, Governo, alm de Igualdade Racial.

De acordo com Netinho de Paula a comemorao marca um momento muito importante na cidade de So Paulo, pois o prefeito, alm de criar a Secretaria de Igualdade Racial, priorizou a rea da educao com o reforo ao ensino da historia da frica (Lei n 10639) nas escolas pblicas e privadas. O Dfrica-So Paulo o pontap inicial para esta implementao.

Dia da frica

O Dia da frica foi institudo pela Unio Africana (antiga Organizao da Unidade Africana) ressaltando o momento de sua criao - 25 de Maio de 1963, como forma de celebrar e lembrar o Continente Africano como parte da historia, da memria, e, dos valores civilizatrios mundiais. Esta data reflete o compromisso poltico dos lderes africanos e destes com instituies internacionais, visando acelerao do fim da colonizao do continente. Nesta perspectiva, nos ltimos anos a agenda governamental brasileira se intensificou junto ao Continente Africano reforando os laos histricos e incrementando a relao econmica, poltica, social e cultural.

Ainda, ao longo das trs ltimas dcadas, em funo da negociao entre o Movimento Negro e a organizao de mulheres negras com o Estado brasileiro, foram criados rgos de promoo da igualdade racial - Conselho de Participao e Desenvolvimento da Comunidade Negra no Estado de So Paulo (1984), a Coordenadoria dos Assuntos da Populao Negra no Municpio de So Paulo (1989); a Fundao Cultural Palmares vinculada ao Ministrio da Cultura (1988); e, a Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial, da Presidncia da Repblica (2003).

om informaes do PT na Cmara O deputado Edson Santos (PT-RJ) ocupou a Tribuna na ltima quinta-feira (23.05) para manifestar repdio deciso do juiz Jos Carlos do Vale Madeira, do Tribunal Regional Federal no Maranho, que suspendeu os editais de incentivo cultura negra lanados pelo Ministrio da Cultura. Em nota, o MinC informou que vai apresentar recurso deciso.

Repudio e lamento a deciso do juiz federal e presto minha solidariedade ministra da Cultura, Marta Suplicy, que promoveu um edital voltado aos produtores culturais negros que, evidentemente, tm uma dificuldade maior de viabilizar seus projetos por conta da Lei de Incentivos Culturais, explicou o petista.

De acordo com Edson Santos, a expectativa a de que a deciso equivocada seja suspensa. Espero e fao votos que a Advocacia Geral da Unio (AGU) possa, representando os interesses da Repblica e do povo brasileiro, suspender a deciso desse juiz, disse.

Ignorncia O deputado Edson Santos lamentou ainda declaraes de um articulista da revista Veja que afirmou que no Brasil no existe cultura negra. Vejam a que nvel chegou a ignorncia das elites deste pas, que no reconhecem no samba, na capoeira, no jongo e em vrias outras manifestaes culturais evidentemente negras uma contribuio fundamental para a formao do pensamento nacional, disse.

Para Edson Santos, as declaraes do articulista representam uma forma de expresso do racismo em nosso pas. A negao da existncia do indivduo, do pensamento, da manifestao cultural, mant-la na invisibilidade a forma mais perversa de manifestao do racismo em nosso pas.