“Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
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NOÇÕES DE RADIOLOGIA INDUSTRIAL
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Sumario
Ensaios Não Destrutivos...........................................................................................................01
Descrições Genéricas e Métodos de Aplicações.......................................................................03
Estrutura da Matéria..................................................................................................................05
Variação e Composição dos Átomos........................................................................................06
Radiação e Radioatividade........................................................................................................07
Equipamentos e Fontes de Radiação.........................................................................................08
Equipamento de Raios-X..........................................................................................................09
Energia Máxima do R-X e Rendimento....................................................................................12
Circuitos de Alta Tensão do Tubo de R-X................................................................................14
Acessórios do Aparelho de R-X................................................................................................17
Cabos de Energia......................................................................................................................17
Blindagem e Proteção...............................................................................................................17
Acelerador Linear.....................................................................................................................17
Raios Gama...............................................................................................................................19
Meia-Vida (T 1/2).....................................................................................................................20
Equipamento de Raios Gama....................................................................................................20
Características Físicas e Tipos de Fontes Gama.......................................................................21
Filmes Radiográficos................................................................................................................25
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Densidade Óptica......................................................................................................................27
Classificação dos Filmes Industriais.........................................................................................29
Tipos de Filmes.........................................................................................................................29
Curvas Características dos Filmes Industriais..........................................................................29
Exemplos de Aplicação.............................................................................................................30
Qualidade da Imagem Radiográfica..........................................................................................31
Contraste...................................................................................................................................31
Gradiente...................................................................................................................................31
Definição...................................................................................................................................32
Processamento de Filme Radiográfico......................................................................................32
Processamento Automático.......................................................................................................32
Telas de Chumbo......................................................................................................................33
Os Chassis Industriais...............................................................................................................35
Controle de Sensibilidade Radiográfica....................................................................................36
Indicador de Qualidade de Imagem (I Q I)...............................................................................36
I Q I e A S T M tipo furos.......................................................................................................36
Digitalização Filmes Radiográficos..........................................................................................37
Telas Fluorescentes...................................................................................................................38
Referencias Bibliográficas e Agradecimentos..........................................................................40
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Os Ensaios não Destrutivos
Quando pensamos em aeronaves, automóveis, metro, trens, navios, submarinos, e outras,
todas estas máquinas não poderiam ter um bom desempenho não fossem a qualidade do
projeto mecânico, dos materiais envolvidos, dos processos de fabricação e montagem,
inspeção e manutenção.
Todo esse elevado grau de tecnologia foi desenvolvido e aplicado para um fim comum,
que é assegurar e proteger a vida daqueles que dependem de alguma forma, do bom
funcionamento dessas máquinas, quer sejam nas indústrias automobilísticas, petróleo e
petroquímicas, geração de energia inclusive nuclear, siderúrgica, naval e aeronáutica.
Hoje no mundo moderno, a globalização nestes segmentos industriais fez aumentar o número
de projetos e produtos de forma multinacional. Usinas elétricas, plantas petroquímicas,
aviões, podem ser projetados em um país e construídos em outro, com equipamentos e
matéria prima fornecidos pelo mundo todo. Esta revolução global tem como conseqüência a
corrida por custos menores e pressão da concorrência.
Sendo assim, como garantir que os materiais, componentes e processos utilizados tenham a
qualidade requerida?
Como garantir a isenção de defeitos que possam comprometer o desempenho das peças?
Como melhorar novos métodos e processos e testar novos materiais?
As respostas para estas questões estão em grande parte na inspeção e
conseqüentemente na aplicação dos Ensaios Não Destrutivos.
Um dos avanços tecnológicos mais importantes na engenharia pode ser atribuído aos
ensaios não destrutivos. Eles investigam a sanidade dos materiais sem, contudo destruí-los ou
introduzir quaisquer alterações nas suas características.
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Aplicados na inspeção de matéria prima, no controle de processos de fabricação e
inspeção final, os ensaios não destrutivos constituem uma das ferramentas indispensáveis para
o controle da qualidade dos produtos produzidos pela indústria moderna.
Quando se deseja inspecionar peças com finalidade de investigar sobre defeitos
internos, a Radiografia e o Ultrassom são poderosos métodos que podem detectar com alta
sensibilidade descontinuidades com poucos milímetros de extensão. Usados principalmente
nas indústrias de petróleo e petroquímica, nuclear, alimentícia, farmacêutica, geração de
energia para inspeção principalmente de soldas e fundidos, e ainda na indústria bélica para
inspeção de explosivos, armamento e mísseis, a radiografia e o ultra-som desempenham papel
importante na comprovação da qualidade da peça ou componente em conformidade com os
requisitos das normas, especificações e códigos de fabricação. Usados também na
qualificação de soldadores e operadores de soldagem, a radiografia e ultra-som proporcionam
registros importantes para a documentação da qualidade.
Em juntas soldadas, a radiografia e o ultra-som são dois métodos freqüentemente
referenciados pelos Códigos de fabricação de peças ou estruturas de responsabilidade para
determinação da eficiência da base de cálculo pela engenharia.
Outros ensaios não destrutivos também fazem parte das ferramentas da qualidade onde
podemos citar:
Partículas Magnéticas,
Termografia,
Emissão acústica,
Correntes Parasitas e
Líquido Penetrante.
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Considerado como um processo especial pelos Sistemas da Qualidade, NBR ISO-
90011 e outros, os ensaios não destrutivos são aplicados segundo requisitos de projeto do
produto fabricado, e não de forma aleatória ao prazer da conveniência de engenheiros e
técnicos.
A radiologia industrial desempenha um papel importante e de certa forma insuperável
na documentação da qualidade do produto inspecionado, pois, a imagem projetada do filme
radiográfico representa a "fotografia" interna da peça, o que nenhum outro ensaio não
destrutivo é capaz de mostrar na área industrial.
Sendo assim, o treinamento, qualificação e certificação dos profissionais envolvidos
com estes métodos é requisito importante do sistema da qualidade. Hoje no Brasil, as
qualificações e certificações de pessoal para ensaios não destrutivos são efetuadas por
organizações de classe como associações, ou por instituições ou fundações governamentais. A
mais importante é o Sistema Nacional de Qualificação e Certificação - SNQ&C gerenciado
pela Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos - ABENDE, com reconhecimento pelo
INMETRO.
As certificações de pessoal são dirigidas a segmentos industriais, tais como:
siderurgia, aeronáutica, calderaria, petróleo, petroquímica e outros.
Descrição Genérica do Método e Aplicações
A radiografia é um método usado para inspeção não destrutiva que se baseia na absorção
diferenciada da radiação penetrante pela peça que está sendo inspecionada. Devido às diferenças na
densidade e variações na espessura do material, ou mesmo diferenças nas características de absorção
causadas por variações na composição do material, diferentes regiões de uma peça absorverão
quantidades diferentes da radiação penetrante. Essa absorção diferenciada da radiação poderá ser
detectada através de um filme, ou através de um tubo de imagem ou mesmo medida por detectores
eletrônicos de radiação. Essa variação na quantidade de radiação absorvida, detectada através de um
meio, irá nos indicar, entre outras coisas, a existência de uma falha interna ou defeito no material.
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A radiografia industrial é então usada para detectar variação de uma região de um
determinado material que apresenta uma diferença em espessura ou densidade comparada
com uma região vizinha, em outras palavras, a radiografia é um método capaz de detectar com
boas sensibilidades defeitos volumétricos. Isto quer dizer que a capacidade do processo de
detectar defeitos com pequenas espessuras em planos perpendiculares ao feixe, como trinca
dependerá da técnica de ensaio realizado. Defeitos volumétricos como vazios e inclusões que
apresentam uma espessura variável em todas as direções serão facilmente detectados desde
que não sejam muito pequenos em relação à espessura da peça.
A Natureza da Radiação Ionizante
Com a descoberta dos Raios X pelo físico W. C. Roentgen em 1895, imediatamente
iniciou os estudos sobre as emissões de partículas, provenientes de corpos radioativos,
observando suas propriedades e interpretando os resultados.
Nesta época, destacaram-se dois cientistas, Pierre e Marie Curie, pela descoberta do
polônio e o radium e ainda deve-se a eles a denominação “Radioatividade” (propriedade de
emissão de radiações por diversas substâncias).
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No começo do século XX, 1903, Rutherford, após profundos estudos formulou hipóteses sobre
as emissões radioativas, pois convém frisar, que naquela época ainda não se conhecia o átomo
e os núcleos atômicos e coube a este cientista a formulação do primeiro modelo atômico
criado e que até hoje permanecem suas características.
O nome “Radiação Penetrante” se originou da propriedade de que certas formas de
energia radiante possuem de atravessar materiais opacos à luz visível. Podemos distinguir
dois tipos de radiação penetrante usados em radiografia industrial: os Raios X e os Raios
Gama. Eles se distinguem da luz visível por possuírem um comprimento de onda
extremamente curto o que lhes dá a capacidade de atravessarem materiais que absorvem ou
refletem a luz visível.
No âmbito dos ensaios não destrutivos devemos salientar seis propriedades da
radiação penetrante que são de particular importância:
� Deslocam-se em linha reta;
� Podem atravessar materiais opacos à luz, ao fazê-lo, são parcialmente absorvidos por
esses materiais;
� Podem impressionar películas fotográficas, formando imagens;
� Provocam o fenômeno da fluorescência;
� Provocam efeitos genéticos;
� Provocam ionizações nos gases.
Estrutura da Matéria
Em 1906, Ernest Rutherford realizou experiências com bombardeio de partículas alfa
em finas folhas de ouro (as partículas alfa são emitidas por certos radioisótopos, ocorrendo
naturalmente). Ele achava que as maiorias das partículas passavam direto através da fina folha
do metal em sua direção original. Contudo, algumas partículas foram desviadas.
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Isto levou ao desenvolvimento do modelo atômico que é aceito até hoje. O núcleo
contém carga positiva do átomo e ao redor do núcleo, giram um número de elétrons.
Os elétrons ocupam níveis ou camadas de energia e o espaçamento desses níveis
causa o grande tamanho do átomo em comparação com o núcleo.
Os cientistas conheciam agora que o átomo consistia de um núcleo contendo um
número de prótons e uma nuvem eletrônica com igual número de elétrons. Contudo eles
achavam confuso, pelo fato do átomo de hélio (número atômico 2) pesar quatro vezes mais
que o átomo de hidrogênio. Irregularidades no peso persistiam através da tabela periódica.
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Predisseram algumas teorias para o acontecido, mas a confusão terminou em 1932,
quando James Chadwick, físico inglês, descobriu uma partícula chamada de nêutron.
Essa partícula tinha uma massa igual ao do próton, mas não tinha carga. Para
descrever essa nova propriedade, cientistas alegaram o número de massa, número de
partículas (prótons e nêutrons no núcleo). Descrevendo o átomo, o número de massa seria
escrito com um número superior no símbolo químico.
Variações e Composição dos Átomos, Radioisótopos
Todos os elementos que contém, em seu núcleo atômico, o mesmo número de prótons,
mas que possuem números diferentes de nêutrons manifesta as mesmas propriedades
químicas e ocupam o mesmo lugar na classificação periódica. São elementos que, por terem o
mesmo número de prótons, têm o mesmo número atômico e por terem números diferentes de
nêutrons têm números de massa diversos.
São chamados isótopos, nome cuja etnologia indica o mesmo lugar que ocupam na
classificação periódica dos elementos. O número de isótopos conhecidos, de cada elemento, é
muito variável. O Iodo, por exemplo, tem 13, o ferro e o Urânio tem 6, cada um. Os isótopos
de um mesmo elemento não têm as mesmas propriedades físicas. Assim, por exemplo, o
isótopo do Iodo (I-127) é estável, todos os outros são radioativos, isto é, são chamados de
radioisótopos.
A partir de 1954, os radioisótopos passaram a ser produzidos em escala apreciável, nos
reatores, iniciando-se a fase de produção de fontes radioativas de alta intensidade que têm um
grande número de aplicações industriais.
Os trabalhos baseados no emprego dos radioisótopos têm hoje enorme extensão. A
experiência multiplicou-se em muitos setores e, não é exagero dizer que os radioisótopos têm
trazido uma verdadeira revolução em todos os domínios, nos quais a experimentação
desempenha papel preponderante.
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Radiação e Radioatividade
Define-se “Radioatividade” como sendo a emissão espontânea de radiação por um
núcleo atômico, que se encontra num estado excitado de energia. Existem três tipos diferentes
de radiação, como segue:
- Partículas Alfa (α)
- Partículas Betas (β)
- Raios Gama (γ)
As partículas “Alfa” são constituídas de dois nêutrons e dois prótons, caracterizando
um núcleo atômico de Hélio. Devido ao seu alto peso e tamanho, elas possuem pouca
penetração e são facilmente absorvidas por poucos centímetros de ar.
As partículas "Betas" são constituídas por elétrons, que possuem velocidades próximas
da luz, com carga elétrica negativa. Possuem um poder de penetração bastante superior às
radiações Alfa, podendo ser absorvidas por alguns centímetros de acrílicos ou plásticos, na
sua grande maioria.
As “partículas” “Gama” são de natureza ondulatória, ao contrário das demais que tem
características corpusculares. Devido a isto, adquire um alto poder de penetração nos
materiais. E possível separar os três tipos de radiação descritos através da aplicação de um
campo elétrico ou magnético, numa amostra de material radioativo.
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O poder de penetração das radiações eletromagnéticas, Raios X e Gama, são
caracterizados pelo seu comprimento de onda (ou energia). As propriedades dos Raios X que
tem importância fundamental, quando se trata de ensaios não destrutivos e são aquelas citadas
anteriormente.
Outras grandezas relativas às ondas eletromagnéticas são freqüência e energia.
Podemos converter a energia em comprimento de onda ou em freqüência. A equação que
relaciona a energia com o comprimento de onda é a equação de Planck:
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Equipamentos e Fontes de Radiação-Produção das Radiações X
Os Raios-X
As radiações X são emitidas das camadas eletrônicas dos átomos. Essas emissões não
ocorrem deforma desordenada, mas possui “padrão” de emissão denominado espectro de
emissão.
Os Raios-X, destinados ao uso industrial, são gerados numa ampola de vidro,
denominada tubo de Coolidge, que possui duas partes distintas: o ânodo e o cátodo.
O ânodo e o cátodo são submetidos a uma tensão elétrica da ordem de milhares de
Volts, sendo o pólo positivo ligado ao anodo e o negativo no cátodo. O ânodo é constituído de
uma pequena parte fabricada em tungstênio, também denominado de alvo, e o cátodo de um
pequeno filamento, tal qual uma lâmpada incandescente, por onde passa uma corrente elétrica
da ordem de miliamperes.
Quando o tubo é ligado, a corrente elétrica do filamento se aquece e passa a emitir
espontaneamente elétrons que são atraídos e acelerados em direção ao alvo. Nesta interação,
dos elétrons com os átomos de tungstênio, ocorre a desaceleração repentina dos elétrons,
transformando a energia cinética adquirida em Raios-X.
Outros fenômenos de interação dos elétrons acelerados com as camadas eletrônicas
dos átomos de tungstênio, também são responsáveis pela emissão dos Raios-X.
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Os Raios-X, são gerados nas camadas eletrônicas dos átomos por variados processos
físicos. Caracteriza-se por apresentar um espectro contínuo de emissão ao contrário das
radiações gama. Em outras palavras, os Raios-X emitidos pelo aparelho apresentam uma
variedade muito grande de comprimento de onda, ou seja, que a energia varia de uma forma
contínua.
Equipamentos de Raios X
Os Raios-X são produzidos em ampolas especiais. Os tamanhos das ampolas ou tubos
são em função da tensão máxima de operação do aparelho.
Do ponto de vista da radiografia, uma atenção especial deve ser dada ao alvo, contido
no ânodo. Sua superfície é atingida pelo fluxo eletrônico, proveniente do filamento, e
denomina-se foco térmico. É importante que esta superfície seja suficiente grande para evitar
um superaquecimento local, que poderia deteriorar o ânodo, e permitir uma rápida
transmissão do calor.
Define-se “carga focal” como sendo a carga em Watts por milímetro quadrado (por
exemplo: 200 W/mm2) na área focal. Nas áreas focais de pequenas dimensões, pode ser
aplicada uma carga relativamente mais elevada que as grandes; esta diferença é devida a
diferença no modo de transmissão do calor, a partir do centro.
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Para obterem-se imagens com nitidez máxima, as dimensões do foco óptico devem ser
os menores possíveis. As especificações de aparelhos geralmente mencionam as dimensões
do foco óptico.
O calor que acompanha a formação de Raios X é considerável e, portanto, é necessária
especial atenção aos sistemas e métodos para refrigerar o ânodo. Esta refrigeração pode ser
feita de diversas maneiras:
a) Refrigeração por irradiação: Neste caso o bloco de tungstênio, que compõe o alvo,
se aquece e o calor se irradia pelo ânodo.
b) Refrigeração por convecção: O calor irradiado pelo ânodo se transmite ao
prolongamento de cobre, o qual está imerso em óleo ou gás, que se refrigera por convecção
natural, ou por circulação.
c) Refrigeração por circulação forçada de água: A refrigeração descrita em (b), é
limitada, principalmente se o aparelho for operado continuamente, exposto ao sol. Neste caso,
a circulação de água por uma serpentina interna à unidade geradora, é eficaz, permitindo o uso
do aparelho por longos períodos de uso.
Unidade Geradora, Painel de Comando
Os equipamentos de Raios X industriais se dividem geralmente em dois componentes:
o painel de controle e o cabeçote, ou unidade geradora.
O painel de controle consiste em uma caixa onde estão alojados todos os controles,
indicadores, chaves e medidores, além de conter todo o equipamento do circuito gerador de
alta voltagem. E através do painel de controle que se fazem os ajustes de voltagem e
amperagem, além de comando de acionamento do aparelho.
No cabeçote está alojada a ampola e os dispositivos de refrigeração. A conexão entre o
painel de controle e o cabeçote se faz através de cabos especiais de alta tensão.
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As principais características de um equipamento de Raios X são:
A - tensão e corrente elétrica máxima;
B - tamanho do ponto focal e tipo de feixe de radiação;
C - peso e tamanho;
Esses dados determinam a capacidade de operação do equipamento, pois estão
diretamente ligados ao que o equipamento pode ou não fazer. Isso se deve ao fato dessas
grandezas determinarem as características da radiação gerada no equipamento. A voltagem se
refere à diferença de potencial entre o ânodo e o cátodo e é expressa em quilovolts (kV). A
corrente elétrica do tubo e é expressa em miliamperes (mA).
Outro dado importante se refere à forma geométrica do ânodo no tubo. Quando em
forma plana, e angulada, propicia um feixe de radiação direcional, e quando em forma de
cone, propicia um feixe de radiação panorâmico, isto é, irradiação a 360 graus, com abertura
determinada.
Os equipamentos considerados portáteis, com voltagens até 400 kV, possuem peso em
torno de 40 a 80 kg, dependendo do modelo. Os modelos de tubos refrigerados a gás são mais
leves ao contrário dos refrigerados a óleo.
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Energia Máxima dos Raios-X e Rendimento
Duas grandezas são geralmente usadas para descrever um determinado feixe de Raios X:
� A qualidade e a intensidade de radiação.
� Sabemos que os Raios X são gerados quando elétrons em alta velocidade são
desacelerados no material do alvo. Essa desaceleração se faz por meio de colisão dos
elétrons com o material do alvo. O caso mais simples ocorre quando um elétron se
choca diretamente com o núcleo de um átomo do alvo. A energia adquirida pelo
elétron, no campo elétrico entre o cátodo e o ânodo será dada pela relação seguinte:
Por outro lado a energia pode ser escrita na forma: Emax = h x fmax sendo fmax = c / λmin
Onde: h = é a constante de Planck = 6,62 x 10-34 J.s
c = velocidade da luz = 3 x 108 m/s
Portanto podemos reescrever a eq.(1) acima na forma:
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Portanto quando um elétron se choca com o núcleo de um átomo do alvo e transforma
toda a sua energia em radiação X, podemos determinar o comprimento de onda mínimo da
radiação gerada.
O comprimento de onda encontrado é chamado de comprimento de onda mínimo, (λ
min), pois representa a onda de maior energia que pode ser criada. Quanto menor o
comprimento de onda mais penetrante serão os Raios X gerados. Assim como regra geral,
para peças finas devemos utilizar maior comprimento de onda (menor energia) do que para
peças com grande espessura.
Assim, para uma tensão máxima de 60 kV, o comprimento de onda mínimo será de 0,2
Angstron; e para 120 kV será de 0,1 Angstron
Nota-se que esse comprimento de onda depende da voltagem aplicada ao tubo. Assim,
quando aumentamos a voltagem no tubo, estamos criando radiação com o menor
comprimento de onda, ou seja, radiação de maior energia.
Apenas uma parcela muito pequena dos elétrons que atingem o alvo troca toda a sua
energia através do choque com o núcleo. A maior parte dos elétrons incidentes choca-se com
outros elétrons orbitais, transferindo-lhes parte de sua energia. Portanto, quando esses elétrons
chegam a se chocar contra o núcleo de um átomo, já perderam parte de sua energia, indo
gerar, portanto, Raios X de maior comprimento de onda, ou seja, de menor energia.
Dessa forma, os Raios X emitidos por um determinado aparelho apresentam uma
grande variedade de comprimento de onda, a partir do comprimento de onda mínimo.
O conceito de qualidade de radiação está ligado à energia do feixe de Raios X. Quando
aumentamos a voltagem do aparelho, aumentamos a energia do feixe de radiação gerado,
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estamos aumentando a qualidade da radiação, com conseqüente aumento do poder de
penetração da mesma.
Os Raios X de alta energia, geralmente produzidos com voltagem superiores a 120 kV,
são também chamados de raios “duros”. Os Raios X gerados com tensão inferiores a 50 kV
são chamados Raios X “moles”.
O conceito de intensidade de radiação se refere à “quantidade” de Raios X produzidos,
ou, de uma forma mais correta ao número de “fótons” produzidos.
Quando aumentamos a corrente do filamento fazemos com que ele se aqueça mais,
liberando um número maior de elétrons. Isso fará com que ocorra um aumento na intensidade
da radiação gerada, sem implicar em aumento na qualidade dessa mesma radiação. Em outras
palavras, nós conseguimos aumentar a intensidade sem aumentar a energia do feixe de
radiação.
De uma forma prática podemos dizer que a qualidade da radiação (energia) se
relaciona com a capacidade de penetração nos materiais, enquanto que a intensidade está
intimamente ligada com o tempo de exposição.
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Circuitos de Alta Tensão do Tubo de Raios X
A ampola de Raios X pode estar ligada em circuitos elétricos de alta tensão de formas
diferentes que desempenham rendimentos diferentes, assim como também uma taxa de
exposição diferente, dependendo do tipo do circuito elétrico do sistema. A seguir mostramos
alguns circuitos elétricos que podem ser utilizados para a geração de Raios X na ampola.
O circuito elétrico abaixo contém um diodo que permite a passagem da corrente na ampola de
raios X em somente num sentido propiciando pulsos de corrente na ampola e
conseqüentemente pulsos de Raios X gerados.
O próximo circuito é um sistema que permite elevar a tensão na ampola de Raios X,
porém com oscilação. Este circuito elétrico é denominado Circuito Villard.
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O circuito abaixo é um retificador de corrente alternada denominado Circuito Graetz, que
permite a passagem de corrente na ampola de Raios X de forma constante, porém oscilando
entre máximos e mínimos.
O circuito elétrico abaixo denominado Circuito Greinacher é um sistema que permite a
passagem de corrente elétrica na ampola de Raios X quase que contínuo, com uma tensão de
operação maior, também conhecido como Potencial Constante.
Circuito Greinacher
O Gráfico abaixo permite estimar as faixas de espessuras e tensões máximas, para vários
materiais diferentes, onde o
Raios-X é aplicável.
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Gráfico indicando os limites de aplicação da tensão dos Raios-X em função da espessura de
material: (1) cobre (2) aço, (3) titânio e (4) alumínio (extraído da norma EN-1435)
Acessórios do Aparelho de Raios X
Cabos de energia
O aparelho de Raios-X composto pela mesa de comando e unidade geradora é ligado
entre si através do cabo de energia. A distância entre a unidade geradora e a mesa de comando
deve ser tal que o operador esteja protegido no momento da operação dos controles, segundo
as normas básicas de segurança. Para tanto os fabricantes de aparelhos de Raios-X fornecem
cabos de ligação com comprimento de 20 a 30 metros dependendo da potência máxima do
tubo gerador.
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Blindagem de Proteção
O início da operação do aparelho deve ser feita com aquecimento lento do tubo de
Raios-X, conforme as recomendações do fabricante. Neste processo o operador deve utilizar
as cintas ou blindagens especiais que são colocadas na região de saída da radiação, sobre a
carcaça da unidade geradora. Este acessório fornecido pelo fabricante permite maior
segurança durante o procedimento de aquecimento do aparelho.
Aceleradores Lineares
Os aceleradores lineares são aparelhos similares aos aparelhos de Raios X
convencionais com a diferença que os elétrons são acelerados por meio de uma onda elétrica
de alta freqüência, adquirindo altas velocidades ao longo de um tubo retilíneo. Os elétrons ao
se chocarem com o alvo transformam a energia cinética adquirida em calor e Raios X com
altas energias cujo valor dependerá da aplicação. Para uso industrial em geral são usados
aparelhos capazes de gerar Raios X com energia máxima de 4 Mev.
Os Betatrons são considerados como transformadores de alta voltagem o que consiste
na aceleração dos elétrons de forma circular por mudança do campo magnético primário,
adquirindo assim altas velocidades e conseguintemente a transformação da energia cinética
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em Raios X, após o impacto destes com o alvo. Estes processos podem gerar energias de
10 a 30 Mev.
Os aceleradores lineares e os betatrons são aparelhos destinados a inspeção de
componentes com espessuras acima de 100 mm de aço.
As vantagens do uso desses equipamentos de grande porte são:
� Foco de dimensões reduzidas (menor que 2 mm)
� Tempo de exposição reduzido
� Maior rendimento na conversão em Raios X
Estes equipamentos não são portáteis e necessitam de instalação adequada, tanto do
ponto de vista de movimentação do aparelho como das espessuras das paredes de concreto
requeridas, que podem alcançar cerca de 1,2 metros.
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Os Raios Gama
Com o desenvolvimento dos reatores nucleares, foi possível a produção artificial de
isótopos radioativos através de reações nucleares de ativação.
O fenômeno de ativação ocorre quando elementos naturais são colocados junto ao
núcleo de um reator e, portanto, irradiados por nêutrons térmicos, que atingem o núcleo do
átomo, penetrando nele. Isto cria uma quebra de equilíbrio energético no núcleo, e ao mesmo
tempo muda sua massa atômica, caracterizando assim o isótopo. O estabelecimento do
equilíbrio energético do núcleo do átomo é feito pela liberação de energia na forma de Raios
gama.
Um átomo que submetido ao processo de ativação e, portanto, seu núcleo se encontra
num estado excitado de energia passa a emitir radiação. É fácil ver, portanto, que o número de
átomos capazes de emitir radiação, diminui gradualmente com o decorrer do tempo. A esse
fenômeno chamamos de Decaimento Radioativo.
Atividade de uma Fonte Radioativa
A atividade de um radioisótopo é caracterizada pelo número desintegrações que
ocorrem em certo intervalo de tempo. Como a atividade apresentada uma proporcionalidade
com o número de átomos excitados presentes no elemento radioativo, podemos expressa-la
através de uma fórmula semelhante à do Decaimento Radioativo, uma vez que A= λ.N, ou
seja:
A = Ao.e - λ. t
Onde:
Ao = atividade inicial do elemento radioativo.
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A = atividade do elemento radioativo depois de transcorrido certo intervalo de tempo.
λ = constante de desintegração.
t = tempo transcorrido.
Como demonstrado no Decaimento Radioativo, à atividade de certo elemento diminui
progressivamente com o passar do tempo, porém nunca se torna igual a zero.
A unidade padrão de atividade é o Becquerel, que é definida como sendo a quantidade
de qualquer material radioativo que sofre uma desintegração por segundo.
Meia Vida
Quando produzimos uma fonte radioativa, colocamos em estado excitado, certo
número “No” de átomos na fonte. Vimos através da Lei do Decaimento Radioativo que esse
número de átomos excitado diminui com o passar do tempo, segundo as características do
elemento radioativo.
Portanto, depois de passado certo intervalo de tempo, podemos ter no material
radioativo exatamente a metade do número inicial de átomos excitados.
A esse intervalo de tempo, denominamos Meia - Vida do elemento radioativo. Como a
taxa em que os átomos se desintegram é diferente de um elemento para outro elemento a
Meia-Vida.
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Equipamentos de Raios Gama
As fontes usadas em gamagrafia (radiografia com raios gama) requerem cuidados
especiais de segurança, pois, uma vez ativadas, emitem radiação, constantemente.
Deste modo, é necessário um equipamento que forneça uma blindagem, contra as
radiações emitidas da fonte quando a mesma não está sendo usada. De mesma forma é
necessário dotar essa blindagem de um sistema que permita retirar a fonte de seu interior, para
que a radiografia seja feita. Esse equipamento denomina-se Irradiador.
Os irradiadores compõem-se, basicamente, de três componentes fundamentais: Uma
blindagem, uma fonte radioativa e um dispositivo para expor a fonte.
As blindagens podem ser construídas com diversos tipos de materiais. Geralmente são
construídos com a blindagem, feita com um elemento (chumbo ou urânio exaurido), sendo
contida dentro de um recipiente externo de aço, que tem a finalidade de proteger a blindagem
contra choques mecânicos.
Uma característica importante dos irradiadores, que diz respeito à blindagem, é a sua
capacidade. Como sabemos, as fontes de radiação podem ser fornecidas com diversas
atividades e cada elemento radioativo possui uma energia de radiação própria. Assim cada
blindagem é dimensionada para conter um elemento radioativo específico, com certa
atividade máxima determinada.
Portanto, é sempre desaconselhável usar um irradiador projetado para um determinado
radioisótopo, com fontes radioativas de elementos diferentes e com outras atividades.
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Características Físicas e Tipo de Fontes Gama:
As fontes radioativas para uso industrial são encapsuladas em material austenítico, de
maneira tal que não há dispersão ou fuga do material radioativo para o exterior.
Um dispositivo de contenção, transporte e fixação por meio do qual a cápsula que
contém a fonte selada, está solidamente fixada em uma ponta de um cabo de aço flexível, e na
outra ponta um engate, que permite o uso e manipulação da fonte, é denominado de “porta
fonte”.
Devido a uma grande variedade de fabricantes e fornecedores existem diversos tipos de
engates de porta-fonte.
Embora apenas poucas fontes radiativas seladas sejam atualmente utilizadas pela
indústria moderna, daremos a seguir as principais que podem ser utilizadas assim como as
suas características físico-químicas.
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Os irradiadores gama são equipamentos dotados de partes mecânicas que permitem
expor com segurança a fonte radioativa. A principal parte do irradiador é a blindagem interna,
que permite proteção ao operador a níveis aceitáveis para o trabalho, porém com risco de
exposição radiológica se armazenado em locais não adequados ou protegidos.
O que mais diferencia um tipo de irradiador de outro são os dispositivos usados para
se expor a fonte. Esses dispositivos podem ser mecânicos, com acionamento manual ou
elétrico, ou pneumático. A única característica que apresentam em comum é o fato de
permitirem ao operador trabalhar sempre a uma distância segura da fonte, sem se expor ao
feixe direto de radiação.
Os irradiadores gama são construídos através de rígidos controles e testes
estabelecidos por normas internacionais, pois o mesmo deve suportar choques mecânicos,
incêndio e inundação sem que a sua estrutura e blindagem sofram rupturas capazes de deixar
vazar radiação em qualquer ponto mais do que os máximos exigidos.
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Registro Radiográfico
Filmes Radiográficos
Os filmes radiográficos são compostos de uma emulsão e uma base. A emulsão
consiste em uma camada muito fina (espessura de 0,025 mm) de gelatina, que contém,
dispersos em seu interior, um grande número de minúsculos cristais de brometo de prata. A
emulsão é colocada sobre um suporte, denominado base, que é feito geralmente de um
derivado de celulose, transparente e de cor levemente azulada.
Uma característica dos filmes radiográficos é que, ao contrário dos filmes
fotográficos, eles possuem a emulsão em ambos os lados da base.
Os cristais de brometo de prata, presentes na emulsão, possuem a propriedade de,
quando atingidos pela radiação ou luz, tornarem-se susceptíveis de reagir com produto
químico denominado revelador. O revelador atua sobre esses cristais provocando uma reação
de redução que resulta em prata metálica negra.
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Os locais do filme, atingidos por uma quantidade maior de radiação apresentarão,
após a ação do revelador, um número maior de grãos negros que regiões atingidas por
radiação de menor intensidade, dessa forma, quando vistos sob a ação de uma fonte de luz, os
filmes apresentarão áreas mais escuras e mais claras que irão compor a imagem do objeto
radiografado.
Granulação
A imagem nos filmes radiográficos é formada por uma série de partículas muito
pequenas de sais de prata, os quais não visíveis a olho nu. Entretanto, essas partículas se unem
em massas relativamente grandes que podem ser vistas pelo olho humano ou com auxílio de
pequeno aumento. Esse agrupamento das partículas de sais de prata da emulsão cria uma
impressão chamada de “Granulação”.
Todos os filmes apresentam o fenômeno de granulação. Por possuírem grãos
maiores, os filmes mais rápidos apresentam uma granulação mais acentuada que os filmes
lentos. A granulação, além de ser característica de cada filme, também sofre uma influência
da qualidade da radiação que atinge o filme. Portanto, podemos afirmar que a granulação de
um filme aumenta quando aumenta a qualidade da radiação. Por essa razão os filmes com
grãos mais finos são recomendados quando se empregam fontes de alta energia (Raios X da
ordem de milhões de volts). Quando usados com exposição longa, esses filmes também
podem ser empregados com raios gama.
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A granulação é também afetada pelo tempo de revelação do filme. Se aumentarmos,
por exemplo, o tempo de revelação, haverá um aumento simultâneo na granulação do filme.
Esse efeito é comum quando se pretende aumentar a densidade, ou a velocidade, de
um filme por intermédio de um aumento no tempo de revelação. E claro que o uso de tempos
de revelação pequenos resultará em baixa granulação, porém corremos o risco de obter um
filme sub-revelado. É importante salientar que a granulação aumenta de acordo com o
aumento de grau de revelação. Dessa forma, aumentamos no tempo de revelação que visam a
compensar atividade do revelador ou a temperatura do banho, terão uma influência muito
pequena na granulação do filme.
Densidade Óptica
A imagem formada no filme radiográfico possui áreas claras e escuras evidenciando
certo grau de enegrecimento que denominamos de Densidade. Matematicamente expressamos
a densidade como sendo logaritmo da razão entre a intensidade de luz visível que incide no
filme e a intensidade que é transmitida e visualmente observada.
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Na radiografia industrial, a medição da densidade radiográfica na área de interesse
da imagem deve ser realizada com uso de um densitômetro eletrônico. Este aparelho é um
instrumento de medição e, portanto, deve estar calibrado segundo uma norma ou por um
laboratório de calibração.
Algumas normas estabelecem que uma verificação do aparelho deva ser feita antes das
medições. Tal procedimento consiste em verificar as leituras do aparelho comparadas com
uma fita densitométrica padrão, calibrada com certificado rastreável a um organismo nacional
ou internacional reconhecido.
A densidade radiográfica aceitável na área de interesse é de 1,8 até 4,0 para
aparelhos de Raios-X e 2,0 até 4,0 para aparelhos de raios gama. A norma da Petrobras N-
1595 restringe esses valores a uma densidade máxima de 3,5.
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Velocidade
Antes de introduzirmos o conceito de velocidade é preciso definir o que entendemos
por exposição. É uma medida da quantidade de radiação que atinge um filme. Ela é
representada pelo produto da intensidade da radiação pelo tempo que o filme fica exposto.
É evidente, portanto, quanto maior a exposição a que submetemos um filme, maior a
densidade que esse filme atinge.
Submeteram-se dois filmes diferentes a uma mesma exposição, notaremos que a
densidade obtida nos dois filmes, será diferente. Ou seja, com uma mesma exposição, um
filme apresenta maior rapidez com que um filme atinge determinada densidade, quando
comparado com outro filme. Portanto, um filme rápido necessita de menor tempo de
exposição para atingir uma determinada densidade, que num outro filme, mais lento. Ou
ainda, se um filme rápido e um filme lento forem submetidos a uma exposição idêntica, o
filme rápido atingirá uma densidade maior.
A velocidade é uma característica própria de cada filme. Ela depende,
principalmente, do tamanho dos cristais de prata presentes na emulsão. Quanto maior o
tamanho dos cristais mais rápido é o filme. É claro que uma imagem formada por grãos de
grandes dimensões é mais grosseira, ou seja, menos nítida, que uma imagem formada por
grãos menores.
Portanto, quanto mais rápido o filme, menos nítida será a imagem formada por ele.
Os filmes de grande velocidade podem ser utilizados em radiografias de peças com
grandes espessuras que exigiria um tempo de exposição incompatível com a produtividade,
quando utilizado filmes mais lentos.
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Classificação dos Filmes Industriais
A grande variedade de condições e a heterogeneidade de materiais encontrados na
radiografia industrial levaram os fabricantes a produzir várias espécies de filmes. Uma
classificação dos filmes foi estabelecida pelo ASTM* E-1815-96, que identifica os tipos de
filmes pela velocidade de exposição e sensibilidade. A velocidade de exposição é função
logarítmica da dose de radiação necessária para que o filme atinja densidade óptica de 2,0. A
seguir descrevemos de forma simplificada os tipos de filme.
Tipos dos Filmes
Tipo 1 - Características: granulação ultrafina, alto contraste e qualidade. Deve ser
usados em ensaios de metais leves ou pesados, ou seções espessas, com radiação de alta
energia.
Tipo 2 - Características: Filme com granulação muito fina e com alta velocidade e
alto contraste quando utilizado em conjunto com telas intensificadoras de chumbo.
Tipo 3 - Características: Filme de granulação fina, com alto contraste e velocidade.
É o filme mais utilizado na indústria em razão do atendimento em qualidade e maior
produtividade
Tipo 4 - Características: Filme de granulação média, pouco utilizado na indústria.
Curva Característica dos Filmes Industriais
A curva característica de um filme, também chamada de curva sensitométrica ou
curva H e D (Hurter-Driffield) relaciona a exposição dada a um filme com a densidade
resultante.
Através das curvas características podemos comparar qualitativamente filmes
diferentes, e ainda estabelecer critérios para corrigir densidades obtidas para uma dada
exposição.
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As curvas são em geral fornecidas pelo fabricante do filme e são obtidas mediante as
exposições sucessivas do filme, tendo suas densidades medidas em cada exposição. Os
valores são postados num gráfico de densidades em função do logaritmo da exposição
relativa.
Observe que mesmo sem exposição alguma o filme apresenta certa densidade de
fundo denominado “Véu de Fundo”, (base azul) próprio do filme, podendo aumentar caso o
filme estiver guardado em condições irregulares, tais como na presença de níveis baixos de
radiação ou calor excessivo.
Curva característica de filmes radiográficos Kodak.
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Exemplo de aplicação
Suponhamos que uma densidade radiográfica D = 1,8 num filme Kodak AA-400 o
filme não foi aceito e, portanto se deseja aumentar a densidade para D = 2,3. Qual será o novo
tempo de exposição?
Temos que: Usando o gráfico abaixo, na curva do filme Kodak AA-400
Neste caso devemos aumentar 1,25 vezes o tempo de exposição para alcançarmos a
densidade 2,3 no mesmo filme considerado.
Qualidade da Imagem Radiográfica
A qualidade da imagem radiográfica está associada a alguns parâmetros importantes
ligados a características do filme radiográfico e da fonte de radiação utilizada, e é um fator
para aceitação ou rejeição da radiografia.
Contraste
Para que se forme uma imagem no filme é necessário que ocorram variações na
densidade ao longo do mesmo. Em outras palavras, uma imagem é formada a partir de áreas
claras e escuras. A diferença de densidades entre duas regiões adjacentes no filme é
denominada de Contraste. Por exemplo, se medirmos a densidade de duas áreas adjacentes no
filme e encontrarmos os valores.
D1 = 2,2 e D2 = 1,8, o contraste será dado pela diferença entre D2 e D1, e, portanto de 0,4.
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O contraste pode também ser entendido como sendo a capacidade do filme detectar
intensidades e energias diferentes de radiação. Imagens com alto contraste permitem em geral
melhor qualidade e segurança na interpretação da radiografia.
Gradiente
Para avaliar o efeito da forma da curva característica do filme radiográfico, podemos
empregar outra grandeza denominada “Gradiente”. A gradiente de um filme é numericamente
igual à tangente em certo ponto de sua curva. Quando regiões da curva apresentam uma
gradiente maior que 1,0, o contraste é amplificado, da mesma forma, nas regiões em que a
gradiente é menor que 1,0 o contraste transmitido pela peça é diminuído.
Definição
Observando com detalhe a imagem formada no filme radiográfico, veremos que a
mudança de densidades de uma área a outra não se faz de maneira brusca. Por exemplo, a
imagem de um objeto apresenta um pequeno halo que acompanha as bordas da mesma, com
uma densidade intermediária entre a densidade da imagem e a de fundo. Quanto mais estreita
for esta faixa de transição a definição será melhor.
Processamento do Filme Radiográfico
O processamento manual atualmente esta em desuso, devido à otimização, rapidez e
economia no processo automático.
Processamento Automático
Este sistema de processamento químico e mecânico é utilizado quando há grande
volume de trabalho, pois só assim torna-se econômico. O processamento é inteiramente
automático sendo que o manuseio só é utilizado para carregamento e descarregamento de
filmes. O ciclo de processamento é inferior a 15 minutos. Quando adequadamente mantido e
operado, este equipamento produz radiografia de alta qualidade.
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A alta velocidade de processamento torna-se possível pelo uso de soluções químicas
especiais, contínua agitação dos filmes, manutenção da temperatura das soluções e secagem
por jatos de ar aquecido.
Telas de chumbo
As telas de chumbo também chamados de telas intensificadoras possuem como
finalidade diminuir o tempo de exposição em ensaios radiográficos industriais, usam-se finas
folhas de metal (geralmente chumbo) com intensificadoras da radiação primária emitida pela
fonte. O fator de intensificação, além de ser função da natureza e da espessura da tela,
depende do contato efetivo entre elas e o filme.
As telas intensificadoras de chumbo geralmente são coladas sobre cartolina com
espessura da ordem de 100 gramas por centímetro quadrado. Essa cartolina deve ter espessura
constante para evitar que qualquer falta de homogeneidade prejudique a qualidade da
radiografia.
A tela intensificadora de chumbo precisa ter uma espessura ideal para determinada
energia da radiação incidente, pois, caso contrário, a eficiência dela será reduzida. Em geral a
espessura de chumbo é da ordem de 0, 005 pol. (0,127 mm) para a tela dianteira e de 0,010
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pol. (0,254 mm) para a tela traseira. A tela traseira tem a função de absorver a radiação
retroespalhada no ambiente da instalação radiográfica
A atenuação da intensidade da radiação primária em uma tela intensificadora de
chumbo será insignificante, desde que esta tela tenha a espessura ideal que deve ser igual ao
alcance dos elétrons emitidos pela folha de chumbo. Os elétrons que são emitidos por uma
face devem atingir a face oposta e conseqüentemente o filme produzindo ionização adicional
na emulsão fotográfica. Quando se aumenta a espessura da tela de chumbo, a radiação
primária e os elétrons emitidos pela face oposta dessa tela sofrem atenuação, e em
conseqüência o fator de intensificação diminui.
O grau de intensificação das telas de chumbo depende da natureza e espessura do
material a ensaiar, da qualidade da fonte emissora de radiação e do tipo de filme usado.
As funções das telas intensificadoras de chumbo em radiografia industrial devem ser
as seguintes:
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• gerar elétrons por efeito fotoelétrico ou Compton, produzindo fluxo adicional de
radiação e diminuindo o tempo de exposição;
• absorver ou filtrar a radiação secundária espalhada que pode atingir o filme
radiográfico, borrando a imagem e empobrecendo a definição.
Outras telas fabricadas em outros materiais também podem ser utilizadas, como por
exemplo, telas de cobre para uso com fontes de Cobalto-60.
Os Chassis Industriais
O chassis para armazenar o filme para a exposição é fabricado na forma de um
envelope plástico duplo reforçado, flexível para acompanhar a curvatura ou irregularidades da
peça a ser inspecionada. O tamanho padrão é igual aos dos filmes.
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Dentro do chassis é inserido as telas intensificadoras de imagem e no meio o filme.
O chassis é fechado com fita adesiva para evitar a entrada de luz.
Controle da Sensibilidade Radiográfica
Indicadores da Qualidade da Imagem - IQI's (Penetrâmetros)
Para que possamos julgar a qualidade da imagem de certa radiografia são
empregadas pequenas peças chamadas Indicadores de Qualidade de Imagem (IQI), e que são
colocadas sobre o objeto radiografado (ver pág. 65). Os IQI's são também chamados como
“Penetra metros”. O tipo ou norma de fabricação do IQI deve ser aquela que o projeto de
construção do equipamento a ser radiografado requerer ou mesmo especificações contratuais.
O IQI é uma pequena peça construída com um material radiograficamente similar ao
material da peça ensaiada, com uma forma geometricamente simples e que contem algumas
variações de forma bem definidas tais como furos ou entalhes.
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IQI ASME e ASTM tipo Furos
Os IQI’s americanos mais comuns consistem em uma fina placa de metal contendo
três furos com diâmetros calibrados. Os IQI's adotados pelas Normas ASME, Sec. V SE-1025
ou ASTM E-1025, possuem três furos cujos diâmetros são 4T, 2T, e 1T, onde “T”
corresponde à espessura do IQI. Nesses IQI's, a sensibilidade radiográfica é igual a 2 % da
espessura da peça a ser radiografada.
Para avaliar a técnica radiográfica empregada, faz-se a leitura do menor furo, que é
visto na radiografia. As classes de inspeção mais rigorosas são aquelas que requerem a
visualização do menor furo do IQI. Dessa forma, é possível se determinar o nível de inspeção,
ou seja, o nível mínimo de qualidade especificado para o ensaio.
O nível de inspeção é indicado por dois números em que o primeiro representa a
espessura percentual do IQI e o segundo o diâmetro do furo que deverá ser visível na
radiografia.
Os níveis comuns de qualidade são os seguintes:
• Nível 2 - 2T - o furo 2T de um IQI de 2 % da espessura do objeto deve ser visível.
• Nível 2 - 4T - o furo de 4T de um IQI de 2 % da espessura do objeto deve ser visível.
• Nível 1- 1T - o furo 1T de um IQI de 1 % da espessura do objeto deve ser visível
(sensibilidade 1 %).
• Nível 1- 2T - o furo 2T de um IQI de 1 % da espessura do objeto deve ser visível
(sensibilidade 1 %).
• Nível 4- 2T - o furo 2T de um IQI de 4 % da espessura do objeto deve ser visível
(sensibilidade 4 %).
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Digitalização de Filmes Radiográficos
Outro método existente para radiografia digital é a obtenção da imagem pelo
escaneamento do filme radiográfico, usando um scanner especial de alta resolução. A
vantagem desta técnica é passar para o computador a imagem do filme e através do programa,
poder ampliar e estudar indicações de descontinuidades presentes na área de interesse. O
arquivamento em meio eletrônico também traz vantagens.
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Telas fluorescentes
Écrans fluorescentes ou também chamados telas intensificadoras fluorescentes são
usadas para reduzir consideravelmente, o tempo de exposição em radiografias industriais.
Constam, fundamentalmente, de fina folha de cartolina impregnada de minúsculos grãos de
sais (usualmente o tungstato de cálcio) os quais, sob a ação da radiação incidente, emitem luz
fluorescentes para o qual o filme radiográfico é sensível.
Estas telas fluorescentes causam um empobrecimento da definição radiográfica e,
portanto, não devem ser usadas.
Por essas razões acima expostas, as telas fluorescentes somente são utilizadas em
sistemas de radioscopia ou como um sistema de identificação do filme radiográfico.
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Referencias Bibliograficas
Código ASME Sec. V e VIII Div.1 e 2 , "American Society of Mechanical Engineer, New York,
Ed.2007 Ad. 08
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BRITO, Ricardo R. Azevedo e Outros; "Guia Prático em Segurança Radiológica para contratação de
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Agradecimentos
Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial ao Professor Marciel
Pereira que participou da revisão desta apostila.