Download docx - Norma Juridica

Transcript

http://www.portalcarreirajuridica.com.br/noticias/erro-de-subsuncaoPor Rogrio Sanches CunhaSem previso legal, o erro de subsuno ocorre quando o agente decifra equivocadamente o sentido jurdico do seu comportamento. Explicam Luiz Flvio Gomes e Antonio Molina: Erro de tipo e erro de subsuno: neste ltimo caso, que retrata uma situao jurdica penalmente irrelevante, o erro do agente recai sobre conceitos jurdicos, ou seja, sobre a compreenso do sentido jurdico de um requisito (normativo) previsto no tipo legal. No erro de subsuno h, portanto, uma valorao jurdica equivocada, isto , uma interpretao jurdica errnea do que est contido no tipo. O erro de subsuno no afasta a responsabilidade penal do agente. No se confunde com erro de tipo, pois no h falsa percepo da realidade. Tambm no se confunde com erro de proibio, vez que o agente sabe da ilicitude do seu comportamento.So exemplos de erro de subsuno: (A) o agente A pratica a falsifcao de um cheque. Ao ser interrogado, alega que ignorava que o cheque documento equiparado a documento pblico; (B) o jurado solicita vantagem indevida ignorando a sua condio de funcionrio pblico.Esta espcie de erro, como alertado, no exclui dolo, tampouco a culpa do agente. Tambm no o isenta de pena.Juarez Cirino dos Santos explica o porqu da responsabilizao deste erro:O cidado comum no pode conhecer todos os conceitos jurdicos, empregados pelo legislador; contudo, mediante a chamada valorao paralela na esfera do leigo pode esse cidado identifcar os signifcados subjacentes aos conceitos jurdicos, porque integrantes da cultura comum que orienta as decises da vida diria, como ocorre em relao ao conceito de documento.Embora no haja iseno da pena, conforme a situao pode incidir a atenuante genrica do artigo 66 do Cdigo Penal. Assim, nos exemplos anteriormente reproduzidos, o agente A responder por falsifcao de documento pblico (art. 297, CP) e o jurado responder pelo crime de corrupo passiva (art. 317, CP), com atenuante de pena.Trecho retirado do meu livro Manual de Direito Penal (parte geral)------------------------------------------------------------------------------------------------------Autor: Rafael Martins Instituio: So Francisco-USP Teoria da Norma Jurdica CAPITULO I O DIREITO COMO REGRA DE CONDUTA UM MUNDO DE NORMASO direito considerado um conjunto de normas, ou regras de conduta.Observando a histria podemos concluir a evoluo do sistema normativo e das regras de conduta, que podem ser religiosas, morais, jurdicas, sociais, mas que tem como uma das suasfunes caracterizar uma dada sociedade.VARIEDADE E MULTIPLICIDADE DAS NORMASAs regras de conduta no so apenas normativas, h regras morais, sociais, costumeiras, etc, alm dos diversos tipos de regras de conduta, tambm h formao de regras de condutas especfcas criadas para um determinadogrupo, como no caso dos scios de um determinado clube, apesar das diversidades e variedades dessas regras, todas tem em comum a fnalidade de dirigir as aes dos grupos e indivduos rumo a um determinado objetivo.O DIREITO COMO INSTITUIOH teorias diferentes da normativa como a teoria do direito como instituio e a teoria do direito como relao.Na primeira, o conceito de direito deve conter elementos essenciais que so o retorno ao conceito de sociedade, em segundo lugar, o direito deve conter a idia de ordem social, estaordem social tem que englobar as normas que disciplinam as relaes sociais e ultrapassa-las, isto , tem que disciplinar de forma estruturada e organizada, para que isto se refita na sociedade como um todo. Em sntese, existe direito quando h uma organizao de uma sociedade. A institucionalizao de um grupo, acontecem quando ele cria sua prpria organizao.O PLURALISMO JURDICO Acontece quando h mais de um ordenamento jurdico, isto , umdireito alm do direito Estatal. Para a teoria institucionalista, qualquer associao desde que organizada, um ordenamento jurdico. Essa forma de ver o ordenamento jurdico uma reao ao estatalismo, que defende o Estado como nica forma de direito. OBSERVAES CRTICAS A teoria da instituio acredita demolir a teoria estatalista do direito atravs do combate a teoria normativa, o que caracteriza um erro de alvo, pois as duas seguem linhas de princpios diferentes. Outro fato relevante que a teoria da instituio defende que "antes de ser norma", o direito " organizao", o que falso, pois no existe organizao sem norma, escrita ou oral,atravs da regra que se distribui a tarefa e se regula as atitudes, o que leva a organizao.O DIREITO A RELAO INTERSUBJETIVA?Segundo os institucionalistas surge a relao jurdica, o direito, necessrio que a relao, entre dois indivduos, esteja inserida em uma srie mais vasta e complexa de relaes constituintes, isto , a instituio.Defendem a ideia do direito como produto da sociedade em seu complexo, no do indivduo e nem sendo grupo de indivduos, mas sim da sociedade como algo distinto, ou melhor, independente do indivduo.Kant ressalta outro aspecto, para ele, s h relao jurdica entre dois sujeitos, onde ambos tenham direitos e deveres, isto implica, no direito de um gerar a obrigao ou o dever dooutro, exemplo, se um tem o poder de executar uma certa ao, o outro tem o dever de no impedi-la. EXAME DE UMA TEORIAAlessandro Levi, autor do livro "Teoria Geral do Direito", entende como relao intersubjetiva, o fato de um titular de direito, que implicara em uma ou mais obrigaes a um oumais indivduos.OBSERVAES CRTICASRelao intersubjetiva tem como caractersticas: sujeito ativo: o titular da maior quantidade de direitos.sujeito passivo : o titular da maior quantidade de obrigaes e deveres.Objeto : razoda relao jurdica.Vnculo de atributividade: ligao entre os sujeitos, exemplo, contrato. Relao Jurdica aquela que qualquer que seja o seu contedo, tomada em considerao por uma norma jurdica, que pertence a um ordenamento jurdico.Qualquer relao pode se tornar jurdica desde que seja regulada por uma norma pertencente a um sistema jurdico.A concluso que se deve ter que a teoria da instituio e da relao, no excluem a teoria normativa e sim o contrrio, tem os princpios da mesma inclusos em suas ideias.CAPITULO IIJUSTIA, VALIDADE E EFICCIATRS CRITRIOS DE VALORAO Para se decidir se uma norma vlida necessrio:1) averiguar se a autoridade de quem ela emanou tinha o poder legitimo para emanar normas jurdicas.2)averiguar se no foi ab-rogada.3) averiguar se no incompatvel com outras normas do sistema.Suponhamos uma Constituio que consagre o direito vida, mas no vede expressamente a pena de morte. Se o legislador, ao elaborar o Cdigo Penal, estabelecer a pena capital para os casos mais graves de homicdio, ser discutvel a violao da disposio constitucional. Uma condenao morte priva a pessoa sobre quem ela recai do direito vida, constitucionalmente garantido; todavia, a pena s existe para,dada sua gravidade, evitar homicdio, garantindo o mesmo direito. Ento, h afronta ou defesa do contedo da norma superior?OS TRS CRITRIOS SO INDEPENDENTESEstes trs critrios de valorao de uma norma so independentes um do outro.Uma norma pode ser justa sem ser vlida;Uma norma pode ser vlida sem ser justa;Uma norma pode ser vlida sem ser efcaz;Uma norma pode ser efcaz sem ser vlida;Uma norma pode ser justa sem ser efcaz;Uma norma pode ser efcaz sem ser justa.POSSVEIS CONFUSES ENTRE OS TRS CRITRIOSPara solucionar possveis confuses entre os trs critrios se faz necessrio compreender a experincia jurdica nos seus vrios aspectos, considerando que ela faz parte da experincia humana, cujos elementos constitutivos so: idias de justia a realizar, instituies normativas para realiz-los e as aes do homem frente queles ideais e a estas instituies. Partindo dessa concepo podemos,ento, organizar melhor a vida do homem em sociedade.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxhttp://jus.com.br/artigos/10388/hierarquia-normativa-e-o-principio-da-norma-mais-favoravel-no-direito-trabalhistaValidade da norma e a soluo de antinomiaAntinomia a contradio entre duas normas jurdicas. Quando uma norma autoriza determinada conduta e uma outra a veda, verifca-se a antinomia, isto , a incoerncia entre dois dispositivos de Direito. Por defnio, para a Cincia Jurdica, antinomia a discordncia entre duas normas vlidas.Para que haja real incompatibilidade entre duas normas ser preciso que:a)Ambas as normas sejam jurdicas [...].b)Ambas sejam vigentes e pertencentes a um mesmo ordenamento jurdico [...].c)Ambas devem emanar de autoridades competentes num mesmo mbito normativo, prescrevendo ordens ao mesmo sujeito.d)Ambas devem ter operadores opostos (uma permite, outra obriga) e os seus contedos (atos e omisses) devem ser a negao interna um do outro [...].e)O sujeito, a quem se dirigem as normas confitantes, deve fcar numa posio insustentvel (DINIZ, 1998, p. 21).A comparao entre uma norma vigente e outra revogada, por exemplo, no importa Dogmtica Jurdica. Importa Histria do Direito ou Axiologia Jurdica, mas ser improvvel que alguma discusso seja suscitada em um Tribunal quando os trs plos da relao processual concordam que se confronta uma norma vlida e outra revogada.A antinomia um ponto de defcincia do ordenamento que traz insegurana jurdica s pessoas submetidas aos seus comandos. Toda norma jurdica se dirige pelo menos a dois indivduos simultaneamente. A norma no estabelece uma conduta isolada; ela dinmica, pois disciplina as relaes entre sujeitos. "A relao jurdica no toca apenas a um sujeito isoladamente, nem ao outro, mesmo que se trate do Estado, mas sim ao nexo de polaridade e de implicao dos dois sujeitos" (REALE, 2002a, p. 691).Uma sentena pode condenar uma das partes, reconhecendo o direito da outra ou homologar um acordo: em ambos os casos, as duas partes esto envolvidas num nexo de obrigao e direito; o contrato estabelece obrigaes e direitos de uma parte outra; os direitos dos cidados previstos na Constituio, quando no exigem uma ao proativa do Estado, no mnimo estabelecem a toda coletividade a obrigao de respeitar-lhes.Exatamente porque o Direito se direciona a mais de uma pessoa, a antinomia estabelece insegurana nas relaes jurdicas. Se uma lei, por exemplo, permitir aos indivduos o uso livre de um parque pblico, mas um regulamento exigir que a polcia reprima o uso daquele mesmo espao, como as pessoas podero gozar livremente de seu direito legalmente previsto? Se ambas as normas fossem vlidas, como adequar o livre uso e a represso policial, que limita a liberdade. Quem age segundo o Direito? O funcionrio pblico que, obedecendo ao seu regulamento, viola a lei ou o cidado que, exercendo seu direito, desafa a autoridade pblica?Destarte, duas normas jurdicas discordantes no podem prevalecer com a mesma validade dentro de um mesmo ordenamento jurdico. Se o mesmo ordenamento previsse direitos incompatveis a pessoas diferentes, os cidados entrariam em confito na exigncia de seus direitos e ambos estariam resguardados por normas igualmente vlidas. Se, independente das antinomias, os tribunais esto sempre cheios de confitos, admiti-las no mundo jurdico seria abrir as portas do Direito para o caos.Para a soluo de antinomias, Maria Helena Diniz aponta trs critrios: o hierrquico, o cronolgico e o de especialidade (1998, p. 34). Note-se que os critrios apontados so exatamente as regras do ordenamento que determinam a validade.Por exemplo, uma norma presente talvez em todo ordenamento jurdico (pelo menos intrinsecamente) determina que a norma mais nova revogue a mais antiga: o critrio cronolgico. Assim, se duas normas confitam, prevalece a mais jovem, pois a anterior perdeu sua validade: a revogao tcita j apresentada acima. Da mesma forma, a especifcidade danorma, a revogao expressa, a incompetncia do normatizador etc. so meios de defnir qual a norma deve prevalecer em caso de antinomia. O ordenamento jurdico, ao estabelecer suas regras de validade, indiretamente, cria a soluo para seus confitos internos. Exatamente porque duas normas incompatveis e vlidas no podem conviver, o ordenamento estabelece meios de retirar a validade a uma das duas.Uma regra relevante para soluo de antinomias a hierarquia normativa. Uma norma, se confitante formal ou materialmente com outra que lhe superior, ser invlida. Porque invlida,no compor o ordenamento jurdico, eliminando-se assim a antinomia. A lei inconstitucional ouo contrato ilegal, em princpio, seriam origem de uma antinomia. Mas se so invlidos, no h que se falar em confito, no h antinomia a perturbar o bom funcionamento do Direito.Por isso, em termos meramente tericos, abstraindo-se o Direito da realidade cotidiana, as antinomias no existem de fato. Se o prprio ordenamento jurdico subtrai a validade de uma das duas normas confitantes, estamos diante do confito entre uma norma jurdica e um texto qualquer sem valor nenhum dentro do sistema. Ante o confito, por meio das regras de validade, qualquer um poderia saber qual a norma adequada. Teoricamente a norma invlida uma no-norma, no tem vida jurdica. No h, pois, confito entre vivos e mortos.Porm, no mundo de verdade, existem fantasmas jurdicos. O confito de normas no algo toevidente que seja aferido uniformemente por todas as pessoas. Mais acima trouxemos o exemplo de uma lei que preveja a pena de morte para homicidas em um Estado em que a Constituio defenda a vida, mas no vede expressamente aquela condenao. Poderiam particulares armar-se e resgatar um condenado morte antes de sua execuo, baseando-se na inconstitucionalidade da lei? Seria permitido a qualquer pessoa, por conta prpria, violar um contrato, por cr-lo ilegal, sem que o outro contratante pudesse fazer nada?Assim como admitir a existncia de antinomia traria a desordem para o sistema jurdico, permitir a qualquer pessoa a violao da norma, por reput-la invlida, desorganizaria qualquersociedade. Bastos, falando do confito entre leis e Constituies, retrata o desalinho a que se chegaria:Ao conferir a qualquer um a competncia de declarar uma lei inconstitucional, como escusa para seu descumprimento, chegaramos ao absurdo de ver o Executivo deixar de cobrar tributos, de efetuar prises, de interditar estabelecimentos, toda vez que reputasse a lei como contrria Constituio. Assistiramos, por outro lado, ao particular resistir a balas ordem de priso emanada de uma autoridade, derrubar obstculos ao trnsito em certas vias etc., toda vez, tambm, em que, segundo seus critrios subjetivos, as medidas de poder pblico estivessem escoradas em leis inexistentes, por ferirem a Constituio, embora emanadas do Poder criado pela Constituio com o fm de fazer normas de direito (2002, p. 629).Por este motivo, as normas jurdicas gozam de presuno de validade quando atendem a requisitos mnimos. Quando a norma emanada pelo poder aparentemente competente, por meio do procedimento aparentemente correto, presumivelmente ela valida. Assim, a lei que provm do Legislativo tem presuno de vigncia, os atos administrativos tm presuno de legitimidade ou veracidade, as sentenas transitadas em julgado tm presuno de validade. Assim, para que a norma seja obrigatria, imponvel, origem de coero, no preciso que ela atenda, em princpio, a todos os requisitos de validade.Mas como compatibilizar a segurana jurdica, que no possvel sem obedincia s normas de validade, com a adequada imposio da ordem social, que exige presuno de validade para toda norma jurdica? Kelsen responde a esta pergunta concedendo uma validade especial norma jurdica que transgride as regras de vigncia. "A Constituio no s admite a validadeda lei conforme a Constituio, como tambm, em certo sentido, a validade da lei inconstitucional, pois deste modo no se poderia falar da validade desta ltima" (KELSEN, 2003, p. 110).Assim, norma que atenda a requisitos mnimos, o prprio sistema jurdico concede validade especial, at que o poder competente declare-a invlida. Neste sentido, a lei ser vlida at queo Tribunal Constitucional (ou qualquer outra instituio semelhante) declare-a inconstitucional. Os atos administrativos vigem at sua anulao pelo Poder Judicirio ou pela prpria Administrao. A legalidade dos contratos deve ser questionada judicialmente. A sentena transitada em julgado poder ser logo executada, at sua resciso ou reviso. Por isso, a norma que afronta as regras de validade no uma no-norma. Ela uma norma vlida, componente do sistema jurdico, mas passvel de invalidao.Neste sentido, h normas que podem violar as regras de validade, mas continuar existindo no ordenamento jurdico at a exausto de seus comandos. Se um acordo ilegal, por exemplo, um contrato de trabalho em que o salrio do empregado seja inferior ao mnimo legal, for cumprido por seus contratantes, sem que nenhum deles o questione judicialmente, ele ter sido uma norma vlida, que perpetrou seus objetivos, muito embora afrontasse uma norma hierarquicamente superior. Da mesma forma, uma sentena que no mais passvel de resciso, por mais que seu contedo ofenda aos princpios constitucionais, far parte eternamente do ordenamento jurdico, por fora da coisa julgada, que lhe garante validade perptua.Mas esta caracterstica de validade especial permanente mais comum em normas mais concretas e menos abrangentes. A sentena e o contrato, porque se aplicam apenas s partes,se inconstitucionais ou ilegais, prejudicaro apenas os envolvidos, o que no ameaa a segurana jurdica do sistema como um todo. Ademais, eles se exaurem com seu cumprimento, cessando, assim, a produo de efeitos que afrontam regras de validade.J as normas mais genricas, como leis, emendas constitucionais ou atos administrativos, em geral, so sempre passveis de invalidao, j que atingem um nmero maior de destinatrios eseus efeitos no se exaurem at que haja revogao por outra norma. Caso contrrio, no haveria nem necessidade de regras de validade, vez que no seria possvel desfazer a ao indevida do normatizador. Mas tambm no haveria necessidade de Direito, pois a segurana jurdica seria apenas uma teoria.Em sntese, a antinomia uma defcincia real do Direito, pois mesmo as normas que desafamas regras de vigncia possuem validade, ou seja, tm parte juridicamente admitida dentro do arcabouo legislativo estatal. Todavia, a fm de resguardar a segurana jurdica, cuja existncia padece diante do confito de normas, o ordenamento determina meios para fulminao da validade especial concedida s normas que desafam as regras de vigncia. Desta forma, garante-se a ordem social, pois se impede que qualquer pessoa desobedea ao Direito por conta prpria, e ainda se preserva a segurana jurdica, vez que se cria meio para eliminao de antinomias.http://jus.com.br/artigos/10388/hierarquia-normativa-e-o-principio-da-norma-mais-favoravel-no-direito-trabalhista#ixzz3aANKSnnMHierarquia normativa como pressuposto do Estado de DireitoUm ltimo ponto a ser destacado sobre a hierarquia da norma que a soluo de antinomias uma conseqncia destas regras de vigncia e no sua origem. O sistema interno do ordenamento que estrutura os dispositivos jurdicos no existe apenas com objetivo de por termo ao confito de duas normas contraditrias. At mesmo porque, no nvel puro da teoria, estes confitos sequer existem. certo que a soluo de antinomias se d por meio de regras internas do ordenamento jurdico. Todavia, essas normas, inclusive as de hierarquia, servem para a soluo de antinomias, porm no existem porque h antinomias. As principais regras hierrquicas se originam em razes que se confundem com os fundamentos da existncia do prprio Estado deDireito. Evidentemente, todo ordenamento jurdico pode criar regras com o nico objetivo de solucionar confitos de normas; todavia, as principais regras hierrquicas vm de motivos mais profundos e essenciais ao sistema jurdico.A hierarquia jurdica advm basicamente da organizao do Estado de Direito, em sua concepo moderna e contempornea. O escalonamento de normas existe primeiramente por causa da supremacia do Estado, enquanto principal ente da organizao poltica, sobre os particulares. Adicionalmente, o conceito de diviso de funes do Estado, isto , a idia de freios e contrapesos do poder, que foi estruturada no pensamento de Montesquieu, tambm resulta na existncia das regras de hierarquia. Enfm, a graduao dos preceitos jurdicos vem da supremacia da Constituio em relao legislao e aos rgos de poder do Estado.Desde o incio da Idade Moderna, quando se frmaram os primeiros Estados, entes com a forma que (com algumas modifcaes) ainda se impe na poltica das sociedades contemporneas, a possibilidade de normatizar o comportamento social foi monopolizada por estas pessoas. O Estado passou a ser a nica fonte legtima da fora, detentor do poder, sobre o qual reclama exclusividade. Desde os primeiros Estados absolutistas at as democracias ou os Estados teocrticos contemporneos, nas mais diversas formas de enxerg-los, apoi-los oucritic-los, os Estados so tidos como os principais centros polticos, impondo comportamentos sobre a sociedade.No se pretende negar as diversas funes que outras instituies, como empresas, associaes ou ONGs, desempenham na sociedade, exercendo, em sua medida, alguma forma de poder; no se pretende tambm justifcar a supremacia estatal; nem sequer se pretende discutir como se forma ou como se materializa o poder dentro da complexa estrutura social e estatal. Mas foroso constatar que a partir do sculo XVI, em diferentes momentos, aestrutura poltica nas diversas partes do mundo chegou centralizao poltica no Estado, "concentrao do poder numa nica pessoa. esta caracterstica a principal nota formadora doEstado moderno" (BASTOS, 2002, p. 6).A implicao imediata desta sobreposio de poder do Estado sobre as demais pessoas que as normas emanadas por aquele ente tm preponderncia sobre todas as outras. A supremaciaestatal defne a base da pirmide hierrquica normativa: as disposies jurdicas originrias dosparticulares esto abaixo de todas as normas estatais. Assim, um contrato, uma petio junto administrao ou um ato processual da parte so normas e atos jurdicos submetidos s normas estatais, porque estas so hierarquicamente superiores.A liberdade contratual, isto , o poder de normatizar direitos e obrigaes no proibidas no subverte a submisso das normas particulares s estatais. At mesmo porque h liberdade contratual quando e na forma que previr as normas do Estado. Assim, a primeira origem da hierarquia normativa est na prpria existncia do Estado moderno.Outro fator relevante na formao da hierarquia normativa a diviso das funes bsicas do Estado: normatizao, administrao e julgamento. Admitido o Estado como principal centro poltico e monopolizador da fora, mas na busca de dar-lhe confgurao que afaste abusos de poder por parte daqueles que esto em seu controle, Montesquieu idealizou a diviso das funes precpuas da mquina estatal. Assim, porque est dividido, o poder controla o poder: o sistema de freios e contrapesos que originou a diviso dos rgos Legislativo, Executivo e Judicirio.Quando se rene na mesma pessoa, ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo e o poder executivo, no existe liberdade; porque pode-se temer que o prprio monarca, ou o prprio senado, faa leis tirnicas, para execut-las tiranicamente.Tambm no existe liberdade, se o poder de julgar no estiver separado do poder legislativo e do poder executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidados seria arbitrrio: pois o juiz seria o legislador. Se estivesse unida (sic) ao poder executivo, o juiz poderia ter a fora de um opressor.Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercesse esses trs poderes: o de fazer leis, o de executar as resolues pblicas, e o de julgar os crimes ou as pendncias entre particulares (MONTESQUIEU, 2002, p. 174).A base deste pensamento est na concepo de um Estado que seja soberano, mas que garanta a liberdade individual. O conceito parte do princpio de que ao Estado dada a exclusividade da fora em benefcio daqueles que esto sob seu domnio e no em favor dos que detm o controle estatal. Para que se evitem abusos e garanta-se, pois, o benefcio coletivo, o prprio poder do Estado usado para controlar os controladores do poder.Esta teoria, que remonta ao sculo XVIII, ainda amplamente aplicada nos Estados ocidentais contemporneos, muito embora j revista e aperfeioada por vrios pensadores desde ento. Oartigo 2 da Constituio Federal brasileira traz em destaque a adoo do sistema montesquieuniano de distribuio das funes estatais: "So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio" (BRASIL, 1998).Neste sentido, se preciso que o Executivo e o Judicirio estejam apartados do Legislativo, preciso que as normas emitidas por este poder estejam em grau superior ao das normas emitidas por aqueles. essencial que as normas vindas do rgo responsvel pela legislao submetam os rgos responsveis pela administrao e pelo julgamento. Se fosse possvel aos rgos do Estado executar as resolues pblicas ou julgar sem observncia das normas legislativas, para que serviriam estas normas? Se qualquer que fosse o rgo pudesse ignorar as normas do poder legislador, no haveria separao dos poderes.De pouco adiantaria a separao de funes se um decreto do Executivo pudesse desafar o contedo da lei. Estaria o Executivo, na verdade, legislando, quando esta no sua funo. Se o Judicirio passasse a julgar sistematicamente contra legem, pra que leis? E se assim o fzesse, no estaria este rgo legislando em cada julgamento? Estaria invadindo a funo que no lhe cabe e, pior ainda, legislando posteriormente ao confito e casualmente! Se isto no arbtrio e tirania, ser difcil saber o que .Estabelece-se, assim, o segundo nvel da pirmide hierrquica: no nvel mais baixo esto as normas privadas, em seguida, as normas estatais no originrias do Poder Legislativo. Por isso, os contratos podem ser modifcados por sentenas, mas estas no podem, pelo menos no sistematicamente, desafar a legislao. A hierarquia normativa surge, desta forma, em funo da soberania do Estado e da separao das funes estatais.Por fm, o terceiro principal elemento originador da hierarquia normativa a supremacia da Carta Magna do Estado. No momento da formao do Estado, as pessoas responsveis por sua organizao distribuem as competncias e organizam as bases sobre as quais ele ir funcionar. Estas pessoas podem ser uma Assemblia Constituinte, um corpo de nobres, um grupo revolucionrio ou mesmo um exrcito. Fato que este poder formador determinar como ser a constituio material do ente poltico nascente.Por vezes, esta organizao reduzida a termo, vindo a se tornar a Constituio deste Estado nascente. Evidentemente, que a existncia deste texto escrito no condio da formao do Estado. Mas, escritas ou no, haver normas que determinam como e quem exercer os poderes estatais. Sero defnidos os responsveis pela legislao, os incumbidos dos julgamentos, os que exercero a administrao, os que representaro o Estado perante a populao e perante outros Estados, os direitos e princpios mnimos a que este Estado pretende se submeter etc. Assim, a Lei Maior do Estado pode ser um nico texto legislativo, mas tambm podem ser textos distintos ou mesmo no ter existncia formal. Em qualquer das hipteses, porm, tcita ou expressamente, ser formada a Constituio do Estado.A doutrina jurdica faz distino entre Constituio em sentido formal e em sentido substancial. Na primeira acepo, a Lei Maior seria necessariamente um texto positivo, com hierarquia superior s demais disposies legislativas: o que se denomina Constituio Formal. No outro sentido, seria a norma expressa ou tcita que organiza, que constitui o Estado: a Constituio Substancial. Neste ponto se encontram duas formas de hierarquia, uma que se origina dentro do prprio ordenamento jurdico e outra que vem da organizao do Estado.A Constituio Formal, por vezes, determina que alguns de seus dispositivos ou todos eles so imutveis ou s podem ser alterados por meio de um processo legislativo especial. Com isso, ela estabelece a hierarquia entre seu prprio texto e as demais normas: se a lei comum no pode modifcar a Carta Magna, logicamente tambm no pode dispor de maneira que lhe seja contrria, o que seria o mesmo que modifc-la. A Constituio, por si mesma, se coloca em posio superior, obrigando as demais leis a obedecer-lhe. Esta uma regra que advm do prprio sistema jurdico. A Lei Maior cria a regra de auto-preservao, impondo-se sobre todas as demais normas do sistema.Exatamente porque regra derivada do sistema, portanto no possui fundamentao na prpria existncia do Estado, h sistemas jurdicos que no a adotam. A Dogmtica Jurdica chama as Constituies que no prevem esta regra de fexveis, pois o normatizador comum pode curv-la suas disposies. Como qualquer texto legislativo pode alterar a Lei Maior, no h hierarquia. Precisamente porque esta uma regra derivada do prprio sistema, adot-la ou no uma opo do Constituinte.Diferente a hierarquia estabelecida por qualquer que seja a Lei Maior, fexvel ou no, em relao s normas que constituem o Estado. As regras que organizam o Estado, isto , distribuem os poderes e funes que o Estado exerce na sociedade e regram o processo legislativo, possuem hierarquia superior a todas as demais normas, exatamente porque formameste ente poltico. Se a legislao inferior lhe modifcar, estar na verdade alterando a prpria personalidade do Estado, extinguindo o sistema jurdico antigo e colocando outro em seu lugar. Mesmo que o Estado novo possua a mesma denominao, populao e territrio do antigo, suaorganizao jurdica toda ser outra, como um outro Estado.Se, por exemplo, uma lei extinguir o rgo julgador e acumular sua funo no rgo legislador, em outras palavras, se uma norma abolir o Judicirio e passar suas atribuies ao Legislativo, todo o sistema jurdico sofrer alterao. As sentenas, que at ento eram normas vlidas, estaro fragilizadas. As ordens judicirias para represso das inconstitucionalidades do legislador no existiro mais. O sistema jurdico todo padecer diante de tal alterao, dando lugar a um outro sistema jurdico, como se fosse um novo Estado.O mais comum na histria o rgo administrador usurpar as funes do legislador. Inmeros so os casos, em especial no Brasil, em que o Legislativo fechado pela fora de um exrcito eo Executivo lhe assume as funes. Neste contexto, a hierarquia entre normas do legislador e outras normas estatais perde sentido, porque se fulminou todo o sistema jurdico. Aqui, porque se violou as normas constituintes do Estado, porque se desobedeceu hierarquia bsica de superioridade da norma Constitucional sobre os demais atos, porque fora se deu juridicidadea um ato que no cabia no sistema jurdico, rompeu-se o prprio sistema, formou-se um novo Estado.Desta forma, a superioridade das normas constitucionais que estruturam o Estado, isto , a preponderncia das normas que formam o ente poltico condio de existncia deste ente, estejam elas escritas ou no. A violao desta hierarquia implica na extino do sistema jurdico e sua substituio por um novo. A hierarquia aqui no determinada pelo prprio sistema, como a prevista nas Constituies Formais, mas condio de existncia da organizao jurdica vigente: sem ela, o prprio sistema jurdico se torna invlido. A regra pressuposto do sistema e no resultado dele. A Constituio, em seu contedo essencial, sempre estar acima das demais normas; seno, o prprio sistema jurdico poder padecer.Assim, o ordenamento jurdico pode, entre as inmeras normas que possui, criar regras hierrquicas com o objetivo de solucionar antinomia. Todavia, h regras mnimas que no so meras exigncias formais, criadas pelo legislador ou impostas pela doutrina jurdica. Um mnimo da hierarquia pressuposto da existncia do Estado de Direito. A supremacia das normas pblicas sobre as privadas, a preponderncia das normas derivadas do rgo legislador sobre os dispositivos derivados dos outros rgo e a supremacia das normas que constituem o Estado sobre as normas comuns so condies da existncia do Estado de Direito. certo que estas normas servem soluo de antinomias, mas no este o motivo desua existncia. Sem elas, o prprio Estado de Direito tem sua validade comprometida. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxDIREITO NATURALDireito Natural o Direito que no posto por nenhuma autoridade humana, mas que nasce com o ser humano.Direito Natural ao contrrio do Direito positivo, no se exterioriza na lei, mas tambm o fundamento de toda a legislao. Ele se compe de princpios superiores imutveis, necessrios, iguais para todos e universais, que sempre e por toda parte existiram, inspiram olegislador ao elaborar o Direito positivo e valem como padro ao homem para julgar o Direito escrito.Poderia se dizer que a teoria do direito natural aquela que se considera capaz de estabelecer o que justo de modo universalmente vlido. Para Hobbes e Mandeville, a tendncia natural dohomem era o instinto utilitrio."(...) ao Direito natural nico, comum a todos os povos, se contrape tantos Direitos quantos so os povos os as naes".POSITIVISMO JURDICOPara uns, a justia a confrmao da validade, para outros, a validade a confrmao da justia. Chamamos esta doutrina de positivismo jurdico. O Direito pode ser vlido sem ser justo. O positivismo jurdico, enquanto teoria, baseia-se em seis concepes fundamentais, conforme menciona Bobbio:teoria coativa do direito; teoria legislativa do direito;teoria imperativa do direito;teoria da coerncia do ordenamento jurdico; teoria da completitude do ordenamento jurdico; teoria de interpretao lgica ou mecanicista do direito. As trs ltimas teorias receberam crticas fundadas, enquanto as primeiras permaneceram pouco alteradas, segundo o mesmo autor. Assim, explica que um ordenamento jurdico no necessariamente coerente, porque podem coexistir no mesmo ordenamento duas normas incompatveis e serem ambas vlidas.O REALISMO JURDICO Tanto os juristas quanto os positivistas pecam por abstrao, porque substituem o direito real pela aspirao justia.O Juz e o jurista devem imergir no estudo do direito vivente, que a sociedade em contnuo movimento permanentemente produz.Efccia da lei -Lei efcaz aquela que tem fora para realizar os efeitos sociais para os quais foi elaborada. Uma lei, entretanto, s tem essa fora quando est adequada s realidades sociais, ajustada s necessidades do grupo. S a ela penetra no mundo dos fatos econsegue domin-los. Efccia a adequao entre a norma e as suas fnalidades sociais. Em outras palavras, efcaz a norma que atinge os seus objetivos, que realiza as suas fnalidades, que atinge o alvo por que est ajustada ao fato. Uma Norma Jurdica efcaz seria aquela que realmente produziu os efeitos sociais os quais era esperado, sendo assim a efccia pressupes efetividade.CAPITULO III-AS PROPOSIES PRESCRITIVASUM PONTO DE VISTA FORMALO ponto de vista pelo qual nos propomos a estudar a norma jurdica, neste curso pode ser formal. formal no sentido quem que consideramos a norma jurdica independentemente do seu contedo.A NORMA COMO PROPOSIO- Do ponto de vista formal, que aqui elegemos uma norma uma proposio. Um cdigo, uma constituio, so um conjunto de proposies. Trata-se de saber qual o Status dessas proposies que compem um cdigo, uma constituio.FORMA E FUNES - H vrios tipos de proposies. Pode-se distingue-los com base em dois critrios, a forma gramatical e a funo. Com base na forma gramatical, as proposies se distinguem principalmente em declarativas, interrogativas, imperativas e exclamativas. IMPERATIVOS CATEGRICOS E IMPERATIVOS HIPOTTICOS -Uma outra distino que remonta a Kant, que tambm foi utilizada, para distinguir a moral do direito.Imperativos categricos so aqueles que prescrevem uma ao boa em si mesma, isto , uma ao boa em sentido absoluto, que deve ser cumprida incondicionalmente, ou com nenhum outro fm a no ser o seu cumprimento enquanto ao devida. OS CONSELHOS NO DIREITO - Ainda que a teoria do direito no tenha se dedicado muito ao problema da distino entre comandos e conselhos, esta distino tem considervel importncia em todos os ordenamentos jurdicos. COMANDOS E INSTANCIAS -H um outro tipo de proposio que embora entrem na categoria das prescries, se distinguem dos comandos propriamente ditos.A espcie das instancias pertencem s rezas, as splicas, as inovaes, as imploraes e pedidos.CAPITULO IV-AS PRESCRIES E O DIREITO O PROBLEMA DA IMPERATIVIDADE DO DIREITOQue as prescries que compem um ordenamento jurdico pertencem esfera de linguagem prescritiva, a velha doutrina, conhecida pelo nome de teoria da imperatividade do direito, ou das normas jurdicas com comandos (ou imperativos).IMPERATIVOS POSITIVOS E NEGATIVOS -Ou seja, em comandos de fazer e em comandos de no fazer (estes ltimos so chamados habitualmente de "proibies". COMANDOS E IMPERATIVOS IMPESSOAISAt agora a teoria imperativos, fossem do direito e a afrmao de que as normas jurdicas so comandos, prosseguiram para passo: inclusive at agora foi considerado como prprio da teoria imperativista a tese que as normas jurdicas so comandos.O DIREITO COMO NORMA TCNICAMesmo se sob o signo de uma particular acepo de "imperativos", segundo o qual o direito um conjunto de imperativos, chamava de normas tcnicas.OS DESTINATRIOS DA NORMA JURDICAVimos que no mbito dos defensores da teoria exclusiva, todas as normas jurdicas so imperativas.IMPERATIVOS E PERMISSESTeoria mista so aquelas que admitem que em todo ordenamento jurdico existem os imperativos, mas negam que todas as proposies que compem um sistema jurdico so imperativos ou reduzveis a imperativos.RELAO ENTRE IMPERATIVOS E PERMISSESAgora acrescentamos que onde no pressuposto um sistema de imperativos, a situao de permisso resulta da ausncia de norma, no sentido que permitido ou licito tudo aquilo que no proibido nem comandado.IMPERATIVOS E REGRAS FINAISAinda que ele no coloque a sua doutrina entre as doutrinas mistas, mas a denomine uma teoria integral da norma jurdica (Brunetti).IMPERATIVOS E JUIZO HIPOTTICOSTeorias negativas.Teorias que negam que as normas jurdicas sejam imperativos. A mais radical teoria que quis responder com crticos aos entusiasmos imperatistas de Thon.IMPERATIVOS E JUZOS DE VALOR a que defne as normas jurdicas, no como juzos hipotticos, mas como juzo de valor, ou juzos de valorao, ou, mais brevemente, valoraes. uma doutrina que foi e continuou sendo seguida sobretudo entre os juristas italianos.CAPTULO VAS PRESCRIES JURDICASEM BUSCA DE UM CRITRIOO fato de que as normas jurdicas pertenam, enquanto proposies, linguagem prescritiva, pode dar lugar a interessantes consideraes sobre a natureza, sua lgica e sua funo. Porm, no resolve o problema sobre o qual flsofos do direito e juristas tm se interrogado h tempos, em torno da diferena entre as normas jurdicas e outros tipos de normas. o problema colocado pelo autor neste captulo.Segundo Bobbio, no se resolve tal problema permanecendo-se nos limites de um estudo puramente formal das proposies normativas. Para que se pudesse resolve-lo, seria necessrio que as prescries jurdicas tivessem, enquanto prescries, uma caracterstica queas distinguisse de outros tipos de prescries, em outras palavras, que as preposies normativas pertencentes ao direito fossem diferentes de outras preposies normativas devido a uma caracterstica inerente sua natureza de prescries.Em suma, todas as doutrinas procuram.A tentativa de dar uma resposta ao problema da defnio do direito, defnindo uma espcie de prescrio, seja verdadeiramente uma tentativa destinada ao fracasso.DE ALGUNS CRITRIOSO critrio mais seguido sempre foi o de procurar individualizar o carter da norma jurdica atravs do seu contedo. Pertencem a esta categoria, teorias que afrmam como caracterstica da norma jurdica regular sempre uma relao intersubjetiva, isto , uma relao no entre umapessoa e uma coisa, nem entre uma pessoa e si mesma, mas entre uma pessoa e uma outra pessoa. Esta teoria se exprime tambm atribuindo norma jurdica o carter (eis um dos mais conhecidos "caracteres individuais" da norma jurdica) da bilateralidade, diversamente da norma moral, que seria unilateral. O carter da bilateralidade consistiria no seguinte: a norma jurdica institui ao mesmo tempo um direito a um sujeito e um dever a um outro; e a relao intersubjetiva, ao constituir o contedo tpico da norma jurdica, consistiria precisamente na relao de interdependncia entre um direito e um dever.Esta doutrina nasce de uma constatao de que no se pode desconhecer o fundamento emprico: vale dizer, o direito um regulamento das aes sociais dos homens, ou das aes do homem que vive em sociedade com os seus semelhantes.Desta critica, que revela uma insufcincia no critrio do contedo, nasce a exigncia de um novo critrio, o do fm. Com base nesse novo critrio, se responde que o direito regula sim, como as normas sociais, relaes intersubjetivas, mas no relaes intersubjetivas genricas, este fm no caso seria a conservao da sociedade.Da insufcincia do critrio do fm, somos impelidos, quase fatalmente ao critrio do sujeito que estabelece a forma. O critrio do fm insufciente porque o juzo sobre para que serve o fm (isto , a conservao da sociedade) varia de tempos em tempos, de lugar para lugar. Quem tem o poder soberano que decide, em cada sociedade, o que serve e o que no serve. essencial conservao da sociedade o que de acordo com o momento o poder soberano decide que seja essencial. E por isso, eis a concluso desta nova teoria: norma jurdica, segundo Bobbio, aquela que, independentemente da forma que assuma, do contedo que possua, do fm a que se proponha, estabelecida pelo poder soberano, ou seja, que no inferior a nenhum outro poder em uma determinada sociedade. Uma norma sempre a expresso do poder. tambm necessrio distinguir as decises segundo os ideais em que se inspiram, e ento sero jurdicas no todas as regras, mas somente as que inspiram determinados valores. Em geral, d-se ao supremo valor em que o direito se inspira, o nome de justia.Um outro grupo de teorias citado por Bobbio, o que caracteriza pelo fato de procurar a natureza especfca da norma jurdica no modo como acolhida pelo destinatrio, ou, em outros termos, na natureza da obrigao. Destinguem-se aqui, tradicionalmente, duas solues:a primeira, kantiana (expressada com maior clareza por Kant), aquela a qual a norma jurdica a que obedecida pelas vantagens que dela se possam tirar, e como tal se satisfaz com umamera adeso exterior (ao conforme o dever); a segunda leva a afrmar que est diante de uma norma jurdica somente quando aquele a quem ela se dirige est convencido da sua obrigatoriedade, e age como em estado de necessidade, enquanto normas jurdicas, como as sociais, so caracterizadas por um menor senso de dependncia do sujeito passivo frente a elas, por uma obrigao no incondicionada, mas condicionada livre escolha do fm.UM NOVO CRITRIO: A RESPOSTA VIOLAOIndicamos aqui, alguns critrios adotados para demarcar as normas jurdicas, assim ser possvel ter uma idia da complexidade do problema e da variedade das opinies. O que Bobbio quer expor : 1) os critrios citados no so exclusivos, mas antes integrativos uns com os outros. E, portanto, toda disputa sobre a superioridade de um ou outro estril; 2) tratando-se de dar uma defnio de norma jurdica, e no mais de descobrir a essncia do direito, cada um dos critrios no deve ser valorado como verdadeiro ou falso, mas como mais oportuno ou menos oportuno, segundo o contexto dos problemas em que nos encontramos ao dar aquela defnio, e as fnalidade a que nos propomos com a defnio.Se a ao no corresponde ao prescrita, afrma-se que a norma foi violada. violao, d-se o nome de ilcito. O ilcito consiste em uma ao quando a norma um imperativo negativo e em uma omisso quando a norma um imperativo positivo. No primeiro caso, afrma-se que a norma no foi observada, no segundo, que no foi executada.A ao que cumprida sobre a conduta no conforme para anul-la, ou pelo menos para eliminar suas conseqncias danosas, precisamente aquilo que se chama de sano. A sano pode ser defnida, por este ponto de vista, como expediente atravs do qual se busca, em um sistema normativo, salvaguardar a lei da eroso das aes contrarias; , portanto uma conseqncia do fato de um sistema normativo, diferentemente do que ocorre em um sistema cientifco, os princpios dominam os fatos, ao invs dos fatos is princpios. Podemos defnir maisbrevemente a sano como a resposta violao. Violao da norma e sano como resposta violao esto implicadas em todo o sistema normativo.A SANO MORALA sano pressupe a violao da norma, Podemos partir da hiptese de um ordenamento normativo que nunca seja violado, e conseqentemente no tenha necessidade de recorrer sano. Est uma hiptese abstrata, segundo Bobbio. Para que um ordenamento normativo no seja nunca violado, ocorrem duas condies: ou as normas so perfeitamente adequadas s inclinaes dos destinatrios, ou os destinatrios aderem perfeitamente s prescries. H dois tipos extremos de sociedade que poderiam realizar as duas condies: uma sociedade de seres perfeitamente racionais, pouco melhor do que a real, ou em uma sociedade de seres perfeitamente automatizados, sem iniciativa e sem liberdade, pouco pior do que a normal.Em se tratando de sano moral, afrma-se que morais so aquelas normas cuja sano puramente interior. A nica conseqncia desagradvel da violao de uma norma moral seria o sentimento de culpa, um estado de incomodo, de perturbao, s vezes de angustia. Caso respondesse tambm frente aos outros, interviria um novo elemento, ou seja, a relao com os outros, relao esta denominada externa, intersubjetiva, bilateral, que faz entrar em uma esfera normativa social ou jurdica; enquanto, se respondesse somente frente a mim mesmo, a resposta eventual violao dependeria apenas de mim. Por outro lado, se eu cumprisse o meu dever s por temer aos outros, ou para dar-lhes prazer, ou para evitar que me punissem, aminha ao no chamamos de "moral" aquela ao que cumprida por nenhuma outra razo alm da satisfao intima que nos leva sua adeso, ou da repugnncia insatisfao tambm intima que nos causa a sua transgresso.A sano inteiros, considerada socialmente to pouco efcaz que as normas morais so geralmente reforadas com sanes de ordem religiosa, que so sanes externas e no mais internas.A SANO SOCIAL Assim como chamamos de sano interna aquela que infigimos a ns mesmos, pode-se chamar de externa aquela que nos atinge proveniente dos outros, individualmente ou enquanto grupo social. Essas sanes parte-se da simples reprovao, e chega-se at o linchamento. um dos mais efcazes meios de controle social. Porm no h uma proporo entre violao e resposta.A SANO JURIDICA - Trata-se das normas cuja violao tem por conseqncia uma resposta externa e institucionalizada, visando a proporo entre violao e resposta. Assim satisfaz melhor algumas exigncias fundamentais de todo viver social, dentre as quais est certamente a ordem para cuja a manuteno basta a garantia de que as normas estabelecidas se faam valer. Mas est presente tambm, e sobretudo, a igualdade de tratamento, que melhor assegurada quando a sano atribuda a um rgo super partes.ADESO ESPONTNEAA adeso espontnea est relacionada a aceitao de regras impostas, no por temor das conseqncias da desobedincia de uma eventual violao, mas por consenso, ou conveno.NORMAS SEM SANO No ordenamento jurdico existem normas nas quais ningum saberia indicar qual a conseqncia desagradvel imputada em caso de violao.Onde podemos observar que as normas no esto providas de sanes, ou se trata de normascom cuja efccia se consente, ou ento, estabelecidas por autoridades to alta na hierarquia das normas que se torna impossvel a aplicao de uma sano. Prevalecendo o principio da efccia reforada.ORDENAMENTO SEM SANOO exemplo caracterstico que se costuma dar de ordenamento jurdico sem sano institucionalizada o ordenamento internacional. Se o ordenamento internacional, afrma-se, um ordenamento jurdico, como se pode ainda falar emdireito e sano como dois termos indissolveis? Porem essa objeo no insupervel. Em geral, todo ordenamento internacional fundado sobre o principio da autotutela.AS NORMAS EM CADEIA E O PROCESSO AO INFINITO - As normas no sancionadas emergem na medida em que se procede das normas inferiores s normas superiores. Nesse processo a efccia direta, derivada da adeso espontnea indispensvel.Em outros termos, podemos afrmar que no h um estado justo, se no houver neste um equilbrio entre fora e consenso.CAPITULO VI CLASSIFICAO A NORMAS JURDICASNORMAS GERAIS E SINGULARESExistem diversas formas de distino das normas jurdicas, mas o que importa examinar o critrio formal, o qual se relaciona exclusivamente estrutura lgica das preposies prescritivas, para isso nos serviremos de algumas distines fundamentais e radicionais, referentes s preposies descritas e as estenderemos s preposies normativas.Uma distino elementar seria entre preposies universais e preposies singulares. As universais so aquelas em que o sujeito representa uma classe composta por vrios membros; e as singulares aquela em que o sujeito representa um sujeito singular. Esta distino tem relevncia na classifcao formal das normas jurdicas.Em relao s normas jurdicas esta distino tem na realidade uma dplice aplicao.Toda preposio prescritiva ou norma jurdica, tem dois elementos constitutivos e imprescindveis: o sujeito, a quem a norma se dirige, ou seja destinatrio, e o objeto da prescrio, ou seja a ao prescrita. Tanto o destinatrio-sujeito quanto a ao-objeto podem apresentar-se, sob forma universal e sob forma singular. Deste modo obtem-se no dois, mas quatro tipos de preposies jurdicas, ou seja, prescries com ao universal, prescries comao singular.GENERALIDADE E ABSTRAO As normas gerais so as universais em relao ao destinatrio e as abstratas aquelas que so universais em relao a ao. Assim falamos de normas gerais quando nos encontramos frente a normas que se diregem a uma classe de pessoas; e em normas abstratas quando nos encontramos frente as normas que regulam uma ao-tipo (ou uma classe de aes). As normas gerais se contrapem as que tempor destinatrio um individuo singular, assim chamamos de normas individuais; as normas abstratas se contrapem as que regulam uma ao singular, assim a chamamos de normas concretas, as quais poderiam ser chamadas de ordens. Se observarmos o ordenamento jurdico, no podemos deixar de notar que contem, ao lado das normas gerais e abstratas, comandos e ordens.Para o entendimento ideolgico da teoria da generalidade e da abstrao precisamos combinaros quatro requisitos, o da generalidade, o da abstrao, o da individualidade e o da concretude,as normas podem ser de quatro tipos: normas gerais e abstratas (deste tipo so a maior parte das leis, por exemplo as leis penais); normas gerais e concretas (uma lei que declara a mobilizao geral, se volta a uma classe de cidados e ao mesmo tempo prescreve uma ao singular que, uma vez cumprida, exaure a efccia da norma); normas individuais e abstratas (uma lei que atribui a uma determinada pessoa um ofcio, por exemplo, o de juiz da Corte constitucional, se dirige a um s individuo e lhe prescreve no uma ao singular, mas todas aquelas que so inerentes ao exerccio da funo); normas individuais e concretas ( o exemplo mais caracterstico fornecido pelas sentenas do juiz)NORMAS AFIRMATIVAS E NEGATIVASQuanto as relaes que ocorrem entre as quatro posies, nos limitamos a dizer que a segunda (nullus) contrria a primeira (omnis); a terceira (non omnis) a contraditria da primeira; a quarta (nonnullus) a contraditria da segunda. Em outras palavras toda proposio tem a sua contrria (que uma oposio mais dbil) e a sua contraditria (que uma posio mais forte). Duas proposies so contrrias quando no podem ser ambas verdadeira, mas podem ser ambas falsas; que so contraditrias quando no podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas; que so subcontrrias quando podem ser ambas verdadeiras, mas no podem ser ambas falsas. As subalternas quando da verdade da primeira pode-se deduzir a verdade da segunda, mas da verdade da segunda no se pode deduzir a verdade da primeira (e vice-versa).Entre dois contrrios existe uma relao de incompatibilidade; entre dois contraditrios. De alternativa; entre dois subcontrrios, de disjuno; entre o subalternante e subalternado, de implicao. As prescries afrmativas e negativas, isto , os comandos e proibies, so contrrios; as permissivas afrmativas e as negativas so subcontrrios; comandos permisses negativas, proibies positivas so entre si contraditrios.NORMAS CATEGRICAS E HIPOTTICAS Norma categrica aquela que estabelece que uma determinada ao deve ser cumprida; norma hipottica aquela que estabelece que uma determinada ao deve ser cumprida quando se verifca uma certa condio. A rigor todas as normas reforadas por sanes podem ser formuladas com preposies hipotticas no sentido em que se pode considerar a admisso ou a recusa das conseqncias imputadas pela norma sancionadora como uma condio para a realizao da obrigao imposta pela norma primria. Por outro lado no se exclui que h norma no sancionadas, preciso admitir a existncia de normas jurdicas categricas, isto , de forma formula apodctica, sem condies. No se trar mais a distino entre normas categricas e normas tcnicas, mas sim da distino entre obrigaes condicionadas.********************************************************************************************************https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=B_AWplJiIZc#t=59WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRHermenutica cincia da interpretao, ou aquela que se volta ao estudo da interpretao,como ser a interpretao? Hermenutica jurdica (HJ) cincia que se volta ao estudo da interpretao dos textos dodireito positivo, tentando elucidar como se d a interpretao dos textos do direito positivo (DP).Pensar em interpretao, deve ser exerccio que leve em considerao, ou identifque ointrprete, quando este atribui sentido ao suporte fsico do DP. Dessa forma, esse trabalho, oupercurso gerador do sentido dos textos jurdicos o objeto de estudos da hermenuticajurdica. Como se d a interpretao e o que ? Interpretar (Lourival Vilanova) atribuir valoresaos smbolos, adjudicar-lhes (considerar) signifcaes, e por meio dessas, referncias aobjetos. Em termos do direito positivo, se formos pensar como se d a interpretao dos textos,na atualidade, temos basicamente duas concepes, a teoria tradicional e a do construtivismolgico-semntico,http://marciomorena.jusbrasil.com.br/artigos/136366599/o-pensamento-juridico-de-norberto-bobbioEm sua obra Teoria da norma jurdica, Bobbio faz um panorama e uma crtica das diversas teorias que pretendem entender o conceito de direito, concluindo que, embora as teorias se integrem, a teoria normativista prevalece no sentido de constituir pressuposto de validade para as outras.Bobbio vislumbra trs formas de valorao da norma jurdica, de acordo com trs critrios distintos para investigao do objeto que, conforme a perspectiva que se adote, apontando caminhos de anlise diferentes.A primeira forma de valorao se a norma vista pelo aspecto do justo, identifcando o valor e o fm. O segundo aspecto que prevalece o da validade, assim, a anlise fca a cargo da Teoria Geral do Direito. E, fnalmente, ele se questiona se a efccia da norma preocupao da investigao, dizendo que o campo de investigao o da Sociologia Jurdica.Nos captulos terceiro e quarto Bobbio se dedica ao estudo da estrutura da norma jurdica, buscando nos fundamentos da lingstica, os instrumentos para entender a norma como proposio prescritiva, um fazer-fazer.No quinto captulo, a preocupao de Bobbio est em distinguir as normas jurdicas das normas morais e sociais, chegando concluso de que o critrio de distino entre as normas a resposta violao. Em outras palavras, a diferena entre as normas est na sano que o indivduo que violou a prescrio dever receber.Como ele afrma, da natureza de toda prescrio ser violada, enquanto exprime no o que , mas o que deve ser. Assim, se a possibilidade de transgresso da prescrio esperada, faz-se necessria a criao de um mecanismo que elimine ou minimize as consequncias danosasda violao. Esse mecanismo a sano, e a diferena entre as normas est na natureza dela.Ao tratar da sano, Bobbio diferencia a sano moral (que puramente interior, caracterizada pelo arrependimento e remorso, e que possui pouca efccia porque apenas os sujeitos que respeitam a norma moral podem sentir qualquer insatisfao ao desrespeit-la), da sano social (caracterizada como externa, pois quem a aplica o grupo social e pode ser, de acordo com a gravidade, reprovao, eliminao, isolamento, expulso ou at mesmo linchamento, padecendo da falta de proporo entre violao e resposta, o que signifca que um mesmo ato pode ter punio diferente conforme a circunstncia ou humor do grupo social).A sano tambm sofre de incerteza e inconstncia na sua aplicao, pois se o grupo social quem pune, por vezes em razo de comportamentos hipcritas, pode no querer aplicar a sano a determinado indivduo ou a uma violao especfca, ou seja, a sano social no institucionalizada, sua aplicao varivel.A sano jurdica, por sua vez, externa e institucionalizada, ou seja, distingue-se respectivamente das sanes morais e sociais. Alm disso, ela regulamentada, tanto em sua medida quanto em sua forma de aplicao, e est a cargo de rgos institucionalizados da sociedade.Para Bobbio, o ordenamento, enquanto conjunto de normas, que impe a qualidade da norma. Assim, a norma ser jurdica se pertencer ao ordenamento jurdico, pois este que determina a sano. Isto signifca que, verifcada a violao de determinada norma, o ordenamento ao qual ela pertence indicar a sano aplicvel. E tanto mais fora ter quanto maior for sua efccia.No ltimo captulo, Bobbio pretende classifcar as normas jurdicas. Para isso, elege como critrio a estrutura lgica das proposies prescritivas, ou seja, a indicao do destinatrio da prescrio e a ao prescrita.Quanto ao destinatrio, a prescrio pode ser geral ou individual, e quanto ao prescrita, abstrata ou concreta. Dessa forma, as normas jurdicas podem ser gerais se dirigidas a uma classe de pessoas, a vrios destinatrios. Sero abstratas, se universais a respeito do comportamento. Individuais, se restringirem o seu destinatrio (como as sentenas). E, concretas, se regularem uma ao particular.De forma geral, o direito, como uma das partes do sistema social, considerado por Bobbio emfuno do todo, detendo uma funo positiva primria, j que instrumento de conservao porexcelncia, apesar de poder mudar a ordem vigente, adaptando-a s mudanas sociais. E sua funo deve ser distributiva, conferindo a membros do grupo social recursos econmicos e no-econmicos.Como vimos, Bobbio simplifca o conceito de Direito ao dizer que a norma jurdica aquela cujaexecuo garantida por sano externa e institucionalizada. A existncia do Direito pressupeum sistema normativo composto por trs tipos bsicos de norma: as que permitem determinadaconduta, as que probem e as que obrigam determinada conduta.Bobbio defne norma jurdica como aquela cuja execuo garantida por uma sano externa einstitucionalizada, devendo obedecer a uma srie de requisitos: validade, vigncia, efccia e vigor.Ao defnir o direito atravs da noo de sano organizada e institucionalizada, distinta das sanes morais e sociais, Bobbio pressupe um complexo orgnico de normas que forma o ordenamento jurdico.Outro tema que lhe muito caro e de suma importncia, a sua dedicao anlise dos direitos humanos. Num texto intitulado Sobre os fundamentos dos direitos do homem, Bobbio discute a questo da defnio e dos fundamentos dos direitos do homem, dizendo tratar-se de direitos histricos, pertencentes a uma poca e lugar, nascidos em certas circunstncias, de modo gradual, no todos de uma vez e nem de uma vez por todas, como ele diz.Para ele os direitos do homem constituem uma classe varivel, como a histria dos ltimos sculos demonstra, pois o elenco de direitos do homem se modifcou, e continua a se modifcar,com a mudana das condies histricas. Portanto, alm de mal defnvel e varivel, a classe de direitos do homem tambm heterognea.Bobbio traz pelo menos trs teses bsicas ao tratar dos direitos do homem: 1. Os direitos naturais so direitos histricos; 2. Nascem no incio da era moderna, juntamente com a concepo individualista da sociedade; 3. Tornam- se um dos principais indicadores do progresso histrico.J sobre a questo dos fundamentos dos direitos do homem, Bobbio claro na medida em quese posiciona asseverando que no h um fundamento absoluto. So direitos que variam conforme a poca e a cultura. Prova de que no so direitos fundamentais por natureza.De tempos em tempos vai se ampliando o rol de direitos, o que impossibilita atribuir fundamento absoluto a direitos historicamente relativos. Assim, Bobbio diz que no se deveria falar em fundamento dos direitos do homem e sim em fundamentos, de diversos fundamentos conforme o direito cujas boas razes se deseja defender. Bobbio ainda afrma que o problema fundamental em relao aos direitos do homem hoje, no tanto o de justifc-los, mas o de proteg- los. Trata-se de um problema no flosfco, mas poltico.Para Bobbio, a efetivao da maior proteo dos direitos do homem est ligada ao desenvolvimento global da civilizao humana, que ao mesmo tempo no pode ser tratada de forma isolada, sob pena de nem sequer compreender o problema em sua real dimenso.https://norbertobobbio.wordpress.com/2010/08/30/teoria-do-ordenamento-juridico-e-sua-visao-em-norberto-bobbio/AexpressoDireito,valeapenamencionar,podeserentendidasobaspectossubjetivos e objetivos. Como bem explica Walmir Oliveira da Costa, no caso nocaso subjetivo, o Direito facultas agendi, significando o poder ou faculdade deagir livrementedentrodolimiteestabelecidopelainterpenetraoouinter!relaosocial". #$nocasoobjetivooDireitonormaagendi, ouseja, aleiescrita, o conjunto de normas positivas e princ%pios jur%dicos &ue disciplinam avida em sociedade".'ormalmente,seexpressaoDireitocomonormajur%dica,comodisciplinadeconduta, uma prescrio geral e abstrata &ue regula a ao (umana a partir desan)es, casoseviolemasnormas. Apartirdessepensamentofoi criadaa*eoria da +orma #ur%dica, e a crena de &ue o Direito se restringe , norma.+oconjuntodetentativasreali-adasparacaracteri-ar oDireitoapartir dealgum elemento da norma jur%dica, surgiram os seguintes critrios./ Critrio formal 0 definio do Direito atravs de caracter%sticas estruturais danorma, como positivas ou negativas, categ1ricas ou (ipotticas, abstratas2gerais3 ou concretas 2individuais34/ Critriomaterial 0definiodoDireitoapartir doconte5dodas normasjur%dicas, ou seja, das a)es reguladas4/ Critrio do sujeito &ue imp)e a norma 0 definio do Direito a partir da&uilo&ue institu%do por um poder soberano4. Critrio do sujeito ao &ual a norma destinada 0 definio do Direito comoformado por normas obrigat1rias, generali-adas e com poder de sano.Coube a +orberto 6obbio, grande pensador e cientista pol%tico italiano, c(amaraatenoparaofatode&ueanormajur%dicaestudadaisoladamentenoconsegue revelar oDireitototalmente 2nomoest$tica3, mas simoconjuntocoordenado das normas 2nomodin7mica3, formulando a *eoria doOrdenamento #ur%dico, expressa no livro (om1logo.+essa teoria, 6obbio rompe com a idia tradicional de &ue a norma jur%dica eraa 5nica perspectiva pela &ual o Direito deveria ser estudado, e &ue oordenamentojur%dicoeraapenasumconjuntodenormas, enoumobjetoaut8nomodeestudo. 6obbiosimplificaoconceitodeDireitoaodi-er&ueanorma jur%dica a&uela cuja execuo garantida por sano externa einstitucionali-ada, e &ue para &ue (aja Direito, necess$rio existir um sistemanormativo composto por tr9s tipos b$sicos de norma. as &ue permitemdeterminada conduta, as &ue pro%bem e as &ue obrigam determinada conduta.Adentrando no estudo do ordenamento jur%dico propriamente, podemosconceitu$!lo como o conjunto de normas jur%dicas em vigor num pa%s, ou, ainda,comoosistemano&ualseinserem asnormasjur%dicas.:paracompreendermel(or estes conceitos, estudaremos a seguir algumas no)es de ;istema.