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Em 1910 surge em Munique um outro movimento de arte

vanguardista, O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter) fundado por Wassily

Kandinsky.

O objectivo do grupo era o de unir sob um mesmo ideal artístico

criadores de várias nacionalidades e diferentes expressões,

ultrapassando as barreiras culturais e ideológicas.

Estes artistas concebiam a sua actividade criativa como um produto

da unidade existencial entre o homem e a natureza. Nessa

perspectiva, a arte tenderá a encontrar uma linguagem universal,

compreensível por todos os seres humanos, independentemente da

sua cultura ou estrato social.

A base das obras seriam as experiências pessoais, as sensações e os

sentimentos subjectivos de cada um.

As suas ideias foram explicadas em revistas da especialidade e no

almanaque do grupo, O Cavaleiro Azul. Realizaram também

exposições que contaram com a colaboração de artistas que não

pertenciam ao grupo.

Foram características comuns às obras de O Cavaleiro Azul:

- Preferência por temáticas naturalistas;

- execução reflectida e pensada;

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- simplificação e/ou geometrização das formas;

- valorização da mancha, utilização de cores antinaturais;

- composições equilibradas;

- uma expressividade que incide no lirismo e na emotividade

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Expressionismo Alemão (A Ponte)

Ernst-Ludwig Kirchner, Auto-

retrato, xilogravura

Em 1905 realizou-se a primeira exposição dos Fauves no Salão de

Outono de Paris. Em Dresden, na Alemanha, Kirchner, Henkel e

Schmidt-Rottluff fundaram a associação artística Die Brücke (A

Ponte).

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A arte dos elementos de A Ponte caracterizou-se por uma linguagem

plástica rude e agressiva na forma e nos conteúdos.

Reagindo ao Impressionismo e ao academismo pretendiam uma arte

mais pura e intuitiva.

A arte dos elementos de A Ponte caracterizou-se por uma linguagem

plástica rude e agressiva na forma e nos conteúdos.

Recorreram a uma linguagem visual directa e não convencional,

transformando a realidade num código pictural. Desse modo

aproximaram-se de modos de representação arcaizantes e primitivos.

A redescoberta, por parte de Kirchner, das técnicas da xilogravura e

da gravura sobre metal, contribuíram para o endurecimento formal

das figuras, através da acentuação e simplificação das linhas de

contorno.

À exploração desta linguagem formal não terá sido alheio o contacto

com a arte africana, muito em voga nos meios artísticos europeus do

início do século XX.

As temáticas praticadas por este grupo de artistas privilegiaram a

figura humana representada em diferentes situações, de preferência

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revelando aspectos relacionados com a realidade social do pintor. As

personagens são, na maior parte dos casos, mais importantes que o

cenário.

O grupo de A Ponte pretendeu criar uma arte que marcasse um

espírito de revolta quando apela no seu manifesto a toda a juventude

para incorporar “o futuro e se libertar dos poderes consagrados”.

O expressionismo acaba por invadir todas as formas de expressão

artísticas e parece invadir tudo o que tem a ver com o espírito

humano, ganhando uma aura quase mística que tem a ver com a sua

vontade de produzir continuamente uma crítica profunda sobre a

condição de sermos humanos e as contradições impostas ao nosso

espírito pela sociedade de consumo que então nasce e começa a

mostrar a sua face menos humanista.

Os expressionistas de A Ponte fizeram várias exposições entre 1905 e

1913 mas acabaram por se dispersar com a Primeira Guerra Mundial.

Nota: consulta outros posts relacionados com este tema clicando a etiqueta

correspondente no sidebar.

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O Palácio de Cristal

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No início da Revolução Industrial, a Inglaterra, procurando afirmar a

superioridade da sua engenharia e da sua indústria, organizou a

Exposição Internacional da Indústria, do Comércio e das Artes, a

primeira exposição mundial realizada.

Vitória e Alberto

Em 1850, o Príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória, criou uma

comissão real encarregue de organizar a exposição, começando pela

construção do local do evento.

A comissão era formada por engenheiros e arquitectos, como

Charles Barry (um dos arquitectos das casas do Parlamento), Robert

Stephenson e Isambard Kingdom Brunel, recebeu muitos projectos,

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que foram severamente criticados e, em seguida, descartados.

Face à urgência do empreendimento, a própria comissão decidiu

desenvolver um projecto, liderado por Brunel. Mas, devido à sua

grandiosidade e complexidade foi posto de lado.

Foi então que surgiu o projecto de Joseph Paxton, jardineiro e

construtor de estufas.

Baseado na estrutura de um certo tipo de nenúfares, a que foi dado o

nome de vitória-régia, Paxton desenvolveu um projecto extraordinário

para o descomunal edifício.

A estrutura da vitória-régia revelou grande resistência quando Paxton colocou sobre a

planta a sua filha de 8 anos

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A comissão, preocupada devido ao curto prazo para a inauguração

da exposição, não teve outra alternativa senão aceitar a arrojada

proposta do construtor de estufas e Paxton teria apenas duas

semanas para apresentar o projecto final.

Assim como na folha da vitória-régia, um conjunto de nervuras

transversais apoiava-se em grandes vigas longitudinais, suportadas

por fileiras de pilares, que tinham a mesma função que a água

desempenha na folha, resistir aos esforços verticais trazidos pelas

nervuras.

Construção do Palácio de Cristal

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O travamento da estrutura, necessário devido à sua altura, era feito

através de barras colocadas em forma de "X“. Logo, as vigas seriam

na estrutura as nervuras das folhas nas regiões em que se encontram

praticamente paralelas. Os pilares, assim como as vigas, seriam de

ferro fundido e as paredes de vidro, facilitando a execução do

projecto.

As colunas de ferro, ocas, também funcionavam para escoamento

da água que as nervuras e vigas, simultaneamente funcionando como

calhas, recolhiam.

Com o auxílio de equipamentos e força animal os pilares e vigas eram

montados com extrema facilidade.

Após a colocação da estrutura básica, pilares e vigas, a vedação

vertical do palácio foi feita com placas de vidro que não

desempenhavam qualquer tipo de função estrutural ou suporte,

apenas de vedação.

Os arcos do transepto, que foram colocados para permitirem a

permanência de grandes árvores existentes no parque,

transformavam aquela enorme montanha de ferro e vidro numa

elegante construção.

Foram envidraçados por mais de 80 homens, que fixaram 330000

placas de vidro.

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As críticas tornaram-se frequentes. Havia dúvidas quanto à

resistência da estrutura em caso de fortes rajadas de vento, ou

mesmo debaixo de grandes tempestades.

Porém nada de grave aconteceu e no dia 1 de Maio de 1851 a

exposição foi inaugurada pela rainha revelando-se um grande triunfo.

A construção do Palácio de Cristal ficou concluída em apenas 12

meses. Os princípios estabelecidos por Paxton no seu projecto

revelaram-se verdadeiramente revolucionários e a arquitectura ia

mudar. Muito.

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terça-feira, 21 de Abril de 2009

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Fauvismo-Textos da aula de 20 de Abril (comentados)

1

Antes de passar a alguns dos textos da aula de 19 de Abril

aconselho que cliques na etiqueta do "Fauvismo", aí ao lado, onde

podes encontrar mais informação e reflexões sobre o tema.

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"O pintor já não precisa de se preocupar com pormenores

insignificantes; para isso está lá a fotografia que é melhor e mais

rápida. - Já não cabe à pintura representar acontecimentos históricos;

esses encontram-se nos livros. Temos da pintura uma opinião mais

elevada. Ela serve ao artista para exprimir as suas visões interiores.

Ver é já, em si, um acto criativo."

Henri Matisse

Estas palavras de Matisse colocam em equação algumas das

questões essenciais da pintura Moderna.

Por um lado acentua o carácter independente da pintura em

relação ao motivo que lhe dá origem. A representação da natureza

transforma-se num simples pretexto para o pintor desenvolver o seu

trabalho, materializando uma visão pessoal e interior. O acto de

pintar já não assenta na reprodução do mundo visível segundo um

conjunto de regras académicas pré-definidas, antes é resultado de

um instinto artístico de fundamentos estéticos que permite ao artista

"exprimir as suas visões interiores".

Por outro lado, ao declarar que "ver é já, em si, um acto criativo",

Matisse abre a porta à ideia de que a visão pessoal e particular do

artista é determinante, mas coloca também no olhar do espectador

uma parte da responsabilidade na conclusão do trabalho artístico. Ou

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seja, o observador recria interiormente o objecto artístico filtrando-o

no seu olhar.

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"O esforço que é preciso para nos libertarmos das imagens

fabricadas (através da fotografia, dos filmes e dos reclames), exige

uma certa coragem e essa coragem é indispensável ao artista que

deve ver tudo como se o estivesse a ver pela primeira vez. É preciso

ser-se capaz de ver pela vida fora como quando em crianças víamos o

mundo, pois a perda dessa capacidade de ver significa a perda de

toda a expressão original"

Henri Matisse

Mais uma vez Matisse insiste na ideia de que o acto criativo deve

ser originado por um estado de pureza estética apenas ao alcance de

um olhar liberto de regras pré-concebidas. Quando somos crianças

não encontramos entraves à nossa expressão individual. Se pedirmos

a uma criança de 5 anos que desenhe uma girafa ela não hesita e

desenha-a. Independentemente do aspecto que tiver o desenho, ali

estará, inequivocamente, uma girafa. Se pedirmos a um adolescente

de 15 anos que desenhe uma girafa, ele irá resistir à ideia declarando

que "não sabe" desenhar uma girafa. O que mudou nesses 10 anos?

Porque perdemos nós o instinto natural da sabedoria expressiva ao

longo do processo de crescimento?

A resposta parece evidente; à medida que vamos crescendo e

adquirimos mais informação sobre o mundo que nos rodeia, temos a

impressão de que a representação que fizermos dele deve obedecer a

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um conjunto de regras de aproximação à "realidade", ou seja:

construimos um modelo ideal de representação (académico) que

passa pela semelhança formal entre o que representamos e aquilo

que é representado, estabelecendo assim uma escala de valores com

"certo" e "errado" nos seus extremos, conforme o resultado é

visualmente próximo ou afastado desse modelo.

O que Matisse propõe é que recuperemos a capacidade de

expressão original através de um processo criativo que combata as

regras académicas e se fundamente num olhar descomprometido

vendo "tudo como se estivessemos a ver pela primeira vez".

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Labels: Fauvismo

sábado, 18 de Abril de 2009

Apontamentos da aula de 17 de Abril-4

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Man Ray, Prenda, 1921

5ª parte

Síntese 2

Rupturas

Os grandes conflitos da primeira metade do século XX tiveram

como causas principais o autoritarismo de alguns regimes, os

exaltados nacionalismos que se vivam na maioria das nações

europeias e as políticas imperialistas que muitas persistiam em

manter.

Assim surgem sistemas totalitários que tendem a limitar as liberdades

individuais o que provoca conflitos internos impossíveis de sanar.

Surge a reflexão sobre o papel da política, da sociedade, da

economia, da técnica, da cultura, da religião e da arte no

estabelecimento de valores universais, direitos e deveres do ser

humano integrado numa sociedade para o desenvolvimento.

A emancipação da mulher conhece grande desenvolvimento.

Surgem novas linguagens artísticas.

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Apontamentos da Aula de 17 de Abril - 3

Edvard Munch. O Grito. 1895. Litografia.

35.5 x 24.4 cm. Museu Munch , Oslo, Noruega.

4ª parte

Síntese 1

O homem psicanalisado

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A primeira metade do século XX trouxe profundas mudanças na

maneira de viver e de pensar em todo o mundo ocidental.

Em oposição ao positivismo e cientismo do século XIX e apoiado pelo

relativismo (explicado por Einstein na sua Teoria), Freud passou a

observar a relação entre a vida física e a psíquica, a vida orgânica e

social, a actividade mental e a sexualidade.

Neste mundo de rupturas e transformações, a procura de identidade,

a procura incessante do eu, era a grande questão.

Freud, médico, investigador e psiquiatra, procurou explicar o

funcionamento da vida mental através de teorias que relacionaram a

biologia, a psicologia e as ciências sociais e criaram um sistema de

exploração do inconsciente a que chamou de psicanálise ou ciência

do inconsciente.

A descoberta do inconsciente e da psicanálise ajudaram a alterar os

padrões culturais, estéticos, educacionais, comportamentais e

sexuais da civilização ocidental.

Também contribuíram para a produção e um diferente entendimento

da arte abrindo espaço a explorações menos evidentes de temas e

processos de representação inovadores e revolucionários.

A arte procura o indivíduo dentro de si próprio.

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Labels: apontamentos, cultura do cinema

Apontamentos da aula de 17 de Abril-2

3ª parte

O Local

O cinema

A invenção do cinema é atribuída aos irmãos Lumiére.

Os irmãos Lumiére filmaram em 1894 e 1895 A saída dos Operários

de uma Fábrica e O Grande Café Paris conseguindo finalmente

realizar um sonho antigo: a captação de imagens em movimento.

A história revela-nos que, durante séculos, os artistas se esforçaram

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por desenvolver uma técnica de semelhança fazendo da pintura o

primeiro processo de representação da realidade observável.

A fotografia foi o passo seguinte, aparentemente mais eficaz na sua

capacidade de reprodução da realidade.

Ainda antes dos Lumiére, Muybridge construiu um aparelho que lhe

permitiu fixar imagens de um cavalo a galope que foram

consideradas como a primeira série cinematográfica.

“Kinetoscópio” - Invenção de Thomas Edison que consiste num

gabinete com cerca de 15 metros de película enrolada em bobinas,

que permitia a visualização de imagens em movimento através de um

buraco.

O pioneiro do cinema encarado como indústria foi George Méliès que

produziu inúmeros filmes de ficção onde desenvolveu engenhosos

truques que lhe permitiram criar uma linguagem visual particular e

específica.

Para lá de simples imagem em movimento, o cinema é um dos

grandes testemunhos sociais e artísticos do século XX.

as hiperligações dão acesso a filmes no Youtube relacionados com os temas

em análise

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Apontamentos da aula de 17 de Abril

Lazlo Moholy-Nagy

The Law of Series (Das Gesetz der Serie) - 1925

fotomontagem (21.4 x 16.3cm)

Museu de Atre Moderna, Nova Iorque

2ª parte

O Espaço

Até à Primeira Grande Guerra a Europa dominara o mundo sob o

ponto de vista político, económico, científico, tecnológico e

demográfico.

Todavia, após as grandes guerras, a situação mudou radicalmente.

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No período instável dos anos 20 e 30, mas principalmente após a 2ª

Grande Guerra, muitos europeus abandonaram o continente, fugindo

às perseguições políticas e raciais ou, simplesmente, em busca de

melhores condições de vida.

O destino principal da emigração europeia era o continente

americano, nomeadamente os Estados Unidos. Muitos destes

emigrantes eram provenientes das classes médias e médias-altas e

detinham bons níveis de formação cultural, académica e profissional

(médicos, professores, cientistas, artistas…)

Os dirigentes americanos apostaram numa política de promoção e

financiamento da cultura e da ciência, aprovando e mantendo

programas de investigação científica nas mais variadas áreas.

Durante e após a Segunda Guerra muitos sábios alemães foram

convidados pelos EUA a continuarem ali as suas pesquisas. Foi uma

época de grande dinamismo científico que conferiu aos EUA a

liderança mundial em termos industriais e de tecnologias de ponta o

que se reflectiu na qualidade de vida das populações.

Algo semelhante aconteceu com a criação artística e intelectual. Logo

após o fim da Primeira Guerra muitos foram os artistas europeus de

vanguarda que viajaram definitiva ou temporariamente para os EUA.

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Em pouco tempo os EUA tornaram-se berço de importantes correntes

de pensamento artístico com origem na Europa e que para ali se

deslocaram.

Isto originou o conceito de “cultura ocidental” que viria a espalhar-se

com a ajuda dos meios de comunicação de massas.

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sexta-feira, 17 de Abril de 2009

Apontamentos da aula de 15 de Abril

1905-1960

Da exposição dos Fauves à viragem dos anos 60

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1ª parte

O Tempo

Entre 1914 e 1918 travou-se, essencialmente na Europa, a Primeira

Grande Guerra.

A Primeira Guerra Mundial é considerada como um marco histórico no

início do século XX. A partir desta Guerra estabeleceram-se novas

correlações de forças no mundo, marcando o declínio da Europa e a

ascensão dos EUA à condição de principal potência mundial. No dia

10 de Agosto de 1914, a França declarou guerra ao Império Austro-

Húngaro dando início à Guerra.

Nesta guerra participaram as principais potências do mundo e foi, de

certa forma, uma guerra civil europeia. A novidade nesta guerra é

que foi travada entre potências industrializadas que utilizaram o

desenvolvimento tecnológico no seu esforço bélico. O resultado foi

devastador.

O saldo foi de mais de 19 milhões de mortos, dos quais 5% eram civis

Após a guerra, o mapa da Europa sofreu modificações significativas.

Novos países surgiram e outros perderam território. A Alemanha ficou

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económica e militarmente arrasada enquanto os Estados Unidos

despontavam como grande potência do século XX.Foi criada a Liga

das Nações com o objectivo de resolver diplomaticamente problemas

futuros entre as nações.As mulheres ganharam espaço no mercado

de trabalho já que muitos homens morreram ou ficaram mutilados.

Na Rússia a Revolução Soviética triunfara em 1917.

As democracias ocidentais passaram por enormes dificuldades. A

guerra destruíra a economia. Uma inflação galopante e um

desemprego dramático provocaram uma grande agitação social,

incrementando o movimento operário, animado pelos partidos de

esquerda.

Os Estados Unidos da América tinham expandido extraordinariamente

a sua economia, tornando-se a maior potência mundial a todos os

níveis, originando o mito do american way of life.

Contudo, em 1929, o crash da bolsa de Nova Iorque veio mostrar

como a prosperidade do pós-guerra era frágil, provocando a Grande

Depressão.

Na Europa, a Grande Depressão veio travar a recuperação

económica, abrindo caminho a posições políticas e sociais de grande

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radicalismo que culminaram na tomada do poder por partidos

autoritários, fortemente nacionalistas, que provocaram uma

instabilidade insustentável.

Estava aberta a via que haveria de conduzir à Segunda Guerra

Mundial entre 1939 e 1945.

Esta guerra, ainda mais destruidora que a anterior, terminaria de

forma macabra com o lançamento de duas bombas atómicas sobre as

cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

Espaço de guerra e de desolação, atravessado por oscilações

económicas e grandes mutações sociais, este tempo ficou marcado

por uma profunda consciência dos limites da humanidade e da sua

capacidade de auto-destruição.

O fim da Segunda Guerra Mundial marcou o início de um novo

equilíbrio internacional. De um lado o mundo capitalista e liberal,

liderado pelos EUA; do outro, o bloco comunista com a URSS à

cabeça.

No caos político, social e económico que a guerra espalhou, os

valores do pensamento racionalista, optimista e positivista do século

XIX soavam a histórias para entreter criancinhas. A ciência e a

tecnologia tinham, afinal, aplicações perigosas, capazes de pôr em

causa a própria existência da espécie humana.

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Instalaram-se entre os intelectuais o cepticismo, o relativismo, o

sentido do absurdo, a crise de valores e a contestação sistemática e

socialmente provocatória.

No Ocidente, a modernização dos modos de vida nas grandes cidades

esteve na origem de uma cultura de massas em que a publicidade e a

propaganda passaram a ser utilizadas no sentido de manipular e

orientar os padrões culturais das populações.

Os principais veículos da massificação que então alastra no mundo

capitalista foram (para além dos jornais) a rádio, o cinema e uma

novíssima invenção que veio transformar definitivamente o panorama

sociocultural: a televisão.

Assim, entre a massificação crescente e alienante da cultura e dos

modos de vida e a velocidade a que as transformações se operavam,

a arte ganhou para si própria um estatuto cada vez mais

individualista e independente

A arte reivindicou autonomia e liberdade em relação à sociedade ou

programas ideológicos e temáticos, declarando independência e

ausência de limites na sua criação.

Ao questionar a sociedade, a arte questionou também o seu próprio

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papel no contexto social e as relações que estabelece com o público,

repensando o papel e a figura do artista.

A crítica mordaz dos artistas chegou ao ponto de pôr em causa a

essência da arte, revendo o conceito e a definição dos fenómenos

artísticos, cuja delimitação se tornou cada vez mais imprecisa e

complexa.

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