Novos papéis para os supervisores:o supervisor como um ecologista social
A prática da Supervisão encontra base em várias escolas de pensamento psicológico:
Comportamentalismo ou Behaviorismo
Teorias Cognitivo-Desenvolvimentais
Teoria Sistémica
Comportamentalismo ou BehaviorismoEstudo científico, puramente objectivo, do comportamento humano, iniciado em 1913 por Watson. Dá ênfase ao contexto (ao meio) na aprendizagem humana.Considera fundamentalmente dois tipos de aprendizagem: Condicionalismo Clássico (S-R) (stimulus-response) Condicionalismo Operante (S-R-S) (stimulus-response-stimulus)
Definir o comporta-mento que
se quer obter
Determinar os
esforços
Seleccionar
procedimen-tos para
alterar comporta-
mentos
Implemen-tar
procedimen-tos e
guardar os resultados
Avaliar o progresso e revêr as necessida
-des
CINCO PASSOS PARA MODIFICAR O COMPORTAMENTO
COMPORTAMENTALISMO
Na educação está mais associado ao
condicionamento operante
O comportamento humano é o produto
das interacção estímulo - resposta
Teorias cognitivo-desenvolvimentais
Consideram tanto os aspectos internos como externos nas mudanças, sendo a pessoa entendida como agente no processo do seu próprio desenvolvimento.
O seu principal representante é PIAGET. Segundo este autor, o processo pelo qual o organismo humano se desenvolve, é o processo de adaptação - assimilação, acomodação e equilibração.
Para Piaget há quatro estágios de desenvolvimento, que seguem sempre a mesma sequência.
Organismo (sujeito) Meio
Organismo (sujeito) Meio
Organismo (sujeito) Meio
O desenvolvimento cognitivo
Assimilação
Acomodação
Equilibração
Teoria SistémicaEstuda a organização abstracta de fenómenos,
independentemente da sua formação e configuração presente.(1)
É um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objectivo e efectuam determinada função. (1)
É definida como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objectivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes se comporta, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerada um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção.(1)
(1) pt.wikipedia.org/wiki/teoria de sistemas
A teoria sistémica é uma teoria psicológica que constitui uma boa base para a supervisão enquanto desenvolvimento organizacional.
A supervisão perspectivada a partir de uma orientação sistémica em que as escolas são sistemas dinâmicos torna-se uma ecologia social, em que os supervisores são uma espécie de “jardineiros” do sistema, cuidando dele de modo a proporcionar o desenvolvimento da aprendizagem.
Desenvolver a comunidade
Proporcionar oportunidades para que os indivíduos interajam num fórum público, para desenvolver normas de colaboração e de investigação e experimentação, e promover o estabelecimento de uma cultura comum ou partilhada, torna-se o enfoque da supervisão.
Nas comunidades educativas, o conflito e os desacordos relativamente à mudança, às crenças, à diversidade e ao poder são fundamentais para uma mudança bem sucedida.
O questionamento é o motor da vitalidade e da auto-renovação.
Desenvolver a comunidade e apoiar os esforços de mudança nas organizações requer que os indivíduos sejam capazes de gerir a transição psicológica pessoal durante os períodos de mudança.
Sete normas para a colaboração:
Pausa; Paráfrase; Questionamento; Pôr as ideias na mesa; Presumir intenções positivas; Prestar atenção ao self e aos outros; Equilibrar a defesa com o
questionamento.
Promoção da prática reflexiva:
A prática reflexiva representa um processo poderoso no desenvolvimento das interacção no âmbito da supervisão, no sentido do desenvolvimento profissional e da renovação da escola.
A reflexão facilita o desenvolvimento de competências de resolução de problemas ao promover a capacidade de reformular a experiência, gerar alternativas e fazer inferências com base no conhecimento prévio, e ainda avaliar acções no sentido de construir novas aprendizagens.
A reflexão envolve a remodelagem de uma situação, como resultado da clarificação de questões, da reconsideração de asserções e da criação de um vasto leque de respostas ou acções alternativas
Sem reflexão, o progresso não tem uma natureza informada e a mudança na prática é apenas acidental.
A prática reflexiva permite aos profissionais lidarem melhor com a incerteza profissional e apoia a noção de experimentação consciente e crescimento profissional contínuo.
Promoção de culturas de trabalho:
SERGIOVANNI (1992) sugere que os professores necessitam criar conhecimento enquanto praticam para se tornarem bons surfistas que cavalgam a onda do ensino à medida que ela se forma.
Quando os professores se envolvem no processo de gerar conhecimento acerca do seu próprio ensino, o seu ensino transforma-se sob vários pontos de vista importantes: eles tornam-se teóricos que articulam as suas intenções, testam as suas asserções e encontram ligações com a prática.
Objectivos da supervisão
Melhorar a prática através da aquisição de compreensões mais aprofundadas e visões mais abrangentes das possibilidades inerentes ao processo de ensino-aprendizagem.
A supervisão deverá tornar-se uma função, não um papel, que poderá ser desempenhada por muitas e variadas pessoas na escola, em pares ou em grupos de interacção.
As acções no âmbito da supervisão deveriam ser concedidas no sentido de providenciarem recursos, oferecerem informação e apoiarem e motivarem os professores no sentido de se envolverem neste tipo de experimentação e reflexão sistemáticas, encorajando os educadores a construírem a teoria a partir da sua própria prática.
Os esforços da supervisão deverão ter em conta as necessidades e preocupações individuais relativamente à inovação, deverão celebrar a riqueza da sua diversidade cultural e étnica e deverão reconhecer a necessidade de se desenvolver normas positivas, duráveis e partilhadas acerca dos objectivos da educação e do processo de mudança.
Bibliografia
OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. (org.) (2002). "Novos papeis para os supervisores: o supervisor como um ecologista social" in A supervisão na Formação de Professores II. Porto: Porto Editora.
Trabalho realizado por:
Manuel Vílmaro Costa PereiraMargarida Maria Queirós Magno Leitão
RibeiroMaria Manuela Loureiro TeixeiraMaria Teresa Queirós Magno Leitão