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  • Maro de 2015

    NUTRIO E DEFICINCIA(S)

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    Autores

    Maria Antnia Campos

    Nutricionista (ISS-IP)

    Centro de Reabilitao da APPC

    Rita Sousa

    Nutricionista estagiria do Centro de Reabilitao da APPC e da Direo-Geral da Sade

    Design

    IADE - Instituto de Arte, Design e Empresa

    Editores

    Cludio Correia Pedro Graa

    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel

    Direo-Geral da Sade

    Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa

    Portugal

    Tel.: 21 843 05 00

    E-mail: [email protected]

    Lisboa, 2014

    Agradecimentos

    Um agradecimento especial ao Instituto Nacional para a Reabilitao IP. pelo estmulo neste

    objetivo comum de garantir a igualdade de oportunidades, o combate discriminao e a

    valorizao das pessoas com deficincia.

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    NDICE

    1. Introduo. Pg.4

    2. Conceitos de alimentao saudvel e sua aplicao populao portadora de

    deficincia. Pg.5

    3. Princpios de uma alimentao saudvel... Pg.6

    4. Alimentao na(s) deficincia(s) e dificuldades alimentares. Pg.8

    4.1 Baixo peso

    4.2 Excesso ponderal/obesidade

    4.4 Obstipao

    4.4 Dificuldades alimentares

    5. Interaes medicamentos/alimentos. Pg.13

    5.1 Medicamentos para o tratamento de dfice de ateno e hiperatividade

    5.2 Diurticos

    5.3 Corticoesterides

    5.4 Antidepressivos

    5.5 Antibiticos

    5.6 Medicamentos anti-refluxo gastroesofgico

    5.7 Antiespasmdicos

    5.8 Medicamentos anti-inflamatrios

    5.9 Anticonvulsionantes

    6. Nutrio, deficincia e ambiente Pg.17

    7. Dispositivos de compensao na alimentao (talheres, copos, pratos) Pg.19

    8. Concluso Pg.22

    9. Referncias bibliogrficas Pg.23

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    1. INTRODUO

    De acordo com a Organizao Mundial de Sade (OMS), cerca de 10% da populao

    mundial, aproximadamente 650 milhes de pessoas, possui algum tipo de deficincia ou

    incapacidade(1).

    Segundo o The Disability Discrimination Act(2) da OMS, podemos definir cinco

    grandes categorias de deficincias:

    - Fsica: afeta a mobilidade ou destreza de uma pessoa;

    - Intelectual: afeta as capacidades de uma pessoa na aprendizagem;

    - Psiquitrica: afeta os processos de pensamento de uma pessoa;

    - Sensorial: afeta a capacidade de uma pessoa para ver ou ouvir;

    - Neurolgica: resulta na perda de algumas funes corporais ou mentais(2).

    Em Portugal, os dados disponibilizados foram obtidos atravs de dois levantamentos

    fundamentais, nomeadamente, o Inqurito Nacional s Incapacidades, Deficincias e

    Desvantagens (INIDD), de 1994 e o Recenseamento Geral da Populao (Censos), de 2001.

    Existe uma disparidade de informao entre estas duas fontes sendo que, tecnicamente,

    resolveu-se considerar a do INIDD, por ser aquela cujo valor o mais aproximado do valor

    apurado noutros pases da Unio Europeia e ainda dos valores, a nvel internacional, que se

    estimam para a populao com deficincia. Assim, podemos referir que em Portugal h 905

    488 pessoas com deficincia numa populao residente de 9,8 milhes de indivduos(3-5).

    Um consumo alimentar adequado e a consequente melhoria do estado nutricional dos

    cidados tem um impacto direto na preveno e controlo das doenas mais prevalentes a nvel

    nacional (cardiovasculares, oncolgicas, diabetes, obesidade). O Programa Nacional para a

    Promoo da Alimentao Saudvel, aprovado atravs do Despacho n 404/2012, de 3 de

    janeiro de 2012, tem como misso melhorar o estado nutricional da populao, melhorando a

    disponibilidade fsica e econmica dos alimentos constituintes de um padro alimentar

    saudvel e criando as condies necessrias para que a populao os valorize, aprecie e

    consuma, integrando-os nas suas rotinas dirias. As populaes portadoras de deficincia

    devem merecer uma ateno especial neste contexto, pelo seu nmero e pelas dificuldades

    que encontram diariamente para conseguir fazer uma alimentao saudvel. Espera-se que

    este manual possa contribuir para um maior esclarecimento sobre este importante tema.

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    2. CONCEITOS DE ALIMENTAO SAUDVEL E SUA APLICAO POPULAO

    PORTADORA DE DEFICINCIA

    A alimentao desempenha funes essenciais em todos os seres vivos. No ser

    humano contribui para um estado timo de sade, fornecendo a energia necessria para as

    tarefas do dia-a-dia. Desta forma, uma alimentao adequada, completa e equilibrada

    contribui para a preveno de determinadas doenas como alguns tipos de cancro, obesidade,

    diabetes ou doenas cardiovasculares. Por outro lado, contribui tambm para um adequado

    crescimento das crianas e adolescentes. Em resumo, preponderante para o estado

    emocional, mental, fsico e social de cada individuo.

    As recomendaes para a ingesto de energia para um indivduo saudvel variam, no

    geral, entre 1800 a 2200 quilocalorias (Kcal), dependendo da intensidade de exerccio fsico

    praticado, idade e sexo.

    Os alimentos so constitudos por diferentes nutrientes. Os macronutrientes so os

    hidratos de carbono (presentes em grande proporo em alimentos tais como po, arroz,

    massas alimentcias e batata), as protenas (cujas principais fontes so carne, peixe e ovo) e os

    lpidos/gordura (manteiga, azeite, produtos de charcutaria, produtos de pastelaria e

    confeitaria), cujo consumo dever ser mais cuidado. Existem ainda as fibras alimentares, que

    esto principalmente presentes em alimentos de origem vegetal e no so digeridas e

    absorvidas no trato intestinal. Contribuem, no entanto, para um trnsito intestinal regular e

    saudvel. J o papel dos micronutrientes (vitaminas e minerais) prende-se com a regulao de

    todas as reaes metablicas que ocorrem no organismo: so, por isso, fundamentais para a

    manuteno da sade(6).

    Cerca de 70% do nosso organismo constitudo por gua, que a desempenha

    importantes funes. Estas passam pelo transporte de nutrientes para as clulas, o transporte

    e excreo de substncias txicas ao organismo, a regulao da temperatura corporal e

    facultar um meio para que ocorram todas as reaes metablicas do organismo. Aquando de

    uma ingesto insuficiente, as consequncias podero passar por lbios e olhos secos, sede, cor

    e odor de urina forte, fraqueza muscular, dificuldade de raciocnio e confuso mental; em

    condies extremas, coma e morte(6).

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    3. PRINCPIOS DE UMA ALIMENTAO SAUDVEL

    O dia dever comear com um pequeno-almoo completo, variado e equilibrado:

    esta a refeio mais importante do dia, que permite a recuperao do longo jejum da noite e

    fornece energia para todas as atividades dirias. Dever incluir leite, cereais integrais e fruta

    fresca.

    A alimentao diria dever ser fracionada em varias refeies, com intervalos

    regulares de no mais do que trs horas e meia.

    O consumo de sal dever ser reduzido para menos de 5g por dia. Evite adicionar

    muito sal aos seus cozinhados, levar o saleiro para a mesa durante as refeies e ingerir

    alimentos pr-confecionados ou muito salgados (por exemplo, produtos de salsicharia e

    charcutaria). Prefira as ervas aromticas e especiarias para temperar.

    Tambm o consumo de acar dever ser limitado. Evite consumir produtos de

    confeitaria e pastelaria e outros produtos ricos em acar (gelados, rebuados, sobremesas

    aucaradas, refrigerantes, gomas, bolachas). No adicione acar ao leite, caf ou ch.

    Aumente o consumo de legumes e hortalias. Inclua sopa de legumes e hortalias no

    incio das suas refeies principais e faa destes alimentos um acompanhamento

    imprescindvel do prato principal.

    Inclua no seu dia a ingesto de 2 a 3 peas de fruta, inteiras, em sumos ou saladas;

    estas podem fazer parte da refeio principal ou parte do lanche.

    A quantidade de carne nas refeies principais dever ser ingerida moderadamente,

    privilegiando as brancas, peixe ou ovos; desta forma, ir reduzir o consumo de gordura

    saturada, proveniente, essencialmente, de produtos de origem animal.

    Adote o azeite em detrimento de outras gorduras quer para temperar quer para

    cozinhar. Evite tambm a utilizao de gorduras que foram sobreaquecidas ou de leos

    queimados; as altas temperaturas conduzem degradao da gordura, dando origem a

    reaes que formam substncias cancergenas.

    Opte pelos mtodos de confeo saudveis. So eles os cozidos a vapor, grelhados,

    assados e estufados sem refogado; evite as frituras e assados com gordura. Evite, ainda, o

    consumo das partes carbonizadas dos alimentos grelhados.

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    Beba gua em abundncia, infuses ou chs sem adio de acar e sumos de fruta

    so tambm uma boa opo. Dever ingerir pelo menos 1,5 l de gua por dia.

    A ingesto de bebidas alcolicas dever ser moderada e s consumida por indivduos

    saudveis: nos homens, a recomendao de 2 copos por dia e, para as mulheres, 1 copo por

    dia (200 ml/copo)(6).

    As recomendaes habituais so dadas para todas as pessoas como parte de um

    aconselhamento nutricional. No entanto, estas recomendaes so baseadas nas necessidades

    da populao em geral e podero no ser adequadas para alguns subgrupos de pessoas com

    deficincia. Os critrios de excluso de estudos nutricionais usados para formular

    recomendaes, normalmente incluem as deficincias fsicas e distrbios genticos e

    metablicos. Portanto, as recomendaes so adequadas para a populao em geral, mas nem

    sempre atendem s necessidades de cada indivduo em particular ou de subgrupos

    populacionais. Os investigadores esto a comear a identificar subconjuntos das populaes

    para determinar o impacto de recomendaes especficas versus recomendaes para a

    populao em geral (7).

    Como podemos verificar, a alimentao desempenha um papel decisivo na sade e

    qualidade de vida, pois pode ajudar a minorar o impacto de fatores de risco de vrias doenas

    crnicas. Esta associao de extrema relevncia na(s) deficincia(s), pois uma alimentao

    saudvel, adaptada a cada caso em particular, pode melhorar substancialmente a sade e,

    consequentemente, a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficincia.

    Assim, todos os conceitos sobre alimentao saudvel aplicam-se a esta populao.

    Mas se muitas vezes, para a populao em geral, difcil ter uma alimentao equilibrada,

    para os portadores de qualquer tipo de deficincia os desafios so ainda maiores.

    A deficincia tem um impacto negativo na adoo de uma alimentao saudvel, pelo

    que imprescindvel ter em conta as particularidades que tornam as pessoas com

    deficincia(s) mais vulnerveis no que concerne a ter este tipo de alimentao.

    Os problemas alimentares mais comuns que surgem nas pessoas com deficincia so:

    baixo peso, excesso ponderal/obesidade, obstipao, problemas de deglutio/disfagia,

    interaes medicamento/alimento. A seriedade dessas condies dependem de vrios fatores

    individuais (idade, nvel de disfuno motora, gravidade da deficincia, sade em geral),

    ambientais, literacia e condies socioeconmicas.

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    Tendo em conta os problemas a nvel nutricional mais importantes que afetam esta

    populao iremos dar orientaes sobre alimentao para cada situao em particular.

    4. ALIMENTAO NAS(S) DEFICINCIA(S) E DIFICULDADES ALIMENTARES

    4.1 Baixo peso

    O baixo peso pode ser um fator de risco para certos tipos de deficincia (como por

    exemplo: sndrome de Rett, paralisia cerebral ou deficincias de desenvolvimento). Pode,

    ainda, ser um fator de risco para o desenvolvimento de lceras de presso em pessoas com

    problemas de mobilidade e/ou acamadas(8).

    A baixa ingesto energtica a causa primria para o baixo peso em indivduos com

    dfices cognitivos. Tal resulta de diversos fatores, entre eles: a incapacidade para comunicar a

    sensao de fome e saciedade e as preferncias alimentares, o que leva os cuidadores a no

    terem a real perceo das necessidades dos indivduos. A baixa ingesto energtica pode, por

    outro lado, conduzir a deficincias em certos nutrientes. A m coordenao motora e/ou m

    postura presente em certos tipos de deficincia, tanto ao nvel dos membros superiores como

    ao nvel da deglutio, leva a uma diminuio da ingesto alimentar com consequente perda

    de nutrientes. O refluxo gastroesofgico, bastante recorrente, e o atraso do esvaziamento

    gstrico contribuem tambm para a diminuio da absoro de nutrientes. Por outro lado, a

    dor pode levar a uma diminuio do apetite e h tambm certas patologias que desencadeiam

    seletividade alimentar com diminuio da ingesto energtica. Os gastos energticos podero

    estar aumentados em algumas situaes. So exemplo os indivduos com deficincia fsica que

    recorrem a meios auxiliares de locomoo ou que tm aumento dos gastos energticos,

    resultante da leso neurolgica (exemplo: paralisia cerebral na forma clinica atetide ou

    distnica). Algumas crianas com deficincias podero ter necessidades nutricionais

    aumentadas (por exemplo: infees frequentes e presena de lceras de presso em crianas

    acamadas ou com muito baixa mobilidade podem levar a que estas tenham necessidades

    nutricionais acrescidas de forma a manter a sua sade)(9-11).

    Atualmente, no existem frmulas validadas para calcular as necessidades energticas

    para crianas com deficincia neurolgica, o que dificulta bastante a interveno dos

    profissionais de sade (12).

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    Recomendaes:

    A alimentao dever ser o mais diversificada possvel, de aspeto agradvel, criativa e

    saborosa;

    Devero ser realizadas vrias refeies ao dia, manter as pores, no saltar refeies;

    As preferncias alimentares do indivduo devero ser respeitadas, no descurando os

    princpios da alimentao saudvel;

    Devero ser fornecidos alimentos com elevado teor de vitaminas e nutrientes, por

    exemplo, com elevado teor de protenas com alto valor biolgico (leite, ovos, carne

    peixe, etc.);

    A densidade calrica dever ser aumentada (quando necessrio, recorrer a

    suplementos nutricionais, prescritos por um nutricionista).

    4.2 Excesso ponderal/obesidade

    O excesso de peso geralmente ocorre quando uma pessoa ingere uma quantidade de

    energia superior aquela que necessita.

    Pessoas com disfunes motoras que limitam permanentemente a sua atividade fsica

    precisam de um menor aporte calrico para suprimento das suas necessidades energticas(13).

    A prevalncia do excesso ponderal evidente na sndrome de Down, sndrome de

    Prader-Willi, espinha bfida, deficincia visual e autismo(9, 14).

    O ganho de peso pode estar relacionado com diversos fatores: atividade fsica limitada,

    gastos energticos diminudos, baixa estatura devido a crescimento atpico, baixa tonicidade

    muscular, problemas em comunicar a sensao de saciedade e situaes de compensao.

    O excesso de peso ou obesidade poder traduzir-se numa deficincia secundria para

    indivduos com dificuldades motoras, prejudicando a coordenao e o desenvolvimento

    muscular ou, at mesmo, contribuir para o desenvolvimento de doenas crnicas tais como a

    diabetes, hipertenso arterial e a doena coronria. Tal poder provocar dificuldades

    acrescidas nas atividades do quotidiano do indivduo, assim como dos seus cuidadores. Por

    outro lado, pode acarretar um impacto negativo a nvel social (8, 10).

    Outra situao, mais frequente em crianas e adolescentes, a compensao

    alimentar por parte dos cuidadores ou familiares. Sentimentos de pena ou necessidade de

    criar sensaes de prazer e bem-estar so frequentemente utilizados como justificao para

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    sobre-alimentar a pessoa com deficincia, ou mesmo introduzir alimentos-conforto na vida

    diria; estes alimentos tm geralmente um elevado teor de acar ou gordura. J nos adultos,

    sentimentos de frustrao ou baixa autoestima podero igualmente levar a excessos

    alimentares(10).

    Recomendaes:

    A alimentao dever ser adaptada de acordo com as reais necessidades energticas

    do indivduo;

    A ingesto alimentar dever ser controlada de forma a evitar o ganho de peso: optar

    por pores menores e seguir os princpios de uma alimentao saudvel, tal como

    descrito no incio deste captulo;

    A prtica de exerccio fsico dever ser promovida e adaptada capacidade fsica do

    individuo, no apenas para aumentar os gastos energticos e desenvolver

    competncias motoras, como tambm pelos efeitos comprovados do exerccio na

    melhoria da autoestima;

    Evitar utilizar os alimentos como recompensa; no caso de a sua utilizao ser

    imprescindvel optar por alimentos de baixo teor calrico.

    4.3 Obstipao

    A obstipao surge quando os movimentos peristlticos esto diminudos em relao

    ao habitual, havendo uma maior dificuldade no seu funcionamento ou uma alterao na

    frequncia habitual da defecao. Alguns sintomas passam por dor e distenso abdominal,

    diminuio da ingesto alimentar e irritabilidade. Esta condio bastante comum na

    deficincia fsica e na deficincia intelectual.

    A obstipao pode ser causada por uma malformao anatmica ou neurolgica do

    intestino ou por uma tonicidade anormal muscular por exemplo hipertonia na paralisia

    cerebral do tipo espstico ou hipotonia na sndrome de Down, que pode prejudicar o

    funcionamento intestinal.

    Outros fatores so a baixa atividade fsica e obesidade, ausncia de rotinas ou

    inaptido postural para defecar, toma de certos medicamentos, excessiva perda de fluidos,

    insuficiente ingesto de gua (pela dificuldade em deglutir, recusa ou incapacidade para

    comunicar a sensao de sede), baixo consumo de fibras e a malnutrio.

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    O tratamento da obstipao de extrema importncia, tanto pelas suas implicaes

    fsicas como psicolgicas que tm um impacto negativo na qualidade de vida(9, 10, 14).

    Recomendaes

    Ingerir todas as manhs em jejum, lquidos (ch, gua) a uma temperatura tpida;

    A dieta deve ser equilibrada, com alto teor de fibras, rica em hortofrutcolas e cereais.

    O sumo de ameixa poder ser uma boa ajuda;

    Devero ser evitados alimentos ricos em celuloses duras, j que este tipo de fibras

    pode causar microferimentos a nvel da mucosa intestinal desencadeando

    espasticidade;

    A ingesto de lquidos dever ser elevada para hidratao das fezes;

    Devero ser feitas tentativas no sentido de ajustar a rotina para defecar; estipular um

    horrio, numa altura calma do dia, sem qualquer tipo de pressa, stress ou

    constrangimento. Tambm o posicionamento dever ser corrigido, sendo, por vezes,

    necessrio adaptar a casa de banho, atravs de equipamentos como a cadeira

    sanitria e barras laterais;

    Quando possvel, a atividade fsica dever ser aumentada, tendo em conta as

    capacidades do indivduo. Massajar a zona abdominal com regularidade pode tambm

    trazer efeitos positivos.

    4.4 Dificuldades alimentares

    O que so dificuldades alimentares? So problemas na alimentao que afetam

    negativamente a capacidade de ingerir alimentos ou lquidos de forma adequada, o que traz

    repercusses no estado nutricional e hdrico do indivduo.

    De entre os fatores que contribuem para as dificuldades alimentares em pessoas

    portadoras de algum tipo de deficincia, pode-se destacar distrbios neuromusculares,

    problemas de comportamento, ou ambos.

    Os problemas alimentares podem ser oro-motores, de posicionamento, na

    alimentao autnoma ou comportamentais.

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    As dificuldades alimentares ligadas a problemas oro-motores esto relacionadas com o

    comprometimento dos msculos envolvidos na mastigao e deglutio (anormalidades na

    tonicidade muscular e atrasos no desenvolvimento motor; defeitos oro-faciais que interferem

    com a alimentao, como fenda palatina; atraso no desenvolvimento motor oral ou padres

    motores orais anormais; respostas de hipersensibilidade ao toque e/ou temperatura dentro

    e ao redor da boca; problemas dentrios como cries dentrias graves ou mau alinhamento da

    dentio).

    Dificuldades em sentar, no controlo da cabea e pouca estabilidade no tronco

    constituem os problemas de posicionamento mais comuns.

    Por outro lado, a incapacidade de alguns indivduos se alimentarem sozinhos, por

    dificuldades de manuseamento dos utenslios ou segurar o copo, fazem tambm parte das

    complicaes encontradas na alimentao da pessoa com deficincia. Problemas no

    comportamento, por exemplo, recusa em comer, choro, distrao durante a refeio e

    seletividade dos alimentos, diminuem tambm a ingesto alimentar.

    Alguns problemas mdicos, como o refluxo gastroesofgico, contribuem tambm para

    a diminuda ingesto alimentar(9, 10, 14).

    Recomendaes

    Muitas vezes, difcil diferenciar entre problemas fsicos, comportamentais e

    interacionais; por essa razo, importante que o indivduo com deficincia seja

    devidamente avaliado e acompanhado por uma equipa multidisciplinar de sade

    constituda pelo mdico, terapeuta da fala, nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta

    ocupacional e enfermeiro;

    importante adaptar as texturas dos alimentos s capacidades de deglutio da

    pessoa com deficincia. Desta forma, o indivduo pode alimentar-se de forma segura,

    sem risco de aspirao. Existem vrios tipos de textura: a normal, fracionada/triturada,

    mole, pastosa/cremosa e lquida;

    Quando oferecer alimentos passados, de textura cremosa, opte por separar os

    componentes do prato para aumentar a aceitabilidade. Por exemplo, separe o pur de

    hortcolas, do pur de carne/peixe e do pur de arroz/massa/batata;

    O posicionamento durante a alimentao dever ser melhorado;

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    Existem vrios utenslios adaptados que podem melhorar a capacidade de alimentao

    autnoma. Poder consultar alguns exemplos nas prximas pginas deste manual;

    Se a hidratao por via oral no for possvel, poder recorrer utilizao de gua

    gelificada ou frmulas espessantes comerciais; estas ltimas permitem que os lquidos

    adquiram uma consistncia de nctar, geleia/mel ou marmelada.

    Quando a alimentao por via oral constitui um risco grave para a sade do indivduo e

    insuficiente para manter uma alimentao adequada s suas necessidades, frequente a

    utilizao de sonda para alimentao: as mais comuns so as nasogstricas ou gastrostomias

    endoscpicas percutneas (PEG). Para estas situaes existem frmulas que substituem a

    alimentao artesanal; no entanto, os custos que este tipo de alimentao acarreta so muito

    elevados pelo que, geralmente, se mantm a alimentao artesanal com uma textura lquida.

    5. INTERAO MEDICAMENTO/ALIMENTO:

    Muitas pessoas portadoras de deficincia tm que tomar medicao devido a

    inmeros problemas de sade e h diversos medicamentos que podem afetar o estado

    nutricional de diferentes maneiras:

    Alterando a absoro, metabolismo, e/ou excreo de nutrientes especficos;

    Provocando distrbios gastrointestinais e/ou anorexia, levando a um decrscimo no

    aporte de nutrientes;

    Aumentando o apetite, o que pode resultar em obesidade;

    Figura 1. Alimentos de textura adaptada Figura 2. Diferentes consistncias de lquidos

    espessados

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    Interagindo com nutrientes antes da sua ingesto (quando misturados com os

    alimentos antes da sua administrao).

    Crianas e adultos com necessidades especiais tm muitas vezes que tomar

    medicamentos como: anticonvulsionantes, tranquilizantes, antiespasmdicos ou estimulantes.

    Outros medicamentos muito comuns incluem analgsicos, antibiticos e laxantes.

    Podemos constatar que h medicamentos que prejudicam a biodisponibilidade dos

    nutrientes. Por outro lado, h alimentos que interferem com a eficcia dos medicamentos a

    nvel orgnico. Os medicamentos podem alterar o metabolismo e modificar o apetite tornando

    difcil ter uma alimentao saudvel(14).

    5.1 Medicamentos para o tratamento de dfice de ateno e hiperatividade

    O transtorno de dfice de ateno e a hiperatividade (DAH) so normalmente tratados

    com medicamentos estimulantes tais como o metilfenidato (Ritalina), dextroanfetamina

    (Dexedrina) e anfetamina (Adderall). Estudos demonstraram que o uso destes

    medicamentos est associado a uma diminuio do apetite em crianas, o que resulta,

    frequentemente, num atraso no crescimento e menor aumento de peso. Outros estudos

    mostraram, no entanto, que os efeitos destes medicamentos no apetite e crescimento so

    temporrios e relacionados com a dosagem: um a dois anos aps o tratamento h um

    aumento da tolerncia e j no h efeitos negativos no apetite e crescimento. Um estudo de

    1996 encontrou pequenas, mas significativas, diferenas na altura entre crianas com DAH e

    grupos controlo. Estas diferenas eram evidentes em crianas, mas no em adolescentes, e

    no estavam relacionadas com o uso de medicamentos psicotrpicos(14).

    5.2 Diurticos

    Os diurticos so frequentemente prescritos para pessoas com problemas cardacos e

    doenas pulmonares. Muitos diurticos, como a furosemida, aumentam a excreo de

    potssio, clcio, sdio, zinco e magnsio; outros, tal como a espirolactona, poupam o potssio,

    mas aumentam a excreo de clcio e magnsio. A alimentao de pessoas que tm que tomar

    diurticos deve fornecer um aporte adequado dos minerais que so excretados. Os diurticos

    podem tambm contribuir para a anorexia e distrbios gastrointestinais(14).

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    5.3 Corticosterides

    Os corticosterides so usados como terapia de substituio nos estados de

    deficincia de adrenalina cortical e para efeitos anti-inflamatrios e imunossupressores no

    tratamento de diversas doenas como a asma. Os efeitos secundrios destes medicamentos

    incluem uma diminuio da densidade mineral ssea e uma diminuio da absoro de clcio e

    fsforo; atraso no crescimento; aumento do apetite, que pode levar a aumento de peso;

    reteno de sdio e de gua o que pode, eventualmente, provocar hipertenso; catabolismo

    muscular; aumento da glicose com consequente resistncia insulina e aumento da liplise.

    Atualmente, os corticosterides inalados so mais usados do que os de uso sistmico. Os seus

    efeitos secundrios so mnimos quando comparados com os corticosterides orais, mas

    podem ter efeitos secundrios semelhantes se usados por longos perodos de tempo(14).

    5.4 Antidepressivos

    Os antidepressivos tricclicos so usados no tratamento de depresses mentais, como

    adjuvantes no tratamento temporrio da enurese noturna em crianas com idades superiores

    a seis anos, e como tratamento para o dfice de ateno em alguns jovens adultos e crianas

    com mais de seis anos.

    Os efeitos secundrios relacionados com a nutrio incluem um aumento do apetite e

    ganho de peso, boca seca, nuseas e vmitos, dispepsia, obstipao e diarreia(14).

    5.5 Antibiticos

    Antibiticos so usados para o tratamento de infees. Algumas vezes so usados por

    longos perodos de tempo como medida profiltica. Os efeitos secundrios podem interferir

    com uma adequada ingesto de nutrientes, incluindo feridas na boca e lngua, diarreia,

    nuseas e vmitos. Quando usados por longos perodos de tempo, podem levar a uma

    alterao da flora intestinal, com diminuio da produo da vitamina K. indicado

    monitorizar os efeitos nutricionais(14).

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    5.6 Medicamentos anti-refluxo gastroesofgico

    Estes medicamentos so usados para tratar a azia provocada pelo refluxo

    gastroesofgico, tendo como objetivo aumentar a motilidade gastrointestinal. Esta acelerao

    do esvaziamento gstrico pode afetar a taxa de absoro de outros medicamentos. Muitos

    efeitos nutricionais secundrios podem ocorrer, incluindo obstipao, diarreia, nuseas,

    vmitos e dor e desconforto abdominal(14).

    5.7 Antiespasmdicos

    Estes medicamentos esto indicados no tratamento da instabilidade vesical, como por

    exemplo no mielomeningocelo. Alguns dos efeitos adversos relacionados com a nutrio

    incluem nuseas, boca seca, obstipao, dor abdominal, anorexia, disgeusia, e dificuldades na

    deglutio(14).

    5.8 Medicamentos anti-inflamatrios

    Estes medicamentos (por exemplo: sulfassalazina para a colite ulcerosa e doena de

    Crohn) podem provocar efeitos secundrios relacionados com a nutrio incluindo anorexia,

    nuseas, vmitos, alteraes no paladar, diarreia, desconforto gstrico e abdominal(14).

    5.9 Anticonvulsionantes

    Pessoas com distrbios neurolgicos tm frequentemente convulses que so tratadas

    com anticonvulsionantes. O uso prolongado destes medicamentos pode levar a que se corra

    riscos de ter deficincias de vitamina D, cido flico e, possivelmente, outras vitaminas,

    incluindo vitaminas B6 e B12. Um controlo analtico de rotina para detetar deficincias

    vitamnicas importante para os cuidados de sade destes pacientes. Alguns

    anticonvulsionantes podem causar efeitos secundrios tais como nuseas, vmitos, diarreia e

    letargia. Outros efeitos secundrios incluem perda ou ganho de peso(14).

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    6. NUTRIO, DEFICINCIA E AMBIENTE

    Nas pessoas portadoras de deficincias h toda uma srie de fatores extrnsecos ao

    prprio indivduo que acabam por ter repercusses importantes a nvel nutricional, quer na

    qualidade da alimentao quer na quantidade de alimentos ingeridos e so inmeras as razes

    para que uma pessoa com deficincia possa ter riscos acrescidos em ter uma dieta saudvel,

    sendo de destacar os seguintes:

    Capacidades fsicas podem limitar o acesso s compras, confeo dos alimentos,

    autonomia na alimentao;

    Por vezes, a alimentao saudvel e refeies equilibradas so menos importantes

    comparativamente aos inmeros desafios da vida diria;

    Dificuldades econmicas podem diminuir as escolhas e opes alimentares (reformas

    baixas);

    Depresso e problemas emocionais podem dificultar a motivao para comer

    saudavelmente;

    Viver em instituies ou ter dificuldades em comunicar podem limitar as oportunidades

    em estar envolvido na planificao das refeies e ter acesso a melhores escolhas

    alimentares;

    Dificuldades em adquirir e confecionar alimentos. Por exemplo: os deficientes fsicos tm

    muita dificuldade a chegar a produtos alimentares nas grandes superfcies (prateleiras

    colocadas a um nvel muito alto) e os deficientes visuais tm muita dificuldade em

    identificar produtos alimentares por estes no conterem informaes em Braille;

    Dificuldades/limitaes para os portadores de deficincia, nomeadamente em obter os

    alimentos, dependncia de terceiros para efetuarem a sua alimentao e o que isso

    implica no seu estado nutricional e, ainda, a importncia de utenslios adaptados para a

    realizao das refeies;

    Isolamento social;

    Barreiras arquitetnicas;

    Os problemas dirios para lidar com a deficincia (discriminao, barreiras sociais,

    arquitetnicas, dificuldades acrescidas para trabalhar, estudar, conviver), levam muitas

    vezes a que os portadores de deficincia tenham depresses, que os transportam para um

    isolamento social, com consequncias negativas a nvel nutricional;

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    A combinao da deficincia com o aumento ponderal pode criar um ciclo vicioso, levando

    a encargos adicionais de sade e restringindo ainda mais o funcionamento e

    independncia. Para alm disso, pessoas portadoras de deficincias podem ter riscos

    acrescidos de aumento ponderal comparativamente com os seus pares sem deficincia,

    devido baixa atividade fsica. As barreiras para efetuar atividade fsica incluem as da

    populao em geral (tempo, motivao), mas, adicionalmente, as limitaes fsicas dos

    portadores de deficincia, reduzem as oportunidades para a atividade fsica e prtica de

    desporto, bem como as barreiras arquitetnicas, e existem cada vez menos programas de

    promoo de sade que promovam as opes apropriadas para a prtica de exerccio(15);

    A falta de conhecimentos dos cuidadores sobre como lidar com condies de sade e com

    problemas especficos na deficincia podem ter reflexos negativos. Por exemplo, se os

    cuidadores desconhecerem qual a posio mais correta para alimentar uma criana com

    paralisia cerebral, podem surgir espasmos musculares nesta, o que leva a complicaes no

    processo alimentar, aumentando o risco de dar uma insuficiente quantidade de alimentos;

    Noutras crianas com deficincia, a desnutrio pode no estar diretamente relacionada

    com a sua situao fsica. Por exemplo:

    - A descriminao e estigma podem levar a que sejam dados menos alimentos a uma

    criana com deficincia, comparativamente com os seus pares;

    - A combinao de questes fsicas e certas atitudes podem tambm estar envolvidas.

    Por exemplo, uma criana com paralisia cerebral pode precisar de mais tempo para ser

    alimentada mas os seus cuidadores podem estar menos disponveis ou no ter capacidade

    para dedicar o seu tempo para tal atividade;

    Finalmente, o acesso a alimentos com qualidade e quantidade suficientes, representam

    muitas vezes um desafio para os adultos com deficincias devido s dificuldades

    econmicas e distribuio desigual de recursos dentro da prpria famlia(16);

    Os cuidados desiguais nos servios de sade e sociais incluem o facto de crianas e adultos

    portadores de deficincia no terem a mesma facilidade de acesso a estes servios como o

    resto da populao; os profissionais de sade e de servio social muitas vezes

    desconhecem as reais necessidades e no sabem comunicar com os portadores de

    deficincias. As campanhas de sade falham ao no considerarem as necessidades

    especficas das pessoas com deficincia;

    imprescindvel que cuidadores de pessoas portadoras de deficincias, principalmente em

    instituies (lares, hospitais, centros de dia, centros de atividades ocupacionais), tenham

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    formao em vrias reas, nomeadamente na alimentao, para poderem lidar

    corretamente com esta populao e suas especificidades;

    Saber posicionar corretamente as pessoas para lhes dar a alimentao. Ter sempre em

    conta que os acamados no podem fazer as refeies em decbito dorsal (levantar a

    cabeceira da cama at um ngulo de 45);

    Quando existir dificuldade em mastigar e/ou deglutir os alimentos, a alimentao dever

    ter uma textura adequada, de forma a que a sua administrao seja segura;

    Utilizar talheres e copos adaptados para portadores de deficincia com pouca mobilidade

    nos membros superiores;

    Dar a alimentao com calma, em ambiente acolhedor, sem apressar a pessoa;

    Ter em ateno as preferncias alimentares dos pacientes e ter o cuidado em apresentar

    refeies apelativas;

    Saber comunicar e perceber as necessidades dos pacientes, pois estes podero ter

    dificuldade em comunicar as suas necessidades alimentares;

    As instituies devem ter sempre como prioridade o bem-estar dos seus utentes. Para tal,

    tero que ter a preocupao de ter pessoal com formao e em nmero adequado, para

    no haver o risco de negligenciar o acompanhamento dos utentes.

    7. DISPOSITIVOS DE COMPENSAO NA ALIMENTAO (TALHERES, COPOS, PRATOS) Os dispositivos de compensao na alimentao so meios indispensveis para permitir

    uma maior autonomia de pessoas com deficincia e/ou atividade limitadas, para se

    alimentarem. Em muitas situaes, bastam pequenas adaptaes para que estas consigam

    alimentar-se sozinhas. Alm de permitirem uma maior autonomia, levam a que a pessoa se

    sinta menos limitada e dependente de terceiros.

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    Figura 3. Talheres adaptados

    Figura 4. Copos adaptados

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    Figura 5. Talheres e pratos adaptados

    Figura 6. Pratos adaptados

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    8. CONCLUSO

    A nutrio e a(s) deficincia(s) esto intimamente relacionadas: ambas devero ser

    prioridades globais de desenvolvimento; para ambas, a eliminao da desnutrio e assegurar

    a sade e o bem-estar dos portadores de deficincias s podem ser conseguidas tomando-se

    medidas eficazes no combate da pobreza e da discriminao e garantindo a igualdade e os

    direitos humanos dos indivduos em risco.

    No possvel para uma pessoa portadora de deficincia ter uma boa qualidade de vida,

    se o seu estado nutricional no for favorvel.

    imprescindvel que a sociedade se preocupe e desenvolva mecanismos que protejam os

    seus membros mais vulnerveis, como o caso dos portadores de deficincia.

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Programa Nacional para a Promoo da Alimentao Saudvel Nutrio e Deficincia(s), 2015

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