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O ESTUDO BBLICO INDUTIVO Todos os direitos reservados pela ABU EDITORA S/C - a publicadora da Aliana Bblica Universitria do Brasil - ABUB ABU EDITORA S/C Caixa Postal 30505 01051 -So Paulo-SP CGC 46.394.169/0001 -74 Primeira Edio 1986 Reimpresso 1987 A ABU Editora a publicadora da Aliana Bblica Universitria do Brasil, uma entidade interdenominacional que tem como objetivo bsico a evangelizao do universitrio e do estudante secundarista. Sua atuao atravs dos prprios estudantes, por meio de ncleos de estudo bblico, acampamentos e cursos de treinamento. A fim de preservar seu carter essencialmente evanglico e bblico, a ABUB adota uma base de f que subscrita pela sua liderana em todos os nveis.

Sumrio

PREFCIODou graas a Deus porque pouco a pouco igrejas e grupos cristos esto descobrindo as possibilidades, desafios e riquezas de um estudo bblico indutivo em grupo. De fato esse mtodo de estudos abre as portas para a disseminao de muitos grupos evangelsticos e de crescimento, em todo e qualquer ambiente da nossa sociedade: seja com amigos na escola, na fbrica, no escritrio, com vizinhos ou na igreja. E permite a multiplicao de lderes de grupos pequenos, aliviando as responsabilidades excessivas dos lderes religiosos. Alm do mais, permitir que muitas pessoas tenham um conhecimento, de primeira mo, da mensagem do evangelho. Desejo que essas notas, sugestes e exerccios, compilados e retrabalhados a partir dos textos mencionados na bibliografia, sirvam de estmulo e encorajamento para muitos cristos normais, desejosos de servir ao Senhor, mas carentes de instruo sobre como poderiam faz-lo. Antnia Leonora van der Meer

I. INTRODUOA. Os Propsitos Principais do Estudo da BbliaDeus levou a Bblia a ser escrita para se revelar atravs dela. Jesus indicou o motivo principal de estudarmos a Bblia numa conversa com alguns fariseus, quando os criticou, dizendo: "Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e so elas mesmas que testificam de mim" (Jo 5:39). Jesus admitiu que eles estudavam a Bblia, mas na sua grande preocupao pela prtica correta da religio esqueciam o objetivo desse estudo: conhecer uma pessoa. Encontramos Deus, em Jesus Cristo, na Bblia. O apstolo Paulo disse para Timteo que o conhecimento da Bblia traz certos resultados prticos: "Toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra" (2 Tm3:16-17). A Bblia no uma enciclopdia a ser consultada quando temos interesse num assunto religioso, ou uma bateria de textos isolados para a defesa de certas doutrinas, nem uma coletnea de orculos msticos pelos quais satisfazemos a curiosidade sobre o futuro. Pelo contrrio, honramos a autoridade da Bblia quando lhe permitimos: 1) guiar-nos quando tomamos decises; 2) afetar nossos relacionamentos com outras pessoas; 3) corrigir nossas ideias a respeito da nossa viso da verdade e 4) definir os propsitos pelos quais vivemos.

B. O que um Estudo Bblico Indutivo?O estudo bblico indutivo (EBI) leva o interessado a descobrir por si mesmo o significado das Escrituras e a relacionar o que descobriu com a sua vida de cada dia. Num EBI procuramos encontrar o que o autor quis dizer, e no impor nossos sentimentos ou opinies sobre o texto. Para melhor deixar a Bblia falar por si mesma, o lder de um grupo no faz um pequeno sermo sobre o texto, nem defende as concluses do seu estudo prvio, mas faz perguntas que permitem aos membros do grupo descobrirem o significado do texto. H trs passos bsicos na realizao do EBI: a observao (descobrir os fatos do texto); a interpretao (determinar o que os fatos significam) e a aplicao (agir a partir das concluses alcanadas). Por meio das respostas aos fatos observados e das concluses alcanadas, o estudo se torna dinmico e as aplicaes bem prticas. O mtodo indutivo se baseia na convico de que o Esprito Santo ilumina a quem examina as Escrituras com sinceridade, e que a maior parte da Bblia no to complicada que quem saiba ler no possa entend-la. Os judeus da Beria foram elogiados porque examinavam cada dia as Escrituras "se estas coisas eram assim" (At 17:11). emocionante descobrir que a Bblia fala hoje em dia, de uma maneira clara e contempornea, respondendo s perguntas que todo ser humano faz.

C. Algumas Vantagens do EBI1.Os educadores nos informam que uma pessoa lembra s 10% do que ouve,

mas 50% ou mais do que ouve e fala. Um grupo de estudo bblico d oportunidade para todos expressarem as convices tiradas do estudo. lder pode dirigir este tipo de estudos, mesmo que no seja um grande conhecedor da Bblia. O papel dele no dar todas as respostas a perguntas religiosas, ou pronunciar opinies doutrinrias. Ele dirige o debate do grupo, baseando-se nas perguntas preparadas no seu estudo pessoal e no texto b-bblico em questo. mais oportunidades para os participantes fazerem perguntas do que num culto ou durante uma palestra. Consequentemente h mais liberdade para expressar dvidas e receber esclarecimentos.

2.Um

3.H

4.Permite

aos participantes a emoo de descobrir a verdade pessoalmente, em vez de ouvi-la proclamada por algum. Essa verdade, geralmente, tem mais significado para a pessoa e estimula o estudo pessoal da Bblia. conflito de opinio pode ser resolvido mais facilmente quando o estudo limitado a uma passagem que pode ser referida com autoridade. melhor comunicao, onde compreenses errneas facilmente podem ser percebidas e corrigidas.

5.Qualquer 6.Permite 7.O

Esprito Santo no concede toda a verdade a uma pessoa s. Voc pode aprender da contribuio de outros, e sua descoberta pode esclarecer uma coisa para outro membro do grupo. Geralmente as opinies erradas no resistem anlise dos outros.

II. A OBSERVAOA observao necessariamente o passo bsico da EBI, porque nos leva a descobrir o que o texto realmente diz acerca dos fatos, dos personagens, da importncia de certos acontecimentos e declaraes. No difcil, mas exige bastante ateno e uma mente aberta para no chegar a concluses baseadas nos preconceitos ou influncias no bblicas que tm penetrado o pensamento dos cristos. H muitas atitudes diante da vida, do corpo, do dinheiro, etc, nas igrejas, que realmente so baseadas em filosofias e ideologias que nada tem a ver com o que a Bblia ensina. O EBI nos ensina a ver os fatos e as ideias de acordo com os valores da prpria Palavra de Deus. Ao observarmos os fatos da Bblia afirmamos: "O texto diz que... (um fato explcito)". Ou: Este e aquele fato, juntos, implicam que... (fato oculto, ou implicao)". Olhe at descobrir quais so os fatos significativos. Pergunte at observar conscientemente todos os fatos importantes. Observe at descobrir a nfase do autor e a maneira como ele organizou a apresentao de suas ideias.

A. Olhe! Tomemos como exemplo Lucas 5:1-11. Veja:1. a forma literria: UMA NARRATIVA, QUE ENFATIZA OS ACONTECIMENTOS? UMA MENSAGEM DISCURSIVA, QUE ENFATIZA AS IDIAS? UM TEXTO POTICO, QUE ENFATIZA A INTUIO? UM TEXTO FILOSFICO, QUE ENFATIZA AS P PERCEPES? OU AINDA UM TEXTO PROFTICO, QUE ENFATIZA A REVELAO? Ex.: Lc 5:1-11 uma narrativa, parte do relato sobre a vida e obra de Jesus. 2. a estrutura:QUAIS SO AS DIVISES PRINCIPAIS?

COMO

AS IDIAS E AES SE DESENVOLVEM AT CHEGAR A

UM CLMAX OU A UM DESAFIO? Ex.:Lc 5:1-3 Simo Pedro escuta uma mensagem de Jesus Lc 5:4-10a Jesus desafia Simo Pedro pela primeira vez Lc 5:10b-ll Jesus desafia Simo Pedro pela segunda vez.

1. o

contexto: DE

QUE MANEIRA AS INFORMAES OBTIDAS DE PASSAGENS BBLICAS RELACIONADAS COM O TEXTO, B

OU DE INFORMAES HISTRICAS DA POCA EM QUE O LIVRO ESCRITO NOS AJUDAM A ENTENDER A MENSAGEM, O CONFLITO, AS DIFICULDADES E SOLUES? A)

histrico (INFORMAES SOBRE O CONTEXTO SOCIAL E ESPIRITUAL EM QUE A MENSAGEM FOI PROFERIDA).

Ex.: Em Lucas 5 vemos o conflito interno de Pedro. Ele era um pescador experiente, que havia se dedicado pesca durante as horas mais propicias (de noite), sem obter resultados. Agora Jesus, que no pescador, manda que saia de novo, numa hora imprpria para pescar. Vemos, tambm, em Pedro, a atitude caracterstica de um judeu piedoso, quando recebia uma revelao de Deus: um sentimento forte de ser indigno, diante da santidade do Senhor. (Veja x 24:9-11 e Is 6:1 7).B)

textual imediato (vnculos com o texto que vem antes e depois)

Ex.: Este incidente ocorre no inicio do ministrio de Jesus, quando a equipe de discpulos ainda no era formada. O capitulo 4:31 a 44, mostra que Simo j conhecia pessoalmente a Jesus: j tinha ouvido o seu ensino; observado vrios dos seus sinais poderosos como a libertao de um endemoninhado e a cura de sua prpria sogra e lhe oferecido sua hospitalidade. Lucas 5:29 a 35 mostra que j havia uma equipe de discpulos que andava com Jesus e em Lucas 6:12 a 16 vemos a designao e formao definitiva desta equipe.C)

textual mais amplo (ALGUNS

ESCLARECIMENTOS IMPORTANTES, EM T TOS PARALELOS, PASSAGENS COM TEX

MENSAGENS COMPLEMENTARES E A L LOCALIZAO DO TEXTO NO CONTEXTO DO LIVRO DO QUAL FAZ PARTE)

Ex. Joo 1:35-42 relata o 1Q encontro com Jesus e Simo e mostra que j havia uma f incipiente nele. Ele j conhecia as mensagens de Joo Batista a respeito de Jesus e com isso tinha certas expectativas em relao a ele. Mateus 4:18-22 e Marcos 1:16-20 relatam o que foi provavelmente a primeira vez em que Jesus chamou a Pedro e seus companheiros para segui-lo. possvel que sejam relatos abreviados do mesmo acontecimento relatado em Lucas 5 ou que s aps essa convico profunda de ser pecador, e do Senhorio de Jesus, o compromisso em segui-lo se tomou mais forte.2.as chaves gramaticais: (OBSERVE O USO DOS VERBOS)A)

os tempos (PRESENTE/PASSADO/FUTURO), OS MODOS (INDICATIVO/ GERNDIO E PARTICPIOS) E A VOZ (ATIVA/PASSIVA)

SUBJUNTIVO/ IMPERATIVO/ INFINITIVO/

Ex. Ef 5:18-21 "E no vos embriagueis com vinho, no qual h dissoluo, mas enchei-vos do Esprito, falando entre vs com salmos, entoando e louvando de corao ao Senhor, com hinos e cnticos espirituais, dando sempre graas por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo ". Neste texto h dois imperativos: no vos embriagueis e enchei-vos. Os verbos dos versculos 19 a 21 esto no gerndio. Isto mostra que se trata de consequncias do encher-nos continuamente do Esprito.B)

O SUJEITO/OBJETO NO SINGULAR OU NO PLURAL. (ISTO INCLUI A MUDANA NO USO DOS PRONOMES; QUEM O SUJEITO OU O OBJETO DESTE VERBO?)

Ex.: Jo 1:50-51> "Ao que Jesus lhe respondeu: Por que te disse que te vi debaixo da figueira, crs? Pois maiores cousas do que estas vers. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o cu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem ". No versculo 50, Jesus faz uma promessa a Natanael, que no versculo 51 estendida a todos os discpulos. Ex. :Em Lucas 5:1-11 - Qual o verbo principal no versculo 1 ? Quem o sujeito das aes principais nos versculos 1 a 4 e nos versculos 5 a 10a? O que Lucas nos diz, por meio desta mudana, sobre a maneira pela qual Jesus atrai Simo Pedro para sua obra?C) QUE MUDANAS NO PENSAMENTO DO AUTOR VM TONA ATRAVS DO USO DAS CONJUNES E DAS PREPOSIES, COMO: PORTANTO", ETC.

"MAS", "PARA", "PORQUE", "SE", "AINDA QUE", "QUANDO", "DE MODO QUE", "E

Ex.: Que aparente conflito indica o "mas" de Simo Pedro no versculo 5? Que outras palavras indicam mudanas no pensamento do autor (ou da pessoa que fala)?

B. Pergunte: COMECE COM AS SETE PERGUNTAS BSICAS: QUEM? ONDE? QUANDO? O QU? COMO? POR QU? EPORTANTO...

i. PASSAGENS NARRATIVASA)

Personagens: QUEM SO? O QUE ESTA PASSAGEM MOSTRA ENTRE SI? EM QUEM SE CONCENTRA A ATENO? Circunstncias: ONDE ESTO? POR ATMOSFERA EMOCIONAL/PSICOLGICA? QUANDOO FATO ACONTECE? QUE ESTO ALI?

ACERCA DELES?

COMO REAGEM E

INTERAGEM

B)

POR

QUE O LUGAR S SIGNIFICATIVO?

QUAL

A

CASO

SE MENCIONE O MOMENTO

(DIRETA

OU INDIRETAMENTE) COMO ISSO

CONTRIBUI PARA A NOSSA COMPREENSO? C) Fato

central: QUAL O ACONTECIMENTO CENTRAL? COMO DESCRITO? COMO AS AES ANTERIORES COMO AS AES E AS PALAVRAS DAS PESSOAS REVELAM SEU CARTER E SUAS POSSVEIS MOTIVAES? POR QUE ISSO ACONTECE? H RAZES EXPRESSAS OU IMPLCITAS?CULMINAI NELE?

D) IMPLICAES H?

Consequncias: QUAIS ii. PASSAGENS DISCURSIVAS:

SO OS RESULTADOS?

ERAM

ESPERADOS?

QUE

OUTRAS

A)

Personagens: QUEM

O ESCRITOR E QUEM SO OS LEITORES; OU O ORADOR E OS OUVINTES?

QUEA

RELAO EXISTE ENTRE ELES? B)

QUE OUTRAS PESSOAS SO MENCIONADAS? POR QU?EST ALI?

Circunstncias: ONDE EST O ESCRITOR? POR QUE CARTA FOI ESCRITA (OU O DISCURSO PRONUNCIADO)?

ONDE

ESTO OS LEITORES?

QUANDO

C)

Mensagem central: QUAL A IDIA CENTRAL? COMO O ESCRITOR OU ORADOR TENTA PERSUADIR OS OUVINTES NA VERDADE? QUE RAZES, ILUSTRAES, EXPERINCIAS OU OUTROS MEIOS UTILIZA? POR QUE E EST TO DESEJOSO DE QUE A ENTENDAM E CREIAM NELA? Consequncias: QUAIS SERIAM OS RESULTADOS, CASO ACEITEM SUA MENSAGEM? E EM CASO CONTRRIO? M

D)

C. Observe:EXAMINEMOS LUCAS 15PRINCPIOS LITERRIOS: PARA DESCOBRIR O MAGISTRAL MTODO DE ENSINO DE

JESUS,

USANDO OS SEGUINTES

2 . Observe a nfase do escritor (ou do orador):A)

Pela repetio de certas palavras, frases, idias, personagens, aes. EX.:JESUS USA "PERDER, PERDIDO/A" SETE VEZES; "ENCONTRAR", "ACHAR" OU "achado" sete vezes, mas "pecador/pecadores" s duas vezes e "arrependimento/se arrepende" s trs vezes. Diante dos fariseus ele enfatiza no o arrependimento do pecado, mas antes o seu resultado natural: a alegria e a celebrao! Observe que ele fala dez vezes de "jbilo, alegrar-se e regozijar-se"; quatro vezes de "comer" e fazer festa"; trs vezes de "matar o novilho cevado ", e que fez outras referncias mesma idia: "o abraou e beijou"; "a melhor roupa... um anel no dedo... a msica e as danas..."

B)

Pela comparao de idias com coisas conhecidas, VINCULANDO COISAS SEMELHANTES ENTRE SI. C

Ex.:Jesus compara a Deus com que personagens familiares? O que a ovelha, a moeda e o filho tem em comum? Com quem se comparam? Com quem Jesus compara o filho mais moo? Que semelhana h entre o filho mais velho nos versculos 11 a 32, e os crticos de Jesus nos versculos 1 e 2?C)

Pelo contraste entre coisas opostas, DA MESMA CATEGORIA, MAS NO SEMELHANTES. S

Ex.: Qual a diferena entre o valor das trs coisas perdidas? Qual a diferena entre o filho mais moo e o seu irmo? E entre o filho mais velho e o pai? 0 que distingue a terceira parbola das outras duas?D)

Pela proporo do espao dado a pessoas ou idias-chave: Ex.:Quem o personagem central de cada parbola: "o perdido que foi achado" ou aquele que o encontra? Qual a parbola mais extensa? O que Jesus nos diz com esta proporo? Observe a organizao das idias do escritor (orador) pelo seu uso de: Relaes de causa e efeito: QUANDO UMA COISA UMA CONSEQNCIA NATURAL DA OUTRA.

i.A)

Ex.: O que causou a busca diligente do dono? E qual foi o resultado do encontro do objeto (ou da pessoa) perdido/a? O que Jesus est dizendo aos fariseus, com respeito atitude deles?B)

Relao entre os meios e o fim: Progresso do pensamento: UMA SRIE DE IDIAS E AES QUE PROGRIDE EM DIREO A UM CLMAX OU DESAFIO.

Ex.: Por que Jesus usou parbolas para responder aos seus crticos?C)

Ex.: Observe na ordem das parbolas como Jesus passou do simples ao complexo, do conhecido ao desconhecido, dos valores inferiores (as coisas) ao valor supremo (as pessoas).D)

Uma declarao geral no comeo, SEGUIDA POR EXPLICAES OU EVIDNCIAS E DECLARAO CONCLUSIVA NO FIM, PRECEDIDA POR UMA SRIE DE IDIAS.

ESPECFICAS OU UMA

Ex.: O que encontramos no ensino de Jesus neste captulo?

D. Um Exerccio Prtico de Observao:COM BASE NAS EXPLICAES E NOS EXEMPLOS ACIMA, USE O TEXTO..................................., E PROCURE DESCOBRIR: 3 . OLHE. a) a forma literria........................................................................................................................... b) a estrutura do texto ..................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... c) o contexto:I.

HISTRICO

(INFORMAES

SOBRE O CONTEXTO SOCIAL E ESPIRITUAL EM QUE A MENSAGEM FOI

PROFERIDA):II. III.

TEXTUAL IMEDIATO (VNCULOS COM O TEXTO QUE VEM IMEDIATAMENTE ANTES E DEPOIS): TEXTUAL MAIS AMPLO (ALGUNS ESCLARECIMENTOS IMPORTANTES, EM T TOS PARALELOS, PASSAGENS COM TEX MENSAGENS COMPLEMENTARES, E A L CALIZAO DO TEXTO NO CONTEXTO DO LIVRO EM QUE SE INCLUI): LO

D)

CHAVES GRAMATICAIS: 0 QUE PODE OBSERVAI EM TEMOS DOS TEMPOS OU MODOS DOS VERBOS; DO USO DA VOZ PASSIVA OU ATIVA; DO SUJEITO/OBJETO SINGULAR OU PLURAL; DA MUDANA DOS PRONOMES; E DO USO DE C CONJUNES E PREPOSIES (PALAVRAS QUE INDICAM MUDANAS: MAS, PARA, PORQUE, SE, QUANDO, DE MODO P QUE, ETC): i. Pergunte. Veja na parte B deste captulo como mudam as perguntas de acordo com a natureza do texto e pesquise o que h no nosso texto em questo, nas seguintes reas.

A) PERSONAGENS (QUEM/COMO SE RELACIONAM/O QUE O TEXTO DIZ DELES) B) CIRCUNSTNCIAS LUGAR) C) FATO/MENSAGEM CENTRAL D) CONSEQUNCIAS

(ONDE? QUANDO? O

PORQU E O SIGNIFICADO DA HORA E O SIGNIFICADO DA HORA E DO

(QUE ? COMO APRESENTADO?)

(OS RESULTADOS NEGATIVOS E POSITIVOS E SUAS IMPLICAES) I

ii. ObserveA) B) C) D) E) A REPETIO DE PALAVRAS/FRASES/IDIAS, ETC. A COMPARAO DE IDIAS COM COISAS CONHECIDAS O CONTRASTE DE COISAS OPOSTAS A PROPORO DO ESPAO QUE SE D A PESSOAS OU IDIAS CHAVES

a ordem das idias do autor:(I) (II) (III) (IV)RELAES DE CAUSA E EFEITO: RELAO DOS MEIOS COM O FIM: PROGRESSO DO PENSAMENTO: UMA DECLARAO GERAL NO COMEO OU NO FIM DO TEXTO:

III. A INTERPRETAOInterpretar explicar ou mostrar o significado de algo. No o que significa para ns, mas o que significava para o autor. O propsito da interpretao entender a mensagem central da passagem. A interpretao da mensagem bblica uma tarefa importante que deve ser feita em orao com seriedade, humildade e cuidado. Por um lado verdade que a Bblia o livro que comunica a uma variedade muito maior de pessoas que qualquer outro. Pense nas pocas da histria e na grande variedade de povos hoje: grupos indgenas, povos orientais, africanos e europeus, cujas vidas tm sido transformadas pela sua mensagem. E pessoas simples, sem estudo formal, podem ter uma sabedoria bblica profunda. Isto no significa, no entanto, que podemos anular nossas faculdades mentais quando estudamos a Bblia. Jesus diz que devemos amar a Deus com todo o nosso entendimento tambm (Mt 22:37). A interpretao no um jogo inteligente em que colocamos o significado que mais nos atrai. Devemos sempre interpret-la dentro do contexto textual e histrico, com orao e dependncia do Esprito Santo.

A. Analise o Significado das Palavras e Frases Chaves.4 . Busque o significado natural. Geralmente isso significa entender as palavras literalmente, especialmente em textos histricos. Mas muitas vezes o significado natural exige que se tome as palavras simbolicamente, porque se reconhece que foram usadas como linguagem figurada. Ex.: Em Mt 5:27 a 30 Jesus est se referindo ao desejo sexual. Qual o significado natural de "olho direito" e de "mo direita" neste contexto ? 5 . Busque o Significado Original. O que o autor ou orador quis comunicar? Como os leitores ou ouvintes entenderam os termos que usou? O significado de algumas palavras, como "amor", "comunho" e "humildade" mudou na linguagem corrente atual. Ex.: O que significa "amor" hoje? O que Jesus quis dizer com "amor" em Mt 5:43-48? i. Busque o Significado Coerente. Interprete o versculo ou a ideia de maneira que se harmonize, em primeiro lugar com o seu contexto imediato e tambm com o ensino da Bblia como um todo. Ex.: O proceder de Jesus em Mt 15:21-28 parece estar progredindo da indiferena para o exclusivismo racial, at chegar rejeio da mulher siro-fencia. Mas quando observamos como no fim ele louva a f da mulher, chegamos a uma interpretao mais positiva das atitudes de Jesus, coerente com toda sua vida e ministrio, pois ele valorizava constantemente as pessoas, sem levar em conta sua origem racial. Tambm no costumava simplesmente "provar" uma pessoa, mas antes desafi-la f nele. ii. Faa uso sbio de recursos bibliogrficos. Alguns termos tcnicos e costumes sociais s podem ser explicados, consultando dicionrios e comentrios ou dicionrios bblicos. Examine as passagens paralelas dos evangelhos, ou observe as referncias, usando uma concordncia. Use tambm outras verses da Bblia. iii. Traduza as palavras difceis numa linguagem atual Quais so os termos tcnicos (ex.: fariseus, zelotes, procnsul, etc), e os conceitos teolgicos (ex.: graa, redeno, pecado) usados no texto? 0 autor usou linguagem figurada (ex.: po da vida)! Como podemos traduzir estes termos para uma linguagem clara e contempornea? O que o autor quis dizer com as figuras empregadas e como o uso das mesmas enriqueceu a mensagem? Ex.: pecador - Uma pessoa falha, fazendo mau uso de si e das coisas que Deus lhe confiou, desobedeceu aos justos mandamentos de Deus e incapaz de se consertar pela sua prpria fora

ou mrito. pescador de homens - Um pescador algum que vai at onde os peixes esto. No busca em primeiro lugar o seu conforto (sai na hora mais incmoda e fria, suja as mos e os ps no trabalho), mas luta perseverantemente para alcanar seu objetivo: pegar peixes. Todos estes aspectos mostram qualidades importantes do discpulo quando chamado para ser pescador de homens. Jesus escolhe essa imagem porque faz parte da vida de Pedro e por isso comunica clara e poderosamente.

B. Avalie os FatosAprenda a dizer: Esta a ideia mais importante. Estas outras ideias no so to importantes e o seu valor consiste em ajudar a entender este fato principal. Ex.: Um estudo superficial dos Evangelhos pode levar a dar o lugar central aos milagres de Jesus, em vez de consider-los como sinais que indicam realidades maiores. Em Marcos 3:1-6, o fato mais significativo no a cura do homem da mo ressequida, mas a confrontao aberta de Jesus com seus crticos hostis e a revelao das ms motivaes destes.

C. Correlacione as ideiasNo as deixe como rfos solitrios. O cientista suo Jean Agassiz costumava dizer: "Os fatos so coisas estpidas at que os ponhamos em relao com alguma lei geral". Ex.:Examine, em Lucas 5:1-11 como todas as aes de Jesus se ligam entre si para mostrar a maneira progressiva que ele usou para "pescar" Simo Pedro para sua obra.

D. Investigue os Pontos Difceis ou IncertosRecorra para isto ajuda de um comentrio ou dicionrio bblico. Ex.: Com base em 1 Joo 1:1 somente, no podemos saber que os leitores de Joo enfrentavam a heresia do gnosticismo. Mas s use as referncias externas depois de fazer sua investigao pessoal. Se j comea com os pontos de vista de outro, provavelmente se apoiar demasiadamente neles, e no se enriquecer com o produto de sua prpria meditao e esforo.

E. Resuma a Mensagem do Autor a seus Leitores OriginaisNeste ponto voc rene os detalhes que tem observado, tirando suas prprias concluses. No se limite a simplesmente contar a histria. Antes pelo contrrio, mostre o seu significado nico. Use uma linguagem contempornea. Esta a prova de que realmente entendeu o texto.

F. Exerccio Prtico de Interpretao1.Qual a ideia mais importante?

2.Como os fatos e as ideias se relacionam entre si? 3.Anote os termos especiais: os termos tcnicos (ex.: discpulos),

os conceitos teolgicos (ex.: pecado) e a linguagem figurada (ex.: pescador de homens). Faa uma pequena explicao, em suas prprias palavras, de cada um destes termos. Quando se trata de linguagem figurada, como por exemplo "sal da terra" o contexto torna claro que se trata da funo dos cristos na sociedade. Nesse caso, uma boa avaliao do sentido natural da palavra sal vai enriquecer a compreenso do seu significado figurado. a) Esclarea os termos especiais do texto: (i) .................................................................................................................................................. ....................................................................................................................................................... (ii) ................................................................................................................................................. ....................................................................................................................................................... (iii) ................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................... b) Explique o uso de linguagem figurada no texto: Que termo figurado usado?......................................................................................................... O que o autor quis dizer com isto?................................................................................................. ....................................................................................................................................................... Por que usou esta imagem/comparao? ...................................................................................... ....................................................................................................................................................... O que isso nos ensina hoje?........................................................................................................... ....................................................................................................................................................... 4. Faa um resumo, em suas prprias palavras, da mensagem do autor para seus leitores originas (interpretando o significado do acontecimento): ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ...........................................................................................................................................................

IV. A APLICAOA Bblia no livro de teorias, mas um livro de vida. Isso se mostra de muitas maneiras. Por exemplo a palavra conhecer, na filosofia grega significa ter informaes e conceitos acerca da realidade das coisas, mas no implica em nenhum envolvimento prtico; mas na linguagem hebraica e na Bblia significa um relacionamento pessoal e um compromisso profundo e prtico. Quem no obedece a Deus, no o conhece (1 Jo 2:3 a 6). Por isso um estudo bblico necessariamente resulta em mudanas de atitudes e de aes, num arrependimento pela nossa desobedincia e numa busca sincera para andar de modo agradvel a Deus. A aplicao, portanto, a resposta pessoal ou comunitria verdade descoberta. A resposta pode ser uma ao prtica, como pedir perdo e reconciliar-se com algum. Ou pode ser a adorao. A aplicao o objetivo ltimo do estudo bblico: ouvir a Deus de tal maneira que isso mude nossa vida(veja 2 Tm 3:1617).

A. Medite nos Pontos PrincipaisMedite sobre o tema e seus pontos principais at que Deus grave em voc a lio que quer lhe transmitir. O Senhor tambm pode falar por meio dos detalhes, porm muitas vezes damos um valor exagerado a um pequeno detalhe, esquecendo a passagem como um todo. Admita honestamente diante de si mesmo e de Deus qual parte da passagem tocou seus pensamentos e sentimentos.

B. Busque especificamente:1.Algo

para crer. O que a passagem ensina sobre Deus e suas aes? Sobre a vida com ele? Sobre a vida sem ele? motivo de louvor. O que lhe transmite alegria? Que nova compreenso voc recebeu da grandeza e da bondade de Deus? para corrigir. Que atitudes pessoais ou comunitrias devemos mudar? Que falhas devem ser confessadas? Que relacionamentos devem ser restaurados? para pedir a Deus. Que necessidades suas ou de outros Deus pode e quer satisfazer, segundo esta passagem? para planejar e pelo que orar. Que ao prtica devo (devemos) empreender? Qual o primeiro passo?

2.Algum 3.Algo 4.Algo 5.Algo

C. Exerccio Prtico de Aplicao: (use o mesmo texto bblico usado nos exerccios deObservao e de Interpretao). 1. O que este texto me ensinou no que se refere a Deus (seu carter/suas aes/ sua maneira de relacionar-se com o homem)? ......................................................................................................................................................... 2. 3. 4. 5. Que motivo de louvor ele me deu? ........................................................................................................................................................ O que devo corrigir com base neste ensino? ........................................................................................................................................................ O texto me leva a orar sobre as seguintes necessidades (minhas e de outros): ........................................................................................................................................................ Que ao devo/devemos empreender? Como e quando comear?

........................................................................................................................................................

V. EXERCCIO: FAA A DISTINO ENTRE O TEXTO E AFIRMAES SOBRE O TEXTOEntre as afirmaes que surgem no decorrer de um EBI, aprenda a discernir entre:1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Um fato textual................................. o que a Bblia realmente diz Conhecimento geral......................... o que se sabe de outras fontes Uma implicao............................... os fatos naturalmente levam a concluir que... Uma opinio..................................... um ponto de vista A imaginao................................... o que podemos visualizar mentalmente Uma interpretao............................ o que se entende com base nos fatos textuais Uma aplicao.................................. como podemos praticar este ensino Uma identificao............................ com pessoas ou atitudes Uma especulao.............................. teorizao, sem quase nenhuma base verdadeira Uma espiritualizao........................ a mudana da realidade concreta para o simbolismo fantasioso Baseando-se em Marcos 4:35-41, qual o tipo de cada uma das seguintes afirmaes?7.Jesus e seus discpulos estavam cansados depois de um longo dia de ensino s multides e discutiam

entre si sobre o significado dos ensinamentos.8.Jesus destacou a importncia do descanso depois de um duro dia de trabalho. 9.Poderamos aprender dele, 10. 11. 12. 13. 14. 15.

quando devemos descansar de nosso trabalho.

Os "outros barcos" mencionados no versculo 36 so as preocupaes mundanas que devemos deixar para trs quando navegamos com Jesus no mar da vida. O sol estava se ocultando atrs deles e nuvens escuras comearam a cobri-los. Por causa das montanhas que rodeavam o lago da Galileia, costumavam cair fortes tormentas, que mesmo os pescadores mais experientes, como os discpulos, no podiam controlar. Jesus dormia, porque trabalhava mais duramente que os discpulos, e portanto se cansava mais. Jesus s fingia que estava dormindo. Na realidade estava com um olho aberto, esperando que a tormenta se acalmasse de forma natural, para ento poder dizer: Cala-te. Aquieta-te! O travesseiro (v. 38) o amor de Deus, no qual Jesus estava descansando.

10. Os discpulos estavam aborrecidos com Jesus, pois tinha sido sua a ideia de atravessar o lago e, no entanto, agora estava indiferente ao perigo da tormenta. 11. O Senhor Jesus prefere que sejamos honestos se estivermos aborrecidos com ele, em vez de fazer de conta que no temos problemas.12. 13.

Estou certo de que eu tambm estaria aborrecido com ele, nessa situao. Os discpulos passaram de um estado de medo da tempestade, para um de aborrecimento com Jesus, e finalmente para o de temor reverente diante da nova revelao de quem ele realmente era. Quando comparamos a forma como os discpulos repreendem a Jesus (v. 38) com a pergunta deles (v. 41), vemos que comeavam a mudar de opinio quanto verdadeira identidade de Jesus. Antes deste fato, os discpulos haviam respeitado e admirado a Jesus como um mestre e curador de enfermos pouco comum, mas ainda no haviam crido que ele era o Criador e Senhor de tudo.

14. 15.

16.

Frequentemente nos descontrolamos quando h crises, mas nenhuma crise surpreende ao Senhor. Hoje em dia ele pode acalmar nosso pnico e nos dar controle, como o fez, ento, com osdiscpulos.

VI. GRUPOS DE EBIExistem basicamente dois grupos-alvo:a) b)

Os que j so cristos, para estes preparemos Estudos Bblicos de Crescimento (EBC); Os que ainda no conhecem pessoalmente a Jesus, para estes preparemos Estudos Bblicos Evangelsticos (EBE).

Com ambos faremos um estudo pessoal e objetivo do texto bblico. Em ambos os casos trata-se de grupos de pessoas que aprendem em comunidade. Em ltima instncia ambos apontam para Cristo como Senhor e Salvador. Mas h distines: Caractersticas do EBE Objetivos: Apresentar Jesus Cristo de maneira pessoal a quem o busque. Os participantes tem pouco conhecimento do evangelho e do vocabulrio religioso que ns, os cristos, costumamos usar. Para comear, narraes dos Evangelhos que apresentam claramente os encontros de Jesus com uma variedade de pessoas. Uma nova compreenso sobre a pessoa e o ensino de Jesus. Um chamado direto ou indireto a considerar seriamente a aceitao de Cristo como Senhor e Salvador. Caractersticas do EBC Uma mtua edificao na f e na prtica bblica. Os participantes esto comprometidos com Cristo como Senhor e tm um conhecimento geral da mensagem da Bblia. Qualquer parte da Bblia, dependendo das necessidades e maturidade do grupo. Deve incluir todas as coisas novas que aprendemos, e que afetem reas prticas da vida.

Pressupostos:

Passagens:

Aplicao:

VII. COMO PREPARAR O ESTUDOLeve sempre em conta se o estudo destinado a cristos ou no cristos. Isso vai influir tanto na escolha dos textos ou temas a serem estudados, como tambm no tipo de linguagem usada, e no tipo de perguntas que vamos fazer.

A. Usando livros (ou apostilas) de Estudos BblicosHavendo estudos preparados disponveis, voc ganha tempo quando os utiliza. So obras de escritores mais experientes que investigaram o texto dando-lhe a forma de estudo, e com eles voc pode aprender a discernir quais os tipos de estudos mais ou menos adequados. Mas nunca utilize os estudos exatamente como esto. Adapte-os! Alguns estudos tm mais perguntas sobre fatos ou detalhes do texto do que se pode usar num estudo em grupo (se bem que sejam teis na preparao pessoal). Voc poder omitir ou combinar algumas perguntas. Ou ainda fazer um pequeno resumo das concluses a que chegou sobre certos pontos, como introduo seguinte pergunta relevante ao grupo. Outros estudos tm poucas perguntas, mas que abarcam tudo. Talvez voc tenha de dividi-las para que se adaptem ao nvel do grupo. Por vezes as perguntas escritas podem parecer formais ou complicadas, porque tm que ser apresentadas de forma concisa, na folha impressa. Mude ento as palavras por outras, suas prprias, mas mantenha a clareza, a inteno, e a progresso geral das perguntas. Tambm na rea de aplicao veja quais so as perguntas mais relevantes ou elabore outras que venham de encontro s necessidades e circunstncias do grupo. Modifique portanto o estudo, para que se torne adequado ao nvel do grupo e parea mais pessoal. O estudo deve incluir:1.Objetivos 2.Notas 3.Introduo 4.Contexto 5.Esquema 6.Aplicao

O que se pretende alcanar atravs do estudo. Uma reserva de informaes. Uma ligao pequena e pertinente entre a passagem e o grupo. D um sentido de continuidade na Bblia; afeta a interpretao. Deve evoluir seguindo uma ordem textual ou temtica, em direo a uma concluso. Vrias perguntas prticas e relevantes, que se relacionem com o contexto de vida dos participantes.

B. Preparando seus Prprios EstudosSeu estudo pessoal do texto a base para a direo do estudo bblico. Somente quando a Palavra de Deus for algo vivo para voc, poder se tornar algo vivo para os outros. Ore para que o Esprito Santo lhe dirija na preparao e direo e ore pelos membros do grupo. Passos prticos: 6 . Uma leitura cuidadosa Leia e releia o texto. Medite nele. Sempre quando possvel faa o trabalho preparatrio mencionado nos captulos II, III, e IV. Procure visualizar a cena (nas passagens narrativas). O que voc teria visto e sentido se estivesse presente? Havia uma atmosfera de alegria, de controvrsia,

ou de medo? Coloque-se na posio dos personagens principais e procure imaginar como eles viram e sentiram a situao do seu ponto de vista. i. Diviso do texto D um ttulo a cada parte. Um bom ttulo preciso, breve, distintivo e contemporneo. Quando a gente ouve esse ttulo mais tarde, faz lembrar exatamente esse pargrafo. Por exemplo, para Tiago 1:2-4, o ttulo "F em Deus" pode ser preciso e breve, mas no contemporneo, nem distintivo. Poderia se referir a ftiuitos pargrafos da Bblia. Parte 1 .................................................................................................. (ttulo) vs............. a ............. Parte 2 .............................................................................................................. vs............. a ............. Parte 3 .............................................................................................................. vs............. a ............. H textos discursivos e poticos em que prefervel fazer a diviso de acordo com a sequncia da mensagem e no do texto. Ex..Poderia se dividir 1 Joo 2:18 a 29 de acordo com: versculos que tratam: a) do problema dos anticristos (vs. 18, 19, 22, 23 e 26); b) da uno e consequente discernimento que os crentes receberam (vs. 20-21 e 27 a 29); c) da permanncia do verdadeiro cristo (vs. 19, 24, 25, 27e28). ii. O Contexto Com base no seu trabalho preparatrio (veja o captulo II A, 3 e D, 1 c) descreva os fatos mais relevantes. iii. Notas Explicativas Anote os termos que necessitam de esclarecimento e faa uma breve explicao, que uma pessoa com pouco ou nenhum conhecimento bblico possa compreender. No use gria evanglica. a) .................................................................................. (v. b) .................................................................................. (v. c) .................................................................................. (v. d) .................................................................................. (v. e) .................................................................................. (v. iv. Os Objetivos O que voc deseja que o participante alcance atravs do estudo, a mudana que Deus pode operar na vida ou no pensamento dele. Ore pedindo sabedoria. Escreva-os em frases breves e simples. 1. ........................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................... 2. ........................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................... ) ...................................................... ) ...................................................... ) ...................................................... ) ...................................................... ) ...................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ...........................................................................................................................................................

3. ........................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................... v. Perguntas de Observao e de Interpretao Escreva perguntas que ajudem os participantes a descobrir o que o texto realmente diz e significa. (Veja as explicaes dos captulos II, B, C e D 2 e 3 e III, e se quiser, o exemplo de um estudo no captulo VIII). Use as divises feitas acima, no item 2. Pode-se fazer uma pergunta inicial, que leve a uma viso panormica do texto estudado. 1 Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............ Perguntas: a) ...................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... b) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... c) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... 2 Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............ Perguntas: a) ...................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... b) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... c) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... 1 Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............ Perguntas: a) ...................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... b) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... c) ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... vi. Perguntas de aplicao/reflexo Faa perguntas que confrontem o grupo, hoje, com a mensagem do texto. No necessrio, na hora do estudo, fazer todas estas perguntas. Mas esteja preparado para vrias possibilidades. Pense sempre nos seus objetivos, e nas necessidades dos participantes. 1. ........................................................................................................................................................ 2. ........................................................................................................................................................ 3. ........................................................................................................................................................ 4. ........................................................................................................................................................

vii. A Introduo Escreva uma introduo breve relevante que capte a ateno do grupo. O propsito da introduo dizer qual o tema, mostrar sua importncia para o grupo, e s vezes sugerir um enfoque para o estudo. Varie suas introdues. Algumas sugestes:

Uma introduo objetiva a um livro ou uma srie de passagens Uma experincia pessoal, sua ou de outro. Uma breve exposio de um problema vital: prtico e pessoal ou social Uma hipottica situao atual paralela da passagem Uma explicao do contedo Uma dvida de um no cristo Pontos de vista expressos na literatura ou nas artes Um incidente engraado Citaes de autores conhecidos Comparao ou contrastes com ideias comumente aceitas Alguma ajuda visual

Escreva agora uma introduo ao estudo sobre o texto escolhido. viii. O Ttulo

D um ttulo interessante ao estudo. Este dever sugerir o contedo da passagem e despertar a ateno. Um bom ttulo ser preciso, breve, contemporneo e caracterstico. Comece com vrias possibilidades e depois escolha o que parece mais comunicativo.a)

Sugestes: Ttulo escolhido:

b)

ix. Avaliao do Estudo Releia todo o estudo criticamente, colocando-se no lugar do participante, pensando se realmente relevante o que perguntou, se as perguntas no omitem o que mencionou nos objetivos, se a linguagem usada clara, se o estudo segue um esquema e leva a uma concluso, etc. Para analisar suas perguntas, veja:

se no so longas demais ou fceis demais se estimulam o pensamento crtico e no uma mera concordncia ou leitura da resposta se levantam pontos importantes e no ficam nos detalhes se so interligadas, no isoladas se ajudam as pessoas a reagir de maneira prtica em relao a Deus se voc no est dando a resposta dentro da pergunta Veja tambm se voc deixou bem claro (pela maneira como formulou as perguntas) o que est pedindo ao grupo: que investiguem o texto para encontrar os fatos

que pensem mais detidamente acerca de suas implicaes que relacionem a questo com algum conhecimento geral que expressem uma opinio que se identifiquem mais pessoalmente com o fato e os personagens que compartilhem uma experincia pessoal que dem uma ilustrao que cheguem a uma concluso, etc. x. A forma Final do Estudo

Estes pontos no seguem a sequncia do estudo em sua forma final, mas uma sequncia prtica, que facilita o aprofundamento gradual no texto. Na sua organizao final, copie o estudo na seguinte ordem:

Ttulo Objetivos Notas Explicativas * Introduo Contexto Perguntas de Observao e de Interpretao Perguntas de Aplicao * Voc no dever ler estes na hora do estudo, mas eles ajudam na preparao do dirigente. As Notas Explicativas ajudam a esclarecer dvidas durante o decorrer do estudo.

VIII. EXEMPLO DE UM ESTUDO BBLICO EVANGELSTICOEste no necessariamente um estudo exemplar, mas pode lhe dar ideias complementares sobre a confeco do seu estudo. UMA POLITICA INVERTIDA (Mat. 20:20-28) Objetivos:1.Confrontar nossas aspiraes com os valores do reino 2.Analisar nossas reaes contra pessoas que se destacam 3.Desafiar a uma entrega a Jesus e ao seu servio

Notas Explicativas:

Mulher de Zebedeu, e seus filhos - Ela era Salom, irm de Maria, tia de Jesus, sendo seus filhos Tiago e Joo, dois dos doze discpulos de Jesus (Mt 27:56; Mc 15:48 e Jo 19:25). Clice - Significa o contedo total, at a ltima gota, do sofrimento pelo qual Jesus teria de passar. Jesus j mostra que seus discpulos tambm estariam sujeitos a sofrer pela sua f. Resgate - O preo pago pela libertao de um escravo. Jesus deu sua vida como pagamento pela nossa libertao. Assentar-se direita e esquerda (de um rei) - Tomar as primeiras posies no seu reino. Filho do Homem - Jesus usava muito esta designao para referir-se a si mesmo. Ela mostra: (a) que era plenamente humano; (b) que era o Messias predito pelos profetas (Dn 7:13-14). Introduo/Contexto

Jesus tinha acabado de ensinar que no Reino de Deus a recompensa no depende de competio ou mrito, mas sim do amor e cuidado de Deus, que preenche completamente as necessidades humanas. Em seguida predisse a sua morte humilhante e a sua ressurreio. Neste texto os discpulos mostram que ainda entendem muito pouco dos objetivos de Jesus. Perguntas para Discusso 1. Jesus responde a um pedido pretensioso (20-23).a) b)

O que a mulher de Zebedeu pede a Jesus? Analise a resposta de Jesus: o que ela mostra a respeito da validade desse pedido?

2. A reao dos outros discpulos (20:24). O que teria levado os dez a indignarem-se tanto? 3. Os valores diferentes do Reino de Deus (20:25-27). Que contraste h entre a aspirao ao poder no reino e no mundo? 4. Um exemplo a seguir (20:28). Qual o propsito da vinda de Jesus? Aplicao

1.Analise as suas aspiraes com base nos valores do reino. 2.At que ponto voc se identifica com a reao dos dez? 3.Como voc poderia seguir o exemplo de Jesus?

IX. PASSAGENS APROPRIADAS PARA ESTUDOS BBLICOS EVANGELSTICOSA maior parte das pessoas que esto procura da verdade, incluindo muitos cristos nominais, no sabem realmente como Jesus era. Frequentemente eles sabem apenas alguns fatos isolados sobre um Jesus simptico e inofensivo. Para atrair seu amigo a ele, como uma pessoa real e de suma importncia, voc deve escolher passagens nos Evangelhos:

onde pessoas tem um encontro pessoal com Jesus onde o participante possa reconhecer os problemas humanos onde ele veja Jesus como uma pessoa interessante, atraente, fascinante e desafiadora onde ele possa se identificar com as reaes e com as aspiraes das pessoas. que no levantem controvrsias desnecessrias que possam ser estudadas no perodo de tempo combinado

Por que no sugerimos as grandes passagens cristolgicas das epstolas? Porque elas foram escritas para cristos, e pressupem a compreenso bsica dos eventos concretos e histricos da vida e misso de Jesus. Se voc as usa prematuramente, pode acabar falando o tempo todo, em vez de encorajar os seus amigos a ver Jesus por si mesmos. Poucas pessoas so inicialmente atradas a Jesus Cristo por uma explicao teolgica da sua natureza e misso. Teologia Bblica precisa ter carne e sangue. isso que significa a encarnao! Crer na encarnao do Filho de Deus no apenas boa teologia. ver com uma fascinao cada vez mais profunda o homem mais magntico que j viveu, por ns. Uma srie de seis a oito narrativas dos Evangelhos pode dar uma compreenso representativa de quem Jesus de Nazar era e porque ele veio. bom concluir com relatos sobre a morte e ressurreio de Jesus, e sobre a expectativa da sua segunda vinda. Aps uma srie destes estudos, voc pode usar um dos resumos do evangelho, escolhendo um texto de uma epstola ou mesmo uma passagem como Isaas 53. Quando o participante j conhece os fatos bsicos sobre Jesus de Nazar, estas explicaes teolgicas tm mais significado. Exemplos: Romanos 5:1 a 11; Filipenses 2:5 a 11; 2 Corntios 5:14 a 6:2; Tito 2: 11 a 14; Efsios 2:1 a 10 e 1 Pedro 2:22 a 25.

X. O ESTUDO BBLICO DE CRESCIMENTONo Novo Testamento h uma abundncia de mandamentos sobre a atuao de "uns para com os outros" ou "mutuamente". H cerca de sessenta destas expresses. Elas mostram como devemos agir, na mtua responsabilidade pastoral. Se participamos de um estudo regular da palavra de Deus, levando em conta esses objetivos, ajudaremos o grupo a crescer na f. Veja algumas indicaes da Bblia sobre como os cristos podem pastorear-se uns aos outros:

ensinar-se a instruir-se uns aos outros. "Habite ricamente em vs a palavra de Cristo; instruvos e aconselhai-vos mutuamente, em toda a sabedoria..." (Cl 3:16) exortar-se, estimular-se e animar-se uns aos outros. "Exortai-vos mutuamente cada dia... " "Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e s boas obras... faamos admoestaes, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima ". (Hb 3:13; 10:24-25) corrigir e capacitar-se uns aos outros. "Toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra"(2 Tm 3:16-17) levar as cargas uns dos outros. "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo "(Gl 6:2) falar a verdade uns com os outros, em amor. "Seguindo a verdade em amor, cresamos em tudo naquele que o cabea, Cristo" "... porque somos membros uns dos outros " (Ef. 4:15 e 25).

Perigos do EBC

A artificialidade. Cuidado com as seguintes atitudes: preconceitos religiosos rgidos quanto ao texto; superespiritualidade; expresso unicamente de opinies agradveis e esperadas; desonestidade intelectual; uma atitude de fuga nas aplicaes. A introverso. O EBC pode chegar a ser um grupinho to preocupado com sua doce comunho que se esquece do mundo exterior que est morrendo fsica e espiritualmente. Um EBC deve preparar seus membros para que se envolvam na misso de Cristo no mundo.

XI. COMO DIRIGIR UM ESTUDO BBLICO EVANGELSTICO(Muitas das instrues valem igualmente para o Estudo Bblico de Crescimento)

A. Atitudes de Lder importante que o lder prepare o estudo e a si mesmo, procurando receber de Deus uma mensagem importante para sua prpria vida atravs do texto estudado, e orando para que Deus lhe d amor, alegria e capacidade de comunicar-se, de forma que seja um lder vibrante que transmita vontade de se dedicar ao estudo. No que voc deva mudar de personalidade, ou apresentar uma alegria ou vibrao antinatural. Seja bastante voc, mas pea que Deus atraia outros a si e sua palavra por intermdio deste estudo. Mas os resultados dependem do Esprito Santo e no de sua capacidade de preparar e dirigir. Por isso ore durante a preparao e durante o estudo. Uma forma tranquila e descontrada de dirigir pode fazer maravilhas para a atmosfera do grupo, ajudando as pessoas a se sentirem livres para participar significativamente. Por isso mesmo a preparao importante, porque nos torna menos preocupados com o texto e mais livres para nos relacionar com as pessoas. Sua habilidade em atender, escutar e agir com sensibilidade em relao aos outros importante, seu esprito de expectativa para aprender de Deus e de outros ser contagiante. Sua coragem para ser realista quanto s aplicaes prticas da verdade pode ajudar o grupo. Evite o dogmatismo (isto assim, porque , porque a Bblia diz!). No possvel que uma pessoa, enquanto no for cativada pelo amor de Deus e reconciliada com ele, compreenda exatamente o valor da Bblia. Muito mais facilmente aceitaro uma verdade profunda quando apresentada de maneira calma e razovel: "Veja, parece que os versculos dizem..." 7 . Qualidades desejveis num ldera) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l)

Conhecimento do que est falando Abertura para o Esprito Santo Entusiasmo e respeito pela Palavra Comunicao simples e clara Firmeza em dirigir Criatividade Vivncia coerente com aquilo que procura transmitir Discernimento de como est o grupo Interesse nas pessoas Mentalidade aberta Humildade para aprender dos outros Saber ouvir i. Impedimentos para uma boa liderana

a) b)

Falta de submisso Palavra Falta de criatividade

c) d) e)

Pouca relao pessoal com Deus Falta de orao Falta de coerncia entre a vida e o ensino Um tipo de entusiasmo que leve a falar demais Maior preocupao com seu esquema de trabalho, do que com as pessoas temores etc.) do que s outras pessoas

f) Falta de preparao g) h)

i) Querer transmitir demais (e no aquilo que os participantes podem receber e entender) j) O problema de ser mais sensvel a si mesmo (inseguranas, k)

Atitudes de superioridade A tentao de forjar respostas quando deveria reconhecer humildemente a sua falta de conhecimento.

l) Impacincia com as pessoas difceis m)

B. Nmero de Pessoas por GrupoNo convm que o grupo seja demasiadamente numeroso, porque isto impede uma participao pessoal ativa de todos. s vezes convm fazer uma introduo inicial com todos os participantes e logo a seguir dividir em grupos menores. Isto, entretanto, exige a preparao de vrios lderes. Pode-se ter tambm uma concluso final em conjunto. O nmero mximo por grupo de debate, deveria ser de 10 pessoas, e o ideal, de 4 a 8 pessoas.

C. O Ambiente do GrupoMuitas pessoas encontram-se com Jesus em grupos onde a maioria composta de cristos, devido ao ambiente de amor, alegria e interesse mtuo. Mas h outros que aparecem uma vez e no voltam mais. Eles podem se sentir mal, no porque haja algo de errado com o grupo, mas simplesmente por se sentirem "por fora". O estudo pode aparecer complicado demais, sem importncia prtica, ou esquisito. Um no cristo que se sinta s, contra uma opinio unida de vrios cristos, s vezes se torna defensivo e argumentativo. Ou se fecha, e fica contente quando consegue sair do grupo, especialmente quando sente que os comentrios so dirigidos a ele. Por isso importante que num grupo de Estudos Bblicos Evangelsticos (EBE) pelo menos a metade dos participantes seja no-cristos. Algumas vantagens de manter essa posio so:a)

Nossos amigos sentem-se menos ameaados, visto que esto na maioria e no seu prprio ambiente. (Lembre-se que Jesus compara a evangelizao com a pescaria, e a pescaria se faz no lugar onde os peixes vivem.) Os debates provavelmente sero mais espontneos e sinceros. O contedo pode ser planejado de acordo com a necessidade e os interesses deles. Se eles se convencem, no ser pela opinio da maioria, mas pelos fatos das escrituras e pela atuao do Esprito Santo.

b) c) d)

bom, entretanto, que haja mais de um cristo, quando possvel. Aquele que no dirige pode permanecer em orao, ajudar nas horas crticas, servir de lder auxiliar. A participao ativa e responsvel de novos convertidos ser uma oportunidade para eles aprenderem a dirigir um grupo no futuro. Muitos no cristos no querem ir igreja, mas tm curiosidade quanto Bblia. Alguns cristos temem reunir-se num grupo onde a maioria no sejam cristos, pensando perder o controle no debate. Mas se voc convidar seus amigos, no para conversar sobre religio, mas para estudar a Bblia e para observar a pessoa de Jesus, voc sempre pode se referir ao texto como fonte de autoridade.

No se assuste com alguns estudantes que fumam durante o estudo. falta de cortesia no providenciar cinzeiros. Durante uma discusso religiosa alguns se sentiro mais tensos e necessitados de cigarro. Aceite isso com naturalidade. Se h somente dois ou trs cristos no ncleo, que sempre dirigem os estudos bblicos, alguns dos no cristos podem achar isto no muito justo. Convide de vez em quando o no cristo interessado para dirigir. Prepare o estudo junto com ele, e seja seu lder auxiliar. Em vez de uma situao em que "ns os salvos" ajudamos a "vocs, os no salvos", todos queremos descobrir o que Deus deseja de cada um de ns. Mas no insista com o no cristo, se ele no deseja dirigir o estudo. Encoraje um ambiente honesto e descontrado. Timidez e sentimentos de incapacidade ou de defesa dificultam o aprendizado. Aceitao e amor nos libertam para considerar novas ideias e encarar novas escolhas. Aceite cada participante como uma pessoa, com suas coisas positivas e com suas esquisitices. Nunca classifique algum como "do tipo tal". Tente compreend-los, procurando saber o que significativo para eles. o que os preocupa, como sua vida, sua famlia.

D. O Equilbrio entre o Falar e o OuvirO EBE um dilogo dirigido e informal, onde no-cristos frequentemente tm novas percepes da Bblia, que ns perdemos por estarmos demasiadamente familiarizados com as passagens. A nossa disposio de aprender, sem perder a nossa autoridade delegada por Deus, pode ter uma influncia positiva no grupo. Por outro lado, pessoas que esto procurando a verdade vm para um EBE porque querem aprender. s vezes surgem perguntas que precisam de uma explicao e no de uma discusso. Faa isso brevemente, fugindo da tentao de pregar. O EBE deve despertar a curiosidade do participante de modo tal que seja levado a fazer perguntas (Veja Jesus, em Jo 4 e Filipe, em At 8). As perguntas deles so importantes pois mostram a sua reao, e at que ponto compreenderam o estudo. Se escutarmos cuidadosamente ouviremos no apenas as palavras ou ideias. O amor ouve o que as pessoas realmente esto dizendo e responde a isto.

E. Dicas Prticas para a Direo do Estudo

No fique satisfeito com a primeira resposta, mas estimule a participao de todos, com fatos e pontos de vista complementares. No se assuste com discordncias, elas podem levar a uma reflexo mais animada e honesta. Lembre-se de que num estudo evangelstico ser necessrio ajudar os no cristos a acharem o texto na Bblia. Obviamente melhor deix-los usar o mesmo tipo de Novo Testamento, e dizer "pgina tal". Mas d tambm o nome do livro, o captulo e os versculos da passagem, pois assim a pessoa pode ir se familiarizando. No comece a ler antes que todos tenham encontrado o texto. importante evitar a necessidade de recorrer a vrias partes da Bblia. No podendo seguir ficaro desanimados, pensando que no podem entender a Bblia sozinhos. Somente deve haver referncia a outra passagem quando for realmente necessrio explicao de um problema no texto. ^ Num EBE nem sempre necessrio comear e terminar com orao em voz alta. Os universitrios no cristos podem estar dispostos a virem estudar a Bblia informalmente, mas podero se assustar se a reunio toma uma forma muito religiosa. (Lembre-se de que Paulo no orou publicamente antes e depois dos seus discursos evangelsticos). Quando surge uma diferena de interpretao e se o contexto no ajuda a comprovar uma ou outra, o dirigente deve reunir as duas alternativas e seguir adiante. No necessrio que concordemos em tudo, e num estudo futuro o problema talvez seja resolvido. Faa um crculo informal, de forma que cada um possa ver os outros. importante que haja um entrosamento, onde cada um se apresenta, e pode contar alguma coisa de si. Deve ser estabelecido no comeo do estudo que isto no simplesmente uma ocasio para troca de opinies, mas um esforo conjunto para entender o que a Bblia diz. Assim, quando um participante se desviar do texto, mais fcil cham-lo de volta.

Procure obter a participao de todos. No critique nenhuma religio, para que a discusso no se desvie do objetivo central. Jesus Cristo deve ser o assunto central. S aps conhecerem a Jesus, os participantes tero a chave para a compreenso das doutrinas relacionadas sua pessoa e palavra. Dirija a reunio com humildade. Deve ser um motivo de alvio para o lder saber que a Bblia, e no ele, a autoridade na discusso. O nosso testemunho deve ser honesto. No devemos dar a falsa ideia de que depois de ns nos tornarmos cristos os problemas desaparecem. Mantenha seu senso de humor. Seja animado sem ser irreverente ou dominante. Dirija de tal maneira que encoraje honestidade e confiana. Permita liberdade de expresso para que as pessoas possam dizer o que pensam, mas no se desvie do assunto e do texto. Controle qualquer tendncia de responder suas prprias perguntas, especialmente quando ningum responde imediatamente. Encoraje-os a fazer perguntas, e apresente estas ao grupo. Recuse ser o ponto de referncia constante. Esteja pronto para distinguir entre fatos textuais, conhecimento geral, opinies e especulao. O EBE no um lugar para discutir opinies sobre o baile, o fumo, etc.

F. Um Esquema Bsico de uma Reunio:a) b) c) d) e)

D uma oportunidade aos participantes para se familiarizarem uns com os outros. Introduza o ttulo e o assunto. Leia-se a passagem por pargrafos, de preferncia. (Porque assim se mantm melhor a sequncia das ideias.) Outra leitura, silenciosa. A discusso do texto, com as perguntas de observao e de interpretao. (Nem sempre necessrio apresentar todas as perguntas que preparou. Use o estudo preparado como roteiro e adapte-o ao processo de discusso do grupo.) D um pequeno resumo de cada fase do estudo, antes de ir adiante. A discusso da aplicao. Concluso (veja a seguir, vrias possibilidades). Continuao de conversas pessoais informais, enquanto outros vo saindo. muito importante planejar e dirigir o estudo de tal forma que todas estas etapas principais sejam seguidas. Um estudo que no v alm da observao e da interpretao pode tornar-se acadmico e estril. Um estudo que passa com demasiada rapidez aplicao, fica facilmente sujeito a opinies subjetivas pessoais, mais do que compreenso do ensino recebido.

f) g) h) i) j)

G. Sugestes para a Concluso do Estudo1. Num Estudo Bblico Evangelsticoa)

o lder resume brevemente um ou dois pontos da mensagem que se tornaram mais relevantes e das ideias prticas que surgiram;

b) c) d)

observem o que uma pessoa, ou o grupo deseja colocar em prtica com base no estudo realizado. Orem pedindo ajuda a Deus; uma pergunta, para reflexo durante a semana; um tempo de reflexo e orao silenciosa, concludo com a orao em voz alta, de um participante. ii. Num Estudo Bblico de Crescimento

Alm das sugestes acima, sempre bom finalizar com um perodo de orao:a) b)

Por motivos que vierem tona atravs do estudo realizado. Pea sugestes. Depois, quem deseja poder orar. Orem com os olhos abertos para a passagem bblica, deixando que Deus enfatize algum motivo especfico para louvor, agradecimento, petio, confisso, intercesso, etc. As oraes devem ser baseadas no texto. A pessoa poder, se quiser, ler um versculo em voz alta no incio de sua orao. Faa as oraes de maneira conversacional (sem formalidades e sem finaliz-las). Cada um ore brevemente sobre uma ideia e outros podem continu-la. Assim todos podem participai, e orar mais de uma vez. Cada um anota os pedidos de orao dos outros num pedao de papel e alm de orarem em grupo, levam-nos para casa para orar durante a semana. Na semana seguinte podem compartilhar respostas s oraes. A podem voltar a orar pelos mesmos motivos, e louvar a Deus pelas oraes respondidas.

c)

H. Como Aliviar TensesEm qualquer grupo podem surgir tenses, verbais ou no-verbais, visveis ou no visveis. Algumas sugestes quanto ao que voc pode fazer em casos de:1.

Silncio: talvez o grupo no tenha entendido sua pergunta. Talvez ela foi simples demais ou complexa demais para causar uma reao positiva. Procure fazer a mesma pergunta em outras palavras, ou sugira: "vamos tomar um tempo para refletir sobre esta pergunta". A pessoa tmida: Inclua pelo menos um sorriso ou um comentrio casual dirigido a ela. Seja sensvel ao que ela sente que pode estar lhe ameaando. Convide-a a dar a sua opinio sobre algum assunto que pode dominar facilmente. Mas nunca embarace ningum por forar sua participao. Silncio nem sempre significa que ela no esteja participando. Pode estar refletindo, avaliando e recebendo do estudo. O tagarela: No olhe na direo dele. De propsito pea opinio de outros. Anime-o, numa conversa pessoal, a lhe ajudar a encorajar a participao dos outros. O distraidor: pode ser algum que confunda (ou irrita), fazendo muitos comentrios irrelevantes. Ou que fica sempre apresentando outros assuntos. Diga algo como: isto interessante, mas vamos ficar neste texto e procurar descobrir seu significado mais profundo! Se algum tem muitos problemas pessoais, diga-lhe que voc (ou algum outro) pode conversar com ele, depois. Se algum se mostra totalmente fechado e indisposto a colaborar de forma positiva, sempre desviando o estudo dos seus objetivos, converse a nvel pessoal e, se necessrio, pea que no volte mais ao grupo. Pontos de vista errados: Sempre que possvel deixe o grupo resolver estas situaes. O que os outros pensam sobre isto? O uso de gria evanglica: Esta frequentemente se torna uma barreira para pessoas que sinceramente buscam a verdade. Voc talvez ter que pedir a pessoas que falam assim, a expressarem suas ideias numa linguagem menos religiosa e mais contempornea, para que todos possam compreend-las claramente. D o exemplo, usando linguagem contempornea e ilustraes atuais. Perguntas que voc no pode responder: Embora esteja bem preparado, voc no pode saber todas as respostas. Deixe outros expressarem seus pontos de vista e ideias. Enquanto voc

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escuta, procure descobrir pistas para fazer mais perguntas, que levem as pessoas a pensarem mais profundamente. Mas se a pergunta ainda voltar a voc, a honestidade essencial. s vezes o ambiente do grupo pode mudar quase visivelmente e os membros trabalharo mais quando o lder humildemente diz: eu no sei. Se uma pergunta importante, prometa investigar isto antes do prximo encontro.

I. O Lder AuxiliarSempre proveitoso ter um lder auxiliar. Este deve preparar-se junto com o lder. Na reunio, participa da seguinte maneira:a) b) c)

ajuda a manter o estudo dentro do limite de tempo; reformula perguntas que no ficaram claras; estimula a participao de todos os presentes;

Voc pode treinar um membro do grupo, pedindo sua colaborao desta maneira. Numa prxima reunio ele pode tornar-se o lder e voc o auxiliar.

J. Convide o Participante a Receber Jesus Como Senhor e SalvadorO confronto vital com Jesus Cristo atravs dos evangelhos deve levar o interessado a um fato inescapvel: ele tem de responder a Deus, de algum modo. No deve haver nenhuma presso humana para "aceitar a Jesus". Uma pessoa somente pode arrepender-se verdadeiramente e ser convertida a Jesus Cristo, quando Deus mesmo a traz (Jo 6:44). Mas h uma persuaso responsvel e bblica (2 Co 6:1-2). Esteja sensvel para perceber quem est se abrindo para Deus. Termine o estudo em grupo na hora certa e continue uma conversao mais pessoal com aquela pessoa. Descubra algo vinculado com o estudo. Por exemplo: "Voc parecia estar um pouco confuso, porque Jesus perdoou a prostituta quando ela nem o pediu". Estas conversas pessoais aps o estudo podem se tornar a ponte que o levam a Jesus. Ou pense numa pergunta que lhe d a oportunidade de se expressar diretamente. Aqui seguem alguns exemplos:

Temos visto que Jesus uma pessoa bastante diferente. Quais poderiam ser as implicaes destas descobertas para sua vida? Voc j pensou no significado da vida e da morte de Jesus para voc? Creio que j vimos o suficiente de Jesus, no Novo Testamento, para concluir que ele o Deushomem e que merece a sua confiana. O que voc acha?

No fique ansioso. Se o Esprito Santo est trabalhando na pessoa, ele continuar a encaminh-la a uma convico da sua necessidade de perdo e de entrega a Cristo. Quando ela estiver pronta para tomar o primeiro passo em direo a Deus, explique simplesmente que ela deve:a) b) c)

Sinceramente querer se desligar da sua vida de pecado e de separao de Deus (arrependimento, veja At 3:19). Aceitar que Jesus morreu pelos seus pecados (perdo, veja 1 Pe 2:24). Receber Jesus Cristo na sua vida, como ele receberia um amigo, e tambm como dono de sua vida (veja Ap 3:20).

Encoraje-o a expressar seu ato de entrega ao Senhor Jesus, orando em voz alta, antes ou depois de voc. Se for necessrio faa voc mesmo uma orao simples de entrega, e pea que ele a repita. H muitos que tomam este passo, de entrar na famlia de Deus, na privacidade do seu prprio quarto.

L. AvaliaoPara aperfeioar o seu trabalho de direo dos estudos bom fazer uma avaliao. Dois membros do grupo podem preencher um formulrio e entreg-lo ao dirigente. Seria melhor ainda, levantar o assunto na prxima reunio do grupo base, para avaliar no somente o trabalho do dirigente, mas tambm, a participao dos outros. Algumas perguntas de avaliao: iii. Do dirigentea) b) c) d) e) f)

Comeou e terminou na hora? Estava bem preparado? Parecia ter recebido lies de valor para si mesmo? Fez uma boa introduo? Fez boas perguntas? Deixou tempo suficiente para pensar? Deixou tempo demais? Falou demais? Falou muito pouco? Foi simptico em sua maneira de dirigir? Mostrou entusiasmo? Humildade? Inspirou confiana? Fez o grupo trabalhar para descobrir as verdades? Conseguiu a participao dos tmidos? Conseguiu de uma maneira suave limitar as contribuies dos que falam demais? Ficou dentro dos limites do texto? Soube o que fazer com uma contribuio inoportuna? Com controvrsias? Com problemas no respondidos no texto? Utilizou bem o tempo, conseguindo terminar o estudo? Quais foram os pontos positivos e negativos na sua maneira de conclu-lo? iv. Do grupo

Todos os participantes ajudaram os novos a encontrarem a pgina na Bblia? Ajudaram o dirigente (esclarecendo perguntas confusas, conseguindo a participao dos tmidos, ajudando a retornar o debate ao assunto, etc)? Evitaram perguntas sem proveito? Ficaram dentro do texto?

XII. SUGESTES CRIATIVAS PARA VARIAR OS SEUS ESTUDOSA. Um Encontro mais Profundo com a BbliaEste mtodo pode ajudar a dedicar o tempo necessrio ao texto para captar sua mensagem central, refletir sobre o sentido da vida e finalmente considerar o que isto pode significar para nossa experincia prtica. Para tirar o mximo proveito, deve durar mais ou menos uma hora e meia. Experimente com um ou dois versculos somente, p. ex.: Romanos 15:1-2 ou Colossenses 4:5-6. Geralmente melhor usar versculos das epstolas que dos relatos dos evangelhos, se bem que algo como Lucas 14:26 pode ser proveitoso. 1. Trabalho individual, durante 10 a 15 minutos Cada qual parafraseia os versculos escolhidos. No devem usar nenhuma das palavras originais, mas apenas suas prprias palavras, palavras de uso comum, diretas, enfticas e claras. No deve ser um sermo, mas antes ter aproximadamente a mesma extenso do texto original. Depois devem se perguntar: "O que aconteceria se eu levasse isto a srio?'" Anotem duas ou trs ideias. 2. Trabalho em grupo, durante 40 a 50 minutos Dividam-se em grupos de cinco pessoas. Nestes grupos cada um l sua parfrase e compartilha seus pensamentos sobre "o que aconteceria se..." explicando informalmente algumas das experincias e pensamentos em que baseou sua maneira de pensar. A o grupo comea a desenvolver seu pensamento junto com ele, sem fazer juzo de valores. Poderiam perguntar: "Como isso se aplicaria a tal e tal situao?" ou "O que diria da ideia de...?" importante que haja uma atmosfera receptiva e que se d ao expositor a oportunidade de suplementar ou corrigir a compreenso dos outros, acerca daquilo que disse. O grupo deve se lembrar que est ajudando-o a desenvolver a ideia dele, e no a mud-la. Depois de cada um expor suas ideias, e dos debates consequentes, segue-se uma discusso geral sobre as ideias principais que surgiram. 3. Reunio conjunta, durante 15 a 20 minutos Pea a uma pessoa de cada grupo que leia sua parfrase. A seguir um representante de cada grupo expe os pontos principais que surgiram na discusso. O lder faz um resumo final. Este sistema tem grandes possibilidades para o aprofundamento pessoal e em grupo, pois ensina a penetrar juntos, de maneira prtica, na Palavra de Deus, a escutar criativamente, e a receber-se uns aos outros, em Cristo.

B. Conversar com Deuss vezes o grupo pode apegar-se tanto ao debate que despreza o aspecto pessoal e devocional do estudo bblico. Este mtodo pode ajudar as pessoas em sua meditao pessoal e tambm aos grupos de comunho. Quando se usa em grupo, siga o seguinte procedimento: D uns 15 minutos para a conversa pessoal com Deus, com base no texto. Para isto, reproduza o texto, cora grandes margens de ambos os lados e um espao duplo entre as linhas, para dar espao para expressar a resposta a Deus (veja o exemplo abaixo). A seguir dividam-se em pequenos grupos (especialmente porque isto torna o enfoque mais pessoal), dando oportunidade para que cada um expresse como reagiu ao texto: o que disse a Deus, e o que Deus lhe ensinou. Este tipo de estudo no para estimular o debate, mas para desenvolver respostas pessoais a Deus, e isto estimula o desenvolvimento de uma comunho calorosa. Salmo 23:1-4 Tu governas tudo! O Senhor o meu pastor! (pessoal, estou agradecido) nada me faltar (tenho tudo o que necessito, mas nem sempre tudo que quero) Oh! Senhor, estou to cansado...! Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das guas de descanso; refrigera-me a alma (ele me d todo o conforto e todas as foras que necessito para continuar) Guia-me pelas veredas da justia (tu sabes como as coisas andavam mal a semana passada, quando insisti em fazer a minha vontade) por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte (essa angustia que no consigo entender, mas tu a entendes) no temerei mal algum, porque tu ests comigo. O que queres me dizer? A tua vara e o teu cajado me consolam.

C. Estudos Bblicos CriativosVeja a primeira srie de estudos Galileia, ano 30, (ABU Editora, 1985). Este mtodo se compe dos seguintes passos:a) b)

Introduo do assunto pelo lder, Diviso em grupos pequenos, para estudar os textos narrativos dados. Cada grupo imaginandose no lugar de um dos personagens, ou dos observadores. Por exemplo, na histria da pecadora que ungiu os ps de Jesus (Lc 7:36-50), um grupo poderia representar o fariseu Simo; outro, a mulher; ainda outro os discpulos que presenciaram os fatos. O lder (com perguntas j preparadas) faz entrevistas com cada um dos personagens. Os grupos no conhecem as perguntas de antemo. Cada grupo escolhe seus representantes para que estes respondam, de maneira bastante espontnea.

c)

d)

Volta aos grupos para conversar sobre como podem aplicar as lies aprendidas, na vida prtica, e para orar juntos.

D. O Estudo TpicoBaseando-se no princpio de que a Bblia se interpreta por meio da comparao de textos, pode-se usar uma chave bblica para descobrir as passagens principais sobre o tpico de interesse. Escolha ento duas ou trs passagens mais importantes, e estude-as como se fossem um s captulo, usando o mtodo indutivo. No tente analisar tudo o que estas passagens contm, mas veja o que elas dizem acerca do assunto de interesse. possvel fazer um estudo mais profundo, tentando descobrir tudo o que a Bblia diz acerca de certo assunto. Neste caso, seria melhor organizar o material logicamente, em vrios captulos, e analisar um captulo em cada reunio.

E. O Estudo BiogrficoO propsito deste tipo de estudo descobrir as atitudes e as reaes de personagens especficos. Use o sistema acima, mas destaque a parte biogrfica. Ao dirigir o estudo no ser necessrio fazer uma anlise de cada versculo, mas limite o estudo ao personagem escolhido. Algumas sugestes:1. 2.

Prepare um esquema cronolgico da vida do personagem, observando especialmente suas experincias e o seu relacionamento com Deus e com as outras pessoas. Considere esse personagem em relao sua famlia, sua posio social, a cultura daquela poca, como foi preparado para sua vocao e qual a influncia que exerceu na vida daquela poca. Quais eram as experincias espirituais dessa pessoa? Quais eram os seus conceitos acerca de Deus e de si mesmo? Observe especialmente o que diz respeito sua comunicao com Deus. Que lio prtica podemos aprender da vida dele?

3. 4.

F. Sntese de um Livro da BbliaSiga as sugestes para o estudo indutivo de um captulo, mas com a seguinte diferena: em vez de preocupar-se com detalhes, tente descobrir o propsito geral do escritor, o tema principal, um versculo chave, o estilo do autor, o tipo de literatura, o estado de nimo do autor, os fatos principais, as palavras e frases que se repetem e as lies principais. importante a leitura rpida do livro inteiro, vrias vezes. Faa o esquema do livro, procurando as divises maiores (que muitas vezes no coincidem com a diviso em captulos), e dando um ttulo para cada diviso. importante notar a relao entre as divises. bom ler uma boa introduo ao livro (num comentrio bblico) para descobrir mais acerca do autor, dos leitores, da data, dos motivos. Enfim, trate o livro como se fosse um captulo grande, e preste mais ateno aos pensamentos principais do que aos detalhes.

G. Produo de um drama radiofnico ou programa televisivo(Os mtodos, G, H e I servem mais como parte prtica, aps a realizao do estudo em si.) Este especialmente adequado para narraes histricas, cheias de intensa ao dramtica. Encoraje uma pequena equipe a escrever o dilogo com aes simples, de preferncia atualizando os fatos. Use tipos de personagens e de ao mais de acordo com a nossa sociedade, mas salvaguardando o mesmo contedo, conflitos e solues bsicas.

H. Discusses imaginriasA Bblica est cheia de sugestes do que sucedeu antes e depois dos acontecimentos registrados. Com base no que descobrimos no texto, e no conhecimento geral, pode ser instrutivo imaginar as possibilidades. Por exemplo, seguindo o estudo de Lucas 5:1-11 ensaie o seguinte: um pequeno grupo (ou todos os participantes em vrios grupos pequenos) representam a Simo Pedro e sua famlia, quando ele lhes explica por que est deixando tudo para seguir a Jesus. Quais so as reaes e perguntas? Quais so seus sentimentos e respostas? Como seria a concluso deste encontro, antes da sada de Pedro? Ou depois de ter estudado o livro de Filemom faa com que trs pessoas com imaginao representem o que pode ter acontecido na priso romana quando Paulo, Timteo e Lucas discutiam como escrever a Filemom sobre o problema delicado de receber de volta o escravo fugitivo Onsimo.

I. Uma parfraseO ato de parafrasear pe prova nossa compreenso do texto e do seu significado para ns, hoje. Reescreva a passagem na forma de uma carta a um amigo. Use linguagem, exemplos e comparaes contemporneas. Lembre-se que o Novo Testamento foi escrito na lngua do mercado, o grego popular. Atenha-se s ideias bsicas. Siga cuidadosamente a construo gramatical e a progresso das ideias, mas no se escravize a elas.

J. Estudo Bblico Temtico (proposta de Luiz Jos Dietrich)Este mtodo ser til principalmente para grupos de interesse, que desejam se aprofundar em assuntos prticos, e chegar a entender claramente qual seria o posicionamento e a ao crist nestes assuntos. Por exemplo: um grupo da rea mdica, faz um estudo sobre o aborto; um grupo de profissionais fala sobre tica profissional e posicionamentos cristos diante dos problemas que todos confrontam. 1. Escolha do tema Um fato, problema ou situao problema que esteja relacionado com o cotidiano dos participantes. Pode ser um tema tico, social, poltico, etc.2.

Fontesa) b)

A Bblia, se possvel em vrias verses, com chave bblica e concordncia. Comentrios e dicionrios bblicos, apostilas, revistas e livros de exegese que faam abordagem bblica do tema. (Se for possvel procure ver a evoluo da interpretao do tema na histria crist.) Entreviste rgos e pessoas crists, cujo ministrio esteja vinculado com o tema. Material no bblico: apostilas, revistas, jornais e livros que tratem do tema. ( bom ter um arquivo de recortes de jornais e revistas.) Estatsticas, pesquisas de dados da realidade scioeconmica, poltica e histrica relacionadas com o tema (anurio do IBGE, teses, etc). Entreviste profissionais, trabalhadores e intelectuais ligados ao tema. Com os textos bblicos:(i)

c)

3.

Processo de trabalhoa)

Faa uma lista dos textos relacionados de alguma maneira com o tema. Observe o contexto histrico, poltico e social da poca em que os textos foram escritos. Procure saber qual foi a inteno do autor, as causas que o levaram a escrever, o tema central do livro, etc.

(ii)

Para a anlise dos textos bblicos podem se usar os passos comumente usados na preparao dos estudos bblicos indutivos. A partir do Antigo e do Novo Testamento devemos procurar estabelecer os pressupostos, valores e princpios que norteavam a prtica do povo de Israel, de Jesus e da Igreja Primitiva. Faa a seleo dos textos bblicos, de acordo com a relao que estes pressupostos, valores e princpios tm com o tema ou a situao em questo.(iii)

Faa uma lista dos textos bblicos pertinentes e resuma o seu contedo. Com os comentrios, dicionrios e o material exegtico:

b) (i) (ii) (iii)

Analise os textos bblicos nos quais se fundamenta a argumentao bblico-teolgica, de maneira semelhante ao estudo dos textos da fonte anterior. Analise a argumentao. Faa uma lista das principais concluses.

c) (i)

Com os textos no bblicos Leia e analise cada texto e separe os mais diretamente relacionados com o tema. (ii) Resuma e anote a ideia central de cada texto, (iii) Agrupe os textos pela semelhana dos contedos e das concluses. Com todos os textos (de todas as fontes)(i)

d)

Qual a conceituao do tema, os elementos que formam o conceito, a base da argumentao, os pressupostos, as crticas em relao a outros conceitos, etc. Faa um resumo. Procure descobrir e anotar quais seriam as consequncias da ao prtica baseada em cada conceito (as implicaes e propostas de ao) na vida pessoal, na sociedade e na igreja. Ilustre as consequncias dos diferentes conceitos, como. as observamos na realidade individual e social. Use dados, estatsticas, fotos, entrevistas, recortes de jornais e revistas, acontecimentos, etc. Sempre que possvel use exemplos da prpria cidade ou estado em que o grupo se encontra. As ilustraes e os conceitos devem ser confrontados e analisados criticamente para ver quais os que mais e melhor expressam a realidade.

(ii)

(iii)

(iv)

4. Interpretao entre os textos das vrias fontes.a)

Faa a confrontao entre os textos bblicos e os textos de outras fontes. Compare os pressupostos, os conceitos, a prtica e as propostas de ao contidos nos mesmos. Faa uma anlise crtica de todo o material agrupado, pelos critrios da Palavra de Deus. Anote as concluses do item anterior, enfatizando os aspectos relacionados com a pessoa humana, com a sociedade, e com o carter de Deus. Aspectos em que se manifestam o pecado, ou a imagem e semelhana de Deus na pessoa humana, realidades contraditrias que permanecem juntas, em conflito, na humanidade e na natureza que gemem e esperam a redeno final (Rm 8:19).

b)

c)

Analise as questes prticas. Faa uma lista das causas e consequncias em ligao com o tema, ou situao em debate. Distinga as causas aparentes, imediatas, secundrias, e a causa principal. Quanto s consequncias, tente prever as consequncias materiais, psicolgicas, morais, sociais, etc. Diante destas causas e consequncias, busque os posicionamentos pessoais e grupais e as formas de ao que estejam de acordo com o carter de Deus, e representem um bom testemunho cristo. Elabore um plano de ao e de avaliao permanente para o grupo.

d)

5. Preparo Final: Texto escrito ou proposta para o debate


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