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Page 1: OJB Edição 47 - Ano 2014

1o jornal batista – domingo, 23/11/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 47 Domingo, 23.11.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Marselle Karolina Emanuelle Karolina

Vera Lúcia Nogueira Pereira

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2 o jornal batista – domingo, 23/11/14 reflexão

E D I T O R I A L

A música é, sem dú-vida, a mais fina e sublime de todas as artes e a mais

significativa de todas as ex-pressões humanas. A música tem o poder mágico de in-fluenciar atitudes – acalmar temperamentos revoltosos, modificar estados de humor e em certos casos até transfor-mar conceitos e filosofias. As reações do homem à música podem ser divididas em três classes: física, emocional e intelectual. Sabe-se que estas reações são inter-relaciona-das e interagidas, e que elas não poderiam ser completa-mente separadas.

A reação tipicamente físi-ca à música é notada pelo aumento da pulsação, da respiração e a tendência de uma movimentação corpo-ral, como bater o pé, bater palma, acompanhar com o corpo e a cabeça o ritmo percebido. Essas são as rea-ções físicas mais comuns à música.

Na emoção, não se discu-tem as reações tão pronta-mente. Alguém que tenha experimentado a emoção do medo sabe perfeitamente do que estou falando. Contu-do, como pode ser descrito? Quantas vezes nos expres-samos assim: “Meu coração quase soltou pela boca” ou “Minhas mãos estão geladas e suando”. A reação emo-cional se mantém sem ex-plicação. Toda emoção forte precisa ser experimentada para que seja completamente entendida.

Toda pessoa que experi-menta um contato com a

música tem sentindo por meio da emoção a força de sua comunicação. Um sim-ples fragmento melódico que conhecemos nos leva, muitas vezes, a um passado tão remoto que jamais po-deríamos experimentar ou lembrar a não ser estimula-dos por uma experiência com determinada melodia. Assim, pode ser uma brincadeira de criança da qual nos lembra-mos ao ouvirmos a música. Essas emoções podem ser de alegria, tristeza, regozijo, etc. É interessante notar que não é apenas lembrança, mas também a emoção daquela época.

A reação intelectual é aque-la que vem pelo conheci-mento musical, não somente do ponto de vista histórico, mas também estrutural e es-tilístico.

O envolvimento, o “back-ground” cultural e o treina-mento específico são fatores condicionantes da aprecia-ção musical. De acordo com essas condições, a música pode evocar nas pessoas res-postas físicas, emocionais e intelectuais.

Pensando neste aspecto das reações do homem aos estímulos da música, seria interessante lembrarmos: “Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai lou-vores ao nosso Rei, cantai louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai lou-vores com salmo” (Sl. 47. 6-7). “Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o en-

tendimento” (I Co. 14.15). “Cantai ao Senhor um cân-tico novo, cantai ao Senhor todos os moradores da terra” (Sl. 96.1).

A música do povo de Is-rael consistia em cantos de louvor, gratidão, instrução, experiência pessoal e até ce-lebração de fatos históricos. Já existiam cantores, corais, instrumentistas, professores, regentes e compositores. O livro de Salmos é o primeiro hinário do povo judeu. O rei Davi nomeou os levitas como responsáveis pela mú-sica no templo e também pela liturgia dos cultos da época, como diz I Crônicas 16.4-7). Na dedicação do templo de Salomão, a música foi esplendorosa, de acordo com o que diz II Crônicas 5. 13-14). Naquela ocasião, não resta a menor dúvida de que a música trouxe ao povo um profundo sentimento de certeza da presença de Deus.

Em vários e significantes momentos do Novo Tes-tamento, nos deparamos com a música cumprindo um importantíssimo papel. No Evangelho de Lucas, por exemplo, três belíssimos can-tos marcam a presença da música: Canto de Maria, o Canto de Zacarias e o Canto de Simeão.

É impossível pensar em música sem lembrar-se de Deus. A música é a voz que fala ao coração humano e o mais rápido veículo da vonta-de, da emoção, do sentimen-to que nascem do Criador em direção à sua criatura.

Tudo na natureza é harmô-nico, como se uma grande

partitura tivesse sido criada para que cada nota, cada se-mifusa fosse uma pequenina parte daquele conceito ex-cepcional que une homem, animais, plantas, astros. Tudo se coordena, como se não houvesse maestro. As notas se sucedem, entrelaçam-se, arpejam-se em uma organi-zação que revela o grande espírito que as reuniu.

Que Deus permita que use-mos esta harmonia em nossos cultos para conduzir o seu povo à edificação, cheios de bom exercício teológico, e temperados com três ingre-dientes que melhorarão a aci-dentada relação entre música e adoração; fervor reverente, sentido de comunhão soli-dária, e obediência sincera ao Senhor. Fervor reverente, para que não esqueçamos que estamos diante de Deus e que não podemos esconder nosso sentimento. A música aju-dará a aquecer nossos cora-ções guardando o sentido de respeito festivo. Comunhão solidária, para sensibilizar--nos à realidade do corpo de Cristo que somos. A música deverá ser colaboradora do amor e da paz, os verdadei-ros alicerces entre os cristãos. E obediência sincera, para sair do culto e viver o que confessaram nossos lábios, mesmo que esta obediência nos custe sofrer no meio de um mundo idólatra. A música nos recordará a Palavra de Cristo, Palavra de vida, justa-mente em meio à luta contra as forças da morte.

Ery Herdy Zanardi, presidente da AMBB

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

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ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 23/11/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

O mundo está em c r i s e , n ã o h á como negar. O nosso governo

está em crise, já é fato com-provado. A família também está em crise. Tantas são as investidas do maligno para destruir a família que segue o padrão original divino. Mui-tos não mais creem na res-tauração da célula mater da sociedade. A Igreja está em crise. A inversão dos valores bíblicos, a tentativa de moldar a Igreja à nova concepção de pecado, à nova moralidade e ao mundanismo que penetrou os nossos arraiais deixam a Igreja aturdida e vulnerável. A mensagem pregada pela Igreja parece ineficiente para confrontar o reino das trevas. Qual a mensagem a ser pre-gada hoje para mudar a atual situação do mundo peca-dor? Os curandeiros vendem milagres. Os oportunistas aproveitam-se das desgraças alheias e oferecem soluções

Anderson Resende Barbosa, pastor da Primeira Igreja Batista Brasil Novo – PA

Base Bíblica: II Timóteo 4.1-8

Gostaria de chamar a atenção do lei-tor para a realida-de da vida cristã.

Não existe vida cristã sem batalha espiritual, sem sofri-mento, sem morte, por isso Jesus disse: “Quem quiser vir até mim, negue-se a sí mesmo, tome a sua cruz, siga-me, quem quiser pois salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evange-lho salvá-la-á” (Mc 8.34-35).

Timóteo era um jovem com uma história de fé e cami-nhada cristã excepcional. Sua vida de testemunho é louvada por Paulo graças ao zelo e também fidelidade da sua avó Lóide e sua Mãe Eu-nice para com Deus. Quando ainda muito jovem seguiu Paulo na sua segunda viagem missionária e, logo depois, assumiu o pastorado da Igreja de Éfeso. Sua característica pastoral é aprovada por Jesus. Doutrinou a Igreja de forma que nenhum vento de dou-

que não solucionam. A crise também já atingiu os pasto-res. Logo eles que deveriam estar acima de todas as crises. São eles que oferecem supor-tes e caminhos para aqueles que vivem momentos difí-ceis. Como profetas de Deus, deveriam estar incólumes às adversidades que atacam o rebanho. Os cuidados à ovelha em crise exigem um pastor saudável em todos os sentidos, que não se deixa contaminar pela peste que assola o rebanho. Deveria ser assim, mas não é. Pastor tam-bém é humano, dirão alguns. É verdade. Mas, pastor em cri-se não tem como apascentar o rebanho e buscar a ovelha desgarrada. As ovelhas atur-didas reclamam, aumentando ainda mais as crises do pastor.

Não se trata de crise quan-to à vocação. A maioria crê na chamada divina e tem consciência de que é Deus quem convoca ao ministério. Não há dúvidas sobre o cha-

trina atacou a Igreja de Éfeso, mesmo muitos anos depois de ele partir para outro minis-tério ou mesmo ter morrido por causa da perseguição.

Vemos que, em Apocalipse capítulo 2, Jesus faz menção a essa Igreja que foi pastorea-da por Timóteo. Mesmo com toda convicção e bagagem pastoral, houve um momento na vida de Timóteo em que ele foi chamado a atenção pelo companheiro Paulo. Havia muita perseguição, havia muitos falsos crentes, havia muitas dificuldades no ministério. Talvez houvesse pensado que ficar quieto sen-do um crente só de reuniões regulares na igreja já fosse o bastante.

No início do livro de II Timóteo encontramos o após-tolo Paulo fazendo algumas advertências e exortações a Timóteo: reavives o dom de Deus que há em ti; Deus não nos tem dado espírito de covardia; não te envergonhes do testemunho do Senhor; participa comigo dos sofri-mentos a favor do Evangelho; mantenha o padrão das sãs palavras que de mim ouviste; fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus; participa co-migo dos sofrimentos como

mado. Claro que há os que desejavam apenas a titulação. Ser chamado de pastor, sem nunca empunhar o cajado, sem jamais se imiscuir com o odor da ovelha. Ser pastor dá status. Sentem-se felizes com o título e com os convites para serem oradores das Assembleias e Congressos. Gostam de ensinar os pastores a pastorear. Ensinam como fazer a igreja crescer, sem jamais ter atuado como verda-deiro pastor de um rebanho. A liderança denominacional tem uma atração especial por tais pastores sem rebanho em suas programações. São peri-tos em dizer como fazer sem nunca terem feito.

O pastor em crise no qual me refiro é aquele que tem um chamado específico para o pastoreio. Tal pastor não consegue encontrar uma igre-ja para pastorear. As redes sociais estão repletas de pe-didos de auxílio e para que se encontre uma igreja para

bom soldado de Cristo; e assim por diante.

A Palavra de Deus sempre nos lembra de que haverá um dia que prestaremos conta a Deus de tudo que fizemos aqui na terra. Mas também vamos prestar contas de tudo que deixamos de fazer, o que era nossa obrigação fa-zermos. Jesus deixou uma ordem: pregar o Evangelho. Paulo novamente lembra Ti-móteo dessa ordem: “Prega a palavra, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimi-dade e doutrina” (II Tm 4.2).

Tem muitos “crentes” que querem ouvir o que agrada seus ouvidos e coração, e partem para outros meios religiosos que falam e pro-metem coisas agradáveis. No tempo da Igreja Primiti-va já estava surgindo essas heresias e muitos “crentes” preferiam estar nesses luga-res do que se submeterem a correção, repreensão e exor-tação. Vejamos o que diz o texto: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cer-car-se-ão de mestres segun-do as suas próprias cobiças, como se sentindo coceira nos ouvidos, e se recusarão

alguém sem a mesma. Alguns postam pedidos de auxílios financeiros para sobreviver. Contas a pagar, aluguel ven-cido, remédios a comprar, acrescido ao desconforto de sentir-se preterido no Reino de Deus. As pequenas cam-panhas de solidariedade de uns poucos abnegados não são suficientes para suprir as carências pastorais e de-volvê-los ao ministério. As contas vencem a cada mês. Os recursos chegam de modo esporádico. Não há Igrejas sem pastor suficientes para acolher a demanda. Tempo houve em que havia mais igrejas do que pastores; era possível escolher. Hoje não.

Todos os dias chegam men-sagens de alguém suplicando por uma igreja. O que acon-teceu? Vários são os motivos: as igrejas não investem mais em congregações ou missões; tudo é investido na sede. O olhar que via os campos bran-cos para a ceifa agora passou

a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II Tm 4.3-4).

No período em que esta carta foi escrita, muitos cris-tãos estavam morrendo, mui-tos tiveram seus bens confis-cados, muitos foram expulsos da região que moravam e passaram a viver sob constan-te ameaças de morte. Paulo anima a Timóteo: “Se sóbrio em todas as coisas, sofre as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre ca-balmente o teu ministério” (II Tm 4.5). Cumprir cabalmente o ministério é começar a vida crista e concluir. No início do texto que lemos há uma menção da vinda de Cristo. Permaneça firme mesmo com sofrimento. No capítulo 3, nos versos 14 e 15 também é lembrado a Timóteo sobre o inicio da sua vida cristã.

Embora Paulo estivesse falando de perseguição e sofrimento, como ele mesmo descreve que alguns irmãos o abandonaram e outras pes-soas o fizeram muito mal, (vs.9-14), ele descreve o que teve que suportar, e suportou por amor a Cristo, como diz II Coríntios 11.18-30.

Paulo tinha convicção da sua coroa da justiça. Pesava

a ver apenas os bancos que precisam ser trocados. As “megas igrejas” não investem na abertura e implantação de novas congregações. Seu alvo é crescer em torno de um líder, de um nome. Há uma equipe repensável pelo show e milhares de salvos senta-dos a aplaudir. As institui-ções de Ensino Teológico não clamam mais por vocações. Estão saturadas de futuros de-sempregados na causa. Qual foi a última vez que você ouviu um sermão com apelo para que os vocacionados se apresentassem? Não precisa responder. A seara continua grande e madura, mas no conceito moderno de igrejas, há trabalhadores sobrando.

Precisamos reverter a situa-ção atual e voltar a abrir pon-tos de pregação, que se trans-formem em missões e, estas, em novas igrejas. Quando isso voltar a ocorrer, não te-remos mais pastores em crises chorando por um ministério.

sobre ele a angústia de es-tar prestes a morrer, o qual faz a declaração ciente e consciente de sua morte: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegada”. Ele faz referencia a morte de animais no an-tigo testamento, que tinha seu sangue derramado em sacrifício. Paulo entendeu a mensagem de Jesus: “Quem quiser vir até mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, siga-me; quem quiser pois salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho salva-la-á” (Mc 8.34-35).

A esperança da recompen-sa de Paulo não era dos seus méritos, mas da graça de Deus. Paulo não estava rece-bendo recompensa de chefe de estado e nem de nenhum líder religioso pelo trabalho feito na terra. Ele simples-mente está dizendo a Timó-teo que vale a pena pregar o Evangelho, vale a pena seguir a Jesus, pois quem me dará a recompensa é o próprio Jesus, o Senhor, reto Juiz, que me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.

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4 o jornal batista – domingo, 23/11/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

O barulho das canções

religiosas

reflexão

“Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas” (Am 5.23).

Amós era “pastor de ovelhas” em uma pequena cidade judaica chamada

Tecoa. Por motivos não ex-plicados no seu livro, Amós foi convocado por Jeová para pregar sobre a justiça do Rei-no de Deus. A prosperidade material do povo de Israel atingira um alto nível. Ao mesmo tempo, entretanto, a vida espiritual da nação entrara em decadência. Por isso, os cultos se transforma-ram em meros espetáculos de liturgia. E é neste contexto que a mensagem do Senhor deve ser ouvida e recebida: “Eu odeio, Eu detesto as suas festas religiosas. Parem com o barulho das suas canções religiosas” (Am 5.21-23).

Hoje em dia, estão sur-gindo alguns poucos líderes cristãos pregando “o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6.33). Eles lamentam o espe-

táculo dos templos grandio-sos, que cultivam proposi-tadamente os altos decibéis do “louvor” gospel. Eles se entristecem com o mau tes-temunho dos membros de igreja, que se vestem com “pele de cordeiro” nos cultos de domingo e não se sentem constrangidos em ostentar as roupas da corrupção do mun-do, a partir da segunda-feira.

O Deus de Amós não se alegra com o barulho das nossas “festas e canções re-ligiosas”. Neste contexto, vale a pena levar a sério a experiência do profeta Elias, machucado pela podridão espiritual dos judeus que adoravam a Baal. A mensa-gem do Senhor, que restau-rou espiritualmente Elias e a vida religiosa do povo, não pode ser ouvida no barulho do terremoto, do vento impe-tuoso ou do fogo avassalador. O avivamento começou com “a voz mansa e suave do Senhor”, como relata I Reis 19.12. É tempo de ouvir o Senhor, cultivando silêncio reverente em nossos cultos.

Rodrigo Odney, pastor da Primeira Igreja Batista de Pompéia - SP

O culto a Deus , pessoal ou coleti-vo, é a expressão mais elevada da

fé e devoção humana. É su-premo, tanto em privilégio, quanto em dever. Cultuar a Deus nos permite experi-mentar uma renovação de fé, esperança e amor, como resultado da comunhão com o Deus supremo.

O culto não pode ser re-legado a um mero encontro social. Ao contrário disso, é um momento indescritível que o indivíduo tem um trí-plice encontro. Um encontro consigo mesmo, com o seu semelhante e com o Deus Todo Poderoso, explico.

O encontro consigo mes-mo é necessário para um indivíduo tornar-se pessoa. Conhecer a si mesmo, as suas virtudes e deméritos possibilita a pessoa perceber a vida e as transformações

que carece sofrer. Permite o desenvolvimento do cará-ter, suas habilidades e sua vocação.

O encontro com o seu se-melhante é necessário para que a pessoa seja um cida-dão. Coexistimos com outras pessoas, não nos bastamos em nós mesmos. Necessi-tamos uns dos outros para amar, servir e amadurecer. O nosso semelhante enobrece a nossa existência.

O encontro com o Deus Todo-poderoso é a reali-dade sem a qual não exis-timos. Por ele e para ele fomos criados. Ele é a razão primeira e última da nossa existência. Fomos criados por ele, para o louvor de sua glória e, somente nele, a nossa entidade deleita-se em prazer e glória. O trípli-ce encontro é o indelével encontro destilado nas Sa-gradas Escrituras.

Observe a intercessão de Abraão por seu sobrinho Ló, descrita em Gênesis 18.23-33. Note a intercessão de

Moisés pelo povo de Deus, como relata Êxodo 32.30-35. Considere o apoteótico en-contro de Isaías com Deus, como diz Isaías 6.1-8. Note ainda, a transfiguração, cita-do em Mateus 17.1-8.

Extraordinários relatos que marcaram para sempre a existência do homem nesta Terra. Que Deus nos conce-da a graça de cada culto ser efetivamente esse tríplice encontro que tanto necessi-tamos. Que o culto a Deus não seja um mero encontro social. No entanto, seja um encontro com o sagrado que santifica a resistência profa-na que, por pouco tempo, habita em nós.

O tríplice encontro é teo-cêntrico. Corrige e nos ensi-na a olhar para nós mesmos, para o nosso semelhante e para o nosso Deus. O culto a Deus é, definitivamente, um tríplice encontro. Que em todos os momentos de culto sejamos renovados e fortalecidos pelo impacto destes encontros.

Servos de DeusHá música nos ares, o mundo está em festaCantem salmos, hinos, bem-aventurançasDando esperança a todo pecadorDe entrar no céu mui feliz da vidaCom alma salva toda garantida Sem nenhum pecado.Tenham tolerância com esses pecadoresLonganimidade, grande paciência E muito amor. Músicas trazem sons alabastrinosFlautas, violinos, harpas e saltérios Para refrigério e consolação desses pecadores Dessas pobres almas, que estão distantes, Trazem os seus dons e os seus talentos Vem de muito longe para engrossarem O batalhar de Deus que vem combatendo O negro pecado que vem se alastrando Na face da terra no coração do homem O desviado, o enfraquecido na sua fé em Deus Vem para exaltar o seu santo nome Sem lhe dar guarida com toda certeza Por sua Igreja na face da terra. Vem toda despojada de qualquer malícia Vem na comitiva tão celestial Cheia de unção que estão caindo

Do trono de Deus Com grande vontade de evangelizar. Ouçam lá no céu os anjos cantando Os corais dos anjos, um a um chegando Maravilha, vejo que coisa tão linda, Eu não sei ainda se estou sonhando Há música nos ares, sim estou ouvindo, Vejo os maestros, ministros de música Todos reunidos e confabulando Se organizando para essa grande festa Cheios de alegria e sem preconceito Mui realizados neste seu trabalho As suas batutas estão no ar girando Toda a orquestra já se preparando Para exibição na face da terra Estão afinando os seus instrumentos Para começarem o grande concerto A apresentação das suas oferendas Ao grande senhor de todos lugares Lhe oferecendo o melhor lugar que tem Os seus dons, talentos, para aqui estarem Para comemorarem o Dia do Ministro de Música.Bah está chegando, Chopin também Trouxe Debussy junto de Bethoven Brams e TchaiKovsky, Mozart vem vindo Há música nos ares: Deus está presente.

D’Israel, colaborador de OJB e membro da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro - RJ

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5o jornal batista – domingo, 23/11/14reflexão

Dona Zinha, Luíza dos Santos, minha saudosa sogra, ti-nha uma paixão

na vida: levar pecadores a Jesus. Certa vez ela aprontou os filhos pequenos e saiu para os lados do distrito de Independência para visitar um senhor que estava muito enfermo, por nome Artur, de uma das mais conhecidas famílias da região, a família Piauí. Com aquela meiguice que lhe era característica, ela tentava convencer Artur Piauí a aceitar o Senhor Je-sus: “Seu Artur, só Jesus tem poder para iluminar o nosso caminho aqui nesta vida e na passagem para o céu. O se-nhor precisa crer em Jesus”. “Eu creio em Zésuis, dona Zinha, ele não é o Filho de Deuso?, garantia Artur, sen-tado em uma cadeira com as mãos nos joelhos, enquanto balançava o corpo para fren-te ao ritmo da própria fala.

Dona Luíza insistia em lem-brar as palavras de Jesus: “ Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” O senhor quer ter a luz de Jesus? Olha, seu Artur, se o senhor aceitar Jesus, na última hora da vida o senhor terá um caminho brilhante de luz, um caminho lindo. Jesus é a luz do mun-do; quem não segue Jesus está andando na escuridão”. O senhor Artur responde: “Eu creio em Zésuis, dona Zinha; ele não é o Filho de Deusu?”

“A verdade de Deus revela-da em Cristo ilumina a mente, mas isso não basta para a sal-vação. É preciso que a verda-de desça ao coração e toque a sensibilidade emocional, aquela parte da personalidade que a Bíblia chama coração, o mais íntimo do ser. Aquela ca-mada da personalidade que fica abaixo da mente e dos sentimentos. Porque ‘é com o coração que se crê para a justiça’. É ali que a verdade vai ser manifestada pela gra-ça de Deus para fazer nascer a fé; essa fé que salva. Creia em Jesus, seu Artur. Jesus é a

luz do mundo”, disse dona Zinha.

E o Artur, com mãos nos joelhos, balançando o corpo em sinal de respeito, diz: “Eu creio em Zésuis, dona Zinha; pois ele não é o Filho de Deusu?”.

Algum tempo se passou, dona Zinha se mudou para o Rio de Janeiro e foi morar na Pavuna. Certo dia, um filho de Artur Piauí foi ao Rio e foi visitar dona Luiza. Contou muitas coisas que se passaram lá na Independên-cia, no município de Cas-telo - ES, depois que dona Luíza foi embora. Contou a ela a respeito da morte de Artur Piauí, seu pai. Artur foi definhando, mas guardou a lucidez mental até o último momento. Ao sentir que a morte se aproximava, Artur Piauí clamava por luz: “Está tudo muito escuro; eu quero ver aquele lindo caminho de luizi que dona Zinha falou”.

Solícitos e angustiados, os filhos correram e trouxeram uma vela acesa, que coloca-ram nas mãos do velho. Com um “vapt”, ele sacudiu a vela para longe, dizendo: “Não é essa lúizi, tira daqui já. Eu quero aquela lúizi da dona Zinha”.

Foram ainda mais depres-sa buscar um tição aceso no fogão a lenha. Tentaram colocar o graveto aceso nas mãos de Artur. Novamente ele atirou longe a lenha em chamas e gritou: “Não é essa lúizi. Eu quero a lúizi que dona Zinha falou”. Porém, ninguém naquela casa sabia, àquele tempo, que Jesus é a luz do mundo. Ninguém ali sabia que Jesus ilumina a alma para viver a verdade nesta vida e para passar a eternidade. Ninguém. Artur Piauí partiu maldizendo as trevas, clamando pela “luz do céu”. E você, quando chegar a sua hora de partir, você terá a luz da vida, Jesus? “Tu anseias hoje mesmo a salva-ção? Tens desejo de banir a escuridão? Abre então, de par em par teu coração, deixa a luz do céu entrar”.

Paulo Francis Jr., vice-presidente da Primeira Igreja Batista de Presidente Venceslau - SP

Um sacerdote as-cético, devoto da filosofia de vida na qual são refre-

ados os prazeres mundanos, isolou em uma caverna um grupo de jovens aspirantes ao serviço religioso no intuito de obrigá-los a jejuar. No ou-tro dia, quando foi apanhá--los, o velho percebeu alguns fragmentos de cascas de ovos espalhados pelo chão. Ao indagá-los acerca da “quebra do jejum”, ouviu a seguinte resposta: “O diabo tentou--nos. Achamos alguns ovos de codorna e os cozinhamos em uma colher aquecida por uma vela e acabamos comen-do”. Conta-se que, na mes-ma hora, satanás apareceu e defendeu-se: “Nem eu sabia que dava para cozinhar ovos usando uma pequena colher e uma vela”.

Se tivermos a compreensão plena das orientações vin-das das Escrituras Sagradas vamos perceber o quanto precisamos melhorar e quan-to elas nos trazem infinitos ensinamentos. A Palavra nos dá maturidade para nos per-cebemos, por exemplo, que o pavor dos discípulos não estava no tamanho da tem-pestade que enfrentavam en-quanto o seu Mestre dormia. O pânico maior veio depois, ao constatar o poder que o filho do Criador tinha em acalmar as ondas e o tama-nho da paz que ele trouxe. Os pregadores atuais quase não “detalham” isso.

No mundo hoje, tristemen-te, os grandes erros alheios

quase sempre nos deixam à vontade para cometer delitos tidos como “pequenos”. Na nossa cabecinha, tudo parece absolutamente aceitável, não é mesmo? Mas, não é. Por detalhes, temos perdido o melhor para as nossas vidas.

Sobre os motivos que le-vam as pessoas, por exem-plo, a se ausentarem das igrejas, a faltarem. Poucos são realmente relevantes. A maioria das desculpas é por causa da preguiça. Mas, existem ainda outros “argu-mentos” que nos tiram da direção do Criador. Outro dia, um amigo disse-me que faltou ao culto “porque re-solveu assistir a um filme”. Não é interessante esse pre-texto?

Penso que, em nenhum outro momento da história contemporânea, se congre-gar em uma igreja em torno das verdades do Criador se tornou tão imprescindível como agora. É uma neces-sidade primordial a quem deseja uma postura casta e a redenção espiritual. Cer-ta vez, li em um pequeno catálogo de uma igreja o alerta: “A vida não é uma paisagem que olhamos por alguma janela enquanto o tempo nos abandona”. Preci-samos aproveitar bem o nos-so pequeno período por aqui reverenciando o Criador. Desta forma, que tal você ir a uma casa de oração hoje?

Infelizmente, os bons sen-timentos dos homens estão sob uma camada de gelo de diferentes espessuras. Isso não se refere apenas a quem ouve a Mensagem de Deus. Também, a quem prega, independente do seg-mento a que pertença. Há

mais ou menos oito anos, um homem entrou em uma loja famosíssima nos Estados Unidos e cometeu um delito inexpressivo: roubou uma gravata. Poderia ser apenas repreendido pelos seguran-ças. No entanto, descobriu--se que ele era um dos mais destacados líderes dos Di-reitos Humanos no mundo e de comunidade religiosa. Perdeu seu trabalho, sua posição e sua credibilidade e sumiu da mídia. Pessoa de moral ilibada, até então, que caiu apenas por não ob-servar um diminuto detalhe, não é mesmo?

Agora, preste atenção e divulgue onde você achar que seja útil. Pode ser na sua casa, na sua escola, no seu trabalho, em uma praça, na sua igreja ou no seu local de orações. Toda a violência, todas as bilhões de mortes brutais que já existiram, exis-tem e ainda vão acontecer; todos hospitais e seus pacien-tes cheios de dores; todas as prisões com os mais bárbaros delinquentes e suas celas so-litárias; toda a amargura e ira das pessoas somente existem por causa de um detalhe: “comer o fruto”. Todo o mal do mundo está ligado a este simples ato de desobediência ao Criador que aconteceu lá no princípio, no Éden. Não é matar, estuprar ou espancar alguém. Não é guerrear com alguém. Comer o fruto foi a rebelião da humanidade contra a santidade de um ser supremo e infinito. Medite, reflita, considere, pense nas coisas que parecem ser deta-lhes; a ausência nas celebra-ções e cultos ao nosso Deus na igreja é “comer o fruto”. E isso é sério.

Cleverson Pereira do Valle , colaborador de OJB

O estado de São Paulo tem vivi-do dias de tensão quando se refere

à água. Na cidade de Itú-SP, inclusive, os caminhões-pipa precisam ser escoltados. As pessoas entraram em deses-pero por falta de água.

Por que estamos passando por esta crise hídrica? O que está acontecendo na região Sudeste do país, mas precisa-mente no estado de São Paulo?

O fato é que, com a falta de chuva, os reservatórios de água estão secando. Com reservatórios secos, milhões de pessoas ficam sem água.

É preciso conscientização, é preciso ficarmos em alerta. Não podemos desperdiçar a água. Neste tempo de racionamento de água temos algumas lições para aprender. Primeiro, não podemos usar a água de forma irresponsável. Em segundo lugar, é neces-sário preservar a natureza. E, por último, devemos ser soli-dários. Não é fácil viver sem

água potável. A água é útil para beber, lavar roupa, casa, carro, gerar energia, etc.

Se não conseguimos viver sem água potável, espiritual-mente também é uma tragé-dia viver sem água.

Jesus ao falar com a mulher samaritana em João 4, apre-senta-se como a Água Viva.

Ele quer saciar a sede espi-ritual de cada pessoa, basta crer nele e confiar pela fé. Não viva uma vida espiritual fraca, beba a Água Viva, a água que jorra como fonte para a vida eterna.

Page 6: OJB Edição 47 - Ano 2014

6 o jornal batista – domingo, 23/11/14 reflexão

Sylvio Macri, colaborador de OJB

A Bíblia aponta para a necessidade de a nossa música ser uma proclamação

da salvação do Senhor, e isso não somente de quando em quando, mas diariamente: “Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; dia após dia, proclamai a sua salvação” (Sl 96.2).

A música que se canta na maioria das igrejas hoje em dia tem pouca procla-mação, pois abandonaram os hinários tradicionais e, consequentemente, aqueles grandes hinos da fé cristã, que apresentam o caminho da salvação. São lindos teste-munhos de pessoas criativas a respeito da sua experiência de libertação em Cristo, cons-tituindo verdadeiros apelos ao coração dos pecadores para que aceitem a Jesus como salvador.

A maioria dos cânticos que se usa nas igrejas atualmente é, em primeiro lugar, de natu-reza meramente contemplati-va, mostrando, por um lado, uma certa indiferença para com os pecadores perdidos, e, por outro, evidenciando uma certa alienação da reali-dade de um mundo que jaz no maligno e necessita ouvir falar que há poder e liberta-ção em Jesus.

Em segundo lugar, são também cânticos triunfa-listas, que falam de vitória e proteção incondicional vindas de um Deus que não exige nenhum arrependi-mento de pecados nem a sua confissão. Enquanto os templos e outros locais se enchem de “adoradores” emocionados, entoando du-rante horas esses tipos de cânticos, lá fora (e mesmo

dentro) jazem os perdidos, e o diabo continua vitorioso em sua sinistra colheita de almas para povoar o inferno.

Em terceiro lugar, são cân-ticos humanistas, isto é, co-locam o homem no centro, e não Deus. Este é mero coadjuvante dos “adorado-res eleitos”, os quais são automaticamente abençoa-dos por causa do “louvor” que apresentam. Isto é, a partir do momento que “le-vantam as mãos” (um gesto ritual), Deus virá e lhes dará a vitória. Raramente vemos a relação de dependência criatura/Criador, redimido/Redentor, discípulo/Mestre, servo/Senhor, que coloca Deus no centro da vida do crente.

Assim, por ser destituída do caráter de testemunho, a música de igreja hoje em dia não produz mudança nenhuma, pelo contrário, gera apenas uma situação de êxtase momentâneo, sem consequência no cotidiano das pessoas.

Diante desse tipo de músi-ca, que deixa muito a desejar no que se refere à evangeli-zação, o que devemos fazer?

Em primeiro lugar, temos que ser mais seletivos, isto é, ao escolher o que cantar não podemos nos submeter à tirania do novo do mercado, da maioria. Cantar somente ou, principalmente, o que é novo não é um bom critério, pois assim deixamos de usar o que é bom e bonito que foi feito antes, e corremos o risco de não cantar nada de bom e bonito, ainda que seja novidade. Não é bom também cantar só o que toca nas rádios, porque elas são ligadas às gravadoras; são um negócio, obedecem às leis de mercado e estão inte-ressadas, não em qualidade,

mas em ganhar dinheiro. Cantar o que agrada à maio-ria, infelizmente, acaba no que Paulo disse em II Timó-teo 4.3, que as pessoas de-sejarão ouvir apenas “coisas agradáveis”, não suportando a sã doutrina.

Em segundo lugar, preci-samos ser mais objetivos. Qual é a finalidade da mú-sica no culto? Que tipo de música vamos cantar? Que resultados esperamos e o que temos alcançado? A música do culto cristão deve dirigir-se a Deus (louvando) e ao ser humano (procla-mando). Sua finalidade não é contemplativa, estética ou exibicionista, antes é um ato

de adoração e de pregação do Evangelho, como ressalta o Salmo 96. Nesse sentido, então, devemos ser muito criteriosos na escolha das músicas, mesmo tendo que restringir o repertório. Te-mos que planejar e não agir ao sabor do momento. Além disso, precisamos avaliar os resultados para corrigir os erros e melhorar o conteúdo e a apresentação.

Em terceiro lugar, preci-samos ser mais comprome-tidos. Isso significa ter um claro senso de Missão. A Igreja existe para adorar, proclamar, ensinar e servir, e a música que ela canta faz parte disso. As pessoas que

cuidam da música precisam ter esse senso de Missão, e precisam também ter um compromisso com a qua-lidade, tanto da melodia e da letra, quanto da apresen-tação. Não podem produ-zir apenas ruído, tem que haver beleza, equilíbrio e mensagem. Isso se chama senso de perfeição. Mas também necessita haver senso de comunhão, de solidariedade. Cantar na igreja é um ato coletivo de alto poder de coesão. A co-municação entre as pessoas através da música é sem igual. Quem faz a música na igreja precisa lembrar-se sempre disso.

Page 7: OJB Edição 47 - Ano 2014

7o jornal batista – domingo, 23/11/14missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Seguindo o objetivo da Grande Comis-são, Missões Nacio-nais tem unido esfor-

ços para apoiar refugiados por meio do Projeto Etnias no Brasil. Este trabalho, por sua vez, também só está sendo possível devido a contribuição das Igrejas Ba-tistas. No Paraná, a PIB de Curitiba, IB do Bacacheri, a PIB em Foz do Iguaçu e a IB Alameda Princesa Isa-bel, têm firmado parcerias constantes nesta ação com famílias sírias que fugiram da guerra.

Seja parceiro nesta obra missionária, colocando-se à disposição como mem-bro, Igreja, associação ou

iniciativa da própria Con-venção estadual. Para aju-dar, faça contato por meio do e-mail pambrasil@mis-

soesnacionais.org.br, ou através de nossa central de atendimento – do Rio de Janeiro – (21) 2107-1818;

outras capitais e regiões metropol i tanas – 4007-1075; demais localidades – 0800-707-1818.

Ações de compaixão e graça

Pastor Fernando Brandão e uma família síria refugiada Famílias e missionários em frente à casa em Foz de Iguaçu - PR

Redação de Missões Nacionais

Um grupo formado por 62 missioná-rios de Missões Nacionais parti-

cipou do Programa Missio-nário Fundamental (PFM). O treinamento foi promo-vido pela Universidade de Missões, com o objetivo de promover capacitação para que os obreiros sirvam de modo ainda melhor em seus campos de atuação.

O treinamento durou 18 dias e foi realizado em Teresópolis - RJ. Durante esses dias, eles foram dirigidos por líderes tratando sobre matérias como História e Estrutura da Junta de Missões Nacionais, Captação de recursos, Planejamento Estratégico, entre outros.

O pastor Jeremias Nunes, gerente-executivo de Comu-nicação e Mobilização de Missões Nacionais, pastor Valdeir Contaifer, missioná-rio no Vale do Amanhecer - DF, bem como os missioná-rios Sandro e Denise Pereira, foram algumas das pessoas

que ministraram aos alunos com suas experiências mis-sionárias.

“A Bíblia fala de dois gran-des desafios: o Grande Man-damento e a Grande Comis-são, que são como os trilhos por onde passa o trem. O trem não anda em um trilho

só”, afirmou o pastor Cirino Refosco, que coordena a vi-são de Igreja Multiplicadora nos estados do Rio de Janei-ro, Espírito Santo e Minas Gerais.

O pastor Fernando Bran-dão deixou uma reflexão a partir do texto de Atos 10, mostrando que Deus é quem está no controle da obra missionária. “O Se-nhor sabe a necessidade de cada campo. E Ele chama e capacita pessoas para ir ao encontro dessas necessida-des”, disse.

Pastor Samuel Moutta, ge-rente-executivo de Missões, ministrou sobre a impor-tância e o funcionamen-to dos Pequenos Grupos Multiplicadores (PGMs). E o pastor Fabrício Freitas, gerente-executivo de Evan-

gelismo, falou sobre Igreja Multiplicadora, destacando que esta visão não apresenta um simples método, mas sim princípios importantes para o crescimento espiritual de cada cristão.

De forma bastante criativa e dinâmica, Anair Bragança, gerente executiva de assis-tência social, e as integrantes de sua equipe, falaram sobre compaixão e graça. “Muito mais do que conhecer os princípios de Igreja Multipli-cadora, precisamos assimilar estes princípios. Eles preci-sam estar em nós”, destacou Anair.

“Foi uma bênção. Cada palestra trouxe muito cresci-mento para cada missioná-rio”, contou o pastor Elisân-gelo Oliveira, diretor do Lar Batista David Gomes.

Programa Missionário Fundamental reúne 62 pessoas em treinamento

Pastor Fernando deixou uma reflexão baseada em Atos 10

Redação de Missões Nacionais

Mais dez pessoas foram batiza-das no Templo Batista do Vale

do Amanhecer - DF. Cada vida é fruto do trabalho re-alizado pelos missionários Valdeir e Morgana Con-taifer.

“Foi um dia alegre em que presenciamos a boa mão de Deus no Vale do Amanhe-cer continuando a salvar vidas em Cristo Jesus”, rela-tam os obreiros, que estão desde 2011 atuando nessa região.

Pregar a Palavra de Deus para as pessoas que ocupam a região do Vale do Amanhe-cer tem sido o desafio. Para

romper as barreiras, além de muita oração, eles têm colocado em prática a evan-gelização relacional.

As batalhas espirituais são intensas, carecendo de um grupo de parceiros compro-metidos com a causa missio-

nária. Por isso, interceda por este ministério, que tem res-gatado pessoas que estavam presas ao misticismo.

Batismos são realizados no Templo Batista do Vale do Amanhecer - DF

Cada vida alcançada e batizada é um motivo de gratidãoCelebração a Deus pelas vidas firmadas em Cristo

Page 8: OJB Edição 47 - Ano 2014

8 o jornal batista – domingo, 23/11/14 notícias do brasil batista

Moacy Miranda Canuto, diácono

Nasceu em 13 de outubro 1930, na Região de Bre-jo Grande, em

Amontado, distrito de São Francisco de Itabapoana - RJ, no lar de Ana Martins de Castro e Augusto Gomes de Freitas. Recebeu da sua mãe o nome de Francis-co. Esse nome foi lhe dado como promessa ao santo Francisco de Assis, do qual era devota. Nessa época, sua família ainda não co-nhecia o verdadeiro Santo. E, na sua ignorância espi-ritual, vendo que todos os seus filhos homens morriam logo que nasciam, fez uma promessa de dar o nome do santo ao filho que nascesse, para que esse vingasse. Na verdade, sem saber, esta-va dedicando seu filho ao Senhor para ser usado da maneira que ele quisesse, repetindo o gesto de Ana, mãe de Samuel.

Ainda bem pequeno acei-tou a Jesus como seu salva-dor, e quando completou 12 anos, foi batizado na PIB de Amontado, tornando-se membro ativo, ajudando na EBD, na união de trei-namento e no evangelismo. Aos 17 anos foi para o Rio de Janeiro. Sem uma profis-são definida, trabalhou em vários lugares. Tornou-se

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Defesa

A Escola Superior de Guerra (ESG) - insti-tuto de altos estudos vinculado ao Minis-

tério da Defesa – diplomou no dia 30 de outubro, 52 especialistas que concluíram o Curso Superior de Política e Estratégia (CSUPE 2014 ).

O curso, que está em sua quarta edição, tem por objeti-vo proporcionar conhecimen-tos para a macroanálise das conjunturas e cenários nacio-nal e internacional, possibili-tando avaliações de políticas e estratégias na área de Defesa.

Em cerimonia, realizada no auditório do edifício-se-

membro da Igreja Batista da Tijuca - RJ, participou do coral da Igreja e de vários conjuntos. Aos 19 anos, sua família mudou-se para Papucaia, um lugar com o nome de Fazenda Papucaia, onde conheceu a jovem Dulce, que mais tarde se tornaria sua esposa. Depois que deu baixa do Exército, pediu sua carta para a Igre-ja Batista de Cachoeira de Macacu - RJ para ajudar na Congregação em Papucaia, onde trabalhou muito com a música e com o evan-gelismo até a organização da Congregação na PIB de Papucaia, tornando-se mem-bro fundador da mesma.

Casou-se com Dulce no dia 11 de Maio de 1963 na PIB de Papucaia. Dessa união nasceram seis filhos. Depois de seis anos de ca-sados, Deus o chamou para acrescentar ao seu dom de

de do Ministério da Defesa, os 52 ‘estagiários’ - como são tradicionalmente cha-mados os alunos da ESG - receberam os diplomas e certificados do curso das mãos do comandante da Escola, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira; do diretor do campus Brasília, brigadeiro Delano Teixeira Menezes; e do coordenador do curso, coronel da reserva Paulo Roberto.

O pastor Francisco Dias Filho, um dos participantes do curso, foi escolhido como o orador da Turma Cruzeiro do Sul. Em um discurso car-regado de emoção, o pastor proferiu palavras aos pares e professores, ressaltando valores morais, éticos e de

criar corais, a incumbência de ganhar almas pra Jesus e também organizar igre-jas. E, no ano de 1970, foi com a família para Campos com a finalidade de fazer o Curso de Teologia no Semi-nário Batista de Campos dos Goytacazes – RJ, e atuou como seminarista na 7ª Igre-ja Batista de Campos - RJ, ajudando na música e no trabalho de evangelismo. No ano de 1971 foi con-vidado pelo pastor Gelson Dutra para ajudá-lo como seminarista e também na música, na PIB em Rio das Ostras - RJ, que estava re-centemente organizada e, desde então, nunca mais saiu. Ajudou na música da Igreja, organizou o coral e atuou no evangelismo. No dia 17 de Novembro de 1973, o pastor Gelson, juntamente com a Igreja, promoveu sua ordenação ao santo ministério da Pa-lavra. No inicio do ano de 1974 foi convidado para pastorear a Igreja Batista de Parque John Kennedy, em Campos - RJ. Foi um ministério curto, de apenas alguns meses, já que no mesmo ano foi convidado pelo pastor Gelson Dutra para ajudá-lo novamente, pois se encontrava muito enfermo. Depois de alguns meses, com a passagem do pastor Gelson para glória, a Igreja convidou o pastor

patriotismo em prol da cons-trução e do desenvolvimento do país.

O orador da turma tam-bém destacou o representa-tivo papel que os recentes diplomados podem dar à nação em diversas áreas dos poderes público federal, estadual e municipal. “Sere-mos interlocutores, não só no aparelhamento das For-ças Armadas, mas também na capacitação e valorização da tropa”, disse.

Francisco ainda lembrou das viagens que foram reali-zadas pelos participantes do curso à instalações militares e também às indústrias de defesa, etapa do curso desti-nada a mostrar a grandeza do Brasil e suas riquezas naturais

Francisco para ser o pastor oficial da mesma. E, no dia 20 de outubro do mesmo ano, em um culto solene tomou posse de tão grande responsabilidade. Foi um período difícil. Nos finais de semana deixava sua família e o trabalho em Campos e seguia para Rio das Ostras com o objetivo de atender às necessidades da Igreja. E, por muitos anos, ele mesmo custeou as suas despesas com passagens de ônibus e alimentação nas idas e vindas de Campos para Rio das Ostras. Por muitas ve-zes ajudou a Igreja nas suas necessidades financeiras, pagando conta de água e luz e ate o salário da zela-doria tirando do seu próprio salário. Nunca questionou o valor do seu salário junto à Igreja, pelo contrário, sem-pre o colocou à disposição da liderança.

Mas o Reino de Deus crescia cada vez mais em Rio das Ostras. Muitas al-mas aceitavam a Jesus pela sua pregação e ministração da Palavra de Deus. Ele realizou muitos batismos. Houve um ano em que fo-ram batizadas 96 almas. Dessas, 39 foram batizadas em um só dia. No período do seu ministério, organi-zou a 2ª, 3ª, 4ª Igreja Ba-tista de Rio das Ostras, e 1ª Igreja Batista de Mariléia. Organizou também duas

e econômicas. O participante destacou a visita feita ao 5º Pelotão de Fronteira, em São Gabriel da Cachoeira - AM. “Os bravos jovens militares não estão sós nesta batalha. Não somos espectadores, seremos seus embaixadores, em defesa da nossa soberania nacional”, afirmou.

Congregações, que seguem trabalhando sob a direção de alguns irmãos. Em todas essas Igrejas organizadas ele assumiu o pastorado enquanto era escolhido o novo pastor. Pastoreou também a PIB de Donana, em Campos dos Goytaca-zes - RJ durante três anos e ajudou na construção do novo templo.

O jovem Francisco Gomes de Castro foi o primeiro se-minarista que a PIBRO orde-nou ao santo ministério da Palavra e substituiu depois o seu pastor em 1974 e pas-toreou até o ano de 2012. E foi com muita honra e ale-gria que a PIBRO o jubilou e o tornou pastor emérito da mesma, após ele passar o cajado ao atual pastor, Leonardo da Costa Matos.

Na Igreja, teve uma vida de dedicação e carinho para com todos. Na sociedade, foi respeitado e reconhe-cido como um cidadão de bem. Na família, foi amado e quase venerado. Amante da música e da leitura, sá-bio, paciente e ponderado nas decisões, primado em tudo pelo equilíbrio e o bom senso, homem de fé, porque mesmo enfrentando grandes lutas, nunca caiu no desânimo, pois confiava no seu Mestre e Sustentador. “Combati o bom combate acabei a carreira e guardei a fé” (II Tm 4.7).

O cursoO CSUPE 2014 teve du-

ração de 12 semanas, e era composto por integrantes da Alta Administração Fe-deral . Ao longo dos es-tudos, foram abordadas disciplinas sobre estrutura, recursos e indústria de de-fesa, por exemplo.

Pastor Francisco Gomes e sua história em Rio das Ostras - RJ

Pastor batista é orador de turma em formatura da Escola Superior de

Guerra em Brasília - DFCréditos da foto: Tereza Sobreira

Page 9: OJB Edição 47 - Ano 2014

9o jornal batista – domingo, 23/11/14notícias do brasil batista

Maria Nery, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ

Louvai ao Senhor, louvai a Deus no seu santuário. Louvai-o pelos atos pode-rosos, louvai-o conforme a excelência de sua grandeza” (Sl 150.1-2).

A música na igreja é uma consagração ao Deus Eterno, as-sim como o louvor

das pessoas cantando alegre-mente, unindo suas vozes e formando um lindo coro angelical.

No mês de novembro, em todas as Igrejas Batistas do Brasil, é comemorado o Mês da Música. O ministério da música promove apre-sentações especiais, com a participação de coros, e os abençoados coristas que tão bondosamente se apresentam como voluntários da música nas Igrejas.

Ser corista é um privilé-gio. Cantar louvores a Deus unindo suas vozes, a beleza dos irmãos em Cristo can-tando juntos. A alegria de participarem dos ensaios, todos juntos se preparando com muita dedicação para se apresentarem, e serem admirados cantando os mais belos hinos de louvor a Deus acompanhados da música e dirigidos pelos maestros, maestrinas, regentes de coro, pianistas, e organistas das orquestras. Ser corista é uma benção. A Deus toda glória e todo louvor.

E para homenagear todos os coristas que participam do Ministério da Música, to-dos serão representados pela música de algumas Igrejas Batistas do Brasil: Primeira Igreja Batista do Rio de Janei-ro, Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ e Igreja Batista da Capunga, no Recife - PE.

A Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro comple-tou 130 anos de glórias em 2014. O pastor titular é o pastor João Soares Fonseca, e o ministro de música é o maestro Eduardo Transco-veski, formado pelo Semi-nário Teológico Batista do Sul do Brasil. É dedicado a música por mais de 20 anos, fez vários cursos de Música Sacra e Clássica, regência e mestrado. Suas apresentações são sempre muito consagradas a Deus. A Igreja possui nove coros, orquestra e órgão de tubo. O Coral Eclésias é o mais antigo da Igreja. Este ano de 2014 completou 99 anos e, em 2015, completará 100

anos. O Coral Eclésias tem grande relevância histórica, sendo um dos primeiros em igrejas evangélicas funda-dos na cidade do Rio de Janeiro. O Coral tem o pri-vilégio de ser dirigido pela Maestrina professora Anna Campello Egger por 47 anos de dedicação ao Coral e consagração a Deus. É uma benção. A maestrina Anna tem se dedicado à música por longos anos, fez vários cursos de música no Brasil e mestrado nos EUA. Suas apresentações são sempre muito admiradas pelo lou-vor, e pela beleza com que se apresentam, sempre com muita reverência. O Coral Eclésias se apresenta em várias Igrejas do Brasil e em salões de concertos, Teatro Municipal do Rio de Janeiro e com apresentação de mú-sicas clássicas. A maestrina Anna Campello Egger é fi-lha do inesquecível pastor Zacarias Campelo que, por longos anos, foi missionário pioneiro no sertão do Brasil. Aos coristas da Primeira Igre-ja Batista do Rio de Janeiro, que Deus abençoe a todos.

Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ, esta Igreja foi fundada em 01 de maio de 1892 e este ano completou 122 anos. Tem como pastor titular José Laurindo Filho. A ministra de Música é a que-rida professora Meri Marcia Prado Bello, pianista, for-mada em Música Sacra pelo Seminário Teológico Batista do estado do Espírito Santo. É dedicada à música por lon-gos anos, fez vários cursos de Música Sacra e Clássicas, curso de regência e mes-

trado. Suas apresentações são sempre admiradas pela beleza dos hinos em lou-vor a Deus. A ministra Meri Marcia, além de dedicada à música, é bacharel em direi-to. Meri Marcia é palestrante evangélica em várias Igrejas. Suas mensagens são muito sábias, demonstrando muita consagração ao trabalho de evangelização. A Igreja pos-sui dez coros. O coral oficial da Igreja tem 101 anos de glória e uma bela orquestra; um conjunto de sinos muito lindo sobre a regência da professora Denise Lisboa Herdy, que por muitos anos foi prestigiada na música pela missionária professora Helga Kepler Fanini, com 41 anos de dedicação como pianista, organista e regente de coro. O coro oficial da Igreja, com 101 anos, tam-bém teve o privilégio de mais de 20 anos ser dirigido pela inesquecível e muito querida regente professora Eudora Petrowski Sales (in memória). A Deus demos glória pelos regentes e coris-tas da PIB de Niterói.

A Igreja Batista da Capun-ga, em Recife - PE, com 91 anos de história, tem como pastor titular, o pastor Ney Ladeia. Como ministro de Música, o maestro Apolônio Guilherme de Ataíde Júnior, formado pelo Seminário Teo-lógico Batista do Norte do Brasil. É dedicado à música por muitos anos e fez vários cursos de música Sacra e Clássica no Brasil, e mestrado nos EUA. O Coral da Capun-ga, com 87 anos, é muito famoso no nordeste do Brasil. Suas apresentações são sem-

pre de grandes consagrações a Deus. Se apresentam em várias Igrejas do Brasil e em salões de concertos e teatros com concertos de música clássica. A Igreja da Capunga possui mais de dez coros e uma grande orquestra. Deus seja louvado pelos regen-tes e coristas da Igreja da Capunga.

É uma enorme satisfação prestar esta homenagem aos meus companheiros da música. Isso porque eu tam-bém, por mais de 40 anos, fui organista, corista de vá-rios coros, participando do coral infantil Raios de Luz (grupos de crianças de várias Igrejas em Niterói), coral de adolescentes Brilho Celeste, da PIB de Curitiba - PR, coral da Juventude Evangélica do Rio de Janeiro, coral Excel-sio no Rio de Janeiro, Canto Coral e poesia do Rio de Ja-neiro e Coral Rosa de Sarom, da PIB de Niterói. Participei também do famoso coral de mil vozes realizado no Estádio do Maracanã, em homenagem à cruzada Ame-

ricana, do ilustre pastor Billy Graham, com sua mensagem “Cristo é a única esperança”.

Aos que participam do mi-nistério de música de todas as Igrejas Batistas do Brasil, em especial aos vitoriosos coris-tas, que Deus abençoe cada um pela sua dedicação de louvar ao Deus eterno. Assim como aos coros de adultos, jovens, adolescentes, crian-ças, coro da terceira idade, coro surdo e mudos, coro de diáconos, coro dos Seminá-rios Teológicos Batistas do Brasil, coro da Cristolândia.

A Deus demos glória tam-bém pelo conjunto de sinos da PIB de Niterói sobre a re-gência da professora Denise Lisboa Herdy, e também pela Banda de Gaita de Foles (re-presenta a Escócia) que per-tence à Escola Vieira Brum em Niterói, sobe a regência do professor Jhonny M de Souza.

Que Deus abençoe a todos participantes da música. Vin-de, cantemos alegremente, a glória de nossa salvação. Amém.

Música na Igreja - Aos vitoriosos coristas Batistas do Brasil

Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro – Coral Eclesias Primeira Igreja Batista de Niterói – coral Oficial

Igreja Batista da Capunga – PE – Coral da Capunga Conjunto de Sinos da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ

Banda de Gaita de Fole (Representa a Escócia – Escola Vieira Brum – Niterói - RJ)

Page 10: OJB Edição 47 - Ano 2014

10 o jornal batista – domingo, 23/11/14 notícias do brasil batista

Paulo Eduardo, pastor da Primeira Igreja Batista em São Paulo - SP

Lembro-me bem que, quando completei 15 anos, eu recebi um pequeno cartão de

um grande amigo, com o seguinte dizer: “A vida nos é dada para as grandes coi-sas”. O autor da frase não era citado e, hoje, passados “alguns” anos, não consegui descobrir quem “cunhou” a referida sentença. Busquei na mega ferramenta de busca da internet, o Google, mas não encontrei a informação.

Essa frase, simples, mas sig-nificativa, além de ter ficado registrada em minha memó-ria, tem me feito olhar para o universo em minha volta buscando identificar pessoas que têm realizado grandes coisas na vida. Tais pessoas têm me inspirado, têm sido referencias para mim.

Neste exercício regular de observar pessoas que realizam grandes coisas, vejo o pastor Irland Pereira de Azevedo. Seria dispensável dizer, mas o pastor Irland tem inspirado muitos. Crentes, não crentes, pastores, famílias, todos têm sido abençoados por esta vida preciosa. Ao longo de oito décadas, ele tem sido grande bênção para muita gente.

Para aqueles que não sa-biam, o nosso querido pastor Irland, presidente emérito da Convenção Batista Brasileira, completou 80 anos no dia 15 de julho. E, como Primeira Igreja Batista em São Paulo - SP, registramos esta data com muita celebração. Não pudemos realizar o culto de gratidão no dia do aniversário porque estávamos na Sema-na Batista da Convenção do estado de São Paulo, a qual eu presidia. Mas fizemos um culto de gratidão no dia 24 de julho. E foi uma celebração muito especial, como teria que ser. Afinal, era o pastor

Irland Pereira de Azevedo completando 80 anos.

Mesmo sendo uma quinta-feira, o nosso templo estava cheio. Irmãos da Igreja, fami-liares, pastores, amigos, repre-sentantes denominacionais e, também, autoridades consti-tuídas participaram daquela grande celebração. Dentre elas, o deputado estadual, amigo e irmão Carlos Alberto Bezerra Junior, e também o deputado federal Cândido Vacareza.

Nós, pastores batistas brasi-leiros, devemos ao pastor Ir-land a nossa imensa gratidão. É indiscutível que ele tem sido o pastor dos pastores ba-tistas brasileiros. Em diversas ocasiões, eu tenho dito que se nós, batistas, tivéssemos uma estrutura episcopal, o pastor Irland seria o nosso bispo. Todas as vezes que eu faço esta referência na frente do pastor Irland, ele reage de forma acanhada, com um sorriso discreto.

Ao longo de mais de 50 anos, o pastor Irland tem exer-cido um ministério que é mais do que um ministério pessoal, ou seja, ele, o pastor Irland, foi chamado por Deus para o pastorado. O ministério do pastor Irland é referencia para gerações e gerações de pastores em todo o Brasil. Pastores que vivem tempos críticos têm sido aconselha-dos e socorridos por ele. Pas-tores principiantes têm sido orientados por ele. A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, ao longo de anos, tem recebi-do valiosas contribuições do pastor Irland.

Considerando isso, nós de-cidimos expressar nossa gra-tidão de um modo especial. Digo nós, porque eu, o pastor Nelson Pacheco e o pastor Alex Huemura prestamos esta homenagem ao pastor Irland. E por que nós três? Nos últimos anos, o pastor Irland tem conduzido igrejas em processos de sucessão

pastoral, e dado posse aos novos pastores nestas Igrejas que ele tem conduzido. Den-tre estes pastores, nós três nos dispomos a este gesto com sincera alegria. Eu, em-possado pelo pastor Irland na PIB de São Paulo, o Nelson, empossado por ele na Batista do Ipiranga - SP, e o Alex, na Paulistana - SP. Nós três, apoiados por nossas Igrejas, presenteamos o pastor Irland com uma viagem a Israel. Fi-zemos a entrega do envelope surpresa a seis mãos diante de toda a Congregação. Este foi, sem dúvidas, um momento muito especial daquela noite.

Como pastor do pastor Ir-land que sou (ele é membro da PIB em SP), eu fui o orador da noite. Soa estranho dizer que eu sou o pastor do pastor Irland. Na verdade, ele pasto-reia a nós, pastores.

O tema da minha mensa-gem foi: “Pastor Irland e os livros”. É inevitável a associa-ção da pessoa do pastor Irland aos livros.

O primeiro ponto foi “o pas-tor Irland e a Bíblia”. Quantas pessoas foram abençoadas por uma mensagem da pa-lavra pregada pelo pastor Ir-land? Impossível mensurar isso. Grandes mensagens, um vasto e profundo conhe-cimento das Escrituras que, ao longo de mais de 50 anos de ministério, tem sido tra-duzido em verdadeiras peças homiléticas pregadas por ele e que abençoaram milhares de corações, conduziram tantos ao Senhor Jesus, fortaleceram enfraquecidos, restauraram famílias destruídas e aponta-ram o caminho para pessoas desorientadas. Sem dúvida, a Bíblia é o livro primaz da vida do pastor Irland.

O segundo ponto foi “o pas-tor Irland e os livros”. Neste momento, eu fiz referencia à imensa cultura geral do pastor Irland. Como disse um irmão da PIB em SP, o desembar-gador Thyrso José da Silva, o

pastor Irland “devora livros”. E é verdade. Ele é um grande leitor. Possuidor de uma cul-tura geral vasta. Ele conversa sobre qualquer assunto com versatilidade. Mesmo aos 80 anos, é atualizado, bem infor-mado e informatizado. Como dizem os de fala inglesa, ele sempre está “up to date” com o que está acontecendo no mundo.

Até então, tenho menciona-do o que quase todos sabem, ou seja, a riqueza do conhe-cimento bíblico, assim como as memoráveis mensagens bíblicas do pastor Irland, e o seu grande aporte cultural, fruto da sua “fome” por livros. Estas características, todos que o conhecem sabem e veem.

Mas o terceiro ponto da mi-nha mensagem fez referência a um fato que, provavelmen-te, poucos saibam: “o pastor Irland e o livro de oração”. Isso mesmo. O pastor Irland tem um livro de oração. A cada ano, ele abre um novo livro de oração, e ali registra seus principais momentos de

clamor e intercessão diante do Senhor.

Neste livro, o pastor tam-bém tem registrados centenas de nomes de pastores pelos quais ele ora semanalmente. Em cada dia, ele menciona diante de Deus nome por nome daqueles que foram privilegiados em sua lista. Por muitos, ele ora sema-nalmente. Por outros, ele ora diariamente. Não quero ser deselegante neste artigo, mas tenho que confessar com grande alegria que eu estou entre aqueles por quem ele ora todos os dias.

Encerro este texto fazendo uso da fala do apóstolo Pau-lo em Romanos: “A quem honra, honra” (Rm13.7) . Ao nosso pastor emérito da PIB de São Paulo, ao nosso presi-dente emérito, da Convenção Batista Brasileira, ao nosso pastor, que é pastor dos pas-tores batistas brasileiros, a nossa honra, a nossa grati-dão, e os nossos parabéns. Parabéns, pastor Irland, pelos seus 80 anos de vida.

Pastor Irland Pereira de Azevedo completa 80 anos de vida

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11o jornal batista – domingo, 23/11/14missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

A capital pernambucana vai respirar Missões. O Seminário Teológico Ba-tista do Norte do Brasil,

localizado em Recife - PE, será palco do Congresso “Por Amor a Missões”. O evento acontecerá nos dias 28 e 29 de novembro. Na sexta, o culto de abertura co-meçará às 20h. E, no sábado, a programação começará às 8h30 com um café da manhã para pas-tores e líderes e terminará à noite com um grande culto missionário. A proposta é mobilizar o público a usar o seu chamado para ser voz de Deus às nações. Para participar,

basta se inscrever gratuitamente através da página do Congresso no Facebook: ww.facebook.com/poramoramissoes.

Os palestrantes serão os pas-tores da JMM: João Marcos Bar-reto Soares (diretor- executivo), Davidson Freitas (gerente de Comunicação e Marketing) e Adilson Santos (mobilização). Eles apresentarão os principais desafios de Missões Mundiais para 2015, frente aos mais va-riados acontecimentos nos cená-rios socioeconômico, cultural e religioso no Brasil e no mundo. Você entenderá como fatos como as ações do Estado Islâmico, a epidemia de ebola e a alta do dólar podem colocar em risco

o avanço da obra missionária e descobrirá como se envolver com Missões Mundiais para que nada impeça que a voz de Deus seja anunciada a todos os povos.

No segundo e último dia de Congresso haverá oficinas para promotores e voluntários, com missionários da JMM; para as mulheres, com a professora Daisy Correia e, para jovens, com a pre-sidente da JBB, Gilciane Abreu.

Louvor, oração e experiências missionárias conectarão você à realidade do Evangelho no mundo. O Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil fica localizado na Rua Padre Inglês, 243, Boa Vista, Recife - PE. O telefone para conta-to é o (81) 3366-3277.

Missões Mundiais apresenta desafios para 2015 em Congresso

no Recife - PE

Vocacionados serão comissionados na IB do Méier - RJ

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Missões Mundiais convida a todos que amam Mis-sões a se alegra-

rem com os dez vocaciona-dos que, no dia 30 de no-vembro, serão comissionados à obra missionária. O culto de gratidão a Deus, organi-zado por Missões Mundiais, acontecerá na Igreja Batista do Méier – RJ, a partir das 19h. O endereço é Rua Her-mengarda, 31, Méier, zona norte do Rio de Janeiro.

Sua presença é muito im-portante para que nossos missionários tenham a con-firmação de que não estarão sozinhos quando seguirem para os campos; a maioria irá para áreas consideradas de risco à pregação do Evange-lho. Será muito bom que ve-jam a Igreja cheia de irmãos dispostos a orar e contribuir, a fim de que tudo aquilo que eles investiram durante o treinamento seja revertido em vidas alcançadas para o Senhor Jesus.

Ouvir o chamado de Deus, amar os povos não alcan-çados, desenvolver dons e talentos, participar do treina-mento missionário, tudo isso faz parte da vida de um vo-cacionado pronto para seguir às nações e para compartilhar o amor de Cristo. Porém, este sonho não é só dele. Para realizá-lo, o vocacionado precisa de parceiros que via-bilizem sua ida ao encontro de outros povos.

Após sua aprovação no pro-cesso seletivo, o vocacionado participa das aulas de capa-citação no Centro de Treina-mento Missionário da JMM. E, durante o tempo de seleção e treinamento, há uma ativida-de importante que ele preci-sa realizar: o levantamento de recursos para seu envio e sustento. A JMM oferece todo o suporte ao candidato, oferecendo-lhe material pro-mocional para que alcance a oferta necessária ao período de capacitação.

Através da Parceria na Ação Missionária (PAM), seus ado-tantes recebem os boletos de contribuição (mensalmente) e informativos missionários. O envolvimento das igrejas, através da intercessão e das contribuições, é o que permi-te à JMM o preparo e envio de novos obreiros.

O vocacionado conta com a assídua participação das igrejas na obra missionária mundial como parceiras, des-de o período de treinamento até os dias em que estará no campo, cumprindo a Missão de Deus. Juntos, missionários e parceiros fazem a voz de Deus chegar até os confins da Terra através de ações humanitárias.

Considere fazer uma par-ceria com Missões Mundiais e todos esses irmãos que investem seus dons, tempo e talento na missão de expan-dir o Reino de Deus. Ligue para a Central de Atendimen-to JMM: 2122-1901 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades).

Novos missionários da JMM seguirão aos campos em breve

Jovens assumiram o compromisso de usarem sua vocação para sinalizar o Reino de Deus

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12 o jornal batista – domingo, 23/11/14 notícias do brasil batista

Amanda Neuman, comunicação da Igreja Batista Memorial de Aracaju – SE

Há 50 anos, mais p r e c i s a m e n t e no dia 7 de se-tembro de 1964,

nasceu em Aracaju a Igreja Batista Sete de Setembro, mais tarde denominada

Comunicação da Convenção Batista do Planalto Central

Aconteceu nos dias 18 a 20 de setem-bro na Pr imeira Igreja Batista Sobra-

dinho - DF, a 55ª Assembleia Geral da Convenção Batis-

Igreja Batista Memorial, lo-calizada no bairro Siqueira Campos, em Aracaju – SE, há nove anos pastoreada pelo pastor Carlos Rocha. Para celebrar o 50º ano de organização, a Igreja promoveu uma série de conferências toda especial que, além do brilho de fazer aniversário, ainda celebrou a alegria de estar em um

ta do Planalto Central, que contou com a participação de mensageiros de todas as Associações da Convenção Batista do Distrito Federal: Oeste, Taguatinga, Plano Pi-loto, Serrana, Gama e Sudes-te. O orador da Assembleia foi o pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor-executivo

templo reformado e muito mais moderno do que o primeiro construído ali.

As “Celebrações de Ouro” contaram com cinco dias de festa, no período de 3 a 7 de setembro, e cada um deles teve como convidadas mais que especiais as igrejas-filhas - oito no total - e são elas: IB Monte Sião, IB Restauração, IB Poço Redondo, IB Aquida-

da Convenção Batista Brasi-leira (CBB), que falou sobre o tema “Família, o ideal de Deus para o ser humano”.

No sábado, dia 20, foi dada posse ao pastor Ro-bé r io Soa re s de Souza como secretár io-geral e eleitos os seguintes irmãos para a diretoria da CBDF

bã, IB Shekinah, IB Moriá, IB Rosa de Sarom e PIB Itabaia-na. Em cada culto, as filhas da Igreja Batista Memorial participaram com grupos musicais, grupos de dança e corais, dando um toque único à programação, que ainda contou com a presen-ça dos pastores Jairo Pereira (ex-pastor da Igreja), Israel Pi-mentel (ex-pastor da Igreja) e

no exercício 2014/2015: pastor Héber Aleixo de Souza (PIB Brazlândia) – presidente; pastor Josué Mello Salgado (Igreja Me-morial Batista) - 1º vice--presidente; pastor José de Arimatéa Nascimento (IB Peniel em ST Maria) - 2º vice-pres idente; Fát ima

Eduardo Mercês (ex-membro, hoje pastor), na ministração da Palavra.

Durante a festividade, pes-soas que marcaram a Igreja nesses 50 anos de história foram homenageadas, junta-mente com os 50 membros mais antigos. Foram lindos dias na presença do Senhor, em uma oportunidade, não só de agradecer pelo que já foi consolidado até o presen-te, mas também uma opor-tunidade de declarar por fé as coisas grandiosas que o Senhor ainda fará naquele lugar.

O slogan “Uma igreja viva eficaz”, adotado há alguns anos pela Igreja, reflete com exatidão aquilo que ela é – viva e atuante na Obra de Deus em todo o tempo, e eficaz nos frutos que dá, fru-tos dignos do Senhor. Que Ele mesmo, então, continue a abençoar a Igreja Batista Memorial.

L ima Garcia (TIB Plano Piloto) - 3ª vice-presidente; Viv iane Ferraz Amorim (Igreja Memorial Batista) - 1ª secretária; Adilza de Souza Bomfim (Igreja Me-morial Batista) - 2ª secre-tária; pastora Zenilda Reg-giani Cintra (Igreja Batista Esperança) - 3ª secretária.

Igreja Batista Memorial de Aracaju - SE celebra 50 anos

Nova diretoria e secretário-geral da CBDF são eleitos na 55a Assembleia

Templo lotado para agradecer a Deus pelos 50 anos da Igreja Pastor Carlos Rocha está há 9 anos à frente da IB Memorial

Pastor Héber Aleixo de Souza presidente

Pastor Roberio Soares de Souza secretario-geral

Pastor Josué Mello Salgado1º vice-presidente

Viviane Ferraz Amorim 1ª secretária

Pastor José de Arimatéa Nascimento2º vice-presidente

Adilza de Souza Bomfim2ª secretária

Fátima Lima Garcia3ª vice-presidente

Pastora Zenilda Reggiani Cintra3ª secretária

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13o jornal batista – domingo, 23/11/14notícias do brasil batista

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14 o jornal batista – domingo, 23/11/14 ponto de vista

Vi v e m o s e m u m tempo de tecnolo-gia ultramoderna. Nunca, em toda a

história da raça humana, o homem se comunicou com tanta facilidade através de tecnologias hiper avançadas. Ao mesmo tempo, nunca o homem esteve tão robotiza-do, alienado, solitário e en-simesmado como em nossos dias, com muita dificuldade de sentar, olhar nos olhos e conversar com o próximo. Na era da comunicação fácil temos muita dificuldade de nos comunicar com qualida-de. Quanta gente dominada pelas máquinas, interagindo com elas e se esquecendo do próximo. Vivemos um tempo de muita insensibili-dade, falta de solidariedade e generosidade.

O nosso grande desafio é nos relacionarmos em amor, compreendendo o próximo

Aproveitando este mês de novembro em que enfatiza-mos a educação te-

ológica e ministerial, penso que seria importante tratar deste tema. Será que estamos passando por um período de redução do número de voca-cionados? Será que estamos passando por uma crise vo-cacional? Este é um lado de nossas preocupações ao lon-go do tempo, mas também tenho notado o depoimento dos colegas líderes das nos-sas Juntas Missionárias que estão constatando o inverso. Aliás, o amigo pastor Fernan-do Brandão, da JMN, tem por diversas vezes afirmado que não há falta de vocacio-nados. Sua equipe tem teste-munhado que em 100% dos encontros em que pregam sobre vocação há decisões. O que podemos concluir com estes depoimentos? Não

no mundo e o irmão no am-biente do Reino e na igreja. O Senhor quer que aceitemos o irmão sem carimbarmos seus pecados. Orar por ele sem legalismo. Precisamos entender o irmão no seu tem-peramento, no seu caráter, enfim, na sua personalidade. Devemos evitar a todo o cus-to o julgamento conforme o ensino de Jesus descrito em Mateus 7.1-5. Somos diferen-tes, mas o amor de Deus nos une de forma extraordinária. Jesus orou para que fôsse-mos um, como ele e o Pai são um, a exemplo do que diz João 17.20-23. Em nossa diversidade encontramos, em Cristo Jesus, a nossa unidade, o nosso ponto comum e a nossa missão.

Sabemos que o relacio-namento como arte, bele-za, criatividade, benção, tem se perdido. Por várias razões, tais como tempo,

há crise vocacional em nossa denominação.

Se não há crise vocacional, então por que temos notado a redução de vocacionados em nossos seminários? Para pesquisar este tema no cam-po, tenho feito uma simples pergunta a grupos em encon-tros: “Nos últimos seis meses quantos ouviram pelo menos um sermão ou palestra sobre despertamento vocacional?”. Invariavelmente, a resposta positiva é bem reduzida, mesmo ao ampliar o tempo para o prazo de um ano. O que é possível concluir?

Penso que, embora não haja crise vocacional, pode estar havendo redução no despertamento vocacional. Isto é, pode ser que, na agen-da de prioridades temáticas, para pastores e líderes, a vocação e o despertamen-to vocacional não estejam sendo considerados. Se isso

atividades, trabalho, distân-cia, condições financeiras, diferenças sociais, egoísmo, opiniões, foco, interesses, prioridades. O mundo tem desenvolvido mecanismos de influência perversa e muitas pessoas em nossas igrejas têm sido afetadas violentamente. Temos três inimigos ferozes: o mundo, a carne e o diabo, como relata I João 2.15-17; 5.19. Nossos relacionamentos têm sido sofríveis, formais e, muitas vezes, interesseiros. Preci-samos resgatar os nossos valores do Reino de Deus. A nossa comunicação deve estar fundamentada na uni-dade da Trindade de Deus; o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um. Esta é a base muito sólida, indestrutível dos nossos relacionamentos.

Um mundo perdido é constituído de gente perdi-da e influencia mais pessoas

é verdade, quais seriam as causas?

Podemos deduzir que uma das causas seja o conceito de que todos os crentes são vo-cacionados, isto é, chamados para o cumprimento de seu pa-pel no Reino de Deus por meio dos seus dons e talentos. Então, por que despertar vocações? Necessitamos entender que, mesmo sendo todos vocaciona-dos, há pessoas que Deus tem despertado para dedicar sua vida para o trabalho da lideran-ça na igreja, e pessoas que con-jugarão sua ação “profissional” com a ministerial e dedicarão muito maior tempo - se não mesmo tempo integral - com atividades ligadas diretamente com atividades do Reino e da igreja e necessitam, portanto, conhecer este detalhe e serem despertadas para este grande e nobre desafio.

Mas também penso que outro motivo da redução no

perdidas em seus comporta-mentos desajustados, doen-tios e maliciosos a partir da natureza má e perversa de Adão. Morremos em Adão, mas passamos a viver em Cristo Jesus, na sua morte e ressurreição. Em Adão, na carne, nossos relacionamen-tos são conflituosos, odiosos e maliciosos, como diz Gála-tas 5.19-21. As nossas rela-ções podem ser restauradas a partir de Cristo, no seu amor e na sua graça e passamos a viver no Espírito, como descreve Gálatas 5. 22-23. Então, se vivemos na carne, temos muitas dificuldades de estabelecermos relações puras e saudáveis, mas se vivemos no Espírito, as nos-sas relações fluem, sendo altamente abençoadoras.

Não permitamos que os nossos relacionamentos se percam. Que em nossas re-lações sejamos construto-

despertamento vocacional seja o desânimo que pode estar rondando a vida minis-terial e pastoral no momento. Dados que já apresentei nes-ta Coluna sobre a situação da saúde ministerial e espiritual do pastor batista apontam para isso. Veja que 65% dos pastores responderam que se sentem incapazes para o exercício do ministério. Consta também que 30% se sentem mais inferiorizados hoje do que no passado e, se pudesse voltar atrás, mu-daria muita coisa na vida e ministério. Em nossa visita a diversas regiões no Brasil ba-tista, temos também notado crescimento em dificuldades e crises familiares pastorais. Diante disso vem a pergun-ta: será que o ministério tem sido tão insalubre para muitos pastores que acabam não se sentindo animados, estimulados e motivados a

res de pontes que ligam e aproximam, e não de muros que separam e afastam as pessoas. Cresçamos no co-nhecimento do Senhor e do nosso irmão. Quanto aos de fora, devemos amá-los com o amor do Senhor, testemu-nhando a nossa fé em Cristo Jesus, sempre fazendo o bem. O nosso testemunho deve ser contundente, pois não pode-mos deixar de falar do que temos visto e ouvido, como está escrito em Atos 4.19-20. Sejamos pessoas amorosas, relacionáveis, perdoadoras, servidoras, amigas de verda-de, sinceras, compreensivas, mansas, sábias, de pouco fa-lar, boas ouvintes, humildes e, profundamente compro-metidas com o Senhor, com sua Palavra, família, igreja e com a evangelização do mundo até que ele volte. Que o Pai seja glorificado em nossas relações.

despertar outros para a vida ministerial? O que fazer neste caso?

Penso que necessitamos reestudar e revalorizar o exer-cício do ministério de modo a redescobrir a magna im-portância diante de Deus do exercício do ministério. Tam-bém redescobrir o valor em despertarmos novos líderes que poderão ser instrumentos de Deus para o pastoreio, para missões, para liderança em diversos setores da igreja e em ações no reinado divino aqui em nosso mundo.

Querido colega pastor, de-sejo animá-lo a considerar com carinho o despertamen-to vocacional e a descoberta de novos líderes para o futuro da Obra de Deus. Que tal você programar em sua agen-da temática, pelo menos uma vez por mês promover em sua igreja o despertamento vocacional?

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15o jornal batista – domingo, 23/11/14ponto de vista

Niberto Amorim, Igreja Batista da Liberdade - SP

Dez mil pessoas se acotovelavam em um cemitério dos Estados Unidos no

sepultamento do empresário de um showbusiness ameri-cano, morto em um desastre aéreo. Mas, o afluxo de tão grande público devia-se me-nos ao apreço dessas pessoas pelos predicados biográficos do falecido, do que aos efei-tos do noticiário da grande mídia nacional – martelando nos dias anteriores o desapa-recimento e queda do avião – sobretudo, devia-se à pre-sença de celebridades cine-matográficas no local, entre as quais a da própria viúva, estrela de primeira grandeza e considerada, à época, a mu-lher mais bonita do mundo. E por mais que essa tentasse se esconder dos olhares, ao abri-go de uma tenda, mais ouvia a multidão – grande parte dela devorando quantidades de batatas fritas e coca-cola - gritando em coro o nome dela e pedidos de “apareça”, “apa-reça”, “só uma olhadinha”. Por fim, guarda-costas algum pôde evitar que a famosa vi-úva não tivesse arrebatado o xale que lhe cobria a cabeça por um grupo de caçadores de souvenirs.

Ora, as multidões, por ve-zes, tendem a perder o senso e a cometer desatinos. Esta-mos falando de uma que não sabe discernir entre a condu-ta devida aos ambientes de luto e aquela que é própria aos piqueniques ou aos giná-sios de esporte; de uma que comparece ao cemitério de-monstrando descomunal dé-ficit de coração ou cérebro, mas com excesso de olhos, por assim dizer – olhos ávi-dos pelo que é sensacional e espetacular. Cena, de resto, muito consistente com a civi-lização em que vivemos, tão notável pela disseminação de formas de vida bizarras, de indivíduos invertendo sinais e atropelando campos de sentido da convivência humana. E não seja esque-cido que o ambiente – as sociedades que compõem a atual civilização – tem como fazer a delícia dessas multi-dões, cevando-as a partir dos olhos à base de “banhos de imagens”, preferencialmente de mercadorias, mas também de assassinatos, estupros, assaltos, pedofilia, guerras, bebidas alcoolicas e armas.

Contudo, em se tratando dessa civilização, quem tem muito a dizer é Mário Vargas Llosa, prêmio Nobel de lite-ratura peruano e naturalizado espanhol em “A Civilização do Espetáculo – uma radio-grafia do nosso tempo e da nossa cultura” (São Paulo, Editora Objetiva Ltda, 2013). Eis o livro que exige toda consideração, não só pela excelência da análise crítica, da radiografia perfeita das sociedades contemporâneas – mais especificamente, da cultura que elas refletem - mas também por constituir manifesto corajoso contra os vícios e deformações que as acometem. Que o leitor cris-tão o examine detidamente, aquilatando o que nele cons-ta sobre o papel que teve o cristianismo enquanto esteio fundador da civilização oci-dental, o quanto ele moldou esquemas de percepções, de ideais, valores estéticos e éticos, o como fez surgir formas de cultivo do espíri-to; que se compenetre, por isso e muito mais, da força plasmadora da fé cristã em obras artísticas, literárias, so-ciais, econômicas e políticas. Examinar também as trágicas consequências daquilo que se convencionou chamar de “a morte de Deus”, isto é, do rompimento dessa civiliza-ção com as fontes nutridoras da vida espiritual e moral, só possíveis, em última análise, com a religião (o próprio au-tor salienta isso). Que se de-

tenha no destaque dado por Llosa, ao fenômeno da vio-lência, integrante do séquito dessas consequências – “de-sencantamento”, “mal-estar”, “nihilismo”, “tédio”, “grande bocejo”, desespero”, “vazio”. Pois, de fato, e consoante o convincente autor, o deslo-camento da fonte nutridora da religião para a política ou o poder secular teve como desdobramento imediato a violência social, cujo ápice é atingido com as grandes monstruosidades e campos de morte do século XX. Mas, Llosa vai além, com o atribuir a origem dos males atuais de corrupção, fraudes, tráfico de influência, criminalidade, impunidade, etc. ao desmon-te do lastro espiritual e moral inerente à religião.

A tese central do livro, po-rém,- e sempre alicerçada no mesmo referencial daquelas perdas morais e espirituais de base - é a deterioração da cultura e o aparecimento da civilização do espetáculo. Civilização do espetáculo? É aquela em que o entreteni-mento reina como supremo valor; em que o se divertir, o escapar do tédio, constitui lei e paixão. Llosa é escla-recedor, definindo-a como a “banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável da bisbilhotice e do escândalo”. É claro que a noção inclui a primazia do visual, ou seja, da cultura das

telas – blockbusters, videoga-me, tv, telefone celular -, sob cuja égide o pensamento, a palavra, e a figura do intelec-tual encontram seu túmulo, substituídos que são por his-triões, futebolistas, atores de cinema e de novela, líderes de seitas religiosas, cantores de rock, falsos artistas e ilu-sionistas de toda ordem.

Por consequência e conclu-são, o livro em tela implica as igrejas de um modo geral. Embora declarando-se não--religioso, o autor faz pronun-ciamento sobre o fenômeno da musicalização da cultura, de que a Igreja cristã não escapa: “(...) se inverte, secu-larizado, o espírito religioso que, em sintonia com o viés vocacional da época, substi-tuiu a liturgia e os catecismos das religiões tradicionais por manifestações de misticismo musical: assim, no compasso de vozes e instrumentos exa-cerbados, que os alto-falantes amplificam monstruosamen-te, o indivíduo se desinvidu-aliza, transforma-se em massa e, de maneira inconsciente, volta aos tempos primitivos da magia e da tribo. Esse é o modo contemporâneo – mui-to mais divertido, por certo – de alcançar o êxtase que San-ta Teresa ou São João da Cruz obtinham através de ascetis-mo, oração e fé”. Guardadas as devidas proporções, as for-mulações do prêmio Nobel coincidem com as do pastor Júlio de Oliveira Sanches no corajoso artigo “A Ditadura

dos Decíbeis” (Jornal Batista, 10/08/2014, pg.3), referindo--se ao estilo e conteúdo da música que predomina nas reuniões convencionais da denominação e do qual re-colho estas linhas: “Culto sig-nifica comunhão, edificação e oportunidade para ouvir a voz divina. Hoje as músicas são estressantes. Os solistas disputam para ver quem grita mais alto. O baterista quer su-plantar a guitarra. A guitarra o baixo. O dirigente suplanta a todos, com aleluias fora do contexto”.

Como quer que seja, cada vez mais se torna visível a interpenetração em nossas práticas de culto daqueles elementos típicos da cultura que Vargas Llosa deplora. E quando isso acontece, pior para os ambientes de culto. O resultado só pode ser a volatilização do temor e reve-rência que uma casa de ora-ção deve infundir; o sentido de santuário decai da sacra-lidade para a ritualística de teatro; a sublimidade da Pa-lavra, da transcendência e da vida do espírito degenera-se em performances de palco; a centralidade de Cristo se con-funde com o louvor – louvor rocambolesco, veja-se bem, no qual adoradores, não raro, põem-se a fazer contorções corporais dignas de Madona ou de Michael Jackson.

Pela sensatez, os Llosas e os Julios Sanches são muito bem-vindos com suas men-sagens.

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