Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NADIR ALVES
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
DO FOLHETIM ÀS REDES SOCIAIS: CRIAÇÃO LITERÁRIA DE CONTOS NO FACEBOOK
MARINGÁ 2013
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDA GÓGICA
TURMA 2013
Título: Do Folhetim às redes sociais: criação de contos lit erários no Facebook
Autor: Nadir Alves
Disciplina/Área:
(ingresso no PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Imple mentação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual “Paiçandu”
Município da escola: Paiçandu
Núcleo Regional de Educação: Maringá
Professor Orientador: Marcele Aires Franceschini
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar:
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Arte (Artes Visuais, Artes cênicas)
Resumo:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Com as inovações tecnológicas, à escola formal cabe a tarefa de ser fomento ao uso das ferramentas digitais, com compromisso, para que ninguém se torne um escravo do mundo virtual.
Assim, este projeto tem como centralidade uma nova metodologia para o ensino-aprendizagem de literatura: a criação de contos, no Facebook, atrelado com a Arte, pois, serão usadas outras manifestações artísticas – peças de teatro, telas, músicas e vídeos.
Os estudantes serão sensibilizados com histórias jornalísticas e literárias, com vídeos e outros canais midiáticos. A intenção é mostrar o universo humano, contido em canções, peças teatrais, telas, textos filosóficos, contos, lendas urbanas, fotografias; e ainda, visitar órgão de comunicação; entrevistar jornalistas,
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psicólogos, fotógrafos, com debates. A finalidade é fazer com que eles possam compreender que a literatura extrapola o entretenimento, sendo uma fonte inesgotável de conhecimento e de entendimento do homem universal. Concomitantemente a essas ações, e com a discussão das histórias, os alunos criarão seus próprios contos literários, para publicação em uma Fan Page, do Facebook, com pseudônimos, com revelação no final do projeto. As cinco melhores narrativas serão transformadas em linguagem de cinema, para um festival de vídeo, com premiações diversas.
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras)
Literatura, manifestações artísticas, fatos reais, jornalísticos, Facebook, produção, festival de vídeo.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)
3º ano do Ensino Médio
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Apresentação
Um dos imperativos, destes primeiros anos do Século XXI, na pós-
modernidade, é o uso irrestrito das tecnologias, em todos os lugares do
planeta, nas mais variadas formas. O escritor brasileiro Carlos Drummond de
Andrade (1994), no poema Mãos dadas, mais precisamente nos versos: Não
serei o cantor de uma mulher, de uma história (...) não distribuirei
entorpecentes ou cartas de suicida,/ não fugirei para as ilhas nem serei raptado
por serafins./ O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens
presentes,/a vida presente mostra-nos que a espécie humana está
condicionada ao seu tempo. E, ainda que o poeta faça menção ao período da
Segunda Grande Guerra, frente aos acontecimentos daqueles dias – com o
mundo perdendo o seu significado –, emprestamos seu lirismo para dizer que
também cabe ao homem, deste tempo, não fugir aos desafios impostos pelas
tecnologias da informação e da comunicação.
Assim, em tempos de internet, de redes sociais, de novas formas de
ensino e de aprendizagem, de relacionamentos, de se pesquisar, de se
estudar, de se buscar informações, à escola caberá estar na dianteira, nesse
“tempo presente”, buscando estratégias para trabalhar com crianças e os
jovens da "Geração Y", que estão não apenas inseridos, mas são frutos da era
cibernética, como bem pontua Meirelles (2013):
São jovens que pouco se atêm a um livro físico, mas que, na frente do computador ou de seu tablet, passam horas e não veem o tempo passar (...). É com essa realidade que os professores de hoje têm que lidar. E explorar formas de usar a boa relação que esses jovens possuem com esse suporte é o desafio que, na atualidade, se descortina aos professores de nossas escolas.
Um compromisso que se impõe à educação é que seus envolvidos
precisam estar prontos para compreender as novas maneiras de trabalho e de
formação, ainda que a novidade possa estar fora das instituições de ensino
tradicionais. Acreditamos que exista uma necessidade de se adotar novas
metodologias de ensino, com profissionais, se possível, à frente dos modernos
suportes pedagógicos, verdadeiros aliados para a aprendizagem. Como aponta
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Pierre Lévy (2009, p.175): “cabe aos sistemas de educação implantar
procedimentos de reconhecimento dos saberes e savoir-faire adquiridos na
vida social e profissional”.
Um mundo tecnológico, com nativos digitais, nada futurista, daquele
vivido pela família americana Os Jetsons (The Jetsons, 1962, Hanna Barbera).
Em sintonia com esta mudança, possivelmente, antes inimaginável, a
antropologia já fala em cibercultura (e não somente o termo cultura) para
designar o modo de vida na sociedade da informação e em rede. O próprio
vocábulo, em sua estrutura etimológica, encaminha-nos para seu
entendimento. É a troca, a vida, a existência, entre os seres humanos que
estejam conectados “através de qualquer dispositivo ligado à rede mundial de
computadores, através de um computador, um notebook, um tablet, um
smartphone” (MEIRELLES, 2013).
Como destacamos na elaboração do projeto de intervenção pedagógica,
que ora damos continuidade com esta produção didático-pedagógica, hoje,
ainda que tenhamos diversas realidades, dentro e fora do país, com situações
de inclusão total, parcial ou mesmo da não existência das tecnologias
informacionais, a vida diária é permeada pela interação dos indivíduos,
independente de localização, por meio da cultura da mídia. Como afirmam
alguns teóricos, a exemplo de Mercado (2008), Marconi e Pulga (2010) e Levy
(1998), vivemos e existimos no ciberespaço.
Defendemos que o homem da pós-modernidade deve compreender, à
luz do conhecimento, e buscar no novo, uma alegria, como pontuou o filósofo
alemão Nietzsche (2004, p. 1996), em A Aurora, para falar do mundo
conectado:
Tais pessoas enxergam, por baixo de todas as rosas, túmulos ocultos e dissimulados; divertimento, agitação, música festiva lhes parece o resoluto engano de si mesmo de um doente grave, que por um minuto ainda quer saborear a embriaguez da vida. Mas esse julgamento sobre a alegria não é outra coisa que a refração dela no fundo escuro do cansaço e da doença: é ele mesmo algo tocante, irracional, que leva à compaixão, é inclusive algo ingênuo e pueril, mas vindo daquela segunda infância que segue a velhice e antecede a morte.
Dentro dessa perspectiva, e da linha de estudo “Literatura e escola – o
uso das tecnologias no fomento à leitura e a produção literária”, o intuito é
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buscarmos uma abordagem para o ensino-aprendizagem da arte da palavra,
neste tempo de homens cibernéticos, explorando a literatura, as artes visuais,
as lendas urbanas, as matérias jornalísticas e as narrativas da vida cotidiana
da sociedade, com leitura e escrita, subsidiando o estudante para a criação de
contos a partir destes enredos.
É deste homem universal, de suas angústias, fontes de prazer, alegria,
desvios que se deseja instigar no educando o prazer pela literatura, pois, por
mais que a evolução tecnológica avance, a cada centésimo de segundo, suas
relações com o outro são frutos de sua vivência, com o seu tempo. Afinal, por
mais que o homem esteja acontecendo e vivendo no ciberespaço, é no espaço
concreto que ele se faz e transporta seu ser para o virtual. Trazemos para
reflexão o que Guimarães Rosa escreveu sobre a espécie humana, por
julgarmos ser a mesma leitura, que
...não do ponto de vista filológico e sim metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o eu que ainda não encontrou um tu; por ali os anjos e o diabo ainda manuseiam a língua (Rosa, 1988, p. 142).
Portanto, esta proposta de estudo envolvendo a língua tem a intenção
de desenvolver o gênero textual "Conto", aliado com as novas tecnologias,
mesmo que a escrita seja uma das barreiras enfrentadas pelos professores de
Língua Portuguesa. A centralidade é a de mostrar que o material para estas
criações precede da vida em sociedade.
Como destaca Bezerra (2002), a realização de trabalhos com gêneros
textuais, na sala de aula, contribui com a aprendizagem da oralidade, da leitura
e da escrita de textos diversos. Acredita-se que os elementos estruturais do
conto venham para facilitar o projeto, ainda que saibamos das dificuldades na
escrita de muitos de nossos educandos. No entanto, o desafio é exatamente
este: fazer com que eles possam criar, a partir da visão de mundo, de sua
realidade, de suas experiências e bagagem cultural, e transpor esse universo,
compreendendo a arte literária com mais propriedade.
A motivação para este estudo se ampara quando destacamos o que
representa a arte escrita, a arte da palavra, a literatura. Nossa intenção é
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fazermos dela nosso objeto de estudo e levar, ainda que seja a apenas uma
turma de alunos, sua significação no campo das manifestações artísticas. Pois,
como pontuou Afrânio Coutinho, em Notas de teoria literária (1978), citado por
José de Nicola, em Língua, Literatura e Redação (1998), “como toda arte, é
uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista
e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com
os quais ela toma corpo e nova realidade”. Abrindo-se, também para o debate
e a percepção de se questionar a validade dessa manifestação artística. O
escritor e jornalista Eduardo Galeano (Nicola, 1978, p. 43) aponta pistas:
Será que as palavras sobreviverão em meio aos adeuses e aos crimes? Tem sentido este ofício (...). As pessoas escrevem a partir de uma necessidade de comunicação e de comunhão com os outros, para denunciar aquilo que machuca e compartilhar o que traz alegria. As pessoas escrevem contra sua própria solidão dos demais porque supõem que a literatura transmite conhecimentos, age sobre a linguagem e a conduta de quem a recebe, e nos ajuda a nos conhecermos melhor, para nos salvarmos juntos. Em realidade, a gente escreve para as pessoas com cuja sorte ou má sorte se sente identificado: os que comem mal, os que dormem pouco, os rebeldes e humilhados desta terra.
O escopo é que os estudantes percebam que a realidade que nos cerca,
na qual estamos inseridos e imersos, é objeto para as narrativas literárias.
Reportagens e matérias jornalísticas, de qualquer meio de comunicação,
poderiam ser contadas e vistas pela ótica literária, como fez e transpôs o
dramaturgo Nelson Rodrigues (1994) em suas tragédias e peças teatrais,
ressaltando-se, por exemplo, Beijo no asfalto, que para a linguagem teatral
converte em outro fato um acontecimento, porém, tão real quanto à ficção. É o
que descreve Afrânio Coutinho (Nicola,1978):
passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social. O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das
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verdades fatuais. Os fatos que manipulam não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro. A Literatura é, assim, vida, parte da vida, nãos e admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana. (Nicola, 1998, p. 52)
Assim, os estudantes, motivados pelos enredos da própria literatura,
cinema, lendas urbanas e reportagens jornalísticas, com o real e o fictício,
terão a oportunidade de desenvolver narrativas, de cunho literário, usando
pseudônimos como fizeram nossos representantes arcadistas, bem como
revivendo a época dos folhetins, na França e no Brasil. "Folhetins digitais"
seriam materiais convincentes e de longo alcance aos estudantes, postando
suas criações na rede social Facebook, em capítulos, como fizeram os
romancistas do início do século XXVIII.
O folhetim era uma narrativa literária publicada em capítulos em jornais e
revistas, nascendo paralelamente ao surgimento da imprensa. Esta forma de
materialização da palavra prendia a atenção do leitor, para que o mesmo
acompanhasse a próxima divulgação. Tem a França como seu país de origem,
e, no Brasil fez sucesso na segunda metade do século XIX. Aqui, os folhetins
eram publicados, diariamente, nos jornais do Rio de Janeiro e também em
veículos do interior, com o intuito de entreter. Um de nossos primeiros
romances a ganhar destaque foi A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
Seria a obra de folhetim mais popular da história do Brasil, com êxito nas
vendas, mesmo em um período em que a maioria dos brasileiros não era
alfabetizada. Entretanto, diversos outros autores de nosso país, consagrados,
tiveram suas obras publicadas nos folhetins e depois em livro, como José de
Alencar, Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida e Lima Barreto.
O folhetim apresentava enredos variados e, bem ao estilo de nossos
programas televisivos policiais, explorando tudo com realismo e emoção os
infortúnios da vida humana. Sua proposta era centrar a criação de narrativas
fúteis a outras mais contundentes, fatos políticos e mesmo particulares. Apesar
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de colocar amenidades e a vida da classe média em suas tramas, o folhetim,
próximo do realismo literário realiza registros jornalísticos de uma época, sem
no entanto se preocupar com a verdade dos fatos. Desta forma, alcançou a
população mais pobre brasileira e fez com que modelos europeus fossem
"novamente" absorvidos.
Os estudantes produzirão, deste modo, os contos e terão como meio o
ciberespaço – “local” de presença constante de “nossos” adolescentes, para
divulgá-los e de ter contato, anonimamente, com os demais estudantes da
turma. Assim, outro intento acaba se efetivando que é o de aguçar o
pensamento do educando de que há diversas outras possibilidades, mesmo
nas redes sociais: conhecimento, troca, aprendizagem, leituras.
A escolha de se optar pelo gênero conto se justifica pelo que nos explica
Massaud Moisés (1967, p. 40), em A Criação Literária – Prosa, após um estudo
minucioso da etimologia da palavra e sua história, de que se trata de “um só
drama, uma só ação (...) por conter uma unidade de ação, tomada esta como
conseqüência de atos praticados pelos protagonistas, ou de acontecimentos de
que participam". O autor prossegue em sua definição:
E como 'forma artística', o conto seria o literário propriamente dito, por apresentar autor próprio, desligado da tradição folclórica ou mítica para colher na atualidade os temas e as formas de narrar. Sublinhe-se que o conto, seja como "forma simples", seja como "forma artística", gravita ao redor do mesmo núcleo estrutural. Alguns estudiosos acreditam que o aparecimento do conto teria ocorrido alguns milhares de anos antes de Cristo. Apontam o conflito de Caim e Abel como um exemplar no gênero. Na Bíblia, ainda consideram com total os episódios de Salomé, Rute, Judite, Susana, do Rabi-A (Moisés, 1967, p. 33)
Porém os alunos terão outros universos de pesquisa e de discussão,
como as lendas urbanas, que na era da cibercultura ganharam um aliado em
sua divulgação: o ciberespaço. Afinal, quem não se deparou com comentários
de que alguém da família, um amigo, ou amigo de um amigo, que tenha sido
vítima de uma dessas histórias? Como de uma criança, em prantos, numa casa
abandonada e, quando os transeuntes vão acudir são pegos, agredidos e
roubados. Ou ainda, de ser tomar cuidado, em baladas, pois, muitos já tiveram
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o infortúnio de terem suas bebidas adulteradas e quando acordaram se
encontravam dentro de uma banheira com gelo, com cisões em seus corpos,
na altura dos rins, com um bilhete, aconselhando-os a procurar um médico,
pois, seus rins tinham sido retirados.
Antes, tem-se que entender que as lendas fazem parte da tradição
popular de todos os povos. Para o estudioso Câmara Cascudo (1979), trata-se
de um fato heróico ou sentimental, com o elemento maravilhoso ou sobre-
humano, transmitido e conservado na tradição oral popular, localizável no
espaço e no tempo. Em Lendas Brasileiras, Osmar Barbosa pontua que “em
todos os países do mundo há lendas, apólogos, costumes, superstições, tudo
unido à tradição popular, fazendo parte da alma e da essência de um povo,
princípio de suas inspirações, base de sua literatura” (apud Câmara Cascudo,
p. 8).
Em tempos da cibercultura, o meio dessa transmissão alcança as
pessoas, o mundo, no ciberespaço, entretanto, são também episódios
imaginários, levados de pessoa a pessoa, por meio da oralidade ou da escrita.
É o que nos aponta o pesquisador Jean Bruno Renard sobre as lendas
urbanas:
são boatos narrativos, pequenas histórias que se estenderam ao longo do tempo.São chamadas de urbanas não porque se desenrolam necessariamente no meio urbano, mas porque tratam das problemáticas da modernidade, das nossas sociedades industriais e técnicas, com baixas crenças religiosas, onde a cidade é emblemática (...) são narrativas anônimas que apresentam múltiplas variantes, de formas breves, de conteúdos surpreendentes, contadas como verdadeiras e recentes num meio social do qual exprimem medos e aspirações (RENARD,1999).
E sua propagação se efetivou, de forma ainda mais rápida, com o
advento da internet, com a troca de informações, que toda e qualquer pessoa
faz uso, retransmitindo o que recebeu e leu, via ciberespaço – e aqui falamos
de todo tipo de troca de mensagens, via net. Como destacam Erick Câmara e
Silva (2002), “era inevitável que a Internet, com a globalização, o imediatismo e
o barateamento na troca de informações entre as pessoas, permitisse que
culturas diversas pudessem se comunicar sem as tradicionais barreiras que
existiam”.
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Desta forma, objetiva-se o que é preconizado nas Diretrizes Curriculares
da Educação Básica de Língua Portuguesa (PARANÁ, p. 47,48) que se
enfatize um ensino ressignificado, nas unidades escolares, da língua materna:
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com situação de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos apresentados apelos alunos – segundo os resultados de avaliações em larga escala e, mesmo, de pesquisas acadêmicas – as DCEs de Língua Portuguesa (2008), requerem, neste momento histórico, novos posicionamento em relação às praticas de ensino; seja pela discussão crítica dessas práticas ou envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
Diante do exposto, a finalidade deste projeto é estimular a curiosidade
do educando, com procedimentos que envolvam a escuta, a percepção, a
leitura e escrita de histórias. Deste modo, a proposta se trata de uma unidade
didática, com quatro módulos compostos de diversas ações escolares,
organizadas sistematicamente, com ênfase à literatura e ao uso das
ferramentas tecnológicas, como as redes sociais, com o propósito de estimular
à leitura e à escrita de contos, abrindo-se um novo universo aos estudantes. De
fato, eis a nossa proposta:
A literatura não é matéria escolar, é matéria de vida. A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, estimula-o a tomar posição diante de certas questões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem leitor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a refletir sobre seu próprio comportamento. Mas essa característica estimuladora da literatura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua reflexão sobre aspectos importantes do comportamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento. O professor é o intermediário entre o texto e o aluno. Mas, como leitor maduro e experiente, cabe e ele a tarefa
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delicada de intervir e esconder-se ao mesmo tempo, permitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível. Porém, por circular na sala de aula junto com os textos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um tratamento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma resposta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergunta que admite várias respostas; depende da maturidade do aluno e de suas experiências como leitor. O texto literário é um campo de possibilidades que desafia cada leitor individualmente (TUFANO & NÓBREGA, s/d).
1.1 METODOLOGIA
O Projeto de intervenção será aplicado aos alunos do Ensino Médio do
Colégio Estadual Vercindes Gerotto dos Reis ou no Colégio Estadual Paiçandu.
A proposta é dividir o trabalho em quatro módulos, que serão
detalhadamente explicados a seguir.
1.2. AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
Como não poderia ser diferente, os estudantes serão avaliados, ao
longo de toda a realização do projeto. Caberá ao professor observar o
interesse e a participação de cada um, nas leituras, produções, criações, nos
debates e na produção cinematográfica.
1.3.RESULTADOS ESPERADOS
Esperamos, com a prática desse Projeto, que o aluno possa
compreender a literatura e o fazer literário de modo pleno e conjugado,
utilizando-nos da ferramenta da rede social como meio de apoiar o estudante a
compreender as distintas formas e conteúdos manifestados no gênero conto.
1.4. RECURSOS A SEREM UTILIZADOS
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Ficará a cargo de o professor orientador disponibilizar diferentes
recursos para a exposição desse projeto, tais como: laboratório de informática
(computadores e acesso à internet), tevê, pen-drive, aparelho de data-show,
som, vídeos, televisão, câmera fotográfica, filmadora e demais equipamentos,
transporte e organização dos ambientes propostos.
1.5. CRONOGRAMA
Este projeto de intervenção será aplicado durante o primeiro semestre
do ano letivo de 2014.
2013
Atividades Fev Mar Abril Maio Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
AULAS PRESENCIAIS,
LEITURAS E ENCONTROS
COM A ORIENTADORA
X X X
AULAS PRESENCIAIS,
LEITURAS, ENCONTROS
COM A ORIENTADORA E
EXECUÇÃO DO PROJETO
X X
LEITURAS, ESTUDOS E
ENCONTROS COM A
ORIENTADORA
X
X
x
X
X
X
2014
Atividades Fev Mar Abril Maio Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
APRESENTAÇÃO DO
PROJETO NA ESCOLA x
INÍCIO E REALIZAÇÃO
DOS TRABALHOS COM
OS ESTUDANTES
ETAPAS 1, 2 E 3
x X X X
ETAPA 4 X X
X
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PRIMEIRO MÓDULO
Como enfatizado, a ação proposta aspira, por meio da leitura de contos,
discussões sobre matérias jornalísticas, lendas urbanas e histórias reais –
próximas de nosso universo social e dos próprios educandos – e de curtas
brasileiros e de vídeos do quadro Casos e Causos, da Revista RPC, da RPC
TV (afiliada à Rede Globo). Tudo isto aliado à produção de textos literários a
serem postados na rede social Facebook, seguindo a mesma ótica dos
folhetins, com pseudônimos, para depois serem transformados em linguagem
cinematográfica.
Neste módulo, caberá ao professor apresentar, aos estudantes, diversos
tipos de histórias e a sua circulação (do próprio bairro e cidade dos estudantes,
reportagens jornalísticas, lenda urbanas, contos literários, poemas), com o
objetivo de que eles sejam capazes de iniciar contato, refletir e levantar
suposições e teorias acerca do universo humano, nos aspectos intelectual,
afetivo-emocional e social.
Atividade 1 – Apresentação do projeto, escolha de p seudônimos, criação
de perfis, contato com a página do projeto, no Facebook
Pontualmente, nesta ação, o professor deverá detalhar o que é o projeto
de intervenção pedagógica, bem como suas etapas. Deve ainda detalhar as
atividades que os educandos irão realizar, semanalmente, na página Do
Folhetim às redes sociais, até o início das produções de suas histórias.
Atenção!
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Sequência Didática
1) Apresentação do vídeo O herói de Dolores (2010), disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=DuZ-ZWUXFF8, acesso no dia 14 de
novembro de 2013. O material teve como integrantes principais estudantes,
com a participação de professores do Colégio Estadual Vercindes Gerotto
dos Reis, também de Paiçandu. Fez parte da segunda oficina de vídeo, da
Unifama (Maringá). De acordo com os idealizadores, o trabalho é fruto de
um convite de duas adolescentes que foram visitar a faculdade e sonhavam
em fazer cinema. A proposta dos mentores se deu com o livro O Heroi de
Dolores, de Marisa Medeiros. A aluna Chrislaine Mayara Gallo recebeu o
prêmio de Melhor atriz no festival da instituição de ensino maringaense. A
intenção específica desta adaptação é mostrar, inicialmente, a
possibilidade de oportunidades que um simples trabalho escolar pode
proporcionar. Em seguida, a abordagem será feita com a narrativa, a
atualidade do tema e se o enredo poderia saltar da tela para nossa vida
cotidiana. Além disso, o final do projeto terá a apresentação das obras e
um festival de vídeo. A ex-aluna premiada será uma das convidadas, para
que relate sua experiência no festival e na montagem do vídeo. Isso será
feito porque também participamos do trabalho.
2) Em seguida, os estudantes preencherão uma ficha, já com pseudônimo,
mantendo segredo.
3) Criação do perfil, no Facebook, para acessar a página relacionada ao
projeto Do Folhetim às redes sociais, que terá o mesmo nome. Nela, os
alunos encontrarão todos os pontos trabalhados em sala, incluindo-se
dicas, atividades, prazos, horários.
4) A partir da criação do perfil, todos os dias, os estudantes deverão postar
algo relacionado ao projeto, às aulas ou ainda a algo distinto, porém,
pertinente ao trabalho, como poesias, vídeos, contos, letras de músicas,
obras de arte, histórias
efetivado com o propósito de encaminhá
das postagens dos capítulos das história
5) Dar início às produções escritas
suas reais identidades.
discussão individual do conto que cada estudante produzirá.
6) Após duas semanas, os estudantes iniciarão as postagens. Isto será feito
durante um mês, sempre aos sábados, para que eles possam ter tempo de
postar o trabalho e ler as demais histórias, come
7) Montar um portfólio digital, com todas as atividades desenvolvidas, no
projeto. Quem quiser, poderá optar pelo portfólio manual.
Facebookeando...
Depois do final do quarto e último capítulo do cont o literário, todos
votarã o nas duas melhores histórias.
roteirizadas, com a participação dos demais educand os da sala
mesmo que a sua história
participação será de ator, roteirista, diretor
haverá uma roda de leitura, com a apresentação das histórias e seus
autores, com caracterização da personagem principal . Fiquem atentos
aos prazos! Tudo estará em nossa página.
pertinente ao trabalho, como poesias, vídeos, contos, letras de músicas,
obras de arte, histórias e notícias que revelem o homem. Isso será
o propósito de encaminhá-los para o processo d
as postagens dos capítulos das histórias (contos).
Dar início às produções escritas - cada um mantendo sigilo em relação às
suas reais identidades. Após esta ação, o professor iniciará a leitura e
discussão individual do conto que cada estudante produzirá.
Após duas semanas, os estudantes iniciarão as postagens. Isto será feito
durante um mês, sempre aos sábados, para que eles possam ter tempo de
postar o trabalho e ler as demais histórias, comentando e argumentando.
Montar um portfólio digital, com todas as atividades desenvolvidas, no
projeto. Quem quiser, poderá optar pelo portfólio manual.
Facebookeando...
Depois do final do quarto e último capítulo do cont o literário, todos
o nas duas melhores histórias. As cinco mais votadas serão
roteirizadas, com a participação dos demais educand os da sala
sua história não tenha sido a escolhida, nesta fase
ator, roteirista, diretor , produtor, etc . Para finalizar,
haverá uma roda de leitura, com a apresentação das histórias e seus
autores, com caracterização da personagem principal . Fiquem atentos
Tudo estará em nossa página.
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pertinente ao trabalho, como poesias, vídeos, contos, letras de músicas,
notícias que revelem o homem. Isso será
los para o processo de produção
mantendo sigilo em relação às
pós esta ação, o professor iniciará a leitura e a
Após duas semanas, os estudantes iniciarão as postagens. Isto será feito
durante um mês, sempre aos sábados, para que eles possam ter tempo de
ntando e argumentando.
Montar um portfólio digital, com todas as atividades desenvolvidas, no
Depois do final do quarto e último capítulo do cont o literário, todos
s cinco mais votadas serão
roteirizadas, com a participação dos demais educand os da sala – ou seja,
não tenha sido a escolhida, nesta fase a
. Para finalizar,
haverá uma roda de leitura, com a apresentação das histórias e seus
autores, com caracterização da personagem principal . Fiquem atentos
8) Passar a ficha abaixo, para os estudantes e solicitar
seus nomes completos, telefones, e
abaixo (entregar na pr
Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:___________________________________________________Facebook:________________________________________________ Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:_________________Facebook:________________________________________________ Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:_______________________________________Facebook:________________________________________________ Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:___________________________________________________Facebook:________________________________________________ Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:___________________________________________________Facebook:______________________ Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________E-mail:___________________________________________________Facebook:____________________________________________
ficha abaixo, para os estudantes e solicitar que preencham com
seus nomes completos, telefones, e-mail, Facebook, conforme o modelo
entregar na primeira aula do projeto).
Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________
mail:___________________________________________________Facebook:________________________________________________
Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________
mail:___________________________________________________Facebook:________________________________________________
Nome:___________________________________________________Telefone:_________________________________________________
mail:___________________________________________________Facebook:________________________________________________
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que preencham com
, conforme o modelo
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9) Entregar a cada estudante a mensagem a seguir
DO FOLHETIM ÀS REDES SOCIAIS
Fica a dica:
Começamos, hoje, nosso projeto.
Sua primeira tarefa é entrar nele, acessando seus neurônios e vontade.
Criar um pseudônimo – quanto mais original melhor (nada de americanizar,
mesmo em tempo de globalização humana).
Que seja algo bem brasileiro, tupiniquim!
O que vamos fazer?
Desvendar (se é que Freud explica), um pouco, o universo humano.
Ele está em todas as manifestações da arte, ao nosso lado, na nossa rua,
na notícia do jornal, na televisão, na net, na rede social que você acessa
(quase) toda hora.
Ele está, como você, “conectado”.
E, acredite, dentro de cada um de nós.
Dentro de você.
Não chega a ser um alien alojado, embora passe perto, às vezes.
Na arte literária, a palavra é a chave.
Conhecer, ler, saber, histórias, reais ou não, o homem
aparece, transparece ou desaparece, para reaparecer...
Não é a história do criador da Alice. Mas, que poderia ser, poderia.
Nem precisa de cartomante, embora Machado tenha premeditado
matematicamente, esta possibilidade.
Nos pseudônimos, dizemos a verdade, por meio da insensatez e de
algumas mentiras que buscam, irremediavelmente, verdades...
E, o término disso tudo?
Como na pós-modernidade, onde tudo escorre, pelas mãos, de forma
liquida, como Bauman nos fotografou
Vira festival de vídeo... com performance, tela e premiação
(Nadir Alves)
19
Atividade 2 – Uma prosa em tempos de internet : nossas vidas estão estampadas em diversos lugares, ainda que não perce bamos – a fantasia liberta-nos e libera-nos...
Sequência Didática
1. Trabalhando com os Romeus e Julietas
A primeira ação será a de trabalhar a sensibilização dos educandos
sobre o homem. Para tanto, no primeiro momento de contato com o grupo,
após as explicações iniciais, será levada para a sala de aula uma mala
fechada, contendo alguns objetos, roupas e instrumentos que evocam histórias
fictícias e reais. O professor, para aguçar a curiosidade, diante dos estudantes
se fantasiará de Romeu ou Julieta, protagonistas da peça trágica de amor
Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês William Shakespeare. Em seguida,
mostrará a fotografia abaixo, que pode ser vista no endereço eletrônico
http://mdemulher.abril.com.br/blogs/pelo-mundo-afora/curiosidades/o-lar-doce-
lar-de-julieta-em-verona/, acessado no dia 18 de novembro 2013, indagando
que história esta imagem nos remete.
Fig. 1 Estátua de Julieta, em Verona (Itália),que recebe milhares de visitantes e curiosos.
Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
20
Após, a participação da turma, com a imagem abaixo, do filme de 1968,
do diretor italiano Franco Zeffirelli, encontrada no endereço virtual:
http://xurxofernandezgonzalez.blogspot.com.br/2013/01/romeu-e-julieta-ato-
i.html1, com acesso no dia 12 de novembro de 2013, o professor fará a leitura,
com o máximo de dramaticidade, do início do texto de Shakespeare:
Fig. 2 - Romeu e Julieta, de Zeffirelli2
Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
Leitura dramática:
"...O caminhar terrível de um amor marcado pela morte, e esta
ira incessante entre famílias que só o fim dos dois filhos
conseguirá extinguir, centrarão nossa cena nas próximas duas
horas. Escutai esta história com benevolência, ¡que quanto falte aqui tem de
emendar nosso empenho!,
O professor contará, de forma breve, esta história, permeando com
perguntas: se conhecem a história de seus pais, de alguém conhecido ou da
1 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso. 2 Id. ibidem.
21
família, deles próprios ou de amigos se já vivenciaram a não aceitação, por
membros de familiares, com pares amorosos.
Resumo da obra Romeu e Julieta:
Romeu e Julieta é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos
primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois
adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra.
A história tem como cenário a cidade de Verona, Itália. Duas famílias
poderosas são inimigas mortais: a família Montecchio e a família Capuleto.
Vivem em constantes conflitos, os quais perturbam a ordem e a paz da cidade.
Tais acontecimentos provocam a ira do Príncipe que determina severa punição
aos envolvidos nos conflitos: caso as brigas e provocações não cessassem,
seriam punidos com a morte. Romeu, um jovem Montecchio passional e
destemido, sofre de amor por Rosalina. Tem como melhores amigos e
companheiros Benvólio e Mercúcio. É convidado por estes, no intuito de fazê-lo
esquecer Rosalina, a ir ao baile de máscaras dos Capuleto. Romeu encanta-se
por uma jovem e bela moça, que descobre ser Julieta Capuleto, que
corresponde ao encantamento. Mais tarde, Julieta vai para a varanda e conta
às estrelas que tem um amor proibido. Romeu, escondido nuns arbustos por
baixo da varanda, ouve as confissões de Julieta e não resiste, decide revelar
sua presença e após trocarem juras de amor, marcam o casamento para o dia
seguinte. Romeu vai à cela de Frei Lourenço e convence-o a realizar a
cerimônia secreta.
Com a ajuda da Ama de Julieta, a cerimônia é realizada. Após a
cerimônia, Romeu presencia um duelo entre seus amigos e Teobaldo, um
Capuleto, primo de Julieta. Mesmo desafiado Romeu nega-se a lutar, mas
Teobaldo mata Mercúcio e Romeu, tomado pela cólera, mata Teobaldo. O
Príncipe abranda a punição e permite que Romeu viva, mas resolve bani-lo da
cidade para sempre. Romeu refugia-se na cela do Frei Lourenço. Julieta,
prometida ao Conde Páris, recebe a notícia dos acontecimentos e mantém-se
apaixonada por seu marido. Manda a Ama procurá-lo e entregar-lhe um anel
como prova de seus sentimentos. Pede que Romeu vá ao seu quarto durante a
noite. Romeu e Julieta passam a noite juntos. A Ama, apesar de ajudá-los tenta
convencer Julieta de que Romeu não serve para ela. Julieta zanga-se com a
Ama. Romeu parte para Mântua logo pela manhã, após o canto da Cotovia,
que simboliza o amanhecer. Enquanto isso, os pais de Julieta resolvem casá
com o Conde Páris. Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que a aconselha a
aceitar o casamento para despistar seus pais. Dá a ela um frasco de elixir para
simular sua morte e montam um plano: Juliet
frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o Conde não se
realizaria e o Frei, através de uma carta explicativa, mandaria Romeu voltar
para que ficassem juntos.
Porém a carta se extravia e Romeu recebe a no
Desfeito de dor Romeu compra um veneno e desesperado decide morrer
também. Volta à cidade e defronta
Julieta. É forçado a lutar com ele
veneno diante do corpo de Julieta e morre abraçado a ela. Frei Lourenço chega
para tentar impedi-lo, mas é tarde, foge para não ser desmascarado e punido,
porém antes acorda Julieta e conta a ela o que se passou, que horrorizada
decide ficar junto de seu grande amor. Juli
o veneno de seus lábios e morrer também, mas sua tentativa é frustrada.
Apanha a adaga de Romeu e apunhala
tragédia tem um grande impacto em ambas as famílias (os Montagues e os
Capulet). As duas famílias estão tão magoadas com a morte dos seus dois
únicos descendentes, que se perdoam mutuamente e juram manter a paz em
nome do amor de seus filhos (Romeu e Julieta).
eletrônico http://www.psicoloucos.com/Resenhas
william-shakespeare.html
Vídeos
Em seguida, os estuda
Baz Luhrmann, versão atualizada, por meio do vídeo
em http://www.youtube.com/watch?v=GwdX4K8fIWQ
novembro de 2013. Nesta versão,
Ama. Romeu parte para Mântua logo pela manhã, após o canto da Cotovia,
ecer. Enquanto isso, os pais de Julieta resolvem casá
com o Conde Páris. Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que a aconselha a
aceitar o casamento para despistar seus pais. Dá a ela um frasco de elixir para
simular sua morte e montam um plano: Julieta deveria tomar o conteúdo do
frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o Conde não se
realizaria e o Frei, através de uma carta explicativa, mandaria Romeu voltar
para que ficassem juntos.
Porém a carta se extravia e Romeu recebe a notícia da morte da amada.
Desfeito de dor Romeu compra um veneno e desesperado decide morrer
também. Volta à cidade e defronta-se com o Conde no mausoléu onde está
forçado a lutar com ele. Travam duelo e Romeu assassina
corpo de Julieta e morre abraçado a ela. Frei Lourenço chega
lo, mas é tarde, foge para não ser desmascarado e punido,
porém antes acorda Julieta e conta a ela o que se passou, que horrorizada
decide ficar junto de seu grande amor. Julieta beija Romeu para tentar absorver
o veneno de seus lábios e morrer também, mas sua tentativa é frustrada.
Apanha a adaga de Romeu e apunhala-se, morrendo junto de seu marido. A
tragédia tem um grande impacto em ambas as famílias (os Montagues e os
et). As duas famílias estão tão magoadas com a morte dos seus dois
únicos descendentes, que se perdoam mutuamente e juram manter a paz em
nome do amor de seus filhos (Romeu e Julieta). Material retirado do endereço
http://www.psicoloucos.com/Resenhas-e-Resumos/romeu
shakespeare.html, no dia 18 de novembro de 2013.
os estudantes assistirão às cenas da produção do diretor
versão atualizada, por meio do vídeo My Immortal
http://www.youtube.com/watch?v=GwdX4K8fIWQ, acessado em 18 de
Nesta versão, o texto de William Shakeaspeare é
22
Ama. Romeu parte para Mântua logo pela manhã, após o canto da Cotovia,
ecer. Enquanto isso, os pais de Julieta resolvem casá-la
com o Conde Páris. Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que a aconselha a
aceitar o casamento para despistar seus pais. Dá a ela um frasco de elixir para
a deveria tomar o conteúdo do
frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o Conde não se
realizaria e o Frei, através de uma carta explicativa, mandaria Romeu voltar
tícia da morte da amada.
Desfeito de dor Romeu compra um veneno e desesperado decide morrer
se com o Conde no mausoléu onde está
ravam duelo e Romeu assassina-o. Toma o
corpo de Julieta e morre abraçado a ela. Frei Lourenço chega
lo, mas é tarde, foge para não ser desmascarado e punido,
porém antes acorda Julieta e conta a ela o que se passou, que horrorizada
eta beija Romeu para tentar absorver
o veneno de seus lábios e morrer também, mas sua tentativa é frustrada.
se, morrendo junto de seu marido. A
tragédia tem um grande impacto em ambas as famílias (os Montagues e os
et). As duas famílias estão tão magoadas com a morte dos seus dois
únicos descendentes, que se perdoam mutuamente e juram manter a paz em
Material retirado do endereço
Resumos/romeu-e-julieta-
dução do diretor
My Immortal, encontrado
acessado em 18 de
e William Shakeaspeare é
23
transportado para a atualidade e agora a ação se passa em Verona Beach, na
Flórida. Leonardo de Caprio e Claire Danes fazem o par romântico nessa
versão pop do clássico. Como atividade, os aprendizes farão uma pesquisa
sobre Verona, a Casa de Julieta, o balcão, as cartas.
Sugestão de Vídeos: Para um envolvimento mais íntimo com esses
personagens, sugerir os filmes: Cartas para Julieta, de 2010 (Gary Winick);
Romeu e Julieta, nas versões de 1968 (Franco Zeffirelii) e 1996 (Baz
Luhrmann). E uma versão, ainda mais moderna, deste ano, dirigida por Carlo
Carlei, que até agora ainda não estreou, no Brasil. Abaixo, uma das cenas,
acessada no link http://mystar.sapo.pt/noticias/romeu-e-julieta-nos-cinemas-
amanha , no dia 18 de novembro de 2013. 3
Fig. 3
2. Casos Eloás: o ser humano, demasiadamente human o
Atividade 1: Estimulando a oralidade
1. Para reflexão, oralmente, os alunos responderão as perguntas abaixo,
ouvindo, questionando, debatendo com os demais colegas. Ao professor
caberá a intermediação:
3 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso.
24
1) Quem é o homem?
2) De onde viemos e para onde vamos (principais perguntas filosóficas)?
3) O homem é bom? É mau? Uma mesma pessoa pode ter estes dois lados?
4) Cada aluno receberá a cópia do texto Aiaxoga, Surucuá - Uma Narrativa
Suruí, que pode ser encontrado em http://revistaescola.abril.com.br/ensino-
medio/caso-policia-530627.shtml, disponível e acessado em 18/11/2013,
bem como algumas atividades.
Aiaxoga, Surucuá - Uma Narrativa Suruí
Um homem estava apaixonado por uma moça que não lhe dava a menor
importância. Humilhado, costumava queixar-se à mãe dela.
- Ora, não é minha culpa se ela não gosta de você! Você precisa inventar um
jeito de encantá-la! - ponderava a mãe.
Cansado de implorar o amor da moça, o rapaz ameaçou matá-la. Levou-a
para a floresta e amarrou suas mãos atrás das costas. Depois, com grande
esforço, levantou-a nas próprias costas, subiu com ela até o topo de uma
árvore, e aí a deixou, atada aos galhos, imobilizada.
- Que vou fazer com ela ? - pensava. - Devo atirá-la ao chão?
Com um resto de pena ou paixão, resolveu deixá-la pendurada. Desceu da
árvore e sentou, escondido, espiando a jovem lá em cima.
A moça gritava, desesperada, chamando a mãe:
- Aia! Mãe! Venha me tirar daqui!
Ele, sempre escondido, se comprazia com a cena.
A moça, na sua aflição, já se rendia:
- Por que foi que não gosto dele? Devia ter aceitado seu amor! Você estará
perto de mim, escondido?
E gritava cada vez mais alto, exasperada. Ele nem respondia. Ela parava um
pouco e recomeçava os berros de agonia:
- Venha me soltar, ó meu noivo, e aqui mesmo vou namorar você, serei aquela
com quem você sempre deita !
25
Seus apelos continuaram o dia todo, sem que ele desse qualquer resposta.
Ela prometia namorar, fazer-lhe todas as vontades, e nada, o moço
implacável. À hora do pôr do sol, exaurida, a moça silenciou. Não agüentava
mais.
E virou passarinho, o aiaxoga, surucuá, de peito vermelho.
Ele viu quando ela saiu voando, " aia ... xug... oiô... xug..." ... lá se foi pelos
ares. O moço assustou-se, arrependido, e chamou-a.
- Você mesmo foi quem me fez virar passarinho, não me querendo! - E lá se
foi ela, sumindo nos céus. (Aiaxoga Surucuá, Uma Narrativa Suruí, compilado
pela antropóloga Betty Mindlin)
Após uma leitura coletiva, o professor promoverá à discussão sobre as
atitudes e o que leva um ser humano a agir assim. E se a narrativa poderia
ocorrer. Peça que apontem situações cotidianas em que o ciúme se manifesta.
Aproveitar e falar do tema ciúmes na literatura com Eros e Psiquê, da
mitologia grega, Otelo, de William Shakespeare, Dom Casmurro e A
cartomante, de Machado de Assis; no cinema Cidade Baixa, de Sérgio
Machado, Orfeu do Carnaval, baseado na obra de Vinícius de Moraes, e os
americanos Proposta Indecente e Atração Fatal; e na música popular brasileira
- Orlando Silva, Lupicínio Rodrigues, Ataulfo Alves, Mário Lago, Chico Buarque
e Caetano Veloso são alguns dos compositores trataram da temática.
Atividade 2: E quando o sentimento leva à morte fís ica?
Na sequência, os educandos terão contato com fotografias do caso Eloá
Pimentel e Lindemberg Alves, ocorrido em outubro de 2008, ganhando
destaque nacional e também na imprensa internacional, pois o fato mobilizou
toda a nossa mídia. Um caso que, poderia ter sido apenas o fim de um
relacionamento amoroso, transformou-se em uma tragédia, com a morte de
uma adolescente, com apenas 15 anos, baleada na cabeça por seu ex-
namorado, de 22 anos, depois de mais de 100 horas de tensão em cárcere
privado. As fotografias podem ser vistas, disponível no endereço eletrônico:
26
https://www.google.com.br/search?q=caso+elo%C3%A1&tbm=isch&tbo=u&source=uni
v&sa=X&ei=ptKCUs28Lsev4AONi4CQCQ&sqi=2&ved=0CDgQsAQ&biw=1024&bih=62
9 – acessado no dia 12 de novembro de 20134.
Figura 4
Como atividade para casa, os alunos deverão montar um painel, em
seus cadernos, com matérias e fotos sobre o caso Eloá. Para tanto, lerão a
reportagem, Tragédia de Incompetência da Revista Veja, da Editora Abril,
através do site http://veja.abril.com.br/221008/p_076.shtml e a crônica de
Rubem Braga, Para seus alunos sobre o amor, etc, abaixo, retirada do site
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/caso-policia-530627.shtml, com
acesso no dia 18 de novembro de 2013.
Sobre o Amor, etc. (Rubem Braga)
Dizem que o mundo está cada dia menor.
É tão perto do Rio a Paris! Assim é na verdade, mas acontece que raramente
vamos sequer a Niterói. E alguma coisa, talvez a idade, alonga nossas
distâncias sentimentais.
Na verdade há amigos espalhados pelo mundo. Antigamente era fácil pensar
que a vida era algo de muito móvel, e oferecia uma perspectiva infinita e nos
4 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso.
27
sentíamos contentes achando que um belo dia estaríamos todos reunidos em
volta de uma farta mesa e nos abraçaríamos e muitos se poriam a cantar e a
beber e então tudo seria bom. Agora começamos a aprender o que há de
irremissível nas separações. Agora sabemos que jamais voltaremos a estar
juntos; pois quando estivermos juntos perceberemos que já somos outros e
estamos separados pelo tempo perdido na distância. Cada um de nós terá
incorporado a si mesmo o tempo da ausência. Poderemos falar, falar, para nos
correspondermos por cima dessa muralha dupla; mas não estaremos juntos;
seremos duas outras pessoas, talvez por este motivo, melancólicas; talvez
nem isso.
Chamem de louco e tolo ao apaixonado que sente ciúmes quando ouve a sua
amada dizer que na véspera de tarde o céu estava uma coisa lindíssima, com
mil pequenas nuvens de leve púrpura sobre um azul de sonho. Se ela diz
"nunca vi um céu tão bonito assim", estará dando, certamente, sua impressão
de momento; há centenas de céus extraordinários e esquecemos da maneira
mais torpe os mais fantásticos crepúsculos que nos emocionaram. Ele porém,
na véspera, estava dentro de uma sala qualquer e não viu céu nenhum. Se
acaso tivesse chegado à janela e visto, agora seria feliz em saber que em
outro ponto da cidade ela também vira. Mas isso não aconteceu, e ele tem
ciúmes. Cita outros crepúsculos e mal esconde sua mágoa daquele. Sente
que sua amada foi infiel; ela incorporou a si mesma alguma coisa nova que ele
não viveu. Será um louco apenas na medida em que o amor é loucura.
Mas terá toda razão, essa feroz razão furiosamente lógica do amor. Nossa
amada deve estar conosco solidária perante a nuvem. Por isso, indagamos
com tão minucioso fervor sobre a semana de ausência. Sabemos que aqueles
7 dias de distância são 7 inimigos: queremos analisá-los até o fundo, para
destruí-los.
Não nego razão aos que dizem que cada um deve respirar um pouco, e fazer
sua pequena fuga, ainda que seja apenas ler um romance diferente ou ver um
filme que o outro amado não verá. Têm razão; mas não têm paixão. São
espertos porque assim procuram adaptar o amor à vida de cada um, e fazê-lo
sadio, confortável e melhor, mais prazenteiro e liberal. Para resumir: querem
(muito avisadamente, é certo) suprimir o amor.
28
Isso é bom. Também suprimimos a amizade. É horrível levar as coisas a
fundo: a vida é de sua própria natureza leviana e tonta. O amigo que procura
manter suas amizades distantes e manda longas cartas sentimentais tem
sempre um ar de náufrago fazendo um apelo. Naufragamos a todo instante no
mar bobo do tempo e do espaço, entre as ondas de coisas e sentimentos de
todo dia. Sentimos perfeitamente isso quando a saudade da amada nos corrói,
pois então sentimos que nosso gesto mais simples encerra uma traição. A
bela criança que vemos correr ao sol não nos dar um prazer puro; a criança
devia correr ao sol, mas Joana devia estar aqui para vê-la, ao nosso lado.
Bem; mais tarde contaremos a Joana que fazia sol e vimos uma criança tão
engraçada e linda que corria entre os canteiros querendo pegar uma borboleta
com a mão. Mas não estaremos incorporando a criança à vida de Joana;
estaremos apenas lhe entregando morto o corpinho do traidor, para que Joana
nos perdoe.
Assim somos na paixão do amor, absurdos e tristes. Por isso nos sentimos tão
felizes e livres quando deixamos de amar. Que maravilha, que liberdade sadia
em poder viver a vida por nossa conta! Só quem amou muito pode sentir essa
doce felicidade gratuita que faz de cada sensação nova um prazer pessoal e
virgem do qual não devemos dar contas a ninguém que more no fundo de
nosso peito. Sentimo-nos fortes, sólidos e tranquilos. Até que começamos a
desconfiar de que estamos sozinhos e ao abandono trancados do lado de fora
da vida.
Assim o amigo que volta de longe vem rico de muita coisa e sua conversa é
prodigiosa de riqueza; nós também despejamos nosso saco de emoções e
novidades; mas para um sentir a mão do outro precisam se agarrar ambos a
qualquer velha besteira: você se lembra daquela tarde em que tomamos
cachaça num café que tinha naquela rua e estava lá uma louca que dizia, etc,
etc. Então já não se trata mais de amizade, porém de necrológio.
Sentimos perfeitamente que estamos falando de dois outros sujeitos, que por
sinal já faleceram - e eram nós. No amor isso é mais pungente. De onde
concluireis comigo que o melhor é não amar, porém aqui, para dar fim a tanta
amarga tolice, aqui e ora vos direi a frase antiga: que é melhor não viver. No
que não convém pensar muito, pois a vida é curta e, enquanto pensamos, elas
se vai, e finda.
Nesta atividade, os estudantes
• Quais trechos contêm situações atuais, extraídas do cotidiano das
pessoas ou dos noticiários?
• O ponto de vista do autor, sua forma de ver aquele fato, fica evidente? O
texto está em 1ª pessoa?
• A linguagem é simples, espont
situada entre a oral e a literária?
Facebookeando ...
A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto, narrado em
primeira pessoa - ou seja, o próprio escritor dialoga com o leitor. E
seguida, faça- os observar que esse gênero textual
jornalismo e a literatura. Comente que o cronista p ode ser considerado o
poeta dos acontecimentos do dia a dia!
Atividade 3 – Vídeos: e quando o amor pode dar certo?
Em seguida os a
casamento de todos os tempos
Fantástico, em 2012, da Rede Globo de Televisão
http://www.youtube.com/wat
novembro de 2013). Aqui também, deve
participação dos educandos
Atenção!
atividade, os estudantes observarão os aspectos seguintes
Quais trechos contêm situações atuais, extraídas do cotidiano das
pessoas ou dos noticiários?
O ponto de vista do autor, sua forma de ver aquele fato, fica evidente? O
texto está em 1ª pessoa?
A linguagem é simples, espontânea? Podemos dizer que ela esteja
situada entre a oral e a literária?
Facebookeando ...
A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto, narrado em
ou seja, o próprio escritor dialoga com o leitor. E
os observar que esse gênero textual se situa entre o
jornalismo e a literatura. Comente que o cronista p ode ser considerado o
poeta dos acontecimentos do dia a dia!
Vídeos: e quando o amor pode dar certo?
os alunos assistirão ao vídeo O melhor pedido de
casamento de todos os tempos, de 7’50”, reproduzido pelo programa
, da Rede Globo de Televisão (D
http://www.youtube.com/watch?v=9fIFC2oFtQA, com acesso no dia 12 de
Aqui também, devem ser solicitadas a interferên
participação dos educandos - que por sua vez devem deixar fluir suas
29
os aspectos seguintes:
Quais trechos contêm situações atuais, extraídas do cotidiano das
O ponto de vista do autor, sua forma de ver aquele fato, fica evidente? O
ânea? Podemos dizer que ela esteja
A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto, narrado em
ou seja, o próprio escritor dialoga com o leitor. E m
situa entre o
jornalismo e a literatura. Comente que o cronista p ode ser considerado o
Vídeos: e quando o amor pode dar certo?
O melhor pedido de
, reproduzido pelo programa
Disponível em
no dia 12 de
a interferência e
deixar fluir suas
30
indagações, contribuições, ideias, apenas com o estímulo da história e
mediação do professor. Esta ação é importante para que a turma permaneça
no caminho de “revelação/desvendamento” do o ser humano.
Para dar continuidade à aula, os alunos receberão uma cópia da matéria
“Mistério de Jack, o estripador, completa 125 anos”, de 31 de agosto de 2013,
encontrada no endereço http://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/efe/2013/08/31/misterio-de-jack-o-estripador-completa-125-anos.htm, e
acessado no dia 17 de novembro de 2013. Com leitura silenciosa e também
oral, o mote a ser explorado será lenda urbana. Aqui, a estratégia é deixar que
os mesmos falem do que já ouviram, em seguida, à discussão da existência ou
não de Jack. Depois, poderão ser exploradas são algumas lendas. Sugerem-se
as seguintes:
Roubo do rim
Segundo conta a história, um garoto foi em um bar, onde conheceu uma
linda mulher, com quem conversou bastante e bebeu. Ao longo da noite, acaba
rolando um clima entre eles, então ela o convida para ir ao seu apartamento.
Chegando lá, ela lhe oferece mais uma bebida, ele aceita sem perceber que
ela coloca algo dentro do copo.
No dia seguinte o rapaz acorda dentro de uma banheira cheia de gelo,
ainda meio tonto pelo efeito da droga, encontra ao seu lado um bilhete que diz:
“Ligue rápido para o hospital ou vai morrer”.
Assustado, ele liga para o hospital, explica o que aconteceu e é
orientado a verificar se existem duas incisões nas costas na altura dos rins.
Nesta hora ele percebe que teve seus dois rins roubados.
O cadáver nas garrafas de Coca-Cola (ou na caixa-d' água)
Conta a lenda que um funcionário da Coca-Cola teria sofrido um enfarto
enquanto trabalhava em um dos tanques do refrigerante. O corpo teria caído e,
de tão fundo que é o tanque, ninguém o teria encontrado. O corpo teria se
decomposto no refrigerante, que posteriormente foi engarrafado.
Apesar de nunca ninguém ter conseguido comprovar a história, o
assunto se espalhou tão rápido no território tupiniquim que diminuiu as vendas
da coca-cola na região.
31
Outra variação desta lenda, seria com água, na qual o homem teria
caído em uma caixa d'água de uma pequena cidade. Esta água supria a cidade
inteira.
A agulha no cinema
Se você gosta de frequentar cinema ou teatro, deve tomar cuidado. Esta
história fala de um rapaz de São Paulo que resolveu ir ao cinema. Ao sentar-se
ele sentiu uma pequena espetada. Quando passou a mão para ver o que era,
encontrou somente um bilhete que dizia: “Bem-vindo ao mundo real, agora
você faz parte do mundo do soropositivo”.
O rapaz, assustado com a situação, foi direto fazer alguns exames, e
para seu desespero, ele tinha o vírus HIV, a agulha estava contaminada.
Se estas lendas são ou não verdade, não sabemos,
provavelmente nunca saberemos, mas elas ainda assus tam muita gente.
Atividade oral: E você acredita nestas lendas?
→ Professor: Para trazer o estudante mais próximo, c onte as
lendas que existiam, na sua época de colégio.
Atividade 4: Estimulando à escrita
Voltar à peça de Shakespeare, Romeu e Julieta, e ao caso Eloá,
explorando a juventude dos dois casais, da realidade que se impõe na obra
ficcional. Aqui, o professor questionará se os alunos conhecem algum caso de
amor, que valeria a pena relatar. Atividade a ser escrita no caderno. O
professor lerá, a fim de incentivá-los.
→ Professor: Aqui relatar duas a três histórias reai s. Poderá levar para
a sala de aula, matérias jornalísticas que explorem o tema.
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Atividade 3 – O homem real das matérias jornalístic as nas telas, na
música, na poesia, no romance .
Dando continuidade à ação anterior, a finalidade é fazer com que o
estudante perceba também o campo imaginário, levando-o a compreender que
histórias, reais ou fictícias, dão conta do que é feito o universo humano: amor,
dor, alegria, tristeza, tragédias, emoções, saudade, paz, confiança,
discernimento, perda, mesmo na era da cibercultura e do ciberespaço. É
condição sine qua non, nesta exposição, mostrar que, por mais que a
humanidade tenha avançado em campos tecnológicos, a essência humana é
de alma, espírito, sentimento, emoção, recorrendo às pinturas rupestres, feitas
nas paredes das cavernas, pelos pré-históricos. E a arte consegue mostrar
com mais propriedade isto que estamos discutindo:
Essa possibilidade de recriar a realidade, potencializando uma maneira particular de ler o mundo ou mesmo dando corpo a uma outra verdade, é que levou o pintor Pablo Picasso a afirmar: “A arte é uma mentira que revela a verdade”. Ou, no dizer do compositor Claude Debussy: “A arte é a mais bela das mentiras”. O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar se manifesta (...) A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transformação simbólica do mundo. Quer dizer: o artistas cria um mundo outro – mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais ordenado – por cima da realidade imediata (...) (NICOLA, 1998, p. 16 e 17).
33
É o que pode ser visto na tela Alegoria da vida humana, do pintor
renascentista Ticiano (imagem disponível em:
http://www.artyfactory.com/art_appreciation/still_life/harmen_steenwyck.htm,
acessada em 25 novembro de 2013)5: o que ocorre entre uma fase e outra da
vida humana? Naquela época, o artista, nessa bela imagem, revelou como
interpretava nossa vida. Aparentemente, senso comum, entende-se que a vida
é dividida em três planos: o da infância, o da juventude e o da velhice. No
entanto, a forma como fez a pintura é que revela muito do que somos. A
natureza é tranqüila, em todo o tempo. Mas, quem se modifica é o homem.
A infância é um momento de tranqüilidade, com as crianças dormindo,
em paz e tendo um anjo como guardião. Já o idoso, em oposição aos bebês,
não descansa, é de absoluto desânimo, com sua cabeça curvada e suas mãos
sustentam uma caveira, como que à espera daquilo que o homem nasce
grávido: a morte! Já os jovens indicam uma comunhão, nem de inconsciência e
nem de solidão. Ele de peito nu, como que evocando a própria liberdade e sem
medo, destemido. Ela, não muito natural, mas com vestimenta decotada e uma
saia vermelha revelam sua sensualidade e a flauta pode significar um símbolo
fálico, dando mostras de que a mulher seduz o homem.
5 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso.
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Há muitas verdades, sem dúvida. E, aparentemente, o ser humano pode
ser traduzido dentro desta perspectiva.
Ou ainda a tela do pintor francês Henri Matisse A alegria de viver (1905-
1906)6, que vê na vida de forma alegre, sem muitos problemas? Um mar de
delícias, em harmonia com a natureza.
6 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso.
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E a escultura O pensador7, do escultor realista Auguste Rodin: o que
oprime aquele simulacro de homem? Por que a sua mão sobre o rosto é tão
intrigante? Tente escutar o que falam as mãos, a posição da cabeça e do
tronco, o conjunto.
E o autorretrato de Van Gogh, com a orelha decepada8, uma violência
contra si mesmo após atacar o amigo também pintor Paul Gaugin. Que
angústia trazia este gênio da pintura? Quantos Van Gogh temos?
7 Site que disponibiliza, publicamente, o acesso à reprodução das imagens sem quaisquer danos ou
ônus a quem tem acesso. 8 Id. ibidem.
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Os quatro trabalhos mostram que nas obras artísticas, não verbais,
podemos inquirir sobre os mistérios e o universo humano, em cada período da
história.
Sequência Didática
1) Mostrar as telas, por meio da TV Pen-Drive, ou de outros recursos, como
projetores data show, para que os estudantes possam desfrutar das
imagens. Aqui poderá ser utilizada também, pelo menos em uma das
obras, a reprodução concreta – imprimir a imagem e colocá-la em um
suporte, empregando-lhe mais vida. Sugere-se a escultura de O pensador,
de Rodin, por sua postura de reflexão, de intrigante, de ser o homem, a
matéria prima deste trabalho.
2) Promover a discussão, por meio das explicações de cada uma delas, com
os respectivos contextos históricos e breve biografia dos pintores,
oralmente (material escrito estará na página do Facebook, com destaque
para Van Gogh, pelo universo psíquico mais instigante que apresentava.
3) Trabalho com a obra Poema tirado de uma notícia de jornal, do escritor
brasileiro Manuel Bandeira. Para a realização do estudo do texto, aplicar
as ações:
Etapa 1: Entregar uma cópia do poema e fazer uma le itura do texto com
os estudantes;
Etapa 2: Analisar o texto, conforme as questões aba ixo :
a) Esse texto se parece com uma notícia de jornal ou um poema?
b) Que motivos teriam levado João Gostoso a um gesto tão extremo?
c) O que você acha de um indivíduo proceder desta maneira? Por quê?
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Etapa 3: Produção de texto. Será sugerido que os estudantes transformem o
poema em uma notícia de jornal. Criando dados que foram omitidos e que são
necessários a uma notícia.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia
num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado
4) Passar os seguintes vídeos das músicas Ela disse adeus
(http://www.youtube.com/watch?v=sxBPKpwb7yI) e Pais e Filhos
(http://www.youtube.com/watch?v=Zr66vNx-tZQ ), ambos acessados em 13
de novembro de 2013, das bandas Brasileiras Paralamas do Sucesso e
Legião Urbana, explorando que as duas canções trazem situações que
poderiam e são vividas, experienciadas, por muitos homens e mulheres,
em várias fases da vida. A finalidade é dar continuidade ao universo
humano, que, na maioria das vezes, nos furtamos de comentá-lo e até de
percebê-lo.
5) Finalizar mostrando que as manifestações artísticas revelam o homem. E,
como atividade, solicitar que eles façam uma pesquisa de obras do
norueguês Edvard Munch, autor de O grito. E escrevam suas impressões e
entendimentos das telas. Sugerimos O grito, O vampiro, A ansiedade.
Atividade 4 – Visita a um órgão de comunicação soci al
Os estudantes serão levados à redação de um veículo de comunicação,
impresso ou televisivo, para saber de repórteres e fotógrafos, como ocorrem as
coberturas jornalísticas.
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A finalidade é que eles possam apurar, com estes profissionais, que
homem eles têm se deparado, se há envolvimento emocional, se sofrem com
algumas notícias, melhores e mais difíceis coberturas. Também se pleiteia ter
acesso a arquivos, do órgão de comunicação.
Em conversas prévias, com estes órgãos, tal trabalho ocorrerá com
facilidade. Porém, as datas deverão ser agendadas somente, no início de 2014.
E, caso, não aconteça a visita, os profissionais virão até o estabelecimento de
ensino, para a palestra, com o cunho desejado, pela finalidade que se quer
atingir dentro do projeto.
Sequência didática:
1) Primeiramente, distribuir a cópia do texto abaixo e falar da experiência
vivida, pelo professor:
Um depoimento Nos idos anos 90, ao estagiar no Jornal do Povo, de Maringá (Paraná), uma
de minhas primeiras saídas, às ruas, ocorreu para acompanhar o repórter
policial – já que naquela época as foquinhas não teriam outro lugar ao sol. Nas
primeiras horas de uma tarde, de segunda-feira, estivemos em umas casas
velhas, de madeira, antigas, hoje, demolidas, na avenida Santos Dumont, no
centro da cidade, para cobrir um assassinato.
No carro de reportagem, pensava, quem seria.
Uma mulher.
A cena ainda em minha mente, após tantos anos: uma casa, um quarto, uma
cama, o corpo, o sangue...
Estava sentada, ao lado da cama. E com a cabeça tombada, amparada por
este móvel. Braços para baixo. Um deles, talvez, sobre a cama.
Do alto, a poça de sangue, cujo líquido perdera sua consistência e cor
naturais, tragou meu olhar.
O ato, possivelmente, explicava um dos policiais, enquanto fotógrafos famintos
e peritos completavam os seus trabalhos de registro e de colher “provas” (quê
39
provas?), se dera na noite anterior.
Na madrugada? Questionei-mei
Teria sido, nestas horas, que boa parte dorme?
Fitando aquele desenho, digo a poça, perguntava-me quem era aquela
mulher, que parecia serena. Quais seriam seus sonhos, se os tinha. Algum
filho, planos, amava alguém (pois quem cometeu o ato não devia amá-la, não
com o amor em que acredito), fiava-se e via esperança em um Ser Superior,
como sentiu-se, antes de ser obrigada a sentar-se ali daquela forma... e que
agora precisaria, após nossa saída, de alguém que a levantasse... Mas, que
não seriam as pessoas que, possivelmente, amou em vida – se um dia
compreendeu tal sentimento. (Autora: Nadir Alves)
2) Promover a discussão sobre a experiência da cobertura, do assassinato
mencionado acima, e se a vida desta senhora não poderia ser contada
pela ótica da arte literária, como um personagem, com uma de suas
histórias? Dar vazão aos educandos, mostrando que diariamente muitas
histórias são contadas, por meio dos meios de comunicação, pelo viés
jornalístico. Algumas nos chocam, outras nos causam horror, outras nos
comovem, outras nos fazem rir, outras nos fazem até mesmo chorar. É
parte da essência do homem, porém, não em sua totalidade. O recorte
da realidade, das reportagens dessa natureza, não nos leva a conhecer,
de fato, realmente as histórias, as motivações, as maldades de um ser
humano, os atos, as alegrias, as tristezas de um homem ou uma mulher,
por exemplo, que se entregou aos vícios, como o personagem João
Gostoso, do Poema tirado de uma página de jornal, de Manuel Bandeira.
Deixar que os alunos tragam histórias conhecidas, do universo deles.
Aqui, caberá também ao professor citar narrativas próximas, com ou
sem alcance dos meios jornalísticos.
3) Dentro dessa ótica, mostrar o vídeo Profissão Repórter Completo
03/09/2013 - Festa do Peão de Barretos (edição 03/09/13), acessado no
dia 15 de novembro de 2013, em
http://www.youtube.com/watch?v=3h2MtvfBers.
40
Produção dos enredos
Esta será uma atividade, que permeará metade do tempo do projeto,
uma vez que os educandos estarão pesquisando, elaborando e produzindo
suas narrativas literárias. E, a partir da discussão com o professor, que mediará
necessariamente à produção, os estudantes postarão os capítulos, conforme
determinação de prazo e datas estabelecidas, no início do projeto.
Atividade
permanente
41
MÓDULO 2
Neste segundo módulo, com o intuito de dar continuidade à
sensibilização e de dar vazão às produções escritas, os estudantes lerão
contos de autores brasileiros e assistirão vídeos, com dramas, tragédias,
histórias de amores e outros elementos do universo humano. A finalidade é que
tenham materiais e compreensão a que os homens estejam sujeitos, para dar
início às suas produções.
Produção dos enredos
Esta será uma atividade que permeará metade do tempo do projeto,
uma vez que os educandos estarão pesquisando, elaborando e produzindo
suas narrativas literárias. E, a partir da discussão com o professor, que mediará
necessariamente a produção, os estudantes postarão os capítulos, conforme
determinação de prazo e datas estabelecidas, no início do projeto.
Atividade 1 – Leitura e impressões do conto “Dois v elhinhos”, do
paranaense Dalton Trevisan
Nesta ação, os estudantes comentarão, com a intermediação do
professor, as suas impressões de leitura, do conto do escritor paranaense
Dalton Trevisan, de forma intencional para mostrar um dos nossos principais
autores, que ainda está vivo, aproveitando para falar sobre a sua casmurrice
em não ser fotografado, de não dar entrevistas, de não aparecer em público e,
como, ele consegue escrever e sensibilizar.
Atividade
permanente
42
Sequência Didática
1) Aproveitar o momento, ao explorar a vida de Dalton Trevisan,
informando como os escritores se “alimentam” para escrever. Explorar o
vídeo Shakespeare, acesso em 15 de novembro de 2013.
http://www.youtube.com/watch?v=VRZePsi1a6o. No vídeo, a Biblioteca
de São Paulo se torna palco para o registro e o trecho escolhido para a
experiência vem de “Sonho de uma Noite de Verão” (Shakespeare). “A
reação das crianças diante do texto é inspiradora e a ótica lúdica do
imaginário infantil que conseguimos captar é emocionante. Queremos ir
além do olhar publicitário para divulgar nossas crenças e esta peça faz
parte desta estratégia. É um novo jeito que a marca está encontrando
para comunicar seus pontos de vista, de um jeito diferente” (matéria
jornalística publicada, em 06/09/2013: Crianças leem clássicos em
comercial do Itaú. Filme de série #issomudaomundo retrata a primeira
experiência de crianças com um clássico da literatura, acesso em 23 de
novembro de 2013, no endereço eletrônico:
http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/criancas-leem-classicos-em-
comercial-do-itau)
2) Entregar cópia do conto Dois velhinhos, de Dalton Trevisan, sem o
último parágrafo, ou seja, o desfecho da história.
3) Leitura silenciosa e depois coletiva e questionamento sobre qual seria o
final da história. Deixar a oralidade e impressões fluírem.
4) Entregar o desfecho e discutir as ações e atitudes do personagem que
morre.
5) Atividade: Mas, afinal o que é conto mesmo? Nesta ação, a ideia é
retomar o conceito de narrativa e, especificamente, do conto. Como a
43
aplicação do projeto ocorrerá no terceiro ano, do ensino médio, acredita-
se que os estudantes dominem esta estrutura. Ainda assim, caberá ao
professor explorar o assunto, destacando as orientações seguintes:
Trata-se de uma narrativa curta, em prosa, diferent e de um romance ou novela. Seu enredo tem início com uma br eve apresentação e a história é transportada a uma comp licação, chegando rapidamente ao ponto principal da obra e a tingindo o desfecho. Mesmo com todos os elementos de uma narrativa, ele apresenta poucos personagens, o temp o e o espaço. Destaca-se que possui apenas um clímax, enq uanto em um romance, durante o desenrolar da trama, há vá rios outros conflitos secundários. Estudiosos pontuam que este gênero seja oriundo, um filho, de contos de fada, mitos, parábolas, lendas. Ele po de parecer com uma crônica ou uma poesia. Ao ler um conto, devemos nos ater em suas palavras, pois, elas não estão ali de forma casual. Outro elemento significativo é o título da obra, já que o seu ator pode nos dar pistas do que vem a ser relevante na narrativa. Ass im, podemos passar para a análise do texto e começar a questionar toda a obra.
Sugestão: Entregar aos alunos uma cópia da página da Revista Literária
– a Casa das Letras – Conto, pela objetividade, clareza e com
explicações pontuais e precisas sobre este gênero narrativo, encontrada
no endereço eletrônico http://www.revistaliteraria.com.br/contos.htm,
com acesso no dia 23 de novembro de 2013, explorando o conteúdo
didaticamente.
Dois velhinhos – Dalton Trevisan Dois inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um
consegue espiar lá fora.
Junto à porta, no fundo da cama, para o outro é a parede úmida, o crucifixo
negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, pergunta o que acontece. Deslumbrado,
anuncia o primeiro:
- Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
- Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
- Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remorde
morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dorme, antegozando a manhã. O outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o
circo mágico do cachorro, da menina, do enterro de rico.
Cochila um instante
no beco, muros em ruína, um monte de lixo.
Facebookeando...
Em nossa página, você encontrará a biografia e obra s, deste grande
escritor paranaense, vivo, e suas histórias.
Atividade 2 – Análise do Conto “O enf
Os estudantes receberão o conto
brasileiro, Machado de Assis, para uma análise e produção textual, em grupo e
ainda individual. O professor deve ter como objetivos e fins fazer com que os
estudantes conheçam os procedimentos de análise literária
complexidade da obra machadiana
machadianos para a compreensão da estrutura social brasileira
está, seguramente, entre os melhores c
atenção tem como protagonista, o próprio professor.
Em primeira pessoa
enfermeiro do impertinente coronel Felisberto, que
paciente, ao esganá-lo, num acesso de fúria. Procópio, o protagonista, sofre o
drama de consciência, que se intensifica ao descobrir que é o único herdeiro da
Um cachorro ergue a perninha no poste.
Uma menina de vestido branco pulando corda.
Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remorde-se no seu canto. O mais velho
morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dorme, antegozando a manhã. O outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o
circo mágico do cachorro, da menina, do enterro de rico.
Cochila um instante - é dia. Senta-se na cama, com dores espicha o pescoço:
no beco, muros em ruína, um monte de lixo.
Facebookeando...
Em nossa página, você encontrará a biografia e obra s, deste grande
escritor paranaense, vivo, e suas histórias.
Análise do Conto “O enf ermeiro”, de Machado de Assis
Os estudantes receberão o conto O Enfermeiro, do escritor realista
brasileiro, Machado de Assis, para uma análise e produção textual, em grupo e
ainda individual. O professor deve ter como objetivos e fins fazer com que os
os procedimentos de análise literária, reconheçam
complexidade da obra machadiana e entendam a importância dos escritos
machadianos para a compreensão da estrutura social brasileira
está, seguramente, entre os melhores contos de Machado de Assis.
atenção tem como protagonista, o próprio professor.
pessoa, ele se dirige a um interlocutor imaginário
enfermeiro do impertinente coronel Felisberto, que coloca fim ao
lo, num acesso de fúria. Procópio, o protagonista, sofre o
drama de consciência, que se intensifica ao descobrir que é o único herdeiro da
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se no seu canto. O mais velho acaba
Não dorme, antegozando a manhã. O outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o
cama, com dores espicha o pescoço:
Em nossa página, você encontrará a biografia e obra s, deste grande
ermeiro”, de Machado de Assis
, do escritor realista
brasileiro, Machado de Assis, para uma análise e produção textual, em grupo e
ainda individual. O professor deve ter como objetivos e fins fazer com que os
, reconheçam a
a importância dos escritos
machadianos para a compreensão da estrutura social brasileira. O enfermeiro
ontos de Machado de Assis. Esta
a um interlocutor imaginário: é o último
coloca fim ao seu indócil
lo, num acesso de fúria. Procópio, o protagonista, sofre o
drama de consciência, que se intensifica ao descobrir que é o único herdeiro da
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herança do coronel. Entretanto, a culpa se esvai, quando as pessoas próximas
e que conheciam bem o morto (como seria a linguagem machadiana),
reconhece sua dedicação extremada. Nada de novidade, pois, é o que
transpira as obras de Machado de Assis.
Vale destacar que a obra está disponível para download gratuito no site
Domínio Público.
Fig. 3 - Fonte:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
Sequência Didática
1) Vídeos Machado de Assis - Museu da Língua Portuguesa (partes 1 e 2),
encontrados nos sites http://www.youtube.com/watch?v=3CVQ4NOA744
e http://www.youtube.com/watch?v=GyAGpfmVGmQ , acessados no dia
13 de novembro de 2013, sobre um de nossos principais escritores.
2) Leitura silenciosa e, em seguida, coletiva. Aqui caberá ao professor
conduzir a leitura do conto, com a turma. Ser cuidadoso às observações
dos estudantes, esclarecendo indagações que possam surgir, até com
vocábulos desconhecidos por eles. Voltar ao conto, caso seja
necessário. O importante é que todos tenham compreensão do enredo,
dos personagens, onde se passa a ação. O importante é chegar em:
sobre o que fala o texto? Fazer com que eles façam um resumo e
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contem a história, em poucas palavras. Por conta disso, é importante ser
curto e objetivo e ficar atento apenas ao essencial.
3) Nesta parte, caberá ao professor instigar o estudante, mostrando que,
na linguagem literária, a essência do escritor está nas entrelinhas da
obra. Aqui, o professor poderá fazer uso de algumas reflexões da
Análise de "O enfermeiro", de Machado de Assis, no site
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/plano-de-aula-lingua-
portuguesa-analise-literaria-742360.shtml, orientando aos alunos que:
“ao analisar um conto, buscamos elementos para interpretá-lo e atingir o
seu sentido mais profundo. Desde o início temos em mente uma ideia do
que o conto significa, isto é, uma hipótese interpretativa ou um elemento
que nos deixou intrigados. No caso do conto O enfermeiro, sabemos
com toda certeza que Procópio enriqueceu porque herdou a fortuna do
coronel. Mas não conhecemos como ele deixou de se sentir culpado
pela morte e desistiu de doar todo o dinheiro. Também não fica muito
clara a razão da repentina explosão de ódio que o levou a matar o velho,
visto que Procópio ainda não tinha tido reações intensas diante dos
maus tratos que sofria - a não ser a decisão de deixar o doente, tomada
pouco antes. Em obras literárias de qualidade, há sempre algo a ser
respondido pelo leitor. A interpretação se constrói por um trabalho de
leitura do qual participam ativamente tanto o escritor quanto o leitor. O
autor deixa "fios soltos" que devem ser resolvidos por quem lê a obra.
Para responder essas questões menos evidentes na leitura do conto
(chamadas aqui de "questões norteadoras"), precisamos criar as nossas
hipóteses interpretativas. Formule, junto dos alunos, questões
norteadoras e veja quais hipóteses interpretativas eles criaram.
Exemplo de questões norteadoras:
- Por que Procópio, que parecia tão resignado e paciente, de repente
pula no pescoço do coronel e o mata?
- Como é que ele se livra da culpa e decide desfrutar a herança?
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Exemplo de hipóteses interpretativas:
- Acho que o assassinato do coronel pode ter sido uma explosão de ódio
acumulado em função das muitas agressões sofridas no convívio com o
doente. Nesse sentido, o ferimento com a moringa teria sido a "gota
d’água" para o enfermeiro. Quanto à herança, talvez a ganância e a
possibilidade única de mudar de vida tenham sido mais fortes para
Procópio do que seus sentimentos cristãos.
4) Trabalho de grupo: Após estas discussões, sobre o comportamento do
personagem Procópio, fazendo uma ligação ao que vem sendo
discutido, levando os estudantes a perceberem que o homem, em dadas
circunstâncias, acaba tomando atitudes que, em outras situações, não o
faria (ou faria?), questionar a turma se manter o segredo do assassinato
(e discutir se para eles isso foi de fato um assassinato) seria a atitude
tomada pelo grupo. E, responder às questões seguintes:
• O enfermeiro demonstrou algum destes sentimentos: de mansidão e
caridade, conforme, o trecho “... o vigário, que me confirmou as
noticias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade...".
• O narrador conversa com seu interlocutor e, consequentemente, com
o leitor. Identifique um parágrafo que ilustre esse procedimento
narrativo.
• Que conotação pode assumir o túmulo de mármore que o enfermeiro
mandou erguer ao coronel?
• Qual a ironia do conto?
• O conto trata de qual desses temas: a relatividade dos conceitos
morais, o tédio, a loucura ou o adultério?
• No começo do conto, o narrador diz: “Pediu-me um documento
humano, ei-lo aqui.” Discuta por que este conto pode ser considerado
um documento a respeito da natureza humana.
• Analise os elementos da narrativa (aqui o que se espera é que os
mesmos já tenham este conhecimento prévio. Porém, se não
tiverem, caberá ao professor retomar o assunto e explicar).
a) personagens (caracterize-os):
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b) fato principal:
c) tempo:
d) espaço:
• O ponto de vista da narrativa é interno ou externo?Justifique com
uma passagem da obra.
• Considerando os dois parágrafos transcritos abaixo, comente a frase
final do conto O Enfermeiro: “Bem-aventurados os que possuem,
porque eles serão consolados."
“As obrigações do inventário distraíram-me; e por outro lado a
opinião da vila era tão contrária ao coronel, que a vista dos lugares
foi perdendo para mim a feição tenebrosa que a princípio achei
neles. Entrando na posse da herança, converti-a em títulos e
dinheiro. Eram então passados muitos meses, e a idéia de distribuí-la
toda em esmolas e donativos pios não me dominou como da primeira
vez; achei mesmo que era afetação. Restringi o plano primitivo:
distribuí alguma cousa aos pobres, dei à matriz da vila uns
paramentos novos, fiz uma esmola à Santa Casa da Misericórdia,
etc.: ao todo trinta e dous contos. Mandei também levantar um
túmulo ao coronel, todo de mármore, obra de um napolitano, que
aqui esteve até 1866, e foi morrer, creio eu, no Paraguai.
(...)
Os anos foram andando, a memória tornou-se cinzenta e desmaiada.
Penso às vezes no coronel, mas sem os terrores dos primeiros dias.
Todos os médicos a quem contei as moléstias dele, foram acordes
em que a morte era certa, e só se admiravam de ter resistido tanto
tempo. Pode ser que eu, involuntariamente, exagerasse a descrição
que então lhes fiz; mas a verdade é que ele devia morrer, ainda que
não fosse aquela fatalidade...”
• E, ainda, criar um final diferente para o conto (máximo 10 linhas),
apresentando os novos finais para o restante da turma.
Facebookeando...
Os alunos deverão postar vídeos, obras, comentários e
biografias, em seu perfil, na
obra.
CONTO: O enfermeiro
Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. não for menos; estou desenganado. Olhe, eu podia mesmo contarcousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo émadrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isso e queiraque lhe parecer mau, e não maltrate muito arruda, se lhe nãoPediu-me um documento humano, eide Grão-Mogol, nem a fotografia de Macabeus; peça, porém, os meus sapatos de defunto e não os dou a ninguém mais. Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali peloquarenta e dois anos fizteologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre faloume, aceitei com ambas as mãos, estava jáe fórmulas eclesiásticas. Vim à Corte despedirvila. Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, esturdio, exigente, ninguém o aturava, nem os próprios amigoenfermeiros que remédios. A dous dele quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entendercom o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade, segui Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa; depois, uma espécie de riso maligno alumioueram duras. Afinal, dissepara nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas; dous eram até gatunos! — Você é gatuno?
Facebookeando...
Os alunos deverão postar vídeos, obras, comentários e
biografias, em seu perfil, na Fan Page, sobre Machado de Assis e sua
CONTO: O enfermeiro – Machado de Assis
lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado.
Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isso e queira-me bem; perdoeque lhe parecer mau, e não maltrate muito arruda, se lhe não cheira a rosas.
me um documento humano, ei-lo aqui. Não me peça também o império Mogol, nem a fotografia de Macabeus; peça, porém, os meus sapatos
de defunto e não os dou a ninguém mais. Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu
quarenta e dois anos fiz-me teólogo, — quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859,
le uma carta de um vigário de certa vila do interior perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre faloume, aceitei com ambas as mãos, estava já enfarado de copiar citações latinas e fórmulas eclesiásticas. Vim à Corte despedir-me de um irmão, e segui para a
Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, esturdio, exigente, ninguém o aturava, nem os próprios amigos. Gastava mais enfermeiros que remédios. A dous dele quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entendercom o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade, segui para a residência do coronel.
o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa; depois, uma espécie de riso maligno alumiou-lhe as feições, que
ram duras. Afinal, disse-me que nenhum dos enfermeiros que tivera, prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas;
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Os alunos deverão postar vídeos, obras, comentários e
e, sobre Machado de Assis e sua
lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar
Não esperará muito, pode ser que oito dias, se
lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu
se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável
me bem; perdoe-me o cheira a rosas.
lo aqui. Não me peça também o império Mogol, nem a fotografia de Macabeus; peça, porém, os meus sapatos
mês de agosto, tendo eu quero dizer, copiava os estudos de
teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859,
le uma carta de um vigário de certa vila do interior perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre falou-
enfarado de copiar citações latinas me de um irmão, e segui para a
Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, s. Gastava mais
enfermeiros que remédios. A dous dele quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entender-me com o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou
o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato
lhe as feições, que me que nenhum dos enfermeiros que tivera, prestava
para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas;
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— Não, senhor. Em seguida, perguntou-me pelo nome: disse-lho e ele fez um gesto de espanto. Colombo? Não, senhor: Procópio José Gomes Valongo. Valongo? Achou que não era nome de gente, propôs chamar-me tão somente Procópio, ao que respondi que estaria para o que fosse de seu agrado. Conto-lhe esta particularidade, não só porque me parece pintá-lo bem, como porque a minha resposta deu de mim a melhor idéia ao coronel. Ele mesmo o declarou ao vigário, acrescentando que eu era o mais simpático dos enfermeiros que tivera. A verdade é que vivemos uma lua-de-mel de sete dias. No oitavo dia, entrei na vida dos meus prodecessores, uma vida de cão, não dormir, não pensar em mais nada, recolher injúrias, e, às vezes, rir delas, com um ar de resignação e conformidade; reparei que era um modo de lhe fazer corte. Tudo impertinências de moléstia e do temperamento. A moléstia era um rosário delas, padecia de aneurisma, de reumatismo e de três ou quatro afecções menores. Tinha perto de sessenta anos, e desde os cinco toda a gente lhe fazia a vontade. Se fosse só rabugento, vá; mas era também mau, deleitava-se com a dor e a humilhação dos outros. No fim de três meses estava farto de lhe aturar; determinei vir embora; só esperei ocasião. Não tardou a ocasião. Um dia, como lhe não desse a tempo uma fomentação, pegou da bengala e atirou-me dous ou três golpes. Não era preciso mais; despedi-me imediatamente, e fui aprontar a mala. Ele foi ter comigo, ao quarto, pediu-me que ficasse, que não valia a pena se zangar por uma rabugice de velho. Instou tanto que fiquei. — Estou na pendura, Procópio, dizia-me ele à noute; não posso viver muito tempo. Estou aqui, estou na cova. Você há de ir ao meu enterro, Procópio; não o dispenso por nada. Há de ir, há de rezar ao pé da minha sepultura. Se não for, acrescentou rindo, eu voltarei de noite para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo, Procópio? — Qual o quê! — E por que é que não há de crer, seu burro? redarguiu vivamente, arregalando os olhos. Eram assim as pazes; imagine a guerra. Coibiu-se das bengaladas, mas as injúrias ficaram as mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada; era burro, camelo, pedaço d'asno, idiota, moleirão, era tudo. Nem, ao menos, havia mais gente que recolhesse uma parte desses nomes. Não tinha parentes; tinha um sobrinho que morreu tísico, em fins de maio ou princípios de julho, em Minas. Os amigos iam por lá às vezes aprová-lo, aplaudi-lo, e nada mais; cinco, dez minutos de visita. Restava eu; era eu sozinho para um dicionário inteiro. Mas de um vez resolvi sair; mas, instado pelo vigário, ia ficando. Não só as relações iam ficando melindrosas, mas eu estava ansioso para tornar à Corte. Aos quarenta e dous anos não é que havia de acostumar-me à reclusão constante, ao pé de um doente bravio, no interior. Para avaliar o meu isolamento, basta saber que eu nem lia os jornais; salvo alguma notícia mais importante que levavam ao coronel, eu nada sabia do resto do mundo. Entendi, portanto, voltar para a Corte, na primeira ocasião, ainda que tivesse que brigar com o vigário. Bom é dizer (visto que faço uma confissão geral) que, nada gastando e tendo guardado integralmente os ordenados, estava ansioso por vir dissipá-los aqui. Era provável que a ocasião aparecesse. O coronel estava peior, fez
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testamento, descompondo o tabelião, quase tanto como a mim. O trato era mais duro, os breves lapsos de sossego de brandura faziam-se raros. Já por esse tempo tinha eu perdido a escassa dose de piedade que me faziam esquecer os excessos do doente; trazia dentro de mim um fermento de ódio e aversão. No princípio de agosto decidi definitivamente sair; o vigário e o médico, aceitando as razões, pediram que ficasse algum tempo mais. Concedi-lhes um mês; no fim de um mês viria embora, qualquer que fosse o estado do doente. O vigário tratou de procurar-me substituto. Vai ver o que aconteceu. Na noite de vinte e quatro de Agosto, o coronel teve um excesso de raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçou-me de um tiro, e acabou atirando-me um prato de mingau, que achou frio, o prato foi cair na parede onde se fez em pedaços. — Hás de pagá-lo, ladrão! bradou ele. Resmungou ainda muito tempo. Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei um livro do bolso, um velho romance de d'Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus-me a lê-lo, no mesmo quarto, a pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe dar o remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao final da segunda página adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, a acabou por lançar mão da moringa e arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o . Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo a vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não posso mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio vago e estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos; escutava umas vozes surdas. Os gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a repercutir dentro de mim, e o ar, para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de convulsões. Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! assassino! Tudo o mais estava calado. O mesmo som do relógio, lento, igual e seco, sublinhava o silêncio e a solidão. Colava a orelha à porta do quarto na esperança de ouvir um gemido, uma palavra, uma injúria, qualquer cousa que significasse a vida, e me restituísse a paz à consciência. Estaria pronto a apanhar das mãos do coronel, dez, vinte, cem vezes. Mas nada, nada; tudo calado. Voltava a andar à toa, na sala, sentava-me, punha as mãos na cabeça; arrependia-me de ter vindo.— "Maldita hora em que aceitei semelhante cousa!" exclamava. E descompunha o padre de Niterói, o médico, o vigário, os que me arranjaram um lugar, e os que me pediram para ficar mais algum tempo. Agarrava-me a cumplicidade dos outros homens. Como o silêncio acabava por aterrar-me, abri uma das janelas, para escutar o som do vento, se ventasse. Não ventava. A noite ia tranquila, as estrelas fulguravam, com a indiferença de pessoas que tiram o chapéu a um enterro que passa, e continuam a falar de outra cousa. Encostei-me ali por algum tempo, fitando a noite, deixando-me ir a uma recapitulação da vida, a ver se
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descansava da dor presente. Só então posso dizer que pensei claramente no castigo. Achei-me com um crime às costas e vi a punição certa. Aqui o temor complicou o remorso. Senti que os cabelos me ficavam de pé. Minutos depois, vi três ou quatro vultos de pessoas, no terreiro espiando, com um ar de emboscada; recuei, os vultos esvaíram-se no ar; era uma alucinação. Antes do alvorecer curei a contusão da face. Só então ousei voltar ao quarto. Recuei duas vezes, mas era preciso e entrei; ainda assim, não cheguei logo à cama. Tremiam-me as pernas, o coração batia-me; cheguei a pensar na fuga; mas era confessar o crime, e, ao contrário, urgia fazer desaparecer os vestígios dele. Fui até a cama; vi o cadáver, com os olhos arregalados e a boca aberta, como deixando passar a eterna palavra dos séculos; "Caim, que fizeste de teu irmão?" Vi no pescoço o sinal das minhas unhas, abotoei alto a camisa e cheguei ao queixo a ponta do lençol. Em seguida, chamei um escravo, disse-lhe que o coronel amanhecera morto; mandei recado ao vigário e ao médico. A primeira idéia foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente, e, na verdade, recebera carta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal. Mas adverti que a retirada imediata poderia fazer despertar suspeitas, e fiquei, eu mesmo amortalhei o cadáver, com o auxílio de um preto velho e míope. Não saia da sala mortuária; tinha medo de que descobrissem alguma cousa. Queria ver no rosto dos outros se desconfiavam; mas não ousava fitar ninguém. Tudo me dava impaciências: os passos de ladrão com que entravam na sala, os cochichos, as cerimônias e as rezas do vigário. Vindo a hora, fechei o caixão, com as mãos trêmulas, tão trêmulas que uma pessoa, que reparou nelas, disse a outra com piedade: — Coitado do Procópio! Apesar do que padeceu, está muito sentido. Pareceu-me ironia; estava ansioso por ver tudo acabado. Saímos à rua. A passagem da meia escuridão da casa para a claridade da rua deu-me grande abalo; receei que fosse impossível ocultar o crime. Meti os olhos no chão, e fui andando. Quando tudo acabou, respirei. Estava em paz com os homens. Não o estava com a consciência, e as primeiras noites foram naturalmente de desassossego e aflição. Não é preciso dizer que vim logo para o Rio de Janeiro, e nem que vivi aqui aterrado, embora longe do crime; não ria, falava pouco, mal comia, tinha alucinações, pesadelos... — Deixa lá o outro que morreu, diziam-me. Não é caso para tanta melancolia. E eu aproveitava a ilusão, fazendo muitos elogios ao morto, chamando-lhe boa criatura, impertinente, é verdade, mas um coração de ouro. E elogiando, convencia-me também, ao menos por alguns instantes. Outro fenômeno interessante, e que talvez lhe possa aproveitar, é que, não sendo religioso, mandei dizer uma missa pelo eterno descanso do coronel, na igreja do Sacramento. Não fiz convites, não disse nada a ninguém; fui ouvi-la, sozinho, e estive de joelhos todo o tempo, persignando-me a miúdo. Dobrei a espórtula do padre, e distribuí esmolas à porta, tudo por intenção do finado. Não queria embair os homens; a prova é que fui só. Para completar este ponto, acrescentarei que nunca aludia ao coronel, que não dissesse: "Deus lhe fale n'alma!" E contava dele algumas anedotas alegres, rompantes engraçados... Sete dias depois de chegar ao Rio de Janeiro, recebi a carta do vigário, que lhe mostrei, dizendo-me que fora achado o testamento do coronel, e que eu era o herdeiro universal. Imagine o meu pasmo. Pareceu-me que lia mal, fui a
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meu irmão, fui aos amigos; todos leram a mesma cousa. Estava escrito; eu era o herdeiro universal do coronel. Cheguei a supor que fosse uma cilada; mas adverti logo que havia outros meios de capturar-me, se o crime estivesse descoberto. Demais, eu conhecia a probidade do vigário, que não se prestaria a ser instrumento. Reli a carta, cinco, dez, muitas vezes; lá estava a notícia. — Quanto tinha ele? perguntava-me meu irmão. — Não sei, mas era rico. — Realmente, provou que era teu amigo. — Era... era... Assim por um ironia da sorte, os bens do coronel vinham parar às minhas mãos. Cogitei em recusar a herança. Parecia-me odioso receber um vintém de tal espólio; era peior do que fazer-me esbirro alugado. Pensei nisso três dias, e esbarrava sempre na consideração de que a recusa podia fazer desconfiar alguma cousa. No fim dos três dias, assentei num meio-termo; receberia a herança e dá-la-ia toda, aos bocados e às escondidas. Não era só escrúpulo; era também o modo de resgatar o crime por um ato de virtude; pareceu-me que ficava assim de contas saldas. Preparei-me e segui para a vila. Em caminho, à proporção que me ia aproximando, recordava o triste sucesso, as cercanias da vila tinham um aspecto de tragédia, e a sombra do coronel parecia-me surgir de cada lado. A imaginação ia reproduzindo as palavras, os gestos, toda a noite horrenda do crime... Crime ou luta? Realmente, foi uma luta em que eu, atacado, defendi-me, e na defesa... Foi uma luta desgraçada, uma fatalidade. Fixei-me nessa idéia. E balanceava os agravos, punha no ativo as pancadas, as injúrias... Não era culpa do coronel, bem o sabia, era da moléstia, que o tornava assim rabugento e até mau... Mas eu perdoava tudo, tudo... O peior foi a fatalidade daquela noite... Considerei também que o coronel não podia viver muito mais; estava por pouco; ele mesmo o sentia e dizia. Viveria quanto? Duas semanas, ou uma; pode ser até que menos. Já não era vida, era um molambo de vida, se isto mesmo se podia chamar ao padecer contínuo do pobre homem... E quem sabe mesmo se a luta e a morte não foram apenas coincidentes? Podia ser era até o mais provável; não foi outra cousa. Fixei-me também nessa idéia... Perto da vila apertou-se-me o coração, e quis recuar; mas dominei-me e fui. Receberam-me com parabéns. O vigário disse-me as disposições do testamento, os legados pios, e de caminho ia louvando a mansidão cristã e o zelo com que eu servira o coronel, que, apesar de áspero e duro, soube ser grato. — Sem dúvida, dizia eu olhando para outra parte. Estava atordoado. Toda a gente me elogiava a dedicação e a paciência. As primeiras necessidades do inventário detiveram-me algum tempo na vila. Constituí advogado; as cousas correram placidamente. Durante esse tempo, falava muita vez do coronel. Vinham contar-me cousas dele, mas sem a moderação do padre; eu defendia-o, apontava algumas virtudes, era austero... — Qual austero! Já morreu, acabou; mas era o diabo. E referiam-me casos duros, ações perversas, algumas extraordinárias. Quer que lhe diga? Eu, a princípio, ia ouvindo cheio de curiosidade; depois, entrou-me no coração um singular prazer, que eu, sinceramente buscava expelir. E defendia o coronel, explicava-o, atribuía alguma cousa às rivalidades locais: confessava, sim, que era um pouco violento... Um pouco? Era uma
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cobra assanhada, interrompia-me o barbeiro; e todos, o coletor, o boticário, o escrivão, todos diziam a mesma cousa; e vinham outras anedotas, vinha toda a vida do defunto. Os velhos lembravam-se das crueldades dele, em menino. E o prazer íntimo, calado, insidioso, crescia dentro de mim, espécie de tênia moral, que por mais que a arrancasse aos pedaços, recompunha-se logo e ia ficando. As obrigações do inventário distraíram-me; e por outro lado a opinião da vila era tão contrária ao coronel, que a vista dos lugares foi perdendo para mim a feição tenebrosa que a princípio achei neles. Entrando na posse da herança, convertia-a em títulos e dinheiro. Eram então passados muitos meses, e a idéia de distribuí-la toda em esmolas e donativos pios não me dominou como da primeira vez; achei mesmo que era afetação. Restringi o plano primitivo: distribuí alguma cousa aos pobres, dei à matriz da vila uns parâmetros novos, fiz uma esmola à Santa Casa de Misericórdia, etc.: ao todo trinta e dous contos. Mandei também levantar um túmulo ao coronel, todo de mármore, obra de um napolitano, que aqui esteve em 1866, e foi morrer, creio eu, no Paraguai.. Os anos foram andando, a memória tornou-se cinzenta e desmaiada. Penso às vezes no coronel, mas sem os terrores dos primeiros dias. Todos os médicos a quem contei as moléstias dele, foram acordes em que a morte era certa, e só se admiravam de ter resistido tanto tempo. Pode ser que eu, involuntariamente, exagerasse a descrição que então lhe fiz; mas a verdade é que ele devia morrer, ainda que não fosse aquela fatalidade... Adeus, meu caro senhor. Se achar que estes apontamentos valem alguma cousa, pague-me também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço aqui ao divino sermão da montanha: "Bem-aventurados os que possuem, porque eles serão consolados."
TEXTO DE SCHOPENHAUER, PARA SER ANALISADO JUNTO AO CONTO
“O ENFERMEIRO”:
"O motor principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o
egoísmo, ou seja, o impulso à existência e ao bem-estar. [...] Na verdade, tanto
nos animais quanto nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois
em ambos une-se perfeitamente ao seu âmago e à sua essência.
Desse modo, todas as acções dos homens e dos animais surgem, em regra,
do egoísmo, e a ele também se atribui sempre a tentativa de explicar uma
determinada acção. Nas suas acções baseia-se também, em geral, o cálculo
de todos os meios pelos quais procura-se dirigir os seres humanos a um
objectivo. Por natureza, o egoísmo é ilimitado: o homem quer conservar a sua
existência utilizando qualquer meio ao seu alcance, quer ficar totalmente livre
das dores que também incluem a falta e a privação, quer a maior quantidade
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possível de bem-estar e todo o prazer de que for capaz, e chega até mesmo a
tentar desenvolver em si mesmo, quando possível, novas capacidades de
deleite. Tudo o que se opõe ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu mau
humor, a sua ira e o seu ódio: ele tentará aniquilá-lo como a um inimigo. Quer
possivelmente desfrutar de tudo e possuir tudo; mas, como isso é impossível,
quer, pelo menos, dominar tudo: 'Tudo para mim e nada para os outros' é o seu
lema. O egoísmo é gigantesco: ele rege o mundo. (O Pensador - Arthur
Schopenhauer, in 'A Arte de Insultar, disponível no endereço
http://pensador.uol.com.br/autor/arthur_schopenhauer_in_a_arte_de_insultar/
com acesso em 12/11/2013')
Atividade 3 – Sessão pipoca
Nesta parte, os estudantes, uma vez que já iniciaram suas produções
assistirão a alguns vídeos. De acordo com o que já foi dito, a ideia é fazer com
que percebam, de forma mais pontual, o homem e a diversidade de suas
facetas, aquilo que podemos encontrar facialmente ao nosso lado. E abrir a
discussão para que eles comecem a pensar também na linguagem
cinematográfica.
Sequência Didática:
1) O primeiro trabalho será O contador de estrelas, de Casos e Casos
(Revista RPC – RPC Cultura), disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=vNI0X_se3rM, acessado no dia 5
de novembro de 2013, com duração de 7’55”. Ele discorre sobre a
loucura humana e que mesmo, na insanidade, se pode encontrar
razão, verdade e um apelo para a vida. O que seria a loucura?
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2) O segundo vídeo será É dando que se recebe, um curta baseado no
conto de José Roberto Torero. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=iY1F8XdJonI e acessado em 10 de
novembro de 2013, da Control Zero, com duração de quatro minutos.
3) O curta Eu não quero voltar sozinho, do diretor e roteirista Daniel
Ribeiro, que aborda a inocência da descoberta do amor entre dois
adolescentes – Leonardo (Guilherme Lobo), um deficiente visual que
muda de vida totalmente com a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um
novo aluno em sua escola.
4) E, como o objetivo também é fazer com que o estudante aprecie
nossos escritores clássicos, será exibida a adaptação de A
cartomante. Um outro conto da lavra de Machado de Assis, com
duração de 15’01”, disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=jkjJflTn4nw, acessado em 10 de
novembro de 2013. De acordo com a descrição, desse material,
publicado em 17 de abril de 2013, trata-se de uma produção, vista da
perspectiva acadêmica, adaptada do conto machadiano, com toda
sua atemporalidade. Pela abordagem, ganhou oito prêmios no
Festival Jaguatirica, em dezembro de 2012. Promovido pela
faculdade Unimep.
5) Exibição do filme O beijo no asfalto (1981), baseado na obra
homônima de Nelson Rodrigues, dirigido por Bruno Barreto. Esta
produção será feita fora da escola, em um dia especial, para que os
estudantes comecem a pensar e a idealizar o festival de vídeo. Aqui,
o professor deverá se cercar de alguns cuidados, pois a linguagem,
mesmo da adaptação sendo de 1981, é picante, com cenas,
trabalhadas artisticamente, entretanto, que poderia chocar um ou
outro aluno, em virtude do meio em que vivem, de suas crenças e
valores.
6) Após as exibições, em um debate, os estudantes trarão suas
impressões e contribuições, pontuando as discussões levantadas,
nos vídeos e, se se pode aceitar como verdades, as características
peculiares do ser humano apresentadas ou se as abordagens são
meramente tratadas artisticamente. A mediação deverá ser feita com
conhecimento por parte do professor. Nesta atividade, será
convidado um psicólogo, não para dar conselhos, entretanto, para
participar do debate, mostrando quão demasiadamente humanos,
nós o somos. Ou ainda, um filósofo, que mostrará a essência do
pensamento da humanidade. E que homem home é este e fruto de
quê.
Facebookeando...
Serão postados, na página do projeto, ainda os víde os: o
vídeo clipe da canção Eduardo e Mônica, da banda Le gião Urbana
(http://www.youtube.com/watch?v=9qr0378vrXA
uma empresa de telefonia; as histórias, de Causos e Cas os,
Contando carros (
e Toalha justa (
Os estudantes terão que assisti
vídeos, na fan page.
Fica a dica: Agora que começamos a perceber as histórias em
linguagem de cinema, aproveite para conhecer o blog
no link http://www.curtasmetragens.com.br/index.php/tag/o
metragem/. Você, caro nativo digital, vai se encantar com as
possibilidades. E, como preconizam se
Metragens é um site sobre cinema, filmes de curta metragem e dicas
para videomakers. O blog é jovem ainda, mas com posts diários
encheremos sua vida de curtas metragens diários, nacionais e
Após as exibições, em um debate, os estudantes trarão suas
impressões e contribuições, pontuando as discussões levantadas,
deos e, se se pode aceitar como verdades, as características
peculiares do ser humano apresentadas ou se as abordagens são
meramente tratadas artisticamente. A mediação deverá ser feita com
conhecimento por parte do professor. Nesta atividade, será
do um psicólogo, não para dar conselhos, entretanto, para
participar do debate, mostrando quão demasiadamente humanos,
nós o somos. Ou ainda, um filósofo, que mostrará a essência do
pensamento da humanidade. E que homem home é este e fruto de
ookeando...
Serão postados, na página do projeto, ainda os víde os: o
vídeo clipe da canção Eduardo e Mônica, da banda Le gião Urbana
http://www.youtube.com/watch?v=9qr0378vrXA ), uma produção de
empresa de telefonia; as histórias, de Causos e Cas os,
Contando carros ( http://www.youtube.com/watch?v=kW5vZ7orXLk
e Toalha justa ( http://www. youtube.com/watch?v=VfDQ2Gea43E
Os estudantes terão que assisti -los e postar suas opiniões sobre os
vídeos, na fan page.
Agora que começamos a perceber as histórias em
linguagem de cinema, aproveite para conhecer o blog Curtas Metragens
http://www.curtasmetragens.com.br/index.php/tag/o
. Você, caro nativo digital, vai se encantar com as
possibilidades. E, como preconizam seus idealizadores:
Metragens é um site sobre cinema, filmes de curta metragem e dicas
para videomakers. O blog é jovem ainda, mas com posts diários
encheremos sua vida de curtas metragens diários, nacionais e
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Após as exibições, em um debate, os estudantes trarão suas
impressões e contribuições, pontuando as discussões levantadas,
deos e, se se pode aceitar como verdades, as características
peculiares do ser humano apresentadas ou se as abordagens são
meramente tratadas artisticamente. A mediação deverá ser feita com
conhecimento por parte do professor. Nesta atividade, será
do um psicólogo, não para dar conselhos, entretanto, para
participar do debate, mostrando quão demasiadamente humanos,
nós o somos. Ou ainda, um filósofo, que mostrará a essência do
pensamento da humanidade. E que homem home é este e fruto de
Serão postados, na página do projeto, ainda os víde os: o
vídeo clipe da canção Eduardo e Mônica, da banda Le gião Urbana
), uma produção de
empresa de telefonia; as histórias, de Causos e Cas os,
http://www.youtube.com/watch?v=kW5vZ7orXLk )
youtube.com/watch?v=VfDQ2Gea43E ).
los e postar suas opiniões sobre os
Agora que começamos a perceber as histórias em
Curtas Metragens,
http://www.curtasmetragens.com.br/index.php/tag/o-que-e-curta-
. Você, caro nativo digital, vai se encantar com as
us idealizadores: Curtas
Metragens é um site sobre cinema, filmes de curta metragem e dicas
para videomakers. O blog é jovem ainda, mas com posts diários
encheremos sua vida de curtas metragens diários, nacionais e
58
internacionais. Um dos focos do site, além das dicas, é mesmo a
Inspiração em curtas metragens. Filmes clássicos, de terror, ficcionais,
vídeo arte, comerciais, clipes… enfim todos os gêneros de Curtas
Metragens. Vale a pena nos seguir!
Aproveite ainda para ler a matéria O que é Curta Metragem, no
mesmo blog, postada por Thiago Rodrigues, em 17 de outubro de 2012,
em http://www.curtasmetragens.com.br/index.php/o-que-e-curta-
metragem/ (acesso em 14 de novembro de 2012).
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MÓDULO 3
Produção dos enredos
Esta será uma atividade, que permeará metade do tempo do projeto,
uma vez que os educandos estarão pesquisando, elaborando e produzindo
suas narrativas literárias. A partir da discussão com o professor, que mediará
necessariamente a produção, os estudantes postarão os capítulos conforme
determinação de prazo e datas estabelecidas logo no início do projeto.
Atividade 1 – Estudo da obra Noite na Taverna, de Á lvares de Azevedo:
amor, morte, mistério, tragédia e bebidas...
Dando sequência aos estudos literários e de sensibilização do universo
humano, os estudantes conhecerão umas das principais obras do ultra-
romantismo brasileiro Noite na Taverna (1885), do escritor Álvares de Azevedo.
Por que estes movimento e autor?
A escolha se deu uma vez que este momento de nossa literatura traz o
os sentimentos humanos à flor da pele, com intensidade, demonstrando que se
vive nos extremos, como ocorre com os contos da obra Noite na Taverna.
Vale destacar que, os representantes dessa geração, conhecida
como do mal do século, movidos pelas obras dos poet as Lord Byron,
Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset, são chama dos de
"byronianos". Apresentam como principais caracterís ticas: o
Atividade
permanente
60
individualismo, egocentrismo, negativismo, dúvida, desilusão, tédio e
sentimentos relacionados à fuga da realidade, que c aracterizam o
chamado ultra-romantismo. São temas prediletos dos autores: a
idealização da infância, a representação das mulher es virgens sonhadas e
a exaltação da morte. Seus principais poetas são Ál vares de Azevedo,
Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Vare la.
Álvares de Azevedo
Poeta romântico nato, se assim, poderíamos dizer. Nasceu em São
Paulo e estudou na Faculdade de Direito, porém, não chegou a
concluir o curso. Faleceu jovem, aos 21 anos, vítima da tuberculose e da
infecção resultante de um acidente de cavalo. A partir de então, desenvolveu
verdadeira fixação com a própria morte, escrevendo a respeito da passagem
do tempo, do sentido da vida e do amor - esse último, jamais realizado.
Seu livro de poesias, Lira dos Vinte Anos (publicada postumamente em 1853),
carrega consigo a melancolia de um poeta empenhado em expressar seus
sentimentos mais profundos. O conjunto de poesias também evidencia um
poeta sensível, imaginativo e harmonioso.
Pode-se dizer que sua obra possui características góticas, pois retratam
paisagens sombrias, donzelas em perigo, personagens misteriosas, envoltas
em vultos e véus entre outros.
Azevedo também escreveu um romance chamado Noite na Taverna (publicada
postumamente em 1855), uma narrativa composta por cinco histórias paralelas
sobre cinco homens que relatam, em um bar, histórias de terror vivenciadas
pelos mesmos. São eles: Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e
Johann. Os nomes são claramente europeus e fazem referência aos romances
românticos produzidos naquele continente (especialmente os italianos e os
alemães), bem como sua temática macabra, inspirada nos romances góticos.
(Disponível em: http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo05.php,
com acesso no dia 17 de novembro 2013).
61
Sequência Didática:
1) Iniciar a ação narrando uma das histórias de Noite na Taverna, com
realismo, dramaticidade, por meio de uma performance. A finalidade é
instigar os estudantes, com a história que abre a obra e também de
Johann. Porém, o final estará na nossa página do Facebook. Caberá ao
professor trabalhar o autor, movimento literário, características do momento
histórico.
2) Apresentar uma fotografia, em P&B, representando o conto explorado, com
o professor na imagem. Esta imagem deverá conter algo que represente a
taverna e seus personagens: a roda de bebedeira e de lascívia em que se
encontram os amigos personagens e o tom notívago e vampiresco em que
se desenrolarão os fatos narrados.
3) Separar os estudantes, em cinco grupos, em número igual de indivíduos e
sortear os contos de Noite na Taverna, para que nenhum se sinta
prejudicado. Aqui, caberá ao professor levar as obras já impressas, de
cada narrativa da obra em questão, para serem distribuídas entre eles.
4) Assim, em equipe, eles terão que ler a história e trabalhar as atividades
com algumas questões a serem respondidas por escrito, em seus
cadernos:
1. Que tipo de texto você acabou de ler?
2. Qual foi a história contada?
3. Quais são os personagens da história?
4. Quem é o personagem principal?
5. Qual é o momento da história que o grupo pensa ser mais relevante?
6. A que classe social pertence o personagem principal? Por quê?
7. Onde acontece a história?
62
8. Quem narra a história?
9. Qual é o tema do conto?
10. Qual é o estilo do autor Álvares de Azevedo?
5) Com a imagem apresentada pelo professor, os alunos terão que,
inicialmente, elaborar a produção de uma representação – selecionando
local, cenas, vestimenta. Paradoxalmente, apesar de autores, deverão
também ser os protagonistas da fotografia, em P & B. É preciso que
produzam um texto, de duas a três linhas, capaz de demonstrar a situação
vivida na narrativa trabalhada. Depois, confeccionar um banner, para
chamar a atenção de quem vai ler a obra, contendo os itens abaixo:
1. Livro: Noite na Taverna
2. Autor: Álvares de Azevedo e nome do conto
3. Apelo para ler o conto (texto).
A ideia é fazer com que os estudantes comecem a perceber a importância
de se criar o mistério e, ao mesmo tempo, criar expectativa nos leitores.
assim como adquirirem noção sobre os cartazes da produção de vídeo,
última etapa do projeto. Destaca-se que, nesta ação, será importante retirar
os educandos de sala de aula, levando-os a um ambiente diferente. Neste
caso, entramos em contato com a Secretaria de Cultura de Maringá, para
que esta apresentação ocorra no Teatro Barracão, no período matutino.
Porém, sem público. O objetivo é que eles conheçam um teatro, sua
acústica e possam usar o palco para falar de seus trabalhos, de suas
impressões do conto que estudaram e usaremos a metáfora do palco para
falar da vida do homem. No entanto, caso haja qualquer tipo de
impedimento e essa ação não se efetive, o trabalho manterá a mesma aura
e ocorrerá na própria escola.
Facebookeando...
Olhe o que a estudantes podem fazer: acesse o ender eço
http: //www.piaui.pi.gov.br/noticias/index/categoria/1/id /6488
reportagem Alunos do Liceu Piauiense realizam o Pro jeto Filminutos.
Perceba quantas possibilidades! Daqui a pouco será você, nas telas de
Paiçandu, num festival nascido com suas histórias e
participação.
Como os estudantes vêm produzindo seus contos, desde o primeiro
módulo, é chegada a hora de revelar quem são os nossos escritores. Afinal,
eles estiveram sob a sombra de seus pseudônimos durante
ações do projeto e também em alguns momentos de criação. Para tanto, a
proposta, para esta ocasião, é a realização de uma roda de leituras com
apresentação dos escritores,
facilitar a ação.
1) Sob a égide do mistério, para a roda de leitura, deverá ser
selecionado um ambiente adequado
da unidade escolar, em um horário que não esteja aberta ao público.
Assim, previamente, o local será organiz
de arte, histórias, fotos e de outros materiais estudados e ainda
trechos dos enredos literários produzidos. Destaca
devam ser grandes e chamativos, para que ao adentrar
Facebookeando...
Olhe o que a estudantes podem fazer: acesse o ender eço
//www.piaui.pi.gov.br/noticias/index/categoria/1/id /6488
reportagem Alunos do Liceu Piauiense realizam o Pro jeto Filminutos.
Perceba quantas possibilidades! Daqui a pouco será você, nas telas de
Paiçandu, num festival nascido com suas histórias e
Atividade 2 – Então é você?
Como os estudantes vêm produzindo seus contos, desde o primeiro
módulo, é chegada a hora de revelar quem são os nossos escritores. Afinal,
eles estiveram sob a sombra de seus pseudônimos durante a r
ações do projeto e também em alguns momentos de criação. Para tanto, a
proposta, para esta ocasião, é a realização de uma roda de leituras com
apresentação dos escritores, caracterizados pelos personagens centrais, para
Sequência didática
Sob a égide do mistério, para a roda de leitura, deverá ser
selecionado um ambiente adequado – sugere-se a própria biblioteca
da unidade escolar, em um horário que não esteja aberta ao público.
Assim, previamente, o local será organizado, com imagens das obras
de arte, histórias, fotos e de outros materiais estudados e ainda
trechos dos enredos literários produzidos. Destaca-
devam ser grandes e chamativos, para que ao adentrar
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Olhe o que a estudantes podem fazer: acesse o ender eço
e leia a
reportagem Alunos do Liceu Piauiense realizam o Pro jeto Filminutos.
Perceba quantas possibilidades! Daqui a pouco será você, nas telas de
Paiçandu, num festival nascido com suas histórias e com sua
Como os estudantes vêm produzindo seus contos, desde o primeiro
módulo, é chegada a hora de revelar quem são os nossos escritores. Afinal,
a realização das
ações do projeto e também em alguns momentos de criação. Para tanto, a
proposta, para esta ocasião, é a realização de uma roda de leituras com a
caracterizados pelos personagens centrais, para
Sob a égide do mistério, para a roda de leitura, deverá ser
se a própria biblioteca
da unidade escolar, em um horário que não esteja aberta ao público.
ado, com imagens das obras
de arte, histórias, fotos e de outros materiais estudados e ainda
-se que estes
devam ser grandes e chamativos, para que ao adentrar ao lugar
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escolhido, os estudantes percebam a linha percorrida na realização
do projeto. A recepção será com Carmina Burana - O Fortuna (Carl
Orff - André Rieu).
2) Os estudantes trarão suas produções e objetos para a caracterização
dos personagens, em uma bolsa, como o professor fez no primeiro
dia de aula, ao dramatizar personagens de Romeu e Julieta, peça de
William Shakespeare.
3) Sentados, em círculo, na roda de leitura, o professor questionará
sobre a história que mais gostaram; qual personagem se mostrou
mais intrigante, o mais engraçado, o mais misterioso; se estes
personagens se parecem com alguém, se eles se identificaram com
alguns deles; se arriscariam a dar palpites de quem são os
pseudônimos. A atividade termina com votação das três melhores
narrativas – aqui, cada um deles votará em três enredos, cujo
resultado será registrado pelo professor, em uma ficha, com o nome
de cada um dos participantes, para tabular os dados.
4) Após esta prosa literária, iniciaremos as revelações dos
pseudônimos, com a ajuda de todos, pois, neste momento, cada um
se transformará em um personagem da obra. O professor terá que
ter noção de que o instante será de descontração, graça e risos, com
falas paralelas e brincadeiras. Em seguida, o professor pedirá que
um dos estudantes inicie a ação, retirando da parte inferior de seu
assento o pseudônimo, entregando ao seu criador. Aqui, pode haver
dúvidas, pois, às vezes, imagina-se um personagem e sua
caracterização não está coerente. Por isso, caberá ao professor
discutir com cada aluno o personagem que será mostrado e, na
preparação da sala, pôr, na parte inferior dos assentos, os
pseudônimos.
5) Encerramento, com a avaliação oral de todas as ações e do que mais
apreciaram e a motivação para a escolha dos pseudônimos.
65
Explicação geral sobre os procedimentos para o festival de vídeo.
Entregar aos educandos uma cópia sobre os procedimentos para a
realização dos vídeos e do possível nome do festival.
66
MÓDULO 4
Atividade 1 – Festival de vídeo
As narrativas ganharão agora uma nova linguagem, a cinematográfica.
Desta forma, os estudantes trabalharão em cinco grupos, pois, de acordo com
a escolha feita por eles, no dia da roda de leitura as cinco histórias mais
votadas serão as que concorrerão no festival.
Sequência didática:
1) Divisão dos grupos e das histórias, sem a interferência do professor,
caso não seja necessária. A única recomendação, obviamente, é que os
autores dos enredos votados sejam integrantes do grupo de sua história.
2) Escolha do nome do festival e de sua logomarca. Aqui, a orientação é
que sejam ouvidas as ideias dos alunos, por serem os nativos digitais –
a prudência do professor é intermediar e enveredar para algo que
contemple o projeto, a literatura, a criação, a arte, a linguagem
cinematográfica.
67
3) Os grupos receberão cópias do roteiro do curta-metragem O
passageiro obscuro, de Davi de Oliveira Pinheiro. Caberá ao professor
explicar o que seja um roteiro de cinema, televisão ou de vídeo, que
normalmente não são divulgados: texto que serve de sustento e apoio
para a produção de um filme cinematográfico. O roteiro, em questão, e
diversos outros, além de dados técnicos poderão ser vistos no site
Roteiro de
cinema,.http://www.roteirodecinema.com.br/roteiros/passageiro_obscuro.
pdf, com acesso em 22 de novembro de 23013. Sugestão de filmes aos
estudantes: O show de Truman (1998), dirigido por Peter Weir. Narra a
história de um homem cuja vida é um show contínuo de televisão.
Truman nem imagina que sua antiquada cidade é um estúdio
gigantesco, dirigido por um visionário produtor/diretor/criador (Ed Harris),
nem que as pessoas que vivem e trabalham lá são atores de Hollywood,
e que até sua entusiasmada esposa é uma atriz contratada.
Gradualmente, Truman vai percebendo os fatos. A intenção é mostrar a
questão do roteiro e ainda a crítica feita à manipulação midiática.
4) Visita e palestra com pessoal especializado em cinema, curta-metragem
e festival de vídeo, de uma instituição de ensino de Maringá, cujo
contato já se efetivou. Eles receberão também colaboração na edição
das imagens. A presença do professor, nesta etapa, é de fundamental
importância.
5) Início das produções cinematográficas, com a adaptação dos enredos
aos roteiros cinematográficos. Além dos estudantes, outros alunos da
escola e da comunidade escolar, como a família e jovens que tenham
sido educandos do estabelecimento de ensino, caso seja necessário,
poderão integrar as filmagens.
6) Juntamente com os alunos diretores, o professor deverá ser o mentor
das fotografias dos cinco curtas, para o banner de divulgação sobre o
festival, que estará na escola e em alguns lugares da cidade, como
68
órgãos públicos. Serão cinco banners, com a indicação do festival,
sendo que em cada um deles haverá a fotografia de um dos enredos.
7) Com as produções concluídas, será o momento de julgamento das
produções cinematográficas. A equipe será composta por profissionais
que estiveram envolvidos com o projeto, desde palestrantes, jornalistas
e professores. As categorias a serem julgadas serão:
• Talento revelado durante o projeto (o aluno que mais se destacou)
• Melhor enredo (antes de ser transformado em vídeo)
• Melhor Vídeo escolhido pelos alunos da escola
• Melhores efeitos especiais
• Melhor atriz coadjuvante
• Melhor ator coadjuvante
• Melhor roteiro adaptado
• Melhor atriz
• Melhor ator
• Melhor curta do festival
8) Apresentação e premiação do festival, na Casa da Cultura de Paiçandu,
atualmente ocupada pela Câmara Municipal, com a participação dos
estudantes envolvidos e da comunidade escolar (demais estudantes,
pais, professores, funcionários). Nesta noite, os presentes assistirão aos
cinco vídeos nascidos a partir do projeto, com apresentações culturais. A
premiação será feita por meio de troféus. Data a ser definida junto à
direção e coordenação pedagógica, bem como respeitando-se as etapas
do projeto. No entanto, a apresentação deverá ocorrer no início de julho
de 2014 (ou em virtude da Copa do Mundo de Futebol, em agosto de
2014).
Facebookeando...
Agora, você virou diretor, ator,
Então, luzes, câmara e ação! Não há outra alternati va. E, vamos para o
nosso festival que, como outros grandes festivais d e cinema, poderá
descobrir os futuros talentos de nosso país.
Informe- se, busque o melhor. Uma di
http://www.roteirodecinema.com.br/roteiros.htm
técnica das produções cinematográficas.
Lembre- se de que o roteiro de cinema:
• Serve de suporte para a realização do f
• Apresenta uma estrutura organizada em cenas ou sequências,
rigorosamente numeradas, com indicações sobre o tipo da cena
(interna e externa), o local e o momento do dia em que se passa.
• Descreve os locais e as personagens quando são apresentadas pela
primeira vez.
• Apresenta, geralmente, os elementos básicos da narrativa: fatos,
personagens, tempo e lugar.
• Identifica a personagem antes de sua fala.
• Apresenta rubricas de interpretação e de movimento.
• Emprega linguagem adequada às personagens e ao context
• Pode empregar ou não termos específicos da linguagem
cinematográfica. (Nicola, 1998, p. 134)
Facebookeando...
Agora, você virou diretor, ator, sonoplasta, roteirista!
Então, luzes, câmara e ação! Não há outra alternati va. E, vamos para o
nosso festival que, como outros grandes festivais d e cinema, poderá
descobrir os futuros talentos de nosso país.
se, busque o melhor. Uma di ca valiosa é
http://www.roteirodecinema.com.br/roteiros.htm , que mostra a parte
técnica das produções cinematográficas.
se de que o roteiro de cinema:
Serve de suporte para a realização do filme.
Apresenta uma estrutura organizada em cenas ou sequências,
rigorosamente numeradas, com indicações sobre o tipo da cena
(interna e externa), o local e o momento do dia em que se passa.
Descreve os locais e as personagens quando são apresentadas pela
Apresenta, geralmente, os elementos básicos da narrativa: fatos,
personagens, tempo e lugar.
Identifica a personagem antes de sua fala.
Apresenta rubricas de interpretação e de movimento.
Emprega linguagem adequada às personagens e ao context
Pode empregar ou não termos específicos da linguagem
cinematográfica. (Nicola, 1998, p. 134)
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sonoplasta, roteirista!
Então, luzes, câmara e ação! Não há outra alternati va. E, vamos para o
nosso festival que, como outros grandes festivais d e cinema, poderá
a valiosa é o site
, que mostra a parte
Apresenta uma estrutura organizada em cenas ou sequências,
rigorosamente numeradas, com indicações sobre o tipo da cena
(interna e externa), o local e o momento do dia em que se passa.
Descreve os locais e as personagens quando são apresentadas pela
Apresenta, geralmente, os elementos básicos da narrativa: fatos,
Emprega linguagem adequada às personagens e ao contexto.
Pode empregar ou não termos específicos da linguagem
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Referências
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