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SECRETARIA DE ESTADO DE SANEAMENTO E ENERGIACOORDENADORIA DE SANEAMENTO

DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS EXISTENTES E PROJETADOS E

AVALIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO

BÁSICO DO MUNICÍPIO DE ILHABELA

- PRODUTO2

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO

BÁSICO PARA AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE

RECURSOS HÍDRICOS DA SERRA DA MANTIQUEIRA,

PARAÍBA DO SUL E LITORAL NORTE – UGRHIS 1,2 e 3.

Setembro / 2010

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SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

Cliente:

CSAN – SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA DE SÃO PAULO

Codificação: Revisão: Data de Emissão:

0872.RT.13.S.3902 00 Setembro/2010

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DA SERRA DA MANTIQUEIRA, PARAÍBA DO SUL e LITORAL NORTE –

UGRHI’s 1, 2 e 3

DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS EXISTENTES E PROJETADOS E AVALIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE

ILHABELA - PRODUTO 2

Emitido por:

Consórcio PLANSAN 123

Local:

São Paulo - SP

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SUMÁRIO 1

SUMÁRIO ........................................................................................................................ 1 2

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 4 3

2. DADOS E CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE DA UGHRI 03 .......................... 4 4

2.1 DESCRIÇÃO GERAL ..................................................................................... 4 5

2.2 ASPECTOS FÍSICOS ..................................................................................... 5 6

2.3 VEGETAÇÃO E USO DO SOLO .................................................................... 6 7

2.4 CLIMA ........................................................................................................... 10 8

2.5 CONJUNTURA SOCIO-ECONÔMICA ......................................................... 10 9

2.6 DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA UGRHI 03 ............................................... 11 10

2.7 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................ 15 11

2.8 INSERÇÃO DE ILHABELA NA UGRHI 03 ................................................... 17 12

2.9 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................... 19 13

3. BASES E FUNDAMENTOS LEGAIS DOS PLANOS MUNICIPAIS DE 14

SANEAMENTO ..................................................................................................... 19 15

3.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 19 16

3.2. ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS ............................................................... 21 17

3.2.1 Abastecimento de Água Potável ................................................................ 21 18

3.2.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 23 19

3.2.3. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ....................................... 23 20

3.2.4. Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas .................................... 25 21

3.3. TITULARIDADE DOS SERVIÇOS ................................................................ 25 22

3.3.1. Essencialidade ............................................................................................ 25 23

3.3.2. Titularidade do Saneamento na UGRHI em Estudo .................................. 25 24

3.3.3. Atribuições do Titular ................................................................................. 27 25

3.3.4. Formas de Exercício da Titularidade dos Serviços .................................. 32 26

3.4. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: MODELOS INSTITUCIONAIS .................. 35 27

3.4.1. Prestação Direta pela Prefeitura Municipal ............................................... 35 28

3.4.2. Prestação de Serviços por Autarquias ...................................................... 36 29

3.4.3. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista 30 Municipais ................................................................................................... 36 31

3.4.4. Prestação Mediante Contrato ..................................................................... 36 32

4.1. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL 33

NORTE - COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE 34

(CBH-LN) - IPT - 2002 .................................................................................. 40 35

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4.2. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS 2004-2007 - CONSÓRCIO 36

JMR/ENGECORPS - JULHO/2005 ............................................................... 40 37

4.3. PLANO DIRETOR PARA DISPOSIÇÃO FINAL DOS LODOS E DEMAIS 38

RESÍDUOS PRODUZIDOS PELOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE 39

ÁGUA E ESGOTOS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO - 40

ESTUDOS TÉCNICOS E PROJETOS ETEP LTDA - SETEMBRO/2005 ..... 43 41

4.5 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO ASSOCIADOS A 42

ESCORREGAMENTOS E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ILHABELA - 43

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA IG-CEDEC DE 28/04/2006 - 44

INSTITUTO GEOLÓGICO - OUTUBRO/2006 .............................................. 44 45

4.5. RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE 46

ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO LITORAL NORTE DO ESTADO DA SÃO 47

PAULO - COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA 48

QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO LITORAL NORTE 49

- CP- ÁGUA - 2008 ....................................................................................... 46 50

4.6. PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - UGRHI 03 - 51

2009 - COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - 52

DEZEMBRO/2009 ........................................................................................ 47 53

5 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 51 54

5.1 SISTEMA PRINCIPAL .................................................................................. 51 55

5.1.1 Produção ..................................................................................................... 51 56

5.2 SISTEMAS ISOLADOS ................................................................................ 58 57

5.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 60 58

6 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..................... 60 59

6.1 SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS ....................................................... 60 60

6.2 SISTEMAS ISOLADOS ................................................................................ 62 61

6.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 64 62

7 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 63

RESÍDUOS SOLIDOS .......................................................................................... 66 64

7.1 VISÃO GERAL DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 65

RESÍDUOS SÓLIDOS – SISTEMA PRINCIPAL, SISTEMAS ISOLADOS E 66

DOMICÍLIOS DISPERSOS ........................................................................... 66 67

7.1.1 Divisão de Atribuições................................................................................ 66 68

7.1.2 Limpeza Pública .......................................................................................... 66 69

7.1.3 Resíduos Sólidos Domiciliares .................................................................. 68 70

7.1.4 Resíduos Sólidos Inertes ........................................................................... 74 71

7.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde ................................................................ 74 72

7.2 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS, OBRAS, PLANOS E PROJETOS............... 75 73

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8 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA ................................ 75 74

8.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS...................................................................... 75 75

8.2. PRINCIPAIS OCORRENCIAS ...................................................................... 77 76

8.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 78 77

9 DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO ...................................................... 78 78

9.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 78 79

9.2 INFORMAÇÕES FÍSICAS ............................................................................ 79 80

9.3 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS .................................................................. 79 81

9.4 INDICADORES ............................................................................................. 81 82

9.4 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82 83

10 FONTES CONSULTADAS E INFORMAÇÕES DISPONIBILIZADAS ................. 82 84

11 ANEXOS I - DESENHOS ...................................................................................... 82 85

11.1 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE 86

ABASTECIMENTO DE ÁGUA – EXISTENTE (desenho nº 0872-DS-13-S-87

3901/00). ...................................................................................................... 82 88

11.2 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE 89

ESGOTAMENTO SANITÁRIO – EXISTENTE (desenho nº 0872-DS-13-S-90

3902/00). ...................................................................................................... 82 91

92

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1. APRESENTAÇÃO 94

Este relatório compõe o “Produto 2 – Descrição dos Sistemas Existentes e Projetados e 95

Avaliação da Prestação dos Serviços de Saneamento Básico no Município de Ilhabela” 96

no âmbito do Contrato CSAN No 001/SSE/2009 firmado entre a SECRETARIA DE 97

SANEAMENTO E ENERGIA - SSE e o CONSÓRCIO PLANSAN 123, constituído pelas 98

empresas ETEP, JNS e HAGAPLAN, tendo por objeto final a elaboração de Planos 99

Integrados Regionais de Saneamento Básico e Atividades de Apoio Técnico à 100

Elaboração de Planos Integrados Municipais de Saneamento Básico para as Unidades 101

de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e 102

Litoral Norte – UGRHIs 1, 2 e 3. 103

Destaca-se que o “Produto 2”, como um todo, é o conjunto constituído por todos os 104

relatórios, com conteúdos que objetivam descrever e avaliar a situação atual do 105

saneamento básico, elaborados para cada um dos municípios inseridos nas UGRHIs 1, 106

2 e 3, excluído São José dos Campos que já tem seu Plano Integrado de Saneamento. 107

2. DADOS E CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE DA UGHRI 03 108

2.1 DESCRIÇÃO GERAL 109

O gerenciamento de recursos hídricos no Estado de São Paulo passou a ser feito por 110

meio de Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs) com a Lei 111

Estadual nº 9.034, que dividiu o Estado em 22 unidades. A Unidade de Gerenciamento 112

de Recursos Hídricos do Litoral Norte (UGRHI 03) contempla quatro municípios, sendo 113

eles: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. 114

Da área total da UGRHI 03, cerca de 80% são formadas por áreas continentais e 20% 115

por áreas insulares, sendo que estas últimas são representadas pela Ilha de São 116

Sebastião e por outras 61 ilhas, ilhotas e lajes. 117

A Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Litoral Norte – UGRHI 03 - 118

limita-se a nordeste com o Estado do Rio de Janeiro, a noroeste com a UGRHI 02, a 119

sudoeste com a UGRHI Baixada Santista e Alto Tietê e a sudeste com o Oceano 120

Atlântico. Esses limites compreendem uma área de 1.977 km². 121

122

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UGRHI 03 123

124

Fonte: Relatório Síntese. Diagnóstico da Situação atual dos Recursos Hídricos do Litoral Norte, IPT 125

Na parte continental da UGRHI 03 existem diversas bacias hidrográficas cujos cursos 126

d’água partem das porções mais elevadas da Serra do Mar em direção ao Oceano 127

Atlântico e desembocam neste através de vários exutórios. A maior delas é a do rio 128

Juqueriquerê (junção dos rios Camburu e Claro), que apresenta uma área de 129

drenagem em torno dos 420 km2. Também na Ilha de São Sebastião os seus cursos 130

d’água desembocam no Oceano Atlântico através de diferentes exutórios. 131

2.2 ASPECTOS FÍSICOS 132

De forma sucinta, em relação às características do meio físico, destacam-se: a 133

presença de rochas ígneas e metamórficas nas porções serranas e sedimentares e na 134

planície; acentuadas declividades ao longo de toda a Serra do Mar; e espessas 135

camadas de solo de alteração intempérica e alta pluviosidade. Tais características, 136

associadas, atuam como condicionantes naturais para as elevadas suscetibilidades da 137

região a escorregamentos, erosões e inundações. Os padrões de uso e ocupação do 138

solo são, notadamente, de uso institucional, representado pelos parques estaduais, e 139

secundariamente, de uso antrópico. O relevo da UGRHI 03 é caracterizado como 140

Província Costeira. 141

O litoral norte pode, de forma simplificada, ser dividido em dois grandes 142

compartimentos: encostas e planícies, incluindo uma zona de transição entre esses 143

entes. Considera-se também a praia como uma segunda zona de transição entre a 144

planície e o mar. 145

A formação florestal da Mata Atlântica está presente em toda a área, bem preservada, 146

sobretudo no âmbito dos limites dos Parques Estaduais da Serra do Mar e de Ilhabela, 147

fator positivo para a preservação tanto da quantidade como da qualidade dos 148

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mananciais, uma vez que a vegetação desempenha importante papel na contenção 149

dos processos erosivos. Os principais ecossistemas da região são a Mata Atlântica, 150

restinga, litoral rochoso, praias arenosas e pequenos fragmentos de manguezal. 151

Recursos Minerais 152

As atividades de mineração que aparecem na região estão relacionadas a rochas 153

ornamentais, materiais para construção civil, material de empréstimo, argilas, turfa e 154

água mineral. 155

Um grande desafio na atualidade é o aproveitamento de forma racional dos resíduos 156

provenientes de processos industriais, operações de lavra e beneficiamento de rochas 157

ornamentais. 158

Na construção civil, destaca-se a utilização dos agregados: areias, cascalhos e rochas 159

para brita, e rochas para cantaria. A produção de brita tem distribuição irregular ao 160

longo da Serra do Mar, com atividades em maior ou menor grau, de desmatamento e 161

remoção das camadas de solo situadas sobre o maciço. As alterações ambientais 162

comumente associadas à produção de brita, a partir de pedreiras, decorrem de 163

vibração, ruído, emissão de particulado, transporte, conflitos com uso e ocupação do 164

solo, etc. O desmatamento e o decapeamento executados sobre o maciço, modificam a 165

circulação das águas de superfície e de subsuperfície, instabilizando as porções 166

superiores dos taludes. As pedreiras, quando abandonadas, acabam por interferir na 167

instabilização dos maciços rochosos a partir da própria frente de lavra. 168

Áreas de Risco 169

Na UGRHI 03 verifica-se a presença de áreas degradadas, relativas a 170

escorregamentos/erosão e ao desmatamento. Os processos erosivos se intensificam 171

com o avanço da ocupação desordenada que atinge áreas destinadas à conservação 172

ambiental. A erosão não tem sido mais acelerada devido às próprias dificuldades que a 173

topografia serrana oferece à ocupação antrópica, mas que, por outro lado, favorece as 174

instabilidades de solos e encostas. 175

As encostas da Serra do Mar têm na vegetação, seu agente retardador e inibidor de 176

escorregamentos. A malha de raízes desempenha um papel mecânico resistente e a 177

floresta cumpre um papel fundamental na interceptação, na retenção e na eliminação 178

(evapotranspiração) de grande parte das águas de chuva, impedindo sua ação direta 179

sobre o solo, e diminuindo e diluindo no tempo sua capacidade de saturação. 180

2.3 VEGETAÇÃO E USO DO SOLO 181

A área territorial utilizada para as atividades antrópicas no litoral norte compreende 182

uma estreita faixa costeira devido à existência legal do Parque Estadual da Serra do 183

Mar que estabelece, na maioria das vezes, o limite superior para a área em que é 184

admitida a ocupação urbana. As características geotécnicas e condições de acesso 185

determinam, ainda, que essa ocupação se dê predominantemente nas áreas de 186

planície, baixas encostas e fundos de vale. 187

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As funções urbanas dos quatro municípios da região (Caraguatatuba, Ilhabela, São 188

Sebastião, Ubatuba) são muito semelhantes, excetuando-se os serviços portuários de 189

São Sebastião. Os municípios têm hoje, como função principal, o atendimento aos 190

turistas e veranistas, através dos serviços de restaurantes, hotéis, acampamentos, 191

estabelecimentos varejistas e outros. Esse grupo de funções caracteriza a 192

homogeneidade da região, que se reflete nos tipos de uso e ocupação do solo. 193

O uso predominante do solo em toda a região é o residencial turístico, que se 194

apresenta na maioria das vezes em loteamentos e condomínios horizontais próximos à 195

orla marítima, tendendo hoje à verticalização e expansão para o interior. As sedes 196

municipais e seus arredores mais próximos agregam a maior concentração de 197

população fixa que se distribui também em alguns núcleos tradicionais e outros mais 198

recentes, estes últimos decorrentes do aumento da população fixa em função do 199

contingente migratório para a construção civil. 200

Nas praias de ocupação mais antiga a população fixa local, que antes ocupava a zona 201

da orla marítima, já foi deslocada para o interior enquanto que nas praias de acesso 202

mais difícil esse deslocamento ainda não se deu ou apenas se inicia. A população no 203

litoral norte chega quase a dobrar na temporada, pelo afluxo da população flutuante. 204

Cobertura Vegetal na UGRHI 03 205

206

Fonte: IF (2005). Extraído do Documento: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT 207

Os usos de comércio e serviço estão concentrados nos núcleos urbanos, sendo que 208

em algumas praias já começam a se tornar expressivos. O uso industrial é pontual, não 209

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se registrando nenhuma aglomeração de estabelecimentos que mereça destaque no 210

perímetro regional. O tipo de ocupação denominado uso institucional apresenta a maior 211

área de uso. São espaços ocupados por atividades públicas municipais, estaduais e 212

federais, além do Parque Estadual da Serra do Mar que abrange cerca de 80% do 213

território. 214

Unidades de Conservação 215

A UGRHI 03 possui as Unidades de Conservação que estão apresentadas no quadro a 216

seguir: 217

UC Proteção Legal Área (ha) Administração Municípios

Parque Nacional - PN

Serra da Bocaina

Decretos Federais nº

68.172/71 e nº 70.694/72

104.000 IBAMA Ubatuba

Parque Estadual - PE

P.E. Serra do Mar

Decretos Estaduais nº 10.251/77 e nº 13.313/79

315.390 Instituto

Florestal (SMA) Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba

P.E. Ilha Anchieta Decreto Estadual

nº 9.629/77 828

Instituto Florestal (SMA)

Ubatuba

P.E. Ilhabela Decreto Estadual

nº 9.414/77 27.025

Instituto Florestal (SMA)

Ilhabela

Estação Ecológica E.E.

E.E. Tupinambás Decreto Federal

nº 94.656/87 2.445,2 IBAMA Ubatuba e São Sebastião

Área de Proteção Ambiental - APA

APA Alcatrazes

Lei nº 848/92 e Decreto

Municipal nº 2.029/97

- Prefeitura Municipal

São Sebastião

APA Ilha de Itaçucé Decreto

Municipal nº 1.964/96

- Prefeitura Municipal

São Sebastião

continua 218 219

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220

UCA Proteção Legal Área (há) Administração Municípios

Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN

RPPN Morro do Curussú-Mirim

Portaria IBAMA n° 87/99

22,8 Gradual

Participações LTDA

Ubatuba

RPPN Sítio do Jacu Portaria IBAMA

n° 52/01 1,59 Bernard Ledue Caraguatatuba

RPPN Toque-Toque Pequeno

Portaria IBAMA n° 09/00

2,70 Mieko Kishi São Sebastião

RPPN Rizzieri Portaria IBAMA

n° 05/03 1.282,00

João Batista Baldine Rizzieri

São Sebastião

Área sob Proteção Especial - ASPE

ASPE do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São

Paulo - Cebimar

Resolução SMA de 10/2/87

107 SMA São Sebastião

ASPE do Costão do Navio

Resolução SMA de 10/2/87

199,32 SMA São Sebastião

ASPE do Costão de Boiçucanga

Resolução SMA de 10/2/87

192 SMA São Sebastião

Área Natural Tombada - ANT

ANT Serra do Mar e de Paranapiacaba

Resolução n° 40/85

1.300.000 Condephaat Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba

ANT Ilhas do Litoral Paulista

Resolução n° 8/94

- Condephaat Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba

ANT Núcleo Caiçara de Picinguaba

Resolução nº 7/83

176,27 Condephaat Ubatuba

Terra Indígena - TI

TI Boa Vista do Sertão do Prumirim

Decreto Federal n° 94.220/87

920,66 FUNAI Ubatuba

TI Ribeirão Silveira Decreto Federal

n° 94.568/87 948,40 FUNAI São Sebastião

Reserva Biosfera

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

RBMA -

Cerca de 35.000.000

Conselho Nacional da

RBMA

Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba

Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, dez/2009

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2.4 CLIMA1 221

O litoral norte caracteriza-se por pequenas planícies costeiras encontradas entre os 222

esporões da Serra do Mar, à exceção da Enseada de Caraguatatuba, que constitui a 223

maior porção sedimentar da região. Essa região, localizada no limite da zona tropical, é 224

fortemente influenciada pelos sistemas tropicais e polares, que atuam de forma 225

desigual, sendo que estes últimos determinam o ritmo climático regional. O confronto 226

entre esses dois sistemas é um dos principais responsáveis pela precipitação 227

pluviométrica da região, caracterizada como uma das mais chuvosas do país. 228

Os maiores índices pluviométricos encontram-se nas encostas de Ubatuba (Mato 229

Dentro, 3.200 mm) e os menores índices (1.371 mm) são registrados em Ilhabela, na 230

porção voltada para o canal, onde quase não penetram os fluxos atmosféricos (efeito 231

de sombra). 232

As chuvas são mais abundantes no verão, perfazendo 37% do volume total, sendo 233

janeiro, geralmente, o mês mais chuvoso. Na primavera, o confronto entre os sistemas 234

tropicais e extratropicais, ambos úmidos, provocam chuvas intensas e constantes, 235

apresentando índices pluviométricos elevados totalizando 29% do volume. O outono e 236

inverno têm uma participação de 19,3 e 14,7%, respectivamente. 237

No tocante à temperatura, a região do litoral norte não apresenta uma variação sazonal 238

tão marcante quanto na porção interior do território paulista. Os meses mais quentes do 239

ano estão relacionados com período de verão, com médias superiores a 24oC e os 240

meses mais frios correspondem a junho, julho e agosto, cujas médias variam entre 17 e 241

20oC. 242

2.5 CONJUNTURA SOCIO-ECONÔMICA 243

De acordo com o IBGE, no ano de 2000, nos quatro municípios que compõem a 244

UGRHI 03, a população total era de 223.914 habitantes e a população flutuante chegou 245

a 1.450.000 turistas, cerca de 6,5 vezes mais que a moradora. 246

A atividade econômica mais importante na UGRHI 03 é o turismo de veraneio, com a 247

predominância do setor terciário, comércio e serviços, o qual constitui a mola 248

propulsora do desenvolvimento regional. A extensa orla marítima e temperaturas 249

agradáveis o ano todo, propiciam condições propícias para atividades de lazer praiano. 250

Uma implicação direta é o grande número de moradias de uso ocasional, de hotéis e 251

de pousadas já existentes; a tendência é de expansão com o advento de novas 252

construções para atender à demanda turística. 253

O Terminal Marítimo da Petrobrás, em São Sebastião, é também, uma referência 254

importante na infraestrutura econômica da região, embora tenha uma capacidade 255

limitada como potencializador de outros investimentos. Há, ainda, a agricultura, em 256

algumas áreas destinadas à cultura de gengibre. 257

1 Fonte: Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos pelos Sistemas de Águas e

Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo - SABESP, Relatório Final, elaboração: Estudos Técnicos e Projetos ETEP Ltda, 2005

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2.6 DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA UGRHI 03 258

A UGRHI do Litoral Norte é dividida em 34 sub-bacias hidrográficas e esta 259

compartimentação mostra-se bastante particular na região. Destacam-se as bacias 260

hidrográficas referentes aos rios da Iriri/Onça, Fazenda/Bicas, Itamambuca, Perequê-261

Mirim, Juqueriquerê, Maresias, Juqueí, Una e Camburi. 262

263

Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT 264

Águas Subterrâneas 265

O Litoral Norte conta com dois sistemas aqüíferos: o sistema aqüífero fraturado 266

correspondente a terrenos cristalinos da Serra do Mar, permeáveis por fraturamento de 267

rochas e o sistema aqüífero sedimentar (aqüífero litorâneo), permeáveis por porosidade 268

granular, correspondendo a sedimentos ao longo das praias. Os citados Sistemas 269

Aqüíferos Cristalino e Litorâneo ocorrem, respectivamente, em cerca de 85 e 15% da 270

área do Litoral Norte. 271

272

Page 14: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

12

Potencialidade de água Subterrânea na UGRHI 03 273

274

Fonte: DAEE/IG/IPT/CPRM (2005). Extraído do Documento: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT 275

A porção do aquífero Cristalino que está contida na UGRHI 03 está com sua maior 276

dimensão protegida pelo Parque Estadual da Serra do Mar, apresentando baixíssima 277

ocupação antrópica. Os dois sistemas aquíferos da UGRHI 03, por serem livres, 278

apresentam vulnerabilidade natural à contaminação, no entanto, o Aquífero Litorâneo, 279

por ser um meio contínuo (sedimentar), é considerado mais sensível à contaminação 280

que o Aquífero Cristalino (meio descontínuo). 281

282

Page 15: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

13

283

Disponibilidade Hídrica Subterrânea na UGRHI 03

Sub-bacias Hidrográficas

Área (km²) Oferta (m³/s)

Q7,10 50% Q7,10

1 79,9 0,860 0,430

2 74,2 1,090 0,545

3 166,4 2,170 1,085

4 21 0,240 0,120

5 56,4 0,640 0,320

6 37,5 0,480 0,240

7 102,6 1,350 0,675

8 16,5 0,250 0,125

9 61,5 0,710 0,355

10 67,7 0,700 0,350

11 23,6 0,300 0,150

12 4,2 0,490 0,245

13 35,5 0,490 0,245

14 25,3 0,430 0,215

15 39,8 0,670 0,335

16 419,4 2,790 1,395

17 16,8 0,060 0,030

18 10,6 0,190 0,095

19 18,1 0,310 0,155

20 21,9 0,210 0,105

21 28,1 0,160 0,080

22 33,2 0,381 0,191

23 36,2 0,540 0,270

24 24 0,330 0,165

25 14,9 0,210 0,105

26 120,7 1,720 0,860

27 18,9 0,113 0,057

28 13,1 0,080 0,040

29 12,3 0,110 0,055

30 49,8 0,230 0,115

31 38,3 0,160 0,080

32 91,3 0,500 0,250

33 85,6 0,480 0,240

34 29,2 0,150 0,075

Total 1.957,00 19.594 9.797

Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte 2009, CBH Litoral Norte, dezembro/2009.

284

Page 16: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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14

Águas Superficiais 285

Conforme já mencionado, os índices mais elevados de pluviosidade da região 286

encontram-se no alto da Serra do Mar e nas encostas de Ubatuba, enquanto que os 287

menores índices são registrados em Ilhabela. 288

Disponibilidade de Recursos Hídricos na UGRHI 03 e Estado de SP

UGRHI 03 Litoral Norte Estado de São Paulo

Dis

pon

ibili

dade

(m³/

s)

(1)

Vazão Mínima Superficial (Q7/10) 27,0 893,0

Reservas Exploráveis Água Subterrânea 8,2 336,1

Disponibilidade Total 35,2 1.229,1

(1) PERH, 2005. Fonte: “Situação dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo - ano base 2007”, SMA, 2009.

289

Disponibilidade Hídrica nas Sub-bacias da UGRHI 03 - Litoral Norte

Sub-Bacia Município Área de

Drenagem (km

2)

Disponibilidade Hídrica (m

3/s)

Q7,10

Rio Fazenda / Bicas Ubatuba 79,9 0,860

Rio Iriri / Onça Ubatuba 74,2 1,090*

Rio Quiririm / Puruba Ubatuba 166,4 2,170*

Rio Prumirim Ubatuba 21,0 0,240*

Rio Itamambuca Ubatuba 56,4 0,640*

Rio Indaiá / Capim Melado Ubatuba 37,5 0,480*

Rio Grande de Ubatuba Ubatuba 102,6 1,350

Rio Perequê-Mirim Ubatuba 16,5 0,250*

Rio Escuro / Comprido Ubatuba 61,5 0,710*

Rio Maranduba/Arariba Ubatuba 67,7 0,700

Rio Tabatinga Ubatuba/Caraguatatuba 23,6 0,300*

Rio Mocóca Caraguatatuba 40,2 0,490*

continua 290

291

Page 17: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

15

continuação 292

Sub-Bacia Município Área de

Drenagem (km

2)

Disponibilidade Hídrica (m

3/s)

Q7,10

Rio Massaguaçu/Bacuí Caraguatatuba 35,5 0,490*

Rio Guaxinduba Caraguatatuba 25,3 0,430*

Rio Santo Antonio Caraguatatuba 39,8 0,670*

Rio Juqueriquerê Caraguatatuba/São Sebastião 419,4 2,790

Rio São Francisco São Sebastião 16,8 0,060

São Sebastião São Sebastião 10,6 0,190*

Ribeirão Grande São Sebastião 18,1 0,310*

Paúba São Sebastião 21,9 0,210*

Rio Maresias São Sebastião 28,1 0,160

Rio Grande São Sebastião 33,2 0,381*

Rio Camburi São Sebastião 36,2 0,540*

Rio Barra do Saí São Sebastião 24,00 0,330*

Rio Juqueí São Sebastião 14,9 0,210*

Rio Una São Sebastião 120,7 1,720*

Córrego do Jabaquara Ilhabela 18,9

Córrego Bicuíba Ilhabela 13,1 0,080*

Córrego Ilhabela/ Cachoeira Ilhabela 12,3 0,110

Córrego Paquera/Cego Ilhabela 49,8 0,230*

Cor. São Pedro/ São Sebastião/ Frade Ilhabela 38,3 0,160

Córrego Sepituba / Ipiranga/ Boneti/ Enchovas/ Tocas

Ilhabela 91,3 0,500*

Córrego Manso/ Engenho/ Castelhano/ Cabeçuda

Ilhabela 85,6 0,480*

Córrego do Poço Ilhabela 29,2 0,150*

Total 1.957,0 19,600

Fonte: CBH litoral norte - IPT/ nov/2000; Q 7,10 = Vazão Superficial Mínima Disponível; (*) Dados de Cadastro DAEE.

2.7 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS 293

A utilização dos recursos hídricos é feita para diferentes tipos de uso conforme 294

definição do DAEE, sendo eles: Industrial: (uso em empreendimentos industriais, nos 295

seus sistemas de processo, refrigeração, uso sanitário, combate a incêndio, além de 296

outros), Urbano (água que se destina predominantemente ao consumo humano em 297

núcleos urbanos, tais como cidades, bairros, distritos, vilas, loteamentos, condomínios, 298

comunidades, dentre outros), Irrigação (água utilizada em irrigação das mais distintas 299

culturas agrícolas), Rural (uso da água em atividades na zona rural, tais como 300

Page 18: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

16

aqüicultura, pecuária, dentre outros, excetuando-se o uso na irrigação que possui 301

classificação específica, conforme citado anteriormente), Mineração (diz respeito a toda 302

a água utilizada nos processos de mineração, incluindo lavra de areia), Recreação e 303

Paisagismo (uso em atividades de recreação, tais como piscinas, lagos para pescaria, 304

bem como para composição paisagística de propriedades (lagos, chafarizes, etc, e 305

outros), Comércio e Serviços (utilização da água em empreendimentos comerciais e 306

prestadores de serviços, seja nas suas atividades propriamente ditas ou com fins 307

sanitários em shopping centers, postos de serviços, hotéis, clubes, hospitais, etc.) e 308

outros (utilização da água em atividades que não se enquadram em nenhuma das 309

anteriores ou senão, quando a fonte de informação ou de registro do uso da água não 310

especifica claramente em qual a categoria se enquadra um determinado usuário. 311

As tabelas apresentadas ilustram os diversos tipos de utilização e foram extraídas do 312

Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte (2009): 313

Caracterização geral da utilização dos recursos hídricos na captação subterrânea e superficial na 314 UGRHI 03 315

Usos

Demanda (m3/s)

Captação Subterrânea Captação Superficial

Urbano 0,186 1,61

Rural - 0,512

Comércio e Serviços 0,003 -

Industrial 0,005 0,468

Geração de energia - 0,006

Outros 0,019 0,213

Total 0,213 2,809

316

Page 19: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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17

2.8 INSERÇÃO DE ILHABELA NA UGRHI 03 317

Localização 318

Localização do Município de Ilhabela na UGRHI 03 319

320 Fonte: Plano de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte 2009 321

O município de Ilhabela está localizado na Região Administrativa de São José dos 322

Campos e Região de Governo de Caraguatatuba, no Litoral Norte, a cerca de 190 km 323

da capital paulista. Limita-se a noroeste com o Canal de São Sebastião e a norte, leste, 324

sul e oeste com o Oceano Atlântico. 325

Acesso 326

O acesso a Ilhabela é realizado via balsa, a partir da cidade de São Sebastião, que por 327

sua vez é acessada pela Rodovia Dr. Manoel Hippolito Rego (SP-055). 328

Ocupação Populacional 329

A cidade de Ilhabela conta com 28.5262 habitantes, distribuídos em uma área de 330

348,30 km² e densidade de 81,90 hab/km². Mais da metade da população localiza-se 331

em zona urbana, pois a taxa de urbanização é de 99,16%. 332

A evolução da população urbana e rural em Ilhabela é apresentada no quadro a seguir, 333

sendo que enquanto a população urbana no município foi gradativamente crescendo, a 334

2 Projeção SEADE, consulta set/2010

Page 20: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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18

população rural obteve seu pico nos anos de 1990 e 1995 (247hab), com posterior 335

redução nos anos seguintes, alcançando, no ano de 2009, cerca de 232 habitantes. 336

Local 1980 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009

Evolução da População urbana

Ilhabela 7.515 12.550 16.349 20.506 24.361 25.107 25.875 26.656 27.458

Evolução da população rural

Ilhabela 228 247 247 246 227 223 218 225 232

Fonte: SEADE/2010

Unidades de Conservação 337

As Unidades de Conservação que abrangem o município de Ilhabela estão 338

identificadas no quadro a seguir: 339

UC Proteção Legal Área (há) Administração Municípios

Parque Estadual de Ilhabela

Decr. Est. 9.414/77 27.025 IF Ilhabela

Tombamento da Serra do Mar e

de Paranapiacaba

Res. Est. 40/85 1.300.000 CONDEPHAAT Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RBMA

- Cerca de

35.000.000

Conselho Nacional da

RBMA

Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT.

Sub-bacias 340

A UGRHI 03 foi dividida em 34 sub-bacias, distribuídas nos quatro municípios que a 341

configuram. O quadro a seguir apresenta as sub-bacias identificadas em Ilhabela, 342

(mapa ilustrativo do item 2.6 do presente relatório): 343

344

Page 21: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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19

345

Nº Sub-bacia Área (km²)

27 Córrego do Jabaquara 18,9

28 Córrego Bicuíba 13,1

29 Córrego Ilhabela/ Cachoeira 12,3

30 Córrego Paquera/ Cego 49,8

31 Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade 38,3

32 Córrego Sepituba/ Ipiranga/ Boneti/ Enchovas/ Tocas 91,3

33 Córrego Manso, Engenheiro, Castelhano/ Cabeçuda 85,6

34 Córrego do Poço 29,2

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

2.9 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 346

- Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte 2009, Comitê de Bacia Hidrográfica do 347

Litoral Norte, dezembro/2009; 348

- RELATÓRIO Nº 57.540 - Plano de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Litoral 349

Norte, Comitê de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, Fundo Estadual de Recursos 350

Hídricos – Fehidro, IPT; 351

- Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004/2007 – UGRHI 03 Litoral Norte, Governo 352

do Estado de São Paulo – Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Consórcio 353

JMR/Engecorps; 354

- Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo – Ano base 2007, Governo 355

do Estado de São Paulo – SMA e Coordenadoria de Recursos Hídricos, São Paulo, 356

2009; 357

- Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos pelos 358

Sistemas de Águas e Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo - SABESP, 359

Relatório Final, elaboração: Estudos Técnicos e Projetos ETEP Ltda, 2005; 360

- SEADE, consultas via site oficial em agosto/2010. 361

3. BASES E FUNDAMENTOS LEGAIS DOS PLANOS MUNICIPAIS DE 362

SANEAMENTO 363

3.1. INTRODUÇÃO 364

O presente item trata das questões jurídicas e institucionais que interferem na 365

elaboração dos planos municipais de saneamento básico nas seguintes Unidades 366

Page 22: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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20

Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos: UGRHI 3/Litoral Norte, 367

conforme a divisão dos recursos hídricos do Estado de São Paulo, estabelecida no 368

Anexo I da Lei nº 9.034 de 27-12-1994. 369

Os planos de saneamento estão previstos na Lei nº 11.445, de 5-1-2007, que 370

dispõe sobre as diretrizes nacionais para o saneamento básico. Essa lei, que revogou 371

a norma anterior – Lei nº 6.528, de 11-5-1978, veio estabelecer, após longo período de 372

discussões em nível nacional, uma política pública para o setor do saneamento, com 373

vistas a estabelecer a sua base de princípios, a identificação dos próprios serviços, as 374

diversas formas de sua prestação, a obrigatoriedade do planejamento e da regulação, 375

o âmbito da atuação do titular dos serviços, assim como a sua sustentabilidade 376

econômico-financeira, além de dispor sobre o controle social da prestação. 377

Vale dizer que, com a edição dessa lei abriram-se, sob o aspecto institucional, novos 378

caminhos para a prestação dos serviços de saneamento básico e também para o 379

alcance dos objetivos ambientais e de saúde pública que envolvem a matéria. 380

Evidentemente, um longo caminho existe entre a edição da lei e a efetiva melhoria dos 381

níveis de qualidade ambiental desejados. Os planos de saneamento básico consistem, 382

dessa forma, em um dos instrumentos de alcance da efetividade da norma, conforme 383

será detalhado adiante. 384

Também será objeto de análise a Lei nº 11.107/07, que dispõe sobre os consórcios 385

públicos e que veio apresentar novos arranjos institucionais para a execução de 386

atividades inerentes aos Poderes Públicos, como é o caso do saneamento básico, 387

tanto no que se refere ao exercício da titularidade como à prestação dos serviços. 388

Com a edição da Lei nº 12.305, de 2-8-2010, que institui a Política Nacional de 389

Resíduos Sólidos, e considerando a forte interação entre essa norma e a Lei de 390

saneamento, serão verificados alguns conceitos aplicáveis aos municípios, no que se 391

refere aos planos de resíduos sólidos. 392

Serão abordados ainda dois temas fundamentais: a titularidade e a prestação dos 393

serviços. Em relação à titularidade, será verificado no que consiste essa atividade e as 394

formas legalmente previstas para o seu exercício. Quanto à prestação dos serviços de 395

saneamento básico cabe estudar as diversas formas de prestação, incluindo a 396

prestação regionalizada, modalidade prevista na Lei nº 11.445/07 e se caracteriza 397

pelas seguintes situações: 398

um único prestador do serviço para vários Municípios, contíguos ou não; 399

uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, inclusive de sua 400

remuneração; 401

compatibilidade de planejamento3. 402

403

3 Lei nº 11.445/07, art. 14.

Page 23: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

21

404

3.2. ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS 405

A Lei nº 11.445/07 define, como serviços de saneamento básico, as infra-estruturas e 406

instalações operacionais de quatro categorias: 407

a. abastecimento de água potável; 408

b. esgotamento sanitário; 409

c. limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; 410

d. drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. 411

3.2.1 Abastecimento de Água Potável 412

O abastecimento de água potável é constituído pelas atividades, infra-estruturas e 413

instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação 414

até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição4. Isso significa a 415

captação em um corpo hídrico superficial ou subterrâneo, o tratamento, a reservação e 416

a adução até os pontos de ligação e é um forte indicador do desenvolvimento de um 417

país, principalmente pela sua estreita relação com a saúde pública e o meio ambiente. 418

Para o abastecimento público, visando prioritariamente ao consumo humano, são 419

necessários mananciais protegidos e uma qualidade compatível com os padrões de 420

potabilidade legalmente fixados, sob pena de ocorrência de diversas doenças, como 421

diarréia, cólera etc. No que se refere à diluição de efluentes, muitas vezes lançados 422

ilegalmente in natura e sem o adequado tratamento pelos serviços de abastecimento 423

de água e esgotamento sanitário, a poluição dos corpos hídricos compromete as 424

captações de água das cidades que se encontram a jusante. 425

É dever do Poder Público garantir o abastecimento de água potável à população, 426

obtida dos rios, reservatórios ou aquíferos. A água derivada dos mananciais para o 427

abastecimento público deve possuir condições tais que, mediante tratamento, em 428

vários níveis, de acordo com a necessidade, possa ser fornecida à população nos 429

padrões legais de potabilidade, sem qualquer risco de contaminação. Os serviços de 430

água e esgotamento sanitário, essenciais em todos os centros urbanos, usam a água 431

de duas formas: para o abastecimento e para a diluição de efluentes. O fator captação 432

da água encontra-se estreitamente ligado à idéia do lançamento das águas servidas. 433

Parte da água captada é devolvida ao corpo hídrico, após o uso, o que implica que a 434

água servida deve submeter-se a tratamento antes da devolução, para que não 435

prejudique a qualidade desse receptor. 436

4 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, a.

Page 24: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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22

Os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade 437

da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são competência da 438

União, vigorando a Portaria nº 518, de 25-3-2004, do Ministério da Saúde, que aprovou 439

a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano. 440

O Decreto nº 5.440, de 4-5-2005, que estabelece definições e procedimentos sobre o 441

controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e 442

instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água 443

para consumo humano, fixa, em seu Anexo – Regulamento Técnico sobre Mecanismos 444

e Instrumentos para Divulgação de Informação ao Consumidor sobre a Qualidade da 445

Água para Consumo Humano, as seguintes definições: 446

água potável – água para consumo humano cujos parâmetros 447

microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de 448

potabilidade e que não ofereça riscos à saúde5; 449

sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação 450

composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à 451

produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a 452

responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de 453

concessão ou permissão6; 454

solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – toda 455

modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de 456

abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, 457

distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e 458

vertical7; 459

controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de 460

atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação 461

de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a 462

verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a 463

manutenção desta condição8; 464

vigilância da qualidade da água para consumo humano – conjunto de ações 465

adotadas continuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a 466

água consumida pela população atende a esta norma e para avaliar os riscos 467

que os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água 468

representam para a saúde humana9. 469

5 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, I.

6 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, II.

7 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, III.

8 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, IV.

9 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, V.

Page 25: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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23

3.2.2. Esgotamento Sanitário 470

O esgotamento sanitário constitui-se pelas atividades, infra-estruturas e instalações 471

operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos 472

esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio 473

ambiente10. 474

Os esgotos urbanos lançados in natura, principalmente em rios, têm sido fonte de 475

preocupação dos governos e da atuação do Ministério Público, pela poluição da água 476

ou, no mínimo, pela alteração de sua qualidade, principalmente no que toca ao 477

abastecimento das populações a jusante. Certamente, o índice de poluição que o 478

lançamento de esgotos provoca no corpo receptor depende de outras condições, como 479

a vazão do rio, o declive, a qualidade do corpo hídrico, a natureza dos dejetos etc. Mas 480

estará sempre degradando, em maior ou menor grau, a qualidade das águas, o que 481

repercute diretamente na quantidade de água disponível ao abastecimento público. 482

E, para que essa água se torne potável, mais complexo – e caro – será o seu 483

tratamento. Ou seja, a disponibilidade de água para o abastecimento público depende, 484

entre outros fatores, do tratamento dos esgotos domésticos, questão que o país ainda 485

não conseguiu equacionar. A aplicação da Lei nº 11.445/07 pode vir a modificar essa 486

situação. Daí a importância dos planos de saneamento, entre outros instrumentos da 487

política de saneamento. 488

Tanto o abastecimento de água como o esgotamento sanitário, pela complexidade da 489

prestação, custos de obras – Estações de Tratamento de Água – ETA e Estações de 490

Tratamento de Esgotos – ETE, redes, ligações, observância das normas e padrões de 491

potabilidade – possuem um sistema de cobrança direta do usuário, por meio de tarifas 492

e preços públicos. A Lei de Saneamento determina, nesse sentido, que os serviços 493

terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, 494

mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento de água e 495

esgotamento sanitário preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos, 496

que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos 497

conjuntamente11. 498

3.2.3. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 499

A limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, considerados juridicamente como 500

elementos integrantes do saneamento básico, representam o conjunto de atividades, 501

infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento 502

e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de 503

logradouros e vias públicas12. 504

A limpeza urbana, de competência municipal, é outra fonte de inúmeros problemas 505

ambientais e de saúde pública, quando prestada de forma inadequada. Cabe também 506

ao Poder Público garantir a coleta, o transporte e o lançamento do lixo em aterros 507

10 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, b.

11 Lei nº 11.445/07, art. 29, I.

12 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, c.

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sanitários adequados, devidamente licenciados, que impeçam a percolação do 508

chorume – “líquido de elevada acidez, resultante da decomposição de restos de 509

matéria orgânica, muito comum nas lixeiras”13 – em lençóis freáticos e a ocorrência de 510

outros danos ao ambiente e à saúde das populações. 511

Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos 512

urbanos recicláveis ou reutilizáveis, atividades praticadas por associações ou 513

cooperativas, é dispensado o processo de licitação,14 como forma de estimular essa 514

prática ambiental. 515

O serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é 516

composto, assim, pelas seguintes atividades: 517

coleta, transbordo e transporte do lixo doméstico e do lixo originário da 518

varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; 519

triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por 520

compostagem, e disposição final do lixo doméstico e do lixo originário da 521

varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; 522

varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros 523

eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana.15 524

Assim como para os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a Lei 525

nº 11.445/07 determina que a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos urbanos 526

terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, 527

mediante remuneração pela cobrança de taxas ou tarifas e outros preços públicos, em 528

conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades16. 529

A Lei nº 12.305/201017, ao instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispõe 530

expressamente sobre a necessidade de articulação dessa norma com a Lei nº 531

11.445/07, entre outras leis18. Cabe ressaltar que a nova norma trata de questões que 532

impactam os sistemas vigentes nos serviços de limpeza urbana, na medida em que 533

estabelece, em seus objetivos, “a não geração, redução, reutilização, reciclagem e 534

tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente 535

adequada dos rejeitos”, que por sua vez significa a “distribuição ordenada de rejeitos 536

em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou 537

riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais 538

adversos”19. 539

13 FORNARI NETO, Ernani. Dicionário prático de ecologia. São Paulo: Aquariana, 2001, p. 54.

14 Lei nº 8.666/93, art. 24, XXVII.

15 Lei nº 11.445/07, art. 7º.

16 Lei nº 11.445/07, art. 29, II.

17 A Lei nº 12.305/10 entrou em vigor na data de sua publicação, mas a vigência do disposto nos artigos 16 e 18 ocorrerá em dois anos da referida publicação.

18 Lei nº 12.305/10, art. 5º.

19 Lei nº 12.305/10, art. 3º,VIII.

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3.2.4. Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas 540

Já a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas consistem no conjunto de 541

atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas 542

pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de 543

cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas20. 544

Possui uma forte relação com os demais serviços de saneamento básico, pois os 545

danos causados por enchentes tornam-se mais ou menos graves proporcionalmente à 546

eficiência dos outros serviços de saneamento. Águas poluídas por esgoto ou por lixo na 547

ocorrência de enchentes aumentam os riscos de doenças graves, piorando as 548

condições ambientais e a qualidade de vida das pessoas. 549

Nos termos da lei do saneamento, os serviços de manejo de águas pluviais urbanas 550

terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, 551

mediante remuneração pela cobrança dos serviços na forma de tributos, inclusive 552

taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades21. 553

3.3. TITULARIDADE DOS SERVIÇOS 554

3.3.1. Essencialidade 555

Teoricamente, o que distingue e caracteriza o serviço público das demais atividades 556

econômicas é o fato de ele ser essencial para a comunidade. A sua falta, ou a 557

prestação insuficiente ou inadequada podem causar danos a pessoas e a bens. 558

Por essa razão, a prestação do serviço público é de titularidade do Poder Público, 559

responsável pelo bem estar social. Trata-se, pois, de um “serviço público, prestado pela 560

Administração ou por seus delegados, de acordo com normas e sob o controle do 561

Estado, para satisfazer as necessidades da coletividade ou a conveniência do 562

Estado”.22 563

Cabe salientar que a ação de saneamento executada por meio de soluções individuais 564

não se caracteriza como serviço público quando o usuário não depender de terceiros 565

para operar os serviços, da mesma forma que as ações e serviços de saneamento 566

básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de 567

responsabilidade do gerador.23 568

3.3.2. Titularidade do Saneamento na UGRHI em Estudo 569

Todo serviço público, por ser essencial, se encontra sob a responsabilidade de um ente 570

de direito público: União, Estado Distrito Federal ou Município. Essa repartição de 571

competências para cada serviço é estabelecida pela Constituição Federal. Assim, por 572

exemplo, os serviços públicos de energia elétrica são de titularidade da União, 573

conforme estabelece o art. 21, XII, b. Os serviços públicos relativos ao gás canalizado 574

20 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, b.

21 Lei nº 11.445/07, art. 29, II.

22 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 329.

23 Lei nº 11.455/07, art. 5º.

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competem aos Estados, em face do art. 25, II. Já os serviços públicos de titularidade 575

dos Municípios não estão descritos na Constituição, que apenas determina, para esses 576

entes federados, a prestação de serviços públicos de “interesse local”, diretamente ou 577

sob o regime de concessão ou permissão.24 578

Embora não haja qualquer dúvida quanto à titularidade dos municípios no que se refere 579

aos serviços de limpeza urbana e drenagem, em relação ao saneamento, há, porém, 580

uma discussão entre Estados e Municípios que tramita no Supremo Tribunal Federal, 581

ainda sem solução25.. 582

Paralelamente, a CF/88 transferiu aos Estados a competência para instituir regiões 583

metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, agrupando Municípios 584

limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções 585

públicas de interesse comum.26 586

Em tese, os serviços de saneamento em cidades localizadas em regiões 587

metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões, seriam de titularidade 588

estadual, cabendo aos Estados assumir a titularidade nas hipóteses do art. 25, § 3º. 589

Contudo, muitos serviços de saneamento vêm sendo prestados por Municípios 590

localizados em regiões metropolitanas, situação que permanece ao longo de décadas. 591

Quando da promulgação da Constituição de 1988, não se alterou o que era já uma 592

tradição. 593

Diante desse impasse, e da indefinição do STF na solução da matéria, a Lei federal nº 594

11.107, de 6-4-2005 – Lei de Consórcios Públicos – veio alterar esse quadro, 595

estabelecendo novos arranjos institucionais para a prestação de serviços públicos, 596

inclusive os se saneamento básico, que tiram o foco da questão da titularidade. No 597

novo modelo, os entes federados podem fazer parte de um único consórcio, o qual 598

contratará os serviços e exercerá o papel de concedente, por delegação, através de lei. 599

A Lei nº 11.445/07, adotando essa linha, não define expressamente o titular do serviço, 600

prevendo apenas que este poderá delegar a organização, a regulação, a fiscalização e 601

a prestação dos serviços, mediante contrato ou convênio, a outros entes federativos, 602

nos termos do art. 24127 da Constituição Federal e da Lei nº 11.107/05. Cabe lembrar 603

que a delegação também pode ser concedida ao particular, nos moldes da Lei nº 604

8.987/95. 605

No caso da UGRHI objeto deste estudo, que se encontram fora de regiões 606

metropolitanas, não há dúvida de que os municípios são os titulares de todos os 607

serviços de saneamento básico28 e responsáveis pelos planos municipais de 608

24 CF/88, art. 30, V.

25 ADI/1842 – Ação Direta de Inconsticionalidade.

26 CF/88, art. 25, § 3º.

27 “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes

federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos

serviços transferidos.” Redação da EC nº 19/98.

28 A discussão acerca da titularidade – entre Estado e Municípios, sobretudo em Regiões Metropolitanas - foi uma das causas do atraso no consenso necessário à aprovação

da política nacional do saneamento.

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saneamento além de todas as outras ações relativas à sua correta prestação, com os 609

seguintes objetivos: cidade limpa, livre de enchentes, com esgotos coletados e tratados 610

e água fornecida a todos nos padrões legais de potabilidade. 611

3.3.3. Atribuições do Titular 612

É importante verificar no que consiste a titularidade de um serviço público. Já foi visto 613

que sua característica básica é o fato de ser essencial para a sociedade constituindo, 614

por essa razão, competência do Poder Público, responsável pela administração do 615

Estado. De acordo com o art. 9º da Lei nº 11.445/07, o titular dos serviços – no caso 616

presente, o município - formulará a respectiva política pública de saneamento 617

básico, devendo, para tanto, cumprir uma série de atribuições. 618

Essas atribuições referem-se ao planejamento dos serviços, sua regulação, a 619

prestação propriamente dita e a fiscalização. Cada uma dessas atividades é distinta 620

das outras, com características próprias. Mas todas se interrelacionam e são 621

obrigatórias para o município, já que a Lei nº 11.445/07 determina expressamente as 622

ações correlatas ao exercício da titularidade, conforme segue29: 623

I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei; 624

II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente 625

responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos 626

de sua atuação; 627

III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde 628

pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para 629

abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à 630

potabilidade da água; 631

IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários; 632

V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do 633

caput do art. 3o da Lei nº 11.445/07; 634

VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o 635

Sistema Nacional de Informações em Saneamento; 636

VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da 637

entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos 638

documentos contratuais. 639

Cabe ressaltar que o Município, sendo o titular dos serviços, pode e deve exercer todas 640

as atividades relativas a essa titularidade – organização (planejamento), regulação, 641

fiscalização e prestação dos serviços - ou delegá-las a terceiros, por meio de 642

instrumentos jurídicos próprios, de acordo com o que a lei determina. 643

29 Lei nº 11.445/07, no art. 9º.

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28

3.3.3.1. Planejamento 644

A organização ou planejamento consiste no estudo e na fixação das diretrizes e metas 645

que deverão orientar uma determinada ação. No caso do saneamento, é preciso 646

planejar como será feita a prestação dos serviços de saneamento, de acordo com as 647

características e necessidades locais, com vistas a garantir que essa prestação 648

corresponda a resultados positivos, no que se refere à melhoria da qualidade ambiental 649

e da saúde pública. O planejamento também corresponde ao princípio da eficiência30, 650

pois direciona o uso racional dos recursos públicos. Nessa linha, a Lei nº 11.445/07 651

menciona expressamente os princípios da eficiência e da sustentabilidade 652

econômica como fundamentos da prestação dos serviços de saneamento básico31. 653

Elaborar os planos de saneamento básico constitui um dos deveres do titular dos 654

serviços32. A elaboração desses planos se encontra no âmbito das atribuições legais 655

do município. Segundo a Lei nº 11.445/07, em seu art. 19, a prestação de serviços 656

públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada 657

serviço – abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem. 658

O conteúdo mínimo estabelecido para os planos de saneamento é bastante abrangente 659

e não se limita a um diagnóstico e ao estabelecimento de um programa para o futuro. 660

Evidentemente, é prevista a elaboração de um diagnóstico da situação e de seus 661

impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, 662

epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das 663

deficiências detectadas33. É necessário o conhecimento da situação ambiental, de 664

saúde pública, social e econômica do Município, verificando os impactos dos serviços 665

de saneamento nesses indicadores. 666

A partir daí, cabe traçar os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a 667

universalização34, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a 668

compatibilidade com os demais planos setoriais. Cabe lembrar que o princípio da 669

universalização dos serviços, previsto no art. 2º da lei de saneamento, consiste na 670

ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento 671

básico35, de modo que, conforme as metas estabelecidas, a totalidade da população 672

tenha acesso ao saneamento. 673

Uma vez estabelecidos os objetivos e metas para a universalização dos serviços, cabe 674

ao plano a indicação de programas, projetos e ações necessárias para atingir os 675

objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e 676

com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de 677

financiamento. 678

30 Previsto na Constituição Federal de 1988, art. 37.

31 Lei nº 11.445/07, art. 2º, VII.

32 Lei nº 11.455/07, art. 9º, I.

33 Lei nº 11.445/07, art. 19, I.

34 A universalização do acesso aos serviços de saneamento consiste em um dos pilares da política nacional de saneamento, nos termos do art. 2º, I da Lei nº 11.445/07.

35 Lei nº 11.445/07, art. 3º, III.

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29

Os planos de saneamento básico devem estar articulados com outros estudos 679

efetuados e que abranjam a mesma região. Nos termos da lei, os serviços de 680

saneamento básico serão prestados com base, entre outros princípios, na articulação 681

com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à 682

pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras 683

de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as 684

quais o saneamento básico seja fator determinante36. 685

Essa articulação deve ser considerada na elaboração dos planos de saneamento, com 686

vistas a integrar as decisões sobre vários temas, mas que na prática, acabam por 687

impactar o mesmo território. 688

Embora a lei não mencione expressamente, deve haver uma correspondência 689

necessária do plano de saneamento com o Plano Diretor, instrumento básico da 690

política de desenvolvimento urbano, objeto do art. 182 da Constituição37. Nos termos 691

desse dispositivo, o Plano Diretor constitui lei municipal e é o instrumento básico da 692

política de desenvolvimento e de expansão urbana38. 693

Um ponto fundamental, nesse passo, consiste no fato de que a lei de saneamento, nos 694

termos do seu art. 19, § 3º, estabelece que os planos de saneamento básico 695

deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas em que 696

estiverem inseridos. O Município não é detentor do domínio da água, mas sua atuação 697

é fundamental na proteção desse recurso. O lixo e o esgoto doméstico, gerados nas 698

cidades, são fontes importantes de poluição dos recursos hídricos. 699

Embora o Município seja um ente federado autônomo, a norma condiciona o 700

planejamento municipal, ainda que no tocante ao saneamento, a um plano de caráter 701

regional, qual seja o da bacia hidrográfica39 em que se localiza o Município. Essa regra 702

é de extrema importância, pois é por meio dela que se fundamenta a necessidade de 703

os Municípios considerarem, em seu planejamento, fatores externos ao seu território 704

como, por exemplo, a bacia hidrográfica. 705

Ainda na linha de projetos e ações a serem propostos, a lei prevê a indicação, no plano 706

de saneamento, de ações para emergências e contingências. Merece destaque o 707

item que prevê, como conteúdo mínimo dos planos de saneamento, mecanismos e 708

procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações 709

programadas40. Trata-se de um avanço na legislação, pois estabelece, desde logo, 710

que o conteúdo do plano deve ser cumprido, com a devida indicação de como aferir 711

esse cumprimento. 712

Nota-se que os planos de saneamento, pelo conteúdo mínimo exigido na lei, 713

extrapolam o planejamento puro e simples, na medida em que estabelecem, desde 714

36 Lei nº 11.445/07, art. 2º, VI.

37 CF/88, art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o

pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

38 CF/88, art. 182, § 1º.

39 Ou Unidade de Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI.

40 Lei nº 11.445/07, art. 19, V.

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logo, as metas a serem cumpridas na prestação dos serviços, as ações necessárias ao 715

cumprimento dessas metas e ainda os correspondentes mecanismos de avaliação. No 716

próprio plano, dessa forma, são impostos os resultados a serem alcançados. 717

Tendo em vista a necessidade de correções e atualizações a serem feitas, em 718

decorrência tanto do desenvolvimento das cidades, como das questões técnicas 719

surgidas durante a implantação do plano, os planos de saneamento básico vem ser 720

revistos periodicamente, em prazo não superior a 4 anos, anteriormente à elaboração 721

do Plano Plurianual41. 722

No que se refere ao controle social, a lei determina a “ampla divulgação das propostas 723

dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a 724

realização de audiências ou consultas públicas”42. 725

No que diz respeito à área de abrangência, o plano municipal de saneamento básico 726

deverá englobar integralmente o território do município43. 727

O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer ao plano de 728

saneamento básico elaborado para o conjunto de Municípios atendidos44. 729

3.3.3.2. Regulação e Fiscalização 730

Regulação é todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize um 731

determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, 732

impacto sócio-ambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por 733

sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços 734

públicos45. 735

É inerente ao titular dos serviços públicos a regulação de sua prestação, o que implica 736

o estabelecimento de normas específicas, garantindo que a sua prestação seja 737

adequada às necessidades locais já verificadas no planejamento dos serviços, 738

considerada a universalização do acesso. Uma vez estabelecidas as normas, faz parte 739

do universo das ações a cargo do titular fiscalizar o cumprimento das normas pelo 740

prestador dos serviços. 741

Conforme já mencionado, o planejamento e regulação encontram-se estreitamente 742

relacionadas, lembrando que cada atribuição correspondente à titularidade - 743

planejamento, regulação, fiscalização e a prestação dos serviços, embora possuam 744

características específicas, formam um todo articulado, mas não necessariamente 745

prestados pela mesma pessoa. Daí a idéia de que deve haver uma distinção entre a 746

figura do prestador e do regulador dos serviços, para que haja mais eficiência, 747

liberdade e controle, embora ambas as atividades se reportem aos titular. Nessa linha, 748

a Lei prevê que o exercício da função de regulação atenderá aos princípios da 749

41 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 4o.

42 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 5o.

43 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 8o.

44 Lei nº 11.445/07, art. 17.

45 Decreto nº 6.017/05, art. 2º, XI.

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independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira 750

da entidade reguladora e da transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das 751

decisões46. 752

O art. 22. da Lei nº 11.445/07 estabelece como objetivos da regulação: 753

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a 754

satisfação dos usuários; 755

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas; 756

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos 757

órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; 758

IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos 759

contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a 760

eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos 761

de produtividade. 762

Note-se que esses objetivos dizem respeito ao planejamento e à regulação dos 763

serviços, na medida em que tratam tanto da fixação de padrões e normas relativas à 764

adequada prestação dos serviços47 como à garantia de seu cumprimento. Além disso, 765

a regulação inclui o controle econômico financeiro dos contratos de prestação de 766

serviços regulados, buscando-se a modicidade das tarifas, eficiência e eficácia dos 767

serviços e ainda a apropriação social dos ganhos da produtividade. 768

Cabe ao titular dos serviços de saneamento a adoção de parâmetros para a garantia 769

do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per 770

capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas 771

à potabilidade da água48. No que se refere aos direitos do consumidor, cabe ao titular 772

dos serviços fixar os direitos e os deveres dos usuários. 773

Um ponto a destacar consiste na obrigação do titular estabelecer mecanismos de 774

controle social, definido como o “conjunto de mecanismos e procedimentos que 775

garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos 776

processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados 777

aos serviços públicos de saneamento básico”49. 778

Cabe também ao titular estabelecer sistema de informações sobre os serviços, 779

articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento50. Os sistemas de 780

informações se articulam com os planos, na medida em que fornecem informações à 781

46 Lei nº 11.445/07, art. 21.

47 Segundo o art. 6º, § 1o da Lei nº 8.97/95, serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,

cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

48 Lei nº 11.445/07, art. 9º, III.

49 Lei nº 11.445/07, art. 3º, IV.

50 Lei nº 11.445/07, art. 9º, VII.

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32

sua elaboração e, ao mesmo tempo, são alimentados pelas novas informações obtidas 782

na elaboração desses planos. 783

Cabe também ao titular dos serviços intervir e retomar a operação dos serviços 784

delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em 785

lei e nos documentos contratuais. 786

Na prestação regionalizada, as atividades de regulação e fiscalização poderão ser 787

exercidas por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular tenha delegado o 788

exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação entre entes da 789

Federação, obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal e por consórcio 790

público de direito público integrado pelos titulares dos serviços51. E, no exercício das 791

atividades de planejamento dos serviços, o titular poderá receber cooperação técnica 792

do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores52. 793

Na prestação regionalizada, a entidade de regulação deverá instituir regras e critérios 794

de estruturação de sistema contábil e do respectivo plano de contas, de modo a 795

garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos serviços estejam em 796

conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei53. 797

3.3.4. Formas de Exercício da Titularidade dos Serviços 798

As atividades de regulação, prestação dos serviços e seu controle, inerentes ao titular, 799

podem ser efetuadas por ele ou transferidas a terceiros, pessoa jurídica de direito 800

público ou de direito privado, conforme será verificado adiante. 801

O exercício da titularidade consiste em uma obrigação. Por mais óbvias que sejam as 802

atividades necessárias para que se garanta o atendimento da população, essas 803

atividades devem estar descritas em uma norma ou em um contrato. Sem a fixação das 804

atividades a serem realizadas, não há como exigir do prestador o seu cumprimento de 805

modo objetivo. 806

Essa é uma crítica que se faz aos casos em que os serviços são prestados diretamente 807

pela municipalidade, por intermédio dos Departamentos de Água e Esgoto e das 808

autarquias especialmente criadas por lei para a prestação desses serviços. A questão 809

que se coloca é que o titular dos serviços - Município - não estabeleceu as regras a 810

serem cumpridas, nem mesmo nas leis de criação dos SAAES. Além disso, em se 811

tratando de órgãos e entidades da administração municipal, existe uma coincidência 812

entre o responsável pela prestação dos serviços e o responsável pelo controle e 813

fiscalização. Cabe ponderar que raramente se encontra uma regulação municipal 814

estabelecida para os serviços nessas categorias. 815

Na legislação aplicável à criação e implantação desse modelo – DAE e SAAE -, não se 816

cogitava de estabelecer a regulação nem fixar normas para a equação econômico-817

financeira dos serviços baseada na cobrança de tarifa e preços públicos e muito menos 818

51 Lei nº 11.445/07, art. 15.

52 Lei nº 11.445/07, art. 15, parágrafo único.

53 Lei nº 11.445/07, art. 18, parágrafo único.

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SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

33

a universalização do acesso era tratada como uma meta a ser atingida 819

obrigatoriamente. 820

Daí o estabelecimento, nos últimos anos, de novos modelos institucionais de prestação 821

dos serviços e mesmo do exercício da titularidade, com o objetivo de tornar mais 822

eficiente a prestação dos serviços de saneamento básico. 823

3.3.4.1.Delegação à Agência Reguladora 824

A Lei nº 11.445/07 permite que a regulação de serviços públicos de saneamento básico 825

seja delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos 826

limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma 827

de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes 828

envolvidas54. 829

O Estado de São Paulo instituiu, pela Lei Complementar nº 1.025, de 7-12-2007, 830

regulamentada pelo Decreto nº 52.455, de 7-12-2007, a Agência Reguladora de 831

Saneamento e Energia - ARSESP, entidade autárquica e vinculada à Secretaria de 832

Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Em relação ao Saneamento, cabe à 833

ARSESP regular e fiscalizar os serviços de titularidade estadual, assim como aqueles, 834

de titularidade municipal, que venham a ser delegados à ARSESP pelos municípios 835

paulistas que manifestarem tal interesse 55. 836

Isso significa que, mesmo nos casos em que a titularidade dos serviços de saneamento 837

pertença aos municípios, como é o caso vigente na UGRHI em estudo, podem esses 838

entes celebrar convênio com ARSESP, no qual são delegadas a essa agência as 839

competências do titular dos serviços de saneamento no que se refere à regulação e à 840

fiscalização. 841

No caso dos municípios que concederam os serviços de saneamento – água e 842

esgotamento sanitário - à SABESP, por contrato de programa, ou concessão a 843

particular, esses entes poderão celebrar convênio de cooperação com a ARSESP, mas 844

não estão obrigados a fazê-lo, pois o modelo é flexível. Apenas a Lei Complementar 845

Estadual 1.025/07 exige, todavia, que a celebração do convênio de cooperação seja 846

precedida pela apresentação de laudo que ateste a viabilidade econômico-financeira 847

dos serviços56. 848

54 Lei nº 11.445/07, art. 23, § 1º.

55 A ARSESP é a nova denominação da Comissão de Serviços Públicos de Energia CSPE, que teve as suas competências estendidas para o saneamento básico.

56 Artigo 45 - Fica o Poder Executivo do Estado de São Paulo, diretamente ou por intermédio da ARSESP, autorizado a celebrar, com Municípios de seu território,

convênios de cooperação, na forma do artigo 241 da CF/88, visando à gestão associada de serviços de saneamento básico, pelos quais poderão ser delegadas ao Estado,

conjunta ou separadamente, as competências de titularidade municipal de regulação, fiscalização e prestação desses serviços.

§ 1º - Na hipótese de delegação ao Estado da prestação de serviços de saneamento básico, o prestador estadual celebrará contrato de programa com o Município, no qual

serão fixadas tarifas e estabelecidos mecanismos de reajuste e revisão, observado o artigo 13 da Lei nº 11.107/05, e o Plano de Metas Municipal de Saneamento.

§ 2º - As tarifas a que se refere o § 1º deste artigo deverão ser suficientes para o custeio e a amortização dos investimentos no prazo contratual, ressalvados os casos de

prestação regionalizada, em que esse equilíbrio poderá ser apurado considerando as receitas globais da região.

§ 3º - As competências de regulação e fiscalização delegadas ao Estado serão exercidas pela ARSESP,... vedada a sua atribuição a prestador estadual, seja a que título for.

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SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

34

3.3.4.2. Delegação a Consórcio Público 849

A figura do consórcio público encontra-se prevista no art. 241 da Constituição Federal 850 57 e seu regime jurídico foi fixado pela Lei nº 11.107, de 6-04-2005, regulamentado pelo 851

Decreto nº 6.017, de 17-1-2007. 852

Consórcio público é “pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, 853

na forma da Lei nº 11.107/05, para estabelecer relações de cooperação federativa, 854

inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação 855

pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como 856

pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”58. 857

Somente podem participar como consorciados do consórcio público os entes 858

Federados: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, não podendo nenhum ente 859

da Federação ser obrigado a se consorciar ou a permanecer consorciado. Sua 860

constituição pode ocorrer de uma única vez ou paulatinamente, mediante a adesão dos 861

consorciados ao longo do tempo. No presente caso, os formatos podem ser: 1. Estado 862

e Município e 2. somente municípios. 863

Os objetivos do consórcio público são determinados pelos entes da Federação que se 864

consorciarem59. Entre os objetivos do consórcio60 encontra-se “a gestão associada de 865

serviços públicos”, que significa “a associação voluntária de entes federados, por 866

convênio de cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da 867

Constituição Federal”61. 868

O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá da prévia 869

subscrição de protocolo de intenções62 o que envolve as seguintes fases: 1. subscrição 870

de protocolo de intenções63; 2. publicação do protocolo de intenções na imprensa 871

oficial64; 3. promulgação da lei por parte de cada um dos partícipes, ratificando, total ou 872

parcialmente, o protocolo de intenções65 ou disciplinando a matéria66 e 4. celebração 873

do contrato67. 874

§ 4º - Quando o convênio de cooperação estabelecer que a regulação ou fiscalização de serviços delegados ao prestador estadual permaneçam a cargo do Município, este

deverá exercer as respectivas competências por meio de entidade reguladora que atenda ao disposto no artigo 21 da Lei nº 11.445/07, devendo a celebração do convênio ser

precedida da apresentação de laudo atestando a viabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços.

§ 5º - Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, a ARSESP poderá atuar como árbitro para solução de divergências entre o prestador de serviços e o poder concedente.

57 “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes

federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos

serviços transferidos.” Redação da EC nº 19/98.

58 Decreto nº 6.017/07, art. 2º, I.

59 Lei nº 11.107/05, art. 2º.

60 Decreto nº 6.017/07, art. 3º, I.

61 Lei nº 11.445/07, art. 3º, II.

62 Lei nº 11.107/05, art. 3º.

63 Lei nº 11.107/05, art. 3º.

64 Lei nº 11.107/05, art. 4º, § 5º.

65 Lei nº 11.107/05, art. 5º.

66 Lei nº 11.107/05, art. 4º, § 4º.

67 Lei nº 11.107/05, art. 3º.

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35

O protocolo de intenções é o contrato preliminar, resultado de uma ampla negociação 875

política entre os entes federados que participarão do consórcio. É nele que as partes 876

contratantes definem todas as condições e obrigações de cada um e, uma vez 877

ratificado mediante lei, converte-se em contrato de consórcio público. 878

3.4. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: MODELOS INSTITUCIONAIS 879

O titular – Município - pode prestar diretamente os serviços de saneamento ou autorizar 880

a delegação dos mesmos, definindo o ente responsável pela sua regulação e 881

fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação68. Releva notar que “a 882

delegação de serviço de saneamento básico não dispensa o cumprimento pelo 883

prestador do respectivo plano de saneamento básico em vigor à época da 884

delegação”69. Desse modo, havendo qualquer ato ou contrato de delegação, cabe ao 885

prestador cumprir o plano de saneamento em vigor na época da edição desse ato ou 886

mesmo contrato. 887

No quadro jurídico-institucional vigente, os serviços de saneamento são prestados 888

segundo os modelos a seguir descritos. Em geral, a prestação de tais serviços é feita 889

por pessoas distintas, muitas vezes em arranjos institucionais diferentes, dentro das 890

possibilidades oferecidas pela legislação em vigor. Dessa forma, para tornar mais claro 891

o texto, optou-se por tratar dos modelos institucionais e, em cada um, aborda cada tipo 892

de serviço, quando aplicável. 893

A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico poderá ser 894

realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa 895

pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal, na 896

forma da legislação ou empresa a que se tenham concedido os serviços70. Os 897

prestadores que atuem em mais de um Município ou que prestem serviços públicos de 898

saneamento básico diferentes em um mesmo Município manterão sistema contábil que 899

permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada serviço 900

em cada um dos Municípios atendidos e, se for o caso, no Distrito Federal71. 901

3.4.1. Prestação Direta pela Prefeitura Municipal 902

Os serviços são prestados por um órgão da Prefeitura Municipal, sem personalidade 903

jurídica e sem qualquer tipo de contrato, já que, nessa modalidade, as figuras de titular 904

e de prestador dos serviços se confundem em um único ente – o Município. A Lei nº 905

11.445/07 dispensa expressamente a celebração de contrato para a prestação de 906

serviços por entidade que integre a administração do titular72. 907

Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são prestados, em 908

vários Municípios, por Departamentos de Água e Esgoto, órgãos da Administração 909

68 Lei nº 11.445/07, art. 9º, II.

69 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 6o .

70 Lei nº 11.445/07, art. 16.

71 Lei nº 11.445/07, art. 18.

72 Lei nº 11.445/07, art. 10.

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36

Direta Municipal. A remuneração ao Município, pelos serviços prestados, é efetuada 910

por meio da cobrança de taxa ou tarifa. Em geral, tais serviços restringem-se ao 911

abastecimento de água, à coleta e ao afastamento dos esgotos. Não há um registro 912

histórico importante de tratamento de esgoto nesse modelo, situação que, nos últimos 913

anos, vem sendo alterada graças à atuação do Ministério Público fundamentada na Lei 914

nº 7.347, de 24/07/85, que dispõe sobre a Ação Civil Pública. Tampouco as tarifas e 915

preços públicos são cobrados com base em uma equação econômico-financeira 916

estabelecida. 917

Os serviços relativos à drenagem e ao manejo das águas pluviais urbanas são em 918

geral prestados de forma direta por secretarias municipais. 919

Os serviços de limpeza urbana são prestados pelo órgão municipal, sem a existência 920

de qualquer contrato. 921

3.4.2. Prestação de Serviços por Autarquias 922

A autarquia é uma entidade da administração pública municipal, criada por lei para 923

prestar serviços de competência da Administração Direta, recebendo, portanto, a 924

respectiva delegação. Embora instituídas para uma finalidade específica, suas 925

atividades e a respectiva remuneração não se encontram vinculadas a uma equação 926

econômico-financeira, pois não há contrato de concessão. Tampouco costuma se 927

verificar, nas respectivas leis de criação, regras sobre sustentabilidade financeira ou 928

regulação dos serviços. 929

Os SAAE – Serviços Autônomos de Água e Esgoto são autarquias municipais com 930

personalidade jurídica própria, autonomia administrativa e financeira, criadas por lei 931

municipal com a finalidade de prestar os serviços de água e esgoto. 932

3.4.3. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista 933

Municipais 934

Outra forma indireta de prestação de serviços pelo Município é a delegação a 935

empresas públicas ou sociedades de economia mista, criadas por lei municipal. Nesses 936

casos, a lei é o instrumento de delegação dos serviços e ainda que haja, como nas 937

autarquias, distinção entre o titular e o prestador dos serviços, tampouco existe 938

regulação para os serviços. 939

3.4.4. Prestação Mediante Contrato 940

De acordo com a Lei nº 11.445/07, a prestação de serviços de saneamento básico, 941

para ser prestada por uma entidade que não integre a administração do titular, quer 942

dizer, que não seja um DAE (administração direta) ou um SAAE (administração 943

indireta), depende da celebração de contrato, sendo vedada a sua disciplina mediante 944

convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.73 Não 945

estão incluídos nessa hipótese os serviços públicos de saneamento básico cuja 946

prestação o Poder Público, nos termos de lei, autorizar para usuários organizados em 947

73 Lei nº 11.455/07, art. 10, caput.

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37

cooperativas ou associações, desde que limitados a determinado condomínio, e 948

localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa 949

renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de operação e manutenção 950

incompatíveis com a capacidade de pagamento dos usuários e os convênios e outros 951

atos de delegação celebrados até 6-4-2005.74 952

3.4.4.1. Condições de Validade dos Contratos 953

Para que os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico sejam 954

válidos, e possam produzir efeitos jurídicos, isto é, o prestador executar os serviços e a 955

Administração pagar de acordo com o que foi contratado, a lei impõe algumas 956

condições, relativas aos instrumentos de planejamento, viabilidade e regulação, além 957

do controle social. 958

Em primeiro lugar, é necessário que tenha sido elaborado o plano de saneamento 959

básico, nos termos do art. 19 da Lei nº 11.445/07. E de acordo com o plano elaborado, 960

deve ser feito um estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da 961

prestação universal e integral dos serviços, de forma a se conhecer o custo dos 962

serviços, ressaltando que deve se buscar a universalidade da prestação.75 963

A partir do plano e do estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira, é preciso 964

estabelecer as normas de regulação dos serviços, devendo tais normas preverem 965

os meios para o cumprimento das diretrizes da Lei de Saneamento e designar uma 966

entidade de regulação e de fiscalização76. 967

A partir daí, cabe realizar audiências e consultas públicas sobre o edital de licitação, no 968

caso de concessão, e sobre a minuta do contrato. Trata-se de uma forma de tornar 969

públicas as decisões do poder municipal, o qual se submete, dessa forma, ao controle 970

social77. 971

Além disso, os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser 972

compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico78, o que corresponde ao 973

estabelecimento da equação econômico-financeira relativa aos serviços. 974

3.4.4.2. Contrato de Prestação de Serviços 975

Além da exigência, em regra, da licitação, a Lei nº 8.666/93 estabelece normas 976

específicas para que se façam o controle e a fiscalização dos contratos, estabelecendo 977

uma série de medidas a serem tomadas pela Administração ao longo de sua execução. 978

Tais medidas referem-se ao acompanhamento, à fiscalização, aos aditamentos, às 979

notificações, à aplicação de penalidades, À eventual rescisão unilateral e ao 980

recebimento do objeto contratado. 981

74 Lei nº 11.455/07, art. 10º, § 1º.

75 Lei nº 11.445/07, art. 11, II.

76 Lei nº 11.445/07, art. 11, III.

77 Lei nº 11.445/07, art. 11, IV.

78 Lei nº 11.445/07, art. 11§2º

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38

O acompanhamento e a fiscalização da execução dos contratos constituem poder-982

dever da Administração, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse 983

público. Se em uma contratação estão envolvidos recursos orçamentários, é dever da 984

Administração contratante atuar de forma efetiva para que os mesmos sejam aplicados 985

da melhor maneira possível. 986

Quando a Administração Pública celebra um contrato, fica obrigada à observância das 987

regras impostas pela lei, para fiscalizar e controlar a execução do ajuste. Cabe ao 988

gestor de contratos fiscalizar e acompanhar a correta execução do contrato. A 989

necessidade de haver um gestor de contratos é definida expressamente na Lei no 990

8.666/93, em seu art. 67. Segundo esse dispositivo, a execução do contrato deverá ser 991

acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente 992

designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de 993

informações pertinentes a essa atribuição. 994

Esse modelo é utilizado, sobretudo, para a Limpeza Urbana. O modelo é o de contrato 995

de prestação de serviços de limpeza – coleta, transporte e disposição dos resíduos -, 996

poda de árvores, varrição, entre outros itens. 997

No caso da Drenagem Urbana, as obras, quando não realizadas pelos funcionários 998

municipais, são realizadas por empresas contratadas de acordo com a Lei nº 8.666/93. 999

No caso do abastecimento de água e esgotamento sanitário, a complexidade da 1000

prestação envolve outros fatores, como o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos 1001

e a política tarifária, entre outros fatores, que remetem à contratação por meio de 1002

modelos institucionais específicos. 1003

3.4.4.3. Contrato de Concessão 1004

Concessão de serviço público é o contrato administrativo pelo qual a Administração 1005

Pública delega a um particular a execução de um serviço público em seu próprio nome, 1006

por sua conta e risco. A remuneração dos serviços é assegurada pelo recebimento da 1007

tarifa paga pelo usuário, observada a equação econômico-financeira do contrato. 1008

O art. 175 da Constituição Federal estatui que “incumbe ao Poder Público, na forma da 1009

lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre mediante licitação, 1010

a prestação de serviços públicos. De acordo com o seu parágrafo único, a lei disporá 1011

sobre: 1. o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviço público, 1012

o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de 1013

caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 2. os direitos dos 1014

usuários; 3. política tarifária e 4. obrigação de manter o serviço adequado. As Leis nos 1015

8.987, de 13-2-1995, e 9.074, de 7-7-1995, regulamentam as concessões de serviços 1016

públicos. 1017

Para os contratos de concessão, assim como para os contratos de programa, a Lei 1018

nº 11.445/07 estabelece informações adicionais que devem constar das normas de 1019

regulação, conforme segue: 1. autorização para a contratação, indicando prazos e a 1020

área a ser atendida; 2. inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de 1021

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39

expansão dos serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da 1022

energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem 1023

prestados; 3. as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas; 4. as 1024

condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos 1025

serviços, em regime de eficiência, incluindo a) o sistema de cobrança e a composição 1026

de taxas e tarifas; b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas; c) a 1027

política de subsídios; d) mecanismos de controle social nas atividades de 1028

planejamento, regulação e fiscalização dos serviços; e) - as hipóteses de intervenção e 1029

de retomada dos serviços79. 1030

3.4.4.4. Contrato de Programa 1031

As Empresas Estaduais de Saneamento Básico – CESB –, criadas no âmbito do 1032

PLANASA – Plano Nacional de Saneamento foram instituídas sob a forma de 1033

sociedades de economia mista, cujo acionista controlador é o governo do respectivo 1034

Estado. É o caso da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - 1035

SABESP, cuja criação foi autorizada pela Lei nº 119, de 29/06/7380, tendo por objetivo 1036

o planejamento, execução e operação dos serviços públicos de saneamento básico em 1037

todo o Estado de São Paulo, respeitada a autonomia dos municípios. 1038

A SABESP é concessionária de serviços públicos de saneamento. Para tanto, atua 1039

como concessionária, sendo que parte desses contratos remonta à década de setenta, 1040

pelo prazo de trinta anos, o que significa que alguns já estão renegociados e outros em 1041

fase de nova negociação por meio dos chamados “contratos de programa” 1042

celebrados com os Municípios. 1043

3.4.4.5. Empresa Privada 1044

O fundamento legal para a contratação de uma entidade privada pelo Poder Público 1045

por meio do instituto da concessão é o art. 30, V, combinado com o art. 175 da 1046

Constituição, e Leis nos 8.987, de 13/2/95 e 9.074, de 07/07/95. 1047

Por meio da concessão de serviço público, o titular do serviço público delega a um 1048

particular a sua execução em nome, por conta e risco do mesmo. A remuneração é 1049

assegurada pelo recebimento da tarifa paga pelo usuário. 1050

1051

79 Lei nº 11.445/07, art. 11, § 2º.

80 Alterada pela Lei nº 12.292/2006.

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40

4. ESTUDOS, PLANOS, PROJETOS, OBRAS, LEVANTAMENTOS E 1052

LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS EXISTENTES 1053

Os principais estudos, planos, projetos, obras, levantamentos e licenciamentos 1054

ambientais existentes, consultados para elaboração do presente produto, são listados a 1055

seguir: 1056

4.1. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL 1057

NORTE - COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE 1058

(CBH-LN) - IPT - 2002 1059

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A – IPT apresentou 1060

para o Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte os resultados obtidos na 1061

elaboração do “Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos e elaboração do 1062

Plano das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte – URGHI 3”. 1063

Os objetivos dos trabalhos realizados foram: definição de metas para o gerenciamento 1064

dos recursos hídricos da UGRHI; proposição de ações de curto (até 2003), médio 1065

(2003-2010) e longo prazos (2010-2020); discussão com o CBH-LN e apresentação da 1066

proposta em reuniões municipais; elaboração do Plano de Gerenciamento dos 1067

Recursos Hídricos do Litoral Norte até 2020. 1068

Dentre os itens abordados, foi realizada uma caracterização da então situação da bacia 1069

do Litoral Norte, em 2002, destacando-se os seguintes tópicos: 1070

- Caracterização Geral da UGRHI 3 1071

- Uso e Ocupação do Solo 1072

- Recursos Hídricos 1073

- Saneamento Básico 1074

- Resíduos Sólidos 1075

- Áreas Degradadas 1076

- Inundações 1077

4.2. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS 2004-2007 - CONSÓRCIO 1078

JMR/ENGECORPS - JULHO/2005 1079

O Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004 a 2007 traz a situação dos recursos 1080

hídricos no Estado de São Paulo, caracterizando o estado em UGRHIs. Ele aborda a 1081

caracterização física em seus aspectos geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos, 1082

a caracterização socioeconômica, a evolução jurídico-institucional da situação dos 1083

recursos hídricos, a disponibilidade, usos e demandas dos recursos hídricos estaduais, 1084

a situação quanto aos serviços de saneamento e a situação das áreas degradadas pela 1085

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41

erosão, movimento de massas, assoreamento e inundações. Abaixo seguem os 1086

aspectos mais importantes abordados no Plano. 1087

Abastecimento de Água 1088

Em termos de abastecimento de água, os dados do SEADE (2000) indicam para a 1089

cobertura global do Estado um valor da ordem de 97%. Cumpre destacar que os 1090

números obtidos com o emprego dos levantamentos do SEADE diferem daqueles 1091

constantes no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos do Estado de S. Paulo 1092

(CRH/CORHI/DAEE, 1999). Isso se deve ao fato de que o índice de abastecimento de 1093

água do SEADE exprime a porcentagem de domicílios particulares permanentes 1094

atendidos por uma única ligação. 1095

Um aspecto de grande relevo para o uso racional dos recursos hídrico é o controle de 1096

perdas nos sistemas de abastecimento de água. As perdas podem ser de duas 1097

naturezas: perdas físicas, compreendendo os vazamentos na rede de distribuição e, 1098

perdas não físicas ou financeiras, ligadas aos volumes de água consumida pelos 1099

usuários, mas não faturado pelas empresas concessionárias, provocadas por ligações 1100

clandestinas ou deficiências no sistema de hidrometração/micromedição da 1101

concessionária. 1102

Existe uma relação entre o índice de perdas d’água, os índices de hidrometração 1103

(ligações de águas medidas/total de ligações de água existentes) e o volume de água 1104

micromedido (volume médio de água apurado por medidores de vazão instalados nos 1105

ramais prediais). Esses índices, bem como as relações entre os mesmos, constroem 1106

um quadro mais preciso das perdas de água existentes em cada empresa de 1107

saneamento básico. 1108

Apesar de todo o esforço da SABESP e demais concessionárias de serviços de 1109

abastecimento de água no Estado, para diminuir as perdas nos seus sistemas, estas 1110

continuam elevadas. 1111

Avaliações mais recentes, ainda não oficializadas, indicam que a relação entre o 1112

volume micromedido e o volume produzido situar-se-ia no Estado em torno dos 47%. 1113

Coleta e Tratamento de Esgotos 1114

Com relação aos sistemas de esgotos sanitários, em termos de coleta, a cobertura 1115

atinge 84% da população urbana do Estado; porém o tratamento dos esgotos só chega 1116

aos 38% da população urbana atendida com coleta de esgotos, mostrando a 1117

necessidade de aumentar essa cobertura, que é essencial para melhorar a qualidade 1118

das águas superficiais do Estado. 1119

Disposição de Resíduos Sólidos 1120

Para este serviço, há análises do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos (IQR) 1121

dos municípios do Estado, conforme dados obtidos do “Inventário Estadual de 1122

Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2003” publicado pela CETESB em 2004. O 1123

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42

relatório em foco destaca a evolução referente à qualidade de resíduos dispostos 1124

adequadamente, que passou de 10,9% em 1997 para 70,9% em 2003. 1125

Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004-2007 1126

As metas deste Plano estão divididas em três níveis: estratégicas, gerais e específicas. 1127

As principais características dessas metas se encontram resumidas a seguir. 1128

Meta Estratégica 1: Criar e manter atualizada uma Base de Dados do Estado de São 1129

Paulo (BDRH-SP) relativa ás características e situação dos recursos hídricos 1130

1. Desenvolver um Sistema de Informações em recursos hídricos 1131

2. Implementar uma sistemática de aquisição de dados básicos 1132

3. Implantar o monitoramento de uso e disponibilidade de recursos hídricos 1133

4. Realizar levantamentos visando o planejamento e conservação de recursos 1134

hídricos e a elaboração de estudos e projetos 1135

Meta Estratégica 2: Gerir efetiva e eficazmente os recursos hídricos superficiais e 1136

subterrâneos de modo a garantir o seu uso doméstico, industrial, comercial, ecológico, 1137

recreacional, na geração de energia, em navegação e na pecuária 1138

1. Implementar o gerenciamento efetivo dos recursos hídricos superficiais e 1139

subterrâneos (inclui outorga, fiscalização, cobrança) 1140

2. Promover a articulação interinstitucional, a participação e a parceria com o setor 1141

privado 1142

3. Acompanhar e desenvolver o Plano através de um conjunto de indicadores 1143

básicos 1144

Meta Estratégica 3: Proteger, Recuperar e Promover a Qualidade dos Recursos 1145

Hídricos com Vistas à Saúde Humana, à Vida Aquática e à Qualidade Ambiental 1146

1. Promover estudos visando o reenquadramento dos corpos d'água em classes 1147

preponderantes de uso 1148

2. Recuperar a qualidade dos recursos hídricos incentivando o tratamento de 1149

esgotos urbanos 1150

3. Implementar ações de proteção e controle de cargas poluidoras difusas, 1151

decorrentes principalmente de resíduos sólidos, insumos agrícolas, extração 1152

mineral e erosão 1153

4. Implementar ações de licenciamento e fiscalização visando assegurar a 1154

qualidade das águas superficiais e subterrâneas 1155

5. Apoiar os municípios no atendimento de problemas cruciais de qualidade da 1156

água para abastecimento, em áreas críticas 1157

Meta Estratégica 4: Contribuir para o Desenvolvimento do Estado e do País, 1158

Assegurando o Uso Múltiplo, Racional e Sustentável dos Recursos Hídricos em 1159

Benefício das Gerações Presentes e Futuras 1160

1. Promover o uso racional dos recursos hídricos 1161

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43

2. Acompanhar e promover o uso múltiplo e sustentável dos recursos hídricos 1162

3. Estabelecer diretrizes e medidas contra superexplotação e contaminação de 1163

águas subterrâneas 1164

Meta Estratégica 5: Minimizar as Conseqüências de Eventos Hidrológicos Extremos e 1165

Acidentes que indisponibilizem a Água 1166

1. Apoiar as iniciativas de implantação de medidas não estruturais no controle de 1167

inundações 1168

2. Elaborar planos e projetos específicos visando o controle de eventos 1169

hidrológicos extremos 1170

3. Implementar as intervenções estruturais de controle de recursos hídricos 1171

4. Prevenir e administrar as conseqüências de eventos hidrológicos extremos 1172

Meta Estratégica 6: Promover o Desenvolvimento Tecnológico e a Capacitação de 1173

Recursos Humanos, a Comunicação Social e Incentivar a Educação Ambiental em 1174

Recursos Hídricos 1175

1. Promover o desenvolvimento tecnológico e treinar e capacitar o pessoal 1176

envolvido na gestão dos recursos hídricos, em seus diversos segmentos; 1177

2. Promover a comunicação social e a difusão ampla de informações alusivas a 1178

recursos hídricos 1179

3. Promover e incentivar a educação ambiental 1180

4.3. PLANO DIRETOR PARA DISPOSIÇÃO FINAL DOS LODOS E DEMAIS 1181

RESÍDUOS PRODUZIDOS PELOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA 1182

E ESGOTOS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO - 1183

ESTUDOS TÉCNICOS E PROJETOS ETEP LTDA - SETEMBRO/2005 1184

O Plano Diretor em pauta teve como objetivo básico equacionar a disposição final de 1185

três tipos de resíduos produzidos nos sistemas de abastecimento de água e nos 1186

sistemas de esgotamento sanitário operados pela SABESP no litoral norte do estado 1187

de São Paulo, a saber: lodos produzidos nas estações de tratamento de água, lodos 1188

produzidos nas estações de tratamento de esgoto e os demais resíduos produzidos 1189

nos sistemas de água e esgoto, oriundos dos tratamentos preliminares das ETA´s e 1190

ETE´s, resíduos peneirados nas estações de pré-condicionamento e coletados nas 1191

estações elevatórias de esgoto. 1192

Esse trabalho abordou inicialmente as intervenções necessárias para a obtenção dos 1193

lodos na fase semi-sólida, onde o teor de matéria seca era da ordem de 20%, forma 1194

esta onde este resíduo passou a ser objeto de análises para a melhor forma de 1195

disposição final. 1196

A quantificação dos lodos a serem produzidos é de decorrência direta de três fatores 1197

básicos: das vazões a serem tratadas, da qualidade das águas brutas a serem tratadas 1198

e dos coagulantes introduzidos. Através de formulação empírica foi possível determinar 1199

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44

as quantidades de sólidos a serem produzidos para as estimativas e projeções 1200

abordadas neste Plano Diretor. 1201

Quanto às soluções de disposição final, os lodos de ETA´s apresentaram duas 1202

alternativas básicas: encaminhamento a aterro, em solução conjunta ou exclusiva, e 1203

aplicação na construção civil, para a fabricação de produtos cerâmicos ou mesmo 1204

blocos de concreto. 1205

4.5 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO ASSOCIADOS A 1206

ESCORREGAMENTOS E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ILHABELA 1207

- TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA IG-CEDEC DE 28/04/2006 - 1208

INSTITUTO GEOLÓGICO - OUTUBRO/2006 1209

Este trabalho teve como objetivo apresentar os resultados do mapeamento de risco do 1210

município de Ilhabela/SP. O propósito foi fornecer subsídios à Defesa Civil Estadual 1211

para a identificação e o gerenciamento das situações de risco relacionadas a 1212

escorregamentos e inundações em áreas residenciais do município. Foi adotado uma 1213

abordagem que conjugasse a utilização de imagens de sensoriamento remoto de alta 1214

resolução e critérios simples para a setorização do risco, de forma a permitir um fácil 1215

entendimento por parte dos operadores de Planos Preventivos de Defesa Civil e uma 1216

rápida implementação de ações de prevenção e mitigação em áreas prioritárias. 1217

Os estudos foram realizados em 12 áreas-alvo definidas e indicadas previamente pela 1218

COMDEC de Ilhabela, onde foram identificadas situações de risco, com graus 1219

diferenciados quanto à probabilidade de ocorrência, à tipologia dos processos 1220

geodinâmicos envolvidos, e à severidade dos potenciais eventos, resultando na 1221

delimitação de 27 setores de risco, conforme apresentado na Figura a seguir. 1222

1223

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1224

Figura: Distribuição das áreas de risco em Ilhabela (Fonte: IG, 2006) 1225

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46

Do total dos setores em risco, 23 setores apresentaram risco a escorregamentos em 1226

encostas e 4 apresentaram risco a inundação/solapamento de margens. Com relação 1227

ao risco a escorregamentos em encostas, 3 setores apresentaram grau de risco baixo, 1228

7 apresentaram grau de risco médio, 10 apresentaram grau de risco alto e 3 grau de 1229

risco muito alto. Quanto ao risco a inundação/solapamento de margens, 2 setores 1230

apresentaram grau de risco alto e 2 setores apresentaram grau de risco muito alto. 1231

Um total de 451 moradias foram identificadas como sujeitas a algum tipo de risco nos 1232

setores mapeados, sendo que 432 moradias foram consideradas em áreas sujeitas a 1233

escorregamentos (40 em grau de risco baixo, 140 em grau de risco médio, 220 em grau 1234

de risco alto e 32 em grau de risco muito alto) e 19 moradias estão em áreas sujeitas a 1235

ocorrência de inundação (13 em grau de risco alto e 6 em grau de risco muito alto). O 1236

número de moradias foi estimado por meio da observação e contagem direta em 1237

imagens de satélite e, em algumas áreas, pela da contagem em campo. 1238

Os resultados do mapeamento mostram que dos 27 setores de risco mapeados, 1239

distribuídos em 12 áreas, 17 setores enquadraram-se nas classes de risco muito alta e 1240

alta, compreendendo 271 moradias em risco frente a processos de: escorregamentos 1241

(presentes em quase todas as áreas mapeadas); queda e rolamento de blocos (com 1242

destaque para as áreas denominadas Cantagalo e Morro dos Mineiros); inundação e 1243

solapamento de margens de córregos (presentes nas áreas denominadas Engenho 1244

Novo/Água Branca, Barra Velha 3 e Barra Velha 4). 1245

4.5. RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE 1246

ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO LITORAL NORTE DO ESTADO DA SÃO 1247

PAULO - COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA 1248

QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO LITORAL NORTE - 1249

CP- ÁGUA - 2008 1250

O objetivo principal deste levantamento foi o de conhecer a situação do abastecimento 1251

de água das populações sem acesso á rede pública da SABESP, bem como as 1252

soluções adotadas para o suprimento de água, onde as informações foram coletadas 1253

em campo utilizando-se uma planilha padrão para registro de dados e que, 1254

posteriormente, alimentaram outro sistema de registro informatizado, utilizando-se o 1255

programa EXCEL do sistema Operacional Windows. 1256

Adotou-se o critério de efetuar o levantamento apenas em áreas desprovidas de 1257

sistema de abastecimento operadas pela SABESP, embora se tenha o conhecimento 1258

que muitos imóveis atendidos pela rede pública fazem uso das soluções alternativas de 1259

abastecimento. Foram objeto de cadastramento todas as soluções alternativas de 1260

abastecimento de água que atendem mais de um imóvel, residencial ou comercial. 1261

Verificou-se que o perfil da população atendida por soluções alternativas de 1262

abastecimento de água é diferenciado entre os municípios. Enquanto em 1263

Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba há uma predominância de população fixa que se 1264

abastece por este tipo de fonte, em São Sebastião a população flutuante se constitui 1265

em uma parcela significativa da população atendida por soluções alternativas. 1266

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47

Das análises realizadas, verificou-se que a melhor situação é do município de 1267

Caraguatatuba que apesar de ter uma população fixa maior do Litoral Norte, detém a 1268

menor população atendida por soluções alternativas coletivas de abastecimento de 1269

água. A pior situação encontrada é o do município de Ubatuba que detém a maior 1270

população atendida por tais soluções, agravada pelo fato de em sua grande maioria se 1271

constituir em população residente. 1272

Ilhabela e São Sebastião se encontram em uma situação intermediária, porém o 1273

diferencial entre ambas é que enquanto em Ilhabela a população que se abastece de 1274

soluções alternativas é predominantemente a fixa, em São Sebastião é grande o 1275

contingente de população flutuante atendida por este tipo de fonte alternativa. 1276

Verificou-se também que das 406 soluções alternativas de abastecimento de água 1277

utilizadas pelas populações dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião 1278

e Ubatuba, apenas 27 (6,7%) são dotadas de sistema de cloração como forma de 1279

tratamento e, destes, 13 (3,2%) são dotados de processo de filtração. De acordo com o 1280

levantamento efetuado, verificou-se que das 406 soluções alternativas 287 (70,7%) a 1281

rede de distribuição é constituída por mangueiras flexíveis, tubulação mais sujeita a 1282

avarias, e por conseqüência, vazamentos permitindo assim a entrada de contaminação 1283

externa. Esta situação aponta para uma risco à Saúde Pública, visto que o consumo de 1284

água de qualidade duvidosa ou inadequada implica na possibilidade de transmissão do 1285

diversas doenças denominadas de veiculação hídrica, tais como: gastroenterites, 1286

hepatites dos tipos A e E, febre tifóide, criptosporidiose, amebíase, giardíase, entre 1287

outros. 1288

Assim, o levantamento conclui que é necessário definir uma estratégia inter-1289

institucional para estudar soluções para estes tipos de abastecimento de água, pois a 1290

situação do abastecimento de água às populações fixa e flutuante do Litoral Norte do 1291

Estado de São Paulo é preocupante, considerando o grande número de pessoas que 1292

não tem acesso à rede pública de abastecimento de água pela SABESP. 1293

4.6. PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - UGRHI 03 - 1294

2009 - COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - 1295

DEZEMBRO/2009 1296

Este relatório compreende a Revisão do Plano de Bacia da UGRHI 03 2008/2011, 1297

definida de acordo com a Lei Estadual de Recursos Hídricos no7663/91 e suas 1298

regulamentações ou, mais especificamente, pela Lei no 9.034/94, de 27/12/1994, que 1299

dispôs sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos para o biênio 1994/95. 1300

O Plano constitui-se em um dos mais importantes instrumentos de gestão e 1301

gerenciamento dos recursos hídricos e é uma exigência da Política Estadual de 1302

Recursos Hídricos, que deve ser cumprida por todos os Comitês de Bacia Hidrográfica 1303

do Estado de São Paulo, pois é nele que são organizados os elementos técnicos de 1304

interesse e estabelecidos objetivos, diretrizes, critérios e intervenções necessárias para 1305

o gerenciamento dos recursos hídricos, ordenados na lógica de programas, metas e 1306

ações para execução em curto, médio e longo prazos. 1307

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48

Diagnóstico Geral da UGRHI 03 1308

Na questão da qualidade das águas (particularmente as superficiais), a UGRHI 03 1309

apresenta de forma geral bons índices de qualidade, mas alguns pontos monitorados 1310

na Bacia recebem influência muito forte de populações que residem a montante, tal 1311

como é o caso da Bacia do rio Barra do Saí, classificada como ruim no ano de 2007. 1312

Mas, também, na região mais populosa da UGRHI, ou seja, na Sub-Bacia do rio 1313

Juqueriquerê, constata-se qualidade ruim em 2007 no índice de proteção da vida 1314

aquática, considerando-se o monitoramento efetuado pela CETESB. 1315

Esse problema está associado diretamente às porções de lançamento direto do esgoto 1316

sem o devido tratamento prévio. Analisando-se os municípios da UGRHI como um 1317

todo, constata-se que o índice de coleta da carga poluidora de origem doméstica é 1318

baixo, dos quatro municípios, três coletam em média 30% da carga poluidora, mas 1319

todos tratam 100% dos volumes coletados. 1320

Quanto ao lixo doméstico, constatou-se situações relativamente boas, considerando-se 1321

o indicador IQR, que mostra condições de tratamento dos resíduos sólidos domiciliares, 1322

monitorado pela CETESB, pois a grande maioria dos municípios apresentou condições 1323

adequadas no ano de 2007. Apenas o município de Ubatuba possui condição 1324

inadequada. 1325

Em relação ao quadro geral do balanço de ofertas e demandas de recursos hídricos, a 1326

UGRHI possui 24 sub-bacias utilizando menos de 25% da oferta hídrica, 5 sub-bacias 1327

utilizando menos de 37,5% e mais ou igual a 25% da oferta hídrica, 1 sub-bacia 1328

utilizando mais ou igual a 37,5% e menos que 50% da oferta hídrica e 4 sub-bacias em 1329

situação crítica, utilizando mais de 50% da oferta hídrica. 1330

A UGRHI possui rede de monitoramento de qualidade e quantidade dos recursos 1331

hídricos e acompanhamento sistemático pelos órgãos competentes; sendo que, no 1332

âmbito do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos, ações no 1333

sentido de adensamento dessa malha de monitoramento. 1334

Qualidade das Águas Superficiais 1335

As fontes de poluição das águas superficiais possuem origens diversas estando, 1336

principalmente, associadas ao tipo de uso e ocupação do solo e relacionadas a cargas 1337

pontuais de origem doméstica e cargas difusas de origem urbana. O uso predominante 1338

do solo na UGRHI 03 é urbano. Apresenta o maior índice de vegetação natural do 1339

Estado, que corresponde a 8,1% de sua área total, onde são encontrados 1340

remanescentes contínuos da Mata Atlântica, abriga dezessete áreas protegidas, 1341

divididas em cinco Unidades de Conservação Integral, quatro Unidades de Uso 1342

Sustentável e oito áreas especialmente protegidas. 1343

O deflúvio superficial urbano transporta os poluentes que se depositam na superfície do 1344

solo, que são carreados pelas águas das chuvas para os cursos d´água superficiais, 1345

estando o seu potencial de contaminação associado à ausência de coleta de esgotos 1346

ou à deficiência de limpeza pública. Por sua vez, o deflúvio superficial agrícola está 1347

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49

condicionado às práticas agrícolas utilizadas e à época do ano que se realizam as 1348

atividades de cada safra (preparação para o plantio, aplicação de fertilizantes e 1349

defensivos agrícolas e a colheita). Na época de chuvas, é grande a contribuição de 1350

sedimentos proveniente dos processos erosivos. 1351

As fontes de poluição de origem urbana ou doméstica estão diretamente relacionadas 1352

com a estrutura do saneamento ambiental no município. Para abranger os diferentes 1353

poluentes presentes nos cursos d’água, a Cetesb seleciona indicadores ambientais de 1354

qualidade da água, sendo consideradas 50 variáveis mais representativas, compara e 1355

faz a análise destes para manter a qualidade necessária e fomentar a melhoria desta. 1356

Cargas Poluidoras de Origem Doméstica 1357

As cargas poluidoras de origem doméstica referem-se aos pontos de lançamento de 1358

esgotos, coletados em áreas urbanas pela Sabesp. 1359

No município de Ilhabela o tratamento de esgoto é de 100%, dos 4% coletado. Estima-1360

se que a carga orgânica lançada diariamente é da ordem de 1.442 Kg de DBO5,20

, em 1361

diversos córregos que vão para o mar. 1362

No município de São Sebastião são lançados diariamente 3.399 Kg de DBO5,20

. O 1363

tratamento é de 100% dos 30% da carga orgânica poluidora coletada. 1364

Em Ubatuba são coletados 28% dos esgotos e 100% tratados. É lançada diariamente 1365

nos rios e seus tributários uma carga poluidora de 3.218 Kg de DBO5,20

. 1366

Em Caraguatatuba apenas 35% de seu esgoto é coletado e 100% desse esgoto é 1367

tratado. Assim é lançada diariamente nos rios e seus tributários uma carga de 3.429 kg 1368

de DBO5, 20. 1369

Resíduos Sólidos Domésticos 1370

As informações acerca da geração de resíduos domésticos foram obtidas no Inventário 1371

Estadual de Resíduos Domiciliares, elaborado pela CETESB com dados de 1997 a 1372

2007. 1373

A quantidade de resíduos sólidos domésticos gerados por município é calculada 1374

aplicando-se o índice de produção per capita obtido pela CETESB em pesagens 1375

periódicas. Esse tipo de estimativa consiste em método prático, mas podem ocorrer 1376

desvios em relação ao que ocorre na realidade, em decorrência de vários fatores, tais 1377

como: tipo de atividade produtiva predominante, nível sócio econômico, sazonalidade 1378

de ocupação, nível de interesse e participação da população em programas de coleta 1379

seletiva e de ações governamentais que objetivem a conscientização da população 1380

quanto à redução da geração de resíduos. 1381

Os índices utilizados consideram apenas os resíduos de origem domiciliar, ou seja, 1382

aqueles gerados nas residências e no pequeno comércio, não sendo computados os 1383

resíduos gerados em indústrias, na limpeza de vias públicas, podas, limpezas de 1384

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50

córregos e outros que freqüentemente são enviados para os aterros sob uma 1385

classificação única de resíduos sólidos urbanos. 1386

Os 4 municípios que possuem sede na Bacia do Litoral Norte, geram 131,9 toneladas 1387

diárias de resíduos sólidos de origem doméstica. O município de Caraguatatuba gera 1388

39,04% de todo os resíduos sólidos domésticos na Bacia. 1389

Comparando as condições dos municípios no período de 1997 a 2007, nota-se que o 1390

município de Ubatuba até 2006 destinava seus resíduos sólidos domiciliares em 1391

condições inadequadas. 1392

O município de Ilhabela em 1997 tinha condição controlada, a partir de 2000 até 2003 1393

estava em condição inadequada e, de 2004 a 2007, estava no enquadramento 1394

adequado com valor de IQR igual a 10. 1395

Já no município de São Sebastião houve uma melhora do IQR no ano de 2005, que 1396

passou a ter condição adequada até 2007. 1397

Em Caraguatatuba o IQR passou a ter condição adequada somente no ano de 2007. 1398

Segundo a CETESB, em 2008 os municípios não possuíam o TAC (Termo de 1399

Compromisso de Ajustamento de Conduta). Ressalta-se que apenas o município de 1400

Ubatuba não tinha Licença de Instalação e de Operação. 1401

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde 1402

A Lei N° 12.300/2006, que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado 1403

de São Paulo, define Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) como os provenientes de 1404

qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou 1405

animal; provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na 1406

área de farmacologia e saúde; medicamentos e imunoterápicos vencidos ou 1407

deteriorados; provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e os 1408

provenientes de barreiras sanitárias. Esse tipo de resíduo merece atenção especial 1409

desde sua geração até o da destinação final, por trazer risco tanto à saúde pública 1410

como ao meio ambiente. 1411

Neste Plano de Bacias encontram-se informações do ano de 2007 sobre os Resíduos 1412

Sólidos de Serviços de Saúde, originárias das empresas responsáveis pela coleta, 1413

tratamento e disposição final, descritas na tabela abaixo. Sabe-se que o grupo A 1414

abrange os resíduos que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente 1415

devido à presença de agentes biológicos (resíduos hospitalares) e o grupo B abrange 1416

drogas quimioterápicas, resíduos farmacêuticos e demais produtos considerados 1417

perigosos. 1418

1419

Page 53: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

51

1420 Tabela: Síntese das informações sobre a coleta, tratamento e destinação dos resíduos de 1421 serviços de saúde. 1422

5 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 1423

5.1 SISTEMA PRINCIPAL 1424

5.1.1 Produção 1425

O abastecimento de água do Município de Ilhabela atualmente atendido pela SABESP 1426

limita-se à porção oeste da ilha e é realizado por três sistemas produtores, a saber: 1427

- Pombo (ao sul), 1428

- Água Branca (região central) e 1429

- Armação (ao norte). 1430

O distrito de Paranabi situa-se na costa leste da ilha, junto à Baia dos Castelhanos e 1431

não é abastecido. 1432

Os sistemas Água Branca e Armação operam em conjunto no mesmo sistema 1433

distribuidor. 1434

5.1.1.1 Sistema Produtor Pombo 1435

O Sistema Produtor Pombo, fica situado mais ao sul da área urbanizada da Ilha. 1436

A captação de água é realizada no córrego do Pombo, por meio de uma pequena 1437

barragem de nível, com bacia hidrográfica com área da ordem de 8,31 km², que produz 1438

uma vazão mínima de permanência de aproximadamente 74 l/s. Da barragem a água é 1439

aduzida por uma tubulação de ferro fundido (Ø 200 mm) por gravidade com extensão 1440

aproximada de 80 m até uma caixa de areia, onde são feitas também as aplicações do 1441

cloro (Hipoclorito de Sódio), soda e flúor seguindo para uma ETA 1442

A ETA é uma estação compacta, do tipo filtração direta pressurizada, composto por 1443

unidades pré-fabricadas de filtros verticais e uma estação elevatória a montante dos 1444

filtros; tem uma produção de água tratada em média 40 l/s (144 m3/h), com capacidade 1445

Page 54: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

52

nominal de 50l/s. Essa operação é toda automatizada, 24 h/dia. e não há equipamento 1446

para medição da vazão de saída na ETA. 1447

Além das unidades descritas, a ETA também conta com um conjunto de bombas para 1448

lavagem de filtros, sala de comando dos filtros, casa de química e depósitos de 1449

materiais. A estação conta também com equipamento básico para análises de 1450

parâmetros químicos e toda a área que compreende a ETA está cercada. 1451

Saindo da ETA a água tratada é conduzida para um reservatório de 100m3, instalado 1452

na mesma área da estação; para posterior distribuição. 1453

A distribuição a partir deste ponto é feita por gravidade atendendo os bairros Feiticeira, 1454

Curral e Praia Grande e parcialmente bairros vizinhos aos citados. 1455

1456 ETA Pombo - filtros pressurizados horizontais (fonte: ETEP/2005) 1457

Page 55: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

53

1458 ETA Pombo - caixas de areia e tubulação de recalque para filtros (fonte: ETEP/2005). 1459

1460 ETA Pombo - reservatório em 1º plano e filtros ao fundo (fonte: ETEP/2005). 1461

5.1.1.2 Sistema Produtor Água Branca 1462

O Sistema Produtor Água Branca, situado na parte mais central da Ilha; é o maior 1463

sistema em operação e o único dotado de um tratamento completo. 1464

A captação é realizada no córrego Água Branca, na parte central do lado oeste da Ilha, 1465

na bacia do córrego Perequê, através de uma barragem de nível, com uma bacia de 1466

contribuição de 8.24 km² e contando com uma vazão explorável da ordem de 74 l/s. 1467

Da barragem a água é aduzida por uma tubulação de ferro fundido até uma caixa de 1468

areia, onde ocorre o reforço proveniente do sistema Armação (Ø 250 mm), localizada a 1469

Page 56: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

54

aproximadamente 100 m de distancia da caixa de area, de onde a água é conduzida 1470

para uma caixa de quebra-pressão com “by-pass”, utilizada para prover uma maior 1471

capacidade ao sistema. Deste ponto a água segue por gravidade, com diâmetro de 300 1472

mm, para alimentação da ETA. 1473

A ETA opera toda por gravidade, composta por 2 conjuntos de floculadores, 1474

decantadores e filtros (4 unidades), cada um com capacidade de 25 l/s, operando 24 1475

h/dia com operador porque não é automatizada. 1476

1477 ETA Água Branca - vista geral das instalações (fonte: ETEP/2005). 1478

Após o tratamento a água segue para um reservatório, o maior em operação no 1479

município, com capacidade de 2000 m3. 1480

1481

ETA Água Branca, a direita reservatório de 2.000, a direita reservatório de 2.000m³ 1482 - Vista Geral (fonte: PlanSan). 1483

O rede de distribuição de água tratada atende os bairros Perequê, Morro dos Mineiros, 1484

Saco da Capela, Centro, Morro do Castelo, e parcialmente os bairros adjacentes aos 1485

citados. 1486

Page 57: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

55

No período de alta temporada, parte da área atendida por este sistema passa a receber 1487

água do Sistema Armação. 1488

5.1.1.3 Sistema Produtor Armação 1489

O Sistema Produtor Armação, situado mais ao norte de Ilhabela, é o menor sistema 1490

existente. 1491

A captação é realizada no córrego Armação, através de uma barragem de nível na cota 1492

50 m aproximadamente. Com uma bacia hidrográfica de contribuição em torno de 1 1493

km², a vazão mínima é da ordem de 8 l/s. A partir da barragem a água é aduzida por 1494

uma tubulação recebendo a desinfeção por cloro (“pinga pinga”) no seu curso, até a 1495

estação de tratamento de água. 1496

A ETA opera 24 h/dia, por gravidade, composta apenas por um conjunto de dois filtros 1497

do tipo fluxo ascendente, com capacidade nominal de 10 l/s, operação manual porque 1498

não é automatizada.e qualidade insatisfatória do manancial. 1499

O Sistema não possui reservação e após o tratamento segue diretamente para 1500

distribuição, atendendo aos bairros ao norte da ilha, ou seja Viana, Siriuba, Ponta 1501

Azeda, Armação e Ponta das Canas. 1502

1503 ETA Armação - vista geral (fonte: ETEP/2005). 1504

5.1.2 Caracterização do Sistema de Reservação 1505

O sistema de reservação de água tratada da Ilhabela, concentra-se no Sistema Água 1506

Branca. 1507

A capacidade total de reservação do sistema Água Branca é mostrada a seguir no 1508

quadro 5.1.2. 1509

1510

Page 58: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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56

QUADRO 5.1.2 1511

RESERVAÇÃO - SISTEMA ÁGUA BRANCA 1512

Reservatório Tipo Volume (m³)

Engenho D´água 1 - Baixo Semi-enterrado 40

Engenho D´água 1 - Alto Semi-enterrado 14

Morro dos Mineiros Semi-enterrado 35

Tesouro da Colina Apoiado 50

Água Branca Semi-enterrado 2.000

Cantagalo Apoiado 50

Morro da Cruz 1 Apoiado 50

Morro da Cruz 2 Apoiado 50

Total - 2.289

Fonte: Relatório Informações Gerenciais - I da SABESP-RN, novembro de 2003 1513

5.1.3 Caracterização da distribuição por Sistema Produtor 1514

5.1.3.1 Rede de distribuição do Sistema Distribuidor Pombo 1515

O sistema distribuidor atendido pelo sistema Pombo contava em novembro de 2003 1516

com 16.688 metros de rede distribuidora, incluindo 703 metros de adutoras. 1517

Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total 1518

existente no sistema distribuidor Pombo. Todas as ligações ativas de água são 1519

hidrometradas. 1520

QUADRO 5.1.3.1 1521

LIGAÇÕES - SISTEMA POMBO 1522

Item

Categoria

Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 739 47 2 6 5 799

Total de economias 823 47 2 6 13 891

Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003 1523

5.1.3.2 Rede de Distribuição do Sistema Distribuidor Água Branca 1524

A rede de distribuição possui uma extensão de 73.169 m, incluindo 933 metros de 1525

adutoras. 1526

Page 59: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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57

Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total 1527

existente no sistema distribuidor Água Branca. Todas as ligações ativas de água são 1528

hidrometradas. 1529

QUADRO 5.1.3.2 1530

LIGAÇÕES - SISTEMA ÁGUA BRANCA 1531

Item

Categoria

Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 5.287 618 27 72 46 6.050

Total de economias 5.569 618 27 72 101 6.387

Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003 1532

Na área de influência do Sistema Distribuidor Água Branca estão implantados sete 1533

“boosters” e uma estação elevatória de água (EEA) da rede de distribuição, abaixo 1534

descritos: 1535

1. “Booster” Sergipe (fora de operação); 1536

2. “Booster” Santa Catarina (fora de operação); 1537

3. “Booster” para o bairro de Barra Velha Alta, com um reservatório de sobras de 50 1538

m³, dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo telefônico; 1539

4. “Booster” para o bairro de Reino, junto ao próprio sistema Água Branca, que opera 1540

24 horas/dia; 1541

5. “Booster” para o bairro do Morro da Cruz, ou Itaguassu, queopera 24 horas/dia; 1542

6. “Booster” para o bairro de Itaquanduba ou Morro dos Mineiros, com um reservatório 1543

de sobras de 40 m³, dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo 1544

telefônico; 1545

7. “Booster” para a Praia da Pedra do Sino, que permanece ligado quando o sistema 1546

Armação está fora de operação; 1547

8. EEA para o bairro do Engenho d’Água, com um reservatório de sobra de 14 m³, 1548

dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo telefônico. 1549

5.1.3.3 Rede de Distribuição do Sistema Distribuidor Armação 1550

O sistema distribuidor Armação contava em novembro de 2003 com 4.303 metros de 1551

rede distribuidora, incluindo 300 metros de adutoras. 1552

Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total 1553

existente no sistema distribuidor Armação. Todas as ligações ativas de água são 1554

hidrometradas. 1555

1556

Page 60: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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QUADRO 5.1.3.3 1557

LIGAÇÕES E ECONOMIAS - SISTEMA ARMAÇÃO 1558

Item

Categoria

Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 261 13 3 2 1 280

Total de economias 273 13 3 2 3 294

Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003 1559

5.2 SISTEMAS ISOLADOS 1560

Atualmente os bairros Santa Cruz, Barreiro, Lajeado, Machadinho, Sertãozinho, Santo 1561

Antônio não são abastecidos pela Sabesp e contam com sistema próprio de 1562

abastecimento. Os bairros distantes da sede como Pico Agudo, Rio Preto de Baixo, Rio 1563

Preto de Cima, Cassununga e Fazenda Velha também não são atendidos pela Sabesp. 1564

O abastecimento destas localidades não está previsto no Plano de Ampliação da 1565

SABESP. 1566

A caracterização dos sistemas isolados não foi disponibilizada pelo município.1567

Page 61: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

59

1568

1569

Page 62: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

60

5.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS 1570

A Sabesp atua no município de Ilhabela desde 1975, quando o decreto 6.892 de 16 de 1571

outubro de 1975 autorizou a Sabesp a incorporar a Companhia de Saneamento da 1572

Baixada Santista – SBS e administrada pela Unidade de Negócio Litoral Norte desde 1573

1996, quando foi criada. A concessão dos serviços do sistema de abastecimento de 1574

água esta em processo de renovação com a Prefeitura de Ilhabela. 1575

Em 2009, a Sabesp implantou duas adutoras de 900 e 2.950 metros, respcetivamente, 1576

com o objetivo de melhorar a distribuição e produção de água para o abastecimento da 1577

região central de Ilhabela. 1578

Demandas de obras do município: 1579

- Sistema de Abastecimento de Água Pombo – Melhoria e ampliação; 1580

- Sistema de Abastecimento de Água - Água Branca – Melhoria e ampliação; 1581

A estação não possui caixa de chegada, impossibilitando a regularização da 1582

vazão de entrada de água bruta no local pelo operador da ETA e, 1583

consequentemente, limitando a operação da mesma. O sistema não tem 1584

medidor de vazão (tanto na entrada quanto na saída) na estação. 1585

- Sistema de Abastecimento de Água - Armação – Melhoria e ampliação. 1586

O sistema armação em épocas de muita chuva costuma apresentar problemas 1587

de cor e turbidez. 1588

Ver desenho nº 0872-DS-13-S-3901/00 1589

6 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 1590

6.1 SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS 1591

Ilhabela dispõe de sistema de esgotos sanitários somente na região central da cidade, 1592

incluindo os Bairros Saco da Capela e Santa Tereza. 1593

Este sistema é formado por redes coletoras, elevatórias de esgotos, Estação de Pré-1594

Condicionamento (EPC) e disposição final por emissário submarino no Canal de São 1595

Sebastião. 1596

A área do sistema é esgotada por duas bacias (bacia 4 - Saco da Capela e bacia 5 - 1597

Santa Tereza) que, juntas, totalizam cerca de 13.265 metros de rede coletora e 624 1598

ligações domiciliares. 1599

Page 63: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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61

Os esgotos coletados nessas bacias são bombeados por duas elevatórias (bacia 4, 1600

localizada a cerca de 950 metros ao sul da EPC e bacia 5 a cerca de 450 metros ao 1601

norte da EPC), para o poço de sucção da elevatória da EPC. 1602

O sistema de disposição final compreende uma estação de pré-condicionamento (EPC) 1603

e um emissário submarino com 260 metros de extensão e 250 mm de diâmetro em 1604

PEAD, que lança os esgotos a 24 metros de profundidade no canal de São Sebastião. 1605

A EPC, construída em 1997, está localizada na margem esquerda do rio Nossa 1606

Senhora da Ajuda, no final da rua Dr. Carvalho e é composta das seguintes unidades: 1607

estação elevatória final, peneira estática para remoção de sólidos grosseiros e tanque 1608

de contato para a ação do hipoclorito de sódio na desinfecção dos efluentes. 1609

Para controle dos odores gerados pelos gases da EPC, objeto de queixas da 1610

comunidade de Ilhabela, foi executado em 2001 um projeto de sistema de controle de 1611

odores. 1612

O quadro a seguir mostra uma visão geral do sistema de esgotamento sanitário do 1613

município de Ilhabela. 1614

QUADRO 6.1 1615

Descrição 1997 2009

Ligações (un) 90 624

Redes (m) 1.307 13.265

Emissários / Interceptores (m) 74 260

Estações elevatórias (un) 0 5

Estações de tratamento de Esgotos 0 1

Capacidade de tratamento (l/s) 0 30

Índice de coleta 1% 4%

Índice de tratamento 100% 100%

População atendida por coleta e tratamento de esgoto 172 1.304

Fonte: Sabesp

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62

1616 EPC Saco da Capela – Edificação (fonte: ETEP/2005).

EPC Saco da Capela - tanque de contato (fonte: ETEP/2005).

6.2 SISTEMAS ISOLADOS 1617

Atualmente os bairros Santa Cruz, Barreiro, Lajeado, Machadinho, Sertãozinho, Santo 1618

Antônio não são atendidos pela Sabesp e contam com sistema de fossa septica. Os 1619

bairros distantes da sede como Pico Agudo, Rio Preto de Baixo, Rio Preto de Cima, 1620

Cassununga e Fazenda Velha também não são atendidos pela Sabesp. 1621

O atendimento destas localidades não está previsto no Plano de Ampliação da 1622

SABESP. 1623

1624

Page 65: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

63

1625

1626

Page 66: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

64

6.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS 1627

Em relação ao sistema de esgotos sanitários, o município de Ilhabela possui 1628

atualmente 624 ligações , cuja coleta é feita através de 13.265 m de rede coletora e 1629

260 m de emissário submarino. Atualmente, 4% da população urbana do município têm 1630

seu esgoto coletado, sendo que 100% dos esgotos coletados são encaminhados à 1631

Estação de Pré-Condicionamento. 1632

Obras de Ampliação do Sistema de Esgotamentos Sanitarios em andamento: 1633

a. Sistema de Esgotamento Sanitários ITAQUANDUBA – ETAPA 2 FASE 2 1634

Obras Quant. Valor (R$)

Rede Coletora 1.008 m 731.138,74

Estação Elevatória de Esgotos (EEE 1.1-1, 1.1-2, 1.2, 1.3-1, 1.3-2, 2.1, 2.2 e 3.1)

8 unid 2.530.256,36

Linha de recalque 3.192,93 m 1.698.006,34

Estação de Pré-condicionamento 154 l/s 2.281.257,58

Emissário terrestre 190 m 165.440,07

Emissário submarino 941 m 5.059.898,97

Fonte: Sabesp

- Início: 07/08/2008 1635

- Término: 31/01/2010 (aditivo: 29/05/2010) 1636

- População beneficiada: 30.536 habitantes 1637

- Bairros Beneficiados: Barra Velha (operacionalização das redes implantadas), 1638

Itaquanduba, Itaguassu e Perequê. 1639

- Investimento Total: R$ 12.465.998,06 1640

b. Sistema de Esgotamento Sanitários PRAIA DO PINTO E PONTA AZEDA 1641

Obras Quant.

Rede coletora 1.388 m

Ligações 176 unid.

Estação Elevatória de Esgotos (EEE 1, 2, 3 e 4) 4 unid.

Linha recalque 746 m

Fonte: Sabesp

Page 67: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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65

- Término: 31/01/2010 (aditivo: 29/05/2010) 1642

- População beneficiada: 1.650 habitantes que abrangem as áreas das. 1643

- Bairros Beneficiados: Praias do Pinto e Ponta Azeda 1644

- Investimento Total: R$ 1.155.501,93 1645

c. Sistema de Esgotamento Sanitários ITAQUANDUBA – ETAPA 3 – Reversão 1646

dos esgotos do Saco da Capela 1647

Obras Quant.

Rede coletora 14.321,30 m

Ligações 1.046 un

Estação Elevatória de Esgotos 3.2 1 un

Adequação da Estação Elevatória de Esgotos Saco da Capela 1 m

Linha recalque 2.010 m

Fonte: Sabesp

- Início: jun/2010 1648

- Término: 3Mai/2012 1649

- População beneficiada: 15 mil habitantes que abrangem as áreas das. 1650

- Bairros Beneficiados: Pitaquanduba, itaguaçu, Perequê e Saco da Capela 1651

- Investimento Total: R$ 8.452.888,62 1652

Demandas de obras do município: 1653

Ampliação dos serviços de coleta e tratamento para os sistemas isolados da 1654

Ilhabela por parte da Sabesp. 1655

Registro de ocorrências em sistema isolados de esgoto, mantidos pela Prefeitura: 1656

A fossa coletiva foi construída pela prefeitura 1657

no bairro Barra Velha. O sistema não comporta 1658

mais a quantidade de esgoto que recebe. Os 1659

dejetos escorrem pelas paredes de concreto e 1660

pelas bordas e caem em um riacho, que está 1661

em uma área que deveria ser preservada. Além 1662

do mal cheiro, o vazamento de esgoto traz 1663

outros incômodos como ratos, aranhas e 1664

baratas. A prefeitura espera resolver o 1665

problema quando a Sabesp concluir a rede 1666

coletora, em 2011. 1667

Ver desenho nº 0872-DS-13-S-3902/00 1668

1669

Publicado no SOS Rios do Brasil Referencia 22/04/2009

Page 68: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

66

7 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 1670

RESÍDUOS SOLIDOS 1671

7.1 VISÃO GERAL DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 1672

RESÍDUOS SÓLIDOS – SISTEMA PRINCIPAL, SISTEMAS ISOLADOS E 1673

DOMICÍLIOS DISPERSOS 1674

7.1.1 Divisão de Atribuições 1675

No município de Ilhabela, a divisão dos serviços de limpeza urbana e manejo de 1676

resíduos sólidos apresenta atualmente a seguinte configuração: 1677

Grupo Atividade Executor

Limpeza pública Varrição de passeios, vias e praias Prefeitura Municipal

Manutenção de passeios e vias Prefeitura Municipal

Manutenção de áreas verdes Prefeitura Municipal

Limpeza pós feiras livres Prefeitura Municipal

Manutenção de bocas de lobo Prefeitura Municipal

Resíduos sólidos domiciliares Coleta e translado Prefeitura Municipal

Transbordo e transporte Sem informações

Reaproveitamento e/ou tratamento Prefeitura Municipal

Destinação final Prefeitura Municipal

Resíduos sólidos inertes Coleta e translado Sem informações

Reaproveitamento e/ou tratamento Sem informações

Destinação final Sem informações

Resíduos de serviços de saúde Coleta e transporte Sem informações

Tratamento Sem informações

Destinação final Sem informações

Observando-se o quadro, nota-se que a própria Prefeitura Municipal, através de sua 1678

Secretaria de Meio Ambiente, assume a execução de diversos serviços, como limpeza 1679

pública e coleta e triagem de resíduos sólido domiciliares. Quanto aos resíduos inertes 1680

e de serviços de saúde, ainda não forneceu informações. 1681

7.1.2 Limpeza Pública 1682

Os principais serviços de limpeza pública realizados no município são os seguintes: 1683

Page 69: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

67

- varrição de passeios, vias e praias; 1684

- manutenção de passeios e vias; 1685

- manutenção de áreas verdes; 1686

- limpeza pós feiras livres; e 1687

- manutenção de bocas de lobo. 1688

Varrição de Passeios, Vias e Praias 1689

A varrição de passeios e vias é realizada manualmente, com periodicidades variáveis 1690

em função das características dos locais atendidos. A limpeza é executada por equipes 1691

padrão compostas por duplas de varredores, que se alternam nas funções de varrer e 1692

juntar os detritos e de recolhê-los no lutocar e trocar os sacos plásticos depois de 1693

cheios. 1694

A coleta dos sacos com os detritos resultantes da varrição manual é realizada pela 1695

própria equipe da coleta domiciliar convencional, que os conduz até a destinação final. 1696

A limpeza das praias é realizada manualmente por equipes padrão e os detritos 1697

resultantes são recolhidos por uma frota de 4 caminhões, que também atende à 1698

manutenção de áreas verdes. 1699

Manutenção de Passeios e Vias 1700

A manutenção dos passeios e vias se processa através dos serviços de capina das 1701

ervas daninhas surgentes nos pisos, de roçada dos matos e de raspagem das poeiras 1702

e areias acumuladas pelas águas de chuva nas sarjetas. 1703

Estes serviços são executados por equipes padrão, com periodicidades variáveis em 1704

função das características dos locais atendidos e da intensidade das chuvas que 1705

interferem na proliferação das ervas daninhas e matos. 1706

Também os detritos e restos vegetais resultantes destes serviços são recolhidos pela 1707

mesma frota que atende à limpeza de praias e à manutenção de áreas verdes. 1708

Manutenção de Áreas Verdes 1709

Por áreas verdes, entendem-se todos os espaços públicos recobertos por vegetação 1710

rasteira ou de maior porte, como praças, canteiros centrais e outros. 1711

A manutenção das áreas verdes, realizada através dos serviços de corte de gramíneas 1712

e de poda de árvores, se restringe apenas ao perímetro urbano. 1713

Page 70: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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68

Estes serviços são executados por equipes padrão, com periodicidades variáveis em 1714

função da intensidade das chuvas que interferem no crescimento da vegetação e da 1715

época adequada para cada espécie e os restos vegetais resultantes destes serviços 1716

são recolhidos pela mesma frota que atende à limpeza de praias e à manutenção de 1717

passeios e vias. 1718

No momento, a área até então usada para sua disposição já se encontra saturada e a 1719

municipalidade está em busca de outro local. 1720

Limpeza de Feiras Livres 1721

A limpeza dos locais após a realização de feiras livres é realizada através da varrição e 1722

recolhimento dos resíduos sólidos. 1723

A coleta dos sacos com os detritos resultantes deste serviço de limpeza é realizada 1724

pela própria equipe da coleta domiciliar convencional, que os conduz até a destinação 1725

final. 1726

Manutenção de bocas de lobo 1727

A manutenção das bocas de lobo distribuídas pelas vias públicas inseridas no 1728

perímetro urbano é realizada através da limpeza, desobstrução e recolhimento dos 1729

detritos formados, quase sempre, de poeiras, terra e principalmente areias trazidas 1730

pelas águas das chuvas e pelos ventos. 1731

Os detritos resultantes deste serviço são recolhidos pela mesma frota que atende à 1732

limpeza de praias e à manutenção de passeios e vias e de áreas verdes. 1733

7.1.3 Resíduos Sólidos Domiciliares 1734

Dada a importância deste segmento dentro do gerenciamento municipal, a 1735

caracterização dos serviços relativos aos resíduos sólidos domiciliares foi subdividida 1736

de acordo com os seguintes temas: 1737

- coleta e translado dos resíduos; 1738

- transbordo e transporte dos resíduos; 1739

- reaproveitamento e/ou tratamento dos resíduos; e 1740

- destinação final dos resíduos. 1741

Coleta e translado dos resíduos 1742

De acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares da CETESB, a 1743

geração em função da população residente se aproxima de 10,3 t/dia. Porém, como 1744

Page 71: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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69

ocorre com os demais municípios sujeitos ao acréscimo da população flutuante 1745

decorrente da sazonalidade provocada pelos turistas com moradia e os de passagem, 1746

imagina-se que a geração média deva ser substancialmente superior, atingindo cerca 1747

de 20 a 30 t/dia. 1748

No município, para a coleta de lixo que atinge 98% das residências domicílios, 1749

incluindo as Comunidades Tradicionais, são praticadas duas modalidades: 1750

- coleta regular porta a porta dos resíduos sólidos do tipo “úmido”, que englobam 1751

principalmente a parcela orgânica presente no lixo; e 1752

- coleta seletiva porta a porta dos resíduos sólidos do tipo “seco”, representados 1753

pelos materiais recicláveis. 1754

BAIRROS RESÍDUOS

ORGÂNICOS MATERIAIS

RECICLÁVEIS

Bexiga: Osmundo, Escola Anna Leite, R. Benedito José Lourenço (parte de baixo), R. da Caixa D’Água, Pousada Por do Sol, Pousada do China

2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Bexiga: R. Benedito José Lourenço (parte de cima), R. da Captação da SABESP, R. dos Eucaliptos, R. Conde D’Eu

3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Portinho, São Pedro, Curral, Praia Grande, Veloso 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Portinho (Campo de Futebol), Av. Mário Covas (a partir do bairro Borrifos) Diariamente 3ª, 5ª e sábados

Praia do Julião, Mirante da Ilha, Feiticeira (parte de cima) 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Feiticeira (parte de baixo), R. Sergipe (Barra Velha) 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Barra Velha (Gleba II) 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Barra Velha (Gleba II – R. Amapá, R. Macapá, R. Rio Branco) 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Barra Velha (Gleba I) 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

R. dos Carijós Diariamente 2ª, 4ª e 6ª feiras

Reino, Toca, Green Park 3ª, 5ª e sábados 3ª e 6ª feiras

CESP 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Av. Faria Lima Diariamente 3ª, 5ª e sábados

Morro da Cruz 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Perequê 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Jardim Éden 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Água Branca 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Cocaia, Costa Bela I , Costa Bela II 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª e 6ª feiras

Bairros do Norte (Avenida) Diariamente Diariamente

Siriúba I (até Pacuíba) 2ª, 4ª e 6ª feiras 5ª feiras

Saco do Indaiá 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Continua 1755

1756

1757

Page 72: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

70

Continuação 1758

BAIRROS RESÍDUOS

ORGÂNICOS MATERIAIS

RECICLÁVEIS

Vila (morro do cemitério) Diariamente 2ª, 5ª e sábados

Vila (Centro) Diariamente Diariamente

Itaguassú, Itaquanduba 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Saco da Capela 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Engenho D’Água I, Engenho D’Água II 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Grandes Geradores (mercados, pousadas e lojas) Diariamente 3ª, 5ª e sábados

Observando o quadro, nota-se que nos bairros mais centrais do município, onde se 1759

concentra a maior parte dos domicílios e estabelecimentos, ambas as coletas são 1760

processadas diariamente, ou seja de segunda a sábado. 1761

Nos demais bairros, com uso predominantemente residencial, a frequência destas 1762

coletas é predominantemente alternada, variando de 1 a 3 dias por semana. 1763

Para a coleta regular dos resíduos sólidos domiciliares do tipo “úmido”, são mobilizados 1764

4 caminhões do tipo coletor compactador, cada qual acompanhado de equipe padrão 1765

formada por motorista do caminhão e coletores. 1766

Para facilitar a posterior triagem por tipo de material, a coleta seletiva dos resíduos 1767

sólidos do tipo “seco” se utiliza de 3 caminhões sem compactação, igualmente 1768

acompanhados de suas guarnições. 1769

Transbordo e transporte dos resíduos 1770

Como a Prefeitura Municipal não mencionou nenhum tipo de transbordo de resíduos 1771

sólidos, presume-se que os do tipo “úmido” são transportados para a destinação final 1772

através dos próprios caminhões coletores compactadores que os recolhem, o mesmo 1773

acontecendo com os do tio “seco”. 1774

Reaproveitamento e/ou Tratamento dos Resíduos 1775

A separação final e o reaproveitamento dos materiais recicláveis oriundos da coleta 1776

seletiva porta a porta é realizado no Centro de Triagem, que pode ser observado nas 1777

fotos subsequentes. 1778

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71

1779

Vista das instalações do Centro de Triagem (Fonte: Plansan 123) 1780

1781

Vista do galpão do Centro de Triagem (Fonte: Plansan 123) 1782

Supõe-se que, embora de propriedade da Prefeitura Municipal, este Centro de Triagem 1783

seja operado no sistema de cooperativa de catadores já que, conforme informação da 1784

municipalidade, é responsável pela fonte de renda de 23 famílias. 1785

Destinação Final dos Resíduos 1786

Segundo consta no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares da CETESB, 1787

até o ano de 2009, os resíduos sólidos domiciliares do tipo “úmido” e dos demais 1788

detritos não reaproveitáveis gerados no município foram destinados ao Aterro Sanitário 1789

Page 74: P2 PlanSan Diagnostico Ilhabela

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72

de Tremembé, operado pela empresa Resicontrol do Grupo Veólia, situado no 1790

município de mesmo nome, no Vale do Paraíba do Sul. 1791

Porém, pelo fato de não ter sido citada nenhuma operação de transbordo que pudesse 1792

otimizar esse transporte a longa distância e pela falta de informações mais precisas da 1793

Prefeitura Municipal, deduz-se que a destinação dos resíduos sólidos domiciliares do 1794

tipo “úmido” e dos demais detritos não reaproveitáveis esteja ocorrendo em unidade 1795

localizada no próprio município. 1796

As fotografias a seguir apresentadas sugerem tratar-se de um aterro dotado de 1797

impermeabilização de base, caracterizada pela manta plástica que reveste sua 1798

superfície inferior. 1799

Além disso, supõe-se ser dotado de sistema de captação de líquidos percolados no 1800

interior do maciço, uma vez que apresenta reservatório para chorume, e de gases, 1801

através de tubos de concreto. 1802

Finalmente, por ser equipado com retroescavadeira e trator de esteiras, deve obedecer 1803

aos procedimentos recomendáveis a um aterro sanitário, como compactação e 1804

cobertura das células de lixo. 1805

1806

1807

Vista dos taludes revestidos por manta plástica impermeabilizante (Fonte: Plansan 123) 1808

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1809

Vista de tubos de concreto usados nos drenos verticais (Fonte: Plansan 123) 1810

1811

Reservatório de chorume (Fonte: Plansan 123) 1812

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74

Retroescaveira e trator de esteiras (Fonte: Plansan 123) 1813

Tendo em vista que a unidade é dotada de impermeabilização de base, sistemas de 1814

captação de líquidos percolados e de gases e reservatório de chorume, além de 1815

equipamentos utilizados nas práticas recomendáveis de implantação, operação e 1816

manutenção, pode-se concluir que o município está atendido por um aterro sanitário, a 1817

ser enquadrado pela CETESB como “com condição adequada”, devendo ter Licença de 1818

Instalação – LI e Licença de Operação – LO. 1819

Porém, por ser recente, ainda não compareceu no Inventário Estadual do ano de 2009 1820

e, assim sendo, não recebeu seu IQR – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos 1821

que, certamente, pelo que se constatou pelas fotografias, deverá ser no mínimo igual 1822

ou superior a 8,0. 1823

7.1.4 Resíduos Sólidos Inertes 1824

Os resíduos sólidos urbanos, convencionalmente qualificados como “inertes”, 1825

abrangem os entulhos gerados pela construção civil, a partir de obras novas, reformas 1826

e/ou demolições. 1827

No caso de Ilhabela, este segmento tem grande importância devido à crescente 1828

urbanização verificada nos últimos anos, particularmente através de casas de veraneio 1829

que, em muitos locais, já se aproximam dos limites máximos das cotas topográficas 1830

impostas pelas áreas de preservação ambiental. 1831

Por informação obtida junto à Prefeitura, sabe-se que o material oriundo da construção 1832

civil é entregue já separado, como madeira, aços e concreto, e que os entulhos deste 1833

último tem sua maior parte reaproveitada através de trituração, para ser utilizada como 1834

cascalho. 1835

7.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde 1836

Apesar de não ter sido fornecida informação pela municipalidade, pelo fato de estar 1837

sendo cogitada uma unidade de tratamento térmico que atenda aos quatro municípios 1838

integrantes da UGRHI 3, deduz-se que o município de Ilhabela segue os mesmos 1839

procedimentos adotados pelos demais, ou seja, atualmente exporta seus resíduos de 1840

serviços de saúde para unidades localizadas no Vale do Paraíbe do Sul. 1841

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75

Se esta premissa for válida, as prováveis unidades utilizadas para o tratamento desses 1842

resíduos são o micro ondas da empresa ATT Ambiental Tecnologia e Tratamento Ltda., 1843

localizado no município de Jacareí/SP, ou o incinerador da empresa Pioneira Ambiental 1844

Ltda., localizado no município de Suzano/SP, ambas dotadas de Licença de Instalação 1845

– LI e Licença de Operação – LO. 1846

7.2 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS, OBRAS, PLANOS E PROJETOS 1847

Apesar da escassez de informações, pode-se afirmar que os serviços de limpeza 1848

urbana e de manejo dos resíduos sólidos efetuados no município aparentam atender às 1849

necessidades da comunidade, mesmo tendo de se submeter ao aumento de demanda 1850

deflagrado pela população flutuante em determinados períodos do ano. 1851

Assim, a maior preocupação se concentra no gerenciamento da destinação 1852

ambientalmente adequada para os resíduos, mediante custos admissíveis. 1853

Com relação aos resíduos sólidos domiciliares, o fato da municipalidade já estar 1854

promovendo coleta seletiva e direcionando o seu produto a um Centro de Triagem já 1855

representa um largo passo para o seu bom gerenciamento. 1856

Além disso, constata-se pelas fotos anteriores, que a unidade de disposição final para 1857

os resíduos não reaproveitáveis, em preparação ou já em operação, assegura os 1858

padrões de aterro sanitário, através de seus dispositivos de proteção à saúde pública e 1859

ao meio ambiente. 1860

Desta forma, as preocupações se concentram na indefinição de local para a destinação 1861

final dos demais resíduos, particularmente para aqueles gerados pelos serviços de 1862

manutenção de áreas verdes. 1863

Apesar do seu descarte irregular não provocar os mesmos impactos de contaminação 1864

dos resíduos não inertes, este tipo de detritos também podem degradar terrenos e o 1865

meio ambiente adjacente através, principalmente, da erosão de encostas e do 1866

assoreamento das drenagens e cursos d’água. 1867

Finalmente, no que se refere aos resíduos de serviços de saúde, por exigir destinação 1868

final especializada, para evitar os altos custos deorrentes de sua exportação para as 1869

unidades do Vale do Paraíba do Sul, a municipalidade não vê outra solução que não 1870

seja através de um esforço conjunto dos quatro municípios do Litoral Norte. 1871

1872

8 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA 1873

8.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 1874

Ilhabela está situada na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste, segundo a Agência 1875

Nacional das Águas (ANA), na Bacia Hidrográfica do Litoral Norte. De acordo com a 1876

CETESB uma região litorânea pode abrigar três tipos de recursos hídricos superficiais; 1877

as águas doces; as águas estuarinas ou salobras e as águas marinhas ou salinas. No 1878

Litoral Norte, região onde está localizado o município de Ilhabela, os rios apresentam-1879

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76

se geralmente com pequeno curso e volume de água, sucedendo-se curtos trechos 1880

meândricos de planície aos vales abruptos e quedas d’água de regime torrencial na 1881

estação chuvosa. 1882

As chuvas constituem-se em uma das principais causas da deterioração da qualidade 1883

das águas das praias. Esgotos, lixos e outros detritos são carreados para as praias 1884

através de galerias, córregos e canais de drenagem na ocorrência de chuvas, 1885

produzindo, assim, um aumento considerável na densidade de bactérias nas águas 1886

litorâneas. Deve-se lembrar ainda, a prática disseminada na região litorânea de se ligar 1887

o sistema coletor de águas pluviais à rede de esgoto, assim como a interligação dos 1888

sistemas coletores de esgoto à rede de drenagem pluvial, que também são muito 1889

prejudiciais à qualidade sanitária das águas das praias. Durante as marés de enchente, 1890

o grande volume de água afluente, além de favorecer a diluição dos esgotos presentes 1891

nas águas das praias, age no sentido de barrar cursos d'água eventualmente 1892

contaminados. Já nas marés vazantes, ocorre o fenômeno inverso, havendo uma 1893

drenagem das águas dos córregos para o mar, levando maior quantidade de esgotos 1894

às praias. 1895

O município de Ilhabela está inserido nas Bacias Hidrográficas constituídas pelos 1896

Córrego do Jabaquara, Córrego Bicuíba, Córrego Ilhabela/Cachoeira, Córrego 1897

Paquera/Cego, Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade, Córrego Sepituba / Ipiranga/ 1898

Boneti/ Enchovas/ Tocas, Córrego Manso/ Engenho/ Castelhano/ Cabeçuda e Córrego 1899

do Poço. 1900

O posto pluviométrico de Ilhabela, conforme consulta ao banco de dados do DAEE – 1901

Departamento de Águas e Energia Elétrica é o de prefixo E2-012, conforme quadro a 1902

seguir: 1903

Município Prefixo do Posto Nome Altitude Latitude Longitude Bacia

Ihabela E2-012 Ihabela 10 m 23°47’ 45°21’ Vertente

Atlântico(LN)

Fonte: DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica 1904

Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura – 1905

CEPAGRI (www.cpa.unicamp.br), o clima da região é caracterizado por temperatura 1906

média anual de 24,8°C, oscilando entre mínima média de 18,1°C e máxima média de 1907

31,5°C. A precipitação média anual é de 1507,4 mm. 1908

A análise das precipitações foi elaborada com os dados do posto pluviométrico E2-012, 1909

o qual apresenta um histórico maior de dados e, cuja localização está mais próxima à 1910

área urbana de Ilhabela. 1911

A figura a seguir possibilita uma análise temporal das características das chuvas, 1912

apresentando a distribuição das mesmas ao longo do ano, bem como os períodos de 1913

maior e menor ocorrência. 1914

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1915

Precipitação média mensal no período de 1943 a2004 – posto E2-012 1916 (Fonte: Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, acesso em 21 de setembro de 2010) 1917

Por meio do gráfico acima é possível verificar uma variação sazonal da precipitação 1918

média mensal com duas estações representativas, uma predominantemente seca e 1919

outra predominantemente chuvosa, apresentada na maior parte do município. 1920

O período mais chuvoso ocorre de outubro a abril, quando os índices de precipitação 1921

média mensal são superiores a 107,8 mm, enquanto que o mais seco corresponde aos 1922

meses de maio a setembro com destaque para junho, julho e agosto, que apresentam 1923

médias menores que 76,2 mm. 1924

Deve-se ressaltar que os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam os maiores 1925

índices de precipitação, atingindo uma média de 215,8 mm e 194,4 mm e 204,8 mm, 1926

respectivamente. 1927

8.2. PRINCIPAIS OCORRENCIAS 1928

- Dia 19 de janeiro de 2010, equipes de manutenção trabalhavam no Itaquanduba, 1929

na construção do muro de contenção da via que dá acesso à parte alta do bairro, que 1930

com o acúmulo de chuva, cedeu, causando um buraco, com o barro invadindo o 1931

terreno de uma residência. 1932

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78

1933 O diretor de obras orienta a equipe na construção do muro de sustentação (Fonte: Informativo 1934

Prefeitura Municipal de Ilhabela - Foto: Leninha Viana/ PMI) 1935

- Informação Publicada em 7 de março de 2009 – Agencia Globo. A prefeitura de 1936

Ilhabela confirmou um caso de leptospirose na cidade. Outros 7 casos ainda estão 1937

sendo investigados. Os pacientes residem em bairros distintos do município, por isso 1938

acredita-se que não haja uma única fonte de contaminação. A maioria dos casos tem 1939

uma relação com o contato com inundações ou enchentes, pois a urina de animais 1940

contaminados, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama, 1941

elevando o risco do contato humano com a bactéria. 1942

- Há relatos de alagamentos nas ruas próximas a orla nos períodos de chuvas, 1943

sobre a influência das mares altas; concentranto as águas pluviais por falta de 1944

escoamento. 1945

8.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS 1946

O sistema de drenagem necessita de cadastro para verificação de sua capacidade. A 1947

partir daí deverá ser executadas as ampliações/implantações identificadas. 1948

9 DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO 1949

9.1 INTRODUÇÃO 1950

Os serviços de abastecimento de água e de Esgotamento Sanitário do município de 1951

ILHA BELA, pertencente a URGRHIU 3, são prestados pela Cia. de Saneamento 1952

Básico do Estado de Paulo - SABESP. 1953

A presente análise financeira tem como objetivo a criação de parâmetros para a 1954

projeção do fluxo de caixa descontado e obter informações sobre o grau de 1955

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79

sustentabilidade financeira. Baseia-se em dados estatísticos, físicos e financeiros 1956

associados à prestação dos serviços, obtidos junto ao SNIS para os anos de 2006, 1957

2007 e 2008. 1958

9.2 INFORMAÇÕES FÍSICAS 1959

A Tabela 1 a seguir mostra o resultado da pesquisa referente aos dados físicos mais 1960

importantes para a análise que se pretende. 1961

Tabela 1 1962

PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO Dados Físicos

Município: - ILHABELLA

Descrição Un. 2006 2007 2008

População

Urbana Hab 25.919 23686 25.336

Atendida com água Hab 19.582 20.427 21.252

Atendida com Esgoto Hab 1.177 1.199 1.211

Ligações

Água ativas Quant. 7.965 8.214 8.660

Água -Micromedidas Quant. 7.965 8.214 8.660

Água -Totais Quant. 8.611 8.907 9.356

Esgoto Totais Quant. 572 598 626

Esgoto Ativas Quant. 540 552 577

Economias Ativas de Água Quant. 9.252 9.532 10.036

Ativas de Esgoto Quant. 677 688 710

Volumes

Produzido de Água 1000/m³/ano 2.938 3.016 3.254

Consumido de Agua 1000/m³/ano 1.873 2.075 2.015

Faturado de Água 1000/m³/ano 2.142 2.338 2.300

Coletado – Esgoto 124 143 136

Faturado de Esgoto 1000/m³/ano 177 201 194

Tratado de Esgoto 1000/m³/ano 124 143 136

Empregados Quant. 31 28 28

Fonte: SNIS

A visualização das informações físicas mostra que os dados apresentam uma razoável 1963

consistência, onde não se denota nenhuma oscilação brusca na tendência de todas as 1964

variáveis, a não ser com relação à população urbana do município, no ano de 2006 1965

9.3 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS 1966

A tabela 2 a seguir mostra as informações financeiras obtidas na fonte citada. 1967

1968

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80

Tabela 2 1969

PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Dados Financeiros - R$ a preços correntes

Município: - ILHABELLA

Descrição Un. 2.006 2.007 2.008

Receitas

Operacional direta - Água R$ 4.498.124 5.166.510 5.202.929

Operacional direta - Esgoto R$ 559.088 665.724 663.741

Indiretas R$ 154.567 172.704 240.451

Total R$ 5.211.779 6.004.939 6.107.121

DEX

Pessoal R$ 3.109.226 3.127.736 3.075.426

Materiais R$

Produtos Químicos R$ 362.211 494.183 532.980

Energia Elétrica R$ 671.383 734.243 668.232

Serviços R$ 1.912.434 2.114.587 2.535.955

Gerais R$ 945.361 1.117.772 997.341

Fiscais R$ 100.032 488.338 456.262

Total R$ 7.100.646 8.076.859 8.266.196

Geração Própria de Recursos R$ (1.888.868) (2.071.921) (2.159.074)

Serviço da Dívida

Amortização R$ 1.501.269,45 1.053.039 959.367

Juros R$ 961.779 732.455 710.925

Total R$ 2.463.049 1.785.494 1.670.292

Contribuição para Investimento R$ (4.351.916) (3.857.415) (3.829.367)

Investimentos

Despesas Capitalizáveis R$ 1.017.075 221.115 392.759

Água R$ 1.283.569 1.038.847 1.169.376

Esgoto R$ 536.480 197.356 711.901

Outros R$ 1.120.993 18.894 61.211

Total R$ 3.958.117 1.476.211 2.335.248

Fluxo Livre R$ (8.310.033) (5.333.626) (6.164.614)

Arrecadação 5.060.768,60 5.983.620 6.103.244

Créditos de Contas a Receber R$ 1.130.165,22 744.407 1.221.478

Fonte: SNIS

A tabela mostra um comportamento consistente das variáveis, em termos de tendência. 1970

A prestação dos serviços, de acordo com tais dados, produz uma Geração de 1971

Recursos Próprios negativa. Consequentemente não gera recursos financeiros com a 1972

prestação dos serviços suficientes para cobrir os dispêndios financeiros com as 1973

despesas de exploração. 1974

Assim sendo, existe a necessidade de transferir recursos para atender esta 1975

insuficiência e para atender as necessidades de investimento para a expansão dos 1976

serviços. 1977

Deve ser levantado junto à Sabesp, se as informações de despesas incorporam as 1978

indiretas, com a administração de operação e central ou se referem tão-somente às 1979

despesas diretas da prestação dos serviços. 1980

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SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

81

9.4 INDICADORES 1981

Para criar uma base de parâmetros para subsidiar a projeção do Fluxo de Caixa 1982

Descontado calculou-se os indicadores físicos e financeiros constantes da Tabela 3. 1983

Tabela 3 1984

PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO Indicadores

Município: - ILHABELLA

Descrição Indicador Unidade 2006 2007 2008

Fís

ico

s

Produtividade 1000Lig_A/Emprg. Empregado 3,89 3,41 3,23

Indice Faturamento Vol.Faurado/Vol.Consumido Coeficiente 1,14 1,13 1,14

Densidade Água Economias/Ligação Água Coeficiente 1,16 1,16 1,16

Densidade Esgoto Economias/Ligação Esgoto Coeficiente 1,25 1,25 1,23

Consumo Médio Água m³/Ligação/mês m³ 30,7 30,6 31,3

Coleta Média Esgoto m³/Ligação m³ 19,1 21,5 19,7

Indice de Inatividade-Água Ligações totais/inativas % 7,5% 7,8% 7,4%

Indice de Inatividade-Esgoto Ligações totais/inativas % 5,6% 7,7% 7,8%

Perdas (VP - VC)/VP \* % 36,2% 31,2% 38,1%

Fin

an

ce

iro

s

Tarifa Média de Agua Receita Agua/Vol.Fat.Agua R$ 2,10 2,21 2,26

Tarifa Média de Esgoto Receita Esg./Vol.fat.Esg R$ 3,16 3,31 3,42

Custo Médio - Pessoal Desp.Pessoal/Empregado R$ mil 100 112 110

Custo Médio - Materiais Desp.Mat/Ligação (A+E) R$ 0 0 0

Custo Médio - P.Quim. Desp.P.Quim./Vol.Agua Prod. R$ 0,1233 0,1639 0,1638

Custo Médio - E.Elétrica Desp.E.Eletrica/Vol.Agua Prod R$ 0,2285 0,2435 0,2053

Custo Médio - Serviços Desp.Serviços/Ligação (A+E) R$ 224,86 241,23 274,54

Custo Médio - Gerais Desp.Gerais/Ligação (A+E) R$ 111,15 127,51 107,97

Custo Médio - Fiscais Desp.Fiscais/Ligação (A+E) R$ 11,58 54,86 48,69

Magem Operacional GPR/RT \** % -36,2% -34,5% -35,4%

Inadimplência (RT-RA)/RT \*** % 2,9% 0,4% 0,1%

Atrasos acumulados CR/RT* 365 \**** Dias 79 45 73

\* VP - Volume Produzido de Agua e VE - Volume Consumido de Água \** GPR - Geração Própria de Recursos e RT - Receita Total \*** RT - Receita Total e RA - Receita Arrecadada \**** CR - Contas a Receber de Usuários e RT - Receita total 1985

Os indicadores estão refletindo a qualidade dos dados primários, onde se observa uma 1986

razoável consistência, em termos de tendência e podem ser utilizados como 1987

parâmetros básicos para as projeções financeiras, após uma confirmação pela Sabesp. 1988

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SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA

82

9.4 CONCLUSÃO 1989

Para a elaboração do fluxo de caixa descontado é preciso efetuar as projeções dos 1990

dados físicos que compõem os sistemas de abastecimento de água e de esgotamento 1991

sanitário, conforme constam na tabela 1, bem como os investimentos necessários para 1992

cumprir as metas do Plano de Saneamento, além da criação de cenários alternativos, 1993

para a realização de uma análise de sensibilidade. 1994

10 FONTES CONSULTADAS E INFORMAÇÕES DISPONIBILIZADAS 1995

- Dados de campo obtidos nas visitas técnicas realizadas ao município. 1996

- Plano Gestor de Turismo Estância Balneária de Ilhabela - Caracterização Geral 1997

da Destinação Turística 2005 1998

- “Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos 1999

pelos Sistemas de Águas e Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo”, 2000

elaborado pela Estudos Técnicos e Projetos Etep Ltda em atendimento ao 2001

Contrato CSS Nº. 19.729/01 e sua A.S. Nº. 01 de setembro/2005, firmado com a 2002

SABESP. 2003

- “site: www.sabesp.gov.sp.br” 2004

11 ANEXOS I - DESENHOS 2005

11.1 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE 2006

ABASTECIMENTO DE ÁGUA – EXISTENTE 2007

(desenho nº 0872-DS-13-S-3901/00). 2008

11.2 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE 2009

ESGOTAMENTO SANITÁRIO – EXISTENTE 2010

(desenho nº 0872-DS-13-S-3902/00). 2011

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