PADRÃO DE PRODUÇÃO E
REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA
AUTOMAÇÃO
X
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA
Reestruturação Produtiva
Revisão da:
- divisão clara entre trabalho intelectual e manual;
- especialização do trabalhador (para cada homem, uma só tarefa)
- automação rígida
- produção seriada
- produtos massificados
- métodos e processos
- robotização e controles
Produção nas fábricas passou por um processo de flexibilização aplicada:
i) ao processo produtivo e a diferenciação de produtos;
ii) a organização do trabalho nas unidades produtoras e a relação capital/trabalho
iii) a organização industrial e a relação entre firmas
Reestruturação Produtiva
Processo produtivo e a diferenciação de produtos
• entrada da microeletrônica:– automação - controles remotos da produção
• automação flexível:– seqüência de operações de uma máquina pode ser alterada
pela programação no computador responsável pelo controle dos movimentos e funções da produção.
• Alterou lay-outs e processos de produção que diminuíram sensivelmente os “setup’s” das máquinas
• Viabilizando a produção de lotes menores e reaproximando-a de um consumidor para qual a novidade passou a se colocar como determinante.
Reestruturação Produtiva
Modificação na organização do trabalho nas
unidades produtoras e a relação
capital/trabalho:
Nas características do trabalhador:
– especialização extremada foi substituída pelo
trabalhador polivalente (que executa várias funções
na produção),
– eliminação dos níveis de gerências foram eliminados
– linha de produção organizada para uma produção
diversificada.
Reestruturação Produtiva
• Nas relação entre trabalhador e empresa – fim da divisão dos ganhos de produtividade e da
elevação salarial
– Implantação da idéia de metas e bônus
– Aumento da competição entre os trabalhadores
Nas relações sindicais– pulverização das negociações no âmbito das
empresas
– Afastamento do Estado via desregulamentação da relação capital-trabalho.
Primazia do gasto com capital – Melhores máquinas
– Menos mão-de-obra
Reestruturação Produtiva
Organização industrial e a relação entre
firmas
– Grandes complexos industriais enxugaram
via “outsourcing”/ “terceirização”.
– Desativação, parcial ou total, de setores
produtivos;
– Criação de unidades produtivas mais enxutas
e de rápida transição
Reestruturação Produtiva
Organização industrial e a relação entre firmas
Terceirização
• Compra de produtos de outras empresas
• Contratação de empresas que passaram a alocar trabalhadores no interior da empresa mãe
• Focalização– concentração na atividade principal da empresa
– maior produtividade
– Maior qualidade do produto final.
Reestruturação Produtiva
Organização industrial e a relação entre firmas
“Just in Time”
• Fim dos estoque de insumos e produtos acabados
• Entrega programada pela empresa terceira
daquilo que venha a precisar
• Entrega do produto final conforme cronograma de
demanda.
Reestruturação Produtiva
Organização industrial e a relação entre firmas
Padronização e controle de processos
• Comprovação das capacidades produtivas da empresa a ser contratada,
• Mensuração da qualidade e conformidade ao longo do processo de fornecimento dos produtos/serviços
• Punições severas em caso de descumprimento dos contratos.
• Processos de certificação (ISO´s)
Reestruturação Produtiva
Medição de todos os aspectos a serem
verificados
• Desenvolvimento de métodos, em sua maioria
quantitativos, que atualmente avançam para
além das fábricas e das relações entre
empresas.
Padrão de Acumulação Fordista
• Padrão acumulação fordista
• Produção fordista/taylorista
• Desenvolvimento tecnológico
• Pacto Social-Democrata
Padrão de Acumulação Fordista
• Homogeneização dos produtos
• Aumento da escala de produção
• Aumento dos ganhos de produtividade
• Consumo de massas
Produção Fordista/Taylorista
• Produção mecanizada
– esteira de montagem
– a máquina definindo o ritmo de produção
• Produto integral dividida em pequenas partes de
simples produção
• Padronização das peças
• Administração científica do trabalho – Taylor
– Divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual
– Trabalhadores com baixo grau de qualificação
– Movimentos repetitivos
A Fábrica• Complexos industriais
• Esteira de montagem
• Automação rígida
• Ganhos de produtividade advindos da produção
em escala
Convencionou-se chamar de automação rígida os
complexos produtivos compostos por máquinas
e equipamentos moldados a para a produção de
um só produto em grande escala.
Contexto histórico• Fim da Segunda Guerra Mundial
• A Reconstrução da Europa
• Implementação do projeto de hegemonia econômica e política dos
EUA– O Plano Marshall viabilizou grandes somas de recursos para a
reconstrução de uma Europa
• Energia infinitamente barata– Baixo preço do petróleo cotado na casa dos US$2,00 o barril
• Declínio do paradigma liberal e a emergência das idéias de Keynes
como uma alternativa capitalista:– às orientações de extrema-direita vencidas na guerra;
– ao modo de produção socialista que avançava pelo leste.
A partir de:– Criação de demanda incentivadora do investimento via Estado
– Manutenção dos níveis de emprego como variável central do modelo
Pacto Social-Democrata
a era de ouro do capitalismo• A sombra do Comunismo
• Fortalecimento da organizações operárias
• Disputa com os países socialistas
• Fortalecimento das organizações operárias
• Compromisso de partilha dos ganhos de produtividade via– geração de emprego
– aumentos salariais
– ampliação dos direitos sociais
• Política estatal de proteção social reguladora
Lipietz, ressalta que esse pacto não foi resultado automático de uma escolha das elites econômicas ou dos técnicos keynesianos, mas sim “conquistas operárias: o preço do sangue de Adalen, na Suécia, das lutas do novo sindicato CIO sob
Roosevelt, o preço do sangue da resistência francesa ou italiana, da tenacidade da classe operária britânica sob o Blitz” (...) (Lipietz, 1991, pp.33)
O desenvolvimento tecnológico Ganhos de produtividade, elemento fundamental do pacto
social-democrata, derivou também da racionalização e da tecnologia
• Novas matérias-primas – materiais sintéticos “plásticos”, produzidos a base de petróleo
(náilon, poliestireno e politeno), substituíram as fibras naturais e baratearam bens de consumo não-duráveis.
• Novos produtos – O rádio, a televisão, a gravação em fita magnética, a publicidade
avançaram na constituição de uma indústria cultural de massa
– As inovações nos motores (motor a jato) viabilizaram o comércio internacional, principalmente os ligados à alimentação.
– A comunicação diminuiu as distâncias relativas – viabilizaram os negócios e o transito de informações.
– Os fertilizantes e os inseticidas aumentaram exponencialmente a produtividade agrícola.
A crise do padrão de acumulação
fordista – o macro
• Queda dos níveis de produtividade
• Diminuição dos níveis de acumulação para investimentos
• Elevação do custo da energia
• Revolução das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação)
• Globalização
• Neoliberalismo
A crise do padrão de acumulação fordista
– revolução das TICs –
Tripé do complexo eletrônico:
mecatrônica-telemática-informática• Produção - a automação (com origens na Revolução Industrial )
– Máquina internalizando procedimentos, habilidades e destrezas do ser humano
– Robôs na linha de montagem
– Controle da produção da produção
• Comunicação - a instantaneidade:– A superação das distâncias
– Alteração do conceito tempos (tudo passa a ser “presente”)
• Informática - o computador (máquina de cálculo de grande velocidade) – altera a capacidade de processar informação;
– uma das principais mercadorias do processo de acumulação capitalista
A crise do padrão de acumulação fordista
– Globalização –
Processo de intensificação da mundialização presente na estrutura da sociedade moderna e do capitalismo
• Interligaram territórios, culturas e principalmente mercados.
• Possibilitada pelas novas tecnologias que criam a instantaneidade
• As informação passam a ser produzidas e acessadas em tempo real
• Decisões dos Estados e da Sociedade ficam sob a avaliação permanente de mundo todo e a todo instante.
• Práticas e valores passaram a ser vivenciados mundialmente e em alta velocidade
• Limita-se a capacidade do Estado nacional de regular as complexidade dos fenômenos econômicos e sociais
A crise do padrão de acumulação fordista
– Globalização –
Processo de intensificação da mundialização presente na estrutura da
sociedade moderna e do capitalismo
Na produção: – vincula-se operações produtivas de lugares
diversos
– possibilita a industria acessarem em velocidade cada vez maior os diferentes mercados
– usufrui das vantagens competitivas de cada parte do mundo.
A crise do padrão de acumulação fordista
– Globalização –“Financeirização do mundo” - especulação financeira se
sobrepôs a realidade produtiva
• Cria relações imbricadas com os demais setores da economia
• Impõe seus interesses
• Influencia decisivamente toda e qualquer escolha econômica do Estado capitalista.
• O dinheiro passa do papel a “bit” de computador sendo transmitido em frações de segundos.
• Entra e sai de qualquer mercado instantaneamente;
• Interliga colossais somas das mais diferentes origens
A crise do padrão de acumulação fordista
– o micro –• Novidade - o principal recurso de venda (desde os sabão à
automóveis)
• “Novo” - sinônimo de melhor
• Idéia do progresso contínuo invadiu as diversas relações sociais
• Cria-se a cultura do prazo de validade
• Novidade passou a determinar mais do que a utilidade da mercadoria
• Variedade adentra ao gostos do consumidor – os produtos do mundo ocupam os balcões e as mesas das pessoas
No mundo da produção:
Investimentos cada vez maiores em desenvolvimento de produtos e propaganda.
Neoliberalismo• O neoliberalismo tem sua origem na Europa e
América do Norte.
• Sua obra de referência é “O Caminho da Servidão”- Friedrich Hayek– Avesso à idéia do Estado como entidade reguladora
da sociedade
– Defesa da primazia do individuo sobre o coletivo
– Capitalismo “duro e livre de regras”
– Combatente do comunismo ou qualquer concessão a seu ideário
• Distribuição eqüitativa da riqueza via Estado é uma distorção do curso normal da economia:– afeta a competitividade e a liberdade do cidadão.
Neoliberalismo
• Razão para a crise pelos neoliberais:
Corrosão das bases de acumulação capitalista:
• Rebaixamento dos níveis de lucros das
empresas gerados por gastos excessivos:
– com impostos, que financiavam os gastos sociais
• Fortalecimento dos sindicatos que
– Fizeram que os salários crescessem mais que a
produtividade.
Neoliberalismo
Fim do pacto entre classes• restabelecimento de uma nova desigualdade;
• quebra do poder dos sindicatos;
• a redução drástica dos gastos do Estado com direitos sociais;
• mudança do papel do Estado de regulador das relações econômicas e sociais para um Estado garantidor das liberdades do mercado, da competitividade e do indivíduo.
• Rebaixamento dos salários via restauração da taxa “natural” de desemprego (exército de reserva),
• Enfraquecimento político dos sindicatos.
Neoliberalismo
Políticas implantadas:
• elevação da taxas de juros
• restrição da emissão de moeda como mecanismos para diminuir a inflação;
• redução dos impostos sobre mais ricos;
• fim dos controles ao fluxo financeiro;
• implantação de uma política anti-sindical;
• criação de altos patamares de desemprego;
• redução dos ganhos salariais como forma de ampliar as margens de lucros;
• austeridade fiscal com cortes nos gastos sociais
• amplos programas de privatização com vistas ao desmonte do Estado regulador.
Neoliberalismo
Na América Latina:
• O pensamento neoliberal implantou-se na década de 1990, em meio ao processo de queda das ditaduras militares:– Salinas no México
– Menem na Argentina
– Carlos Andrés Perez na Venezuela
– Fujimori no Peru
– Collor e Fernando Henrique Cardoso no Brasil
• Destaque aqui para o Chile que já na década de 1970 adotara o receituário de Friedman na ditadura de Pinochet
(considerada a primeira experiencia do receituário, provando que neoliberalismos não tem a democracia
como pressuposto)
O processo no BrasilDécada de 1990
Governo Collor – início
Governo FHC - consolidação
Medidas:
- Abertura econômica
- Plano Real
- Financeirização da economia
- Privatizações
- Desmonte do Estado
- Desestruturação dos programas sociais
- Reformas trabalhistas e previdenciárias
- Ataque aos sindicatos e criminalização dos movimentos sociais
- Aumento do desemprego
- Diminuição da renda do trabalhador
- Incentivo aos processos de reestruturação produtiva- PBQP
- Entrada das multinacionais
- Apoio dos fundos público
TRANSNACIONAIS BRASILEIRAS
O termo "transnacional" é preciso ao indicar que estas corporações:
1) Tem um Estado nacional de origem;
2) Remetem lucros para a matriz localizada neste Estado Nacional, sob cujas leis estão submetidas;
3) Têm relações extremamente desiguais em relação aos países e Estados nacionais em que estão instaladas suas filiais, por mais que os lucros lá gerados sejam cada vez ais vultosos do que aqueles gerados nas matrizes.
Referências:
"A mundialização do capital", de François Chesnais (editora Xamã)