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O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a prorrogação de operações de crédito rural contratadas na safra 2015/2016 para custeio de arroz a agricultores que tiveram a produção compro-metida por problemas climá-ticos. Também foi prorroga-do o pagamento de parcelas vencidas ou a vencer em 2016 das operações de cus-teio de safras anteriores.

De acordo com a norma-tiva, a renegociação se apli-ca somente às operações de crédito rural cujos recursos tenham sido destinados à produção de arroz em mu-nicípios dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, onde tenha sido decretado situação de emergência ou estado de ca-lamidade pública em decor-rência de alagamentos, chu-vas intensas, enxurradas e inundações a partir de 1º de setembro de 2015, com reco-nhecimento pelo Ministério da Integração Nacional.

Dados do Irga apontam quebra de 16% na safra em 2016/2017 (1,8 milhão de

Arroz: autorizada prorrogação em até 5 anostoneladas), com perdas de mais de R$ 1 bilhão para a economia gaúcha. Haveria cerca de 11,7 mil operações passíveis de enquadramento na renegociação.

Os benefícios se aplicam a produtores rurais de arroz, mas também às suas associa-ções e cooperativas de produ-ção. As condições são: reem-bolso em até 5 parcelas anuais para custeio contratado na sa-fra 2015/2016; reembolso em 1 ano após o vencimento final do contrato de financiamen-to para custeio prorrogado, investimento e EGF; e prazo para formalização até 30 de dezembro de 2016. Além dis-so, podem ser abrangidas pela renegociação as operações de custeio rural com cobertura parcial do Proagro ou outra modalidade de seguro agro-pecuário, excluído o valor re-ferente à indenização.

Apesar da renegociação acontecer em até 5 anos para custeio - e não 10 anos, como solicitou o setor ao ministro da Agricultura, Blairo Mag-gi, na Fenarroz -, a autoriza-ção é considerada um alívio.

“Talvez a medida não resol-va a pressão nas regiões mais afetadas, como a de Cacho-eira do Sul, mas ainda assim ameniza, dá condições do produtor seguir trabalhan-do”, afirma o presidente da Comissão do Arroz da Far-sul, Francisco Schardong.

Somente Rio Grande do Sul e Santa Catarina res-pondem por 80% do abas-tecimento do arroz no país, situação que poderia ficar comprometida com o deses-tímulo e o enfraquecimento dos arrozeiros que tiveram prejuízos na safra. No fim

das contas, a migração de produtores do arroz para soja e milho, culturas que tiveram bom desempenho na safra e no mercado em 2015/2016, pode trazer escassez do ce-real, componente da cesta básica do brasileiro, na mesa dos brasileiros.

AbastecimentoEntidades do setor arro-

zeiro e governo federal re-bateram afirmações da Asso-ciação Brasileira de Indústria do Arroz (Abiarroz) de que há risco de desabastecimen-to de arroz no Brasil - e que,

por isso, é preciso isenção temporária de PIS e Cofins para importação do cereal. O argumento foi o preço do saco de 50 quilos do arroz em casca, que chegou a R$ 50 no começo de julho, segundo o Indicador do Arroz Esalq/Senar-RS. “Os estoques de passagem estão menores, o que traz alta na cotação do produto. Mas não existe nem vai haver desabastecimento. Sempre que a indústria fica preocupada, começa esse mo-vimento em busca de impor-tação de arroz, que não é nada positivo”, explica Schardong.

CNA e Senar lançaram em junho a programação do Ca-nal do Produtor na televisão. De segunda a sexta-feira, das 6h às 12h, as entidades tra-zem informação, educação e inovação dentro do novo Ca-nal Rural X. Agricultores de todo o Brasil podem assistir aos programas por meio de parabólica digital ou pelo site www.canaldoprodutor.tv.br.

O conteúdo é uma mescla de jornalismo, análise, en-

trevistas e informação, trei-namentos e capacitações do Senar para o trabalho diário na propriedade, palestras de saúde e qualidade de vida, espaço para respostas a ques-tionamentos do espectador, agenda de feiras e eventos, participação de sindicatos ru-rais, previsão climática, his-tórias de sucesso no campo, momentos de música e entre-tenimento, entre outras atra-ções. As três primeiras horas

diárias envolvem conteúdo inédito, sendo o horário das 9h ao meio-dia composto de reprises da programação. In-tegrantes do Sistema Farsul marcaram presença nos pri-meiros programas.

O presidente da CNA, João Martins, afirmou que o compromisso da comunica-ção com o produtor é perma-nente, e que o Sistema CNA foi se adaptando para chegar ao campo via internet, redes

sociais e agora na televisão. “O Canal do Produtor TV levará aos mais longínquos rincões do país, nas casas dos agricultores, nas escolas e nas fazendas, informações necessárias para fortalecer ainda mais a agropecuária brasileira”, disse na soleni-dade de lançamento do ca-nal, no dia anterior à estreia.

Como assistir na TVPara sintonizar o Canal do

Canal do Produtor chega à televisãoProdutor TV, é preciso um receptor digital da antena pa-rabólica apontada para o Sa-télite C2. A sintonia pode ser feita em busca automática, atualizando o espectro de ca-nais do aparelho para incluir e gravar o Canal do Produtor TV na lista. Na opção de sin-tonização manual, o aparelho deve ser colocado na polari-zação vertical, utilizando a frequência 03652 e Symbol Rate 03000.

Safra gaúcha teve quebra de 16% devido ao clima, mas não há risco de desabastecimento

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