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Page 1: Pagina sindical diario de são paulo 04 de julho de 2014 força sindical

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O governador Alckmin e o presi-dente do grupo JBS, Joesley Batis-ta, devem debater nesta semana os impostos que incidem sobre os pro-dutos frigoríficos. A informação foi dada pelo empresário aos sindicalis-tas do setor da alimentação durante reunião realizada no dia 1º, segundo Luís Carlos Anastácio, Paçoca, presi-dente do Sindicato da categoria em Barretos. A direção do grupo JBS alega que vai transferir três unidades do Inte-rior paulista para o Rio de Janeiro porque o governo está arrochando a empresa com o ICMS e com tributos fiscais. Com o início da negociação, os trabalhadores suspenderam o ato que realizariam no dia 3 em frente ao Palácio dos Bandeirantes, contra as demissões de funcionários da em-presa. Entre os participantes da reunião es-tavam, além de Paçoca, os sindicalis-tas Carlucio Gomes da Rocha, presi-dente do Sindicato da Alimentação de Presidente Prudente; Melquíades de Araújo, presidente da Federação

O governo prorrogou, até o final do ano, a medida que mantém alíquotas reduzidas do IPI para a indústria automotiva. O discurso é que a medida vai contribuir para aumentar a venda de veículos, e que existe o compromisso de manter o emprego dos trabalha-dores do setor. Mas não podemos nos esquecer de que discurso é discurso, não é compromisso, não é documental e, portanto, não é oficial.A Força Sindical não é contrária à redução ou à isenção de impos-tos. Pelo contrário: sempre prota-gonizamos a luta por menos im-postos no País. O que queremos é que, com a redução do IPI, o go-verno acene com contrapartidas que beneficiem os trabalhadores, principalmente no que se refere à manutenção e à geração de em-prego. Não podemos nos esque-cer de que existe toda uma cadeia produtiva que compõe o setor au-tomobilístico e, se o governo não está conseguindo sequer manter os empregos existentes, como conseguirá gerar novos?Enquanto não houver uma re-forma tributária consistente, as medidas governamentais, sem contrapartidas para os trabalha-dores, continuarão sendo apenas paliativas.

Trabalho Projeto prevê mudanças na área do trabalhoSindicalistas querem elaborar calendário junto com governo para debater a proposta

Reunião da bancada de trabalhadores discute PL que altera o trabalho no País

Representantes das Centrais Sindicais que fazem parte do

Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) querem ela-borar, ao lado do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um ca-lendário e a metodologia mais ade-quada para aprofundar o debate so-bre o projeto de lei que altera toda a estrutura institucional da área do trabalho na esfera federal.Chamado de Sistema Único do Tra-balho (SUT), o projeto prevê uma megaestrutura, a ser gerida pelo MTE, que também altera o FAT (Fun-do de Amparo ao Trabalhador), que passará a ser chamado de Fundo Nacional do Trabalho (FNT) e será blindado das desonerações tribu-tárias aplicadas pelo Ministério da Fazenda.Em ofício enviado ao MTE, os tra-balhadores argumentam que a pro-posta do governo “traz elementos

que não foram objetos de consenso no grupo de trabalho criado para a elaboração de propostas ao Siste-ma Único de Emprego e Trabalho Decente”.A bancada dos trabalhadores diz que “o prazo de 15 dias oferecido pelo MTE para que as entidades consultadas se pronunciem preli-minarmente sobre a proposta não possibilita um debate interno nas nossas organizações, muito menos no Codefat, o que nos impossibilita de realizarmos uma avaliação mais cuidadosa dos impactos dessas mu-danças sobre o FAT e sua estrutura de gestão”.A mudança é necessária, mas o debate é inoportuno para este mo-mento, um período de campanha eleitoral”, afirma Sérgio Luiz Leite, 1º secretário da Força Sindical e repre-sentante da Central no Conselho do FAT.

No próximo dia 24, a Lei de Cotas completa 23 anos. Ape-sar de a legislação garantir 1 milhão de vagas a pessoas com deficiências, apenas uma a cada 4 vagas está ocupada. Ou seja, apenas 25% da Lei são cumpridos no País. De número 8.213/91, ela institui a reserva de 2% a 5% das vagas a pessoas com deficiências em empresas com 100 ou mais funcionários. Embora não cumprida integralmente, os seus avanços são percebidos em alguns setores e municí-pios brasileiros. Na região, 90% das vagas ge-radas nas metalúrgicas pela Lei já estão preenchidas. Um estudo da entidade mostra que, em 2013, 48,6% das in-dústrias do setor cumpriam a Lei com sobras. “Essas empre-sas contrataram mais do que sua obrigação legal porque compreenderam o potencial dessas pessoas. O principal desafio para o respeito pleno da Lei é o empregador deixar de dar desculpas para não contratar, argumentando não ter pessoas com deficiências, qualificadas em número sufi-ciente para preencher as co-tas”, afirma Carlos Clemente, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e coordenador do Espaço da Cidadania, organização ligada ao Sindicato. Para Eliana Cardoso dos San-tos, secretária nacional de As-suntos e Direitos da Pessoa com Deficiência da Força Sin-dical e diretora do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região (Sindiquímicos), “a Lei de Cotas é essencial para a inserção e a reintegração das pessoas com deficiências no mercado de trabalho, mas esbarra na falta de entendi-mento quanto à adequação da empresa para receber estes profissionais”.

Alimentação_ Luta pela manutenção dos empregos

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Clemente: “Não dar desculpas, empresas têm é que contratar”

Sindicalistas com Joesley Batista (centro) contras demissões na JBS

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Contratação de pessoas com deficiência avança

Lei de Cotas

da categoria; Carlos Augusto Gomes da Rocha e Horácio Rocha, ambos di-retores do Sindicato da Alimentação de São Paulo.Paçoca afirma que, caso a transfe-rência ocorra, cerca de 12 mil traba-lhadores serão atingidos. Já Dulce Helena Ferreira, presidenta do Sin-dicato da categoria em Araçatuba, declara que é preciso discutir esta si-tuação. “Temos que tomar medidas antes que aconteça”, disse.

Redução do IPI tem de trazer contrapartidas

Opinião

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