1ELES MERECEM VIVER
PONTES LAGUNA E ITAPAIÚNA Novas alternativas para o trânsito
Beija-fl or tesoura-de-fronte-violeta
(Thalurania glaucopis)
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DIRETORES: Luiza Oliva ([email protected]) e Marcelo Santos ([email protected]) PUBLICIDADE: Silvia Perutti CRIAÇÃO E ARTE: Adalton Martins e Vanessa thomaz ATENDIMENTO AO LEITOR: Catia Gomes IMPRESSÃO: Laser Press PERIODICIDADE: Mensal CIRCULAÇÃO: Condomínios de alto padrão e comércio do Panamby JORNALISTA RESPONSÁVEL: Luiza Oliva MtB 16.935
PANAMBY MAGAZINE é uma publicação mensal da Editora Leitura Prima. PANAMBY MAGAZiNE não se responsabiliza pelos serviços, informes publicitários e produtos de empresas que anunciam neste veículo.
REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO: Al. dos Jurupis, 1005, conj. 94 – Moema – São Paulo – SP tel. (11) 2157-4825, 2157-4826 e 98486-3000 – [email protected] – www.leituraprima.com.br www.panambymagazine.com.br – www.facebook.com/panambymagazine M tecnologia e Comunicação Ltda.
04 CAPAilustres habitantes do Burle Marx
14 SOS PANAMBYMais apoio para o movimento
18 TRÂNSITONovas pontes para atravessar o rio
22 VIAGEMAs delícias da medieval toscana
29 ALIMENTAÇÃOPanamby tem o melhor da carne
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FOtO DA CAPA: Vinícius NevesANO 1 | Nº 06 | Setembro 2014
EDitOriAL
SUMÁriO
Obeija-flor tesoura-de-fronte-violeta (Thalu-
rania glaucopis), que ilustra nossa capa deste
mês, pode ser visto no Parque Burle Marx e
matas dos arredores. Já a colorida saíra-sete-cores (Tan-
gara seledon), que você vê na foto ao lado, não é mais
encontrada pelos lados do Panamby há muitos anos. Se-
gundo o biólogo especialista em aves Pedro Develey, ela
pode voltar a habitar o Burle Marx e seu entorno, “pois
ainda é uma ave comum nas matas ao redor da cidade”.
Em nossa reportagem de capa, tratamos justamente dos
ilustres habitantes do parque – e do que podemos fazer
para que outras aves, borboletas e animais, assim como
a saíra-sete-cores, não desapareçam do bairro. Conheça
as aves em extinção que transitam pelo Burle Marx e um
pouco do birdwatching, hobby que encontra no parque o
cenário ideal para sua prática.
As novas pontes Laguna e itapaiúna prometem desa-
fogar o trânsito para ir e vir do Morumbi. Você acredita?
Confi ra a reportagem que começa na página 18 e enten-
da melhor o projeto viário para o bairro. Nesta edição,
leia também sobre a visita dos vereadores da Comissão
de Meio Ambiente da Câmara ao entorno do Burle Marx,
além de outras notícias e destaques do Panamby.
Boa leitura!
Luiza Oliva
Editora
30 FOTOGRAFIAOs segredos para um bom clique
32 ARTErebeca Martineli: arte no bairro
Caro morador do PANAMBY
Saíra-sete-cores (Tangara seledon).
4
CAPA
Por Luiza Oliva
Estudo feito por biólogos revela que Burle Marx é endereço de espécies ameaçadas. O Parque
funciona como parte do corredor verde da região sul da cidade, área de passagem de aves
e borboletas.
anamby vem do tupi guarani e signifi ca pequena
borboleta ou mariposa. O bairro não poderia ter
nome mais apropriado. O biólogo Gustavo Acca-
cio, morador do Panamby, afi rma existir no Parque Burle
Marx mais de 350 espécies de borboletas. “Do outro lado
do rio certamente não encontramos mais do que 100 es-
pécies diferentes de borboletas. isso acontece porque
do Morumbi até a Cidade Universitária há uma série de
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bosques, como a Fundação Maria Luisa e Oscar Ameri-
cano, Parque Alfredo Volpi e o parque do Colégio Nossa
Senhora do Morumbi. É um contínuo de manchas verdes,
um corredor pelo qual a fauna consegue passar. O fato de
sermos uma região pródiga em matas faz com que aqui
existam mais espécies animais, nem só de borboletas.
Por exemplo, no Burle Marx encontramos camaleão, es-
quilos e alguns sapos que só vemos no parque”, explica.
iLUStrES HABitANtES do Burle Marx
Pica-pau-anão (Picumnus temminckii).
Borboletas Rekoea Meton e Pseudolycaena Marsyas.
5
do a solturas ou escapes de indivíduos de cativeiro. O
gavião-pombo-pequeno, no município, é mais frequente
nos arredores da Serra do Mar, sendo que poucos indiví-
duos foram registrados dentro da cidade”, explica Develey.
A araponga é registrada em apenas 6% dos parques
da cidade e o pavó, em apenas 8%. Junto com o tucano-
de-bico-verde, estas são três espécies de grandes frugí-
voros, importantes na dispersão de diversos grupos ar-
bóreos, como as grandes fruteiras, que possuem poucos
dispersores. “Sendo assim, são aves essenciais para a
manutenção dos remanescentes fl orestais. Em fl orestas
tropicais, frutos são um recurso temporal e espacialmen-
te muito variável. Consequentemente, essas aves frugí-
voras devem realizar grandes deslocamentos para con-
seguir alimento em épocas de menor disponibilidade”,
comenta. O biólogo acrescenta que, devido a sua grande
capacidade de voo, aves como o pavó e a araponga po-
dem visitar fragmentos isolados, principalmente durante
o inverno, utilizando-os como pontes para deslocarem-se
de um bloco fl orestal a outro. “Essa capacidade que as
espécies frugívoras apresentam de se movimentar entre
fragmentos explica a sua presença ocasional no Parque
recentemente, Gustavo avistou um gavião-pombo-
pequeno (Amadonastur lacernulatus), ameaçado de ex-
tinção no estado de São Paulo, nos arredores da Praça
Ayrton Senna. Segundo os biólogos Pedro Ferreira Deve-
ley e Carlos Gussoni, que acabam de concluir um estu-
do sobre as aves do Parque Burle Marx, esta espécie foi
registrada anteriormente em poucas localidades do mu-
nicípio, como o Parque Estadual da Cantareira, o Parque
Linear do Bispo e o Clube de Campo São Paulo. “trata-se
de um gavião com alta dependência de habitat fl orestal,
em especial as fl orestas de baixa altitude, que utiliza as
manchas fl orestais do município como pontes em seus
deslocamentos”, explicam os especialistas.
Para produzir o estudo sobre o Burle Marx, Pedro e
Carlos observaram as aves durante oito dias, no último
mês de junho, e registraram 65 espécies distribuídas em
38 famílias. “Considerando as listas de aves disponíveis
para a área do parque, somadas às novas espécies en-
contradas durante o estudo, no parque já foram regis-
tradas um total de 112 espécies de aves”, comenta Pedro
Develey, que é biólogo especialista em aves, doutor em
Ecologia pela USP e diretor de conservação da Socieda-
de para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).
ESPÉCIES RARAS
Das espécies registradas, 15 são endêmicas da Mata
Atlântica e quatro ameaçadas de extinção em nosso
estado: além do gavião-pombo-pequeno, a maracanã-
pequena (Diopsittaca nobilis, criticamente em perigo),
a araponga (Procnias nudicollis, vulnerável) e o pavó
(Pyroderus scutatus, vulnerável). “A maracanã-pequena
colonizou recentemente a cidade de São Paulo devi-
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Gavião-pombo-pequeno: ameaçado de extinção e encontrado na Praça Ayrton Senna.
Alma-de-gato (Piaya cayana).
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CAPA
Burle Marx e em outros fragmentos fl orestais remanes-
centes dentro de São Paulo, como o campus da USP e o
Parque Villa Lobos. Na mancha urbana, essas aves de-
pendem de toda uma rede de fragmentos e não apenas
de um único para sobrevivência. Por isso é importante
um planejamento urbano integrado com uma visão da
cidade mais ampla e não apenas analisando-se terrenos
de forma isolada”, acrescenta.
Durante o trabalho de campo no parque foram de-
tectadas 11 espécies não registradas em levantamentos
prévios: pé-vermelho (Amazoneta brasiliensis), garça-
moura (Ardea cocoi), saracura-sanã (Pardirallus nigri-
cans), rabo-branco-de-garganta-rajada (Phaethornis eu-
rynome), beija-fl or-de-fronte-violeta (Thalurania glauco-
pis), pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros),
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), abre-asa-de-
-cabeça-cinza (Mionectes rufi ventris), cabeçudo (Lepto-
pogon amaurocephalus), guaxe (Cacicus haemorrhous) e
sanhaçu-de-encontro-amarelo (Tangara ornata). “Geral-
mente, conforme visitamos uma área repetitivamente,
existe uma tendência de novas espécies serem regis-
tradas, isso porque a avifauna é dinâmica. Entre as no-
vas aves registradas seis são espécies raras ou de difícil
detecção por serem aves pequenas, pouco chamativas
ou silenciosas. Assim um observador menos atento pode
passar próximo a essa espécie e não detectá-la. Outras
três estão ligadas a ambientes aquáticos e não seriam
detectadas se um observador tivesse percorrido apenas
áreas de mata”, comenta.
O sanhaçu-de-encontro-amarelo, por exemplo, que
vive em fl orestas, é bastante raro em zonas urbanas e re-
gistrado em apenas 10% dos parques da cidade de São
Paulo. O guaxe é outra espécie de ocorrência rara em
parques urbanos e localizada no Burle Marx. “A espécie
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sPavó só aparece em 8% dos parques da cidade.
Pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus fl avescens), conhecido como João velho.
Guaxe (Cacicus haemorrhous): espécie rara nos parques urbanos, presente no Burle Marx.
7
costuma viver em bandos e tem hábito de nidifi car
em grandes colônias, construindo ninhos em forma-
tos de bolsas suspensas, muitas vezes próximos à
água”, explica Pedro Develey. O biólogo cita que em
um trabalho recente ao longo dos rios ribeira de
iguape e Comprido, no litoral sul de São Paulo, fi cou
clara a tendência das colônias de guaxe desapare-
cerem nos trechos do rio com maior densidade de
ocupação humana ou movimentação de embarca-
ções. “Essa característica da espécie pode explicar
sua raridade em parques urbanos com movimenta-
ção intensa e ressalta ainda mais a importância do
Parque Burle Marx como uma das últimas áreas de
ocorrência de várias espécies na cidade”, sustenta o
especialista.
CIDADE AMIGÁVEL PARA A NATUREZA
O biólogo Pedro Develey resume que, segundo os
registros existentes na literatura, são encontradas
no Burle Marx cerca de 30% das aves do município
de São Paulo e 15% das aves registradas no estado,
“uma parcela considerável quando comparada com
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Marpesia petreus.
8
outras áreas urbanas da cidade que foram amostradas
com maior intensidade”.
Apesar da diversidade, Develey reforça que há ocorrên-
cia de espécies em extinções locais. Ele enumera o chupa-
dente (Conopophaga lineata), registrado pela última vez
na mata em 2000, do pichororé (Synallaxis rufi capilla),
registrado pela última vez em 2002 e da saíra-sete-cores
(Tangara seledon), registrada pela última vez em 1996.
Além destas espécies, que devem estar extintas lo-
calmente, outras se encontram com tamanho populacio-
nal em estado crítico no local. Develey destaca o arredio-
pálido (Cranioleuca pallida), cuja população no parque é
de apenas dois casais na área de mata; a choca-da-mata
(Thamnophilus caerulescens), com população de três in-
divíduos, sendo um casal encontrado na área de capoeira
associada ao brejo e um indivíduo na área de mata; o abre-
asa-de-cabeça-cinza (Mionectes rufi ventris), cujo único in-
divíduo detectado encontra-se na área de capoeira asso-
ciada ao brejo; o cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus),
CAPA
com apenas um indivíduo também registrado na capoeira
associada ao brejo; e o tiê-de-topete (Lanio melanops),
cuja população na área é constituída por dois casais, um
deles encontrado na área de mata e o outro na área de ca-
poeira associada ao brejo. “Qualquer perda de hábitat no
local pode ocasionar rapidamente a extinção local destas
espécies. Como já foram detectadas algumas extinções
locais, é necessário evitar ao máximo novos eventos de
extinção, que podem afetar seriamente os processos eco-
lógicos na área”, avalia. Apesar do alerta, o biólogo acredita
que ainda é possível salvar as aves do parque: “A lista atual
de aves demonstra claramente a importância e singulari-
dade do Burle Marx quanto a avifauna na cidade de São
Paulo. Ou seja, ela é positiva, mas as extinções servem
como um alerta de que é importante a manutenção e am-
pliação das áreas verdes dentro e nos arredores do parque.
O importante é que ainda há tempo.”
Para Gustavo Accacio, que visita frequentemente o
Burle Marx, acompanhando e fotografando as borbole-
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Basileuterus culicivorus, popularmente conhecido como pula-pula.
Araponga (Procnias nudicollis): vulnerável a extinção.
10
CAPA
OBSERVADORES DA NATUREZA
Você conhece esse hobby?
Em um dia de sol no Burle Marx, entre 10h e 14h, é possí-
vel observar 50 espécies de borboletas. O biólogo Gus-
tavo Accacio recomenda os meses de abril e maio, e de
agosto a outubro para a prática do butterfl y watching
– forma de turismo semelhante a do birdwatching, mas
ainda incipiente no Brasil. Ambas consistem na obser-
vação de borboletas ou aves e são muito comuns em
países como Japão, inglaterra e Estados Unidos. Clau-
dia Komesu, que mantém o blog Virtude Birdwatching
e Natureza, conta que o birdwatching é um hobby an-
tigo, que começou na inglaterra do século XViii: “É um
passatempo famoso no mundo inteiro, com milhões
de adeptos, principalmente nos Estados Unidos, onde
20% da população acima de 15 anos são birdwatchers.
No Brasil, em vez de apenas olhar com o binóculo, as
pessoas gostam de fotografar as aves, e o hobby tem
crescido graças à popularização das câmeras digitais,
redes sociais e sites como o Wikiaves.”
Vinícius Neves, morador da região do Portal do Mo-
tas que fi zeram parte de seu estudo de mestrado, é pre-
ciso pensar em uma cidade mais amigável para a natu-
reza. “Uma das funções do Parque Burle Marx é a pre-
servação da fauna e da fl ora”, diz, salientando que cada
área tem sua especifi cidade e importância. Conforme
Gustavo, garças, martins pescadores e outras aves que
vemos no lago do parque se criam no brejo (que cor-
re risco com a construção do empreendimento da Cyre-
la). “Há ninhos de garças, capivaras se reproduzindo e já vi
indícios de jacarés ali. É importante manter a nascente, a
qualidade da água e o ambiente de brejo com os recursos
que ele fornece para a reprodução da fauna”, comenta.
Gustavo ainda alerta para o risco que prédios construí-
dos no entorno do parque podem causar às aves. “Os pré-
dios serão espelhados? Serão iluminados à noite, e com
que tipo de iluminação? Mesmo com prédios já construídos
no entorno do parque, o Panamby é uma área escura da ci-
dade e, por isso, ela tem uma fauna noturna de insetos, que
em outras partes da cidade já acabou. Com mais torres em
volta do parque, as espécies irão sumir. Os insetos adultos
voam guiados pela lua e, se há uma luz mais forte, eles se
orientam por ela. temos que pensar também na sobrevi-
vência da fauna de insetos noturnos porque essa fauna é
a comida do passarinho de amanhã. toda a natureza está
interligada”, fi naliza.
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ODONTOLOGIA ESTÉTICA
Lentes de Contato de Porcelana
As “lentes de contato” superfi nas são feitas de porcelana e são utilizadas para corrigir imperfeições, manchas leves, las-cas e fraturas dos dentes dos pacientes. A principal indicação desse método, que pode durar até 20 anos, é aumentar o ta-manho dos dentes, se forem separados – o espaço entre eles é chamado de diastema. Se o dente for torto, dá para corrigir o posicionamento e alinhá-lo com o do lado e é possível usar a lente em um dente só ou em vários.
Rua Mal. Hastimphilo de Moura, 277 casa 1
Tel: 3742-1615
www.clinicaoca.com.br
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PARA SABER MAIS:• www.savebrasil.org.br• www.virtude-ag.com
• www.wikiaves.com• www.parqueburlemarx.com.br/birdwatching/
Socozinho (Butorides striata).
rumbi, é um assíduo frequentador do Burle Marx, onde
fotografa pássaros, borboletas e outros animais. Advo-
gado, ele faz da atividade um hobby e acabou se tornan-
do fã do parque. “O Burle Marx é uma área estratégica
para a biodiversidade da região. Ele está no meio de um
corredor que liga a Serra do Mar, as matas ao redor das
represas Billings e Guarapiranga, a região do Morumbi,
até o entroncamento das marginais, onde começa o Pico
do Jaraguá e a Serra da Cantareira. Muitas aves raras
usam o Burle Marx e seus arredores como uma ‘ilha’ de
passagem por São Paulo. A iniciativa de construir mais
empreendimentos em volta do parque é desastrosa. O
correto seria expandi-lo, desapropriando os terrenos vi-
zinhos.” Vinícius tem acompanhado a defesa do entor-
no do parque e defende a luta: “Vejo um sério risco de o
bairro do Panamby perder ilustres moradores alados e de
transformarmos um dos últimos bairros com áreas de
mata nativa em mais uma selva de pedra, com pequenos
jardins artificiais e não nativos.”
Vinícius já registrou em fotos no Burle Marx desde
aves comuns, como o sabiá laranjeira, o bem-te-vi e o
tico-tico, a raras, difíceis de encontrar até em grandes
fragmentos de mata, como o pavó, o jacu-açu, o sai
canário, os pica-paus e outras aves migratórias.
Para o adepto do hobby, não há segredos para pra-
ticar o birdwatching: “Basicamente é reparar no que
está ao seu redor, prestar atenção nos sons e nas aves
que habitam nossa cidade. Depois começamos a ob-
servar detalhes, que exigem um binóculo. Se gostar
de fotografia, o praticante irá colecionar lembranças
eternas das aves da cidade. A recomendação basica é
ir para um bom parque, como o Burle Marx, e reparar
no que nem todo mundo repara, as aves...”
O Parque Burle Marx pretende se tornar referên-
cia na observação de aves silvestres na cidade. Há um
projeto, para o qual a Fundação Aron Birmann busca
patrocínio, que prevê a construção de estrutura para
os praticantes, com instalação de comedouros para as
aves e de um posto de observação (construído em ma-
deira, teria pequenos vãos para que os observadores
fotografem as aves sem assustá-las). O projeto prevê
ainda a compra de binóculos para locação aos birdwa-
tchers. Para conhecer o projeto e apoiá-lo, escreva para
ODONTOLOGIA ESTÉTICA
Lentes de Contato de Porcelana
As “lentes de contato” superfi nas são feitas de porcelana e são utilizadas para corrigir imperfeições, manchas leves, las-cas e fraturas dos dentes dos pacientes. A principal indicação desse método, que pode durar até 20 anos, é aumentar o ta-manho dos dentes, se forem separados – o espaço entre eles é chamado de diastema. Se o dente for torto, dá para corrigir o posicionamento e alinhá-lo com o do lado e é possível usar a lente em um dente só ou em vários.
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14
SOS PANAMBY
MAiS APOiO para o movimento
Já são quase 20 mil assinaturas na petição que será entregue ao
Prefeito Fernando Haddad, pedindo proteção para o entorno
do Parque Burle Marx, e o objetivo é alcançar 50 mil apoiado-
res. A luta dos moradores também tem invadido a imprensa – a de-
fesa do Panamby recentemente foi tema de matérias da revista Veja
São Paulo, dos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo e
do telejornal Bom Dia São Paulo.
Gilberto Natalini e Sandra tadeu, vereadores e respectivamente
presidente e membro da Comissão Municipal de Meio Ambiente da
Câmara Municipal, fi zeram vistoria técnica à região no último dia 21
de agosto, acompanhados dos moradores roberto Delmanto Junior e
Andrei rakowitsch. Natalini lembrou da frente que luta pela preserva-
Vereadores Sandra tadeu e Gilberto Natalini, da Comissão do Meio Ambiente da Câmara, conheceram riscos que o entorno do Burle Marx está sofrendo.
Vereadores da Comissão de Meio Ambiente da Câmara apoiam causa
em defesa do Panamby.
“De árvore em árvore vão
derrubando uma mata que é Área
de Proteção Permanente”
Fotos: Juliana Amorim
15
ção do Parque Augusta (situado na região central de São
Paulo, no entroncamento das ruas Caio Prado, Augusta
e Marquês de Paranaguá, com bosque tombado pelo
Conpresp – Conselho Municipal de Preservação do Patri-
mônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São
Paulo, com vegetação remanescente da Mata Atlântica):
“Vamos impedir esse desastre ambiental no Panamby,
junto com a comunidade.” Natalini lembra que a causa
do Panamby já conta com o apoio do deputado estadu-
al Carlos Giannazi, que convocou Audiência Pública na
Assembleia Legislativa em maio e solicitou informações
sobre o caso à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
“todos juntos podemos vencer. O interesse é de toda a
cidade, e não apenas dos moradores do bairro”, frisa o
presidente da Comissão de Meio Ambiente.
roberto Delmanto explicou aos vereadores o risco
que corre a área de brejo, situada entre a Marginal Pinhei-
ros e o estacionamento do Parque Burle Marx, caso lá
seja erguido projeto da construtora Cyrela. roberto, que
lidera o movimento SOS Panamby, relatou que na área já
houve a construção de mureta para secar o brejo. “Já en-
tramos com ação para desfazer a mureta. Mataram uma
área de manancial. temos vídeos que mostram a região
alagada, em plena seca que vive a cidade.” Só no terre-
no da Cyrela, correm risco 1050 árvores nativas. São 70
mil metros quadrados de área, onde a empresa pretende
levantar um conjunto de prédios, representando 140 mil
metros quadrados construídos. “O Parque Burle Marx irá
se transformar em uma praça de confraternização, em
um fumódromo para os usuários desse empreendimen-
to”, diz Delmanto Junior.
CRIME AMBIENTAL GRAVE
A equipe ainda visitou o terreno que pertence à Camar-
go Corrêa, atravessando a rua Dona Helena Pereira de
Moraes. Na área, é comum moradores de prédios vizi-
nhos avistarem, das janelas dos apartamentos, equipes
roçando a terra, sob as árvores. “A Secretaria do Verde
e do Meio Ambiente nos informou que não deu autori-
zação para desmatamento. Estão paulatinamente des-
truindo o sub-bosque. Como a área é um aclive, limpam
o terreno e, quando chove, há erosão, enfraquecendo as
É visível a diferença entre área que sofreu bosqueamento no terreno da Camargo Corrêa, da área ainda sem a ação danosa do homem.
retirada da vegetação de sub-bosque causa queda de grandes árvores.
1616
SOS PANAMBY
grandes árvores. Algumas já estão caídas. Percebemos
mudas pequenas, é o sub-bosque tentando renascer,
mas a equipe vem e derruba tudo novamente”, conta
roberto Delmanto.
Entre as árvores ameaçadas no terreno da Camargo
Corrêa estão mais de 30 exemplares de canelas adultas,
que têm forte ligação com a cidade: eram as canelas as
principais fornecedoras de madeiramento para as pon-
Gilberto Natalini, entre os moradores Andrei e roberto: união para vencer causa.
Árvore plaqueada e numerada, no terreno da Camargo Corrêa: prática comum em situações de manejo ou supressão de árvores.
ambiental que não pode continuar”, afi rmou na vistoria
o vereador Natalini. “De árvore em árvore vão derru-
bando uma mata que é Área de Proteção Permanente”,
completa.
tes sobre os rios paulistanos e para as casas dos bandei-
rantes. também há no terreno, segundo laudo preparado
pelo botânico ricardo Henrique Cardim, outras árvores
nativas típicas paulistanas e hoje praticamente desapa-
recidas, como pau-jacaré, tapiá, ipê-amarelo, canjerana,
jacarandá paulista, aroeira, jacatirão, guaçatonga e em-
biruçu. Há ainda frutíferas nativas com mais de 60 anos
de idade, como jabuticabeiras, araçás, uvaias e palmito-
jussara, e plantas ameaçadas de extinção, como o xaxim,
as pimentas-de-macaco e bromélias.
Basta uma breve incursão pelo terreno para perceber
nitidamente a prática do bosqueamento, que consiste
na remoção completa ou de parte signifi cativa da ve-
getação de sub-bosque (ervas, epífi tas, cipós, mudas e
arbustos), que vive embaixo da sombra das árvores. Con-
forme o botânico ricardo Cardim, “isso provoca desequi-
líbrios na fl oresta, como a perda das mudas de árvores
e impedimento da sua renovação e ciclo natural, menor
umidade e maior chance de incêndios, erradicação de
parte importante da fauna e fl ora e perda de sustenta-
ção de grandes árvores”.
“O que vimos aqui é uma ilegalidade, um grave crime
Muro de contenção foi construído para secar área de brejo.
18
Pontes Laguna e Itapaiúna prometem desafogar ligações já existentes entre os dois lados do Rio Pinheiros.
Novas pontes para AtrAVESSAr O riO
trÂNSitO
runo isaac, morador do Panamby, desistiu. Du-
rante anos ele atravessava o rio e enfrentava
o trânsito para chegar à região da Berrini, onde
trabalhava. Decidiu mudar seu escritório para um prédio
comercial bem próximo de sua casa e não se arrependeu.
Ganhou tempo e qualidade de vida. Mas, torce para que
as novas pontes que estão sendo construídas (Laguna
e itapaiúna) ajudem a minimizar os transtornos que os
congestionamentos causam para os moradores do Mo-
rumbi. “Sinceramente eu queria muito que as pontes
fossem uma solução. Mas São Paulo sofre pela falta de
planejamento e urbanismo. A Marginal já está saturada
pelas pontes João Dias e transamérica. É preciso planejar
onde as pontes irão desembocar”, acredita Bruno.
Para a Secretaria de infraestrutura Urbana, as pon-
tes certamente irão melhorar o trânsito. roberto Gari-
be, secretário de infraestrutura Urbana e presidente da
SPObras, responsável pelas obras, explica que havia um
projeto inicial, logo descartado, com previsão de saída de
uma das pontes por dentro do Parque Burle Marx. A op-
ção foi por duas pontes, ambas em sentido único para
cada lado. O objetivo é retirar o trânsito da João Dias, di-
minuindo os congestionamentos.
As obras estão em ritmo acelerado. Do outro lado da
Marginal Pinheiros, sentido bairro-centro, está sendo pre-
parado o terreno onde será construído o acesso de entra-
da da ponte, na rua Professor Alceu Maynard Araújo com
Luiz Seraphico Junior, altura do número 177. Nessa região,
junto ao canteiro central da Av. Nações Unidas, será cons-
truído um segundo acesso à ponte Laguna como alter-
nativa dos motoristas que se deslocam para o Morumbi.
Neste local serão feitos 24 transplantes de árvores do
canteiro verde. “Quem passa por ali pode estranhar a re-
moção das árvores, mas está sendo feita com supervisão,
BPor Luiza Oliva
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acompanhamento e licenciamento da Secretaria do Ver-
de e Meio Ambiente. No momento está sendo aguardada
a elevação da fi ação, por parte da Eletropaulo, e a remo-
ção de um comércio localizado na rua Luiz Seraphico Ju-
nior com a Av. Nações Unidas”, explica roberto Garibe.
O prazo total das obras das pontes, defi nidas na Ope-
ração Urbana Consorciada Água Espraiada, é de 18 me-
ses. A Ponte Laguna será uma alternativa viária para os
que vêm da Av. Santo Amaro com destino à Marginal, e
também uma alternativa a mais para os que irão acessar
o Morumbi. “Nesses bairros da Zona Sul, a expectativa
pela construção desses novos equipamentos urbanos é
muito grande, pois facilitará os deslocamentos, hoje con-
centrados nas pontes Morumbi e João Dias”, aponta.
As obras de melhorias viárias também preveem o pro-
longamento da Av. Chucri Zaidan, além da construção de
um túnel na altura das ruas Américo Brasiliense com a
José Guerra, no coração da Chácara Santo Antônio. O tú-
nel deverá ter por volta de 800 metros de extensão e terá
dois sentidos e duas pistas de cada lado. Já no trecho da
Av. Chucri Zaidan está previsto o alargamento da via,
que passará a contar com duas pistas de quatro faixas
de cada lado, sendo a faixa da esquerda exclusiva para o
transporte público.
GESTÃO AMBIENTAL
Já do lado do Panamby, foram removidas 28 palmeiras
imperais em frente ao acesso para a rua Dona Helena
Pereira de Moraes. Os moradores têm lamentado a reti-
rada das árvores, marca registrada da entrada do bairro.
“Acredito que as obras das pontes estão comprometen-
do ainda mais a beleza do Panamby. A retirada das pal-
meiras imperiais foi uma tristeza, não só porque as ár-
vores deixaram de embelezar a entrada para o Panamby
como porque poderá comprometer a própria sobrevivên-
cia das palmeiras. Além disso, quando a alça da ponte es-
tiver pronta no local das palmeiras, fi cará mais feio ainda.
Por fi m, tenho dúvidas se essas duas pontes vão ajudar
a locomoção dos moradores do Panamby. Pelo contrário,
podem vir a piorar, e muito, o trânsito da região”, comen-
ta rachel tucunduva, moradora do bairro.
O secretário de infraestrutura Urbana e presidente
da SPObras garante que as palmeiras foram transplan-
tadas em linha, na continuidade, e não sofreram nenhum
PONTE LAGUNA
365 metros com 3 faixas de rolamento
em mão única, ciclovia e passarela
para pedestres.
PONTE ITAPAIÚNA340 metros
com 3 faixas de rolamento em
mão única.
Foto
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Para obras das pontes, manejo arbóreo foi realizado com critérios, garante secretário.
Av. Dr. Chucri Zaidan
Ponte João D
ias
20
dano. Segundo ainda roberto Garibe, no caso das ár-
vores do Panamby, especifi camente, houve um estudo
ambiental que durou sete meses, com levantamento
de todas as espécies de árvores encontradas no local,
levando em conta os seguintes critérios: altura, diâme-
tro do caule ou tronco e estado fi tossanitário. “Esses
dados são necessários para que o manejo arbóreo seja
planejado, sempre obedecendo as diretrizes presentes
no tCA (termo de Compromisso Ambiental) emitido
pela Secretaria do Verde. Cada espécie foi analisada
a fi m de dar destinação adequada ou substituição por
outra espécie. Por ser área de preservação permanen-
te, localizada nas margens do curso das águas do rio,
a compensação exigida pela Cetesb é multiplicada por
10 para cada espécie”, sustenta.
NA OBRA DA PONTE LAGUNA:
95 árvores serão suprimidas.
283 novas árvores serão plantadas como compen-
sação ambiental.
65 árvores serão transplantadas e outras 286 se-
rão preservadas.
Neste caso, 1.696 mudas compensatórias serão repas-
sadas para que o município faça o plantio em parques
e praças.
NA OBRA DA PONTE ITAPAIÚNA:
Será necessário realizar o manejo de 431 árvores, das quais:
298 serão transplantadas
133 árvores serão preservadas no local
5.094 mudas compensatórias (por ser obra dentro de
uma APP – Área de Preservação Permanente), serão
plantadas no local e em praças e parques da cidade.
roberto Garibe salienta que todas as obras da SPObras
contam com gestão ambiental. “Uma gestão ambiental efi -
ciente das obras públicas contribui não somente com a sus-
tentabilidade da obra, mas também com a própria melhoria
na qualidade de vida dos cidadãos da metrópole. Aumentar
as áreas verdes da cidade de forma adequada tem sido uma
das principais preocupações em nossas obras”, garante.
Uma novidade, ainda em tratativa com a administração
do Parque Burle Marx, será a implantação de uma “barreira
acústica verde” de proteção ao parque, em frente à alça
da ponte Laguna. “Já estamos em conversas com o Con-
dephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e turístico), já que o parque é tom-
bado, e o projeto é compatibilizado com o Depave, Depar-
tamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura, que indi-
cará espécies, espaçamento de plantio, especifi cações de
mudas, recomendação de manutenção, etc. Essa barreira
verde de árvores em frente ao Parque Burle Marx vai evitar
que quem esteja dentro do parque veja as pontes ou ouça
o barulho provocado pelo trânsito. O local é muito úmido
e serão colocadas árvores que se adaptem a esse tipo de
solo. Além de impedir o visual, amenizam o som. Serão ár-
vores fl oridas, que faltam na cidade”, diz o secretário de
infraestrutura Urbana. Ele cita espécies que deverão ser
plantadas no local: guanandi, ipê amarelo do brejo, peito
de pombo, pau de viola, entre outras.
Foto
: Divu
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ão
SP
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20
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22
ViAGEM
As delícias da medieval tOSCANA
o impacto de seus românticos e bucólicos vilarejos.
Estradas rurais, vinhos artesanais, olivais cente-
nários, muita arte e muita História...
Comece em Florença para uma overdose de
obras primas da renascença fl orentina com toda a
herança deixada por Giotto, Michelangelo, Leonar-
do da Vinci, Botticelli, e muitos outros.
Florença é considerada uma das cidades de
ercorrer as pequenas cidades italianas em
busca de sabores tradicionais ao mesmo
tempo em que se contemplam belas paisa-
gens é a proposta de uma viagem à toscana. Deixe
de lado o ritmo frenético das grandes cidades e ex-
perimente a arte do “dolce far niente” dos italianos.
Não importa quanto tenhamos lido a respeito
da toscana, nada nos prepara completamente para
P
Por Por Jacqueline Papaléo Fotos: Divulgação
24
ViAGEM
maior importância na Europa por acumular tanta riqueza
histórica, cultural e artística. Apreciar os tons do por do
sol sob o Arno será uma experiência inesquecível.
Continuando a exploração toscana, rume a Siena
para se encantar com suas autênticas ruas medievais.
Um labirinto de ruas e vielas revelará paisagens magní-
fi cas. Sua praça central, a Piazza Del Campo, dá um ar
austero à cidade. Seu principal evento é o Palio de Siena,
uma corrida de cavalos na praça principal que acontece
duas vezes ao ano.
A somente 50 km de Siena e fazendo parte da lista da
Unesco como patrimônio histórico da humanidade está
a charmosa Pienza, cidade do Papa Pio ii. Na metade do
século xv, o Papa realizou seu sonho de construir a “cida-
de ideal”, seguindo preceitos urbanos e estéticos consi-
derados até hoje modelo de planejamento urbano. Seu
imenso patrimônio artístico inclui monumentos como a
igreja medieval de San Francesco, a catedral Dell’Assunta
e o Palazzo Piccolomini, com uma das mais belas vistas
da Val D’Orcia. E não saia de Pienza sem experimentar o
queijo pecorino! Divino!
Não se fala em toscana sem aguçar o apetite. A gas-
tronomia é um capítulo à parte na incrível experiência de
viver à moda toscana. Amores, amizades, celebrações... A
vida aqui gira em torno da boa mesa. As comidas são tão
deliciosas quanto simples. O azeite de oliva, os tomates,
os queijos, os salames são destaques dessa culinária de
inspiração camponesa. Os ingredientes frescos e culiná-
ria rica dão água na boca e recheiam os cardápios.
Dentre as iguarias italianas estão os queijos parme-
são e pecorino, e os cogumelos selvagens que são nada
mais do que as famosas trufas brancas e negras. Dos so-
Campos cultivados: vista encantadora do Hotel L’Andana.
Hotel L’Andana: endereço imperdível na toscana.
26
Jacqueline Papaléo – diretora
da Jr2tUr e moradora
do Panamby
rua Jandiatuba, 143
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personalizado no Panamby
los da toscana saem alguns dos mais desejados exem-
plares de trufas brancas, por sua excelente qualidade. No
outono, as cidades promovem diversas expedições para
a caça desta iguaria. Os grupos são liderados por um tru-
feiro, que conta com a ajuda de um cão farejador – tão
valioso quanto os próprios cogumelos. Nos fi nais de se-
mana os “mercatos” promovem feiras “del tartufo Bian-
co”, um tradicional festival da trufa no qual os visitantes
podem degustar os cogumelos e aprender mais sobre as
trufas e esta temporada de caça. Barracas com vinhos
e queijos de produtores locais também fazem parte da
festa. tudo isso regado a muito vinho – sempre!
Alain Ducasse, um dos chefs mais renomados do mun-
do, elegeu a toscana para ser seu pedaço na itália. O chef
é um dos donos do Hotel L’Andana, e ali pilota o restauran-
te “La trattoria toscana” construído em um antigo celeiro,
com atmosfera aconchegante e decoração rústica de an-
tigas fazendas. Seguindo o modelo de slow food, Ducasse
celebra a autêntica cozinha toscana usando ingredientes
cultivados na própria propriedade. Se você estiver na re-
gião de Grosseto, esta é uma dica imperdível!
Para fi nalizar a comilança que esta região nos impõe,
experimente a famosa torta di riso, tradicional sobremesa
feita de arroz e claro, os famosos gelatos. São incontáveis
as sorveterias, mas destaco em especial a artesanal Ge-
lateria di Piazza, no coração da Praça de San Gimignano.
Que tal um gelato de espumante e ervas aromáticas? Deu
vontade? Arrume suas malas e se mande para a toscana!
Arrivederci!
O chef Alain Ducasse e sua equipe na trattoria toscana, do Hotel L’Andana.
Zuppa Inglesa: iguaria do L´Andana.
ViAGEM
28
CriANÇAS
Doe brinquedos no JArDiM SUL
Ação do shopping benefi ciará entidades assistenciais do Morumbi.
té o dia 12 de outubro, o Shopping Jardim Sul
está arrecadando brinquedos em boas condi-
ções. A ação, que já está no seu terceiro ano con-
secutivo, traz os personagens do longa de animação toy
Story da Disney Pixar como tema. A cada doação o parti-
cipante ganha uma máscara do Woody, Jessie ou Buzz. Há
duas caixas – no piso P1 em frente ao fraldário e outra no
piso P2 em frente ao SAC – para receber os brinquedos.
Os brinquedos doados serão destinados a AMiS – As-
sociação Morumbi de integração Social. A entidade pres-
A ta serviços de assistência social aos moradores da co-
munidade da Vila Andrade e Cáritas Santa Suzana, uma
organização jurídica sem fi ns lucrativos, localizada no
Morumbi e que atende os moradores de Vila Praia, Viela
da Paz, Jardim das Palmas, rebouças, Olaria, Jardim Co-
lombo e Paraisópolis.
Mais informações sobre a campanha e as insti-
tuições participantes podem ser encontradas em
www.disney.com.br/entrenessabrincadeira ou no site do
Jardim Sul www.jardimsul.com.br.
29
Fotos: Cláudio Inserra/Next Photo
Panamby tem o melhor DA CArNEEscolha na Carnes Panamby os melhores cortes de carnes e assados prontos.
OPanamby já dispõe de um endereço para quem
procura cortes diferenciados para um churrasco
especial, ou mesmo para incrementar o cardápio
do dia a dia. A Carnes Panamby oferece cortes de Kobe, ex-
traídos da raça Wagyu. tradicionalmente criados no Japão
(daí o nome Kobe), esse tipo de gado recebe cuidados es-
peciais – como massagens e alimentação a base de orgâni-
cos e cevada – visando uma carne macia e saborosa.
“Quanto melhor for o manejo do boi e menos estressado
ele estiver, inclusive no momento do abate, melhor é a
qualidade fi nal da carne”, comenta igor Mans-
berger, proprietário da Carnes Panamby,
que oferece diversos cortes fornecidos
pela Beef Passion, empresa brasileira
que trabalha com a criação do gado
Wagyu e Angus Australiano. As car-
nes conservam o marmoreio típico
das originais japonesas – nas carnes
marmorizadas, as gorduras derretem
sobre fi bras musculares, conferindo óti-
mo paladar. Segundo igor, grande parte da
gordura é insaturada devido ao processo de alimentação
do gado, tornando a carne mais saudável e sem alterar o
sabor e a maciez. O grau de marmoreio de uma carne varia
de 01 a 12, sendo 12 o grau máximo. As carnes comercializa-
das na Carnes Panamby costumam apresentar marmoreio
do grau 04 ao 08, mais próprias ao paladar brasileiro.
Outro destaque da Carnes Panamby são os assados,
prontos para levar para casa, preparados aos sábados e do-
mingos, a partir das 11:30 horas. Frango temperado com er-
vas, acompanhado de batatas assadas e farofa, cupim
e costela que derrete na boca são as atrações.
Para quem prefere preparar o churrasco
em casa, a loja também dispõe de chur-
rasqueiro para que o anfi trião não te-
nha trabalho.
Na Carnes Panamby, é possível
ainda encontrar espetinhos diver-
sos (como de frango, carne, linguiça,
cordeiro e kafta de cordeiro), carnes
de avestruz, paca e jacaré, além de
carnes convencionais.
rua Dep. João Sussumu Hirata, 437
tel: 2359-8888
Horário de funcionamento: 2a a sábado das 8h às
20h, domingos das 8h às 15h
ALiMENtAÇÃO
30
FOtOGrAFiA
OS SEGrEDOS para um bom clique
uliana Amorim é fotágrafa desde 1998, quando fez o Curso de
Fotografia do Grêmio da Politécnica da Universidade de São
Paulo (USP). Depois, formou-se em Artes Visuais e cursou
pós-graduação em Arte Contemporânea na Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp).
Especializou-se em fotografar crianças, arte que tem o prazer
em desenvolver compartilhando momentos felizes das famílias de
seus clientes. Ela diz: “Adoro ver e registrar os sorrisos espontâneos
das crianças. Existe trabalho melhor do que este?”
Anote algumas dicas de Juliana sobre como fotografar crianças:
J
1Em primeiro lugar, deixe
que as crianças se acostumem
com você, independente da
câmera, converse e brinque
normalmente. Depois disto,
ficará mais fácil apontar a
câmera para elas.
2Não fique pedindo poses,
nem falando “olha pra cá”.
As fotos espontâneas serão as
mais bonitas. Se a criança for
pequena, coloque algum
brinquedinho ao redor
da lente.
Fotografar crianças não é tarefa fácil. Juliana Amorim conta alguns segredos dessa arte.
3131
5também não se preocupe
com o corte, não há problema
em fazer closes bem fechados,
pegando, por exemplo, apenas
o rosto, cortando na testa. O
resultado deste tipo de corte fi ca
muito bacana, registra bem a
expressão da criança.
6As cores, como em
um quadro, fazem parte da
composição. Então abuse delas nas
roupas e no fundo, fotos em parque,
com brinquedos, bexigas, pirulitos,
bolinhas de sabão, tapetes
coloridos e de dia, fi cam
muito mais alegres.
8Não use a máquina no modo
automático, pois a velocidade
para fotografar crianças não pode ser
inferior a 1/100, porque elas se mexem
muito, e isto pode dar um efeito
tremido ou borrado nas fotos. Deixe
no modo Manual ou Prioridade
na Velocidade (Shutter).
9Existe um período de tempo
em que a criança não se cansa
de ser fotografada. Não ultrapasse
esse tempo, para que ela tenha uma
boa lembrança deste momento, e em
uma próxima oportunidade ela estará
acostumada e achará divertido ser
fotografada. A minha sugestão
é de no máximo 2 horas.
7Não perca tempo olhando
no visor cada foto que faz. As
crianças são muito rápidas e
você pode perder lances muito
bons enquanto fi ca olhando
as fotos. Deixe para fazer
isto depois!
3Procure, sempre que
possivel, fi car em um nível
próximo ao da criança, se
abaixando, sentando
ou até deitando.
4Não se preocupe com o
enquadramento tradicional,
você pode “brincar” com o
enquadramento fazendo-o
na diagonal ou de cima
para baixo.
10O melhor horário é no
meio da manhã, por volta
das 10h, ou no fi m da tarde
às 17h. Mas isto dependerá
da rotina da criança.
Juliana Amorim, moradora do Morumbi
Juliana Amorim
Fotografi a e Vídeo
Fone: (11) [email protected]
www.julianaamorim.fot.br
31
32
ArtE
Rebeca Martineli: ArtE NO PANAMBY
Artista plástica expõe telas no Tuca & Binha.
artista plástica rebeca Martineli lotou o tuca &
Binha Cupcakes na vernissage de sua exposição
Sobre o meu olhar. rebeca costuma usar sobre-
posição de materiais em suas telas de estilo gráfi co e en-
xerga cada obra como um autorretrato. todas são carrega-
das do sentimento da artista, que é moradora do Panamby
e costuma pintar no Parque Burle Marx. As telas O Caminho
i e O Caminho ii, que fazem parte da exposição, foram pin-
tadas em meio ao verde do parque. “Levo meu caderno de
desenho, lápis e carvão e aproveito aquele momento úni-
co de contato com a natureza”, conta rebeca. “Precisamos
perceber tudo o que a vida nos oferece e nos permitir viver
e experimentar. O Burle Marx tem uma luz própria”, diz.
As telas de rebeca Martineli fi cam em exposição no
tuca & Binha até o início de outubro. O evento contou
com produção de Ana Figueiredo, apoio cultural da Eco-
jardim Morumbi, Companhia das Fibras e NiK Eventos,
além da curadoria da Escola do Design.
AFotos: Cláudio Inserra/Next Photo
Tuca & Binha Cupcakesrua Dep. João Sussumu Hirata, 407 – tel: 3742-8383
Rebeca [email protected] / www.rebecamartineli.com.br
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