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  • Monografia

    "PISOS BASE DE CIMENTO: CARACTERIZAO, EXECUO EPATOLOGIAS"

    Autor: Maria de Ftima Santos Camargo

    Orientador: Prof. Dr. Antnio Neves de Carvalho Jr.

    Janeiro/2010

    Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Engenharia

    Departamento de Engenharia de Materiais e ConstruoCurso de Especializao em Construo Civil

  • MARIA DE FTIMA SANTOS CAMARGO

    "PISOS BASE DE CIMENTO: CARACTERIZAO, EXECUO EPATOLOGIAS"

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Construo Civil

    da Escola de Engenharia UFMG

    nfase: Gesto e Avaliaes nas construesOrientador: Prof. Dr. Antnio Neves de Carvalho Jr.

    Belo Horizonte

    Escola de Engenharia da UFMG

    2010

  • SUMRIO

    1. INTRODUO....................................................................................................... 102. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Definio de pisos .......................................................................................... 11

    2.2 O piso como parte integrante do edifcio o subsistema

    vedaes horizontais ...................................................................................... 11

    2.3. Pisos base de cimento: caracterizao, processo executivo

    e patologias .................................................................................................... 16

    2.3.1 Piso cimentado comum................................................................................. 17

    2.3.2. Marmorites e Granilites................................................................................ 28

    2.3.3. Pisos industriais de concreto ....................................................................... 44

    3. ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 91

    4. CONCLUSO ...................................................................................................... 117

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 121

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1: Camadas de um sistema de vedao horizontal interno ao edifcio ...........13

    FIGURA 2: Sistema de piso industrial ..........................................................................13

    FIGURA 3: Esquema das camadas de um piso industrial em frigorfico ......................14

    FIGURA 4: Sistema de piso industrial com RADrevestimento de alto desempenho...14

    FIGURA 5: Sistema de piso cimentado ........................................................................19

    FIGURA 6: Trincas em piso cimentado.........................................................................24

    FIGURA 7: Patologia em piso cimentado: porosidade. ................................................25

    FIGURA 8: Mancha em piso cimentado. ......................................................................26

    FIGURA 9: Manchas e fissuras em piso cimentado......................................................27

    FIGURA 10: Granitinas P 0,8mm ...............................................................................29

    FIGURA 11: Granitinas 00 - 1,5mm .............................................................................29

    FIGURA 12: Granitina N0Fino 2,8mm ......................................................................29

    FIGURA 13: Granitinas N0Grosso 3,8mm ................................................................29

    FIGURA 14: Granitinas N 1 6,3mm ..........................................................................29

    FIGURA 15: Granitinas N 2 9,0mm ..........................................................................29

    FIGURA 16: Granitinas N3 12,0mm .........................................................................30

    FIGURA 17: Granitinas N 4 15,0mm ........................................................................30

    FIGURA 18: Granitina Amarelo Dourado .....................................................................30

    FIGURA 19: Granitinas Basalto ...................................................................................30

    FIGURA 20: Granitinas Branco Nacional .....................................................................30

    FIGURA 21 : Granitinas Branco Paran .......................................................................30

    FIGURA 22: Granitinas Cinza ......................................................................................31

    FIGURA 23: Granitinas Misto .......................................................................................31

    FIGURA 24: Granitinas Prola .....................................................................................31

    FIGURA 25: Granitinas Preto .......................................................................................31

  • FIGURA 26: Granitinas Quartzo ..................................................................................31

    FIGURA 27: Granitinas Rosa 3.5 .................................................................................31

    FIGURA 28: Granitinas Vermelho ................................................................................32

    FIGURA 29: Granitinas Vidro misto ..............................................................................32

    FIGURA 30: Granilite Vermelho 1 ................................................................................33

    FIGURA 31: Granilite Vermelho 2 ................................................................................33

    FIGURA 32: Granilite Verde .........................................................................................33

    FIGURA 33: Granilite Bege .........................................................................................33

    FIGURA 34: Granilite Branco ......................................................................................33

    FIGURA 35: Granilite Caco de Mrmore ......................................................................33

    FIGURA 36: Sistema de piso granilite........................................................................35

    FIGURA 37: Piso granilite.............................................................................................37

    FIGURA 38: Piso granilite.............................................................................................37

    FIGURA 39: Piso granilite - juntas plsticas .................................................................38FIGURA 40: Piso granilite.............................................................................................38

    FIGURA 41: Detalhe piso tipo fulg (fulget) .................................................................40FIGURA 42: Detalhe piso tipo fulg .............................................................................41

    FIGURA 43: Detalhe piso tipo fulg..............................................................................41

    FIGURA 44: Detalhe piso tipo fulg..............................................................................41

    FIGURA 45: Recuperao de piso granilite ..................................................................43

    FIGURA 46: Recuperao piso granilite.......................................................................43

    FIGURA 47: Recuperao de piso granilite..................................................................43

    FIGURA 48: Recuperao piso granilite.......................................................................43

    FIGURA 49: Representao grfica do processo executivo do piso de concreto........45

    FIGURA 50: Pisos de concreto: detalhe da forma. ......................................................47

    FIGURA 51: Representao grfica do processo executivo do piso de concreto ........47

  • FIGURA 52: Piso de concreto corte esquemtico da estrutura..................................48

    FIGURA 53: Piso de concreto: corte esquemtico .......................................................49

    FIGURA 54: Piso de concreto: corte esquemtico .......................................................49

    FIGURA 55: Fibras metlicas adicionadas ao concreto em piso ..................................51

    FIGURA 56: Fibras metlicas adicionadas ao concreto em piso...................................51

    FIGURA 57: Fibras de polipropileno..............................................................................52

    FIGURA 58: Mecanismo de ao das fibras de polipropileno.......................................52

    FIGURA 59: Lanamento do concreto. ........................................................................57

    FIGURA 60: Lanamento do concreto. ........................................................................58

    FIGURA 61: Lanamento do concreto. ........................................................................58

    FIGURA 62: Piso de concreto execuo. ..................................................................59

    FIGURA 63: Rodo de corte. .........................................................................................59

    FIGURA 64: Piso de concreto execuo. ..................................................................60

    FIGURA 65: Piso de concreto: processo executivo. .....................................................60

    FIGURA 66: Acabadora mecnica. ..............................................................................63

    FIGURA 67: Alisadora dupla de alta.............................................................................63

    FIGURA 68: Alisadora dupla de alta rotao rotao com disco de flotao................63

    FIGURA 69: Corte das juntas em piso de concreto. .....................................................65FIGURA 70: Esquema de locao das juntas de expanso bordas e paredes..........66FIGURA 71: Piso de concreto polido. ...........................................................................67

    FIGURA 72: Processo de perda de material por abraso ............................................71

    FIGURA 73: Superfcies tratadas com endurecedores de superfcie ...........................71

    FIGURA 74: Desgaste por abraso..............................................................................73

    FIGURA 75: Desgaste acentuado.................................................................................73

    FIGURA 76: Overlay cimentcio....................................................................................74

    FIGURA 77: Delaminao.............................................................................................77

  • FIGURA 78: Delaminao.............................................................................................77

    FIGURA 79: Delaminao em piso de concreto. ..........................................................78

    FIGURA 80: Esborcinamento........................................................................................80

    FIGURA 81: Tratamento de juntas poliuretano, epxi semi-rgido e lbiospolimricos..................................................................................................................80

    FIGURA 82: Formato inadequado de junta...................................................................81FIGURA 83: Empenamento por retrao hidrulica diferencial ....................................82

    FIGURA 84: Fissuras de retrao plstica do concreto. ...............................................85

    FIGURA 85: Fissuras de assentamento em piso de concreto. .....................................87

    FIGURA 86: Trinca em piso de concreto .....................................................................90

    FIGURA 87: Fissura em piso com destacamento do concreto. ....................................90

    FIGURA 88: Fissura por atraso no corte. ....................................................................91

    FIGURA 89: Movimentao de piso .............................................................................91

    FIGURA 90: Trinca no entorno do pilar .......................................................................92

    FIGURA 91: CEM Campos Sales - piso interno original - trinca transversal..................94

    FIGURA 92: CEM Campos Sales - piso interno original - fissuras de retrao.............95

    FIGURA 93: CEM Campos Sales - piso interno original, aps recuperao fissuras

    no preenchidas. ........................................................................................................96

    FIGURA 94: CEM Campos Sales piso interno original, aps recuperao fissuras

    no preenchidas. ........................................................................................................96

    FIGURA 95: CEM Campos Sales - piso interno original, aps recuperao fissuras

    no preenchidas. ........................................................................................................97

    FIGURA 96: CEM Campos Sales - piso interno original, aps recuperao fissuras

    no preenchidas e desgaste superficial......................................................................97

    FIGURA 97: CEM Campos Sales - piso marmorite original, aps recuperao - detalhe

    da superfcie. ..............................................................................................................98

  • FIGURA 98: CEM Campos Sales - piso marmorite original, aps recuperao............98

    FIGURA 99: CEM Campos Sales - piso marmorite ......................................................99

    FIGURA 100: CEM Campos Sales - piso marmorite executado em 2008 fissuras...100

    FIGURA 101: CEM Campos Sales - piso marmorite - fissuras...................................100

    FIGURA 102: CEM Campos Sales - piso marmorite fissuras...................................101

    FIGURA 103: CEM Campos Sales - piso marmorite - fissuras.............................101

    FIGURA 104: CEM Campos Sales - piso externo original ..........................................102

    FIGURA 105: CEM Campos Sales - piso externo original trinca...............................102

    FIGURA 106: CEM Campos Sales - piso externo original...........................................103

    FIGURA 107: CEM Campos Sales - piso ...................................................................104

    FIGURA 108: CEM Campos Sales piso ..................................................................105

    FIGURA 109: CEM Campos Sales - piso ...................................................................105

    FIGURA 110: CEM Campos Sales - piso ...................................................................106

    FIGURA 111: CEM Campos Sales - piso ...................................................................107

    FIGURA 112: CEM Campos Sales - piso ...................................................................108

    FIGURA 113: CEM Campos Sales - piso ...................................................................108

    FIGURA 114: CEM Campos Sales - piso ...................................................................109

    FIGURA 115: CEM Campos Sales - piso ...................................................................109

    FIGURA 116: CEM Campos Sales - piso ...................................................................110

    FIGURA 117: CEM Campos Sales - piso ...................................................................110

    FIGURA 118: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................114

    FIGURA 119: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................115

    FIGURA 120: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................116

    FIGURA 121: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................117

    FIGURA 122: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................117

    FIGURA 123: C.S. Mangueiras - piso marmorite ........................................................118

  • LISTA DE NOTAES, ABREVIATURAS

    A/C relao gua/cimento

    CEM Centro de Especialidades Mdicas

    EPS poliestireno expansvel

    GPa - gigapascal

    MPa - megapascal

    PAM Posto de Atendimento Mdico

    PBH Prefeitura de Belo Horizonte

    PVA acetato de polivinila

    PU - poliuretano

    SUDECAP Superintendncia de Desenvolvimento da Capital

  • AGRADECIMENTOS

    Engenheira Civil e Sanitarista Maria da Bethnia Apgaua Penido Vale, pela

    colaborao e disponibilidade.

    Engenheira Civil Fabola Maria Lima Frana, pelas informaes e orientaes.

  • RESUMO

    Este trabalho busca identificar e caracterizar tipos de piso base de cimento,

    seus diversos materiais componentes e processos executivos mais usuais, e

    relacionar as patologias sistmicas comumente constatadas nestes

    revestimentos horizontais, tais como: fissuras, trincas, delaminaes,

    esborcinamentos, empenamentos, desgaste superficial, deterioraes e

    condies adversas intrnsecas aos pisos cimentcios. Abordando o sistema de

    pisos cimentcios como um conjunto de componentes permanentementeinterativos, a descrio dos processos executivos de cada tipo de piso foi

    elaborada com nfase na preveno das patologias, a partir do postulado de

    que a viso sistmica deve anteceder a especificao/adoo das boas

    prticas de execuo.

  • 10

    1. INTRODUO

    Parte integrante da edificao, o piso deve apresentar uma srie de

    propriedades e requisitos de desempenho, como resistncia mecnica,

    capacidade de absorver deformaes, estanqueidade, resistncia a agentes

    qumicos, facilidade de limpeza, segurana de utilizao e durabilidade.

    A busca pela reduo dos custos da construo frequentemente compromete a

    qualidade e durabilidade de seus elementos constituintes. A substituio de

    materiais e processos executivos por opes menos adequadas ou sem

    padronizao pode refletir na durabilidade dos pisos, causando trincas,

    fissuras e outras patologias.

    O desempenho da vedao horizontal, inclusive sob aspecto esttico como

    revestimento, depende de variveis diversas, tornando fundamental a adoo

    de procedimentos padronizados e a realizao de efetivo controle de qualidade

    de todo o processo produtivo do piso, de maneira a garantir tanto o

    desempenho quanto a vida til pretendida.

    Este trabalho ser composto a partir de pesquisa e reviso bibliogrfica acerca

    dos tipos de pisos base de cimento, processos executivos e patologias

    recorrentes, com a identificao de suas causas mais relacionadas.

    Finalizando, apresentao de estudo de caso.

  • 11

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. Definio de Pisos

    Definem-se pisos como quaisquer superfcies, contnuas ou descontnuas,

    construdas com a finalidade de permitir o trnsito pesado ou leve, sendo

    compatveis com os outros acabamentos e com sua utilizao. Devem

    apresentar resistncia ao desgaste causado pelo atrito, facilidade de

    conservao e higiene, inalterabilidade de cores e dimenses, alm de

    aspectos decorativos. Seu dimensionamento e especificao acompanharo a

    necessria adequao ao uso de cada setor de uma edificao ou rea da

    construo.

    2.2. O Piso como parte integrante do edifcio: o subsistema vedaes

    horizontais

    A implementao de novas tecnologias construtivas, em resposta s

    crescentes e cada vez mais urgentes questes relacionadas ao desempenho e

    conforto nas construes so fatores determinantes para a transformao dos

    edifcios em produtos cada vez mais complexos.

    A necessidade de entender o edifcio de maneira total, sistmica, como meio

    de interpretao da sua complexidade, torna importante que cada parte do

    edifcio seja observada sob um determinado ponto de vista, tenha a sua

    funcionalidade prpria, no perdendo, porm, a relao com as demais e com

    o prprio edifcio.

  • 12

    Trata-se de uma abordagem para a soluo de problemas complexos,

    atacados por suas etapas e partes funcionais, mas sem perder a viso do

    conjunto: a abordagem sistmica (SABBATINI, 1989) que, quando aplicada ao

    edifcio, deve apresentar uma terminologia prpria.

    O edifcio ento pode ser considerado um sistema (BARROS, 2001)

    empregando-se a terminologia proposta pela INTERNATIONAL

    ORGANIZATION FOR STARDARDIZATION - ISO 6241 (ISO, 1984), que

    define:

    subsistema: uma parte do edifcio que desempenha uma ou vrias funes,

    necessrias ao atendimento das exigncias dos usurios;

    componente: caracterizado por produtos manufaturados destinados a

    cumprir, individualmente, funo (es) especfica (s);

    "montagem" ("assembly"): um agregado de componentes usados em

    conjunto. Elemento (BARROS, 2001).

    Considera-se que tanto o componente como o elemento so partes dos

    subsistemas do edifcio, sendo umas manufaturadas e outras produzidas no

    local (BARROS, 2001).

  • 13

    Independente do acabamento que ser dado, o piso um sistema formado por

    uma base e sua camada de revestimento. Para a construo de um bom piso

    essencial ter-se uma boa base, que pode ser a camada de contrapiso, um

    outro piso previamente executado, ou, nos pisos apoiados diretamente no solo,

    as camadas de subleito e sub-base.

    FIGURA 1: Ilustrao das camadas de um sistema de vedao horizontal interno ao

    edifcio. SAARIMAA; SNECK & WAANANEM, 1972. Fonte: BARROS, 2001.

    FIGURA 2: Sistema de piso industrial. Fonte: Eng. Pblio Penna Firme/LPE Engenharia

  • 14

    FIGURA 3: Esquema das camadas de um piso industrial em frigorfico

    Fonte: LPE Engenharia

    FIGURA 4: Sistema de piso industrial com RAD revestimento de alto desempenho

    Fonte: AugePisos

    O desempenho da vedao horizontal depende da durabilidade do piso, da

    camada de revestimento, inclusive sob os aspectos estticos, tornando

    imprescindvel a elaborao de um projeto para sua produo e de controle de

    qualidade de todo o processo produtivo do piso, a fim de garantir a utilizao

    prevista e durabilidade compatveis com a vida til esperada.

  • 15

    Os principais fatores que podem comprometer a durabilidade e o desempenho

    do piso so (BARROS, 2001, adaptado):

    movimentaes de origem higroscpica, trmica, causadas ou impostas por

    outros agentes externos que possam gerar fissurao e destacamento do

    revestimento ou desagregao das demais camadas;

    utilizao de camada de fixao incompatvel com o substrato ou

    revestimento, podendo causar o destacamento ou manchamento da camada

    superficial;

    cultura e proliferao de microorganismos que possam provocar manchas ou

    destruio progressiva dos revestimentos;

    queda de objetos pontiagudos ou incandescentes, capazes de danificar a

    superfcie dos revestimentos;

    utilizao inadequada com relao ao uso previamente definido;

    manuteno inadequada;

  • 16

    2.3. Pisos base de cimento: caracterizao, processo executivo e patologias

    Os pisos base de cimento tm em seu baixo custo, grande aplicabilidade e

    variedade esttica algumas de suas caractersticas mais lembradas.

    Executados em reas internas ou externas, com acabamento liso ou rugoso,

    pigmentados ou no, tais pisos so prioritariamente artesanais em seu

    processo, dependendo de mo de obra especializada.

    Na execuo de pavimentos com acabamento cimentado, necessrio

    observar prescries quanto ao nivelamento da base ou contrapiso, o

    apiloamento e umedecimento da superfcie, o correto dimensionamento dos

    quadros/painis e a insero de guias (removveis ou no) para demarcao

    das juntas de dilatao.

    De espessura varivel, recomenda-se que os pisos base de cimento no

    tenham dimenso vertical inferior a 1cm. Pisos de menor espessura, como o

    de cimento queimado, granilites e marmorites exigem um mnimo de trs a

    quatro etapas em sua execuo, tornando o controle executivo primordial para

    a obteno de um revestimento horizontal capaz de atender aos requisitos de

    projeto.

  • 17

    2.3.1. Piso cimentado comum

    Trata-se de piso executado com argamassa de cimento e areia, podendo

    apresentar acabamento rstico ou desempenado, natado, pigmentado ou no.

    A aplicao ideal deve acontecer sobre contrapiso em concreto armado ou, no

    mnimo, em argamassa armada com tela. Contrapisos em brita, saibro, argila

    ou areia compactados no so indicados, devido grande possibilidade de

    fissuraes.

    Os pisos de argamassa podem ser aplicados tanto sobre bases de concreto

    recm executadas e ainda em estado mido (argamassa lanada diretamente

    sobre a base, concreto ou contrapiso, antes do incio de pega da base -

    aplicao "sobre mido"), quanto sobre bases de concreto curadas ou em

    estgio adiantado do processo de cura (argamassa sobre base j curada e

    endurecida - aplicao "sobre seco").

    As aplicaes "sobre mido" devem ser adotadas sempre que as condies

    tcnico-executivas da obra permitirem, pois alm de garantirem melhores

    condies de aderncia, transformando piso e base num conjunto

    absolutamente solidrio, dispensam todo e qualquer tratamento prvio da

    base, alm de seu desempenamento normal.

    As aplicaes "sobre seco" s devem ser feitas sobre bases de concreto com

    idade mnima de 10 dias e com acabamento superficial bastante spero, obtido

  • 18

    por simples varredura do concreto no endurecido, quando de sua execuo,

    ou pelo picotamento integral da rea a ser pavimentada.

    As argamassas de piso, bem como o concreto da base nas aplicaes "sobre

    mido", devem ser preparadas com um nico tipo de cimento, evitando-se o

    uso de cimentos com tempos de pega diferentes entre si, para que no

    ocorram tenses internas durante a cura.

    Antes da aplicao, verficar se o substrato (contrapiso) est perfeitamente

    sadio, sem afundamentos, fissuras significativas, esfarelamentos ou

    contaminaes de leo ou graxa. O contrapiso deve estar o mais nivelado

    possvel, e com a superfcie spera, de modo a proporcionar boa aderncia do

    revestimento.

    Caso a superfcie no tenha a necessria aspereza, aplicar uma camada de

    chapisco de aderncia, em argamassa de cimento e areia grossa lavada, trao

    1:3 em volume, aditivada de resina adesiva vinlica na proporo indicada pelo

    fabricante. A espessura mdia deste chapisco de 5mm.

    Os pisos cimentados devem ser executados em argamassa no trao 1:3, em

    volume, (cimento e areia lavada fina ou mdia), com cimentos que atendam s

    especificaes tcnicas das normas aplicveis e areia compatvel com os

    requisitos da NBR 7211 Agregado para concreto.

    Na execuo de cimentados comuns devem ser utilizados cimento e areia de

    uma nica marca e procedncia, de modo a evitar variaes de colorao e

    textura que possam comprometer seu aspecto final.

  • 19

    A espessura da argamassa do piso cimentado varia entre 10 mm e 20 mm

    para o sistema sobre mido, e entre 20 mm a 30 mm para o sobre seco.

    FIGURA 5: Sistema de piso cimentado. Fonte: Prefeitura Municipal de Vitria

    O sistema sobre seco o mais utilizado, podendo-se aumentar a aderncia

    do piso cimentado base atravs da prvia aplicao, instantes antes do

    lanamento da argamassa, de ponte de aderncia constituda por pasta de

    cimento e areia lavada fina (1:2), em volume, sendo facultado o uso de

    adesivos.

    O preparo da argamassa pode ser manual, para pequenos volumes, efetuado

    sobre superfcie plana e limpa, misturando-se, inicialmente, o cimento gua.

    Para volumes de argamassa superiores a 100kg de cimento, o amassamento

    deve ser mecnico em betoneira, lanando-se parte da gua e o volume de

  • 20

    areia na betoneira em funcionamento, completando com todo o volume de

    cimento e o restante da gua, sendo o tempo de mistura nunca inferior a 3

    minutos.

    A argamassa produzida no deve ser utilizada em prazo superior ao de incio

    de pega do cimento, devendo ser descartada aps este intervalo.

    O uso de aditivo plastificante, na proporo indicada pelo fabricante, contribui

    para minimizar as ocorrncias de fissuras por retrao, alm de melhorar a

    trabalhabilidade da argamassa. Aditivos impermeabilizantes podem ser

    adicionados, tambm na proporo indicada pelo fabricante, em ambientes

    midos.

    Antes do lanamento da argamassa sobre a base, sero definidos os pontos

    de nvel; em pisos com juntas, o nvel pode ser estabelecido pelos prprios

    perfis previamente assentados (24 horas antes com a mesma argamassa do

    piso).

    O lanamento da argamassa deve ser efetuado de modo alternado nos

    quadros delimitados. Deve-se buscar, no lanamento, a obteno do mximo

    adensamento contra a base, para ento executar o sarrafeamento,

    procedendo-se o acabamento especificado:

    Rstico ou desempenado: desempenado com desempenadeira de madeira;

    Natado: aps desempenar a argamassa com desempenadeira de madeira,

    efetuar o polvilhamento de cimento, na proporo de 1,5 kg/m, alisando com

  • 21

    desempenadeira de ao, de modo a obter uma camada superficial de pasta de

    cimento de 1 mm.

    A colorao do piso, atendendo s especificaes de projeto, poder ser

    obtida atravs da adio de pigmento massa ou acabamento superficial:

    Adio de pigmento em toda a massa: aps a mistura do cimento com a

    areia, na proporo de 10% em relao ao peso do cimento; em seguida,

    adiciona-se gua;

    Acabamento superficial com colorao: sobre o piso com acabamento rstico,

    em 12 a 24 horas aps a sua execuo, aplica-se (com desempenadeira de

    ao) uma nata de cimento em espessura no inferior a 2 mm, com pigmento

    na proporo de 10% em relao ao peso de cimento.

    Os pigmentos utilizados no devem afetar significativamente o tempo de incio

    de pega do cimento e a resistncia final da argamassa. Podem ser utilizados

    pigmentos de diferentes naturezas como xidos de ferro (vermelho, preto,

    marrom e amarelo), negro de fumo (preto), xido de cromo (verde), dixido de

    titnio (branco) ou ftalocianina (verde ou azul). Para obter uma colorao clara

    para o piso, ou prxima ao branco, comum a utilizao de cimento branco na

    argamassa base.

    Acabamento liso queimado: na execuo de cimentados comuns previstos

    como revestimento final, com acabamento liso queimado, imediatamente aps

    os servios de desempenamento, toda a superfcie dever ser polvilhada com

    p de cimento seco, na razo de 0,5 kg/m2, e gua quando necessrio, e

  • 22

    alisada com desempenadeira de ao, de modo a eliminar todas as

    irregularidades. O p usado para queimar o cimentado deve estar seco e ser

    bem misturado. Nas misturas no homogneas comum o surgimento de

    manchas no cimentado. Durante a execuo, caso apaream bolhas, elas

    devem ser estouradas e retocadas com a prpria desempenadeira de ao.

    Para reas externas a superfcie deve ser apenas desempenada, sem

    polvilhamento, tornando-a menos escorregadia.

    Pisos recm executados devem ser submetidos a processo de cura mida por

    7 dias, protegidos de contaminaes e trfego.

    Os perfis para as juntas podem ser de lato, alumnio, ebonite, PVC ou outro

    material de acordo com especificao do projeto executivo. As juntas devem

    apresentar formato regular, sem defeitos aparentes.

    Em todas as soleiras de portas e divises de ambientes, devem ser colocadas

    juntas de dilatao de plstico ou outras de igual ou melhor desempenho.

    As juntas no piso cimentado (juntas de construo) devem definir painis de

    dimenses especificadas em projeto. Caso existam juntas de dilatao no

    contrapiso existente, elas devem ser respeitadas e reproduzidas no novo

    revestimento. As juntas podem ser definidas antes do lanamento da

    argamassa, pela fixao prvia dos perfis, ou posicionadas sob presso, aps

    o lanamento da argamassa. A profundidade desta junta no deve ser inferior

    a 70% da espessura da camada do piso.

  • 23

    Com perfis previamente fixados deve-se executar frisamento da argamassa de

    fixao e ponte de aderncia antes do lanamento do piso cimentado.

    Juntas de movimentao do piso devem estar previstas em projetos

    especficos sempre que houver juntas na base, rea de piso cimentado

    superior a 60 m ou maior dimenso superior a 10m. Estas juntas promovem a

    liberdade do sistema de piso at a camada de base, devendo ser preenchidas

    com material de enchimento e selante.

    Antes das lavagens a que devero ser submetidos os pisos de argamassa,

    para remoo de partculas desagregadas, os eventuais ralos existentes nas

    proximidades da rea de trabalho devem ser convenientemente tapados,

    ficando proibido o escoamento da gua de lavagem pela rede local de guas

    servidas. A limpeza final do piso deve ser feita pelo menos 14 dias aps a sua

    execuo (escova de piaava, gua, sabo neutro e em seguida, gua em

    abundncia).

  • 24

    Patologias mais comuns nos pisos cimentados:

    Trincas e Fissuras: Causadas por retrao (plstica, qumica ou hidrulica),

    pouca gua na preparao, evaporao excessiva na cura ou por

    movimentaes estruturais e trepidaes.

    FIGURA 6: Trincas em piso cimentado

    Fonte: Revista Arquitetura e Construo, Editora Abril.

  • 25

    Porosidade:

    FIGURA 7: Patologia em piso cimentado: porosidade.

    Fonte: Revista Arquitetura e Construo, Editora Abril.

  • 26

    Manchas: Causadas pela concentrao de cimento ou de pigmentos coloridos.

    FIGURA 8: Mancha em piso cimentado.

    Fonte: Revista Arquitetura e Construo, Editora Abril

  • 27

    FIGURA 9: Manchas e fissuras em piso cimentado.

    Fonte: Revista Arquitetura e Construo, Editora Abril

  • 28

    2.3.2. Marmorites e Granilites

    So pisos rgidos, geralmente polidos, moldados in loco. Sua composio leva

    grnulos de minerais (mrmore, granito, quartzo e calcrio, misturados ou

    no), cimento (comum ou branco), e areia. Utilizados em larga escala, so

    aplicados aps a delimitao das juntas de dilatao (em madeira, metal,

    plstico ou outro material). De baixo custo, seu uso inicial no Brasil foi

    alternativo ao mrmore, ladrilhos e azulejos importados. Apresenta elevada

    resistncia abraso, impermevel, no absorvente e imune ao de leos

    e maioria dos compostos orgnicos. Sua manuteno relativamente

    simples, sendo passvel de recuperao, atravs de limpeza superficial,

    preenchimento de trincas e fissuras e polimento.

    Podem ser do tipo polido e fulg (ou fulget), com diferenas na textura da

    superfcie. Enquanto o primeiro recebe acabamento liso e camada de resina

    (poliuretnica no piso ou acrlica para paredes e bancadas), o segundo

    mantm o relevo das granitinas (pedriscos). A etapa final do fulg (fulget)

    uma lavagem com gua para retirar o excesso da argamassa que envolve as

    pedras, sendo ento tambm denominado granilite lavado.

    As granitinas, granilites ou granilhas so gros de rochas modas, derivados de

    um processo de moagem seletiva por cores e granulometria. Disponveis em

    tons naturais e pigmentados, so disponibilizados em tamanhos variados

    selecionados na moagem. Os gros maiores conferem maior resistncia

    abraso; sua resistncia mecnica no depende do tamanho dos grnulos,

    mas sim do tipo do mineral empregado, sendo maior no quartzo e menor no

  • 29

    mrmore, tendo o granito como intermedirio. A abraso constante pode

    desgastar a superfcie, devendo-se incluir agregados metlicos nos pisos de

    alto trfego.

    FIGURA 10: Granitinas P 0,8mm FIGURA 11: Granitinas 00 - 1,5mm Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 12: Granitina N0Fino 2,8mm FIGURA 13: Granitinas N0Grosso 3,8mm Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 14: Granitinas N 1 6,3mm FIGURA 15: Granitinas N 2 9,0mm Fonte: Minasit Fonte: Minasit

  • 30

    FIGURA 16: Granitinas N3 12,0mm FIGURA 17: Granitinas N 4 15,0mm Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 18: Granitina Amarelo Dourado FIGURA 19: Granitinas Basalto Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 20: Granitinas Branco Nacional FIGURA 21 : Granitinas Branco Paran Fonte: Minasit Fonte: Minasit

  • 31

    FIGURA 22: Granitinas Cinza FIGURA 23: Granitinas Misto Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 24: Granitinas Prola FIGURA 25: Granitinas Preto Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    FIGURA 26: Granitinas Quartzo FIGURA 27: Granitinas Rosa 3.5 Fonte: Minasit Fonte: Minasit

  • 32

    FIGURA 28: Granitinas Vermelho FIGURA 29: Granitinas Vidro misto Fonte: Minasit Fonte: Minasit

    Os pigmentos aplicados no devem afetar significativamente o tempo de incio

    de pega do cimento e a resistncia final da argamassa. Os pigmentos

    orgnicos apresentam capacidade maior de tingimento (cadeia orgnica),

    embora apresentem problemas de descolorao, alterao de cor,

    manchamento e alterao no prazo de cura. Os pigmentos inorgnicos

    possuem maior durabilidade.

    Diversidade de cores: vermelho (xido de ferro Fe2O3), amarelo (xido de

    ferro FeOOH), preto (xido de ferro Fe3O4), marrom (combinao de vrios

    xidos), verde (xido de cromo Cr2O3), azul (xido de cobalto Co(Al,Cr)2 O4).

    So produzidas tambm variaes intermedirias de cores. Os pigmentos

    podem tingir tanto a argamassa preparada com cimento branco quanto com o

    cimento comum, e a dosagem inadequada pode causar perda de resistncia

    abraso por excesso de p na argamassa. As cores verde escuro e azul

    escuro no so indicadas, causando desagregao da argamassa e alterao

    de cor.

  • 33

    FIGURA 30: Granilite Vermelho 1 FIGURA 31: Granilite Vermelho 2 Fonte: S.A. Revestimentos Fonte: S.A. Revestimentos

    FIGURA 32: Granilite Verde FIGURA 33: Granilite Bege Fonte: S.A. Revestimentos Fonte: S.A. Revestimentos

    FIGURA 34: Granilite Branco FIGURA 35: Granilite Caco de Mrmore Fonte: S.A. Revestimentos Fonte: S.A. Revestimentos

  • 34

    A base sem ondulaes, limpa e firme determinante da qualidade e

    durabilidade do piso. Tambm necessrio o acabamento spero (sarrafeado)

    para a aderncia da massa. O marmorite no deve ser aplicado sobre gesso,

    cal ou fibrocimento. O contrapiso deve estar totalmente regularizado e com

    lastro de concreto adequado e os caimentos necessrios. As juntas lineares

    devem estar completamente retilneas e totalmente unidas, criando

    espaamento contnuo. Os perfis para as juntas podem ser de lato, alumnio,

    ebonite, PVC ou outro plstico equivalente de acordo com especificao do

    projeto executivo. A argamassa que sustenta as juntas reduz a camada de

    granilite nesses pontos, mais sujeitos a fissuras.

    necessria cura mida por um perodo mnimo de sete dias; no caso do

    fulg, so necessrios mais dias de cura. Aps a limpeza das pedras em

    relevo, finaliza-se o revestimento. No piso polido, aps a primeira cura, vem o

    polimento grosso e a estucagem, para preencher os poros abertos. Aguarda-se

    nova cura por no mnimo dois dias, quando feito o polimento fino (com

    mquina manual em cantos e reas acima de 1,60 m de altura) e, finalmente, a

    aplicao de resina.

    A pavimentao em marmorite deve ser executada por empresa especializada,

    que fornea a mo de obra, mquinas e ferramentas, bem como as granitinas

    e juntas.

    A base para aplicao do marmorite deve ser um contrapiso adequadamente

    limpo e nivelado, com idade superior a 14 dias e acabamento spero.

  • 35

    Durante a execuo do contrapiso de base, devem ser chumbados, na

    argamassa ainda plstica, os perfis escolhidos para constituir as juntas de

    construo, formando painis quadrados com rea mdia de 1,0 m,

    cuidadosamente nivelados e aprumados, garantindo-se uma salincia, acima

    da camada de base, da ordem de 10 mm a 15 mm - a espessura da camada

    de marmorite. A fixao dos perfis tambm pode ser efetuada em sulcos

    abertos no contrapiso com a utilizao de argamassa para chumbamento.

    FIGURA 36: Sistema de piso granilite. Fonte: Prefeitura Municipal de Vitria

  • 36

    A dosagem recomendada do marmorite funo da granulometria do

    agregado:

    Agregado muito fino

    Agregado fino

    Agregado grosso n 2, 3 e 4, trao at 1:3 (cimento e granitina).

    No preparo da argamassa, o cimento (branco ou cinza) deve ser misturado a

    seco com a granitina e com o corante. A esta mistura deve ser adicionada a

    gua de amassamento, em quantidade suficiente para tornar a massa plstica,

    sem segregao de material. Esta argamassa deve ser espalhada sobre a

    camada de base atravs de rguas apoiadas sobre os perfis das juntas, e

    pode-se salgar a superfcie com alguma quantidade de granitina para diminuir

    o espaamento entre os gros, conferindo maior homogeneidade. Em seguida,

    a superfcie do marmorite deve ser comprimida com um pequeno rolo

    compressor de 50 kg (mximo), e alisada com colher, retirando todo o excesso

    de gua e cimento que aflorar superfcie.

    O marmorite/granilite deve ser submetido cura mida por, no mnimo, 7 dias.

  • 37

    FIGURA 37: Piso granilite. Fonte: lvaro Martins Construtora Ltda.

    FIGURA 38: Piso granilite. Fonte: lvaro Martins Construtora Ltda.

  • 38

    FIGURA 39: Piso granilite. Detalhe de colorao das juntas plsticas Fonte: lvaro Martins Construtora Ltda.

    FIGURA 40: Piso granilite. Fonte: Piso Mix Ltda.

  • 39

    O marmorite com a idade de 8 dias j pode ser polido, mecanicamente,

    conforme seqncia a seguir:

    1 polimento: com esmeris de carborundum de n 30 at o de n 80 ou 120;

    Lavagem da superfcie de modo a tornar visveis as falhas, vazios e

    depresses, que so estucadas com mistura de cimento e corante (o mesmo

    usado no piso) aplicada com rodo;

    Polimento final: 3 dias aps o estucamento, com esmeris de carborundum

    cada vez mais finos (at n 220);

    Aplicao de cera virgem ou de carnaba branca.

    O piso deve ser protegido at a entrega da obra por sacos de aniagem ou

    filmes de polietileno, devendo-se evitar o contato com quaisquer elementos

    que promovam manchas no piso, tais como pontas de cigarro, massa de

    vidraceiro, folhas de jornal, pedaos de madeira e outros.

    Em funo das dimenses da rea a ser pavimentada, devem ser previstas

    juntas de movimentao, preenchidas com material de enchimento flexvel e

    vedada com selantes.

    Juntas de dessolidarizao devem ser previstas no permetro da rea revestida

    e em torno de barreiras, podendo ser definida por placa de isopor posicionada

    nestes pontos, com espessura nunca inferior a 5 mm. Estas juntas devem ser

    preenchidas com material de enchimento flexvel e vedadas com selante.

  • 40

    O piso deve apresentar-se integro, sem som cavo e fissuras, ao longo de toda

    a superfcie, e a superfcie acabada deve apresentar mxima compacidade de

    grnulos possvel e numa proporo nunca inferior a 70% de granitina.

    FIGURA 41: Detalhe piso tipo fulg (fulget) Fonte: Piso Mix Ltda.

  • 41

    FIGURA 42: Detalhe piso tipo fulg (fulget) Fonte: S.A. Revestimentos Ltda.

    FIGURA 43: Detalhe piso tipo fulg FIGURA 44: Detalhe piso tipo fulg Fonte: Piso Mix Ltda. Fonte: Piso Mix Ltda.

  • 42

    a) Patologias

    Nos pisos do tipo marmorite e granilite, as trincas e fissuras so comuns,

    devido aderncia da massa base, formando um corpo nico, monoltico,

    suscetvel a movimentaes da estrutura. O tempo de cura inadequado e erro

    na proporo dos componentes, ou ainda uma mistura no uniforme tambm

    podem alterar o produto final.

    Fissuras causadas por retrao durante a cura so muito comuns, e a

    utilizao de diferentes materiais (cimentos, areia e granitinas) explicam boa

    parte das patologias.

    No granilite tipo fulg (fulget), as fissuras tambm podem surgir na massa de

    cimento, ficando ocultas sob as pedras da superfcie. A colorao disforme

    costuma provir da variao do lote do cimento ou dos pedriscos no meio da

    execuo.

    Dentre as principais causas: deficincias executivas no contrapiso, cura

    inadequada, ausncia de juntas de dilatao, retrao qumica, retrao de

    secagem, movimentao estrutural, movimentaes trmicas, movimentaes

    higroscpicas.

  • 43

    FIGURA 45: Recuperao de piso granilite FIGURA 46: Recuperao piso granilite Abertura e aspirao das trincas. Aplicao de metacrilato nas trincas. Fonte: Basf Chemical Company Fonte: Basf Chemical Company

    FIGURA 47: Recuperao de piso granilite FIGURA 48: Recuperao piso granilite Aplicao de metacrilato nas trincas. Vista geral das trincas preenchidas. Fonte: Basf Chemical Company Fonte: Basf Chemical Company

  • 44

    2.3.3. Pisos de concreto / Pisos industriais de Concreto / Pisos de Alta

    Performance

    Durabilidade, dureza e resistncia devem ser as principais caractersticas dos

    pisos de concerto, especialmente naquelas superfcies sujeitas ao trfego

    intenso de pessoas, veculos e ao de substncias qumicas. O piso de

    concreto definido a partir da sua utilizao final nos seguintes itens:

    acabamento, resistncias, espessura, tipo do concreto, tipo de estrutura,

    processo de concretagem e acabamento. A diversidade de solicitaes a que

    estes revestimentos podem ser expostos faz necessrio delimitar os valores

    mnimos de resistncia exigidos em funo do tipo de utilizao, a

    determinao das condies do substrato (concreto novo ou piso j utilizado),

    a definio de metodologias e procedimentos adequados de preparo e

    tratamento do substrato e a especificao de detalhes de projeto a serem

    obedecidos.

    O uso de materiais de qualidade contribui fortemente no sentido de minimizar

    as ocorrncias de patologias, porm sem eliminar por completo tais eventos.

    Necessrio tambm analisar o solo para o correto dimensionamento das

    fundaes, que devero ser adequadas s solicitaes propostas para o

    sistema de piso.

  • 45

    a) Processo Executivo

    FIGURA 49: Representao grfica do processo executivo do piso de concreto

    Fonte: Eng. Pblio Penna Forte / LPE Engenharia

    A sub-base do piso deve ter planicidade, nivelamento, espessura e

    compactao suficientes carga prevista em projeto. As instalaes de gua,

    energia eltrica e esgoto, devem ser instaladas antes da sub-base.

    Nas reas sujeitas a inundaes ou afundamentos, aps a compactao da

    base e antes do encerramento do aplainamento, deve ser executado sistema

    de drenagem do solo e do piso em canais e capa preenchida com brita

    encapsulada com bidim. Nos solos resistentes que no necessitam de

    drenagem, executar agulhamento de brita e aplainamento com placa vibratria.

  • 46

    Deve ser colocada uma camada de deslizamento, constituda de filme de

    polietileno (lona plstica), garantindo a movimentao da placa em decorrncia

    das variaes de comprimento por retrao e dilatao trmica do piso de

    concreto.

    Nos pisos aderidos sobre o piso existente deve ser executada ponte de

    aderncia com fresamento mecnico do piso, aplicando adesivo acrlico com

    nata de cimento em processo vassourado, momentos antes da concretagem.

    Para manter o alinhamento das placas, armar, sobre espaadores treliados,

    barras de transferncias transversais s futuras juntas de dilatao, no

    espaamento adequado carga do piso.

    Para realizar a distribuio de carga, armar, em camadas sobre espaadores

    treliados, telas eletrossoldadas com especificao adequada carga

    solicitada do piso.

  • 47

    FIGURA 50: Pisos de concreto: detalhe da forma. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

    FIGURA 51: Representao grfica do processo executivo do piso de concreto Fonte: Portal PI Pisos Industriais

  • 48

    FIGURA 52: Piso de concreto corte esquemtico da estrutura .

    Fonte: Concreserv Concreto e Servios Ltda.

  • 49

    FIGURA 53: Piso de concreto: corte esquemtico.

    Fonte: Concreserv Concreto e Servios Ltda.

    FIGURA 54: Piso de concreto: corte esquemtico.

    Fonte: Concreserv Concreto e Servios Ltda.

  • 50

    Como alternativa s telas soldadas, a adio de fibras de ao ao concreto, na

    obra, em dosagem em kg/m3 adequada carga solicitada do piso, aumentam

    a resistncia a impactos, criando uma estrutura tridimensional. A adio de

    fibras de ao (fibras de alto mdulo) ao concreto inibe e dificulta a propagao

    das fissuras, devido ao seu alto mdulo de deformao, proporcionando

    grande capacidade de redistribuio de esforos e controle de fissurao do

    concreto, mesmo em dosagens baixas.

    A fibra funciona como ponte de transferncia de tenses pelas fissuras,

    minimizando a concentrao de tenses nas extremidades das mesmas. Disto

    decorre uma grande reduo da velocidade de propagao das fissuras no

    concreto que passa a ter um comportamento pseudo-dctil, ou seja, apresenta

    certa capacidade portante ps-fissurao.

    A armao do perfil do piso de concreto pode apresentar as seguintes peas:

    espaador de tela inferior, tela inferior, espaador para barra de transferncia,

    barra de transferncia, espaador de tela superior, tela superior, tela de reforo

    de borda.

  • 51

    FIGURA 55: Fibras metlicas adicionadas ao concreto em piso. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

    FIGURA 56: Fibras metlicas adicionadas ao concreto em piso. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

  • 52

    Fibras de polipropileno tambm so adicionadas ao concreto, na obra,

    buscando reduzir a exsudao e a permeabilidade, aumentando a resistncia

    abraso e a impactos. A funo principal das fibras de polipropileno

    minimizar a fissurao que ocorre no estado plstico e nas suas primeiras

    horas de endurecimento. Os filamentos incorporados ao concreto comportam-

    se como barreiras, retendo a gua no interior da pea de concreto por um

    perodo maior de tempo e promovendo melhoras nas condies de hidratao

    do cimento e diminuindo a exsudao.

    FIGURA 57: Fibras de polipropileno. Fonte: FibroMac

    FIGURA 58: Mecanismo de ao das fibras de polipropileno no controle da exsudao

    em piso de concreto. Fonte: Fitesa/ LPE Engenharia e Consultoria

  • 53

    A utilizao agregados minerais, em especial a microsslica pozolnica,

    tambm contribui para a eliminao da exsudao e aumento das resistncias

    compresso, trao e mdulo de deformao. Sua adoo demanda a

    utilizao de superplastificante, devido diminuio do tempo de pega.

    Os agregados minerais so compostos que podem reunir p de quartzo,

    materiais metlicos, escria granulada de alto forno, slica ativa, metacaulin,

    pigmentos e aditivos. So produtos mais duros e resistentes que os agregados

    comuns utilizados no concreto, e contribuem substancialmente com a

    resistncia abraso.

    A sua aplicao realizada pelo espalhamento deste composto (p), que varia

    entre 3 kg/m e 9 kg/m, e pode ser executado manualmente ou utilizando-se

    equipamento especfico, proporcionando maior homogeneidade. A operao

    realizada sobre o concreto fresco logo aps o adensamento.

    De acordo com o tipo de adio e dosagem, diversas caractersticas

    importantes podem ser obtidas:

    - Reduo do calor de hidratao;

    - Incremento de resistncia em idades avanadas;

    - Aumento da coeso;

    - Diminuio da exsudao;

    - Melhora da fluidez do concreto;

    - Melhora da resistncia na zona de transio entre a pasta e o agregado;

    - Reduo da permeabilidade;

    - Aumento da resistncia qumica.

  • 54

    O emprego da adio mineral tem como principal vantagem o aumento do

    desempenho e consequentemente da vida til do piso de concreto, tornando-o

    mais econmico. O fornecimento destes agregados feito, via de regra, pelas

    mesmas empresas que fornecem os aditivos qumicos para concreto.

    Argamassas base de agregados metlicos so aplicveis no reforo das

    bordas das juntas de dilatao.

    Deve ser realizado controle de preparao do concreto, considerando os

    seguintes itens:

    - Resistncia compresso em 3, 7 e 28 dias (Mpa );

    - Resistncia trao na flexo (Mpa) em 3, 7, 28 dias;

    - Modulo de deformao (Gpa) em 28 dias;

    - Resistncia aos impactos em 28 dias (J);

    - Resistncia a abraso (cm3/cm2) em 8 e 28 dias;

    - Coeficiente de expanso trmica linear;

    - Tamanho dos agregados principais, (britas 0, 1, e 2);

    - Absoro dgua (%);

    - Plasticidade prevista na descarga em Slump (abatimento em cone-teste de

    30 centmetros;

    - Mtodos de lanamentos: convencional (manual), bombevel com bombas

    de brita 1 ou de brita 0.;

    - Outras especificaes.

  • 55

    No Brasil, as especificaes triviais so:

    - Resistncia compresso: 40,0 Mpa

    - Resistncia trao na flexo: 4,2 Mpa

    - Consumo de cimento: 350 a 450 kg/m3

    - Relao gua/aglomerante: 0,52

    - Teor de argamassa (volume absoluto): 49% a 50%

    - Dimetro mximo de agregado: 25mm

    - Abatimento de lanamento: 80 a 10mm

    - gua de amassamento: 195l/m3

    Especificaes especiais:

    - Teor de ar incorporado: 3%

    - Taxa de exsudao: 3%

    - Retrao por secagem mxima aos 56 dias: 400 mm

    [RODRIGUES E MONTEIRO (2002) e MASSUCATO et AL (2005)].

    Os pisos industriais de concreto apresentam tambm outras variaes, como

    os pisos protendidos e os chamados fast track.

    No caso dos pisos protendidos, a opo justifica-se quando outros mtodos

    construtivos - como o piso armado ou com fibras - no atendam s exigncias

    identificadas, como reduo do nmero de juntas, por exemplo. Os pisos

    protendidos possibilitam a eliminao da quase totalidade das juntas, reduzem

    significativamente os custos com manuteno e recuperao e apresentam

    extrema rapidez na execuo.

  • 56

    Cada vez mais freqentes so as empresas que adotam os sistemas de fast

    construction, reduzindo sobremaneira a interferncia da obra na operao dos

    empreendimentos, especialmente naqueles pisos executados como

    manuteno ou reforma de pavimentos j existentes. Para que se execute um

    piso protendido em uma nica concretagem, necessrio realizar uma

    programao logstica operacional eficiente em funo da necessidade de

    recursos materiais, pessoal e equipamentos. particulares de cada obra. O

    concreto deve tambm apresentar alta resistncia inicial, permitindo aplicao

    da protenso parcial em um concreto de pouca idade.

    Caractersticas do piso protendido:

    - Rapidez na execuo;

    - Reduz a retrao e fissurao;

    - Resistente a produtos qumicos, leos etc;

    - Maior durabilidade;

    - Suporta cargas elevadas com espessuras reduzidas;

    - Elimina juntas de dilatao;

    - Reduz manuteno de equipamentos.

    O piso denominado fast track o pavimento de concreto cuja liberao ao

    trafego rpida (em at 48 horas), com as seguintes especificaes:

    - Compresso Axial em 12hs: 9 Mpa

    - Fator A/C ou Aglomerante: 0,41 l/kg

    - Necessria adio de plastificante e superplastificante

    - Precauo com choque trmico

    - gua aquecida / utilizao de manta trmica.

  • 57

    Em todos os casos, o lanamento do concreto deve acontecer no volume e

    velocidade compatveis com os recursos da obra, e a distribuio e o

    espalhamento do concreto dever acompanhar a planicidade e nivelamento

    previsto em projeto.

    Imprescindvel realizar a programao, controle e acompanhamento do

    momento exato da aplicao dos materiais, atravs de gerenciamento

    adequado da logstica da obra, e a aplicao do concreto deve contar sempre

    com os recursos necessrios a obra, tais como equipamentos adequados,

    pessoal em qualidade e quantidade necessria, adensamento e vibrao

    adequada s ferragens, formas e planicidade da obra.

    FIGURA 59: Lanamento do concreto. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

  • 58

    FIGURA 60: Lanamento do concreto. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

    FIGURA 61: Lanamento do concreto. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

  • 59

    FIGURA 62: Piso de concreto execuo. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

    FIGURA 63: Rodo de corte. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

  • 60

    FIGURA 64: Piso de concreto execuo. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

    FIGURA 65: Piso de concreto: processo executivo. Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

  • 61

    O sarrafeamento deve ser monitorado por nvel de plano a laser, de onde

    saem os pontos de mestras de concretagem, ou por nvel de mangueira dgua

    e mestras alinhadas.

    O rodo de corte utilizado durante o sarrafeamento, flotao e acabamento do

    piso de concreto, para correo de planicidade.

    Aps a flotagem manual, o piso de concreto pode receber materiais adicionais

    para revestimentos especficos que aumentam a resistncia abraso e

    modificam a aparncia arquitetnica, em processo de seco sobre mido ou

    mido sobre mido, como:

    - Alta resistncia base de agregados minerais, cinza ou colorido, seco para

    asperso sobre mido;

    - Alta resistncia base de agregados metlicos, cinza ou colorido, seco

    para asperso sobre mido;

    - Argamassa de alta-ultra-resistncia base de agregados metlicos, cinza

    ou colorido, mido para aplicao sobre superfcie mida ou seca;

    - Agregado de alta resistncia de coloraes heterogneas (granilite), com

    cimento para lapidao.

    Durante a pega e endurecimento do concreto, o piso continua sendo flotado e

    acabado com ps da mquina acabadora de piso at a textura necessria ou

    contratada:

    - Vassourado grosso.

    - Vassourado fino.

  • 62

    - Textura tipo espuma grossa

    - Textura tipo espuma fina

    - Acabamento polido mdio

    - Acabamento polido fino

    Ainda durante a pega, o piso ser flotado (flutuado), por float manual ou

    mecnico, corrigindo-se a planicidade e comprimindo-se o agregado grado do

    concreto, deixando, na parte superior, a nata e agregados midos para

    acabamento.

    a. Float manual: prancha de ao, alumnio ou de madeira, dimenses

    aproximadas de 1,50m x 0,20/0,30m, cabo entre 2,0m e 9,0m.

    b. Float mecnico: disco com dimetro aproximado de 1,20m, fixado em

    acabadora mecnica.

    e. Outros mtodos de curas.

  • 63

    FIGURA 66: Acabadora mecnica. Fonte. Portal PI Piso Industrial

    FIGURA 67: Alisadora dupla de alta FIGURA 68: Alisadora dupla de alta rotao rotao com disco de flotao com disco de flotao para argamassamento para argamassamento da da superfcie. superfcie. Fonte: Portal PI Piso Industrial Fonte: Portal PI Piso Industrial

  • 64

    As bordas do piso devem receber acabamento manual, na textura especificada

    em projeto, pois no so alcanadas pela acabadora mecnica. Os rodaps

    podero ser construdos ou instalados aps o processo de execuo do piso.

    Aps o acabamento, o piso dever receber a cura inicial:

    a. Cura por manta de cura mida (mais eficiente): por irrigao da manta com

    gua por no mnimo 7 dias, evitando a perda de resistncia do concreto,

    trincas e rachaduras durante o perodo.

    b. Cura por pelcula pulverizada: agentes de cura aplicados por pulverizador,

    evitando a perda de resistncia do concreto a evaporao.

    c. Cura por selante anti-p: aplicado por pulverizador costal e vassouramento,

    com efeito selante, aumentando resistncia abraso, fornecendo rigidez e

    reduzindo permeabilidade.

    d. Cura por asperso de gua: com mangueira, em processo sem controle,

    pode ocasionar queda de resistncia superficial.

    O corte para juntas de dilatao deve ser feito em aproximadas 20 horas aps

    a concretagem, com equipamento especifico com disco diamantado para corte

    de piso. Sua funo direcionar as retraes nos pisos de concreto, porm

    sem excluir possveis fissuras que podem aparecer com o decorrer da idade do

    piso. As juntas so cortadas de acordo com projeto; quanto maior o

    espaamento entre as juntas, maiores as possibilidades de empenamento e

    fissurao do piso.

  • 65

    FIGURA 69: Corte das juntas em piso de concreto.

    Fonte: Mario Oscar Pisos Industriais

  • 66

    As juntas de dilatao podem ser preenchidas, aps a cura do concreto ou

    lapidao, com PVC, lato, alumnio, epxi, poliuretano, e ainda outros

    materiais expansivos.

    FIGURA 70: Esquema de locao das juntas de expanso bordas e paredes.

    Fonte Concreserv Concreto e Servios Ltda.

    Aps acabamento e cura e/ou preenchimentos de juntas, se previsto em

    projeto, o piso poder ser lapidado mecanicamente com esmeris de pedra ou

    diamante, em passadas de granas grossa, media, fina e super fina at o ponto

    contratado. O procedimento de lapidao microplanifica o piso, preparando-o

    para o estucamento, que preencher as porosidades existentes, e remove as

    ondulaes ou riscos de acabadoras mecnicas.

  • 67

    FIGURA 71: Piso de concreto polido.

    Fonte: lvaro Martins Construtora Ltda.

    Aps o acabamento final, o piso pode receber selante de porosidade e

    antipoeira, aumentando a resistncia abraso e formando uma superfcie

    mais brilhante (lustrao mecnica) que proporciona maior facilidade de

    limpeza .

    Depois do acabamento e cura e/ou preenchimento de juntas, podem ser

    aplicadas pinturas especiais (epxi autonivelante ou outros materiais):

    - Endurecedores de Superfcie para Cimentcios(ESC)

    Endurecedores lquidos

    Endurecedores slidos

    - Revestimentos base de epxi (PE)

  • 68

    Epxi autonivelante (PE1)

    Epxi espatulado (PE-2)

    - Revestimento base de poliuretanos (PU)

    Poliuretano autonivelante (PU1)

    Poliuretano espatulado (PU-2)

    - Revestimento base de metilmetacrilatos (PMM)

    Metilmetacrilato espatulado (PMM)

    - Revestimento de Cermica Anticida (PCA)

    O piso selado no pode receber epxi sem remoo mecnica do selante.

    Durante a concretagem e acabamento mido, o processo no pode ser

    interrompido, sob pena de perda de qualidade de textura e resistncia. Deve

    ser prevista a necessria proteo contra quaisquer interrupes dos trabalhos

    de acabamento.

    Durante a concretagem e acabamento mido, o concreto deve ser protegido de

    chuva ou contaminao por quaisquer materiais, sob perda de resistncia e

    qualidade de acabamento.

  • 69

    b) Patologias em pisos de concreto

    Agrupam-se em trs grandes divises: fissuras, desgastes e esborcinamento

    de juntas, porm sem excluir outros registros como problemas de colorao e

    delaminao. De maneira frequente relacionam-se patologias ligadas

    execuo, causadas por atraso no corte das juntas, cura inadequada,

    armaduras mal posicionadas e problemas de acabamento.

    As patologias relativas ao preparo de subleito e sub-base, decorrentes de m

    compactao do solo, repercutem em fissuras de carter estrutural, assim

    denominadas pelos prejuzos causados estabilidade e capacidade de carga

    do piso, e podem ser prevenidas atravs da realizao de ensaios no solo.

    Aps o aparecimento da fissura, indica-se a remoo e recompactao do

    solo, ou ainda o estaqueamento do piso, responsvel pela melhor distribuio

    das tenses no solo.

    A correta dosagem do concreto contribui para o bom acabamento ao piso e

    facilidade de sua execuo, sobretudo atravs da boa dosagem de finos.

    Todos os cimentos podem ser usados para a confeco de pisos industriais de

    concreto, sendo o Cimento Portland Composto com Escria (CPII-E) ou o

    Cimento Portland de Alta Resistncia Inicial (CPV) os mais usuais.

    O Cimento Portland de Alto Forno (CP-III) pode fornecer resultados

    satisfatrios, recomendando-se que a presena de escria no ultrapasse 55%

    ou prximo disso.

  • 70

    A cura inadequada pode gerar desde fissuras e empenamentos, at baixas

    resistncias abraso. O uso de mantas para cura mida pode contribuir

    como soluo, permitindo a transferncia gradual e homognea da gua para

    o concreto. A saturao do ar por vaporizadores aplicvel nos casos em que

    a umidade relativa do ar baixa, mas torna-se invivel em reas extensas.

    Outra soluo vivel a cura qumica (PVA ou acrlica).

    Os reparos devem ser executados observando-se vrios cuidados, como a

    abertura de cavidades regulares para perfeito encaixe do material de reparo,

    total remoo de material solto ou desagregado, limpeza eficiente e prvia

    saturao de base etc. No caso de desagregaes muito superficiais e

    formao de poeira, podem ser aplicados os endurecedores de superfcie, em

    geral silicato de sdio ou de clcio. No caso de desarranjos gerais, executa-se

    o fresamento geral do piso e sua total recomposio. Alm dos produtos

    cimentcios, h ainda materiais de reparo de base epxi, polister e outras

    resinas sintticas.

    Existem grautes e argamassas polimricas, base de cimento, indicados para

    reparos localizados em pisos de concreto, aplicveis em esborcinamentos,

    buracos ou desagregao localizada. So produtos preparados com criteriosa

    seleo granulomtrica dos materiais, cimentos em geral de alta resistncia

    inicial, aditivos retentores de gua e aditivos superplastificantes,

    proporcionando a preparao de argamassas ou concretos auto-adensveis

    com baixssima relao guacimento.

  • 71

    FIGURA 72: Processo de perda de material por abraso, com formao de poeira em

    superfcie de concreto no tratada. Fonte: Portal PI Pisos Industriais.

    FIGURA 73: Superfcies tratadas com endurecedores de superfcie.

    Fonte: Portal PI Pisos Industriais.

  • 72

    Desgaste superficial: patologia relativamente comum, relacionada a fatores

    como baixa qualidade dos materiais empregados, trao inadequado do

    concreto, exsudao, acabamento inapropriado, ausncia do procedimento de

    cura, excesso de carregamento, dentre outros. Vcios executivos podem

    potencializar o desgaste da superfcie.

    A superfcie fica comprometida em termos de resistncia e, com a solicitao

    por abraso e impacto, ocorre o desgaste, ocasionando quebra das bordas das

    juntas, excesso de formao de poeira e todos os danos e prejuzos

    decorrentes deste processo.

    Desgastes podem ser tratados com endurecedores qumicos ou pela lapidao

    associada a um endurecedor, aplicao de produtos reagentes ou agregados

    de alta resistncia na superfcie, alm da melhoria das condies de cura e de

    proteo do piso.

  • 73

    FIGURA 74: Desgaste por abraso. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

    FIGURA 75: Desgaste acentuado

    Fonte: Portal PI Pisos Industriais

  • 74

    Recalques: podem ser recuperados com o overlay cimentcio, que consiste na

    sobreposio de uma fina camada de concreto nova sobre o piso original, que

    no deve apresentar comprometimento estrutural. A tcnica desaconselhada

    nos casos em que a espessura interfira nas cotas de projeto, sendo ento

    indicada a demolio do piso antigo para a construo do novo piso.

    FIGURA 76: Overlay cimentcio

    Fonte: Portal PI Pisos Industriais

  • 75

    Delaminao: tambm denominada lascamento, patologia comum aos pisos

    de concreto e caracteriza-se pelo destacamento da lmina superficial do piso,

    especialmente naqueles polidos com acabadoras de superfcie, e uma de suas

    consequencias a grande diminuio de resistncia do piso.

    causada, na maioria das vezes, pelo polimento precoce do piso,

    procedimento que sela o concreto e deixa a superfcie menos permevel,

    impedindo a passagem da gua de exsudao. Esta gua fica, ento,

    confinada num plano abaixo da superfcie, causando o enfraquecimento

    localizado, que se transforma em desplacamento quando a regio solicitada

    pela passagem de veculos, empilhadeiras etc.

    A delaminao afeta mais os pisos que recebem asperso mineral

    (principalmente coloridas), ou em condies desfavorveis na concretagem -

    locais abertos ou sujeitos a ventos, reas prximas s portas ou aberturas para

    iluminao natural. As condies de temperatura, umidade relativa do ar e

    velocidade do vento so determinantes e podem alterar o aspecto do concreto

    sem que se tenha encerrado a exsudao. A questo principal a relao

    entre a velocidade de exsudao e a taxa de evaporao da gua, que so

    influenciadas pelo grau de empacotamento dos materiais (ndice de vazios),

    teor de argamassa do concreto, uso de aditivos plastificantes no retardadores

    de pega ou de aditivos retardadores de evaporao, alm do teor de ar

    incorporado, dentre outros.

    importante, ento, adotar metodologia de execuo que estabelea o

    momento exato para aplicao das mquinas acabadoras de superfcie - o

  • 76

    momento em que cessa a subida de gua por exsudao. Na falta desta

    metodologia, inicia-se o polimento quando a superfcie de concreto fresco

    deixa de brilhar.

    Vistas tais condies, os cuidados gerais para se evitar a ocorrncia do

    desplacamento podem ser resumidos em:

    - Controlar o teor de ar incorporado do concreto, mantendo adequada a taxa

    de exsudao. O teor de 3% dado como ideal, por no reter a gua por um

    tempo excessivo nem permitir a perda muito rpida.

    - Utilizar aditivos para o controle da taxa de evaporao da gua sem alterar a

    velocidade da exsudao. Em condies ambientais desfavorveis - altas

    temperaturas ou grande velocidade dos ventos - as taxas de evaporao

    podem maximizar o volume de gua que exsuda, ocasionando uma falsa

    impresso de enrijecimento do concreto e contribuindo para o desplacamento

    depois da selagem da superfcie.

    - Evitar sistemas de secagem superficiais que aceleram a sada de gua do

    concreto, caracterizando erroneamente o trmino da exsudao no momento

    em que apenas ocorreu a secagem da superfcie.

    - Manter um ambiente mido na superfcie do piso, evitando a evaporao

    acelerada da gua de exsudao.

  • 77

    Os reparos so feitos com picoteamento da superfcie, lavagem do substrato e

    preenchimento com epxi ou argamassa de alta resistncia.

    FIGURA 77: Delaminao. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

    FIGURA 78: Delaminao causada por incorporao de ar, excesso de materiais finos,

    excesso de gua ou condies climticas (vento e baixa umidade do ar) durante a

    execuo. Recuperao possvel atravs de aplicao de epxi ou material

    estabilizado com resina. Fonte: Portal PI Pisos Industriais

  • 78

    FIGURA 79: Delaminao em piso de concreto. Fonte: Portal PI - Pisos Industriais

    Esborcinamento: num piso de concreto, as juntas so pouco resistentes a

    impactos, razo pela qual devem ser trabalhadas de maneira especial,

    podendo estar sujeitas ao esborcinamento (quebras das bordas). Erros de

    projeto, como a adoo de barras de transferncia de dimetro inadequado ou

    especificao incorreta de materiais de preenchimento tambm contribuem

    para a ocorrncia dos esborcinamentos. A remoo das barras de

    transferncia para facilitar a desenforma tambm contribui para o

    enfraquecimento das juntas, e erros no posicionamento das barras de

    transferncia das juntas (eixo inadequado) podem criar fissuras prximas a

    estes locais.

  • 79

    Para resistir ao esborcinamento, as juntas podero ser tratadas com lbios

    pr-fabricados polimricos ou revestimentos base de resinas epoxdicas ou

    de poliuretano, desde que a junta esteja estruturalmente adequada, sem

    problemas de transferncia de carga. Inadequaes estruturais podem

    demandar injeo de pasta de cimento entre a placa de concreto e a fundao

    para controle de deformaes, ou at a introduo de barras de transferncia.

    O poliuretano resiste mais e melhor abraso que o epxi; por outro lado, o

    epxi resiste mais umidade. Para que no haja comprometimento da

    aderncia do material selante, a umidade do concreto no dever exceder os

    5%. Uma vez endurecidos, o epxi e o poliuretano tornam-se resistentes

    ao da umidade.

    FIGURA 80: Esborcinamento

    Fonte: Revesprim

  • 80

    FIGURA 81: Tratamento de juntas poliuretano, epxi semi-rgido e lbios polimricos

    Fonte: LM Brasil

  • 81

    FIGURA 82: Formato inadequado de junta. Recuperao: reparo com lbio polimrico.

    Fonte: Revista Tchne

  • 82

    Empenamento: patologia provocada pelas baixas espessuras do pavimento,

    alta retrao e subarmao (pequena taxa de ao) do piso. A priori, toda a

    placa de concreto sofre empenamento, causado pela retrao hidrulica em

    sua parte superior ou pelas variaes trmicas, mas tal empenamento causa

    problemas quando a sub-base tiver sido mal compactada; assim, o movimento

    da placa promover a compactao da sub-base, causando o empenamento.

    O uso de fibras plsticas ou o controle rgido da retrao do concreto

    contribuem para minimizar ou evitar a patologia.

    FIGURA 83: Empenamento causado por retrao hidrulica diferencial da placa de

    concreto. Recuperao deve ser realizada com injeo de cimento sob a placa,

    seguida de polimento para nivelamento. Fonte: Revista Tchne

  • 83

    Fissuras: Para SOUZA e RIPPER, "as fissuras podem ser consideradas como

    a manifestao patolgica caracterstica das estruturas de concreto, sendo o

    dano de ocorrncia mais comum e aquele que, a par das deformaes muito

    acentuadas, mais chama a ateno dos leigos, proprietrios e usurios a

    includos, para o fato de que algo de anormal est a acontecer".

    A caracterizao da fissurao como deficincia estrutural depende sempre da

    origem, intensidade e magnitude do quadro de fissurao existente, posto que

    o concreto, por ser material com baixa resistncia trao, fissura por

    natureza, sempre que as tenses trativas - que podem ser instaladas pelos

    mais diversos motivos - superarem a sua resistncia ltima trao.

    Portanto, na anlise de estrutura fissurada, os primeiros passos a serem dados

    consistem na elaborao do mapeamento das fissuras e em sua classificao,

    definindo sobre a atividade ou no das mesmas (uma fissura dita ativa, ou

    viva, quando a causa responsvel por sua gerao ainda atua sobre a

    estrutura, sendo inativa, ou estvel, sempre que sua causa se tenha feito sentir

    durante um certo tempo e, a partir de ento, deixado de existir).

    Classificadas as fissuras e de posse do mapeamento, pode-se dar incio ao

    processo de determinao de suas causas, de forma a poder-se estabelecer

    as metodologias e proceder aos trabalhos de recuperao ou de reforo, como

    a situao o exigir.

    Alm do aspecto antiesttico e da sensao de pouca estabilidade que

    apresenta uma pea fissurada, os principais perigos decorrem da corroso da

    armadura e da penetrao de agentes agressivos externos no concreto.

  • 84

    A NBR 6118 considera fissurao como nociva quando a abertura das fissuras

    na superfcie do concreto ultrapassa os seguintes valores:

    0,1 mm para peas no protegidas, em meio agressivo;

    0,2 mm para peas no protegidas, em meio no agressivo; e

    0,3 mm para peas protegidas.

    Suas principais causas so:

    Retrao Plstica: quando a gua se desloca para fora de um corpo poroso

    no totalmente rgido, ocorre uma contrao deste corpo. No concreto

    geralmente ocorre esse tipo de deslocamento de gua, desde o estado fresco

    at idades mais avanadas.

    Logo aps o adensamento e acabamento da superfcie do concreto, pode-se

    observar o aparecimento de fissuras na sua superfcie, facilmente eliminadas

    pelo alisamento superficial ou por revibrao. Esta retrao plstica devida

    perda rpida de gua de amassamento, seja por absoro das formas ou dos

    agregados, ou ainda por evaporao.

    A intensidade da retrao plstica influenciada pela temperatura, pela

    umidade relativa ambiente e pela velocidade do vento. No entanto, a perda de

    gua, analisada individualmente, no permite prever a retrao plstica. Pode

    haver fissurao se a quantidade de gua perdida por unidade de rea for

    grande e maior do que a gua que sobe superfcie por efeito da exsudao.

  • 85

    "Impedindo-se completamente a evaporao depois do lanamento do

    concreto, elimina-se a fissurao" (NEVILLE).

    A evaporao aumenta quando a temperatura do concreto for muito mais alta

    do que a temperatura ambiente; em tais circunstncias, pode ocorrer retrao

    plstica, mesmo com alta umidade relativa do ar. Assim, melhor proteger o

    concreto contra o sol e contra o vento e lanar e iniciar a cura o mais cedo

    possvel. Deve-se evitar lanar o concreto em um subleito seco.

    FIGURA 84: Fissuras de retrao plstica do concreto. Fonte: RIPPER, 1996

    As fissuras de retrao plstica so mais freqentes em superfcies de

    pavimentos e em todos os elementos de grande rea ou volume. O fenmeno

    pode ser tambm significativo quando a pega retardada, como em tempo frio

    ou pelo uso de aditivo retardador.

  • 86

    Assentamento Plstico do Concreto: aps o lanamento do concreto, os

    slidos da mistura comeam a sedimentar, deslocando a gua e o ar

    aprisionado. A exsudao e a sedimentao continuam at o endurecimento

    do concreto.

    A fissurao por assentamento do concreto ocorre sempre que as armaduras e

    os agregados impedem a livre sedimentao do concreto, obrigando-o a

    separar-se, surgindo fissuras no concreto plstico.

    As fissuras formadas pelo assentamento do concreto acompanham o

    desenvolvimento das armaduras, e provocam a criao do chamado efeito de

    parede, que pode formar um vazio por baixo da barra, reduzindo a aderncia

    desta ao concreto. Se o agrupamento de barras for muito grande, as fissuras

    podero interagir entre si, gerando situaes mais graves, como a de perda

    total de aderncia.

  • 87

    FIGURA 85: Fissuras de assentamento em piso de concreto.

    Fonte: Fitesa/ LPE Engenharia e Consultoria

    Movimentao de Formas e/ou do subleito: Os recalques do subleito ou mau

    escoramento das frmas podem causar trincas no concreto durante a fase

    plstica. Tais movimentos podem ser causados por deformao das formas,

    por mau posicionamento, por falta de fixao inadequada, pela existncia de

    juntas mal vedadas ou de fendas, uso imprprio ou excessivo dos vibradores

    etc.

    Retrao Hidrulica: aps a pega, devida perda por evaporao de parte

    da gua de amassamento para o ambiente, de baixa umidade relativa. A

    retrao aps a pega manifesta-se muito mais lentamente do que a retrao

    plstica.

  • 88

    A retrao hidrulica, tanto no concreto quanto em argamassas ou pastas de

    cimento, manifesta-se imediatamente aps o adensamento, se no forem

    tomadas providncias que assegurem uma perfeita cura, ou seja, se no for

    impedida a evaporao da gua do concreto.

    Principais fatores que influem na retrao so os seguintes:

    - Finura do cimento (a retrao aproximadamente, proporcional a finura) e

    dos elementos mais finos do concreto;

    - Tipo do cimento (a retrao pode variar de uma at trs vezes conforme o

    tipo de cimento). Existe um teor timo de gesso para se obter a retrao

    mnima. Os lcalis, os cloretos e, de um modo geral, os aditivos

    aceleradores aumentam a retrao;

    - Teor de gua: a retrao aproximadamente proporcional ao volume

    absoluto da pasta;

    - Consumo de cimento;

    - Tipo de granulometria dos agregados: as areias finas aumentam a retrao.

    Quanto maior for o mdulo de elasticidade dos agregados, tanto maior ser

    a reao por eles oposta a retrao; e

    - Umidade relativa e perodo de conservao.

  • 89

    As recomendaes para minimizar estas fissuras envolvem o emprego da

    mnima relao gua/cimento (a/c) possvel, consumos no elevados de

    cimento, misturas com teor adequado de argamassa, execuo cuidadosa da

    cura, sem que o concreto fique sujeito a ciclos de secagem e umedecimento.

    Concretos dosados com excesso de areia apresentam retrao maior do que

    misturas semelhantes com teores normais.

    As medidas preventivas para reduzir a retrao hidrulica consistem em:

    - usar o menor teor de gua de amassamento possvel;

    - maior teor de agregado grado possvel;

    - cura adequada do concreto; e

    - armaduras de pele quando as peas forem altas.

    Observa-se que quando a cura do concreto bem feita, a retrao s se

    iniciar quando a cura for interrompida, idade em que o concreto ter sua

    resistncia trao aumentada; assim, quando surgirem as tenses de trao

    devidas retrao, o concreto j poder apresentar resistncia trao

    superior s tenses oriundas da retrao, no ocorrendo, portanto, o

    fissuramento.

  • 90

    FIGURA 86: Junta de construo terminando em junta serrada, gerando trinca

    alinhada com a junta de construo. Fonte: LM Brasil

    FIGURA 87: Fissura em piso causada por atraso no corte, com destacamento do

    concreto. Recuperao indicada com lbio polimrico. Fonte: Revista Tchne

  • 91

    FIGURA 88: Fissura por atraso no corte. Fonte: Revista Tchne

    FIGURA 89: Movimentao causada pela atuao das cargas, em piso para o qual no

    foram projetadas barras de transferncia, resultando em recalque das placas. Fonte:

    Revista Tchne

  • 92

    FIGURA 90: A falta de um material compressvel no entorno do pilar pode gerar trinca

    como a da foto, coincidente com a face do pilar. Fonte: Revista Tchne

  • 93

    3 ESTUDO DE CASO

    CENTRO DE ESPECIALIDADES MDICAS CAMPOS SALES

    CENTRO DE SADE MANGUEIRAS

    A Prefeitura de Belo Horizonte concluiu, em novembro de 2009, as obras de

    reforma e ampliao do PAM Campos Sales com a implantao do Centro de

    Especialidades Mdicas (CEM). Esta obra foi escolhida pela comunidade no

    Oramento Participativo Digital (OP Digital) 2006. O PAM Campos Sales est

    instalado em antigo prdio localizado na Regional Oeste da capital mineira.

    O projeto contemplou reforma geral do prdio do PAM e construo do CEM

    com sete consultrios, enfermagem, sala de medicao, recepo, espera

    para 36 pessoas, instalaes sanitrias pblicas masculino e feminino com

    acessibilidade para portadores de necessidades especiais e com fraldrio,

    arquivo, almoxarifado, sala de utilidades, sala de reunies com capacidade

    para 40 pessoas e instalao sanitria, duas salas de administrao, sala de

    dados, sala de coordenao, vestirios para funcionrios masculino e feminino

    e passarela, consolidando uma rea total construda de 4.871,44 m.

    Nas reas de interveno da reforma foram recuperados pisos originais do

    prdio em que est instalado o PAM Campos Sales, edificao construda na

    dcada de 50. Os pisos originais mesclavam marmorite, granito, tacos de

    madeira, vinlicos e cimentados, e foram homogeneizados atravs da adoo

  • 94

    de pisos de marmorite nas reas de atendimento, exceo do piso de granito

    da recepo.

    O piso existente no corredor central foi polido. Este trecho do pavimento de

    marmorite apresenta, ainda, diversos pontos fissurados e trincados, mas boa

    resistncia ao desgaste causado pelo trnsito local.

    FIGURA 91: Piso interno original, recuperado em 2008 trinca transversal,

    acompanhando a junta de dilatao do edifcio. Foto da autora.

  • 95

    FIGURA 92: Piso interno original, recuperado em 2008 fissuras de retrao e

    desgaste superficial no corredor de circulao principal. Foto da autora.

  • 96

    FIGURA 93: Piso interno original, aps recuperao fissuras no preenchidas.

    Foto da autora.

    FIGURA 94: Piso interno original, aps recuperao fissuras no preenchidas.

    Foto da autora.

  • 97

    FIGURA 95: Piso interno original, aps recuperao fissuras no preenchidas.

    Foto da autora.

    FIGURA 96: Piso interno original, aps recuperao fissuras no preenchidas e sinais

    de desgaste superficial. Foto da autora.

  • 98

    FIGURA 97: Piso marmorite original, aps recuperao - detalhe da superfcie.

    Foto da autora.

    FIGURA 98: Piso marmorite original, aps recuperao.

    Foto da autora.

  • 99

    No pavimento de entrada (trreo), foram retirados os pisos de tacos de

    madeira e vinlicos das salas de atendimento, e refeitos os contrapisos.

    Na composio dos pisos executados em 2008 foi utilizada granitina branca e

    preta e pigmento verde, adicionados mistura de cimentos (50% cimento

    Ciminas CPIII, 50% cimento branco). Adotou-se a espessura mnima

    determinada pelo Caderno de Encargos SUDECAP - que estabelece os

    procedimentos dos servios prestados Prefeitura de Belo Horizonte que

    de 1,0cm, com cura mida apenas no 1 subsolo, devido a questes

    operacionais e de atendimento ao pblico.

    FIGURA 99: Piso marmorite vista dos pisos novo (cinza) e original (verde), aps

    reforma da edificao. Foto da autora.

  • 100

    FIGURA 100: Piso marmorite executado em 2008 fissuras tipo mapa, causadas por

    retrao hidrulica, e desgaste superficial. Foto da autora.

    FIGURA101: Piso marmorite executado em 2008 fissuras tipo mapa, causadas por

    retrao hidrulica, e desgaste superficial. Foto da autora.

  • 101

    FIGURA 102: Piso marmorite executado em 2008 fissuras tipo mapa, causadas por

    retrao hidrulica, e desgaste superficial. Foto da autora.

    FIGURA 103: Piso marmorite executado em 2008: fissuras tipo mapa, destacamento


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