17 e 18 de maio de 2016
ISSN 2358-0070
PERCEPÇÃO INVESTIGATIVA NA EDUCAÇÃO: O Reisado1
Claudia da Silva2
Onira Galvão3
Sandra Maria dos Santos Bezerra4
RESUMO Este artigo consiste em construir o conhecimento dos alunos do Jardim da Educação Infantil da rede pública do Município de Aracaju – SE, sobre a importância da cultura popular. Teve como objetivo geral despertar a importância do folclore através do folguedo popular, Reisado, dentro das vivências do aluno. A questão de pesquisa foi: será que nós professores estamos transmitindo essa cultura de forma que as crianças da Educação Infantil compreendam a importância das nossas raízes? O folclore faz parte do nosso cotidiano e está presente em nossas crenças e costumes. Desta forma nós professores, desenvolvemos a percepção de novos papeis sociais no processo educacional, bem como do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Ao final do estudo percebemos que a prática da cultura popular, é uma importante ferramenta para a aprendizagem do aluno, facilitando o entendimento e tornando o processo mais dinâmico. Palavras-chaves: Folclore, Educação, Linguagem, Escrita, Aprendizagem.
ABSTRACT
This article is to build students' knowledge of the Garden of early childhood education from public schools in the municipality of Aracaju - SE, on the importance of popular culture. It aimed to awaken the importance of folklore through popular whoopee, Reisado, within the student experiences. The research question was: Do we teachers are transmitting that culture so that children from kindergarten understand the importance of our roots? Folklore is part of our daily lives and is present in our beliefs and customs. In this way we teachers have developed the perception of new social roles in the educational process as well as the student in the process of teaching and learning. At the end of the study we realized that the practice of popular culture, is an important tool for student learning, facilitating the understanding and making the most dynamic process.
1 Trabalho desenvolvido para obter aprovação nas disciplinas Linguagem Oral e Escrita, Ludicidade e Natureza e Sociedade do Curso de Pedagogia da Faculdade Amadeus.
2 Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Amadeus.
3 Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Amadeus.
4 Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Amadeus. E-mail: [email protected]
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KEYWORDS: Folklore, Education, Language, Writing, Learning.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como finalidade propor, no ensino da educação infantil,
inserir a Cultura Popular Brasileira como forma de aprendizado no cotidiano do aluno
através do folclore e suas manifestações, buscando assim, estimular a participação do
aluno por meio das músicas, danças, brincadeiras, trava-língua, parlendas e da própria
história sobre o folclore, como elemento da cultura popular.
Para uma melhor compreensão da importância do folclore no processo de
construção e formação do sujeito em sociedade, faz-se necessário ainda realizar uma
breve abordagem sobre o folguedo. Que segundo o site “Folguedos e Folias do Brasil”,
são festas de caráter popular cuja principal características é a presença de música,
dança, e a representação teatral. Grande parte dos folguedos possui a origem religiosa e
raízes culturais dos povos que formaram nossa cultura (africanos, portugueses e
indígenas).
Os folguedos fazem parte da cultura popular e do folclore brasileiro, e é no
nordeste que se fazem mais presente; o Reisado está entre uns dos folguedos e podemos
encontrar com maior força nos estados de Sergipe e Alagoas.
Dentro desse contexto questiona-se: Será que os professores estão transmitindo
essa cultura de forma que a criança da educação infantil compreenda a importância das
nossas raízes? De que forma desenvolver o folclore no processo aprendizagem no
cotidiano do aluno? Como buscar a valorização de nossas tradições em sala de aula
através do folclore?
Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivos: identificar o folclore como
parte integrante da cultura popular; construir o conhecimento cultural; comparar as
diferentes manifestações folclóricas; relacionar e despertar na educação infantil a
importância do folclore através do folguedo popular: “Reisado” dentro das vivências do
aluno, desenvolver a linguagem oral e escrita através de músicas e danças do folguedo
bem como a ludicidade e movimento e construção do sujeito como parte integrante da
sociedade; Exercitar a fantasia, a imaginação e o corpo através da leitura de histórias,
músicas e brincadeiras; Desenvolver o gosto por algumas formas de expressão artística,
tais como o desenho, a pintura, a dança. Justifica-se a pesquisa pela necessidade
de despertar nos sujeitos o reconhecimento de sua identidade cultural e das suas raízes.
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Através do folclore a escola pode proporcionar ao aluno o contato com manifestações
culturais, tornando-o conhecedor, e divulgador da cultura popular, que vem a contribuir
para o fortalecimento da nossa memória cultural de modo a transmiti-la passar de geração
para geração. Os procedimentos metodológicos que foram usados na pesquisa de
abordagem qualitativa, iniciaram-se pela pesquisa bibliográfica para aprofundamento da
temática do folclore, bem como desenvolvimento de conceitos específicos de cada
disciplina envolvida no projeto.
Na sequência foi realizada uma pesquisa-ação, no Externato São Francisco de
Assis, na cidade de Aracaju SE, com crianças na faixa etária de 5 anos. O trabalho de
campo constitui-se das seguintes etapas: 1. Roda de Conversa. Neste momento contou-
se a história do Reisado, utilizando imagens coloridas. 2. Registro da atividade. 3. As
crianças decoraram o Boi de Reisado com recortes de papéis coloridos e pintura com giz
de cera. 4. Dança e caracterização do reisado. Neste momento, foram usadas as coroas
do reisado, pandeiros e apitos ao som de da música “Chegança do Reisado”. Para
finalizar foi montado um mural coletivo com as folhas decoradas dos bois de reisado que
os alunos fizeram.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A educação como direito constitucional vem sendo moldada de acordo com as
necessidades dos educandos e da sociedade. Esse direito constitucional, no que se
refere às creches e pré-escolas no Brasil é recente, trata-se da Constituição atual. Em sua
origem as creches surgiram para abrigar crianças de mães trabalhadoras devido ao
processo de desenvolvimento industrial e consequentemente urbano (BONDIOLI, 2004).
A elaboração de leis para a educação e proteção à infância foi fundamental para o
processo educativo dessa modalidade de ensino no nosso país. Uma das primeiras a
conceber direitos dos educandos foi a nossa Constituição Brasileira. Nas leis de diretrizes
e bases educacionais 4.024/61 e 5.692/71 (BRASIL, 2004), a educação infantil aparecia
apenas como pré-primária e escolas maternais e jardins de infância respectivamente. A
nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96) (BRASIL, 1998, p. 40-43) trouxe
inúmeras inovações, pois, nela foram instituídos direitos à criança conforme está posto no
artigo 29, a seguir: “a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idades, em seus aspectos
físicos, psicológico intelectual e social, completando a ação da família”.
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O Ministério de Educação visando definir uma política de educação infantil elaborou
o RCNEI (Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (MEC-1998)). Estes
documentos definem os eixos de trabalho com a criança sendo um deles a formação
social e pessoal onde a criança amplia o conhecimento de si e dos componentes do meio
no qual está inserida, além da construção da sua autonomia. Sobre isso, de acordo com
Graudy e Kaercher (2001, p. 27):
As teorias sociointeracionistas concebem, portanto, o desenvolvimento infantil como o processo dinâmico, pois as crianças não são passivas, meras receptoras das informações que estão à sua volta. Através do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crenças, vão desenvolvendo capacidade efetiva a sensibilidade e autoestima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem.
A atual LDB (LDB/1996) (op. Cit.) define o cuidar associado ao educar, o que exige
do professor uma formação polivalente, pois é necessário que eles estejam capacitados
para exercer sua profissão com responsabilidade, competência e acima de tudo manter-
se atualizado.
Sabemos que na educação infantil, as crianças ainda não estão alfabetizadas,
então, elas deverão vivenciar experiências; interagir com o meio natural e social. Desta
maneira elas aprendem sobre o mundo, procurando respostas às seus questionamentos,
porque elas são muito curiosas e investigadoras.
Nas séries iniciais o trabalho com jogos e brincadeiras deve ser incorporado nos
métodos utilizados pelos professores, sem com a preocupação de levar os alunos a
pensar, construir seu conhecimento e conceitos e serem os agentes de seu próprio
aprendizado. Trabalhar conteúdos na educação infantil de forma dinâmica é fundamental,
pois, as brincadeiras são atividades de estimulação capazes de contribuir para o
desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança em idade pré-escolar.
Segundo Redim (2000, p. 64):
A criança que joga está reinventando grande parte do saber humano. Além do valor inconteste do movimento interno e externo para os desenvolvimentos físicos, psíquicos e motor, além do tateio, que é a maneira privilegiada de contato com o mundo, a criança sadia possui a capacidade de agir sobre o mundo e os outros através da fantasia da imaginação e do simbólico, pelos quais o mundo tem seus limites ultrapassados: a criança cria o mundo e a natureza, o forma e o transforma e, neste momento, ela se cria e se transforma.
Aplicar o conhecimento usando a interdisciplinaridade foi importante para relacionar
os conteúdos, ampliando a visão do indivíduo que possa ver o mundo e as competências
obtidas nestes, de forma reunida e não separada em compartimentos específicos.
Foi nesse intuito de tratarmos de forma integrada os diversos universos do saber
que aplicamos o projeto interdisciplinar. Para o eixo Natureza e Sociedade, a criança
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durante o crescimento interage com o meio, o qual possui uma diversidade de coisas a
serem entendidas, descobertas e dentro desse processo, proporciona a autonomia para o
exercício da cidadania, que deve ser despertada paulatinamente em atividades e
situações do cotidiano que preza valores a exemplo do respeito, aceitação de regras etc.
(BRASIL, 1998 p. 181)
Segundo Espinoza (2010), o ensino de ciências exige que sejam resgatados os
principais conceitos das disciplinas de referência e de suas inter-relações, assim como as
maneiras de indagar, argumentar e comprovar características de cada uma. A área de
ciências é uma construção didática que nos obriga a fazer considerações no âmbito do
saber cientifico , analisar a possibilidade de ser apropriar dele em função do nível escolar
no qual se trabalha e refletir sobre a responsabilidade da escola na formação que o aluno
deve adquirir.
Para o eixo de Ludicidade e Movimento, que é indispensável, pois o mesmo ajuda
a criança a ter autonomia, expressividade, bom desempenho motor. O professor pode
trabalhar esse eixo de várias formas com seus alunos, interagindo com a cultura, danças,
brincadeiras, entre outras atividades, por certo a criança terá um reconhecimento corporal
e funcional do próprio corpo (BRASIL, 1998, p.23)
Segundo Piaget (1977), as atividades lúdicas fazem parte da vida da criança. O
autor identifica três tipos de brincadeiras: brincadeiras de exercícios, brincadeiras
simbólicas e brincadeiras com regras.
Para Kishimoto (1993, p.45):
Brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Desde muito cedo as crianças se comunicam por gestos sons e mais tarde a imaginação. Ao brincar de faz de conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar de uma forma específica que um coisa pode ser outra, que bem que esse personagem pode ser um objeto. Ao brincar as crianças estão construindo sua personalidade, pois é por meio das brincadeiras que a criança percebe e interage com o mundo que a cerca.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(BRASIL, 1998), é imprescindível que sejam oferecidas, à criança, atividades voltadas
para as brincadeiras ou para as aprendizagens que ocorrem por meio de ações em grupo,
para que ela possa exercer sua capacidade de criar.
Zanluchi (2005, p. 89) afirma que, quando brinca, a criança prepara-se para a vida,
pois é através de sua atividade lúdica que vai tendo contato com o mundo físico e social,
bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.
Para o eixo da Linguagem Oral e Escrita, esta consiste na verbalização entre
pessoas que se expressam ao falar com as crianças, em alguns momentos do cotidiano
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da comunicação. Além da fala a comunicação acontece através de gestos, sinais,
expressão corporal que tem um forte significado na linguagem oral das crianças. Diante
desses contatos também se dá o desenvolvimento da linguagem escrita, na proporção da
ênfase a suas criações por meio da escrita, embora não priorizando seus erros, levam-se
em conta suas reais ideias mostradas por meio da mesma, pois a criança está passando
pelo primeiro processo da sua formação a chegar posteriormente à manutenção em nível
cognitivo e motor. Então, se percebe a princípio, maior clareza em seus pontilhados,
posteriormente passando à escrita. (MARQUES, 2001. p. 09-11)
Na Educação Infantil o enfoque da linguagem deverá ser basicamente
procedimental, a maioria dos conteúdos que as crianças aprendem são procedimentos da
língua, através dos quais aprendem atitudes e conceitos relacionados com a linguagem.
Os trabalhos de iniciação à língua escrita estão relacionados aos aspectos
comunicativos da língua: a escrita serve para saber coisas, procura-se apresentar às
crianças propostas para que ela utilize a escrita em diferentes situações que tenham
sentido.
O projeto o reisado foi uma forma de resgatarmos o quanto a nossa cultura tem a
nos ensinar e o quanto podemos valorizar. Percebemos que os alunos ficaram envolvidos,
participaram de todas as atividades propostas, e principalmente responderam a todos os
questionamentos, interagindo um com o outro.
Ainda, acredita-se que o projeto complementou a necessidade de pequenos atos
que foram responsáveis por grandes transformações. Criamos situações em que os
alunos se envolveram, valorizando o folguedo reisado, reconhecendo a sua importância
para o nosso folclore.
3 APROPRIAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Iniciamos com todos sentados em uma roda. Então apresentamos para os alunos
um grande livro ilustrado com os personagens e vestimentas do reisado. (Figuras 1 a 4)
Professora: Alguém sabe me dizer do que este livro representa?
Alunos: Sim. Isso é do folclore.
Aluna – J: Isso é cultura.
Professora: Muito bem! E vocês sabem me dizer o que faz parte da cultura?
Alunos: Sim. As danças, as comidas...
Aluno – R: Tia eu dancei forró no dia do folclore.
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Professora: O forró faz parte da nossa cultura, como também o reisado.
Professora: Vocês poderiam me dizer o significado dessa imagem na capa do
livro?
Alunos: O menino Jesus, Maria e José.
Professora: Muito bem! Isso mesmo
Durante a rotina projetada, a Roda de Conversa pode ser um dos momentos mais
importantes planejados. Segundo Junqueira Filho (2008) ela pode, e é um conteúdo –
linguagem por si só – conversar. Mas, ao mesmo tempo, um possível recurso para
explorar outros conteúdos – linguagem, pois através dela trabalhamos com a organização
de regras e combinados, conhecimento de assuntos diversos, desenvolvimento da
expressão oral, resolução de conflitos etc.
Todas as imagens contidas no livro do Reisado foram identificadas e em vários
momentos os alunos diziam que já tinham visto, porque tudo aquilo fazia parte do folclore.
Em outro momento foi pedido para eles decorar o desenho do boi e do reisado com
a pintura livre e depois pedaços de laminados coloridos e fitas de papel crepom.
Figura 1 – Apresentação livro
vestimenta do reisado
Fonte: própria autora
Figura 1 – Apresentação livro
vestimenta do reisado
Fonte: própria autora
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Figura 3 – Apresentação livro
vestimenta do reisado
Figura 4 – Apresentação livro
vestimenta do reisado
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Professora: Quem vai querer deixar o boi de reisado bem bonito e bem colorido?
Alunos: Eu vou querer tias (todos).
Professora: As tias vão deixar vocês escolherem as cores que vocês quiserem
pintar. Depois da pintura, vocês irão colar pedaços de papel colorido e fitas para deixar o
boi de reisado bem alegre. (Figuras 5 a 9)
Alunos: Oba! Tia vou deixar o meu boi bem lindo!
Figura 5 – Atividades Figura 6 – Atividades
Figura 7 – Atividades
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Figura 8 – Atividades
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Figura 9 – Atividades
Fonte: própria autora
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Pillar (1990) aborda que o desenho é um sistema de representação, sendo um
trabalho gráfico, construindo e interpretando o objeto conforme o que sente e pensa. A
criança não nasce sabendo desenhar o meio que propicia este conhecimento a partir das
estruturas mentais que possibilitam a criança interpretarem o mundo. Dessa forma o
conhecimento não resulta da relação da criança com os objetos, mas da sua interpretação
e representação.
Quando todos terminaram de decorar o boi de reisado, pedimos que eles colassem
no mural coletivo. (Figuras 10 a 13)
Professora: Crianças o que vocês acharam do nosso mural?
Alunos: Ficou lindo tia, muito colorido e brilhante.
Professora: Crianças quem sabe escrever a palavra BOI?
Alunos: Eu sei tia! Posso escrever? (Figuras 14 e 15)
Figura 10 – Atividades Figura 11 – Atividades
Figura 12 – Atividades Figura 13 – Atividades
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
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Ferreiro (1995, p.19), salienta que a escrita infantil segue uma regularidade na sua
aquisição observada em diferentes culturas e diversas línguas. Observa ainda grandes
períodos em que as crianças permanecem em conflito quanto à hipótese de sua aquisição
observada em diferentes culturas e diversas línguas. Observa ainda grandes períodos em
que as crianças permanecem em conflito quanto à hipótese de regularidade sustentada.
Inicialmente as crianças fazem uma distinção entre o modo de representação icônico e
não icônico. Logo constroem formas de diferenciação entre quais e quantas letras, e,
finalmente chegam a fonetização da escrita, marcas gráficas figurativas e as não
figurativas.
Finalizamos o nosso projeto com a dança do boi de reisado. Neste momento todos
caracterizados com as coroas na cabeça e seus respectivos pandeiros. (Figuras 16 a 19)
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Figura 14 – Atividades Figura 15 – Atividades
Figura 16 – Atividades Figura 17 – Atividades
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De acordo com Wallon (apud. OLIVEIRA, 2011, p.33), ‘’é sempre a ação matriz que
regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais’’. Portanto, na
evolução da criança, a dimensão corporal integra-se do conjunto da atividade da criança,
em que o ato motor relaciona-se com funções expressivas, instrumental ou de
sustentação às posturas e os gestos.
Professora: Quem gostou de dançar a dança do reisado?
Alunos: Amei tia! Tudo maravilhoso!
Professora: O reisado faz parte da nossa cultura, porque tem muita alegria,
movimento e muito brilho. Vocês estão de parabéns!
Professora: O que foi que vocês aprenderam hoje?
Alunos: Nós aprendemos que o folclore é tudo de bom, é dança, o reisado, as fitas,
as coroas, o forró, as comidas, etc...
Durante o desenvolvimento das atividades foi possível perceber que os alunos
ficaram envolvidos e despertaram o senso crítico, quanto a história e a dança do Reisado,
e principalmente ampliaram o conhecimento que eles já tinham sobre o folclore.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo mostrou que o Reisado assume um papel de grande significado e
importância para as crianças da educação infantil por tratar-se de conteúdo lúdico capaz
de ampliar o acervo cultural ao tempo em que propicia o desenvolvimento de habilidades
relacionadas a esta etapa do ensino.
Para que este trabalho de resgate cultural na educação infantil seja realizado da
maneira satisfatória é necessário repensar a prática profissional. É necessário uma
Fonte: própria autora Fonte: própria autora
Figura 18 – Atividades Figura 19 – Atividades
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atuação que leve em conta o aluno e sua diversidade cultural, desde a escolha das
atividades até as regras. Sem dúvida o professor deve contribuir também com novas
ideias, para enriquecer as vivências dos alunos. Nós professores devemos utilizar
nossa criatividade para estimular e proporcionar uma aula interessante e prazerosa.
Concluímos que a prática da cultura popular, especificamente o Reisado, é uma
importante ferramenta para a aprendizagem do aluno, facilitando o entendimento e
tornando o processo de ensino mais dinâmico.
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