Região do Algarve
o Território
o População
o Determinantes
o Estado de Saúde
o Mortalidade
o Satisfação
PERFIL de SAÚDE
Medalha de Mérito do Ministério da Saúde Grau Ouro
Ficha Técnica Título Algarve - Perfil de Saúde da Região Editor Administração Regional de Saúde do Algarve, IP Conselho Directivo Presidente: Rui Lourenço Vogal: Eusébio Pacheco Vogal: Joaquim Ramalho Departamento de Saúde Pública do Algarve Director: Francisco Mendonça Autoria Estela Fabião (Coordenadora) José M. Calado Agradecimentos Alexandra Monteiro Bruno Frade Juliana Paulo Nélia Guerreiro Concepção e formatação Entertech – SGSTI, Lda Design Entertech – SGSTI, Lda Departamento de Saúde Pública ISBN: 978-989-97442-0-2 1ªEdição Junho 2011
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Preâmbulo
O “Perfil de Saúde da Região do Algarve” apresenta uma visão geral da situação da Saúde e dos seus determinantes na Região do Algarve, os principais problemas e desafios. Ao longo de mais de 200 páginas o documento elaborado pelo Observatório de Saúde do Departamento de Saúde Pública da ARS Algarve, IP., providencia um conjunto de dados regionais, nacionais e internacionais. Ao longo de sete (7) Capítulos: Território; População; Determinantes Sociais; Determinantes de Saúde relacionadas com Estilos de Vida; Estado de Saúde; Mortalidade e Satisfação; os autores comparam sistematicamente e, sempre que possível, os resultados do Algarve, do Continente Português e da União Europeia 27, no quinquénio 2004-2008 ou no sexténio de 2004-2009. Tendo como objectivo principal colocar à disposição da comunidade científica, comunidade educativa, população em geral e de TODOS aqueles que desejem obter um olhar global sobre a situação da Saúde e dos seus determinantes no Algarve, o “Perfil de Saúde da Região do Algarve” é um documento dinâmico, em permanente construção e actualização, que procura auxiliar os decisores, que trabalham com a população da Região, a planear, a contratualizar e a promover programas e projectos que suportem a melhoria da Saúde das comunidades do Algarve. Uma palavra final de agradecimento para os autores do documento, Estela Fabião e José Calado, para todos os profissionais do Departamento de Saúde Pública que com eles colaboraram ao longo de mais de um ano e para o Director do Departamento de Saúde Pública, Francisco Mendonça, pelo empenhamento, pelo profissionalismo e pelo espírito de sacrifício que permitiram ultrapassar a escassez de recursos humanos disponíveis. O nosso agradecimento, ainda, pela qualidade do trabalho desenvolvido, pela minúcia e pelo detalhe com que construíram esta 1ª Edição do “Perfil de Saúde do Algarve” colocada agora à disposição de TODOS, proporcionando uma visão global sobre a situação da Saúde no Algarve e potenciando a acção conjunta, concertada e comprometida dos vários actores da Região em torno de políticas de saúde baseadas na evidência que permitam promover a melhoria da Saúde das populações. Rui Lourenço Presidente do Conselho Directivo Administração Regional de Saúde do Algarve, IP.
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Prefácio
O perfil de saúde de uma população é um dos documentos mais valiosos em planeamento da saúde. Ele constitui um instrumento essencial na definição das políticas de saúde e na tomada de decisão. Nesta publicação apresenta-se um conjunto de indicadores que diagnosticam a situação de saúde da população do Algarve e identificam os principais determinantes da saúde, nesta região. A saúde duma população constrói-se, cada vez mais, com o envolvimento de todos os actores da comunidade, quer a nível local, regional ou nacional. A identificação dos determinantes da saúde é um dos contributos de importância significativa para a definição de medidas que visam incluir a saúde em todas as políticas. A apresentação da evolução de dados ao longo de mais de 5 anos, com a comparação sistemática dos mesmos dados nacionais e da União Europeia, permite definir tendências e previsões. Assim, foi dado mais um passo relevante para que decisores da “Região do Algarve”, baseados na evidência possam programar acções, alocar recursos, promover projectos que irão responder a necessidades reais em saúde, promovendo a melhoria da saúde dos cidadãos do Algarve. Uma palavra de agradecimento ao Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Algarve e aos profissionais directamente envolvidos, pelo trabalho desenvolvido e que culminaram nesta publicação. Ana Maria Teodoro Jorge Ministra da Saúde Maio 2011
ÍNDICE
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Sinais Convencionais
Siglas e Acrónimos
Introdução
Cap. I - Território
Cap. II – População
Cap. III – Determinantes Sociais
Cap. IV – Determinantes Relacionados com os Estilos de Vida
Cap. V – Estado de Saúde
Cap. VI – Mortalidade
Cap. VII – Satisfação
Referências Bibliográficas
Glossário
TERRITÓRIO
Sinais
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Sinais convencionais
Valor com coeficiente de
variação elevado §
Valor confidencial …
Valor inferior a metade do
módulo da unidade utilizada əә
Valor não disponível x
Não aplicável //
Quebra de série ┴
Valor preliminar Pe
Valor provisório Po
Valor rectificado Rc
Valor revisto Rv
Percentagem %
Permilagem ‰
Por dez mil 0/000
Por cem mil 0/0000
Siglas
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AC Anomalias Congénitas ACES Agrupamento de Centros de Saúde ACS Alto Comissariado da Saúde
ACSS Administração Central dos Serviços de Saúde
ADSE
Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública
ALV Aprendizagem ao Longo da Vida
ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações APU Administrações Públicas ATM Caixa Automático AVC Acidente Vascular Cerebral
AVPP Anos de vida potenciais perdidos BCG Bacilo de Calmette e Guerain BE Bloco de Esquerda C & T Ciência e Tecnologia
CAE Nomenclatura Estatística das Actividades Económicas
CEF Curso de educação e formação
CGA Caixa Geral de Aposentações
CID9 – MC Classificação Internacional das Doenças – 9ª Revisão, Modificada Clínica
CMVMC Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas
COICOP Classificação do Consumo Individual por Objectivo
Contin. Continente
cpod Dentes cariados, perdidos e obturados em dentição temporária
CPOD Dentes cariados, perdidos e obturados em dentição definitiva
CRS Complexo Relacionado com SIDA
DDO Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória
DEP Departamento de Estudos e Planeamento DGS Direcção Geral da Saúde DIU Dispositivo intra-uterino
DOP Denominação de Origem Protegida DPN Diagnóstico Pré-Natal DSP Departamento Saúde Pública
ECATAD Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Droga
EAM Enfarte Agudo do Miocárdio
ECCI Equipa de cuidados continuados integrados domiciliários
EDP Energia de Portugal E.P. Empresa pública
ERS Entidade Reguladora da Saúde
ESPAD European Shool Survey Project on Alchool and others drugs
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais ETI Equivalente a tempo integral EUA Estados Unidos da América
EUROCAT European Surveillance of Congenital Anomalies
Euroneostat
European Information System to Monitor short and long term morbidity to improve quality of care and patient safety for very-low-birth weight infants
EUROSTAT Serviço de Estatística da União Europeia FBCF Formação Bruta de Capital Fixo FOB Franco a Bordo FSE Fornecimentos e Serviços Externos
FT Fluxos de Turismo GDH Grupos de Diagnóstico Homogéneo
GPEARI Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais
GPL Gás de Petróleo Liquefeito H Homem Hab Habitantes
HBSC Health Behaviour in School-age Children Hib Vacina do Haemophilus influenza b I&D Investigação e Desenvolvimento
ICSD International Classification of Sleep Disorders
ICP Índice Comunitário Periodental IDEF Inquérito às Despesas das Famílias
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IEFA Inquérito à Educação e Formação de Adultos
IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional
IGP Indicação Geográfica Protegida
ICM Índice comparativo de mortalidade IMC Índice de Massa Corporal IMI Imposto Municipal sobre Imóveis
IMT Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis
Índice CPOD
n.º dentes cariados + n.º dentes perdidos + n.º dentes obturados / n.º dentes observados
INE, I.P. Instituto Nacional de Estatística, I.P.
INS Inquérito Nacional de Saúde ipC Indicador per Capita do Poder de Compra IPM Índice de Privação Múltiplo
IRS Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
ISF Índice Sintético de Fecundidade ISFL Instituições Privadas s/ Fins Lucrativos
ISFLSF Instituições sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias
IV Interrupção de gravidez
IVG Interrupção Voluntária da Gravidez M Mulher MBT Margem Bruta Total MenC Vacina Meningocócica do Grupo C
MM Mortalidade Materna
MTSS Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
NC Nomenclatura Combinada NUT Nomenclatura de Unidade Territorial
NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais Estatísticas
NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
NV Nados Vivos OMS Organização Mundial de Saúde
Siglas
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OMT Organização Mundial de Turismo ONDR Observatório das doenças reumáticas
ONSA Observatório Nacional de Saúde PA Portador Assintomático PALP Países Africanos de Língua Portuguesa
PCP-PEV Partido Comunista Português-Partido Ecologista Os Verdes
PDM Plano Director Municipal
PEOT Plano Especial do Ordenamento do Território
PF Planeamento Familiar PIB Produto Interno Bruto
PISA Programme for International Student Assessment
PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território
PNT Programa Nacional de Tuberculose
PNV Programa Nacional de Vacinação PPC Pneumonia por Pneumocystis Carinii
PPD/PSD Partido Popular Democrático /Partido Social Democrata
PROT Plano Regional do Ordenamento do Território
PT Portugal QREN Quadro Referência Estratégico Nacional R.A. Região Autónoma
RAE Rendimento monetário disponível por adulto equivalente
RAN Reserva Agrícola Nacional RCI Rede de cuidados continuados
RD Rendimento Disponível RDB Rendimento Disponível Bruto REN Reserva Ecológica Nacional RP Rendimento Primário
RVCC Reconhecimento, validação e certificação de competências
SAU Superfície Agrícola Utilizada
SEC Sistema Europeu de Contas SCPE Surveillance of Cerebral Patsy in Europe SiC Indicador sentinela SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
SIFIM Serviços de Intermediação Financeira Indirectamente Medidos
SPD Sociedade Portuguesa de Diabetologia
SVIG-TB Sistema de vigilância da tuberculose TB Tuberculose TCO Trabalhador por conta de Outrem Td Vacina do Tétano, Difteria
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação TMP Taxa Mortalidade padronizada pela idade Tx Taxa UC Unidade de convalescença
UCP Unidade de cuidados paliativos UDE Unidade de Dimensão Económica UE União Europeia ULDM Unidade de longa duração e reabilitação
UMDR Unidade de média duração e reabilitação UTA Unidade Trabalho Ano
VAB Valor Acrescentado Bruto
VABpm Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado
VAP Vacina Viva da Poliomielite VASPR Vacina do Sarampo, Parotidite, Rubéola VHB Vacina de Hepatite B VIH Vírus da Imunodeficiência Humana
VLQPRD Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada
VQPRD Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada
Unidades de medida PT
Euro € Euro por quilograma €/kg
Grama por litro g/l Arqueação bruta GT
Gigawatt hora GWh Hectare Há
Hectolitro Hl Quilograma Kg Quilómetro Km
Quilómetro quadrado km2 Quilowatt kW
Quilowatt hora kWh Metro M
Metro quadrado m2 Metro cúbico m3
Milímetro Mm Número N.º
Metro cúbico normal Nm3 Grau centígrado ºC
Número quilómetro N.ºkm Tonelada métrica T
Tonelada equivalente de petróleo Tep Tonelagem de porte bruto TPB Unidade de trabalho anual UTA
Número por quilometro quadrado N.º/km2
Países/Estados Membros da UE PT
Áustria AT Bélgica BE Bulgária BU Chipre CY
República Checa CZ Alemanha DE Dinamarca DK
Estónia EE Grécia EL
Espanha ES Finlândia FI
Siglas
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França FR
Hungria HU Irlanda IE Itália IT
Lituânia LT Luxemburgo LU
Letónia LV Malta MT
Países Baixos NL Noruega NO Polónia PL Portugal PT Roménia RO
Suécia SE Eslovénia SI
Eslováquia SK Reino Unido UK
Estados Unidos da América EUA AT, BE, DE, DK, EL, ES, FI, FR, IE, IT,
LU, NL, PT, SE, UK UE-15
AT, BE, CY, CZ, DE, DK, EE, EL, ES, FI, FR, HU, IE, IT, LT,LU, LV, MT,
NL, PL, PT, SE, SI, SK, UK UE-25
AT, BE, BG,CY, CZ, DE, DK, EE, EL, ES, FI, FR, HU, IE, IT, LT, LU, LV,
MT, NL, PL, PT, RO, SE, SI, SK, UK UE-27
INTRODUÇÃO
8
TERRITÓRIO
Perfil de Saúde pretende contribuir para produzir, identificar, especificar, aceder, analisar e validar a
informação, sempre que possível, reconhecendo que a informação é um bem público e que a translação
da informação pressupõe um processo dinâmico e interactivo. A criação de conhecimento em saúde, só é
possível se tivermos em linha de conta o capital estrutural e humano dos serviços de saúde, dos cidadãos
e de estruturas formais e informais da comunidade.
A produção da informação requer articular com diferentes pontos de informação e sistematizar a recolha
de dados, de modo a facilitar e esclarecer a pertinência dos indicadores que tenham como objecto a
concepção de intervenções fundamentadas na evidência, de modo a optimizar os resultados das
actividades desenvolvidas e dos recursos disponíveis.
A translação da informação pressupõe um processo dinâmico e interactivo e minucioso na interpretação e
um desafio do assumir a dificuldade de acesso a estatísticas de saúde comparáveis, dada a constante
alteração dos indicadores, o carácter provisório, a inacessibilidade de alguns registos, a disparidade
segundo as fontes e a maior dificuldade de comparabilidade com dados da UE27 e OCDE, face às
diferenças na construção do indicador, o que, em suma, dificulta a harmonização das estatísticas.
Centra-se na monitorização, análise e avaliação regular e dinâmica do estado de saúde, determinantes e
qualidade de vida da população. Para tal, avaliar a evolução de indicadores é, verdadeiramente, avaliar e
partilhar o desempenho dos serviços de saúde, nomeadamente, a acessibilidade, a equidade, a
competência, a efectividade, os custos, a eficiência, a segurança e a sustentabilidade.
A abordagem da saúde em todas as políticas pressupõe o reconhecimento de que a saúde é um recurso,
não a finalidade da vida; não é, apenas, o resultado do desenvolvimento económico e social, mas emerge
como um vector fulcral desse desenvolvimento.
A saúde, mais do que nunca, deve ser contextualizada a nível macro, em que as iniquidades nos
determinantes sociais podem comprometer muitas das metas alcançadas em saúde. Assim sendo, urge
reconhecer que muitas das respostas dependem de factores relacionados como a capacitação, a
economia, a empregabilidade, e a resposta aos problemas de saúde, dada a sua maior complexidade, só
será possível com o maior envolvimento dos cidadãos e de outras instituições para além da saúde,
permitindo mais ganhos de um modo mais duradouro e sustentado, por forma a responder a problemas
cada vez mais complexos e a aproveitar ganhos recíprocos.
O