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    Ex.mo. Sr. Juiz de Direito do Juizado Especial das Relaes de Consumo da Comarca de Belo Horizonte MG.

    Autos n.:

    Diz VINCIUS JOSE MARQUES GONTIJO, brasileiro, casado,

    advogado e professor, domiciliado em Belo Horizonte MG, e residente na Rua Toms Gonzaga,

    n. 646, apto 701, Bairro Lourdes, CEP 30.180-140, titular da carteira de identidade n. MG

    4.349.595, expedida pela SSP/MG e inscrito no CPF sob o n. 804.640.926-04, que vem propor

    AO DE REPETIO DE INDBITO CUMULADA COM PERDAS E DANOS contra CEMIG

    DISTRIBUIO S.A., sociedade por aes, com sede social na Avenida Barbacena, n. 1.200, 7o

    andar, CEP 30.190-131, em Belo Horizonte MG, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 06.981.180/0001-

    16, pelos motivos de fato e fundamentos de direito infra-aduzidos:

    1. FATOS:

    1.1. O autor proprietrio do imvel sito na Rua Hlcio

    Correta, n. 110, apto 202, Bairro Hava, CEP 30.555-150, em Belo Horizonte MG (cf. documento

    n. 01 anexo);

    1.1.1. Em 24 de outubro de 2011, o referido imvel foi

    locado para Maria Martins da Silva (cf. documento n. 02 anexo), tendo figurado como fiador seu

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    filho, o Sr. Nicolas Alexandre Martins Guimares Diniz, que tambm residia no imvel (cf. clusula

    n. 11a do contrato de locao documento n. 02 anexo);

    1.1.2. O fiador requereu r que promovesse a instalao

    do fornecimento de energia eltrica, o que, provavelmente, se deu normalmente. Porm, ele,

    desde fevereiro de 2012, se tornou inadimplente no pagamento da energia fornecida (cf.

    documento n 03 anexo);

    1.1.2.1. O valor devido, com os encargos cobrados pela

    r, somaram R$ 800,30 (oitocentos reais e trinta centavos) cf. documento n. 03 anexo;

    1.2. Como a locatria e o filho/fiador se tornaram

    inadimplentes na locao, o autor promoveu junto Cmara Mineira de Mediao e Arbitragem

    (CAMINAS) a ao de despejo e cobrana de aluguis e encargos (cf. documento n. 04), uma vez

    que o contrato de locao tinha clusula de arbitragem (Clusula n. 13a documento n. 02

    anexo);

    1.2.1. Antes porm da arbitragem, a locatria passou no

    escritrio do locador e deixou na portaria as chaves do imvel abandonando-o;

    1.2.1.1. Diante disso, o autor se reintegrou na posse do

    apartamento e promoveu nova locao do imvel para o Sr. Renato Brito Jnior (cf. documento n.

    05 anexo) e, para seu susto, a r no apenas se recusou a transferir a instalao eltrica para o

    novo locatrio, em razo da inadimplncia anterior, como, pior, cortou o fornecimento de energia

    eltrica (cf, documento n. 06 anexo);

    1.2.1.1.1. Para tanto, a r apresentou as desculpas

    mais esfarrapadas que se possa imaginar, exigiu os mais variados documentos e nunca se dava

    por satisfeita, com isso compelindo o proprietrio a saldar uma dvida que sabidamente no era

    sua, alm de exp-lo junto ao novo locatrio!

    1.2.1.2. O autor que sempre primou pelo fiel

    cumprimento de todas as suas obrigaes, nunca teve qualquer negativao de seu nome,

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    sempre se empenhou no seu trabalho, quer como advogado quer como professor (cf. documento

    n. 07 anexo), se viu humilhado perante o locatrio e mesmo a comunidade, como se fosse um

    caloteiro, mau pagador, que alugasse imveis imprprios residncia desembaraada; isso lhe

    gerou no apenas irritao indescritvel, mas danos morais, os quais devem ser devidamente

    indenizados;

    1.2.2. Com o comportamento da r, o autor foi compelido a

    pagar a dvida que no era sua para que pudesse haver o regular fornecimento de energia eltrica

    para o novo locatrio. Este valor agora deve ser restitudo em dobro at em razo do dolo da

    requerida!

    1.2.2.1. A r sabe que agiu contrariamente aos preceitos

    da lei, que a dvida no propter rem, mas pessoal e, portando, somente poderia ser cobrada do

    devedor: Sr. Nicolas Diniz! No entanto, usou de expediente contrrio lei para tentar se

    locupletar custa de terceiro, o proprietrio do imvel!

    1.2.2.2. O comportamento da r deve ser punido

    veementemente a fim de evitar que ela reitere o ilcito. Para tanto, ela dever ser condenada

    ainda em danos morais punitivos. Para que ela no possa investir no ilcito, mas como sociedade

    de economia mista cumpra fielmente os preceitos legais;

    2. DIREITO:

    2.1. Ex vi do pargrafo nico do art. 42 da Lei n. 8.078/1990

    (Cdigo de Defesa do Consumidor CDC), o consumidor cobrado em quantia indevida ter direito

    repetio do indbito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correo

    monetria e juros. Ora, tendo a r cobrado do autor quantia que no devida por ele, deve

    restitu-la em dobro, ou seja: R$ 1.600,60, com juros e correo monetria;

    2.1.1. De maneira semelhante, o Cdigo Civil tambm

    prescreve a repetio em dobro: art. 940!

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    2.1.2. Mas isso expletivo, uma vez que no pairam

    dvidas de aqui se tratar de uma relao de consumo qual dever ser aplicado o CDC in totum, o

    que fica expressamente requerido;

    2.2. De maneira semelhante, o art. 927 do Cdigo Civil

    prescreve que aquele que causa dano a outrem est obrigado a reparar o dano. Ora, tendo a r

    causado danos morais ao autor, ela dever reparar o dano!

    2.2.1. Naturalmente, a exposio do autor perante terceiros

    como se se tratasse de um locador que pudesse alugar imveis imprprios residncia

    desembaraada, como se fosse um mau pagador, gerou-lhe danos morais que devem ser

    indenizados!

    2.3. Sabidamente, alguns empresrios tm engendrado

    rotineiramente maneiras de descumprir suas obrigaes legais e a r, neste caso, se revelou

    exmia;

    2.3.1. Isso se d pelo simples fato de que no h qualquer

    sano para o ilcito. De fato, o reconhecimento do descumprimento de suas obrigaes pela

    Justia no futuro vale a pena, em razo do baixo nmero de pessoas que recorrem Justia e

    mesmo nesse caso a consequncia mnima: a restituio do cobrado indevidamente em dobro,

    mas neste nterim, ela disps do dinheiro, o investiu, extraiu benefcios econmicos se

    financiando de maneira barata com terceiro...

    2.3.2. No pode o Direito dar guarida a isso! Um verdadeiro

    estmulo reiterao do ilcito, eis que o prprio Rodolf Von Ihering1 j externava a necessidade

    de se aplicar uma indenizao com funo dissuasria, que visa a prevenir a prtica de outros

    ilcitos contra os direitos da personalidade;

    2.3.2.1. Assim que, ao se arbitrar os danos morais

    punitivos, deve-se tomar em conta a funo dissuasria, fixando-os em montante que no

    1 IHERING, Rudolf Von. A luta pelo Direito. 1. ed., 2. Tiragem, So Paulo: RT, 1999.

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    compensar para o empresrio descumprir os preceitos da lei: ele tem que temer a lei! Cumpri-la

    e fazer com que ela seja cumprida em suas relaes jurdicas!

    2.3.3. Ante o exposto, impe-se a fixao de danos morais

    punitivos a serem pagos pela r em favor do autor e a fim de evitar o locupletamento seu casa do

    fornecedor;

    3. PEDIDOS:

    3.1. Ex positis, requer-se:

    3.1.1. A citao da r para os termos da presente ao, sob

    pena de revelia e confisso quanto matria de fato;

    3.1.2. A procedncia do pedido para, ao final, condenar a r

    a pagar ao autor:

    3.1.2.1. O valor pago indevidamente r, qual seja: R$

    800,30, em dobro;

    3.1.2.2. Danos morais em valor a ser arbitrado por esse

    MM. Juzo;

    3.1.2.3. Danos morais punitivos em valor a ser arbitrado

    por esse MM. Juzo;

    3.1.3. Com base no Cdigo de Defesa do Consumidor, a

    inverso dos nus da prova;

    3.1.4. A condenao da r nas custas do processo,

    honorrios de sucumbncia e demais cominaes legais;

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    4. PROTESTA por todos os meios de prova admitidos em direito,

    especialmente depoimento, testemunhas e documentos, requerendo-as, desde j, ad cautelam;

    4.1. Requer-se, desde logo, a intimao das testemunhas:

    4.1.1. Sr. RENATO BRITO JNIOR, brasileiro, casado, consultor

    de vendas, domiciliado em Belo Horizonte MG, e residente na Rua Hlcio Correa, n. 110, apto

    202, Bairro Hava, CEP 30.555-150, titular da carteira de identidade n. M 1.749.702, expedida

    pela SSP/MG e inscrito no CPF sob o n. 257.324.556-04;

    4.1.2. Sr.a. SOLANGE MARIA DE SANTANA, brasileira, separada

    judicialmente, secretria, domiciliada em Belo Horizonte MG, e residente na Rua Congonhal, n.

    728, apto 104, Bloco 17, Bairro Santa Teresinha, CEP 31.360-020, titular da carteira de identidade

    n. M 2.143.753, expedida pela SSP/MG e inscrita no CPF sob o n. 204.231.956-20.

    5. Valor da Causa: R$ 2.000,00.

    Pede deferimento.

    Belo Horizonte MG, 30 de outubro de 2012.

    VINCIUS JOSE MARQUES GONTIJO O.A.B./M.G. 64.295

    ALESSANDRA RODRIGUES DE CARVALHO O.A.B./M.G. 129.559