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TribunalInform / SmTemaJurisprudncia

PRINCPIOS

Princpios - Desenvolvimento sustentvel - Acepo social possvel vislumbrar alguma acepo social no princpio do desenvolvimento sustentvel? H doutrina que a defesa do desenvolvimento sustentvel, envolveria, alm da conciliao do desenvolvimento scio-econmico com a preservao ambiental, um carter social, reconhecendo-o como forma de garantia da justia por meio da realizao da distribuio de riqueza. LC 140. Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, no exerccio da competncia comum a que se refere esta Lei Complementar: II - garantir o equilbrio do desenvolvimento socioeconmico com a proteo do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicao da pobreza e a reduo das desigualdades sociais e regionais;

STJ - 6aT402Princpios - InsignificnciaMesmo diante dos princpios da precauo e da preveno, que para alguns suplantariam os princpios de garantias dos cidados, h de se considerar, diante do caso concreto, a possibilidade de aplicao do P. da Insignificncia.

Questo TRF1D) Em razo do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que exigido dos cidados, predominantemente, um non facere em relao ao meio ambiente.(E) GABARITO PRELIMINAR-exige-se uma postura ativa (facere) e uma postura omissiva (non facere).

Questo TRF1Desdestinao - impossibilidadeE) O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado afasta eventual tentativa de desafetao ou desdestinao indireta.(E) GABARITO PRELIMINARDESDESTINAO - a desafetao do bem desapropriado que despojado do carter pblico . "o ato jurdico stricto sensu, administrativo ou constante da lei, pelo que se desveste de sua destinao pblica o bem, para faz-lo volver categoria de propriedade privada"

Questo TRF1Princpio da informaoA) O relatrio de qualidade do meio ambiente, instrumento da Poltica Nacional do Meio Ambiente, entendido como aplicao do princpio da responsabilizao.(E) GABARITO PRELIMINAR-princpio da informao, que se caracteriza como um subprincpio do princpio democrtico ou princpio da participao.

P. Poluidor PagadorP. Poluidor-pagador: Pode ser entendido como um instrumento economico que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevencao, reparacao e repressao dos danos ambientais. O principio visa a atribuir uma expressao monetaria ao custo social da poluicao, deslocando-o da coletividade para introduzi-lo como mais um custo do processo produtivo a ser arcado pelo empreendedor (internalizao das externalidades negativas). Apresenta duas vertentes bem definidas: (1) carater preventivo, que busca evitar a ocorrencia de danos, e (2) carater repressivo, reparar o dano causado. O presente principio nao e uma chancela para poluir, pois nao se limita a suportar a poluicao mediante um preco, nem apenas busca o equivalente pecuniario dos danos ambientais causados. Alem e antes busca evitar o dano.

Privatizao dos lucros e socializao dos danos essa a lgica do capitalismo. O direito ambiental visa reverter esse raciocnio.

P. Poluidor Pagador - Logstica reversa ou responsabilidade ps-consumoO que logstica reversa ou responsabilidade ps-consumo? Obrigao de produtores e comerciante de baterias, pilhas, pneus e agrotxicos de dar destinao aos produtos no mais utilizados pelos consumidores. Se o produto / servio fornecido, aps o seu uso, virar lixo, quem foi o fornecedor tem obrigao de recolher esse material.

Lei n. 12.305/10 Art. 31. Sem prejuzo das obrigaes estabelecidas no plano de gerenciamento de resduos slidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes tm responsabilidade que abrange:III - recolhimento dos produtos e dos resduos remanescentes aps o uso, assim como sua subsequente destinao final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logstica reversa na forma do art. 33;

Questo TRF1Internalizao das externalidades negativasB) Os instrumentos ambientais relacionados ao exerccio do poder de polcia no podem ensejar impactos no custo da produo, mesmo que em defesa do meio ambiente.(E) GABARITO PRELIMINAR-a necessidade da internalizao das externalidades negativas, que decorre do princpio do poluidor pagador, infirma a afirmao da assertiva. O art. 170, VI da CF estabelece a defesa do meio ambiente como um princpio da ordem econmica.

P. Usurio PagadorP. Usurio-pagador: definicao de valor economico ao bem natural, com intuito de racionalizar o seu uso e evitar seu desperdicio. De frisar que, ao contrario do poluidor, o usuario nao provoca, em principio, nenhum dano ao meio ambiente. A causa do pagamento da compensacao e tao so a utilizacao de recursos naturais escassos. Havendo algum dano ambiental, o pagador passara a ser considerado poluidor, incidindo no dever de reparacao decorrente do principio do poluidor-pagador e nao propriamente do usuario-pagador. Assim, enquanto o poluidor-pagador possui um carater de sancao, o usuario-pagador mais se assemelha a um onus.

P. Usurio PagadorExiste limite na definio nessa cobrana? O limite no vedar o acesso aos menos favorecidos. Rico ou pobre poderia pagar do mesmo jeito? comum leis que tarifas sociais (ex. gua), quem consome mais pagaria tarifa maior.

Smula 407 STJ - legtima a cobrana da tarifa de gua fixada de acordo com as categorias de usurios e as faixas de consumo.

Questo TRF1Princpio LimiteC) O padro de qualidade ambiental instrumento abrangente que representa uma anlise do impacto de certo empreendimento na ocasio de sua instalao.(E) GABARITO PRELIMINAR- PRINCPIO DO LIMITE - em determinadas situaes, a legislao permite a utilizao dos recursos ambientais quando atendidos os parmetros legalmente estabelecidos.Lei 6.938/81 Art 4 - A POLTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE VISAR: III - ao ESTABELECIMENTO DE CRITRIOS E PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL e de NORMAS RELATIVAS AO USO E MANEJO DE RECURSOS AMBIENTAIS;Art. 8 Compete ao CONAMA: VII - ESTABELECER NORMAS, CRITRIOS E PADRES RELATIVOS AO CONTROLE E MANUTENO DA QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE com vistas ao USO RACIONAL DOS RECURSOS AMBIENTAIS, principalmente os hdricos.

Questo TRF1D) A criao de zonas estritamente industriais envolvendo a instalao de polos cloroqumicos matria que se encontra na esfera da competncia concorrente entre a Unio e os estados.(E) GABARITO PRELIMINARLei 6.803/80. Art . 10. 2 Caber exclusivamente Unio, ouvidos os Governos Estadual e Municipal interessados, aprovar a delimitao e autorizar a implantao de zonas de uso estritamente industrial que se destinem localizao de plos petroqumicos, cloroqumicos, carboqumicos, bem como a instalaes nucleares e outras definidas em lei.

Questo TRF1Zoneamento Econmico econlgicoE) O zoneamento econmico ecolgico constitui instrumento de organizao territorial, de carter obrigatrio e vinculado.(C) GABARITO PRELIMINARDecreto 4.297/02. Art. 2o O ZEE, instrumento de organizao do territrio a ser obrigatoriamente seguido na implantao de planos, obras e atividades pblicas e privadas, estabelece medidas e padres de proteo ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hdricos e do solo e a conservao da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentvel e a melhoria das condies de vida da populao. Art. 3o O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decises dos agentes pblicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manuteno do capital e dos servios ambientais dos ecossistemas.

P. do protetor recebedorprincpio do protetor-recebedor, tem fundamento em uma lgica inversa ao princpio do poluidor-pagador. A ideia central do princpio do protetor-recebedor remunerar todo aquele que, de uma forma ou de outra, deixou de explorar um recurso natural que era seu, em benefcio do meio ambiente e da coletividade, ou promoveu alguma coisa, tambm com o mesmo propsito. Nesses casos, estamos falando de pagamento por servios ambientais prestados.

Ex.: cota de reserva florestal.

COMPETNCIA

Oral TRF5Competncia01) Trate da repartio de competncia em matria ambiental e se houve alguma alterao recente sobre o tema.Resposta:Embora haja expressa previso constitucional no sentido de ser comum a todos os entes competncia material para proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas (artigo 23, VI), e de haver previso de competncia legislativa concorrente Unio, Estados e DF para legislar sobre florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio (art. 24, VI), deve ser levado em conta que h competncia privativa da Unio para legislar sobre guas e energia (art. 22, IV), jazidas, minas e outros recursos minerais (art. 22, XII), alm da competncia material privativa da Unio para organizar, manter e executar a inspeo do trabalho (art. 21, XXIV), tendo-se em conta que o mbito laboral tambm integra o conceito de meio ambiente. Pode-se dizer, em linhas gerais, portanto, que h competncias que so atribudas apenas Unio, e que as demais so atribudas a todos os entes, no exerccio do chamado Federalismo de Cooperao.A matria ligada competncia para o licenciamento era tratada predominantemente no artigo 10 da Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente, com base na preponderncia do interesse, razo pela qual em regra era atribuda aos rgos estaduais, salvo quando se tratasse de obra com significativo impacto ambiental de mbito nacional ou regional. A matria foi detalhada pelas Resolues 1 e 237 do CONAMA. J a competncia fiscalizatria era exercida por todos os entes, haja vista ser competncia da natureza comum.Recentemente a Lei Complementar 140/2011 tratou de regular o tema da cooperao entre os entes. No que tange ao licenciamento foi mantida, em linhas gerais, a noo de predominncia do interesse. J no que tange ao poder fiscalizatrio, deu-se prevalncia atuao exercida pelo ente responsvel pelo licenciamento, embora no se tenha suprimido completamente a competncia dos demais, porm, com preferncia para a palavra dada pelo ente licenciador.

COMPETNCIA LEGISLATIVA E MATERIAL

Competncia legislativa - Meio ambiente Natural x Artificial x Cultural x Do TrabalhoCompetncia legislativaMeio ambiente do trabalho a competncia privativa da unio (M e E no legislam)as demais situaes (natural, artificial e cultural) a competncia concorrente.

STJ - 1aT STJ - 2aT360 443Competncia - Autoridade administrativa - Auto de infraoA Lei n. 9.605/1998 confere a todos os funcionrios dos rgos ambientais integrantes do sistema nacional do meio ambiente (Sisnama) o poder de lavrar autos de infrao e instaurar processos administrativos, desde que designados para as atividades de fiscalizao. A Lei n. 11.516/2007 acrescenta: desde que precedido de ato de designao prprio da autoridade ambiental. Info 443: nulo o auto de infrao ambiental lavrado por autarquia estadual quando o servidor responsvel pela autuao no foi previamente designado para a atividade fiscalizatria, o que contraria o disposto nos arts. 70, 1, da Lei n. 9.605/1998 e 6, pargrafo nico, da Lei n. 10.410/2002.

STF Pleno509Competncia legislativa - Amianto - vedao do uso por lei estadualembora tivesse precedente em sentido diverso (ADI 2656), em nova apreciao da matria, o STF no vislumbrou inconstitucionalidade na lei estadual que probe o uso, no mbito da respectiva unidade da Federao, de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou arbesto, ainda que exista lei federal que expressamente o autorize. De fato, h lei federal nesse sentido (Lei 9.055/95), porm, na viso da ilustrada maioria, nisso se anteveria afronta ao direito sade (CF, art. 196), haja vista os danos sade ocasionados pela substncia em comento, segundo tem sido afirmado pela comunidade cientfica internacional, com reflexos em normas internacionais.

STF PlenoADPF 234Amianto - Constitucionalidade da Lei Paulista que veda TransporteADPF 234 MC / DF - COMPETNCIA NORMATIVA TRANSPORTE AMIANTO. Surge relevante pedido voltado a afastar do cenrio jurdico-normativo diploma estadual a obstaculizar o transporte de certa mercadoria na regio geogrfica respectiva do estado.

Observou caber Unio legislar, privativamente, sobre transporte inclusive de cargas perigosas e sobre comrcio interestadual e internacional. Assinalou, ademais, inexistir lei complementar que delegue aos Estados-membros a disciplina do tema. Afirmou que, se cada Estado-membro impusesse restries ao comrcio, ora vedando o acesso aos prprios mercados, ora impedindo a exportao por meio das regies de fronteiras internacionais, seria o fim da Federao. Salientou, nesse sentido, que incumbiria Unio explorar os portos organizados, bem como regular o transporte rodovirio de cargas.Frisou que, a corroborar essa orientao, a Corte tem declarado a inconstitucionalidade de normas estaduais que interferem na liberdade de comrcio interestadual e internacional. Reputou que, sob o enfoque da liberdade de locomoo, no se poderia restringir o acesso dos particulares ao servio pblico, que deve ser regular e eficiente, por expresso mandamento constitucional.O relator consignou, por fim, que a lei adversada proibiria o uso e no o transporte da referida mercadoria. Explicou que quem usa o faria em termos finais, seria titular de uma das faculdades inerentes ao domnio. Aquele que transporta, por sua vez, prestaria um servio, mas no deteria, necessariamente, a titularidade da coisa para si. Desse modo, se proibido o uso do amianto no Estado de So Paulo, no o seria o transporte quando o material estivesse destinado a outros Estados da Federao ou ao exterior, no que no configuraria uso na acepo tcnica da palavra.

STF pleno642Amianto - Constitucionalidade da Lei Paulista que veda Transportea despeito da constitucionalidade da norma estadual que probe o uso, disso no se extrai permisso para que reste inviabilizado o transporte interestadual e internacional desse tipo de cargas, na medida em que ainda subsistem leis estaduais que autorizam o manejo do amianto crisotila. Assim decidiu o STF, conquanto anteriormente tenha sinalizado, em juzo de cognio sumria, que a Lei 9.055/95 se revelaria inconstitucional ao permitir o uso dessa substncia.

Oral TRF1Competncia - Municpio1) Os municpios podem legislar sobre matria ambiental? 2) Qual o critrio dessa competncia concorrente?Resposta:Sim. Em matria ambiental a competncia executiva comum entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios (CF, art. 23, VI). Desta forma, para que o Municpio desempenhe essa competncia executiva sem entraves, lhes reconhecida, por conseguinte, a competncia legislativa em matria ambiental, a qual h der ser exercida de acordo com dois critrios: (i) assunto ambiental de interesse local (CF, art. 30, I); e (ii) suplementar a legislao ambiental federal e estadual (CF, art. 30, II).

COMPETNCIA JURISDICIONAL

STJ - 3aS365Competncia Jurisdicional - Mata AtlnticaEmbora a mata atlntica integre o patrimnio nacional, no se enquadra na definio de bem da Unio e, por isso, no atrai a competncia da Justia Federal. Sendo assim, competente a Justia estadual para processar e julgar crime ambiental de desmatamento da floresta nativa da mata atlntica.

STJ - 3aS402Competncia Jurisdicional - Floresta AmaznicaO desmatamento da floresta amaznica em terreno objeto de propriedade particular enseja competncia do juzo de Direito, e no da Justia Federal, ao entendimento de que no h que confundir patrimnio nacional com bem da Unio.

STF - 1aT544Competncia Jurisdicional - Rio que banhe mais de 2 estados de competncia da justia federal a ao cujo objeto versa sobre poluio em rio que banhe mais de um estado, ainda que os danos se dem em apenas um deles, posto que se trata de bem da Unio a invocar a atrao de competncia posta no art. 109 IV CF.

STJ - 3aS428Competncia Jurisdicional - Conduta praticada no entorno de uma Unidade de Conservao FederalCompete ao juizado especial federal processar e julgar crime ambiental (art. 39 da Lei n. 9.605/1998) decorrente do corte de rvores (palmito) em floresta de preservao permanente sem autorizao do IBAMA, que administra o Parque Nacional de Itatiaia, por ser rea particular vizinha unidade de conservao.

TRF 2Ementrio Temtico 70Competncia Jurisdicional - Conduta praticada no entorno de uma Unidade de Conservao FederalA competncia da Justia Federal se firma quando as condutas so praticadas no entorno de uma Unidade de Conservao Federal. A competncia do E. Plenrio do TRF inconteste, porquanto figura no plo passivo Chefe do Executivo Municipal, acusado da prtica de crimes de competncia federal.

TRF 2Sm 40Competncia JurisdicionalEm se tratando de crimes ambientais, a regra a competncia da Justia Estadual, exceto se praticados em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, de suas entidades autrquicas e empresas pblicas.

STJ 3a S 474Competncia - JF - Crime ambiental - Extrao - Cascalhoos delitos relativos extrao irregular de recursos minerais, por estes serem bens da Unio, so da competncia da Justia Federal.

LICENCIAMENTO

STJ 2aT417LicenciamentoA formalizao de qualquer das modalidades de unidade de conservao de proteo integral invalida as licenas ambientais anteriormente concedidas.

Licenciamento - Viabilidade ambiental e controle pelo P JudicirioA licena ambiental ato vinculado ou discricionrio? Viabilidade ambiental mrito administrativo, o Judicirio poderia controla-lo? Se o empreendimento no tem viabilidade ambiental, Judicirio poder restringir. Se existe viabilidade o Judicirio no poderia determinar qual a forma que a administrao deve proceder (foi o que ocorreu no Rio So Francisco no teria como o magistrado substituir o Executivo em definir qual a melhor forma de realizar o empreendimento).

Oral TRF12) Apresente uma reflexo a respeito de impacto ambiental, j que se tem o conceito semntico, jurdico e cientfico? Qual a natureza jurdica de um licenciamento ambiental? Toda licena precedida de EIA?Resposta:Impacto ambiental a alterao no meio ou em algum de seus componentes por determinada ao ou atividade; a definio jurdica vem expressa no art. 1 da Res. 1, de 23.1.86 do CONAMA, "considera-se impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades sociais e econmicas; a biota; as condies estticas e sanitrias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais"; a definio semntica, diferente do sentido tcnico pode ser definida como a estimativa ou o julgamento do significado e do valor do efeito ambiental para os receptores natural, socioeconmico e humano. Efeito ambiental a alterao mensurvel da produtividade dos sistemas naturais da qualidade ambiental, resultante de uma atividade econmica. (Vocabulrio bsico de meio ambiente); a definio de Impacto Ambiental est associada alterao ou efeito ambiental considerado significativo por meio da avaliao do projeto de um determinado empreendimento, podendo ser negativo ou positivo. Cuidar que impacto no dano, nem o positivo nem o negativo, a resultante de todos os impactos, quando negativa, pode ser dano, considerando-se dano sinnimo de prejuzo (que decorre do confronto do componente positivo com o componente negativo).A natureza jurdica do Licenciamento de procedimento administrativo, com o fim de obteno de licena ambiental. J a natureza jurdica da licena ambiental objeto de muitas divergncias na doutrina, se consistiria em ato administrativo, na modalidade licena administrativa (vinculado), autorizao administrativa (discricionrio), ou ainda uma nova espcie de ato administrativo, que reuniria caractersticas de licena e de autorizao.Nem toda licena exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de significativa degradao ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licena atravs de outros meios, como o plano de controle ambiental, mais simples que o EIA.

Oral TRF2Degradao x poluio6) Diferena entre degradao e poluio ambiental.Resposta:Esta diferenciao pode ser obtida dos conceitos trazidos pela Lei n 6.938/81 (Poltica Nacional do Meio Ambiente). Degradao a alterao adversa das caractersticas do meio ambiente. J a poluio a degradao da qualidade ambiental resultantes de atividades que ou indiretamente: prejudiquem sade, a segurana e o bem estar da populao; criem condies adversas s atividades sociais e econmicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente; lacem matrias ou energia em desacordo com os padres ambientais estabelecidos.7) H relao de gnero e espcie?Resposta:Sim, a poluio uma espcie qualificada da degradao. A poluio agrega ao conceito de degradao o fato de ser resultante de atividades humanas, notadamente, que prejudiquem sade, a segurana e o bem estar da populao; criem condies adversas s atividades sociais e econmicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente; lacem matrias ou energia em desacordo com os padres ambientais estabelecidos.

Oral TRF21) Para que haja a concesso de uma licena ambiental preciso estudo de impacto ambiental necessariamente? Caso fosse instado a determinar a suspenso de licena ambiental pela ausncia do estudo preliminar/anterior, deferiria?Resposta:Nem toda licena exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de significativa degradao ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licena atravs de outros meios, como o plano de controle ambiental, plano de manejo e plano de recuperao de rea degradada, mais simples que o EIA. A questo referente suspenso da licena, sem prvio EIA, impe uma anlise casustica, pois, conforme delineado, nem sempre necessria sua realizao. Caso fosse impositiva a elaborao do EIA, restaria patente a ilegalidade da dispensa.

Oral TRF1Licenciamento - Direito adquirido7) No direito ambiental o licenciamento gera direito adquirido? Quais so as espcies de licenciamento ambiental?Resposta:No h direito adquirido, pois as condies exigidas no licenciamento devem ser mantidas no s na instalao, mas durante todo o funcionamento do empreendimento, sob pena de revogao do ato. Ademais aps o fim da validade da licena, podero ser exigidas novas condies, que se mostrarem adequadas no caso concreto. So trs as espcies de licenciamento ambiental, as quais encontram-se previstas na Resoluo n. 237/97 do CONAMA. Licena Prvia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao; Licena de Instalao (LI) - autoriza a instalao do empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; Licena de Operao (LO) - autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao.

Oral TRF1Licenciamento Mltimos3) possvel, legtima ter licenciamentos mltiplos? O STJ Resp 588022 entendeu que podem existir vrias espcies de licenciamento sobre um mesmo empreendimento, e neste caso no haveria ilegitimidade.Resposta:Via de regra, o licenciamento ambiental feito de acordo com a preponderncia do interesse, que pode ser federal (mbito nacional ou regional), estadual ou municipal. Entretanto, existem atividades e obras que tero importncia ao mesmo tempo para a Nao e para os Estados e, nesse caso, pode at haver duplicidade de licenciamento, foi o que restou decidido no REsp 588022, no obstante o art. 7, da Resoluo Conama n 237/97, preconizar ser inadmissvel mais de um licenciamento.

Oral TRF1Licenciamento - Dispensa pela administrao - Controle judicial11) O ato da administrao de dispensa do licenciamento ambiental pode ser controlado pelo Poder Judicirio?Resposta:Sim, apesar de se tratar de deciso discricionria, essa deciso pode ser controlada atravs da ao civil pblica, visto que a derrogao indevida desse instrumento significa, normalmente, o primeiro passo para a concretizao do dano ambiental. Apesar de envolver um juzo discricionrio (tcnico e valorativo), o ato pode ser objeto de apreciao pelo juiz, que deve considerar os valores constitucionais de proteo ao meio ambiente, alm dos aspectos legais, referentes parte vinculada do ato administrativo. De outro lado, tambm deve ser levado em conta o princpio da inafastabilidade do controle jurisdicional, segundo o qual garantida a necessria tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida em sociedade, tal qual a dispensa do licenciamento ambiental.

COMPENSAO AMBIENTAL

STFADI 3378 / DFCompensao ambiental - Constitucionalidade da previso legalA tarifao da compensao do dano ambiental definido por lei foi considerado constitucional? No. O STF entendeu ser inconstitucional o estabelecimento de um critrio mnimo que necessariamente deveria ser pago pelo empreendedor, isso porque h casos em que inexistir dano ambiental a ser compensado.

AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS 1, 2 E 3 DA LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAO DEVIDA PELA IMPLANTAO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO 1 DO ART. 36. 1. O compartilhamento-compensao ambiental de que trata o art. 36 da Lei n 9.985/2000 no ofende o princpio da legalidade, dado haver sido a prpria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservao da natureza. De igual forma, no h violao ao princpio da separao dos Poderes, por no se tratar de delegao do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 2. Compete ao rgo licenciador fixar o quantum da compensao, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatrio - EIA/RIMA. 3. O art. 36 da Lei n 9.985/2000 densifica o princpio usurio-pagador, este a significar um mecanismo de assuno partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econmica. 4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensao ambiental que se revela como instrumento adequado defesa e preservao do meio ambiente para as presentes e futuras geraes, no havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefcios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 5. Inconstitucionalidade da expresso "no pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantao do empreendimento", no 1 do art. 36 da Lei n 9.985/2000. O valor da compensao-compartilhamento de ser fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, aps estudo em que se assegurem o contraditrio e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixao de percentual sobre os custos do empreendimento. 6. Ao parcialmente procedente.

Compensao ambiental possvel que o MP ingresse com ACP com valor alm do valor j compensado (o dano exatamente aquele previsto no licenciamento)? Se no houver nenhum dano que extrapole aquele j previsto no EIA/RIMA, que j foi abrangido pela compensao ambiental, no ser possvel postular indenizao.

STJREsp 896863 / DFCompensao ambiental x Valor devido no caso de ocorrncia de dano ambiental - Institutos de natureza distintas2. O artigo 36 da Lei n. 9.985/2000 prev o instituto de compensao ambiental com base em concluso de EIA/RIMA, de que o empreendimento teria significativo impacto ambiental e mensurao do dano previsvel e indispensvel a sua realizao.3. A compensao tem contedo reparatrio, em que o empreendedor destina parte considervel de seus esforos em aes que sirvam para contrabalanar o uso de recursos naturais indispensveis realizao do empreendimento previsto no estudo de impacto ambiental e devidamente autorizados pelo rgo competente.4. O montante da compensao deve ater-se queles danos inevitveis e imprescindveis ao empreendimento previsto no EIA/RIMA, no se incluindo aqueles que possam ser objeto de medidas mitigadoras ou preventivas.5. A indenizao por dano ambiental, por seu turno, tem assento no artigo 225, 3, da Carta da Repblica, que cuida de hiptese de dano j ocorrido em que o autor ter obrigao de repar-lo ou indenizar a coletividade. No h como se incluir nesse contexto aquele foi previsto e autorizado pelos rgos ambientais j devidamente compensado.6. Os dois institutos tm natureza distinta, no havendo bis in idem na cobrana de indenizao, desde que nela no se inclua a compensao anteriormente realizada ainda na fase de implantao do projeto .

EIA/RIMA

EIA/RIMAToda atividade precisa do EIA/RIMA? No, somente as atividades de significativo impacto ambiental. Quando no tem EIA/RIMA existe algum outro estudo? Existe algum que no seja EIA/RIMA ou todos so EIA/RIMA? EIA grande impacto; AIA avaliao de impacto ambiental mais simples. (impactos menores) EIA/RIMA analisa a rea geogrfica, existe alguma determinao de um espao mnimo dessa rea? rea mnima seria a bacia hidrogrfica.

A concluso do EIA/RIMA vinculante administrao? Se a concluso for que de que haver dano ao meio ambiente, diz-se que haveria discricionariedade por parte da administrao. Se a concluso for de que no h ofensa, a administrao estaria vinculada a deferir o licenciamento. Ofensa discricionrio;No ofensa ao MA vinculativo, deveria permitir o empreendimento.

TRF22) Qual a diferena entre Estudo de Impacto Ambiental e Relatrio de Impacto ao Meio Ambiente?Resposta:O EIA responsvel por dizer a respeito da coleta de material, analise, bibliografia (textos), bem como estudo das provveis consequncias ambientais que podem ser causados pela obra. Este estudo tem por finalidade analisar os impactos causados pela obra, propondo condies para sua implantao e qual o procedimento que dever ser adotado para sua construo. J o RIMA um relatrio conclusivo que traduz os termos tcnicos para esclarecimento, analisando o Impacto Ambiental. Este relatrio responsvel pelos levantamentos e concluses, devendo o rgo pblico licenciador analisar o relatrio observando as condies de empreendimento.

TRF23) O RIMA pode ser dispensado?Resposta:O RIMA documento que sempre deve acompanhar o EIA. Trata-se de documento trs de maneira sucinta e acessvel a concluses obtidas no EIA, de natureza mais tcnica. O RIMA tem como fim proporcionar o acesso do pblico em geral, da sociedade, informaes do EIA, funo que no pode ser suprimida. Assim, conclui-se que o RIMA s poder ser dispensado quando o EIA o for tambm.

TRF24) Como o juiz, no havendo o RIMA para a obra, essa pode ser embargada?Resposta:Sim, sendo prevista a exigncia do EIA/RIMA para a licena, ou ainda que no exigido pela administrao, entendendo o judicirio pela sua necessidade, possvel o embargo da obra pela prpria Administrao, que dever lavrar auto de infrao, ou ainda pelo Judicirio, em face da patente ilegalidade verificada.

Oral TRF14) O EIA pode ser sigiloso para evitar especulao imobiliria?Resposta:Ainda que a especulao imobiliria no seja uma consequncia esperada pela realizao de alguma obra ou empreendimento, a publicidade requerida pela natureza dos bens jurdicos envolvidos deve vir em primeiro lugar, a titularidade coletiva dos bens ambientais exigem a publicidade dos atos que impliquem na potencial degradao. O EIA deve permitir a participao pblica na aprovao de um processo de licenciamento ambiental que contenha este tipo de estudo, atravs de audincias pblicas com a comunidade que ser afetada pela instalao do projeto.

Oral TRF18) No EIA, preciso obrigatoriamente um engenheiro agrnomo? Tem que ser feito o estudo por uma equipe multidisciplinar?Resposta:A elaborao do EIA deve ficar a cargo de uma equipe multidisciplinar formada por tcnicos nos diversos setores necessrios para uma completa anlise dos impactos ambientais positivos e negativos do projeto, para confeco de um estudo detalhado sobre a obra ou atividade. Tendo em vista que uma anlise completa normalmente requer a presena desses profissionais, comum a sua presena na equipe, entretanto, no requisito necessrio a elaborao conjunta com um agrnomo. Ex.: possvel a elaborao de um EIA por um conjunto de geografo, bilogo, engenheiro florestal, etc.

Oral TRF28) EIA e RIMA. Pode exigir-los para o meio ambiente artificial?Resposta:Sim. Segundo Edis Milar, meio ambiente artificial aquele constitudo pelo espao urbano construdo, consubstanciado no conjunto de edificaes (espao urbano fechado) e dos equipamentos pblicos (ruas, praas, reas verdes, espaos livres em geral: espao urbano aberto). Uma vez aceito o conceito holstico do meio ambiente como produto das interaes e relaes da sociedade humana com o mundo natural, o meio ambiente construdo, ou artificial, passa a ser objeto das polticas ambientais, caindo sob a alada no apenas do Direito Ambiental como tambm do Direito Urbanstico e regulamentaes especficas. Nesse sentido, pode-se exigir a elaborao do EIA e RIMA para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente artificial, at mesmo porque o art. 225, IV, da CF/88, no faz distino, devendo o meio ambiente, no caso, ser entendido no seu sentido mais amplo. A prpria Res. CONAMA 001/86, ao incluir dentre as atividades que necessitam EIA/RIMA, aeroportos e projetos urbansticos, deixou claro a possibilidade de sua aplicao ao meio ambiente artificial.

FLORA (APP, reserva legal, servido florestal, cota de reserva florestal)

CDIGO FLORESTAL

Uso alternativo do soloO que uso alternativo do solo? rea de imvel rural que no app nem reserva legal.

Reserva Legal - Imvel urbanoReserva legal existe sobre imvel rurais ou tambm incide sobre imvel urbano? Pelo art. 3o, III do novo cdigo florestal imvel rural em rea urbana que no tem construo tem que ter reserva.

Reserva Legal - Exploraorea de reserva legal admite algum tipo de explorao? Sim. Possibilidade de explorao indireto, mas depende de licenciamento.

Questo TRF1B) O Cdigo Florestal probe que o poder pblico realize reflorestamento de preservao permanente em reas de propriedade privada.(E) GABARITO PRELIMINARLei 4.771/65 - Art. 18. Nas terras de propriedade privada, onde seja necessrio o florestamento ou o reflorestamento de preservao permanente, o Poder Pblico Federal poder faz-lo sem desapropri-las, se no o fizer o proprietrio.

Questo TRF1C) A fiscalizao ambiental das atividades florestais deve ser realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA), em carter exclusivo, quando se tratar de florestas pblicas.(E) GABARITO PRELIMINARLei 4.771/65. Art. 22. A Unio, diretamente, atravs do rgo executivo especfico, ou em convnio com os Estados e Municpios, fiscalizar a aplicao das normas deste Cdigo, podendo, para tanto, criar os servios indispensveis. Pargrafo nico. Nas reas urbanas, a que se refere o pargrafo nico do art. 2 desta Lei, a fiscalizao da competncia dos municpios, atuando a Unio supletivamente.

Questo TRF1Servio Floretal BrasileiroD) Na estrutura do Ministrio do Meio Ambiente, o Servio Florestal Brasileiro atua exclusivamente na gesto das florestas pblicas, com competncia para exercer a funo de rgo gestor.(C) GABARITO PRELIMINARLei 11.284/06. Art. 55. O SFB atua exclusivamente na gesto das florestas pblicas e tem por competncia: I - exercer a funo de rgo gestor prevista no art. 53 desta Lei, no mbito federal, bem como de rgo gestor do FNDF;

STJ - 1aS449cdigo Florestal - Reserva Legal - Averbao - Transcrio - Ttulo aquisitivo da propriedadeA palha da cana-de-acar est inclusa no regime previsto pelo art. 27 da Lei n. 4.771/1965 (Cdigo Florestal), da sua queima sujeitar-se autorizao dos rgos ambientais competentes (pargrafo nico do mencionado artigo de lei e do disposto no Dec. n. 2.661/1998), sem prejuzo de outras exigncias inerentes tutela ambiental decorrentes da constituio e das leis. Essa prtica tambm proporciona a responsabilizao civil por eventuais danos de qualquer natureza causados ao meio ambiente. A proibio de queima prevista no aludido artigo abrange todas as formas de vegetao, inclusive as culturas renovveis, tal qual a cana-de-acar decorrente da atividade agrcola.

STJ 2aT405Cdigo Florestal - Reserva Legal - Averbao - Transcrio - Ttulo aquisitivo da propriedadecorreta a interpretao do Cdigo Florestal no sentido de considerar a averbao da reserva legal como condio da transcrio de ttulos aquisitivos de propriedade. A norma do art. 1 da Lei n. 4.771/1965 foi plenamente recepcionada pela CF/1988. Sempre que uma lei comporta mais de uma interpretao, necessrio interpret-la do modo mais coerente com o sistema no qual est inserida. A defesa do meio ambiente naturalmente implica restrio ao direito de propriedade. E a melhor forma de tornar efetiva essa obrigao vincular qualquer modificao na matrcula do imvel averbao da reserva florestal

Questo TRF1Concesso FlorestalE) A concesso florestal consiste em delegao onerosa do direito de realizar manejo florestal sustentvel a pessoa fsica ou jurdica, mediante licitao.(E) GABARITO PRELIMINAR-na concesso florestal a delegao somente poder ser feita para pessoa jurdica.Lei 11.284/06. Art. 3. VII - concesso florestal: delegao onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentvel para explorao de produtos e servios numa unidade de manejo, mediante licitao, pessoa jurdica, em consrcio ou no, que atenda s exigncias do respectivo edital de licitao e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

UNIDADES DE CONSERVAO

STFA CF e o STFConsulta pblica - No vinculao da deciso importante salientar que a consulta pblica, no obstante se constitua em instrumento essencialmente democrtico, que retira o povo da plateia e o coloca no palco dos assuntos pblicos, no tem, aqui, a natureza de um plebiscito. Algumas manifestaes contrrias criao da estao ecolgica no tm a fora de inviabilizar o empreendimento, at porque a finalidade da consulta pblica apenas subsidiar a definio da localizao, da dimenso e dos limites mais adequados para a unidade (art. 5 do Decreto 4.340/02). Isso quer dizer que a deciso final para a criao de uma unidade de conservao do Chefe do Poder Executivo. O que este se obriga a fazer, segundo a lei, apenas ouvir e ponderar as manifestaes do povo, o que, segundo a nota tcnica de fls. 512/513, parece haver ocorrido.

Questo TRF1A) A unidade de conservao pode ser criada por meio de lei ou decreto, e, em caso de abranger rea particular, no se aplica a desafetao, pois o domnio no se transmite ao poder pblico, em nenhuma circunstncia.(E) GABARITO PRELIMINAR

Questo TRF1C) A necessidade de manuteno de cobertura vegetal protetora de recursos hdricos e da estrutura do solo justifica a proteo de determinado espao territorial.(C) GABARITO PRELIMINAR

Questo TRF1D) A legislao prev, de forma taxativa, como espaos passveis de proteo, reas marginais a cursos de gua, topos de morros e montanhas, escarpas e bordas de tabuleiros e chapadas, restingas.(E) GABARITO PRELIMINAR- possvel que ato do poder pblico venha a determinar uma rea de preservao permanente (art. 3, Lei 4.771/65).

Oral TRF5Unidades de conservao3) O que se entende por unidade de conservao e qual sua natureza jurdica? Quais os requisitos necessrios para a implementao das unidades de conservao? necessria a consulta pblica?Resposta:As unidades de conservao so uma das modalidades de espaos ambientais territoriais protegidos que devem ser institudos pelo poder pblico. Sua disposio legal est na Lei 9.985/2000, que aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza, o SNUC. De acordo com o art. 2, I, da Lei 9.985/2000, unidade de conservao espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, legalmente institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e limites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo; Importante destacar que a enorme maioria das unidades de conservao existentes no Brasil de propriedade pblica, porm, pode haver instituio de unidade de conservao em terras particulares o que, se no alcanada doao por parte do particular, gerar a necessidade de desapropriao. Para a instituio de uma unidade de conservao so necessrios: a relevncia natural; o carter oficial; a delimitao territorial; o objetivo conservacionista; o regime especial de proteo e a consulta pblica, conforme art. 22, pargrafo 2, da Lei 9.985/2000.

Oral TRF5Unidades de conservao4) Quais os dois grandes grupos em que se dividem as unidades de conservao? Elas esto em conformidade com o novo Cdigo Florestal?Resposta:Os dois grupos so - unidades de proteo integral e unidades de uso sustentvel. Nas primeiras dever ser observada a manuteno dos ecossistemas livres de alteraes causadas por interferncia humana. J as de uso sustentvel h explorao do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos processos ecolgicos. Integram as unidades de proteo integral a estao ecolgica, a reserva biolgica o parque nacional, o monumento natural e o refgio de vida silvestre. J as unidades de uso sustentvel so integradas por rea de proteo ambiental, rea de relevante interesse ecolgico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentvel e reserva particular do patrimnio natural.Com relao a segunda indagao, houve profunda alterao por parte do Novo Cdigo Florestal .

Oral TRF25) Pode o poder pblico extinguir APAs, por exemplo, atravs de decreto? A supresso somente mediante lei, aprovada pelo parlamento. Art. 225, 1, III da CF.Resposta:Via de regra, no direito brasileiro, a criao e extino de institutos, segue o princpio da simetria, ou seja, extinto pela mesma modalidade de ato administrativo que o criou. No caso de reas de Preservao Permanente, entretanto, por disposio constitucional (Art. 225, 1, III da CF), s podem ser extintas por lei, ainda que tenham sido criadas mediante decreto do poder executivo.

FAUNA

BiocdioO que e onde est previsto o biocdio? Declarao universal dos direitos dos animais (Bruxelas, 1978) prescreve que a morte de um animal sem necessidade biocdio; de vrios de uma mesma espcie, genocdio.

STJ 2aT405Animais - Prticas cruis (art. 225, p. 1o, VII, CR) - Controle de Zoonose - Gs asfixiante - Meio cruela utilizao de meio cruel para esse fim est proibida sob pena de violao do art. 225 da CF/1988, do art. 3 da Declarao Universal dos Direitos dos Animais e do art. 32 da Lei n. 9.605/1998. Assim, o uso de gs asfixiante nesses centros tido por medida de extrema crueldade que viola o sistema normativo de proteo aos animais. O uso do gs sequer se justifica pelo fundamento de que o administrador pblico est a exercer o dever discricionrio. No se pode acolher que, com base nessa discricionariedade, o administrador realize prtica ilcita, certo que h liberdade na escolha do mtodo a ser utilizado, caso haja meios que se equivalham entre os no cruis, mas nunca o exerccio da discricionariedade que implique violao da prpria finalidade legal.

STF Pleno628 / ADI 1856Animais - Rinha de Galo - Vedao s prticas cruis contra animais x Manifestao culturalo Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar a inconstitucionalidade da Lei fluminense 2.895/98 (julgado relacionado s "rinhas de galo"). Salientou-se, de um lado, a ntima conexo entre o dever tico-jurdico de preservao da fauna e o de no-incidncia em prticas de crueldade e, de outro, a subsistncia do gnero humano em um meio ambiente ecologicamente equilibrado (direito de terceira gerao). Assinalou-se que a proteo conferida aos animais pela parte final do art. 225, 1, VII, da CF teria, na Lei 9.605/98 (art. 32), o seu preceito incriminador, o qual pune, a ttulo de crime ambiental, a inflio de maus-tratos contra animais.

AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - BRIGA DE GALOS (LEI FLUMINENSE N 2.895/98) - LEGISLAO ESTADUAL QUE, PERTINENTE A EXPOSIES E A COMPETIES ENTRE AVES DAS RAAS COMBATENTES, FAVORECE ESSA PRTICA CRIMINOSA - DIPLOMA LEGISLATIVO QUE ESTIMULA O COMETIMENTO DE ATOS DE CRUELDADE CONTRA GALOS DE BRIGA - CRIME AMBIENTAL (LEI N 9.605/98, ART. 32) - MEIO AMBIENTE - DIREITO PRESERVAO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAO (OU DE NOVSSIMA DIMENSO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - PROTEO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, 1, VII) - DESCARACTERIZAO DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - AO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAO ESTADUAL QUE AUTORIZA A REALIZAO DE EXPOSIES E COMPETIES ENTRE AVES DAS RAAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A PRTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA - INCONSTITUCIONALIDADE. - A promoo de briga de galos, alm de caracterizar prtica criminosa tipificada na legislao ambiental, configura conduta atentatria Constituio da Repblica, que veda a submisso de animais a atos de crueldade, cuja natureza perversa, semelhana da farra do boi (RE 153.531/SC), no permite sejam eles qualificados como inocente manifestao cultural, de carter meramente folclrico. Precedentes. - A proteo jurdico-constitucional dispensada fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domsticos ou domesticados, nesta classe includos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamental vedou, em clusula genrica, qualquer forma de submisso de animais a atos de crueldade. - Essa especial tutela, que tem por fundamento legitimador a autoridade da Constituio da Repblica, motivada pela necessidade de impedir a ocorrncia de situaes de risco que ameacem ou que faam periclitar todas as formas de vida, no s a do gnero humano, mas, tambm, a prpria vida animal, cuja integridade restaria comprometida, no fora a vedao constitucional, por prticas aviltantes, perversas e violentas contra os seres irracionais, como os galos de briga (gallus-gallus). Magistrio da doutrina.

STF 2aTAnimais - Farra do boiCOSTUME - MANIFESTAO CULTURAL - ESTMULO - RAZOABILIDADE - PRESERVAO DA FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigao de o Estado garantir a todos o pleno exerccio de direitos culturais, incentivando a valorizao e a difuso das manifestaes, no prescinde da observncia da norma do inciso VII do artigo 225 da Constituio Federal, no que veda prtica que acabe por submeter os animais crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado "farra do boi".

STJ 2aT481Pesca - Ausncia de menode artefato na Portaria da SUDEPE - inesistncia poca da edio da portariao fato de a portaria da Sudepe no ter feito meno quele artefato ao livrar da proibio de pesca comercial os pescadores artesanais e amadores diz respeito unicamente sua inexistncia poca em que editada tal portaria (no caso, pesca subaqutica amadora com arbalete - arma disparadora de arpes), e no real vontade regulamentadora de vedar a pesca subaqutica amadora com o uso do arbalete. No h, pois, carter restritivo, apenas lacuna relativa a desenvolvimento tcnico.

GUA

Questo TRF1C) A CF divide o domnio das guas entre a Unio e os municpios conforme a localizao dos corpos de gua.(E) GABARITO PRELIMINAR-a diviso feita entre Unio (art. 20, III, CF) e Estados (art. 26, I, CF).

Questo TRF1A) A lei de gesto de recursos hdricos permite ao Poder Executivo federal delegar aos estados e ao DF competncia para conceder outorga de direito de uso de recurso hdrico de domnio da Unio.(C) GABARITO PRELIMINARLei 9.433/97. Art. 14. 1 O Poder Executivo Federal poder delegar aos Estados e ao Distrito Federal competncia para conceder outorga de direito de uso de recurso hdrico de domnio da Unio.

Questo TRF1B) Quando se tratar de bacia hidrogrfica situada em terras indgenas, a comunidade indgena dever ser representada por membros de entidades ambientais federais.(E) GABARITO PRELIMINARLei 9.433/97. Art. 39. 3 Nos Comits de Bacia Hidrogrfica de bacias cujos territrios abranjam terras indgenas devem ser includos representantes: I - da Fundao Nacional do ndio - FUNAI, como parte da representao da Unio; II - das comunidades indgenas ali residentes ou com interesses na bacia.

MINERAO

Questo TRF1Recursos Minerais - PropriedadeB) As jazidas pertencem ao proprietrio do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, sendo-lhe garantida, ainda, a propriedade do produto da lavra.(E) GABARITO PRELIMINAR- os recursos minerais, inclusive os do subsolo pertencem Unio (art. 20, IX, CF). As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra (art. 176, CF).

RESPONSABILIDADE

RESPONSABILIDADE CIVIL

oral trf1 2) E se o meu empreendimento for atingido por um terremoto, eu sou responsvel, se for uma empresa que envolva riscos radioativos?Resposta:A responsabilidade civil em matria ambiental objetiva, independe da verificao da culpa do agente, isso ponto pacfico na doutrina e jurisprudncia. Este regime adotado em vrios diplomas legais (Lei 6.453/77, art. 4, sobre danos nucleares; Cdigo Civil, art. 927, p. nico; Lei 11.105/05, art. 20, sobre biossegurana; Lei 12.305/2010, sobre resduos slidos; Lei 6.938/81, art. 14, 1, sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente). A questo que ainda provoca polmica diz respeito ao fato de esta responsabilidade objetiva estar suportada na teoria do risco integral ou no. Para Milar, nada obstante acoimada de radical, parece fora de dvida ter-se vinculado a responsabilidade objetiva, em matria ambiental, teoria do risco integral, que atende preocupao de se estabelecer um sistema o mais rigoroso possvel, ante ao alarmante quadro de degradao que se assiste no s no Brasil, mas em todo o mundo. Ou seja, o dever de indenizar se faz presente to s em face do dano, ainda nos casos de culpa exclusiva da vtima, fato de terceiro, caso fortuito ou de fora maior. Nesse sentido, se meu empreendimento, uma empresa que envolva riscos radioativos, for atingido por um terremoto, ela ser responsvel e, se for insolvente, eu tambm serei, pois sua personalidade jurdica ser desconsiderada. Basta a criao do risco e a existncia de nexo de causalidade entre esse risco criado e o dano produzido, qualquer que seja sua causa. Adverte-se, todavia, que o tema polmico e que parte da doutrina e da jurisprudncia no admite a teoria do risco integral, aceitando a possibilidade da existncia de causas excludentes da responsabilidade (caso fortuito, fora maior, fato exclusivo da vtima ou de terceiro).

TRF1 ORAL3) A pretenso reparatria de dano coletivo imprescritvel?Resposta:Segundo Milar, o Direito enxerga o dano ambiental sob dois aspectos distintos: a) o dano ambiental coletivo, causado ao meio ambienta globalmente considerado, em sua concepo difusa; b) o dano ambiental individual ou pessoal, sofrido pelas pessoas e seus bens. No caso do dano coletivo, o nosso ordenamento no conta com disciplina especfica em matria prescricional, a ser veiculada atravs de ao civil pblica. Mas segundo ele, tudo leva concluso de que se inscreve no rol das aes imprescritveis, somente admitindo-se a prescrio para a pretenso envolvendo direitos patrimoniais de carter pessoal, no para pretenses quanto a direitos difusos, com caracterstica bsica da indisponibilidade, insuscetveis de apreciao econmica, que no tm titular determinvel, sob pena de sacrificar-se toda a coletividade, que a titular. No mesmo sentido: Em matria de prescrio cumpre distinguir qual o bem jurdico tutelado: se eminentemente privado seguem-se os prazos normais das aes indenizatrias; se o bem jurdico indisponvel, fundamental, antecedendo a todos os demais direitos, pois sem ele no h vida, nem sade, nem trabalho, nem lazer , considera-se imprescritvel o direito reparao. 8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos indisponveis e como tal est dentre os poucos acobertados pelo manto da imprescritibilidade a ao que visa reparar o dano ambiental. (STJ, RESP 1120117, Eliana Calmon, 2a T., DJe 19/11/2009). Tambm: TRF4, AC 200104010455879, Thompson Flores, 3 T., DJ 04/09/2002.

TRF1 ORAL 4) E se vrias empresas reunidas so autoras de dano ecolgico, uma dela se imiscuindo, existe algum bice em relao s demais? Responsabilidade solidria? Como apurar a responsabilidade ambiental em relao reparao, como magistrado o senhor aplicaria qual tipo de medida?Resposta:No. No existe bice em responsabilizar as demais empresas e eu adotaria o seguinte entendimento do STJ a respeito: Qualquer que seja a qualificao jurdica do degradador, pblico ou privado, no Direito brasileiro a responsabilidade civil pelo dano ambiental de natureza objetiva, solidria e ilimitada, sendo regida pelos princpios do poluidor-pagador, da reparao in integrum, da prioridade da reparao in natura, e do favor debilis, este ltimo a legitimar uma srie de tcnicas de facilitao do acesso Justia, entre as quais se inclui a inverso do nus da prova em favor da vtima ambiental. Precedentes do STJ. (v.g.: STJ, RESP 1071741, Herman Benjamin, 2 T., 16/12/2010). pacfica a jurisprudncia do STJ no sentido de que, mesmo na existncia de mltiplos agentes poluidores, no existe obrigatoriedade na formao do litisconsrcio, uma vez que a responsabilidade entre eles solidria pela reparao integral do dano ambiental (possibilidade se demandar de qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo).

TRF1 ORAL5) A responsabilidade civil ambiental apenas difusa? Na responsabilidade difusa a responsabilidade objetiva, e contra um particular, esta responsabilidade continua a ser objetiva?Resposta:No, a responsabilidade no apenas difusa. Como j fizemos referncia em resposta a questo anterior, segundo Milar, o Direito enxerga o dano ambiental sob dois aspectos distintos: a) o dano ambiental coletivo, causado ao meio ambienta globalmente considerado, em sua concepo difusa; b) o dano ambiental individual ou pessoal, sofrido pelas pessoas e seus bens. A responsabilidade civil, tanto numa hiptese, como na outra, objetiva e solidria. As diferenas sero quanto ao prazo prescricional, a legitimidade para exigir a reparao e o tratamento da reparao do dano.

TRF1 ORAL6) A responsabilidade ambiental civil a mesma do direito administrativo?Resposta:Em linhas gerais, a responsabilidade civil ambiental tem os mesmos parmetros da responsabilidade civil do Estado, no Direito Administrativo, pois tratam ambas de responsabilidade objetiva, que no exige a apurao de culpa, bastando a existncia do evento danoso e do nexo de causalidade entre o evento e o dano provocado ao meio ambiente e a terceiros. As diferenas estaro no aspecto dos danos causados, que podero ser de duas ordens (dano ambiental coletivo em sua concepo difusa e dano ambiental individual ou pessoal), assim como na admissibilidade ou no das excludentes de responsabilidade (caso fortuito, fora maior, fato exclusivo da vtima ou de terceiro). Alm disso, na responsabilidade civil ambiental, dar-se- sempre preferncia reparao do dano mediante tutela especfica, visando a restaurao do meio ambiente ao seu estado anterior.

TRF1 ORAL7) Qual a teoria que prevalece na responsabilidade ambiental, em termos de nexo de causalidade?Resposta:A responsabilidade civil ambiental, como j fizemos referncia, alm de ser objetiva, tambm solidria, de forma que, existindo mltiplos agentes que tenham concorrido para a produo do dano, todos podem ser responsabilizados ou qualquer um deles isoladamente, no sendo necessrio a formao de litisconsrcio, de forma que podemos enxergar a a presena da teoria da equivalncia dos antecedentes causais. Para Cavalieri Filho, citando Aguiar Dias, entretanto, prevalece no mbito civil a teoria da causalidade adequada. Mas o efeito prtico disso a possibilidade de inverso do nus da prova, judicial e extrajudicial, que uma conseqncia da aplicao do Princpio da Precauo. A transferncia do nus da prova para os potenciais poluidores ocorreria nos seguintes casos, conforme Canotilho: a) quando ainda no se verificaram danos ao meio ambiente, todavia, eles podero vir a ocorrer, diante falta de prova cientfica; b) quando os danos j ocorreram, porm, no se tem conhecimento da sua causa principal; c) quando os danos ocorreram, mas no h prova do nexo de causalidade entre o dano e a fonte poluidora. Assim, o Principio da Precauo impe ao sujeito que desenvolve uma atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente o nus de provar que sua atividade no lhe oferece riscos. A inverso do nus da prova, portanto, abarca a certeza cientifica e tambm o risco incerto do dano ambiental. Desta forma, o princpio que norteia a inverso do nus da prova no Direito do Consumidor seria aplicvel ao Direito Ambiental, pois as razes que justificam a sua ocorrncia so comuns em ambos os casos.

TRF1 ORAL8) Qual a diferena entre a teoria do risco integral e a do risco criado, e qual delas o ordenamento adotou?Resposta:A teoria do risco criado, que tem em Caio Mrio, segundo Cavalieri, seu mais ardoroso adepto, impe quele que, em razo de sua atividade ou profisso, cria um perigo, a obrigao de reparao do dano que causar, salvo prova de haver adotado todas as medidas idneas para evit-lo. Importa numa ampliao do risco proveito, aumenta os encargos do agente, porm, mais equitativa para a vtima, que no tem que provar que o dano resultou de uma vantagem ou de um benefcio obtido pelo causador do dano, que deve assumir as conseqncias de sua atividade. J a teoria do risco integral, uma modalidade extremada da doutrina do risco destinada a justificar o dever de indenizar, segundo Cavalieri, at nos casos de inexistncia do nexo causal. O dever de indenizar se faz presente to s em face do dano, ainda nos casos de culpa exclusiva da vtima, fato de terceiro, caso fortuito e fora maior. Mas essa posio no pacfica, pois alguns doutrinadores no enxergam na teoria do risco integral a possibilidade de excluso do nexo causal, mas apenas a inadmissibilidade das excludentes de responsabilidade. Algum nexo causal h que haver, por menor que seja, como a simples existncia da atividade geradora de risco.

STJ 2aT473Responsabilidade Civil - Compensao ambiental x condenao por danos imprevistos - bis in idempara a 2 Turma do STJ so cumulveis as indenizaes por compensao ambiental (danos inerentes ao empreendimento e previstos no EIA/RIMA) e aquela por danos ambientais imprevistos, pois se tratam de medidas de natureza distinta, no havendo falar-se em bis in idem. Desse modo, os dois institutos tm natureza distinta, no havendo bis in idem na cobrana de indenizao desde que nela no se inclua a compensao anteriormente realizada ainda na fase de implantao do projeto.

STJ 2aT427Responsabilidade Civil - Indenizao - A obrigao de recuperar o meio ambiente degradado compatvel com a indenizao pecuniria por eventuais prejuzos, at sua restaurao plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restaurao imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em regra, no se fala em indenizao.

STJ 2aT427Responsabilidade Civil - Benefcios econmicosOs benefcios econmicos que se auferiu com a explorao ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, caput, da CF/1988) devem reverter coletividade.

STJ 2aT429Responsabilidade CivilEm se tratando de reparao civil, fundamental a comprovao do dano.

Questo TRF1A) Ao impor a obrigao de reparao ao poluidor, o legislador sugere a demonstrao da culpa em razo de as atividades poluidoras causarem danos ao meio ambiente ou a terceiros.(E) GABARITO PRELIMINAR-responsabilidade objetiva Art. 14. 1, Lei 6.938/81.

Questo TRF1C) Em matria ambiental, a administrao responde civilmente por ato de terceiros, por culpa in omittendo proveniente de medidas de polcia.(E) GABARITO PRELIMINAR

Questo TRF1D) A teoria da faute du service public no aplicada em relao administrao pblica envolvida na proteo ambiental por ausncia de acolhimento da jurisprudncia nacional.(E) GABARITO PRELIMINAR

Questo TRF1E) No que se refere ao reconhecimento da responsabilidade administrativa em caso de dano ambiental, adota-se, na legislao brasileira, a teoria do risco criado.(C) GABARITO PRELIMINAR

Responsabilidade Civil - Dano moral coletivo tema conflituoso na doutrina e na jurisprudncia a possibilidade de ocorrncia de dano moral coletivo em funo de degradao ambiental. que como, de um modo geral, esta atinge apenas reflexa e pulverizadamente sujeitos indeterminados, via de regra no se mostra capaz de abalar o psicolgico da coletividade. Prevalece, todavia, a corrente que o entende possvel, desde que sejam provados fatos concretos dos quais se possa inferir razoavelmente um real dano na psique da comunidade afetada pela degradao. Assim, o dano moral difuso ou coletivo no poderia ser presumido pelo s fato de ter sido praticado um ato poluente, fazendo-se necessrio prova contundente de que efetivamente houve um sofrimento psquico por parte da universalidade de sujeitos indiretamente atingidos, o que inexistiu no caso da questo. Nesse sentido: 2. Ad argumentandum tantum, ainda que ultrapassado o bice erigido pelas Smulas 282 e 356 do STF, melhor sorte no socorre ao recorrente, mxime porque a incompatibilidade entre o dano moral, qualificado pela noo de dor e sofrimento psquico, e a transindividualidade, evidenciada pela indeterminabilidade do sujeito passivo e indivisibilidade da ofensa objeto de reparao, conduz no indenizabilidade do dano moral coletivo, salvo comprovao de efetivo prejuzo dano. 3. Sob esse enfoque decidiu a 1 Turma desta Corte, no julgamento de hiptese anloga, verbis: "PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. DANO AMBIENTAL. DANO MORAL COLETIVO. NECESSRIA VINCULAO DO DANO MORAL NOO DE DOR, DE SOFRIMENTO PSQUICO, DE CARTER INDIVIDUAL. INCOMPATIBILIDADE COM A NOO DE TRANSINDIVIDUALIDADE (INDETERMINABILIDADE DO SUJEITO PASSIVO E INDIVISIBILIDADE DA OFENSA E DA REPARAO). RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO." (REsp 598.281/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, Rel. p/ Acrdo Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02.05.2006, DJ 01.06.2006) 4. Nada obstante, e apenas obiter dictum, h de se considerar que, no caso concreto, o autor no demonstra de forma clara e irrefutvel o efetivo dano moral sofrido pela categoria social titular do interesse coletivo ou difuso, consoante assentado pelo acrdo recorrido:"...Entretanto, como j dito, por no se tratar de situao tpica da existncia de dano moral puro, no h como simplesmente presumi-la. Seria necessria prova no sentido de que a Municipalidade, de alguma forma, tenha perdido a considerao e a respeitabilidade e que a sociedade uruguaiense efetivamente tenha se sentido lesada e abalada moralmente, em decorrncia do ilcito praticado, razo pela qual vai indeferido o pedido de indenizao por dano moral." (STJ. RESP n 821891, DJE: 12/05/2008).

STJ 1aT439Responsabilidade Civil - Reserva Legal - Atual proprietrioA obrigao de demarcar, averbar e restaurar a rea de reserva legal nas propriedades rurais constitui limitao administrativa ao uso da propriedade privada, a qual se destina a tutelar o meio ambiente, que deve ser defendido e preservado. Por ter como fonte a prpria lei e por incidir sobre as propriedades em si, configura dever jurdico (obrigao ex lege) que se transfere automaticamente com a transferncia do domnio (obrigao propter rem), podendo, em consequncia, ser imediatamente exigvel do proprietrio atual independentemente de qualquer indagao a respeito da boa-f do adquirente ou de outro nexo causal que no o que se estabelece pela titularidade do domnio.

STJ 2aT471Responsabilidade Civil - Reflorestamento - Obrigao propter remDessa forma, embora esteja a rea h muito tempo desmatada, o proprietrio que tem a obrigao de recuper-la, em vez de explor-la economicamente, como vinha ocorrendo. Essa obrigao de recuper-la independe do fato de ter sido o proprietrio o autor da degradao ambiental, mas decorre de obrigao propter rem, que adere ao ttulo de domnio ou posse.

STJResponsabilidade Civil - Reflorestamento e Averbao da Reserva Legal - Dispensa da demonstrao de Culpa / Nexo Causalidade5. Os deveres associados s APPs e Reserva Legal tm natureza de obrigao propter rem, isto , aderem ao ttulo de domnio ou posse. Precedentes do STJ. 6. Descabe falar em culpa ou nexo causal, como fatores determinantes do dever de recuperar a vegetao nativa e averbar a Reserva Legal por parte do proprietrio ou possuidor, antigo ou novo, mesmo se o imvel j estava desmatado quando de sua aquisio. Sendo a hiptese de obrigao propter rem, desarrazoado perquirir quem causou o dano ambiental in casu, se o atual proprietrio ou os anteriores, ou a culpabilidade de quem o fez ou deixou de fazer. Precedentes do STJ. (STJ. RESP n 948921, DJ: 11.11.2009).

STJ 1aT STJ 2aT360 433Legitimidade PassivaInfo 360 - 1aT: A ao civil pblica ou coletiva que objetiva a responsabilizao por dano ambiental pode ser proposta contra o poluidor, pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, responsvel direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradao ambiental (art. 3, IV, da Lei n. 6.938/81), todos co-obrigados solidariamente indenizao, mediante litisconsrcio facultativo. A sua ausncia no acarreta a nulidade do processo. Info 433 - 2aT: mesmo havendo vrios agentes poluidores, a jurisprudncia do STJ firme quanto a no ser obrigatria a formao de litisconsrcio, visto que a responsabilidade de reparao integral do dano ambiental solidria.

STJ 2aT399Legitimidade Passiva - Responsabilidade - PJDP - Omisso - Municpio - Loteamento irregular - RegressoMesmo aplicando multa e embargando a obra, se o municpio no impede a consumao do dano ambiental, deve ser responsabilizado conjuntamente com o loteador pelos prejuzos da advindos; entretanto, posteriormente, poder acionar a prprio loteador regressivamente, porque, conforme o artigo 40 da Lei n. 6.766/1979, est obrigado a promover a regularizao do loteamento s expensas do loteador.

STJ 2aT427Legitimidade Passiva - Responsabilidade - PJDP - OmissoA jurisprudncia do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a legitimidade passiva de pessoa jurdica de direito pblico (no caso, estado-membro) na ao que busca a responsabilidade pela degradao do meio ambiente, em razo da conduta omissiva quanto a seu dever de fiscaliz-lo.

STJ 2aT404Legitimidade Passiva - Adquirente do imvel - Nexo de causalidadeA responsabilidade por danos ambientais objetiva e, como tal, no exige a comprovao de culpa, bastando a constatao do dano e do nexo de causalidade. Contudo, no obstante a comprovao do nexo de causalidade ser a regra, em algumas situaes dispensa-se tal necessidade em prol de uma efetiva proteo do bem jurdico tutelado. isso que ocorre na esfera ambiental, nos casos em que o adquirente do imvel responsabilizado pelos danos ambientais causados na propriedade, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos. A responsabilidade por danos ao meio ambiente, alm de objetiva, tambm solidria.

DoutrinaEmagisResponsabilidade - Obrigao de restaurar o dano - Inaplicao de: i)Desafetao / ii) Teoria do Fato consumado / iii) direito adquiridoNo compatvel com nossa ordem jurdica a pretensa desafetao do bem ambientalmente protegido. A consumao da degradao ambiental no exime o responsvel da obrigao de continuar protegendo a rea e de repar-la.

A indisponibilidade do meio ambiente e a imprescritibilidade do dano ambiental conduzem concluso de que no se pode invocar a teoria do fato consumado como justificativa para no recuperar o bem atingido.

No h direito adquirido continuao da situao de ilcito ambiental. O dano ambiental permanente e no se convalesce com o decurso do tempo. Doutrina. Jurisprudncia. Nesse sentido:2. Inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo incapaz de curar ilegalidades ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados as geraes futuras carece de voz e de representantes que falem ou se omitam em seu nome. 3. Dcadas de uso ilcito da propriedade rural no do salvo-conduto ao proprietrio ou posseiro para a continuidade de atos proibidos ou tornam legais prticas vedadas pelo legislador, sobretudo no mbito de direitos indisponveis, que a todos aproveita, inclusive s geraes futuras, como o caso da proteo do meio ambiente. 4. As APPs e a Reserva Legal justificam-se onde h vegetao nativa remanescente, mas com maior razo onde, em conseqncia de desmatamento ilegal, a flora local j no existe, embora devesse existir. (STJ. RESP n 948921, DJ: 11.11.2009). 10. Na forma do art. 225, caput, da Constituio de 1988, o manguezal bem de uso comum do povo, marcado pela imprescritibilidade e inalienabilidade. Logo, o resultado de aterramento, drenagem e degradao ilegais de manguezal no se equipara ao instituto do acrescido a terreno de marinha, previsto no art. 20, inciso VII, do texto constitucional. 11. incompatvel com o Direito brasileiro a chamada desafetao ou desclassificao jurdica tcita em razo do fato consumado. (STJ. RESP n 650728, DJE: 02/12/2009).

STJ 2aT404 / 418nus da Prova - Inverso - EmpreendedorNas aes civis ambientais, o carter pblico e coletivo do bem jurdico tutelado e no eventual hipossuficincia do autor da demanda em relao ao ru conduz concluso de que alguns direitos do consumidor tambm devem ser estendidos ao autor das aes civis ambientais, pois essas buscam resguardar (e muitas vezes reparar) o patrimnio pblico coletivo consubstanciado no meio ambiente. A essas regras, soma-se o princpio da precauo. Esse preceitua que o meio ambiente deve ter em seu favor o benefcio da dvida no caso de incerteza (por falta de provas cientificamente relevantes) sobre o nexo causal entre determinada atividade e um efeito ambiental nocivo. Assim, ao interpretar o art. 6, VIII, da Lei n. 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985, conjugado com o princpio da precauo, justifica-se a inverso do nus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente lesiva o nus de demonstrar a segurana do empreendimento. (ver na aba Proc Civil o tema ACP)

STJResp 933079 424 e 425Inverso do nus da prova - Antecipao do pagamentoREsp 933.079: Em relao ao adiantamento das despesas com a prova pericial, a iseno inicial do MP no aceita pela jurisprudncia de ambas as turmas, diante da dificuldade gerada pela adoo da tese. Abandono da interpretao literal para impor ao parquet a obrigao de antecipar honorrios de perito, quando figure como autor na ao civil pblica.

No Info 424, a 1a Seo em Embargos de Divergncia: na condio de autor de ao civil pblica, o Ministrio Pblico, na percia que requereu, no se incumbe de adiantar as despesas referentes a honorrios do expert, contudo isso no permite que o juzo obrigue a outra parte a faz-lo.

No Info 425 - 2aT: A Primeira Seo deste Superior Tribunal j decidiu que, conquanto no se possa obrigar o MP, como parte autora, a adiantar os honorrios do perito na ao civil pblica, diante do disposto no art. 18 da Lei n. 7.347/1985, tambm no se pode impor tal obrigao ao particular, tampouco exigir que o trabalho do perito seja prestado gratuitamente. Logo, nesse impasse, afigura-se plausvel a deciso adotada na determinao de utilizar recursos do Fundo Estadual de Reparao de Interesses Difusos Lesados, criado por Lei estadual, considerando que a ACP objetiva algo previsto como destinao do aludido fundo.

Art. 18. Nas aes de que trata esta lei, no haver adiantamento de custas, emolumentos, honorrios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenao da associao autora, salvo comprovada m-f, em honorrios de advogado, custas e despesas processuais. (Redao dada pela Lei n 8.078, de 1990)

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Infrao administrativa - Previso por meio de decretoH ofensa ao princpio da legalidade a delegao da definio das infraes por parte do decreto? Ponderao o que a lei coloca como crime, o decreto pode repetir. O que se tem vedado a criao de infrao diretamente pelo decreto. Sob esse fundamento o STJ tem entendido que no haveria infrao legalidade. Quando no havia a previso legal, as multas eram ilegais. Depois da 9605 seriam legais.

STJ 2aT413Responsabilidade Administrativa - Demolio de obra (art. 72, VIII) - auto executoriedade luz do art. 72, VIII, da Lei n. 9.605/1998, no dotada de auto executoriedade a demolio de obras j concludas, mesmo como sanes administrativas de cunho ambiental. (O IBAMA poder figurar no plo ativo de ACP que vise a esta finalidade)

STJAtuao do rgo federal - hiptese de licenciamento de competncia do rgo estadual1. Havendo omissao do orgao estadual na fiscalizacao, mesmo que outorgante da licenca ambiental, pode o IBAMA exercer o seu poder de policia administrativa, pois nao ha confundir competencia para licenciar com competencia para fiscalizar.2. A contrariedade a norma pode ser anterior ou superveniente a outorga da licenca, portanto a aplicacao da sancao nao esta necessariamente vinculada a esfera do ente federal que a outorgou.3. O pacto federativo atribuiu competencia aos quatro entes da federacao para proteger o meio ambiente atraves da fiscalizacao.4. A competencia constitucional para fiscalizar e comum aos orgaos do meio ambiente das diversas esferas da federacao, inclusive o art. 76 da Lei Federal n. 9.605/98 preve a possibilidade de atuacao concomitante dos integrantes do SISNAMA.5. Atividade desenvolvida com risco de dano ambiental a bem da Uniao pode ser fiscalizada pelo IBAMA, ainda que a competencia para licenciar seja de outro ente federado. (AgRg no REsp 711405/PR, STJ 2aT)

ATENAO: O pargrafo nico do art. 23 da CF foi regulamentado pela LC 140/11 pondendo ser extrada a seguinte concluso: em principio, o ente que possui a competencia de licenciar a atividade poluidora tambem detem de modo preferencial a competencia para fiscaliza-la, tal como disciplinado na legislacao infraconstitucional. Entretanto, havendo perigo iminente ou atual ao meio ambiente os demais entes federados estao autorizados a agir cautelarmente e/ou existindo omissao e inercia do ente originalmente atribuido da competencia para licenciar, fica o ente diverso autorizado a agir com base no poder de policia, fiscalizando o particular e, se for o caso, aplicando sancoes.

doutrinaemagisMulta aplicada por entes federados diferentes (Unio x Estado), qual deve prevalecerespecificamente quanto as multas ambientais, ja existia dispositivo atinente a questao que no intuito de evitar bis in idem, estabelecendo que o pagamento de multa ambiental estadual ou municipal substituiria a federal, desde que se relacionassem a mesma hipotese de incidencia e ocorresse o efetivo pagamento, nao bastando a celebracao de termos de compromisso ou composicao do dano, a nao ser que o ente federal tambem participasse do acordo. E o que dispunham o art. 76 da Lei 9.605/98 e o paragrafo unico do art. 12 do Decreto 6.514/08.

A prevalencia do auto de infracao lavrado pelo proprio ente competente para o licenciamento ambiental sobre outros autos e sancoes dos entes diversos esta agora expressamente prevista na parte final do 3o do art. 17 da LC 140/11 (prevalecendo o auto de infracao ambiental lavrado por orgao que detenha a atribuicao de licenciamento ou autorizacao). Assim, mesmo que a multa federal seja maior, se o ente competente para licenciar for estadual ou mesmo municipal, a multa desses ultimos prevalecera mesmo que menor, nao cabendo a cobranca de quaisquer diferencas em relacao a multa federal.

REsponsabilidade Penal da PJH possibilidade de HC em prol da PJ? Sozinha o STJ no tem admitido PJ como paciente de HC, mas em litisconsrcio com a PF seria admitido.

PRESCRIO

STJSm 467Prescrio - Multa AdministrativaSmula 467 STJPrescreve em cinco anos, contados do trmino do processo administrativo, a pretenso da Administrao Pblica de promover a execuo da multa por infrao ambiental.

Prescrio intercorrenteExiste possibilidade prescrio intercorrente? Sim, sua previso encontra-se insculpida no pargrafo 1o do art. 1o da Lei 9873.

Lei 9.873. Art. 1o. 1o Incide a prescrio no procedimento administrativo paralisado por mais de trs anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos sero arquivados de ofcio ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuzo da apurao da responsabilidade funcional decorrente da paralisao, se for o caso.

STJ 1aT502Prescrio - Infrao que caracteriza crime - Prescrio prevista na rea penalA Turma reiterou que a pretenso punitiva da Administrao Pblica em relao infraoadministrativa que tambm configura crime em tese somente se sujeita ao prazo prescricional criminal quando instaurada a respectiva ao penal.

STJ - 2aT415Prescrio - Dano ambientalNo conflito entre estabelecer um prazo prescricional em favor do causador do dano ambiental, a fim de lhe atribuir segurana jurdica e estabilidade com natureza eminentemente privada, e tutelar de forma mais benfica bem jurdico coletivo, indisponvel, fundamental, que antecede todos os demais direitos pois sem ele no h vida, nem sade, nem trabalho, nem lazer o ltimo prevalece, por bvio, concluindo pela imprescritibilidade do direito reparao do dano ambiental.

STJ - 1aS428 Rec RepPrescrio - Multa AdministrativaIncide o prazo de cinco anos (art. 1 da Lei 9873/99) para que, no exerccio do poder de polcia, a Administrao Pblica Federal (direta ou indireta) apure o cometimento da infrao legislao do meio ambiente. Esse prazo deve ser contado da data da prtica do ato ou, no caso de infrao permanente ou continuada, do dia em que houver cessado a infrao. Observou-se que o art. 1 da Lei n. 9.873/2009 estabeleceu o prazo para a constituio do crdito, no para a cobrana judicial do crdito inadimplido. Ressaltou, ainda, que, antes da MP n. 1.708/1998, convertida na Lei n. 9.873/1999, no existia prazo decadencial (nota-se aqui que o STJ veio a corrigir a impropriedade da Lei em dizer que o prazo para constituio do crdito era prescricional) para o exerccio do poder de polcia por parte da Administrao Pblica Federal, por isso a penalidade aplicada, nesses casos, sujeita-se apenas ao prazo prescricional de cinco anos, em razo da aplicao analgica do art. 1 do Dec. n. 20.910/1932. Ademais, a jurisprudncia tambm j assentou que, por se tratar de multa administrativa, no aplicvel a regra geral de prescrio do CC, seja o de 1916 ou o de 2002.

STF 1aT639Teoria da Dupla Imputao - Condenao apenas da PJ possvel a condenao de pessoa jurdica pela prtica de crime ambiental, ainda que haja absolvio da pessoa fsica relativamente ao mesmo delito. Reputou-se que a Constituio respaldaria a ciso da responsabilidade das pessoas fsica e jurdica para efeito penal. (importante julgado relacionado Teoria da Dupla imputao. Haveria a exigncia de imputao do fato tanto pessoa jurdica como pessoa fsica, mas seria possvel condenao apenas da primeira)

BIODIVERSIDADE

Questo TRF1A) Incluem-se entre os objetos de proteo, no mbito da biodiversidade, aspectos relacionados biotecnologia, tais como a utilizao de sistemas biolgicos, organismos vivos e derivados na fabricao ou modificao de produtos ou processos para uso especfico.(C) GABARITO PRELIMINARDIVERSIDADE BIOLGICA significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens e os complexos ecolgicos de que fazem parte: compreendendo ainda a diversidade dentro das espcies, entre espcies e de ecossistemas.

Questo TRF1B) O texto constitucional no incluiu em seus dispositivos a proteo biodiversidade.(E) GABARITO PRELIMINAR-CF, Art. 225. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: II - preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico;

Questo TRF1D) A Conveno da Biodiversidade Biolgica foi o primeiro documento a definir, no cenrio internacional, a proteo biodiversidade.(E) GABARITO PRELIMINAR-h inmeras convenes anteriores que tratavam de aspectos especficos - - CONVENO SOBRE O COMRCIO INTERNACIONAL DAS ESPCIES DE FAUNA E FLORA SELVAGENS EM PERIGO DE EXTINO (CITES); CONVENO SOBRE CONVENO DOS RECURSOS DO ATLNTICO; CONVENO DAS NAES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR

DIVERSOS

Carter sinrgico do dano ambientalO que o carter sinrgico do dano ambiental? Dano ambiental de difcil constatao, pode decorrer da cumulao de diversos fatores (vrios fatores concorrendo para o dano).

STJ 3aT450ACP - Cumulao de pedidosentendeu ser possvel, em ACP ambiental, a cumulao de pedidos de condenao obrigao de fazer (reflorestamento de rea) e de pagamento pelo dano material causado. Assinalou que o mecanismo processual da ACP adequado para que se pleiteiem, cumulativamente, a reparao pecuniria do dano causado e o cumprimento de obrigao de fazer tendente recuperao da rea atingida pelo desmatamento.

STJ 1a, 2a e 3a TEmagisACP - Cumulao de pedidosEm que pese a letra do art. 3 da Lei 7.347/85 (A ao civil poder ter por objeto a condenao em dinheiro ou o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer), a ao civil pblica pode trazer a cumulao de pedidos, um envolvendo obrigao de fazer ou no fazer e outro relacionado a condenao em dinheiro. A partcula ou utilizada nesse preceito no interpretada como uma alternativa excludente, mas como uma forma de autorizar a cumulao. Isso, esclarea-se, inclusive em matria de dano ambiental. Por todos: A jurisprudncia do STJ est firmada no sentido de que a necessidade de reparao integral da leso causada ao meio ambiente permite a cumulao de obrigaes de fazer e indenizar (...) A reparao ambiental deve ser feita da forma mais completa possvel, de modo que a condenao a recuperar a rea lesionada no exclui o dever de indenizar.(2aT REsp 1180078)

STJ - 1aS426Lista - Maiores Desmatadores - Amaznia - Auto de infrao a incluso de seu nome na lista dos "100 maiores desmatadores" teve como fundamento auto de infrao em relao ao qual lhe foi oportunizado o exerccio do contraditrio e da ampla defesa. O ato da autoridade impetrada tem suporte no art. 4 da Lei n. 10.650/2003. A circunstncia de o auto de infrao ainda no ter sido julgado definitivamente no bice para sua utilizao na lista impugnada. No entanto, tal informao deve constar da divulgao por fora do disposto no pargrafo nico do art. 149 do Dec. n. 6.514/2008.

Questo TRF1D) A legislao federal vigente no permite a importao de agrotxicos, sendo possvel, contudo, importar seus componentes em separado, o que dificulta a ao fiscalizadora da administrao pblica.(E) GABARITO PRELIMINAR-a Lei 7.802/89, que trata sobre o tema, regulamenta a importao de agrotxicos.

STJ 2aTREsp 1.264.302Discusso AIIM. Manifestao do MPFNo julgamento do REsp 1.264.302, a Segunda Turma entendeu que o Ministrio Pblico Federal (MPF) deve manifestar-se em causa na qual se discute nulidade de auto de infrao ambiental porque, na maior parte das vezes, o interesse envolvido transcende o interesse meramente patrimonial no crdito gerado, abarcando discusses de cunho substancial que dizem respeito ao meio ambiente em si. O recurso era de uma cidad autuada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama).

doutrinaemagisgreenwashing / lavagem verde, maquiagem verde / branqueamento ecologico greenwashing / lavagem verde, maquiagem verde / branqueamento ecologico -> relacionando-se com politicas ou iniciativas aparentemente ecologicas, mas sem nenhum resultado ecologicamente real. Acoes de marketing que visam a propagar, de forma enganosa, que determinado produto, servico ou politica de uma empresa sao verdes, quer dizer, ecologicamente sustentaveis (environmentally friendly), quando, na realidade, nao o sao (seja total ou parcialmente). Considerando o forte apelo que os produtos ecologicos produzem nos consumidores, sobretudo atualmente, e muito mais facil vender um produto ou servico que carrega algum beneficio ecologico, verde, do que o contrario, haja vista a percepcao do consumidor de estar fazendo a sua parte na preservacao do meio ambiente quando adquire um produto ou servico sustentavel.

O unico objetivo do greenwashing e ludibriar os consumidores, transmitindo-os uma imagem da empresa como ecologicamente correta em sua atividade e em seus produtos e servicos, o que em ultima analise, e mais instrumento de concorrencia desleal para conquistar mercados, dada a preocupacao e preferencia crescentes dos consumidores com o meio ambiente.

Prtica que viola direitos dos consumidores, caracterizando publicidade enganosa e publicidade abusiva (desrespeito de valores ambientais).

Atento a esta realidade, o CONAR editou normas eticas que se ocupam do apelo de sustentabilidade na publicidade. Nesse sentido, foram inseridas novas disposicoes no Codigo Brasileiro de Autoregulamentacao Publicitaria, exigindo que anuncios nao banalizem a sustentabilidade ambiental nem confundam os consumidores. Os criterios expressamente inseridos no codigo para as campanhas publicitarias de sustentabilidade socioambiental foram: veracidade, exatidao, pertinencia e relevancia.

Interesse de agir na ACP proposta pelo IBAMA para demolio de obra - autoexecutoriedade do poder de polciaDiscusso quanto existncia de interesse de agir da ACP proposta pelo IBAMA pretendendo a demolio de obra, posto que h na legislao autorizao expressa para que tal entidade, exercendo o poder de polcia ambiental, proceda a demolio de obra irregular:

POSSIBILIDADE: reconhecimento do interesse de agir. Deve-se prestigiar o princpio da universalidade da jurisdio (art. 5, XXXV, CF/88). Alm do que pode o interesse processual do IBAMA emergir dos efeitos de definitividade e indiscutibilidade que se agregam deciso judicial, ausentes no ato administrativo. Adviria o interesse da autarquia tambm do desejo de se resguardar contra futuras aes indenizatrias, na hiptese de sua deciso (que determinou a demolio) ser posteriormente revista ou anulada, administrativa ou judicialmente, ou ainda de uma suposta carncia de recursos financeiros ou materiais para providenciar concretamente a demolio da obra irregular.1. Trata-se de recurso especial em que se discute a existncia de interesse, por parte do Ibama, em ajuizar ao civil pblica na qual se busca a demolio de edifcio reputado irregular luz de leis ambientais vigentes.3. Mesmo que a Lei n. 9.605/98 autorize a demolio de obra como sano s infraes administrativas de cunho ambiental, a verdade que existe forte controvrsia acerca de sua auto-executoriedade (da demolio de obra). 4. Em verdade, revestida ou no a sano do referido atributo, a qualquer das partes (Poder Pblico e particular) dado recorrer tutela jurisdicional, porque assim lhe garante a Constituio da Repblica (art. 5, inc. XXXV) - notoriamente quando h forte discusso, pelo menos em nvel doutrinrio, acerca da possibilidade de a Administrao Pblica executar manu militari a medida. (STJ. RESP 789640, DJE: 09/11/2009).

IMPOSSIBILIDADE: no haveria interesse de agir. A resoluo do mrito da lide, a qual ficaria condicionada satisfao das condies da ao e presena dos pressupostos de desenvolvimento vlido do processo.

Questo CESPE - AGU/2012Ser responsabilizado administrativamente aquele que utilizar em pesquisas cientficas clulas-tronco embrionrias obtidas a partir de embries humanos viveis produzidos por fertilizao in vitro. - CERTO

Fundamento. Art. 24, da Lei 11.105/05.

CAPTULO VIII. Dos Crimes e das Penas. Art. 24. Utilizar embrio humano em desacordo com o que dispe o art. 5o desta Lei:Art. 21. Considera-se infrao administrativa toda ao ou omisso que viole as normas previstas nesta Lei e demais disposies legais pertinentes.

Zoneamento ambientalZoneamento ambiental um instrumento de planejamento do uso do solo e gesto ambiental que consiste na delimitao de zonas ambientais e atribuio de usos e atividades compatveis segundo as caractersticas (potencialidades e restries) de cada uma delas, visando o uso sustentvel dos recursos naturais e o equilbrio dos ecossistemas existentes.

Relocalizao dentro do zoneamento ambientalO que relocalizao dentro do zoneamento ambiental? Relocalizao a obrigao da readequao da localizao do empreendimento em decorrncia de alterao do zoneamento ambiental. No h direito adquirido a poluir, empreendedor deve se realocar. Indstria deve ir para onde ela possa se instalar, isso relocalizao.

Oral TRF5Zoneamento 2) Zoneamento se articula com o desenvolvimento sustentvel?Resposta:Sim. O conceito de zoneamento sustentvel j traz expressamente a meno e sua conexo com o desenvolvimento sustentvel como demonstra o art. 2, do Decreto 4297/2002 como sendo O ZEE, instrumento de organizao do territrio a ser obrigatoriamente seguido na implantao de planos, obras e atividades p