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III Congresso Consad de Gestão Pública

PLANO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

SUSTENTÁVEL: MUNICÍPIOS CAPIXABAS

Ana Ivone Salomon Marques Sabrina Caliman Tanaka

Nádia Dorian Machado

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Painel 03/012 Capacidades institucionais dos municípios para a gestão

PLANO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL: MUNICÍPIOS CAPIXABAS

Ana Ivone Salomon Marques Sabrina Caliman Tanaka

Nádia Dorian Machado

RESUMO Para minimizar potenciais efeitos adversos, resultados de crescimento econômico com elevada densidade de recursos e concentrado no tempo, foram estabelecidas diretrizes estratégicas de indução ao desenvolvimento local, de apoio ao planejamento e a gestão, ordenamento territorial, capacitação e qualificação, abordando aspectos econômicos, sociais, urbanos, ambientais. São abordadas estrategicamente a organização social – geração de capital social, fortalecimento da sociedade e criação de espaços institucionais com organizações fortes; o empreendedorismo – criatividade e competência coletivas e individuais vinculadas à vocação local; e a gestão social – sociedade gerindo seus próprios recursos de forma participativa, com responsabilidade compartilhada na formulação, implantação/implementação e gerenciamento dos projetos construídos coletivamente. Fortalecendo os setores produtivos estratégicos dos municípios, utilizando metodologia participativa, criação de novas institucionalidades para gestão social das soluções de problemas comuns e capacitação de agentes locais com vistas à promoção das potencialidades e apoio ao desenvolvimento sustentável.

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SUMÁRIO

CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................................................. 03

REDE URBANA CAPIXABA...................................................................................... 09

PLANO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.................................... 12

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELA EQUIPE EXECUTORA............. 20

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PLANO................................................................ 21

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 23

ANEXOS.................................................................................................................... 27

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CONTEXTUALIZAÇÃO

O Estado do Espírito Santo nos últimos anos tem caminhado para um

cenário positivo, e bem sucedido em relação ao cumprimento do compromisso

estabelecido pelo governo eleito, ou seja, a retomada da estabilidade e da

confiabilidade político-institucional. No período estabelecido de 2003-2010 sob a

direção da mesma equipe1, foram alcançados resultados expressivos, destacando o

Estado em diversos aspectos no cenário nacional, como a redução da pobreza, o

aumento da renda, a geração de empregos, o crescimento da indústria, e a

recuperação do equilíbrio fiscal e da capacidade de investimento com recursos

próprios mesmo durante a forte crise mundial. Sendo um dos poucos Estados a

atravessar a crise preparado financeiramente, e com investimentos em torno de 01

bilhão de reais.

Ponto importante deste período foi a reforma da administração pública

estadual capixaba, com foco na valorização e qualificação do servidor público, a

busca de inovação em termos de processos de trabalho, métodos de gestão e

serviços. Uma mudança cultural centrada na ética, na qualidade e na orientação

das ações governamentais com objetivos no sentido de gerar resultados efetivos

para a sociedade.

Com base nesses ideais, entre 2005 e 2006, foi elaborado o Plano de

Desenvolvimento Espírito Santo 2025, um plano estratégico de longo prazo, que

gerou uma agenda com diretrizes a serem empreendidas pelos atores sociais

públicos e privados visando a concretização do terceiro ciclo de desenvolvimento do

Espírito Santo nos próximos vinte anos. O plano é um importante instrumento de

integração e convergência das ações e iniciativas estratégicas das principais forças

políticas, econômicas e sociais capixabas em busca do desenvolvimento sustentável

no longo prazo.

A partir do ano de 2007, seminários de Planejamento Estratégico foram

realizados com o objetivo de alinhar a agenda de quatro anos do Governo eleito com

a agenda de desenvolvimento de longo prazo para o Estado, o Plano de

Desenvolvimento ES 2025. A consolidação dos resultados do trabalho e da reflexão

da equipe de Governo está documentada no “Diretrizes Estratégicas 2007-2010”, e

apresenta a estratégia do Governo Estadual que está comprometido com a

1 Primeiro mandato eleito do Governador Paulo Hartung de 2003 a 2006, segundo mandato

(reeleição) de 2007 a 2010.

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necessidade de atender às demandas emergenciais da população capixaba, sem

perder a perspectiva de longo prazo inspirada na missão de lançar as bases para a

construção de um desenvolvimento equilibrado e sustentável do futuro desejado

para o Estado do Espírito Santo.

Os 11 eixos estratégicos de desenvolvimento no horizonte de 2006-2025

são: 1. Erradicação da pobreza e redução das desigualdades; 2. Desenvolvimento

do capital humano; 3. Agregação de valor à produção, adensamento das cadeias

produtivas e diversificação econômica; 4. Capital social e qualidade das instituições

capixabas; 5. Redução da violência e da criminalidade; 6. Descentralização

econômica e interiorização do desenvolvimento; 7. Desenvolvimento da rede de

cidades; 8. Desenvolvimento da logística; 9. Recuperação e conservação dos

recursos naturais; 10. Fortalecimento da identidade e melhoria da imagem capixaba;

11. Inserção estratégica regional.2

A visão de futuro desejada para o Eixo Desenvolvimento da Rede de

Cidades, no Plano de Desenvolvimento ES 2025, foi definida como:

O capixaba gozará de um clima de paz e a maioria viverá em cidades que se articulam em redes e que crescem de maneira ordenada.

A Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) consolidar-se-á como núcleo qualificado de integração sócio-econômica, devidamente reconhecida em todo o País como a capital nacional da qualidade de vida!.

As principais cidades capixabas – Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Nova Venécia – e as cidades com alto crescimento esperado – Aracruz e Anchieta – e seus respectivos entornos regionais, bem como as principais municipalidades do Caparaó e da Região Serrana, formarão uma rede integrada de equipamentos e de serviços de elevada qualidade e complexidade nos campos da educação, saúde, formação profissional, finanças, logística e cultura. Focando principalmente na complementaridade entre os diversos espaços sócio-econômicos.

Cada vez mais, as cidades capixabas serão pensadas, planejadas e geridas sob a ótica de redes, e cada uma delas será provida de instrumentos de gestão urbana e territorial adequados para fazer face ao crescimento populacional.

O Espírito Santo será um ambiente ainda mais propício ao desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões: econômica, social, ambiental, cultural e político-institucional.

A definição da visão de futuro foi construída, através de pesquisa e

entrevistas, prevendo um elevado dinamismo econômico que se concentrará não

2 No documento “Diretrizes Estratégicas 2007-2010” os eixos apresentam nomes distintos resultantes de adequação que visou melhorar a compreensão, e ainda ressaltar áreas, como a Saúde incluída num 12o eixo estratégico. 1. Redução da pobreza; 2. Educação; 3. Defesa social e justiça; 4. Desenvolvimento econômico; 5. Interiorização do desenvolvimento e agricultura; 6. Rede de cidades e serviços; 7. Logística e transportes; 8. Meio ambiente; 9. Identidade e imagem capixaba; 10. Inserção estratégica regional; 11. Gestão pública e qualidade das instituições; e 12. Saúde

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apenas na região da metrópole, mas sim disseminada por todo o Estado,

principalmente pela região litorânea do Estado. Com vistas a reverter a tendência de

concentração excessiva da riqueza e das oportunidades no litoral – sobretudo na

RMGV – existe a proposta de um conjunto de iniciativas integradas envolvendo os

mais diversos atores sociais, econômicos e políticos, visando reforçar a dinâmica

econômica do interior, apoiando-a nas vocações e especializações regionais.

Devem ser combinados incentivos à exportação e maciços investimentos

em inovação, qualidade, inteligência de mercado e infra-estrutura, nas cadeias

produtivas capixabas de alta relevância regional – rochas ornamentais, confecções e

vestuário, florestal-moveleiro, fruticultura, metal-mecânica, cafeicultura, turismo e

pecuária leiteira – para torná-las competitivas no Estado, no Brasil e no mundo. Os

grandes vetores do desenvolvimento econômico no interior do Estado serão

baseados nas cadeias produtivas já existentes, e combinados, serão responsáveis

pela maior parte dos empregos gerados no Estado a cada ano. A estratégia de

interiorização possibilitará a atração de investimentos privados para o interior do

estado, com foco nas suas principais vocações e potencialidades.

No Plano de Desenvolvimento ES 2025 foi definido uma configuração de

rede de cidades capixabas como referência básica de planejamento para fins de

otimização e distribuição espacial adequada dos investimentos públicos e privados.

ES 2025 Rede de Cidades

Fonte: ES 2025, 2006.

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O Eixo do Desenvolvimento da Rede de Cidades, e o grupo de projetos

relacionados abaixo, tem como objetivo o fortalecimento relativo da importância das

cidades regionais, criando desta forma um ambiente mais propício ao

desenvolvimento sustentável no Estado.

Projetos do Eixo Desenvolvimento da Rede de Cidades:

Planejamento e Gestão de Cidades (projeto âncora);

Objetivo: Prover a Rede de Cidades do Espírito Santo de instrumentos de

planejamento e gestão que façam frente aos desafios de crescimento,

sustentabilidade e qualidade do espaço urbano.

Escopo: Difusão da aplicação dos instrumentos de planejamento e gestão

de cidades, incluindo: planejamento estratégico, elaboração de plano

diretor, ordenamento territorial e elaboração e aplicação da legislação

pertinente. Introdução de sistemas e práticas de gestão que privilegiem a

governança democrática ancorada na sociedade. Implantação de

sistemas de informação e geoprocessamento. Integração de instrumentos

de planejamento e gestão entre os municípios. Premiação da excelência

na gestão municipal.

Desenvolvimento da Região Metropolitana Grande Vitória;

Rede de Cidades Cachoeiro de Itapemirim;

Rede de Cidades Colatina;

Rede de Cidades Linhares;

Rede de Cidades São Mateus;

Rede de Cidades de Nova Venécia;

Desenvolvimento Urbano de Aracruz e Região de Impacto;

Desenvolvimento Urbano de Anchieta e Região de Impacto;

Rede de Cidades Serranas;

Rede de Cidades Caparaó; e

Expansão com Qualidade da Habitação Urbana.

Aos projetos, com destaque para o projeto âncora, estão associados

objetivos de induzir os municípios a utilizarem instrumentos de gestão como

planejamento estratégico, planos diretores, ordenamento territorial, legislação

municipal e estadual adequadas, assim como práticas de gestão democráticas e

inovadoras. Com finalidades de atenuar questões relacionadas à secas, inundações,

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déficit hídrico, preservação de nascentes, saneamento básico deficitário, coleta e

destinação inadequada do lixo, crescimento e ocupação desordenada do território,

gargalos logísticos, assim como serviços ineficientes na área de saúde e educação.

As centralidades urbanas devem estar preparadas para a prestação de

serviços e disponibilização de bens que atendam sua própria demanda e aquela

proveniente dos municípios de sua área de influência, principalmente nas áreas de

saúde; educação e formação profissional e tecnológica; cultura; finanças; logística;

energia; comunicações e demais serviços públicos.

Os grandes desafios deste cenário desejado são a incorporação dos

atores locais na concepção e sustentação ao processo de desenvolvimento, assim

como as ferramentas de gestão adequadas. As políticas desenvolvimentistas do

último século estabeleciam seu plano de cima para baixo, ou seja, da unidade

nacional para as unidades regionais/municipais. Sem incorporar as questões locais,

e sem articular os atores locais – empreendedores públicos e privados, produtores

de bens, serviços e cultura.

Através da articulação com os atores locais, a alta administração

consegue formular projetos e ações eficazes. Embasadas nas necessidades dos

cidadãos, e devidamente adequadas aos recursos disponíveis. Os atores locais

devem adquirir articulação e autonomia, fortalecidos através de capacitações em

métodos e em ferramentas, para produzir planejamento, projetos e ações

adequadas que resultem em desenvolvimento regional.

O novo modelo de desenvolvimento (Costa & Cunha, 2002) passa a

contemplar não apenas o crescimento econômico, como também a materialização

de avanços na qualidade de vida, na eqüidade, na democratização, na participação

cidadã e na proteção ao meio-ambiente. Desta forma vem sendo estabelecido

algumas parcerias entre as esferas governamentais e privadas fortalecendo a

cooperação e o apoio mútuo visando a concretização do novo modelo de

desenvolvimento, e permeando seus desdobramentos na sociedade. O novo modelo

de desenvolvimento, citado por Costa & Cunha (2002), implica em divulgação que

firmem um pacto social, em articulação do consenso político, e o desenvolvimento

da capacidade de cooperação e criação coletiva de projetos.

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Quanto maior o envolvimento dos atores locais na formulação, execução

e acompanhamento das políticas e projetos, maior a sustentabilidade3. Inclusive

contribuindo para mitigar descontinuidades, principalmente quando o envolvimento

estiver vinculado a maior transparência dos atos.

Segundo Moises (1999) o poder público municipal pode promover o

desenvolvimento em duas frentes, uma interna e outra externa. A externa

compreende as articulações com todos os atores envolvidos e interessados no

desenvolvimento. No geral, o poder público municipal é quem tem maiores

condições de assumir o papel central de articular e construir os consensos, assim

como viabilizar como principal parceiro a execução das ações e projetos dentro e

fora da esfera pública, e auxiliar na garantia da continuidade das ações e projetos

junto a sociedade.

3 Sustentabilidade está associada as noções de estabilidade, de permanência, de durabilidade

(Moises, 1999).

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REDE URBANA CAPIXABA

O Espírito Santo, durante seu ciclo de desenvolvimento nas décadas de

70 a 90, experimentou um processo de crescimento econômico concentrado na

região metropolitana, como ocorreu no Brasil em vários outros estados. A

concentração metropolitana no Estado, de maneira geral, implicou em

deseconomias de escala, diminuição da qualidade de vida da população e

concentração de problemas urbanos complexos, como por exemplo os altos índices

de homicídio.

Nos últimos 30 anos, a economia capixaba apresentou uma taxa de

crescimento elevada, superior à média brasileira: 6,2% anuais no estado do Espírito

Santo contra 4,1% anuais do Brasil. No entanto, o crescimento concentrou-se

predominantemente na Região Metropolitana da Grande Vitória, no bojo da

implantação de grandes projetos de industrialização. A Vale e a Arcellor-Mitall são

exemplos destes projetos.

Ao mesmo tempo, outros pólos que irradiavam dinamismo, como

Cachoeiro de Itapemirim, Alegre e Colatina, começaram a perder espaço na

economia estadual. Atualmente, 63% do PIB estadual – 2007 – estão concentrados

na RMGV – Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Fundão, Guarapari, Viana – e 80%

quando considerada a Macrorregião metropolitana (total de 32 municípios,

municípios de regiões circunvizinhas a região metropolitana).

Em paralelo, desde 2004, a RMGV já vem concentrando cerca de 47% da

população do estado. Em comparação com os outros estados brasileiros, o Espírito

Santo tem apresentado taxas de crescimento acima da média nacional, com

especial atenção para a RMGV. Entre 2000 e 2003, a população brasileira cresceu,

em média, 1,37% anuais, a capixaba cresceu 1,62% e a da RMGV expandiu em

2,72% (Fonte: IBGE e IJSN). Desta forma, combinar crescimento populacional e

desconcentração territorial converte-se em um importante desafio a ser enfrentado

nos próximos anos.

Este quadro de desequilíbrio tende a ser agravado mediante a

perspectiva de expansão dos novos grandes projetos e do setor do petróleo e gás,

caso estes venham combinados a uma situação de baixo investimento nas regiões

do interior do estado.

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Sob uma perspectiva de longo prazo, a redução dessa tendência de

concentração em torno da metrópole exige estratégias específicas de reforço da

dinâmica econômica no interior. Por isso, o fortalecimento dos arranjos e cadeias

produtivas de alta relevância regional deve ser visto como um importante vetor da

interiorização do desenvolvimento.

Dentre os setores existentes, destacam-se os de mármore e granito,

confecções e vestuário, florestal-moveleiro, fruticultura, metalmecânico, café, turismo

e pecuária leiteira como propulsores do processo de interiorização. Além de

fortalecer a base econômica regional, são também necessárias iniciativas de atração

de investimentos e de melhoria das condições de competitividade sistêmica nessas

áreas. Combinadas com uma gestão pública municipal fortalecida e estruturada para

o sustentar o crescimento pretendido.

O fortalecimento do sistema de planejamento da rede de serviços

públicos territorialmente referenciados contribuirá para a melhoria do sistema

urbano. Os municípios, assim como o Estado, devem ser incentivados a adotar,

sistematicamente, instrumentos de planejamento e gestão para a melhoria da

execução dos serviços, na otimização e distribuição espacial dos investimentos, e no

controle e fiscalização das partes. O compromisso maior deve estar em articular o

atendimento às demandas locais, garantindo o desenvolvimento integrado e

territorialmente equilibrado do estado.

Em busca destes ideais é que desde 2003 o Instituto de Pesquisa

Estadual Jones dos Santos Neves, a Secretaria de Estado de Economia e

Planejamento, e outros órgãos do governo estadual, veem trabalhando. No

decorrer deste processo foi constituído o Conselho de Secretários Municipais de

Gestão, a realização do Congresso de Gestão de Cidades voltado para os

municípios, a criação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano, a

elaboração dos Planos Diretores Municipais em parcerias com os municípios e

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Espírito Santo

(SEBRAE/ES), entre outras iniciativas.

Em 2008, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) desenvolveu a

pesquisa de Leis Urbanísticas do Estado do Espírito Santo com vistas a dar

suporte aos municípios na implementação do Estatuto da Cidade. Foram

selecionadas como leis básicas indispensáveis para a gestão municipal: Lei do

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Perímetro Urbano, Plano Diretor Municipal, Lei do Parcelamento do Solo, Código

de Obras, Código de Posturas, Código de Meio Ambiente e Plano Habitacional de

Interesse Social. A pesquisa consultou os 78 municípios capixabas e considerou as

informações: se o município possui ou não a lei, ou se estava em

elaboração/aprovação, seu número e data de homologação. Não foi desenvolvido

uma análise crítica do conteúdo de cada lei.

O resultado da pesquisa está representado na figura 1 abaixo:

Em 2008, a Lei de Perímetro Urbano era a mais privilegiada pelos

municípios seguida pelo o Código de Posturas e o Código de Obras. Sendo a

maior carência a do Plano Habitacional de Interesse Social, instituído pelo

Ministério em 2004.

Esse cenário, transformado em caderno de pesquisa pelo Instituto Jones

dos Santos Neves (IJSN), foi a base para que o Governo Estadual por meio da

Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP), construísse em parceria

com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Espírito Santo

(SEBRAE/ES) e a Associação do Municípios do Espírito Santo (AMUNES), o Plano

de Desenvolvimento Local Sustentável (PDLS) com o objetivo de subsidiar o

adequado ordenamento territorial, visando à sustentabilidade ambiental, econômica

e social dos municípios do Estado.

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL

O Instituto Jones, a Secretaria de Planejamento e o SEBRAE através de

parceria estabelecida em convênio, estabeleceu como principal objetivo:

� Promover o desenvolvimento local de municípios ainda não

contemplados com leis de ordenamento territorial, ffoorrttaalleecceennddoo

sseettoorreess pprroodduuttiivvooss eessttrraattééggiiccooss, formando aaggeenntteess ddee

ddeesseennvvoollvviimmeennttoo e subsidiando a construção de ferramentas legais

que auxiliem o adequado oorrddeennaammeennttoo tteerrrriittoorriiaall ddoo mmuunniiccííppiioo.

A metodologia está baseada em três pilares fundamentais, a saber:

� a organização social – geração de capital social, fortalecimento da

sociedade e criação de espaços institucionais com organizações fortes

a fim de discutir seus projetos de forma efetiva;

� o empreendedorismo – criatividade e competência coletivos e

individuais (integrado com coletivo) vinculados à vocação local (e

oportunidades); e

� a gestão social – sociedade gerindo seus próprios recursos de forma

participativa, com responsabilidade compartilhada na formulação,

implantação/implementação e gerenciamento de projetos construídos

coletivamente.

Como objetivos específicos constam:

� Identificar e consolidar arranjos produtivos locais;

� Inserir economicamente as pequenas empresas locais;

� Capacitar os atores sociais para gestão do desenvolvimento;

� Desenvolver maior eficiência da ação das prefeituras e outras

entidades locais;

� Estimular a integração empresarial e alianças estratégicas para

diagnostico e soluções de problemas comuns;

� Criar novas institucionalidades locais;

� Promover parcerias institucionais para o desenvolvimento;

� Fortalecer o empreendedorismo.

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As ações previstas no plano de trabalho para a execução e promoção do

PDLS estão fundamentadas pelos princípios de informação, participação, parceria

e capacitação.

No plano foram somados as expertises dos órgãos através da

constituição de uma coordenação bi-partite, formada por técnicos da própria SEP e

do IJSN, representando o Estado e por técnicos do Sebrae-ES. A SEP, junto ao

IJSN, fará a coordenação geral dos trabalhos monitorando o desenvolvimento global

dos cronogramas e a realização das atividades previstas, delegando ao IJSN a

responsabilidade pela organização das atividades referentes ao ordenamento

territorial, supervisão dos levantamentos físico-territoriais e ainda pela elaboração

dos mapas temáticos; o Sebrae-ES será responsável pela coordenação dos

processos legais de contratação de todos os serviços e produtos do projeto e ainda

coordenará o trabalho referente a implementação da metodologia do PDLS, bem

como pela organização administrativa, operacional e institucional das Prefeituras dos

Municípios. As demais etapas serão desenvolvidas através de contratação de

serviços de terceiros.

A metodologia desenvolvida leva em consideração para a escolha dos

municípios, além do critério técnico a atitude pró-ativa da governança locais, e a

capacidade de mobilização e participação dos atores e agentes locais.

Considerando também, principalmente na questão da continuidade e

desenvolvimento a estratégia territorial de desenvolvimento local da região e das

esferas governamentais, as possibilidades de cooperação público-privada, a

possibilidade de coordenação de programas e instrumentos de fomento. As

possibilidades de mercado para o fomento de micro e pequenas empresas, assim

como as demandas referentes a capacitação dos recursos humanos.

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Figura 2: Governança Fonte: SEP

A figura 02 representa a estrutura estabelecida para o PDLS, sendo que o

núcleo gestor será composto por representante de instituições públicas (secretarias

municipais, institutos de apoio técnico e outros), privadas (entidades de serviço e

apoio ao setor produtivo, sindicatos patronais, cooperativas e outros), e dos agentes

de desenvolvimento.

Essa instância tem por função acompanhar o processo de implantação da

metodologia, articular as ações entre as instituições participantes, auxiliar no apoio

logístico, na participação dos técnicos e representantes, no aporte de

conhecimentos técnicos e, na fase de implantação dos projetos, colaborar na

formulação de estratégias de atuação.

O Plano de Trabalho está estruturado nas fases que se seguem com uma

breve explanação:

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FASE 1 – Levantamento de informações prévias

São básicas acerca do município e/ou região a ser trabalhada, com o

objetivo de fornecer aos agentes capacitadores informações sobre a realidade e o

universo que será trabalhado.

FASE 2 – Nivelamento técnico operacional

O nivelamento técnico operacional será realizado em função do caráter

multidisciplinar da equipe a ser utilizada na execução do Projeto, onde serão

identificados os multiplicadores metodológicos em cada processo de domínio destes

profissionais. Esta etapa pretende dinamizar as ações e nivelar o pressuposto

básico do “Pacote Mínimo de Conhecimento” para a realização do PDLS.

FASE 3 – ARTICULAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E NEGOCIAÇÃO

ARTICULAÇÃO

Identificar, convocar e mobilizar as lideranças municipais atuantes na

comunidade, para apresentação do Projeto e definição de parcerias. Um Seminário

de Mobilização para a apresentação das metodologias, conceitos, objetivos e

resultados esperados, fortalecendo a participação e a integração dos diversos

públicos inseridos nos projetos.

MOBILIZAÇÃO

Nesta fase serão implementadas atividades que visam o

comprometimento das lideranças comunitárias, das organizações produtivas e

instituições públicas e privadas nas ações do Projeto.

NEGOCIAÇÃO

As parcerias poderão ser firmadas, com o maior número possível de

entidades representativas, visando alcançar um nível de comprometimento dentro da

comunidade que possibilite atingir os objetivos do PDLS.

CONVÊNIO

O convênio se constitui no documento legal que regulará as competências

e obrigações entre o ESTADO, através da SEP, o SEBRAE-ES e os Municípios que

vierem a participar da execução do objeto do Termo de Referência através do

próprio SEBRAE-ES.

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Atividades da Fase 3:

� Apresentação e aprovação e assinatura dos contratos entre as partes

� Apresentação do projeto para municípios envolvidos no trabalho

� Reunião de alinhamento entre os parceiros do PDLS

� Definição de estratégia de abordagem para a execução dos

projetos/planos

� Inserção dos Agentes de Desenvolvimento, e

FASE 4 – Agentes de desenvolvimento

Tem como propósito capacitar, qualificar e sensibilizar os gestores

municipais, visando a formação de quadros técnicos nos municípios,

possibilitando a construção de condições favoráveis ao desenvolvimento

sustentável e ao planejamento e gestão municipal de ferramentas para o

desenvolvimento. Neste programa a SEP utilizará as referências em capacitação

realizadas por órgãos do Governo, pelo IJSN na gestão de planos diretores, pelo

Sebrae-ES na utilização de ferramentas de gestão pública e privada, como por

exemplo o EMPRETEC, e ainda possíveis novas temáticas identificadas como

carências nos diagnósticos locais realizados.

O Agente de Desenvolvimento e Articulação, passará a ser, no município

o alavancador e operador de estratégias de Desenvolvimento Local, estando apto no

final de sua capacitação a conceber, articular, implementar e gerenciar iniciativas

locais de desenvolvimento. Além de ser o responsável em cada município pela

conexão em primeira instância com os programas e projetos das diversas esferas de

governo, principalmente a Estadual.

Atividades da Fase 4:

� Reunião de sensibilização dos Agentes de Desenvolvimento

� Curso com foco em empreendedorismo

� Curso com foco em planejamento estratégico

� Curso com foco em liderança

� Curso com foco em ordenamento territorial

� Evento de Certificação dos novos agentes

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FASE 5 – Análise e estudo dos setores produtivos locais

O objetivo da análise de cenários é identificar os principais segmentos

econômicos do município e componentes do ordenamento territorial, considerando

aspectos relacionados à importância do segmento na formação da riqueza local, a

geração de empregos e o nível tecnológico utilizado, bem como, a visibilidade futura

dos segmentos no mercado globalizado.

O principal objetivo deste estudo é elencar os setores produtivos a terem

seus mecanismos de atuação e desenvolvimento alavancados pelo PDLS. A

pesquisa sócio-econômica poderá será gerada pelo IJSN.

A construção do conhecimento globalizante das características sócio-

econômicas dos municípios indicará as diretrizes para a consecução do PDLS, e

orientação de macro visão da situação para ser compartilhada com os agentes e

atores locais no desenvolvimento do PDLS.

Atividades da Fase 5:

� Pesquisa sócio econômica

� Definição dos Eixos de Desenvolvimento

� Priorização dos Eixos com Potencial Transformador

FASE 6 – Leitura e análise de cenários sócio-econômicos e de

desenvolvimento territorial

Baseia-se no pressuposto que, para se alavancar o crescimento e o

desenvolvimento de um sistema sócio – econômico e territorial, precisa-se primeiro

conhecê-lo.

Para execução desta fase haverá a participação de uma empresa

terceirizada, que atuará simultaneamente, ou em parte, em todos os municípios do

Estado que participarem do convênio.

Atividades da Fase 5

� Levantamento de campo,

� Diagnóstico situacional

� Diretrizes e Instrumentos Legais de Ordenamento Territorial.

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6.1 Elaboração de mapas temáticos

O objetivo desta etapa é identificar os principais aspectos ambientais,

físico-territoriais, sócio-econômicos e de legislação urbana visando a elaboração das

diretrizes e dos instrumentos legais de ordenamento territorial.

Dentre os aspectos físico-territoriais estão incluídos os de controle da

expansão urbana, edifícios, os de uso e ocupação do solo urbano, de mobilidade

urbana, de posturas, de parcelamento do solo urbano. Serão incluídos, ainda, dados

de fontes secundárias como: fontes do próprio IJSN, Prefeitura Municipal, IBGE,

Incaper, IDAF, IEMA, entre outros.

6.2 Diagnóstico situacional

Esta fase tem como produtos para cada município um diagnóstico

situacional dos aspectos ambientais, físico-territoriais, sócio-econômicos e de

legislação urbana incluindo mapas temáticos georreferenciados a saber: Uso e

Ocupação do Solo Urbano, Uso e Cobertura Vegetal, Declividade, Bacias

Hidrográficas, Mancha Urbana, Sistema Viário e Unidades de Conservação,

Precipitação, Deficiência Hídrica, Risco de Inundação.

Os mapas serão elaborados e plotados em escala mínima e tamanho

adequado à compreensão dos temas.

6.3 Diretrizes e Instrumentos Legais de Ordenamento Territorial

A partir do aprofundamento técnico e análise de problemas e

potencialidades de cada município no que se refere ao processo de urbanização e

ao meio ambiente serão apontadas diretrizes indicando soluções para os problemas

existentes indicando uma estratégia global de promoção das potencialidades locais,

com sustentabilidade, visando a qualidade de vida para todos os habitantes. Estas

diretrizes serão objeto de discussão com os gestores e comunidades locais.

Nesta fase será delimitado o perímetro urbano e atualizada a poligonal da

mancha urbana de todos os distritos, e em alguns casos de localidades com relativa

dinâmica urbana, por meio de GPS de navegação, utilizando o DATUM SIRGAS

2000 como sistema de referência a partir da base cartográfica em SIG e imagens do

GEOBASES fornecidas pelo IJSN.

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Esta fase tem como produtos, além das diretrizes, os anteprojetos de lei

de Delimitação do Perímetro Urbano, Parcelamento do Solo Urbano, Código de

Obras, Código de Posturas e Código de Meio Ambiente.

FASE 7 – Planejamento para os segmentos priorizados

Considerando a importância dos segmentos econômicos priorizados, as

suas potencialidades e as suas dificuldades, o SEBRAE/ES e a SEP fornecerão,

através de resultados obtidos por meio de metodologia de Planejamento Estratégico

Participativo, proposições que visem promover a estruturação das atividades de

forma organizada e sistêmica.

A opção por se trabalhar mais de um segmento deverá ser estratégica

para o território e viável financeiramente, tendo em vista ainda os recursos

apontados no convênio.

Esta fase prevê a entrega do documento de Planejamento Estratégico de

cada segmento trabalhado no município.

Atividades Fase 7:

� Definição de Estratégia de Desenvolvimento do Segmento

� Apresentação do Eixo Priorizado

� Desenvolvimento do Segmento Priorizado

� Plano Estratégico elaborado

� Apresentação dos relatórios dos resultados para comunidade

FASE 8 – Articulação para continuidade/sustentabilidade

Na fase final do convênio, o Sebrae e a SEP deverão apresentar um

Plano de Continuidade e Sustentabilidade do PDLS, sua institucionalidade e

método de acompanhamento onde deverão constar entre outras ações, das

estratégias de apoio destas instituições aos ferramentais introduzidos em cada

município e território.

Atividades da Fase 8:

� Negociação da continuidade do projeto

� Acompanhamento dos projetos/planos

Page 21: Plano de desenvolvimento local sustentavel municipios capixabas

20

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELA EQUIPE EXECUTORA

Escopo dos serviços a serem desenvolvidos pelos técnicos

contratados

� Levantar informações prévias sobre o objeto de intervenção

� Elaborar pesquisas e levantamentos de campo

� Executar entrevistas

� Elaborar os diagnósticos sócio-econômicos e de desenvolvimento

territorial do município

� Analisar os diagnósticos executados e definir os segmentos priorizados

� Realizar o planejamento das ações de desenvolvimento dos segmentos

priorizados

� Analisar os diagnósticos executados e propor o Conjunto de Diretrizes

de Ordenamento Territorial

Page 22: Plano de desenvolvimento local sustentavel municipios capixabas

21

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PLANO

O Plano de Desenvolvimento Local Sustentável durante o ano de 2008

executou, e entregou em solenidade em 2009, conforme planejado:

� a capacitação de 48 Agentes de Desenvolvimento nos cursos:

Empretec; Fundamentos da Excelência; Liderar; Ordenamento

Territorial, e no curso IDEAL – total de 270 hs;

� 38 Planejamentos Estratégicos dos Setores Produtivos Locais (Anexo 01);

� 5 Anteprojetos de Lei de Ordenamento Territorial para cada município

(Código de Obras; Código de Posturas; Código de Meio Ambiente;

Delimitação do Perímetro Urbano; Parcelamento do Solo).

Os municípios selecionados para participar do PDLS em 2008 foram os

16 a seguir: Apiacá, Atílio Viváqua, Bom Jesus do Norte, Muqui, Ibiraçu, João Neiva,

Itaguaçu, Itarana, Laranja da Terra, São Roque do Canaã, Montanha, Mucurici,

Ponto Belo, Vila Pavão, Água Doce do Norte e Boa Esperança. O principal critério foi

a ausência de leis urbanísticas, e/ou lei desatualizada, insuficiente.

No ano de 2010 os municípios selecionados para participar foram os 10 a

seguir: Águia Branca, Governador Lindemberg, Iconha, Jaguaré, Mantenópolis,

Marilândia, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, São Domingos do Norte, e Vila Valério.

Novamente o principal critério foi a ausência de leis, ou sua insuficiência perante a

realidade atual (Anexo 02).

Ao final do PDLS em 2010 o Estado do Espírito Santo terá todos os 78

municípios com pelo menos 05 leis urbanísticas elaboradas para aprovação na

Câmara de Vereadores municipal.

Os Agentes de Desenvolvimento em 2010 serão capacitados nos cursos

de Empreendedorismo – Empretec; Liderança; Planejamento Estratégico;

Ordenamento Territorial; com a inclusão dos cursos de Lei Geral, Compras

Governamentais e Empreendedor Individual; Elaboração de Projetos de Captação

de Recursos; Desenvolvimento Local e Planejamento Estratégico; e Finanças

Públicas. A carga horária manteve-se no total de 270 hs.

Page 23: Plano de desenvolvimento local sustentavel municipios capixabas

22

Ao encerramento do PDLS em 2010 as instituições envolvidas

estabeleceram um monitoramento, indução e fomento, através da participação e

cooperação utilizando uma rede que está sendo criada no âmbito do Governo do

Estado, do SEBRAE, da AMUNES, do Movimento Empresarial ES, e da Agência e

do Banco de Desenvolvimento do Estado.

A rede mostra-se como a única estrutura de ação capaz de cumprir duas

funções básicas: primeiro, a função estratégica de reduzir as incertezas com relação

ao comportamento de outros atores, como competidores ou parceiros; segundo, a

função instrumental de melhoria do desempenho, isto é, um aumento dos resultados

produzidos. Além disso, as redes parecem preservar a autonomia dos parceiros e

aumentar sua capacidade de aprendizagem.

Page 24: Plano de desenvolvimento local sustentavel municipios capixabas

23

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Thompson Almeida; SANTOS, Angela Moulin Simões; SERRA, Rodrigo Valente. Fluxos migratórios nas cidades médias e regiões metropolitanas brasileiras: a experiência do período 1980/96. Rio de Janeiro: IPEA, 2000. (Texto para Discussão, 747). Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/pub/td/2000/td_0747. pdf>. Acesso em: 26 mar. 2009. ANDRADE, T. A., SERRA, R. V. Cidades médias brasileiras. Rio de Janeiro: IPEA, 2001. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=281>. Acesso em: 15 mar. 2009. ______. O recente desempenho das cidades médias no crescimento populacional urbano brasileiro. Rio de Janeiro: IPEA, 1998a (Texto para Discussão, 554). Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/pub/td/1998/td_0554.pdf>. ______. Crescimento econômico nas cidades médias brasileiras. Rio de Janeiro: IPEA, 1998b (Texto para Discussão, 592). Disponível em: <http://www.ipea. gov.br/pub/td/1998/td_0592.pdf>. BANDEIRA, Pedro. Participação, articulação de atores sociais e desenvolvimento regional. Texto para discussão. Brasília, fevereiro 1999. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/pub/td/1999/td_0630.pdf Acesso em: 06 nov. 2008. BARRETO, Maria Inês. As organizações sociais na reforma do Estado Brasileiro. In: BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; GRAU, Nuria Cunill (Orgs.). O público não-estatal na reforma do Estado. Rio de Janeiro: FGV, 1999. BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos e GRAU, Nuria Cunill. Entre o Estado e o mercado: o público não-estatal. In: BRESSER-PEREIRA, L.C. e GRAU, Nuria Cunill (Orgs.). O público não-estatal na reforma do Estado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999: 15-48. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/papers/1998/ 84PublicoNaoEstata RefEst.p.pg.pdf>. Acesso em: 18 out. 2008. CADERNOS de Pesquisa: Leis urbanísticas dos municípios do Espírito Santo. Vitória, IJSN, 2008. CASTELLS, Manuel. A questão urbana. 3. ed. Coleção Pensamento Crítico, v. 48. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

Page 25: Plano de desenvolvimento local sustentavel municipios capixabas

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CASTELLS, Manuel. Para o estado-rede: globalização econômica e instituições políticas na era da informação. In: BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; WILHEIM Jorge; SOLA, Lourdes (orgs.) Sociedade e Estado em Transformação. São Paulo: UNESP; Brasília, ENAP, 1999. COSTA, Frederico Lustosa da Costa; CUNHA, Augusto Paulo Guimarães. Pensar o desenvolvimento a partir do local: novo desafio para os gestores públicos. VII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Lisboa, Portugal, 8-11 Oct. 2002. Disponível em: <http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/ documents/ CLAD/clad0044418.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2009. DESENVOLVIMENTO Econômico Local no Brasil: as experiências recentes num contexto de descentralização. Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL). Santiago, Chile, 2000. Disponível em: <http://www.edac.org/ publicaciones/xml/2/6062/ lcr1972e.pdf>. Acesso em: 25 set. 2008. DIRETRIZES Estratégicas 2007-2010: mais oportunidades para os capixabas. Vitória: Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, 2007. ESPÍRITO Santo 2025: Plano de desenvolvimento. Vitória: Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, 2006. FRANCO, Augusto de. A nova Sociedade Civil e seu papel estratégico para o desenvolvimento. In: LEVY, Evelyn (org.); DRAGO, Pedro Anibal (org.). Gestão pública no Brasil contemporâneo. São Paulo, FUNDAP, Casa Civil, 2005. pp: 97-163. FREY, Klaus. Desenvolvimento sustentável local na sociedade em rede: o potencial das novas tecnologias de informação e comunicação. Revista de Sociologia e Política, n. 21, Curitiba, Nov., 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S010444782003 000200011&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 10 jan. 2010. GRAU, Nuria Cunill. Repensando o público através da sociedade: novas formas de gestão pública e representação social. Rio de Janeiro: Revan, Brasília, ENAP, 1998. LEVY, Evelyn; DRAGO, Pedro Aníbal (Organizadores). Gestão pública no Brasil contemporâneo. São Paulo: Fundação do Desenvolvimento Administrativo – FUNDAP: Casa Civil, 2005

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___________________________________________________________________

AUTORIA

Ana Ivone Salomon Marques – Administradora e Especialista em Planejamento e Gestão de Políticas Públicas.

Endereço eletrônico: [email protected] Sabrina Caliman Tanaka – Analista em Relações Internacionais e Especialista em Gestão Empresarial. Endereço eletrônico: sabrina.tanaka @planejamento.es.gov.br Nádia Dorian Machado – MsC em Administração e Recursos Humanos – PUC/SP.

Endereço eletrônico: [email protected]

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ANEXOS

ANEXO 01

MUNICÍPIO SEGMENTO

1 ÁGUA DOCE DO NORTE

HORTICULTURA 2 CULTIVO DO CAFE 3 APICULTURA 4 APIACA

CULTIVO DO CAFÉ

5 PRODUÇÃO DE LEITE 6 ATÍLIO VIVACQUA PRODUÇÃO DE LEITE 7

BOA ESPERANÇA SERINGUEIRA

8 PRODUÇÃO DE LEITE 9 CULTIVO DO PIMENTA 10 BOM JESUS DO

NORTE CULTIVO DO CAFÉ

11 PRODUÇÃO DE LEITE 12

IBI RAÇU AGROTURISMO

13 CULTIVO DO BANANA 14 PISCICULTURA 15 ITAGUAÇU CULTIVO DO CAFÉ 16 PRODUÇÃO DE LEITE 17

ITARANA AGROINDÚSTRIA

18 CULTIVO DO CAFÉ 19 HORTIFRUTI 20

JOÃO NEIVA AGROTURISMO

21 CONFECÇÃO 22 METALMECÂNICA 23 LARANJA DA

TERRA CULTIVO DO CAFÉ

24 CULTIVO DO TOMATE 25 MONTANHA CULTIVO DO CAFÉ 26 PRODUÇÃO DE LEITE 27 MUCURICI CULTIVO DA MANDIOCA 28 PRODUÇÃO DE LEITE 29

MUQUI

CULTIVO DO CAFÉ 30 PRODUÇÃO DE LEITE

31 EVENTOS FOLCLÓRICOS

32 PONTO BELO

CULTIVO DO CAFÉ 33 CULTIVO DA MANDIOCA 34 PRODUÇÃO DE LEITE 35

SÃO ROQUE CULTIVO DO CAFE

36 ESQUADIAS DE MADEIRA

37 VILA PAVÃO APICULTURA 38 PRODUÇÃO DE LEITE

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ANEXO 02

Análise dos municípios para PDLS2 A pedido da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento – SEP e do Sebrae foi desenvolvida uma análise dos municípios do Estado com menos leis urbanas para a escolha de 10 candidatos para o Plano de Desenvolvimento Local Sustentável – PDLS2. Inicialmente, foi elaborada uma tabela por município onde foram relacionados os itens: número de leis urbanas (levando em consideração as leis em fase de elaboração pelo PDLS1) e taxa de urbanização.

Tabela 1

MUNICÍPIOS LEIS

URBANAS

TAXA DE URBANIZAÇÃO (IBGE 2000) (%)

ALTO RIO NOVO 6 51,2 ANCHIETA 6 68,9 ARACRUZ 6 84,3 CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 6 88,9 COLATINA 6 81 CONCEIÇÃO DA BARRA 6 72,9 FUNDÃO 6 83 GUARAPARI 6 93,4 ITAPEMIRIM 6 57,4 LINHARES 6 82,5 PANCAS 6 43,3 SERRA 6 99,5 VENDA NOVA DO IMIGRANTE 6 61,3 VIANA 6 92,8 VITÓRIA 6 100 AFONSO CLÁUDIO 5 44,9 ÁGUA DOCE DO NORTE 5 47,9 ALEGRE 5 62,2 APIACÁ 5 64,2 ATÍLIO VIVACQUA 5 48,7 BOA ESPERANÇA 5 67 BOM JESUS DO NORTE 5 90,3 CARIACICA 5 96,5 CASTELO 5 53,6 DOMINGOS MARTINS 5 19 ECOPORANGA 5 53,8 GUAÇUÍ 5 75,3 IBIRAÇU 5 73 ITAGUAÇU 5 48,5 ITARANA 5 30,4 JAGUARÉ 5 54,8 JOÃO NEIVA 5 68,5 LARANJA DA TERRA 5 26,1

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MARATAÍZES 5 77,6 MONTANHA 5 74,9 MUCURICI 5 53,7 MUNIZ FREIRE 5 36,6 MUQUI 5 63,2 NOVA VENÉCIA 5 63,7 PONTO BELO 5 77,7 SANTA MARIA DE JETIBÁ 5 17,7 SÃO GABRIEL DA PALHA 5 69,1 SÃO MATEUS 5 76,3 SÃO ROQUE DO CANAÃ 5 42,8 VILA PAVÃO 5 23,3 VILA VELHA 5 99,6 BARRA DE SÃO FRANCISCO 4 54,9 BREJETUBA 4 15 IBITIRAMA 4 28,3 PIÚMA 4 94,1 PRESIDÊNTE KENNEDY 4 26,5 SANTA LEOPOLDINA 4 19,8 SÃO JOSÉ DO CALÇADO 4 66,4 VARGEM ALTA 4 28,3 ALFREDO CHAVES 3 41,2 DORES DO RIO PRETO 3 51,5 ICONHA 3 41,7 IRUPI 3 34,2 JERÔNIMO MONTEIRO 3 66,1 MARECHAL FLORIANO 3 43,2 MIMOSO DO SUL 3 50,7 PINHEIROS 3 65,5 BAIXO GUANDU 2 70,7 CONCEIÇÃO DO CASTELO 2 40 IÚNA 2 53,1 PEDRO CANÁRIO 2 91,9 SANTA TERESA 2 47,1 SÃO DOMINGOS DO NORTE 2 36,2 DIVINO DE SÃO LOURENÇO 1 33,5 IBATIBA 1 55,2 MARILÂNDIA 1 40,1 RIO BANANAL 1 26,6 RIO NOVO DO SUL 1 51,3 SOORETAMA 1 62,5 VILA VALÉRIO 1 29,5 ÁGUIA BRANCA - 24,4 GOVERNADOR LINDENBERG - N/D MANTENÓPOLIS - 60,4

Elaboração: IJSN, agosto 2008

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A partir dessa tabela foram selecionados os municípios com três leis urbanas ou menos e foi elaborada a tabela 2. Nesta tabela foram incorporadas às leis urbanas, aquelas em elaboração e foi acrescentada a coluna onde se identificou a presença de PDM já aprovado ou em elaboração. Essa característica é importante, visto que os Planos Diretores Municipais podem possuir várias das leis urbanas em análise.

Tabela 2

MUNICÍPIOS

LEIS URBANAS +

LEIS EM ELABORAÇÃ

O

TAXA DE URBANIZAÇ

ÃO (ibge 2000) (%)

PDM + EM ELABORAÇÃ

O

ÁGUIA BRANCA - 24,4 - GOVERNADOR LINDENBERG - N/D - MANTENÓPOLIS 1 60,4 - MARILÂNDIA 1 40,1 - SANTA TERESA 1 47,1 OK VILA VALÉRIO 1 29,5 - BAIXO GUANDU 2 70,7 OK IBATIBA 2 55,2 OK RIO BANANAL 2 26,6 - RIO NOVO DO SUL 2 51,3 - SÃO DOMINGOS DO NORTE 2 36,2 - SOORETAMA 2 62,5 OK IÚNA 3 53,1 OK JERÔNIMO MONTEIRO 3 66,1 OK PINHEIROS 3 65,5 OK DIVINO DE SÃO LOURENÇO 4 33,5 OK DORES DO RIO PRETO 4 51,5 OK ICONHA 4 41,7 - MIMOSO DO SUL 4 50,7 OK CONCEIÇÃO DO CASTELO 5 40 OK IRUPI 5 34,2 OK PEDRO CANÁRIO 5 91,9 OK ALFREDO CHAVES 6 41,2 OK MARECHAL FLORIANO 6 43,2 OK

Elaboração: IJSN, agosto 2008 A partir da análise das tabelas é possível sugerir os municípios para o próximo Plano de Desenvolvimento Local Sustentável – PDLS. A tabela 2 nos sugere os municípios de : Águia Branca, Governador Lindenberg, Mantenópolis, Marilândia, Vila Valério, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, São Domingos do Norte e Iconha.

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Visto que serão contemplados 10 municípios, analisando a tabela 1, chegamos ao município de Jaguaré. Pois todos os outros municípios com menos instrumentos urbanísticos possuem PDM aprovado ou em fase de elaboração, ou fizeram parte do PDLS1.