Curso Técnico Superior de Higiene e Segurança
Plano de Segurança e Saúde em Projecto
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1 - Introdução
A formanda, é funcionária da Câmara Municipal de Arouca, desempenhando funções como
técnica principal, engenheira civil, na Divisão de Serviços Urbanos e Ambiente, onde é
responsável pelo abastecimento público de água, drenagem de águas residuais, recolha de
lixo, manutenção de jardins, espaços públicos e edifícios municipais, entre outros.
Contudo, o presente trabalho foi desenvolvido no âmbito da sua actividade liberal, como
projectista e directora técnica de obra. Pelo que, a escolha do tema “ Plano de Segurança e
Saúde em Projecto”, prendeu-se com vários aspectos, sendo o principal, o facto de a
“autora” elaborar projectos de arquitectura e especialidades e ser obrigatório a entrega de
um plano de segurança e saúde em projecto, aquando a elaboração do mesmo. Também o
facto de a “autora” fazer o acompanhamento de obras, surgiu a necessidade de
compreender e identificar os perigos e riscos existentes numa obra e desta forma adequar e
propor medidas preventivas ou correctivas por forma a eliminar o perigo ou caso não seja
possível minimiza-lo.
A elaboração do Plano de Segurança e Saúde na fase de projecto visa eliminar ou controlar
os possíveis riscos de acidentes de trabalho que possam surgir durante a execução. Deve
ser adaptado/complementado com a coordenação de segurança na fase de obra a
eventuais alterações ao projecto, tendo em consideração aspectos e recomendações que a
empresa adjudicatária deve atender durante a execução dos trabalhos.
Todos os intervenientes na execução da obra devem ter sempre presente o seguinte:
construir com segurança é construir com qualidade, com mão de obra mais preparada, com
equipamentos mais evoluídos e controlados, com processos construtivos mais eficazes,
com maior capacidade de previsão e em consequência, teremos como resultado:
um melhor rendimento,
maiores benefícios e maior qualidade de vida .
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2 – Caracterização do Sector da Construção
O sector da construção civil tem todo um conjunto de características muito especificas, que
o distinguem de todos os outros sectores de actividade, sendo os seus riscos objectivos e
bastante elevados, e que o transformam num dos sectores de actividade de maior risco de
ocorrência de acidentes de trabalho. No entanto, é possível contrariar esta tendência,
fazendo corresponder as acções às preocupações. Ou seja, através do verdadeiro e
efectivo envolvimento de todos os actores sociais, é possível um maior e melhor
desenvolvimento de uma cultura de prevenção, de segurança e, acima de tudo, de
responsabilidade.
A construção é uma das maiores indústrias do nosso país. É também, ainda, aquela que
continua a registar os piores resultados em termos de segurança e saúde no trabalho e a
maior prevalência de acidentes de trabalho mortais. Isto porque, existem vários factores que
potenciam tais resultados, tais como, o trabalho ilegal, a falta de formação específica, a
imigração, o trabalharem várias empresas simultaneamente numa mesma obra, de modo
que trabalhadores de uma empresa podem estar expostos a riscos gerados por outras, as
próprias características do trabalho, as quedas em altura, nomeadamente de andaimes,
juntamente com os acidentes envolvendo o transporte no exterior e interior dos estaleiros de
construção, figuram entre os maiores problemas. A fragilidade financeira e técnica das
pequenas e médias empresas, contribuem também para o aumento destes índices.
Desde o seu início até ao seu terminus,uma obra de construção caracteriza-se por uma
enorme variedade de etapas e processos construtivos, sendo, por isso, um processo
bastante dinâmico. Este aspecto repercute-se na quantidade e inconstância de factores de
risco presentes e também na multiplicidade de acidentes passíveis de ocorrer. Numa
perspectiva global e evolutiva tem-se verificado que a maior causa de acidentes de trabalho
mortais na construção continua a ser a queda em altura, à qual se segue o esmagamento.
Surgem, depois, o soterramento e a electrocussão.
Apresentam-se a título exemplificativo algumas tarefas executadas num estaleiro de
construção civil genérico:
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• Trabalhos de demolição de estruturas;
• Trabalhos de escavação;
• Trabalhos associados a armação de ferro;
• Trabalhos de cofragem e descofragem;
• Trabalhos de Betonagem;
• Trabalhos de execução de alvenaria;
• Trabalhos de execução de reboco ou estuque;
• Trabalhos de execução de coberturas;
• Trabalhos de carpintaria;
• Trabalhos de serralharia;
• Trabalhos de pintura e/ou envernizagem;
• Trabalhos de aplicação de aplicação de revestimento de pavimentos
Podemos encontrar os respectivos riscos e medidas preventivas associadas a algumas das
tarefas anteriormente mencionadas do sector da construção civil no site
http://negocios.maiadigital.pt/hst/sector_actividade/construcao_civil/riscos_medidas_preventi
vas/ .
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2.1 - Dados Estatísticos 1
Sinistralidade laboral mortal total em 2006
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Sinistralidade laboral mortal na Construção em 2006
(causas de acidente)
Sinistralidade laboral mortal (total e construção) 2003-2007
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3 - Caracterização da Obra
O projecto refere-se à reconstrução de uma habitação unifamiliar, localizada no lugar de
Valgalhardo, freguesia de Macieira de Cambra, concelho de Vale de Cambra, conforme plantas
apresentadas no Anexo 1 .
3.1 – Memória Descritiva e Justificativa
A moradia a reconstruir insere-se em áreas classificadas no PDM como urbana de menor
densidade (tipo B) e Reserva Agrícola Nacional (RAN), desenvolvendo-se por dois pisos e
sótão. Os pisos foram utilizados, em tempos, para habitação e arrumos de produtos
agrícolas.
Ao nível do piso 1 serão arranjadas as paredes exteriores e interiores. No piso 2 e sótão,
também serão arranjadas as paredes exteriores e interiores e será substituído (demolido) o
piso/tecto em madeira existente nas divisões por lajes de piso e tecto em betão armado.
Sobre a laje de tecto, levará armação de viga e ripa, que será sobreposta com telha de
barro do tipo “Anadia”, de 1º qualidade, da cor do barro natural.
Esta reconstrução não é mais do que a pretensão de dotar a habitação das condições
necessárias ao fim a que se destina – habitação - tendo como preocupação a reutilização
dos elementos estruturais pré-existentes, sem no entanto ferir o aglomerado em que se
insere. De referir ainda que, da presente intervenção não resulta qualquer modificação da
área de construção existente, uma vez que não se aumenta a área construída.
ASPECTOS GERAIS DA SOLUÇÃO CONSTRUTIVA ADOPTADA
A solução construtiva adoptada baseia-se fundamentalmente na recuperação das paredes
em alvenaria de granito existentes, introdução de novos elementos estruturais,
nomeadamente em termos de lajes, de cobertura e reformulação do interior.
A nível interior será demolido os pisos e tecto ao nível do piso 2 e sótão. Por outro lado,
será implantada uma escada interior para acesso ao sótão. No piso 2 e sótão serão
construídas instalações sanitárias.
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O piso 1, com uma área de 189.00 m2, será constituído pelos arrumos, alpendres, adegas e
escadas exteriores de acesso ao piso 2.
O piso 2, com uma área coberta de 189.00 m2, será constituído por uma cozinha, sala
comum, dois quartos com w.c. privativo, um quarto, dois w.c., escadaria de acesso ao sótão
e zona de circulação interior (hall).
O sótão, com uma área coberta de 125.00 m2, será constituído por um w.c. e arrumos.
O acesso à habitação far-se-á pelo alçado sul através do caminho municipal.
Os pavimentos da sala comum, da circulação interior, da cozinha e do w.c. serão em tijoleira
cerâmica. Nos quartos será aplicada madeira. Ao nível do pátio interior, o pavimento será
executado com granito cinza.
Ao nível do piso 1, na zona de arrumos e adega, o pavimento será regularizado e
compactado afim de evitar assentamentos, sendo posteriormente o pavimento constituído
por camada de tout-venant, sobre a qual assentará uma camada de betão com malha sol
incorporada. Para finalizar, os respectivos pavimentos, serão revestidos a mosaico
cerâmico.
Todas as paredes interiores terão acabamento em reboco estanhado pintado em tons
claros, com excepção das instalações sanitárias e da cozinha que serão devidamente
cerezitadas e revestidas a azulejo até ao tecto. As paredes interiores serão em alvenaria de
tijolo 30x20x11.
As instalações sanitárias terão ventilação e iluminação natural, sempre que possível.
Os tectos, terão um acabamento em reboco estanhado e serão pintados a branco.
Todas as portas interiores, bem como aros, guarnições serão pré-fabricados em madeira
devidamente tratada e envernizada. Os roupeiros embutidos serão em madeira folheada e
envernizada.
Os rodapés da sala comum, circulação interior, cozinha e w.c. serão executados em réguas
cerâmicas. Os dos quartos serão executados em réguas de madeira.
Os vãos exteriores serão em madeira com vidro duplo incolor, devidamente dimensionado
em função das exigências térmicas. As protecções solares serão constituídas por portadas
em madeira.
As soleiras e peitoris serão em granito amaciado. As portas exteriores serão em madeira
maciça.
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As paredes exteriores já existentes em alvenaria de granito, serão devidamente limpas e as
juntas gateadas, mantendo-se o granito à vista. É de salientar que no piso 1 (arrumos e
adega) todas as paredes exteriores existentes em granito serão devidamente limpas e as
juntas gateadas, tanto ao nível do exterior como do interior.
A cobertura será constituída por telha de barro do tipo “Anadia”, de 1º qualidade, da cor do
barro natural, assente sobre estrutura de ripas/vigotas pré-fabricadas de betão armado.
A estrutura do edifício será constituída por parede resistente e por vigas/pilares, onde apoiarão
lajes maciças e lajes aligeiradas de elementos pré-fabricados do tipo Presdouro ou equivalente.
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4 - Coordenação de Segurança na Fase de Projecto
4.1 – Princípios Gerais de Prevenção
A filosofia preventiva prevista na lei, determina a necessidade de se desenvolver
globalmente a prevenção com vista à obtenção de níveis elevados de segurança, saúde e
bem-estar. Para que deste modo, as actividades concretas de prevenção se dirijam a tais
objectivos, torna-se necessário que se desenvolvam de acordo com metodologias
adequadas (organização dos serviços de prevenção) e se reportem a um conjunto de
princípios fundamentais denominados “Princípios Gerais de Prevenção” (art.º 273 do Código
do Trabalho e art.º 6º da Directiva 89/391/CEE):
� Evitar os riscos;
� Avaliar os riscos que não puderam ser evitados;
� Combater os riscos na origem;
� Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos
postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos
métodos de trabalho e de produção;
� Ter em conta o estado de evolução da técnica;
� Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
� Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a organização
do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos factores
ambientais do trabalho;
� Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de
protecção individual;
� Dar instruções adequadas aos trabalhadores.
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4.2 – Plano de Segurança e Saúde (PSS)
4.2.1 – Memória Descritiva
4.2.1.1 – Objectivo e Âmbito
O presente Plano de Segurança e Saúde, tem como objectivo principal dar a conhecer, a
Organização e Gestão da função Segurança, que se pretende ver aplicada no processo
construtivo da presente obra e ao mesmo tempo dar cumprimento ao estabelecido no
Decreto-Lei n.º 273/2003 de 29 de Outubro – “Prescr ições mínimas de Segurança e
Saúde no Trabalho a aplicar em estaleiros temporári os ou móveis” .
O Plano de Segurança e Saúde é um documento dinâmico que deverá ser objecto de
permanente actualização, iniciando-se a sua preparação durante a concepção geral do
empreendimento e que será concluído apenas com a recepção definitiva do
empreendimento. Em todas as situações, torna-se indispensável que o empreiteiro
desenvolva e adapte o presente Plano de Segurança e Saúde (PSS) do Dono da Obra, aos
meios e métodos de execução de que dispõe efectivamente para a execução da obra,
submetendo-se à aprovação e supervisão do Coordenador de Segurança da obra e Dono
de Obra sem esquecer o papel da Fiscalização.
• Tendo como alvo a prevenção dos riscos profissionais, a metodologia a aplicar
deverá ser a preconizada no Decreto-Lei n.º 441/91 de 14 de Novembro –
“Regime jurídico do enquadramento da Segurança, Hig iene e Saúde no
Trabalho", com as alterações introduzidas pelo Decr eto-Lei n.º 133/99 de 21
de Abril, tendo em conta a parte que diz respeito no enumerado dos princípios
gerais da prevenção.
As disposições contidas no presente Plano não anulam ou modificam as disposições
legais em vigor sobre Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
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4.2.1.2 – Comunicação Prévia Corresponde ao exigido pela Directiva Estaleiros n.º 92/57/CEE de 24 de Junho e
transposto para o direito interno através do Decreto – Lei n º 273/2003, de 29 de Outubro
onde no n.º 1 do art.º 15 define “O dono de obra deve comunicar previamente a abertur a
do estaleiro à Inspecção Geral do Trabalho” e fixar cópia da mesma em lugar bem
visível. Este documento é exigido sempre que:
a) Prazo de execução prevista seja superior a 30 di as e, em qualquer momento,
a utilização simultânea de mais de 20 trabalhadores ;
b) Um total de mais de 500 dias de trabalho, corre spondente ao somatório dos
dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhad ores.
Apresenta-se no Anexo 2 o conteúdo da Comunicação Prévia.
Qualquer tipo de alteração dos elementos constantes nesta lista deverá ser comunicada a
Inspecção-geral do Trabalho nas quarenta e oito horas seguintes e conhecimento ao
coordenador de segurança e entidade executante.
Todas as alterações verificadas deverão ser acrescentadas a este Plano de Segurança e
afixar cópia no estaleiro em lugar bem visível.
4.2.1.3 - Regulamentação Aplicável
À presente obra será aplicável toda a regulamentação em vigor sobre Segurança e Saúde,
incluindo a relativa a materiais e equipamentos a utilizar que envolvam riscos especiais.
No âmbito do presente PSS e sua implementação na obra em causa, indica-se a seguir de
forma não exaustiva, a regulamentação aplicável em matéria de segurança e saúde:
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Âmbito Geral
� Decreto-lei nº441/91→ Transpõe a directiva nº 86/188/CEE.
Contém os princípios que visam promover a segurança, higiene e saúde no trabalho.
� Decreto-Lei Nº133/99→ Altera o decreto-lei nº441/91.
Contém os princípios que visam promover a segurança, higiene e saúde no trabalho de
direito privado.
� Decreto-Lei Nº191/95→ Altera o decreto-lei nº441/91.
Contém os princípios que visam promover a segurança, higiene e saúde no trabalho
de direito público.
� Lei nº35/2004→Regulamenta a lei nº99/2003.
Aprovou o código do trabalho.
� Decreto-Lei nº26/94
Estabelece o regime de organização e funcionamento dos serviços de segurança,
higiene e saúde no trabalho.
� Decreto-Lei nº109/2000
Altera o decreto-lei 26/94.
� Portaria 1031/2002
Modelo de ficha de aptidão, prevista no nº4 do artigo 21º pelo decreto-lei nº26/94
� Lei nº100/97
Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças
profissionais.
� Lei nº143/99
Regulamenta a Lei nº100/97, no que respeita à reparação dos danos emergentes
dos acidentes de trabalho.
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� Decreto-Regulamentar nº06/2001
Identifica através de uma lista as doenças profissionais.
� Adaptação OHSAS 18001
Certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde ocupacional
� Adaptação OHSAS 18002
Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho – Linhas de orientação para a
implementação da norma NP4397.
� Decreto-Lei nº 110/2000
Estabelece as normas de acesso à certificação profissional e as condições de
homologação dos respectivos cursos de formação profissional de técnico superior de
segurança e higiene do trabalho e de técnico de segurança e higiene do trabalho.
Construção civil
� Decreto-Lei nº273/2003→ Transpõe a directiva nº92/57/CE.
Estabelece as prescrições mínimas de segurança e sáude no trabalho a aplicar em
estaleiros temporários ou móveis.
� Decreto-Lei nº41820/58
Estabelece a fiscalização e infracções às normas de segurança para protecção do
trabalho nas obras de construção civil.
� Decreto-Lei nº41821/58
Aprova o regulamento de segurança no trabalho da construção civil – RSTCC.
� Decreto-Lei nº46427/65
Aprova o regulamento das instalações provisórias do pessoal empregado nas obras –
RIPPEO.
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Equipamentos dotados de visor.
� Decreto-Lei nº349/93
Relativo a prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho
com equipamentos dotados de visor.
� Portaria nº989/93
Normas técnicas de execução com equipamentos dotados de visor.
Equipamentos de protecção individual.
� Decreto-Lei nº128/93→ Transpõe a directiva nº 89/686/CEE.
Estabelece as exigências técnicas de segurança a observar pelos equipamentos de
protecção individual.
� Portaria nº1131/93
Estabelece as exigências aplicáveis aos equipamentos de protecção individual,
relativos à saúde e segurança.
� Portaria nº109/96
Altera os anexos I, II, IV e V da portaria 1131/93.
� Portaria nº695/97
Altera os anexos I e V da portaria 1131/93.
� Decreto-Lei nº348/93
Estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde dos trabalhadores na
utilização de equipamentos de protecção individual.
� Portaria nº988/93
Estabelece a descrição técnica do equipamento de protecção individual de acordo
com o artº 7 do decreto-lei nº348/93.
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Riscos ligados à exposição de agentes biológicos
� Decreto-Lei nº84/97
Estabelece prescrições mínimas de protecção da segurança e da saúde dos
trabalhadores contra os riscos da exposição a agentes biológicos durante o trabalho.
� Portaria 405/98
Lista dos agentes biológicos.
� Portaria 1036/98
Altera a portaria 405/98.
Riscos ligados à exposição a agentes químicos.
� Decreto-Lei nº290/2001
Relativo à protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos
ligados à exposição a agentes químicos no local de trabalho e sobre valores limite de
exposição profissional a agentes químicos.
Ruído.
� Decreto-lei nº72/92→ Transpõe a directiva nº 86/188/CEE.
Estabelece o quadro geral de protecção dos trabalhadores contra os riscos devidos à
exposição do ruído durante o trabalho.
� Decreto-Regulamentar nº9/92
Estabelece normas relativas à protecção dos trabalhadores contra os riscos
decorrentes da exposição ao ruído durante o trabalho.
� Decreto-lei nº292/2000
Regulamento geral do Ruído.
� Decreto-Lei n.º 9/2007 de 17 de Janeiro
Aprova o Regulamento Geral do Ruído.
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Vibrações.
� Decreto-lei nº46/2006
Estabelece o quadro geral de protecção dos trabalhadores contra os riscos devidos à
exposição a vibrações durante o trabalho.
Riscos associados à movimentação manual de cargas.
� Decreto-Lei nº330/93→ Transpõe a directiva nº90/269/CEE.
Estabelece prescrições mínimas de protecção de segurança e de saúde dos
trabalhadores respeitantes à movimentação manual de cargas.
Sinalização de segurança.
� Decreto-Lei nº141/95→ Transpõe a directiva nº92/58/CEE.
Relativo às prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no
trabalho.
� Portaria nº 1456-A/95
Regulamenta as prescrições mínimas de colocação e utilização da sinalização de
segurança e de saúde no trabalho.
� Decreto-Regulamentar nº33/88
Regulamento de sinalização de carácter temporário de obras e obstáculos na via
pública.
� NP-182/1966
Sinalização de recipientes e tubagens para identificação de fluidos.
Riscos eléctricos.
� Decreto-Regulamentar nº90/84
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Regulamento de segurança de redes de distribuição de energia eléctrica em baixa
tensão.
Substâncias explosivas.
� Decreto-Lei nº265/94→ Transpõe a directiva nº93/15/CEE.
Relativa à harmonização da legislação sobre explosivos para utilização civil.
Risco de incêndio.
� Decreto-Lei nº64/90
Regulamento de segurança contra incêndio em edifícios de habitação.
� Decreto-Lei nº410/98
Regulamento de segurança contra incêndio em edifícios do tipo administrativo
(escritórios).
� Decreto-Lei nº368/99
Regulamento de segurança contra incêndio em estabelecimentos comerciais com
área total igual ou superior a 300m2.
� Portaria nº1372/2001
Medidas de segurança contra riscos de incêndio a observar nos estabelecimentos
comerciais e de prestação de serviços com área inferior a 300m2.
� Decreto-Lei nº66/95
Regulamento de segurança contra incêndio em parques de estacionamento cobertos.
� Decreto-Lei nº409/98
Regulamento de segurança contra incêndio em edifícios do tipo hospitalar.
� Decreto-Lei nº414/98
Regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares.
� Portaria nº1063/97
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Medidas de segurança contra incêndio aplicáveis na construção, instalação e
funcionamento dos empreendimentos turísticos e dos estabelecimentos de
restauração e de bebidas.
� Decreto-Lei nº426/89
Medidas cautelares de segurança contra riscos de incêndio em centros urbanos
antigos.
Meios de elevação ou movimentação.
� Decreto-Lei nº273/91→ Transpõe a directiva nº76/434/CEE.
Procedimentos a que estão obrigados os fabricantes de meios de elevação (cabos
metálicos, correntes de varão redondo de aço e ganchos) ao emprego dos mesmos
na construção.
� Decreto-Lei nº110/91→ Transpõe a directiva nº84/529/CEE.
Regulamento de segurança de elevadores, escadas mecânicas e tapetes rolantes.
� Decreto-Lei nº286/91→ Transpõe a directiva nº84/528/CEE.
Estabelece as prescrições técnicas de construção, verificação e funcionamento a que
devem obedecer todos os aparelhos de elevação ou de movimentação, accionados
electricamente, hidraulicamente ou por qualquer outro meio mecânico antes da
colocação no mercado.
Máquinas e equipamentos.
� Decreto-Lei nº320/2001→ Transpõe a directiva nº98/37/CE.
Estabelece as regras a que deve obedecer a colocação no mercado e a entrada em
serviço das máquinas e dos componentes de segurança colocados no mercado
isoladamente.
� Decreto-Lei nº214/95
Estabelece condições de utilização e de comercialização de máquinas usadas.
� Portaria nº172/2000
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Lista de máquinas usadas, que pela sua complexidade e características revistam
especial perigosidade.
� Decreto-Lei nº50/2005→ Transpõe a directiva nº2001/45/CE.
Relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos
trabalhadores de equipamentos de trabalho.
� Decreto-Lei nº17/2006
Regulamento de atribuição de matrículas a máquinas industriais.
Dever-se-á também incluir outra regulamentação específica, nomeadamente a relativa a
materiais a empregar na obra e que envolvam riscos especiais, como por exemplo, riscos de
exposição ao amianto, ao chumbo, a substâncias químicas, entre outros.
4.2.1.4 – Organograma Funcional
Encontra-se definido conforme o organograma apresentado no Anexo 3 .
Este deverá ser completado pelo empreiteiro e anexado a este Plano de Segurança e
Saúde.
Para implementação do Plano de Segurança e Saúde (PSS), o Empreiteiro deverá designar
um responsável pela prevenção de riscos profissionais e outros, relacionados com a
execução da empreitada, o qual responderá, em primeira instância, perante o Coordenador
de Segurança nomeado pelo Dono de Obra.
4.2.1.5 – Horário de Trabalho
É obrigatório por parte do empreiteiro a sua apresentação, o qual no início da obra será
afixado em lugar bem visível e acrescentado neste Plano de Segurança e Saúde, depois de
ser aprovado pelo Coordenador de Segurança da Obra e Dono de Obra.
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De 2ª a 6ª Feira Entrada ………….. Almoço ............. Saída ................ Sábados Dia complementar de descanso semanal Domingos Dia de descanso semanal
4.2.1.6 – Acidentes de Trabalho
4.2.1.6.1 – Procedimentos
� Sempre que ocorram acidentes de trabalho no estaleiro ou na obra, têm os
Subempreiteiros (caso existam) que participar os mesmos ao Empreiteiro Geral
através da fotocópia da participação à seguradora e do boletim interno de acidente
com o respectivo preenchimento.
� O Empregador comunicará à Inspecção-geral do Trabalho, a ocorrência de acidentes
graves ou mortais, conforme o n.º 1 do artigo 24 do Dec. Lei n.º 273/2003 de 29 de
Outubro, e exigirá o mesmo procedimento aos Subempreiteiros por si contratados.
NOTA: Se de um acidente resultar a morte ou lesão grave dum trabalhador ou que
independentemente de produção de tais danos, assumam particular gravidade na
perspectiva da segurança, deve-se vedar a zona e os acessos ao local de
acidente, suspender de imediato todos os trabalhos susceptíveis de destruir ou
alterar os vestígios deixados, até que o I.G.T. realize o respectivo inquérito e/ou
dê autorização para continuar a laboração normal.
4.2.1.6.2 - Sinistralidade Laboral-Índices Mensalmente e por acumulação, o Empreiteiro Geral fornecerá os índices de sinistralidade
laboral (frequência e gravidade), assim como os resultados estatísticos avaliados por
causas, tipo de lesão e zonas do corpo, etc.
4.2.1.6.3 – Seguro de Acidentes de Trabalho É obrigatório a apresentação das respectivas apólices por parte do empreiteiro para
aprovação do Plano de Segurança e Saúde da Obra pelo Coordenador de Segurança da
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Obra e Dono de Obra. As cópias das apólices devem ser acrescentadas a este Plano de
Segurança e Saúde e registadas no quadro apresentado no Anexo 4 .
Todos os trabalhadores em obra terão de estar cobertos por um seguro de acidentes de
trabalho da empresa a que estão vinculados.
4.2.1.7 – Fases de Execução do Empreendimento
A obra engloba todos os trabalhos descriminados no mapa de trabalhos. A execução da
obra será elaborada conforme o “Plano de Trabalhos” definitivo a ser apresentado pela firma
adjudicatária/empreiteiro para aprovação do Plano de Segurança e Saúde (PSS) da Obra
pelo Coordenador de Segurança da Obra e Dono de Obra.
4.2.1.8 – Métodos e Processos Construtivos
A identificação de métodos e processos construtivos não tradicionais devem ser
devidamente descritos e mencionar os riscos que lhe são associados, de forma a prever
atempadamente as medidas a serem adoptadas e acrescentadas a este Plano de
Segurança e Saúde. Compete ao empreiteiro apresentar toda esta informação ao
Coordenador de Segurança e Dono de Obra para a sua aprovação, sendo posteriormente
acrescentado a este Plano de Segurança e Saúde (PSS).
No Anexo 5 , apresenta-se um modelo da ficha contendo alguns dados e a qual poderá ser
utilizada.
4.2.2 – Caracterização e Descrição da Obra
4.2.2.1 – Características Gerais
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Esta obra compreende as seguintes tarefas, conforme definido nas peças desenhadas e
mapa de medições.
A obra contempla os seguintes trabalhos:
1. Trabalhos Preliminares
2. Movimento de terras;
3. Betões, armaduras e cofragens;
4. Alvenarias;
5. Pavimentos;
6. Cantarias;
7. Coberturas e impermeabilizações;
8. Revestimentos;
9. Carpintarias;
10. Serralharias;
11. Pinturas;
12. Rede de esgotos doméstica e pluvial;
13. Rede de abastecimento de águas;
14. Equipamentos Sanitários;
15. Rede eléctrica e telefónica;
16. Diversos e limpeza da obra;
4.2.2.2 – Mapa de Quantidades de Trabalho
Este documento encontra-se no projecto aprovado.
4.2.2.3 – Plano de Trabalhos
O Plano de Trabalhos definitivo deve ser apresentado pelo empreiteiro ao dono de obra
sendo aprovado pela Fiscalização e Coordenador de Segurança. Constituído por um gráfico
com o desenvolvimento de todas as actividades a serem desenvolvidas durante a execução
da obra e deve ser incluído neste Plano de Segurança e Saúde.
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É fundamental para identificação dos períodos com maior incidência de trabalhos em
simultâneo e tomar as medidas necessárias para prevenção dos riscos profissionais.
Exigindo uma maior atenção ao Coordenador de Segurança para possíveis alterações ao
Plano de Segurança.
4.2.2.4 – Cronograma de Mão-de-Obra
O Cronograma de Mão-de-obra definitivo deve ser apresentado pelo empreiteiro ao dono de
obra sendo aprovado pela Fiscalização e Coordenador de Segurança. Constituído por um
gráfico em valores mensais e valores acumulados expresso em Homens e/ou Homens-hora,
esta forma serve para avaliar a eventual entrega da Comunicação Prévia e medir o grau de
sinistralidade da obra. Este documento deve ser incluído neste Plano de Segurança e
Saúde.
4.2.2.5 – Projecto Estaleiro
4.2.2.5.1 - Considerações Gerais
O Projecto Estaleiro definitivo deve ser apresentado pelo adjudicatário, assim como, o
estaleiro principal para aprovação do Plano de Segurança e Saúde (PSS) da Obra pelo
Coordenador de Segurança da Obra e Dono de Obra. No início da obra será afixada em
lugar bem visível a Planta de Estaleiro aprovada.
No Anexo 1 junta-se plantas da obra.
O Empreiteiro obriga-se à utilização sistemática, por parte de todos os trabalhadores da
obra, dos equipamentos de sinalização e protecção dos trabalhadores afectos à execução
dos vários tipos de trabalho, de acordo com as disposições em vigor.
Todos esses equipamentos deverão ser adequados às condições específicas do tipo de
trabalho e serão certificados. Assim o Empreiteiro é obrigado a fornecer o referido material
a todo o pessoal empregue na obra, não se permitindo a execução de qualquer trabalho
sem o uso dos dispositivos de protecção específicos em cada caso.
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4.2.2.5.2 - Delimitação Física do Estaleiro O estaleiro será vedado e terá as entradas devidamente assinaladas.
Será dotado de escritório técnico, parque de máquinas, depósito de materiais, armazém e
constituirá o apoio logístico a todas as obras referentes a este Projecto.
A vedação do espaço do estaleiro será assegurada por muros, eventualmente existentes
ou a construir, e/ou rede metálica, sendo esta aplicada sobre prumos em madeira.
4.2.2.5.3 - Instalações (Elementos do Estaleiro) Terão de ser identificados todos os elementos a instalar e que se mostrem necessários
(como, por exemplo, vedações, portaria, escritórios, dormitórios, instalações sanitárias,
refeitórios, armazéns de materiais, ferramentaria, rede provisória de água, rede provisória
de esgotos, rede provisória de electricidade, recolha de lixos, circulações internas, casa do
guarda, etc.), organizá-los e arrumá-los de forma a optimizar a sua operacionalidade,
reduzindo ao mínimo os percursos internos, quer dos trabalhadores, quer dos materiais e
equipamentos de apoio.
Especial atenção deverá ser dedicada à implementação e localização de áreas para a
preparação de armaduras, preparação de cofragens, fabrico de betões e argamassas,
instalação de equipamentos de estaleiro fixos, parques de equipamentos móveis e parques
de materiais.
O empreiteiro terá de apresentar planta com localização das instalações, sua identificação
e respectivas áreas, para ser anexa ao Plano de Segurança e Saúde.
Nesta planta, as diversas áreas (como, por exemplo, de uso obrigatório de capacete, uso
obrigatório de botas, etc…) bem como as suas principais características deverão estar
convenientemente definidas, através de simbologia adequada.
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SIMBOLOGIA
USO OBRIGATÓRIO DE CAPACETE
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USO OBRIGATÓRIO DE BOTAS
PROIBIDA A ENTRADA A PESSOAS ESTRANHAS À OBRA
QUEDA DE OBJECTOS
PERIGO DE ELECTROCUSSÃO
PARAGEM OBRIGATÓRIA
EXTINTORES
PARQUE DE ESTACIONAMENTO
SETA DE INDICAÇÃO
POSTO MÉDICO 4.2.2.5.4 – Redes a Instalar no Estaleiro REDE ELÉCTRICA
Deverá ser privilegiada a ligação à rede pública existente no local, ou no caso de não
existir, recorrer-se à utilização de geradores.
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A potência a instalar deverá ser calculada pelo somatório da potência necessária para
para a alimentação dos equipamentos e para a iluminação das instalações do estaleiro.
- Todas as montagens, desmontagens e manutenção da instalação eléctrica, só
poderão ser executadas por pessoal técnico devidamente habilitado.
- Não é permitido a qualquer outro trabalhador efectuar qualquer tipo de trabalho
relacionado com a instalação eléctrica.
Riscos Específicos:
- Contactos directos
- Contactos indirectos
- Riscos derivados de quedas de tensão na instalação por sobrecarga (cálculo
incorrecto da instalação ou abuso)
- Mau funcionamento dos mecanismos e sistemas de protecção
- Mau funcionamento das ligações à terra (instalação incorrecta)
- Quedas ao mesmo nível
- Quedas de nível diferente (montagem de linhas aéreas)
Medidas de Prevenção:
- A secção dos cabos será adequada ao tipo de carga eléctrica que há de
suportar, em função do cálculo efectuado para a maquinaria e iluminação
previstas.
- Os cabos não podem ter defeitos de isolamento.
- Os cabos suspensos ficarão a uma altura mínima de 2 metros nos locais de
acesso a peões, e de 5 metros nos locais de circulação de veículos, medidos a
partir do nível no pavimento.
NOTA: Sempre que possível, é preferível enterrar os cabos eléctricos na
zona de passagem de veículos, desde que tal seja ex ecutado
correctamente.
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- A distribuição a partir do quadro geral de obra para os quadros secundários
deve, ser efectuada por cabos à prova de humidade.
- As junções entre tubos estarão sempre elevadas. Não é permitido mantê-las no
solo.
- As junções provisórias entre tubos efectuar-se-ão com conecções
normalizadas, estanques e anti-humidade.
- As junções definitivas serão executadas utilizando caixas normalizadas,
estanques, de segurança.
- O trajecto dos cabos eléctricos não pode coincidir nem aproximar-se das
tubagens de abastecimento de água.
Medidas Preventivas para os Interruptores:
- Os interruptores serão instalados no interior de caixas normalizadas providas de
porta com fechadura de segurança.
- As caixas de interruptores terão na porta um sinal de perigo de electrocussão e
serão suspensas verticalmente em locais estáveis.
Medidas Preventivas para os Quadros Eléctricos:
- Os quadros eléctricos serão metálicos, à prova de intempéries, com porta e
fechadura de segurança com chave.
- Apesar de serem à prova de intempérie devem ser ainda protegidos eficazmente da
água da chuva com cobertura adequada.
- Os quadros eléctricos metálicos terão a carcaça ligada à terra.
- Devem ostentar na porta o sinal normalizado de perigo de electrocussão.
- Os quadros eléctricos devem ser colocados na vertical, bem fixos a superfícies
estáveis.
REDE DE ÁGUA POTÁVEL Torna-se indispensável dispor de água em abundância, quer para utilização na execução
da obra (fabrico de betões e argamassas, compactações, etc.), quer para fins de higiene
dos trabalhadores e das instalações do estaleiro.
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Assim, haverá que dotar o estaleiro de uma rede de água potável preferencialmente por
ligação à rede pública e estudar a sua distribuição no interior do estaleiro alimentando os
pontos onde a água é necessária com maior frequência (estaleiro de fabrico de betões e
argamassas, instalações sanitárias).
REDE DE ÁGUAS RESIDUAIS Deverá ser previsto um sistema de drenagem de águas residuais preferencialmente por
ligação à rede pública.
Caso contrário deverá ser previsto um sistema alternativo de drenagem e de tratamento
eventualmente efectuado através de fossa séptica com poço sumidouro.
RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS Deverá ser previsto um sistema de recolha de lixos em recipientes hermeticamente
fechados e ser assegurada a sua remoção diária preferencialmente através dos serviços
públicos.
Se estes serviços não abrangerem a área onde se localiza o estaleiro, então haverá que
prever a remoção diária dos lixos produzidos.
REDE DE TELECOMUNICAÇÕES O estaleiro deverá ser equipado com telefone e fax.
REDE DE ILUMINAÇÃO Deverá ser prevista a instalação de uma adequada rede de iluminação, eventualmente
complementada com implementação de pontos onde possa vir a ser necessário ligar
projectores eléctricos portáteis.
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4.2.2.6 – Lista de Trabalhos e Materiais com Riscos Especiais
Estão identificados os trabalhos com riscos especiais conforme o art.º 7 Decreto - Lei n.º
273/2003, de 29 de Outubro.
No Anexo 6 e 7 apresentam-se a listas de trabalhos e materiais com riscos especiais e
medidas de prevenção.
Deve o empreiteiro na fase de execução da obra e de acordo com os métodos por ele
aplicado adaptar esta lista, utilizando as fichas tipo apresentadas nos Anexo 6 e 7.
4.2.2.6.1 - TRABALHOS COM RISCOS ESPECIAIS
Nesta lista, pretende-se identificar e avaliar qualitativamente os riscos para a Segurança e
Saúde dos trabalhadores, visando a adopção de medidas adequadas no P.S.S., a definir
pelo Coordenador de Segurança.
De acordo com o artigo 7º do Decreto – Lei nº 273/2003, de 29 de Outubro são considerados
riscos especiais de trabalho para a segurança e saúde dos trabalhadores, os que:
a) Exponham os trabalhadores a riscos de soterramento, de afundamento ou de queda em
altura, particularmente agravados pela natureza actividade ou dos meios utilizados, ou do meio
envolvente do posto, ou da situação de trabalho, ou do estaleiro;
b) Exponham os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos, susceptíveis de causar doenças
profissionais;
c) Exponham os trabalhadores a radiações ionizantes, quando for obrigatória a designação de
zonas controladas ou vigiadas;
d) Efectuados na proximidade de linhas eléctricas de média e alta tensão;
e) Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização, ou na sua
proximidade;
f) De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;
g) Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;
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h) Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos derivados de
atmosferas explosivas;
i) De trabalhos de montagem e desmontagem de elementos pré – fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave.
j)Quaisquer outros trabalhos que o dono de obra ou o autor do projecto fundamentalmente
considerem susceptíveis de constituir risco grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Sempre que ocorrerem trabalhos com riscos especiais deverá proceder-se à identificação e
elaboração de uma lista dos mesmos, evidenciando as medidas preventivas a adoptar. Nenhum
trabalho poderá ser executado de forma imprevista e com riscos não considerados no presente
PSS.
4.2.2.6.2 - MATERIAIS COM RISCOS ESPECIAIS Na presente obra os riscos associados à manipulação de materiais perigosos pela sua
natureza não são significativos sendo no entanto necessário tomar medidas de prevenção
relativas aos riscos potenciais que possam no entanto daí advir.
No que se refere à execução da presente obra, a manipulação do cimento e de outros
materiais empregues na sua composição, poderão originar dermatoses nos trabalhadores,
quando manipulados incorrectamente. São também materiais de risco os óleos
descofrantes utilizados nestes trabalhos.
Há que reter atenção especial no manuseamento das substâncias utilizadas com maior
frequência na fase dos acabamentos, nomeadamente as tintas, vernizes, aerossóis,
betuminosos, produtos de limpeza, etc. e que são muitas vezes fonte de acidentes,
doenças profissionais ou outras situações indesejáveis, para as quais terão de ser
tomadas medidas de prevenção e de protecção adequadas.
Não pode ser descurada a atenção a produtos perigosos de utilização indirecta, como
sejam os combustíveis, tanto no que se refere ao seu acondicionamento, como na sua
aplicação.
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Assim, deverá o Coordenador de Segurança implementar as medidas de prevenção e de
protecção necessárias, nomeadamente através da correcta escolha do equipamento
individual de protecção a utilizar pelos trabalhadores, ou através do estabelecimento dos
procedimentos adequados que se revelem necessários.
Deverá igualmente ter-se em atenção que aquando da eventual introdução de novos
trabalhos na obra, não previstos neste momento e que impliquem o emprego de outros
materiais que envolvam riscos de manipulação, estes devem ser convenientemente
analisados e avaliados nos seus eventuais efeitos e riscos pelo Coordenador de
Segurança. Para tal será necessário solicitar ao fornecedor desses mesmos produtos os
rótulos e as respectivas fichas técnicas.
4.2.3 - ACÇÕES PARA A PREVENÇÃO DE RISCOS 4.2.3.1 - PLANO DE ACÇÕES QUANTO A CONDICIONALISMOS EXISTENTES NO
LOCAL
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O levantamento dos condicionalismos existentes no local compreende o registo de todos os
elementos que possam interferir com a implantação do empreendimento e do estaleiro de
apoio à sua execução, nomeadamente:
• construções e outros obstáculos existentes;
• infra-estruturas técnicas, enterradas ou aéreas;
• condições de acesso ao local.
Pretende-se com este levantamento detectar as situações que interfiram com a execução do
empreendimento impedindo a sua implantação ou criando condições de risco que devam e
possam ser prevenidas logo na fase de concepção.
Assim, especial atenção deverá ser prestada à eventual existência de:
• construções ou outros obstáculos;
• rede de abastecimento de água;
• rede de drenagem de águas residuais;
• rede de drenagem de águas pluviais;
• rede de gás;
• rede eléctrica (alta, média e baixa tensão);
• rede telefónica;
• rede televisiva (por cabo).
Orografia
A obra situa-se em uma zona urbana.
Clima
O clima é temperado, com características próprias da Zona Norte do país:
- Índice de pluviosidade elevado;
- Acentuadas amplitudes térmicas.
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Geologia - Geotécnia
A obra em causa não carece de estudo geológico – geotécnico.
Serviços Afectados
No início da empreitada antes de executar os trabalhos o adjudicatário deve elaborar
o levantamento de todas eventuais infraestruturas afectadas de modo a evitar
quaisquer riscos tanto para a obra e seu funcionamento, como para destinatários dos
serviços, minorando-se os períodos de intervenção.
É obrigatório notificar as entidades fornecedoras de serviços como: EDP e Portugal
Telecom entre outros do inicio dos trabalhos.
Atravessamento
Os atravessamentos resumem-se a:
- Caminhos municipais;
4.2.3.2 - PLANO DE SINALIZAÇÃO E DE CIRCULAÇÃO DO E STALEIRO
Devem adoptar-se medidas para garantir as condições de acesso, deslocação e circulação
necessárias à segurança de todos os trabalhadores no estaleiro e na obra.
O Plano de Sinalização e de Circulação do Estaleiro, elaborado em geral sobre a planta do
estaleiro, deverá estabelecer todas as indicações relativas à sinalização de segurança e de
saúde e à sinalização de circulação de pessoas e veículos no estaleiro.
Nenhum trabalho poderá ter inicio sem que estejam aprovados os projectos de sinalização e
circulação, devidamente implementada a totalidade dos sinais e dispositivos.
Deverão constituir especial atenção:
- Sinalização dos trabalhos;
- Relativamente a trabalhos em que se criem situações de desníveis significativos,
será previamente executada a vedação física da zona afectada;
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4.2.3.2.1 – SINALIZAÇÃO
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
À entrada do estaleiro o empreiteiro obriga-se a colocar sinalização de segurança, sob a
forma de autocolantes em chapa metálica fixada a prumos chumbados no piso, que no
presente caso são:
• PROTECÇÃO OBRIGATÓRIA DA CABEÇA
• PROTECÇÃO OBRIGATÓRIA DAS MÃOS
• PROTECÇÃO OBRIGATÓRIA DOS PÉS
• PROTECÇÃO OBRIGATÓRIA DOS OLHOS
• PROTECÇÃO OBRIGATÓRIA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
• PROIBIDA A ENTRADA A PESSOAS NÃO AUTORIZADAS
• PERIGOS VÁRIOS
SINALIZAÇÃO GESTUAL
Os condutores manobradores serão auxiliados, sempre que necessário, gestualmente por
outros trabalhadores devidamente preparados para o fazer.
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Gestos de carácter geral
1. 2. 3.
1 - Significado – Início (atenção, comando assumido); Descrição – ambos os
braços abertos horizontalmente, palmas das mãos voltadas para a frente.
2 - Significado – Stop (interrupção, fim de movimento); Descrição – braço direito
levantado, palma da mão direita para a frente
3 - Significado – Fim (das operações); Descrição – Mãos juntas ao nível do peito.
Movimentos Verticais
4. 5. 6.
4 - Significado – Subir; Descrição – braço direito estendido para cima, com a
palma da mão virada para cima para a frente descrevendo um circulo lentamente.
5 - Significado – Descer; Descrição – braço direito estendido para baixo, com a
palma da mão virada para dentro descrevendo um circulo lentamente.
6 - Significado - Distância vertical; Descrição – Mãos colocadas de modo a indicar
a distância.
Movimentos Horizontais
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7. 8. 9.
10. 11.
7 - Significado – Avançar; Descrição – Ambos os braços dobrados, palmas das
mãos voltadas para dentro; os antebraços fazem movimentos lentos em direcção ao
corpo.
8 - Significado – Recuar; Descrição – Ambos os braços dobrados, palmas das
mãos voltadas para fora; os antebraços fazem movimentos lentos afastando-se do
corpo.
9 - Significado – Para a direita (relativamente ao sinaleiro); Descrição – Braço
direito estendido mais ou menos horizontalmente, com a palma da mão direita
voltada para baixo, fazendo pequenos movimentos lentos na direcção pretendida.
10 - Significado - Para a esquerda (relativamente ao sinaleiro); Descrição – Braço
esquerdo estendido mais ou menos horizontalmente, com a palma da mão esquerda
voltada para baixo, fazendo pequenos movimentos lentos na direcção pretendida.
11 - Significado – Distância horizontal; Descrição – Mãos colocadas de modo a
indicar a distância.
Perigo
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12.
12 - Significado – Perigo (stop ou paragem de emergência); Descrição – Ambos
os braços estendidos para cima com as palmas das mãos voltadas para a frente.
LOCALIZAÇÃO
G
A B C D
E F
Direcção da Obra/Fiscalização E
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Encarregado F
Ferramentaria/Armazém E,F
Dormitório E
Instalações Sanitárias
Refeitório E
Estaleiro de Cofragem G
Vestiário E
Grua torre B
Portão A,B,C,D
4.2.3.2.2 - CIRCULAÇÕES INTERNAS O aprovisionamento de materiais à obra e a movimentação de cargas no interior do
estaleiro, obriga a que se prevejam circulações internas no estaleiro que permitam essa
movimentação.
4.2.3.3 - PLANO DE PROTECÇÕES COLECTIVAS
O empreiteiro deverá aplicar, entre outras, as medidas necessárias de protecção colectiva
visando a redução de riscos profissionais.
Como princípio de prevenção geral o empregador deverá dar prioridade às medidas de
protecção colectiva em relação às de protecção individual definindo os equipamentos de
protecção colectiva (EPC) a empregar e respectiva implantação nos locais adequados em
função dos riscos a que os trabalhadores poderão estar expostos.
Para o estabelecimento do Plano de Protecções Colectivas, deve em especial analisar-se o
projecto do estaleiro, o projecto da obra e os métodos e processos construtivos a empregar,
deduzindo-se os riscos previsíveis que interessam prevenir.
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EXEMPLOS DE RISCOS E RESPECTIVAS MEDIDAS DE PROTECÇ ÃO COLECTIVA
RISCOS MEDIDAS
Queda em altura
Utilização de guarda-corpos nas bordaduras das lajes dos pisos e aberturas neles existentes (Caixa de elevadores, courettes); redes de protecção exterior; delimitação de escavações com guardas; execução adequada de andaimes; correcta utilização de escadas de mão; execução de cofragens de pilares e paredes incorporando nestas as respectivas plataformas de trabalho- sistema de segurança integrada;
Queda ao mesmo nível Limpeza do estaleiro; arrumação ordenada de materiais de construção e de equipamentos de estaleiro;
Soterramento Entivação adequada de valas; execução de taludes tendo em conta a natureza do terreno e as condições atmosféricas; delimitação de escavações efectuadas com guardas;
Electrocussão Colocação de guardas de protecção (junto a postos de transformação ou linhas eléctricas);
Queda de objectos Execução de passadeiras com cobertura de protecção (acessos às construções em execução, sobre os passeios públicos - quando as construções confinem com a via pública);
4.2.3.4 - PLANO DE PROTECÇÕES INDIVIDUAIS
O Plano de Protecções Individuais de uma obra assenta essencialmente na utilização de
equipamentos de protecção individual (EPI) por forma a atenuar os riscos associados às
tarefas que cada trabalhador desempenha nesse empreendimento.
Os EPI, são entendidos como quaisquer equipamentos ou seus acessórios destinados ao
uso pessoal do trabalhador para protecção contra riscos susceptíveis de ameaçar a sua
segurança ou saúde no desempenho das tarefas que lhe estão cometidas, deverão ser
utilizados sempre que os riscos existentes não puderem ser evitados de forma satisfatória
por meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas, métodos ou processos de
organização do trabalho.
Ao Coordenador de Segurança e Saúde (e/ou Director da Obra) competirá fornecer todas as
instruções de utilização necessárias ao correcto uso do equipamento, controlar o seu uso
efectivo e garantir a sua manutenção.
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Ao trabalhador (parte interessada) incumbirá aceitar o uso desse equipamento, respeitar as
instruções de utilização e apresentar todas as anomalias ou defeitos que detecte no
equipamento.
No acto de entrega, cada trabalhador deverá assinar a sua recepção através de uma ficha e
deverá ser informado pelo empregador para que efeito se destina o equipamento. Na
mesma o trabalhador tem de ser informado das suas obrigações e assinar uma declaração
para o efeito e apresentar todas as anomalias ou defeitos que detecte no equipamento. No
Anexo 8 apresenta-se um tipo de ficha de recepção dos EPI (equipamento de protecção
individual) e declaração.
4.2.3.5 - PLANO DE UTILIZAÇÃO E CONTROLO DE EQUIPAM ENTOS
Deverá ser elaborado um Plano de utilização e controlo dos equipamentos do estaleiro. No
mínimo deverá existir um modelo para preenchimento contendo a lista dos equipamentos
que se prevê vir a ser utilizada na obra, a indicação do número e do tipo de equipamentos
fixos e móveis, bem como os respectivos tempos de permanência no estaleiro.
Todos os equipamentos em estaleiro deverão ser inspeccionados e verificados
periodicamente.
Deverão ser tidas em consideração as seguintes regras e medidas de segurança:
• Todas as máquinas devem estar em boas condições mecânicas e eléctricas, antes
da sua entrada no estaleiro.
• Todos os equipamentos pesados, devem ser inspeccionados regularmente, antes
do início dos trabalhos. Os operadores destes equipamentos devem ser
especializados e competentes para trabalhar com o material sob sua
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responsabilidade. Os sistemas de segurança terão de estar em boas condições de
funcionamento.
• Gráficos de capacidade de cargas, velocidade de operação recomendadas, avisos
específicos de perigo, e toda a informação essencial deverão ser rigorosamente
colocadas em todos os equipamentos.
• Somente os sinais standartizados servirão de referência para o operador.
Deverão ser implementados os procedimentos necessários à verificação da segurança dos
diversos equipamentos em obra, nomeadamente fichas de controlo e inspecção (check
lists) para cada equipamento em utilização, nomeadamente:
• Ficha de manutenção para condutores manobradores de gruas torre
• Ficha de controlo para aparelhos, máquinas e instalações utilizadas
A manutenção periódica dos equipamentos deverá ser feita de duas formas:
• Revisão Periódica de Manutenção
• Inspecção Geral de cada Equipamento
A Revisão Periódica de Manutenção é feita normalmente em obra. Estas revisões são
controladas através de uma ficha de controlo de equipamento, que existe nos arquivos da
obra. Cada máquina tem a sua ficha, das várias fases de manutenção.
Em termos de registo existirá um manual de cada máquina de todas as fases de
manutenção, pelo que deverá ser efectuado pelo preenchimento de uma ficha tipo como se
apresenta no Anexo 9.
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As manutenções, abastecimentos ou reparações não poderão ser efectuadas enquanto o
equipamento estiver a ser utilizado.
4.2.3.6 - PLANO DE INSPECÇÃO E PREVENÇÃO
Através do Plano de Inspecção e Prevenção pretende-se efectuar o registo de forma
sistematizada da informação necessária e suficiente relativa a potenciais riscos envolvidos
na execução de cada operação ou elemento de construção, prevendo-se as
correspondentes medidas preventivas e de protecção que se mostrarem adequadas.
Baseia-se na utilização de fichas com:
• Procedimentos de Inspecção e Prevenção
• Registo de Inspecção e Prevenção
• Registo de Não-conformidades e Acções Preventivas
As fichas do Anexo 10 , servem de modelo. 4.2.3.7 - PLANO DE SAÚDE DOS TRABALHADORES
Com o Plano de Saúde dos Trabalhadores pretende-se assegurar a vigilância adequada
da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que se encontram expostos,
verificando a aptidão física e psíquica do trabalhador para o exercício da sua profissão.
Para tal deve-se prever a forma de assegurar essa vigilância que poderá incluir exames de
saúde:
• No momento de entrada de cada trabalhador no estaleiro
• Com periodicidade, por exemplo semestral
• Regresso ao trabalho após ausência superior a 30 dias
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Os exames médicos podem ser realizados no próprio estaleiro, ou nos serviços médicos de
apoio a companhia de seguros ou da associação de empresas. Os trabalhadores devem ter
idade superior a 16 anos.
Cada trabalhador deverá ser portador de um cartão de identificação e de controlo das
inspecções médicas.
4.2.3.8 - PLANO DE REGISTO DE ACIDENTES E ÍNDICES D E SINISTRALIDADE
Sempre que ocorra um acidente (leve, grave ou mortal) deve ser efectuado um inquérito
registando-se todas as informações relevantes que permitam uma análise detalhada desse
acidente.
Para isso, recorre-se a modelos de fichas de inquérito de acidente que as entidades
oficiais (Inspecção Geral do Trabalho) ou as companhias de seguros em geral utilizam e
que contêm toda a informação que necessitam para os fins determinados na legislação
específica aplicável.
Através destas fichas é possível proceder a uma análise estatística detalhada dos
acidentes de trabalho, os quais poderão ser classificados em função, nomeadamente, das
suas causas, do tipo de lesão, da parte do corpo atingida, do grupo etário, do dia da
semana e da hora do dia em que ocorreram os acidentes, ou ainda das consequências
dos acidentes. Este registo servira para o cálculo dos respectivos Índices de Sinistralidade.
No Anexo 11 apresenta-se uma ficha tipo.
4.2.3.9 - PLANO DE FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO DOS TRABAL HADORES
Com o Plano de Formação e Informação dos Trabalhadores pretende-se assegurar a
formação e informação tendo em consideração as funções que desempenham e o posto
de trabalho que ocupam, podendo-se recorrer a um questionário de levantamento de
necessidades, conforme Anexo 12.
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Dever-se-á, nomeadamente:
• Proporcionar condições para a formação específica dos trabalhadores
• Promover acções de sensibilização para a generalidade dos trabalhadores
• Calendarizar reuniões periódicas por grupos de trabalhadores
• Afixar informações gerais realçando aspectos essenciais
As acções de sensibilização deverão ter lugar, quer num dos primeiros dias da abertura do
estaleiro, quer durante a execução dos trabalhos com periodicidade previamente definida,
por exemplo, seis meses.
Para a afixação de informações gerais, realçando aspectos essenciais do Plano de
Segurança e Saúde do empreendimento, dever-se-á considerar a utilização de vitrine
apropriada em local bem visível do estaleiro.
Nesta vitrine deverá afixar-se, por exemplo e nos casos aplicáveis:
• Comunicação prévia.
• Quadro com registo de telefones de emergência.
• Quadro de registo de acidentes e índices de sinistralidade, da obra em causa.
• Figuras (ou banda desenhada) com referências a aspectos específicos da realização
de trabalhos ou uso de equipamentos (por exemplo, uso correcto de escadas de
mão).
• Informações relativas às acções que decorrerão no estaleiro sobre a temática da
segurança e saúde.
• Outros cartazes que a natureza da obra determine.
4.2.3.10 - PLANO DE VISITANTES
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Plano de Segurança e Saúde em Projecto
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A entrada no estaleiro de pessoas estranhas à execução da obra exige a autorização do
Dono da Obra, e ser, do conhecimento da Fiscalização, Director de Obra, e Técnico de
Segurança a fim de receberem instruções adequadas e procederem à visita em segurança,
deverá ser assegurado que os visitantes:
• São acompanhados de pessoa conhecedora do estaleiro;
• Estejam dotados dos respectivos meios de protecção individual, incluindo capacetes de
protecção contendo na frente a inscrição "Visitante";
• Sejam elucidados sobre os caminhos que devem utilizar e zonas de perigo;
• Possuam uma Planta de Estaleiro (quando necessário), com a indicação das zonas de
perigo que terão de estar devidamente sinalizadas/delimitadas no terreno;
A entrada de pessoas não autorizadas, deve ser proibida afixando-se avisos adequados
em todos os acessos do estaleiro.
PLANO VISITANTES
� Objectivo
Prevenir a ocorrência de acidentes dentro do Estaleiro com pessoas não familiarizadas com
a Obra.
� Âmbito
Este plano aplica-se a todas as pessoas, que não são trabalhadores da Obra mas
pretendem visitá-la.
� Autorização
É necessária uma autorização do Dono da Obra e da Fiscalização da Obra para permitir a
entrada dos visitantes.
A pessoas menores de 16 anos, não é permitida a sua permanência em obra.
Na porta de entrada do Estaleiro será colocado um sinal de aviso que indica a proibição de
entrada de pessoas estranhas à obra.
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Plano de Segurança e Saúde em Projecto
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� Controlo de Entrada de Visitantes
A entrada será objecto de controlo rigoroso com identificação dos visitantes e confirmação
da autorização.
O registo de visitantes será permanentemente actualizado e arquivado no PSS.
A visita deverá ser comunicada ao Director Técnico da Obra, com antecedência que permita
um planeamento e uma gestão eficaz do acompanhamento.
� Responsável Pela Visita
O responsável pela visita será nomeado pelo Director Técnico da Obra, no entanto é
fundamental que este conheça o estaleiro, os trabalhos a decorrer, os procedimentos em
caso de emergência e que conduza em segurança os visitantes.
� Acompanhamento de Visitantes
Os visitantes serão recebidos na entrada do estaleiro sendo encaminhados para as
instalações do empreiteiro, onde se encontram disponíveis os capacetes de protecção.
Os visitantes só poderão deslocar-se no Estaleiro quando acompanhados pelo responsável
pela visita e depois de devidamente equipados com os equipamentos de protecção
individual.
Será colocado à disposição dos visitantes antes do início da visita:
- Equipamentos de protecção individual (capacete de protecção);
- Instruções relativamente ao comportamento esperado no decorrer da visita, conforme
ficha informativa – visitantes, do Anexo 13 .
4.2.3.11 - PLANO DE EMERGÊNCIA
Com o Plano de Emergência pretende-se o estabelecimento das medidas a adoptar em
caso de ocorrência de acidente ou mesmo de uma catástrofe (incêndios, explosões,
sismos, inundações), adoptando medidas eficazes para primeiros socorros e para a
evacuação de sinistrados ou de todos os trabalhadores em caso de catástrofe.
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Dever-se-á organizar uma lista, contendo as indicações úteis (lista com os telefones de
emergência) que facilitem todos os contactos necessários estabelecer sempre que
ocorram aquelas situações, devendo estar afixada em lugar bem visível uma ficha tipo
devidamente preenchida como se apresenta no Anexo 14 .
Em função do número de trabalhadores deve ser nomeados um ou mais funcionários como
socorristas, com conhecimentos suficientes de primeiros socorros. Deverá também, estar
afixado em lugar bem visível algumas indicações de primeiros socorros.
PLANO DE EMERGÊNCIA
POSTURA CORRECTA PERANTE A OCORRÊNCIA DE UM ACIDENT E
Prevenir
NUNCA COLOQUE EM RISCO A PRÓPRIA VIDA
� Mantenha a calma, não toque nem deixe tocar na(s) vitima(s)
� Suprima imediatamente a causa do acidente
� Verificar o local para precaução de qualquer perigo adicional
Alertar � Acalmar a vítima e dar instruções para que os técnicos de emergência sejam
avisados da ocorrência, por forma a que seja activado o socorro especializado e o
transporte da vítima.
� Permanecer junto da vítima e solicitar a alguém que se dirija ao telefone mais
próximo e tome as seguintes providências :
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LIGAR PARA 112 E PEDIR A AJUDA NECESSÁRIA
1. Informar do número de telefone onde se encontra
2. Informar sobre os detalhes do local exacto do ac idente
3. Informar sobre a idade e lesões prováveis da(s) vítima(s)
4. Desligar o telefone só depois da central de emer gências o fazer
5. Regressar ao local do acidente e indicar as prov idências
tomadas
Socorrer � Observar a vítima, verificando o seu estado e questionando-a (caso seja possível),
sobre os acontecimentos.
� Prestar o primeiro socorro adequado à situação, aguardando a chegada do socorro
especializado e a evacuação da vítima. Prontificar-se para o auxílio dos técnicos ou
para acompanhamento da vítima, se tal for solicitado.