ISSN 1809-5860
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 47, p. 75-95, 2008
PLÁSTICOS RECICLADOS PARA ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Ricardo Alves Parente1 & Libânio Miranda Pinheiro2
R e s u m o
Apresenta-se uma reunião da literatura existente, enfocando o estado da arte e os avanços obtidos no emprego do plástico, reciclado ou não, com função estrutural, na construção civil. São discutidos alguns aspectos pertinentes a um projeto de Engenharia e, posteriormente, apresentados alguns conceitos e considerações específicos a um projeto de estruturas de material plástico. Ao fim deste trabalho, pode-se concluir que o mercado dos elementos estruturais de plástico reciclado é um nicho a ser explorado e, como a pesquisa sobre o tema é ainda incipiente, há muito a ser estudado, pesquisado e, posteriormente, desenvolvido. Pode-se afirmar que a baixa rigidez do plástico reciclado frente aos materiais de construção tradicionais é a sua maior deficiência. O seu comportamento viscoelástico, dependente do tempo, e a sua sensibilidade à variação de temperatura tornam complexo o dimensionamento com esse material, desencorajando o seu emprego pelos projetistas de estruturas. Desde que sejam desenvolvidas formas de se contornar essas deficiências, como a adição de fibras, o emprego de armaduras de protensão nos elementos estruturais e a aplicação de aditivos, o plástico reciclado como elemento estrutural mostra-se não só tecnicamente viável, é também bastante promissor. Palavras-chave: plásticos reciclados; propriedades; elementos estruturais; projeto.
1 INTRODUÇÃO
É difícil imaginar o mundo moderno sem o uso dos plásticos. Desde a
descoberta do primeiro plástico sintético, no início do século XX, eles vêm sendo
aperfeiçoados e aplicados com sucesso, nas mais diversas atividades do ser humano.
Formados a partir de longas cadeias de macromoléculas, ou polímeros, eles
possuem propriedades que os tornam atrativos em relação a outros materiais: são
leves, resilientes (resistem ao impacto sem se deformar definitivamente), indiferentes à
deterioração por decomposição e por ataque de microorganismos, resistentes à
corrosão, de fácil processamento e de reduzido custo de manutenção.
Segundo Nielsen e Landel (1994), a maioria dos plásticos é aplicada em função
das características mecânicas e do custo. Por essa razão, as propriedades mecânicas
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são as mais importantes das propriedades físicas e químicas consideradas.
Projetar elementos de plástico exige, ao menos, um conhecimento elementar do
comportamento mecânico e de que forma esse comportamento pode variar em função
de fatores estruturais que podem ser modificados nos polímeros.
No entanto, essa liberdade possibilitada pelos plásticos é vista como uma
confusa complexidade (NIELSEN e LANDEL, 1994). É necessária uma avaliação dos
diversos aspectos que afetam o comportamento estrutural, bem como a reunião e a
organização do conhecimento existente e o estado da arte. Dessa maneira, algumas
contribuições deste trabalho são a desmistificação e a divulgação dos elementos
estruturais de termoplásticos reciclados, junto às comunidades técnica e acadêmica.
Nas propriedades mecânicas, a dependência do tempo e da temperatura é
bastante acentuada. Isto se deve à natureza viscoelástica, que implica no
comportamento dual de um líquido viscoso e de um sólido elástico. Nos sistemas
viscosos, o trabalho é dissipado sob a forma de calor, enquanto que nos sistemas
elásticos, é acumulado sob a forma de energia potencial (NIELSEN e LANDEL, 1994).
É função do engenheiro de estruturas o estudo dos materiais que constituem a
estrutura a ser projetada, para que haja uma concepção racional e uso otimizado dos
recursos disponíveis. Em paralelo, com o avanço da ciência dos materiais e com o
empenho do homem em buscar melhorias, novos materiais foram desenvolvidos. Com
essa diversidade, a escolha do material tem se tornado, no projeto, um aspecto crítico
na busca pela solução estrutural mais adequada.
Este artigo é baseado na dissertação de mestrado de Parente (2006), na qual
podem ser encontrados maiores detalhes sobre os assuntos aqui tratados.
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Um projeto estrutural exige o conhecimento das propriedades mecânicas para
definir o comportamento e adequar, com mais precisão, técnicas e métodos de análise
e de previsão do desempenho do material, sob as ações de projeto.
Os plásticos se comportam de maneira diferente da madeira, do aço e do
concreto. Quando se objetiva viabilizar o plástico como material estrutural, é
importante tratar minuciosa e claramente os fundamentos teóricos que tratam das
suas propriedades mecânicas e dos seus modelos preditivos.
2.1 Tipos de comportamento
A figura 1 ilustra a diferença do diagrama da deformação ao longo do tempo para
materiais elástico, viscoso e viscoelástico, quando sujeitos a tensão constante. Essa
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tensão é aplicada no tempo t 0= e mantida constante em um tempo 1t (figura 1a).
Como mostrado na figura 1b, a resposta da deformação de um corpo-de-prova
elástico tem a mesma forma da tensão aplicada. Na aplicação da força, a deformação
alcança, instantaneamente, certo valor 0ε e permanece constante.
Figura 1 - Comparação da deformação para os materiais elástico, viscoso e viscoelástico submetidos a uma tensão constante durante o tempo t1. Fonte: HADDAD, 1995.
Para um fluido viscoso (figura 1c), o material flui a uma taxa constante e a
resposta da deformação é proporcional ao tempo.
Já para o corpo-de-prova viscoelástico (figura 1d), existe um aumento
relativamente rápido nas deformações, para pequenos valores de t , imediatamente
após a aplicação da força. Com o aumento de t , a inclinação da tangente à curva
diminui e aproxima-se de zero ou de um valor finito, mantida uma tensão constante.
Com a remoção da força no tempo 1t , as deformações recuperar-se-ão das
maneiras mostradas na figura 1.
O sólido perfeitamente elástico recuperar-se-á instantaneamente (figura 1b).
Entretanto, com a remoção da força, o corpo-de-prova viscoelástico recuperará
rapidamente a sua deformação elástica; no entanto, a parte retardada da resposta
necessitará de mais tempo para se recuperar (figura 1d).
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Num estado de tensão constante, a deformação de um material viscoelástico
por fluência pode ser dividida, com referência à figura 2, em três componentes
(LETHERSICH, 1950 apud HADDAD, 1995):
Figura 2 - Deformação de um material viscoelástico submetido a uma tensão constante durante
o tempo t1. Fonte: HADDAD, 1995.
(a) Deformação elástica instantânea ( )e 0+ε . Essa parcela é atribuída às
deformações das ligações moleculares, incluindo a deformação das ligações fracas de
Van de Waals entre as cadeias moleculares. Essa deformação é reversível.
(b) Deformação elástica retardada ( )d tε . A taxa de crescimento dessa parcela
da deformação diminui rapidamente com o tempo. Também é elástica, mas, depois da
remoção da força, requer um tempo para uma completa recuperação. É, geralmente,
chamada de “fluência primária” ou “efeito elástico posterior”.
(c) Fluidez viscosa ( )v tε . Esse é um componente irreversível da deformação,
que pode ou não aumentar linearmente com a aplicação das tensões. Num material
polimérico, é característico do escorregamento intermolecular. No descarregamento do
corpo-de-prova viscoelástico no tempo 1t , a resposta elástica instantânea ocorre
rapidamente e a resposta elástica retardada manifesta-se gradualmente, mas a fluidez
viscosa permanece (WARD, 1983 apud HADDAD, 1995).
2.2 Propriedades mecânicas Uma particularidade dos plásticos é seu caráter viscoelástico: suas propriedades
mecânicas agregam características dos líquidos viscosos e dos sólidos elásticos.
Essa natureza explica o seu comportamento complexo – dependente do tempo,
da temperatura e da taxa de deformação.
Os fenômenos da fluência e da relaxação das tensões também são verificados
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nos plásticos, como conseqüência da sua natureza viscoelástica. A fluência é a
denominação dada ao aumento das deformações para um nível de tensões constante.
O comportamento restaurador dos plásticos, quando descarregado, tem sua
explicação a partir do mesmo princípio da fluência. Na relaxação, ou seja, admitida
uma deformação constante ao longo do tempo, as tensões necessárias para mantê-la
reduzem-se ao longo do tempo (CRAWFORD, 1987).
Conforme ilustra a figura 3, quando se aplica uma força, ocorre uma primeira
deformação, instantânea, que representa a parcela elástica (intervalo O–A). Com a
manutenção das tensões, ocorre o fenômeno da fluência, que aumenta as
deformações, representando a parcela viscoelástica (intervalo A–B). A restauração
das deformações, quando se descarrega o material, ocorre de maneira similar. Tem-
se, inicialmente, uma parcela de restauração elástica (intervalo B–C) e, ao longo do
tempo, a restauração viscoelástica (intervalo C–D).
Figura 3 - Fluência e recuperação de um material plástico. Fonte: CRAWFORD, 1987.
Assim como para os metais, a fadiga dos plásticos também deve ser
considerada. O carregamento cíclico pode provocar a degradação do material,
fazendo-o chegar à ruptura com forças inferiores à de um carregamento estático. A
fluência pode também levar o material à ruptura, como conseqüência das deformações
excessivas. Esse fenômeno é conhecido como fadiga estática (CRAWFORD, 1987).
As propriedades mecânicas supracitadas, no entanto, podem variar em função
de vários fatores, tanto externos como intrínsecos ao material. A tabela 1 sumariza
algumas causas e os efeitos no módulo de elasticidade e na dutilidade.
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Tabela 1 - Relações entre a rigidez e a dutilidade. Fonte: CRAWFORD, 1987.
Efeito Causa
Módulo de Elasticidade Dutilidade
Redução da temperatura ↑ aumenta ↓ diminui
Aumento da taxa de deformação ↑ aumenta ↓ diminui
Campo multiaxial de tensões ↑ aumenta ↓ diminui
Incorporação de plastificante1 ↓ diminui ↑ aumenta
Incorporação de material emborrachado ↓ diminui ↑ aumenta
Incorporação de fibras de vidro ↑ aumenta ↓ diminui
Incorporação de material particulado ↑ aumenta ↓ diminui
1- Substância adicionada ao plástico com a função de torná-lo mais flexível.
3 ESTADO DA ARTE
O uso dos materiais poliméricos tem se intensificado nas últimas décadas,
principalmente devido ao avanço da ciência dos materiais, às melhorias agregadas ao
processamento dos plásticos e ao desenvolvimento dos materiais compósitos.
Desde 1988, nos Estados Unidos, pesquisas têm sido desenvolvidas com o
intuito de entender o comportamento do plástico reciclado, para a substituição em
diversas aplicações na construção civil que, anteriormente, eram exclusivas da
madeira.
O progresso obtido reflete-se nas normas da ASTM, nos métodos de ensaios
desenvolvidos e nos diversos produtos que surgiram: mourões, postes, dormentes de
ferrovias e estruturas de portos, marinas e pontes (LAMPO e NOSKER, 2001).
Krishnaswamy et al. (1997), a pedido do Departamento de Recursos Naturais de
Ohio, nos Estados Unidos, realizaram ensaios em paletes de plástico reciclado (PPR).
No relatório que descreve desde a concepção da forma do palete, a sua comparação
com outros materiais, a análise do comportamento mecânico e o estudo de viabilidade
econômica, Krishnaswamy et al. obtêm as seguintes conclusões:
• Os PPR’s são uma opção viável e, dependendo da capacidade de carga
requerida no projeto, podem ser dimensionados para casos particulares;
• O desempenho dos PPR’s em laboratório e em campo alcança e até excede
o de paletes de madeira e de aço galvanizado. A integridade estrutural e as
características de durabilidade são excelentes;
• Apesar de o custo inicial ser maior que o dos outros materiais, o desempenho
e a vida útil viabilizam os PPR’s, tornando-os comercialmente aceitáveis.
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Sullivan e Wolfgang (1999) desenvolveram um compósito polimérico a partir de
plástico reciclado, um componente polimérico emborrachado e um de preenchimento
contendo mica.
O material resultante é sugerido para diversos usos na construção: dormentes
de ferrovias, meio-fios de estacionamentos e estacas em marinas. Ainda, segundo os
autores, um dos benefícios do uso do plástico é a combinação de baixo peso e
adequada resistência. As propriedades químicas, elétricas e físicas podem ser
modificadas de acordo com o critério de utilização dos materiais componentes.
Pesquisadores da AMIPP, Centro de Materiais Avançados via Processamento de
Polímeros Imiscíveis, da Universidade Rutgers em New Jersey/EUA, têm conseguido
sucesso no desenvolvimento e na aplicação de materiais plásticos em estruturas.
Nosker e Renfree são exemplos da inovação na AMIPP.
Eles desenvolveram uma blenda, composta por 35% de poliestireno, PS, e 65%
de polietileno de alta densidade, PEAD, obtendo um material mais resistente que o
PEAD e mais rígido que o PS. A grande rigidez deve-se à densa estrutura molecular,
resultado da interconexão do PS com o PEAD (GUTERMAN, 2003).
A descoberta da blenda, a partir de dois polímeros imiscíveis, ocorreu em 1988,
havendo pouco reconhecimento da comunidade científica por, aproximadamente, uma
década. Em 1996, Nosker e Renfree iniciaram a construção de pequenas pontes, com
o material desenvolvido. Em 1999, construiu-se uma ponte mista, de plástico e aço, no
Missouri (EUA) e, dois anos depois, uma em New York, de plástico e fibra de vidro.
Nosker e Renfree (1999a) desenvolveram um dormente para ferrovias a partir de
um compósito de plástico reciclado. De acordo com esses autores, vários fatores
limitam o uso dos dormentes tradicionais de madeira: a reduzida vida útil, devido à
ação de microorganismos e da umidade; a maior rigidez das normas de controle e
preservação, pois grandes áreas de florestas são necessárias para suprir o mercado
de dormentes, além do uso de preservativos químicos na madeira.
O dimensionamento do dormente com plástico reciclado (DCPR) baseou-se nas
propriedades do tradicional dormente de madeira. Apesar do desempenho
comprovado empiricamente através dos tempos, foi considerada a possibilidade de
que as propriedades mecânicas da madeira não fossem otimizadas. Ensaios de flexão
foram realizados com o DCPR e a resistência última e o módulo de elasticidade foram
28MPa e 2069MPa, respectivamente.
Os DCPR’s foram instalados em várias ferrovias, com resultados satisfatórios,
sem evidências de fraturas, laminação ou quaisquer outros sinais de degradação.
A empresa Polywood Plastic Lumber, de New Jersey/EUA, está utilizando a
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tecnologia desenvolvida pela AMIPP, na fabricação de dormentes e de outros
elementos estruturais. A figura 5 mostra os dormentes produzidos.
Figura 5 - Dormentes de plástico reciclado produzidos pela Polywood Plastic Lumber.
Além da Polywood, mais duas empresas estão investindo na fabricação de
dormentes de plástico reciclado: TieTek e U.S. Plastic Lumber, ambas nos EUA.
A produção das três empresas difere, mas todas partem do polietileno de alta
densidade reciclado, misturado e não lavado, utilizam um sistema de extrusão e
realizam uma moldagem sob pressão em moldes fechados, com a finalidade de evitar
vazios no interior dos dormentes.
A maioria dos processos utiliza maquinário pesado e são bastante lentos. Após o
preenchimento dos moldes, eles são levados para uma banheira de resfriamento e,
posteriormente, são desmoldados hidraulicamente e deixados ao ar livre para o
resfriamento total.
A partir do projeto e da fabricação de dormentes de compósito de plástico
reciclado, Nosker e Renfree (1999b) continuaram a estudar as diversas aplicações
desse material como substituto da madeira. Compararam-se as propriedades
mecânicas dos elementos estruturais de plástico com as relativas aos de madeira, e
observou-se que o módulo de elasticidade do plástico ainda é bastante deficiente. Isso
é evidenciado quando se comparam os módulos de elasticidade do pinho, cerca de
8.300MPa a 11.000MPa, com o mais alto valor obtido com o plástico, de 2.000MPa.
A solução encontrada foi a adição de fibras de vidro dispostas de forma
aproximadamente orientada, obtendo melhores resultados: aumento máximo de 68%
na resistência e de até 176% no módulo de elasticidade.
Albano e Sanchez (1999) estudaram as propriedades mecânicas e térmicas da
blenda composta por polipropileno (PP) virgem e polietileno de alta densidade (PEAD),
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sendo este último reciclado ou não.
Verificou-se que, para o módulo de elasticidade, há um pequeno sinergismo
entre os materiais constituintes. Observou-se, com microscópio eletrônico, que a
grande quantidade de moléculas interligadas na interface, resultado da adição do
PEAD, somado ao processo de decomposição do PEAD (ruptura e conseqüentes
reações de intertravamento), tornam a blenda mais rígida. Os autores mostraram a
possibilidade do aproveitamento do resíduo plástico, desde que fosse verificada a
influência da proporção dos plásticos constituintes, nas propriedades térmicas e
mecânicas.
Produtos poliolefínicos reciclados com desempenho superior ao dos materiais
virgens correspondentes foram obtidos por Martins et al. (1999). Utilizando as palavras
dos autores: “O balanço das reações de reticulação e cisão em cadeias poliolefínicas,
quando expostas a condições ambientais de radicais livres, pode resultar em boas
propriedades e novas aplicações”.
O comportamento mecânico da madeira plástica por eles desenvolvida,
denominada IMAWOOD (constituída basicamente por polietileno), foi melhorado por
efeito da radiação gama. Outro produto desenvolvido, o IMACAR (constituído de pára-
choques descartados de carros), revelou alta resistência ao impacto, muito superior à
do material virgem de composição correspondente.
Uma explicação para esse comportamento é que a exposição de polímeros às
radiações ionizantes altera a sua estrutura molecular e as suas propriedades. Ocorre a
formação de ligações cruzadas entre as cadeias, paralelamente à cisão entre átomos.
A reticulação provoca um aumento do peso molecular, que geralmente ocasiona
melhoria das propriedades, enquanto que a cisão de cadeias reduz o seu peso, tendo
como resultado a deterioração das propriedades. Como o polietileno apresenta
reticulação após a irradiação, pode-se esperar uma melhoria nas suas propriedades
mecânicas (MARTINS et al., 1999).
Após a irradiação ao ar em intensidade crescente de exposição, o IMAWOOD
apresentou um aumento em torno de 15% na resistência à tração e uma diminuição da
ordem de 80% no alongamento de ruptura.
Houve também um aumento crescente no módulo de elasticidade no ensaio de
compressão, o que indica maior rigidez do plástico reciclado, com o aumento do tempo
de exposição (MARTINS et al., 1999).
Carroll et al. (2001) estudaram as propriedades estruturais dos elementos de
plástico reciclado, com adição de farinha de madeira. Os autores concluíram que o
material é estruturalmente satisfatório, mas não se deve simplesmente substituir o
elemento de madeira pelo de plástico, com as mesmas dimensões.
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Eles enfatizam que as estruturas de compósitos plásticos devem ser
projetadas como tal, e não utilizando parâmetros e conhecimentos teóricos e
empíricos, válidos para outros materiais.
Krishnaswamy et al. (2001a) desenvolveram um compósito polimérico e
projetaram e construíram uma ponte sobre o rio Hudson, em New York/EUA. O
comprimento total e a largura da ponte são, respectivamente, 9m e 3,35m.
O projeto consumiu um total de 5.000kg de plástico (polietileno de alta
densidade) reforçado com fibra de vidro e 2.500kg de aço para as conexões e os
tirantes utilizados (KRISHNASWAMY, 2001b). A figura 6 mostra a ponte já construída.
O monitoramento da ponte sob a ação das cargas de projeto é feito
continuamente, por meio de dez pontos de observação. Utilizando uma referência fixa,
são medidos os deslocamentos, por meio de uma estação total, com GPS (Sistema de
Posicionamento Global) (KRISHNASWAMY, 2001b).
Figura 6 - Ponte sobre o rio Hudson construída com plástico reforçado com fibra de vidro.
Por meio de teste de carga padronizado pela AASHTO (American Association of
State Highway and Transportation Officials), em abril de 2001, a uma temperatura de
13ºC, o maior deslocamento, medido na parte inferior da ponte, foi de 32,5mm,
denunciando a baixa rigidez do material utilizado, cerca de 20% a 30% da rigidez da
madeira (KRISHNASWAMY, 2001b).
De acordo com Krishnaswamy (2001b), os elementos estruturais de plástico
reciclado reforçado com fibras, como os utilizados na ponte, oferecem uma alternativa
economicamente viável para pequenos vãos.
As vantagens são: não é um material biodegradável e não sofre corrosão de
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qualquer espécie. Materiais ensaiados após dez anos de utilização mostraram um
aumento na rigidez e na resistência.
Além de ser um material ambientalmente responsável, quando se considera o
custo em função da sua vida útil, o sistema construtivo torna-se competitivo.
Em 2002, os pesquisadores da AMIPP, Nosker et al., construíram uma ponte
inteiramente de plástico – guarda-corpos, vigas e plataforma –, com exceção dos
pilares, aproveitados da estrutura de madeira anterior. Com 14m de comprimento e
peso em torno de 14t, estima-se que essa ponte sobre o rio Mullica, em New Jersey,
construída de material reciclado, tenha consumido 250.000 garrafas plásticas e
750.000 copos de café (DOWNS, 2002; JACOBSON, 2003; SAWYER, 2003;
GUTERMAN, 2003; GALIOTO, 2004). As figuras 7 e 8 ilustram a ponte e sua
construção.
Figura 7 - Detalhes das vigas I utilizadas na construção da ponte sobre o rio Mullica.
Figura 8 - Ponte sobre o rio Mullica construída inteiramente de plástico.
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As vigas “I” utilizadas possuem uma seção de 41cm x 43cm (16” x 17”). A
ponte foi projetada para suportar o peso de caminhão de até 18t. Além do apelo
ecológico, com a reciclagem dos resíduos plásticos, o material constituinte da ponte é
resistente à ação da água, à corrosão e ao ataque por microorganismos.
A pesquisa aplicada ao desenvolvimento de novos materiais pelo grupo de
pesquisadores da AMIPP e o sucesso por eles alcançado é retratado pelas patentes
registradas de novos materiais e de novas metodologias de reciclagem de plásticos.
A primeira delas, nº 5.298.214 de 29/03/1994 (United States Patent), trata do
processamento de plásticos. Ela discorre sobre o método de obtenção de compósitos
de poliestireno (PS) e de outras poliolefinas, a partir de plásticos reciclados.
Em seguida, as patentes nº 5.789.477 de 04/08/1998 e nº 5.916.932 de
29/06/1999 (United States Patent) registram um material compósito destinado à
construção civil, obtido a partir de materiais reciclados. O compósito é obtido do
polietileno de alta densidade reciclado e fibras, como, por exemplo, a fibra de vidro.
A patente nº 5.951.940 de 14/09/1999 (United States Patent) fornece subsídios
para o processamento adequado dos plásticos reciclados. De acordo com os
inventores, todo o esforço tem sido direcionado no sentido de tornar economicamente
viável o processo de reciclagem do plástico pós-consumo, sem que haja a
necessidade de uma triagem, ou seja, tornar exeqüível a reciclagem de plásticos
misturados, poliolefinas ou não, juntamente com as impurezas.
A construção com elementos de plástico reciclado é uma realidade,
principalmente nos Estados Unidos e, em menor escala, no Canadá e na Inglaterra. A
tecnologia desenvolvida nas universidades já ultrapassou a escala experimental de
laboratório e chegou aos pátios das fábricas, com a produção em grande escala.
Figura 9 - Marina construída com pilares de plástico reciclado desenvolvido na AMIPP.
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Figura 10 - Deque e píer com elementos de plástico reciclado (Plastic Lumber Yard/EUA).
As figuras 9 e 10 indicam amostras do que está sendo feito no mundo,
comercialmente, e indicam um cenário que não deve ser ignorado, a dos elementos
estruturais de material plástico reciclado.
Dentre os tipos de processamento, o mais adequado à produção de perfis com
fins estruturais é a pultrusão. Correia et al. (2005) ensaiaram perfis pultrusados e
verificaram as mudanças ocorridas nas propriedades físicas, químicas, mecânicas e
estéticas, quando submetidos à exposição acelerada de umidade, temperatura e
radiação ultravioleta. O material estudado que compunha os perfis era o poliéster
reforçado com fibra de vidro (GFRP). A partir dos resultados dos ensaios, concluiu-se
que a resistência e a deformação na ruptura diminuíram com a umidade, e este efeito
foi acelerado pelo aumento da temperatura.
Correia et al. (2005) salientaram que a degradação ocorreu devido a um
fenômeno físico, como a plastificação da matriz polimérica, não havendo uma
degradação química passível de ser considerada. Apesar da redução dos valores das
propriedades mecânicas, observados nos ensaios de durabilidade, a pesquisa
confirmou que os perfis pultrusados de GFRP apresentaram excelente desempenho
estrutural, indicando durabilidade maior, em comparação com materiais tradicionais.
4 O PROJETO DE ESTRUTURAS DE MATERIAL PLÁSTICO
A proposição de um novo sistema estrutural ou a substituição parcial de
elementos tradicionais por outros de plástico deve vir seguida do estudo da alteração
que será necessária na arquitetura, até para definir em quais soluções o plástico pode
ser aplicado. Talvez um dos fatores mais importantes a se considerar seja o vão que
pode ser alcançado com essa estrutura. De certa forma, é um problema de natureza
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arquitetônica, e que evidencia a dependência óbvia entre estrutura e arquitetura.
Além de manter a estabilidade da obra, o novo material deve também atender às
condições de serviço. No caso dos plásticos, talvez o fator mais limitante seja a
temperatura. Nos materiais viscoelásticos, à medida que se aumenta a temperatura,
diminui-se o módulo de elasticidade. Em se tratando de materiais estruturais, a perda
de rigidez torna-se crítica, pois é indesejável que surjam deformações excessivas,
causa de desconforto aos usuários e até do colapso da estrutura.
O uso de materiais combinados ou compósitos poliméricos contorna algumas
deficiências dos plásticos, como a baixa rigidez e a suscetibilidade à variação de
temperatura. Esses compósitos, antes aplicados exclusivamente na indústria
aeronáutica e aeroespacial, passam a ser cada vez mais utilizados na construção civil,
atendendo aos desafios impostos pela arquitetura cada vez mais arrojada e aos
requisitos de durabilidade e de alto desempenho.
O emprego de reforços é um conceito que tem sido extensivamente aplicado
pelos projetistas, e com os materiais plásticos não é diferente. Desde o uso pelos
egípcios de fibras naturais como reforço em estruturas de argila, os materiais
compósitos atendem às demandas por soluções na área da construção.
Por exemplo, a combinação de aço e concreto, formando concreto armado, tem
sido a base para inúmeros sistemas estruturais adotados desde o início do século XX.
Os projetistas, contudo, continuam a utilizar novos materiais, com o intuito de tornar as
estruturas mais resistentes, maiores, mais duráveis, energeticamente eficientes e
esteticamente agradáveis (LOPEZ-ANIDO e NAIK, 2000).
4.1 Propriedades do plástico
Para uma correta concepção da estrutura, visando o aproveitamento das
vantagens do material plástico, certas propriedades devem ser observadas, a
depender do fim a que se destina a estrutura, pois devem ser levadas em
consideração as peculiaridades desse material, cujo comportamento é bastante
diferente dos relativos aos metais, à madeira e ao concreto.
As propriedades mais relevantes em um projeto estrutural são:
• Resistência à tração, à compressão e à flexão;
• Módulo de Elasticidade (para diversas temperaturas);
• Coeficiente de Poisson;
• Resistência ao impacto e à fadiga;
• Fluência;
• Relaxação;
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• Absorção de água;
• Temperatura de transição vítrea - gT ;
• Coeficiente de expansão térmica.
O projetista que deseja dimensionar elementos estruturais deve fazer, durante o
desenvolvimento do projeto estrutural, as seguintes perguntas:
• Qual o nível de tensões a que o material será submetido?
• Qual a solicitação predominante (tração, compressão, flexão, torção)?
• Qual a vida útil esperada para a estrutura?
• Será a estrutura submetida ao impacto?
• Será a estrutura submetida a um carregamento cíclico (fadiga)?
• Qual é a deformação admissível para a estrutura em questão?
• Qual a máxima temperatura a que o plástico será submetido?
• Será o plástico exposto à umidade e a substâncias químicas?
4.2 Limitações de uma estrutura de material plástico
A seguir são mostradas algumas das principais limitações do uso do material
plástico em elementos estruturais.
a) Inflamabilidade e influência da temperatura Para que o material plástico possa ser utilizado com segurança em edificações,
podem-se utilizar normas específicas que prevejam o cuidado com a inflamabilidade
das estruturas.
A adição de produtos químicos retardantes de chama, durante a manufatura dos
plásticos, é uma forma de se evitar o perigo de incêndio em estruturas com elementos
de material plástico.
O dimensionamento de uma estrutura de plástico, em função de sua baixa
rigidez, deverá ser regido pelo estado limite de serviço, sendo a deformação o fator
limitante de projeto.
A perda da rigidez dos plásticos com a diminuição de seu módulo de
elasticidade, à medida que se aumenta a temperatura, deve ser considerada em
projeto.
Por exemplo, um plástico como o poliestireno possui quatro estágios de
deformação com o aumento da temperatura, como mostra a figura 11. O impacto da
variação de temperatura sobre os plásticos é, talvez, o maior entrave à sua aplicação
em estruturas, apesar de fibras reduzirem bastante essa influência.
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Figura 11 - Módulo de elasticidade E versus temperatura. Fonte: PRINGLE e BAKER, 2000.
b) Estabilidade aos raios ultravioletas (UV) Ao ser aplicado em elementos estruturais que, porventura, estarão expostos ao
sol, deve-se observar a resistência dos plásticos aos efeitos dessa exposição. Isso
porque a radiação ultravioleta pode tornar o plástico, antes durável e resistente, num
material que se quebra ou se rompe sob uma força aplicada, e este é um processo
irreversível (PRINGLE e BAKER, 2000).
Como a deterioração em função dos raios UV é bastante lenta, são realizados
ensaios utilizando luz artificial para acelerar o processo, para se medir essa
estabilidade. Existem, no entanto, produtos químicos chamados de estabilizantes que
retardam o efeito da radiação, minimizando bastante os efeitos maléficos que podem
vir a surgir.
Os plásticos reciclados podem conter estabilizantes UV, mas não é possível ter
essa certeza, a não ser que sejam realizados ensaios que possam detectar essas
substâncias, o que não é prático. De qualquer forma, raramente é possível determinar
a quantidade de estabilizante utilizado e a degradação que o plástico já sofreu. Por
isso, em algumas aplicações, para se garantir maior vida útil, utiliza-se uma proporção
de material virgem com o material reciclado (PRINGLE e BAKER, 2000).
Lynch et al. (2001) verificaram quais foram as mudanças nas propriedades
mecânicas de elementos estruturais de material plástico reciclado, mais precisamente
polietileno de alta densidade (PEAD), expostos ao sol e às intempéries por 11 anos.
Os resultados, contudo, mostram um prognóstico positivo para a utilização de plástico
reciclado, ao menos para o tipo de plástico estudado, o PEAD.
Houve um clareamento superficial em função da radiação UV no lado que estava
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exposto ao sol. A radiação ainda provocou uma minúscula degradação da superfície
do PEAD, da ordem de 0,075mm/ano. No entanto, o clareamento e a minúscula
degradação superficial não afetaram as propriedades mecânicas do material.
A figura 12 permite comparar os lados do elemento estrutural, sendo o de cima o
exposto ao sol, e o de baixo o que não foi submetido a essa exposição. A figura 13
mostra a estrutura da passarela, da qual foi retirado o material para os ensaios.
Figura 12 - Clareamento do PEAD como resultado da radiação UV. Fonte: LYNCH et al., 2001.
Figura 13 - Passarela de onde foi retirado o material para ensaio. Fonte: LYNCH et al., 2001.
Lynch et al. (2001) concluíram, após verificar um aumento de 3% no módulo de
elasticidade e na resistência à flexão, que as mudanças climáticas ao longo dos 11
anos aumentaram o grau de cristalização do plástico, e que essa redução das regiões
amorfas contribuíram para o aumento da rigidez e da resistência do PEAD reciclado.
c) Resistência aos solventes Em algumas aplicações, deve-se verificar se o plástico será exposto a solventes,
como, por exemplo, o contato com combustíveis ou outros derivados do petróleo, haja
vista que isso pode comprometer a sua integridade.
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O mesmo cuidado deve ser dedicado aos plásticos reciclados e, caso
necessário, o material deve ser processado de forma a melhorar sua resistência frente
aos solventes (PRINGLE e BAKER, 2000).
5 CONCLUSÕES
Ao se introduzir um material estrutural alternativo como o plástico reciclado,
desmistifica-se para a comunidade científica e para a sociedade o seu potencial e as
suas vantagens que, dentre as várias, podem-se citar: o forte apelo ecológico, o baixo
peso específico, a indiferença à deterioração por decomposição e por ataque de
microorganismos, a alta resistência à corrosão, o fácil processamento e o reduzido
custo de manutenção.
A abundância de material plástico reciclado a baixo custo é uma alternativa a ser
explorada em estruturas, e não deve mais ser desconsiderada.
A pesquisa sobre o tema no Brasil é incipiente e a escassez de uma bibliografia
nacional evidencia esse atraso. No entanto, em países como Estados Unidos, Japão e
Canadá, os avanços na área são notáveis, tornando possível a construção de pontes,
passarelas, deques, ferrovias e marinas com elementos estruturais de plástico,
reciclado ou não.
Com base no que foi abordado neste artigo, pode-se fazer observações
indicadas nos parágrafos seguintes.
Os materiais plásticos possuem uma baixa rigidez quando comparados com os
materiais de construção tradicionais, como a madeira, o aço e o concreto.
A adição de fibras aumenta substancialmente o módulo de elasticidade. Além
disso, a adição de fibras pode ser empregada também para atenuar os fenômenos
dependentes do tempo, como a fluência e a relaxação.
A baixa rigidez também pode ser compensada com o emprego de armaduras
protendidas ou com o desenvolvimento de geometrias ótimas, aproveitando a alta
relação resistência/densidade desses materiais.
Uma das principais vantagens dos plásticos, quando comparados aos materiais
tradicionais, é a sua possibilidade de ser moldado nas mais diversas formas, não
exigindo soldas ou outros processos de conformação, para a obtenção do produto
final. Enquanto um perfil metálico possui diversas etapas para a sua manufatura, um
perfil de material plástico pode ser confeccionado numa única etapa.
A relação resistência/densidade para os materiais plásticos, principalmente os
compósitos poliméricos, é superior à dos materiais tradicionais. Esse peso reduzido
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permite um melhor aproveitamento da capacidade estrutural do elemento e a
adoção de um sistema estrutural mais eficiente.
As características de um plástico podem ser desenvolvidas a partir das
necessidades de projeto, sendo esta possibilidade uma diferença básica perante os
materiais tradicionais, que normalmente requerem que os projetos sejam adequados
às propriedades mecânicas disponíveis comercialmente.
Os termoplásticos possuem o comportamento dependente da temperatura e da
taxa de deformação. A temperatura pode ser considerada um fator limitante.
Nos materiais viscoelásticos, à medida que se aumenta a temperatura, diminui o
seu módulo de elasticidade. Em se tratando de materiais estruturais, a perda de
rigidez torna-se crítica, pois é indesejável o surgimento de deformações excessivas,
causando desconforto aos usuários e até mesmo o colapso da estrutura.
Antes de se projetar uma estrutura de plástico, deve-se observar com que
intensidade os elementos estruturais estarão expostos ao calor, fazendo-se o
dimensionamento para a pior condição possível, ou seja, a maior temperatura.
A inflamabilidade dos plásticos deve ser considerada. Para que o material
plástico possa ser utilizado com segurança em edificações, devem ser utilizadas
normas que prevejam o cuidado com a inflamabilidade dessas estruturas e, até
mesmo, o emprego de instalações especiais de combate ao incêndio.
A adição de produtos químicos retardantes de chama é uma forma de se atenuar
o perigo de incêndio em estruturas com elementos de material plástico.
Outra solução é a utilização de uma camada protetora, de material isolante.
6 AGRADECIMENTOS
À CAPES, pela bolsa de mestrado.
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