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ULG

AÇÃO

SÓ DEU TIMÃOMANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014 [email protected]

Pódio E4 e E5

Tributo aos 20 anos da morte de Ayrton Senna

O Corinthians cumpriu a meta estabelecida para o confronto com o Nacional-AM, ontem, em Manaus. Em jogo de homenagem ao piloto alvinegro Ayrton Senna, que morreu há 20 anos, a equipe

do Parque São Jorge venceu por 3 a 0 e avançou à terceira fase da Copa do Brasil. Pódio E3

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E2 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

Tabelas do Brasileirão 2014

SÉRIE A

Time PG J V E D GP GC SG1º Fluminense 6 2 2 0 0 4 0 42° São Paulo 4 2 1 1 0 4 1 33° Corinthians 4 2 1 1 0 2 0 24° Atlético-PR 4 2 1 1 0 3 2 15° Cruzeiro 4 2 1 1 0 3 2 16° Internacional 4 2 1 1 0 3 2 17° Sport 4 2 1 1 0 3 2 18° Goiás 4 2 1 1 0 1 0 19° Bahia 3 2 1 0 1 3 2 110° Grêmio 3 2 1 0 1 2 2 011° Palmeiras 3 2 1 0 1 2 2 012° Santos 2 2 0 2 0 1 1 013° Coritiba 2 2 0 2 0 0 0 014° Vitória 1 2 0 1 1 2 3 -115° Atlético-MG 1 2 0 1 1 1 2 -116° Chapecoense 1 2 0 1 1 1 2 -117° Flamengo 1 2 0 1 1 0 2 -218° Botafogo 1 2 0 1 1 2 5 -319° Criciúma 0 2 0 0 2 1 3 -220° Figueirense 0 2 0 0 2 0 5 -5

Zona de classifi cação para a LibertadoresZona de rebaixamento

SÉRIE B

Time PG J V E D GP GC SG1º Bragantino 5 3 1 2 0 6 5 12º América-MG 4 2 1 1 0 4 1 33º Náutico 4 2 1 1 0 4 2 24º ABC 4 2 1 1 0 2 1 15º Luverdense 4 2 1 1 0 2 1 16º América-RN 3 2 1 0 1 4 3 17º Paraná 3 2 1 0 1 4 3 18º Joinville 3 1 1 0 0 3 2 19º Sampaio Corrêa 3 2 1 0 1 3 2 110º Oeste 3 2 1 0 1 2 2 011º Ceará 3 2 1 0 1 1 3 -212º Atlético-GO 2 2 0 2 0 3 3 013º Ponte Preta 2 2 0 2 0 3 3 014º Portuguesa 2 2 0 2 0 3 3 015º Santa Cruz 2 2 0 2 0 2 2 016º Vasco 1 2 0 1 1 2 3 -117º Boa Esporte 1 2 0 1 1 1 2 -118º Vila Nova 1 2 0 1 1 0 2 -219º Icasa 1 2 0 1 1 1 4 -320º Avaí 0 2 0 0 2 2 5 -3

SÉRIE C

Time PG J V E D GP GC SG1º Cuiabá-MT 3 1 1 0 0 3 1 22° Paysandu 3 1 1 0 0 2 0 23° Botafogo-PB 3 1 1 0 0 3 2 14° ASA 0 0 0 0 0 0 0 05° CRB 0 0 0 0 0 0 0 06° Fortaleza 0 0 0 0 0 0 0 07° Salgueiro 0 0 0 0 0 0 0 08° Treze-PB 0 1 0 0 1 2 3 -19° CRAC-GO 0 1 0 0 1 1 3 -210° Águia de Marabá 0 1 0 0 1 0 2 -2

PRIMEIRA FASE - GRUPO A

Time PG J V E D GP GC SG1º Madureira 3 1 1 0 0 2 0 22° Mogi Mirim 3 1 1 0 0 1 0 13° São Caetano 3 1 1 0 0 1 0 14° Macaé 1 1 0 1 0 1 1 05° Tupi 1 1 0 1 0 1 1 06° Caxias 1 1 0 1 0 0 0 07° Juventude 1 1 0 1 0 0 0 08° Guarani 0 1 0 0 1 0 1 -19° Guaratinguetá 0 1 0 0 1 0 1 -110° Duque de Caxias 0 1 0 0 1 0 2 -2

PRIMEIRA FASE - GRUPO B

CHARGE CLICK ESPORTIVO

Sonnen: “Eu fui a uma pizzaria comum, que nem as outras. Quatro pessoas foram, e a conta deu US$ 300 (R$ 669)! Nos EUA, US$ 300 em pizza, um time inteiro de beisebol infantil pode comer

FRASE

Seu ‘ônibus na frente da área’ mostrou seu forte esquema defensivo, mas os Blues caíram

Torcedores do Atlético de Madrid escolheram o treinador do Clelsea, José Mourinho, como alvo preferido das brincadeiras

ARTILHARIA

16Total de

gols marcados

DIVULGAÇ

ÃO

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E3MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

Em noite de homenagens a Senna, Timão bate o NaçaCorinthians lembrou dos 20 anos da morte do piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna e no jogo venceu o Nacional por 3 a 0

Sem maiores difi culda-des e com homena-gem a Ayrton Senna, o Corinthians supe-

rou o forte calor de Manaus e bateu o Nacional por 3 a 0 na noite de ontem (30), na Arena da Amazônia Vivaldo Lima e se classifi cou para a terceira fase da Copa do Brasil. Agora, a equipe paulista aguarda o vencedor do confronto entre América-MG e Bahia para continuar na luta pelo títu-lo da competição e garantir uma vaga na Libertadores do próximo ano.

Livre, leve e solto Antes do apito inicial, os

jogadores corintianos home-nagearam Ayrton Senna ao

entrar cada um com a répli-ca do capacete usado pelo piloto brasileiro tricampeão mundial de Fórmula 1, que também era corintiano.

Com a bola rolando, a equipe paulista partiu para cima dos nacionalinos desde o primeiro minuto de jogo, e disposta a eliminar o jogo de volta, em São Paulo, que estava marcado para o dia 14, no estádio do Pacaembu.

Com esmagadora maioria na arquibancada, o Corin-thians abriu o placar logo aos seis minutos para o delírio da fi el em Manaus. Após um erro de passe cometido por Chapinha, Negretti fez falta. Na cobrança, Jádson cruzou para Cléber, que subiu sozi-nho e cabeceou sem chances para o fundo da rede do gol defendido por Jairo. 1 a 0 para o Timão.

Não demorou muito para a equipe paulista ampliar o pla-car. Aos 21 minutos, após Cha-pinha perder a bola na entrada da área para Bruno Henrique, o volante chutou forte, Jairo espalmou para frente da área e Guerrero, um dos mais ovacio-nados pela torcida em Manaus, empurrou para o gol.

Tentou, mas não deuDisposto a garantir o jogo da

volta, o técnico Sinomar Naves voltou com o atacante Carlinhos Bala no lugar de Eder. O time cresceu e deu sinais de rea-ção. Mano Menezes respondeu e sacou Luciano para a entrada de Romarinho. A substituição surtiu efeito imediato. Quatro minutos depois, o artilheiro do Corinthians na temporada aproveitou falha de Jairo para marcar seu nono gol no ano e dar números fi nais a partida.

FICHA TÉCNICANACIONAL-AM CORINTHIANS

Local:

Árbitro:

Arena da Amazônia, em Manaus (AM)

Gilberto Rodrigues Castro Júnior (PE)

Nacional-AM: Jairo; Amaral, Índio, Rodrigão e Jeff erson Recife; Negret-ti, Dênis Santos, Eder (Carlinhos Bala) e Chapinha (Luciano); Fabiano e Léo Paraíba (Felipe Capixaba). Técnico: Sinomar Naves

Corinthians: Cássio; Fagner, Cleber, Gil e Uendel; Ralf, Bruno Henrique, Petros (Guilherme) e Jadson (Zé Paulo); Luciano (Roma-rinho) e Guerrero. Técnico: Mano Menezes

Gols: Cleber, aos seis minutos do primeiro tempo; Guerrero, aos 21 minutos do primeiro tempo; Romarinho, aos 17 minutos do segundo tempoCartões amarelos: Dênis San-tos (Nacional); Petros e Fagner (Corinthians)

03

ANDRÉ TOBIAS ETHIAGO BOTELHOEquipe EM TEMPO

Ao fi nal do jogo, o técnico Sinomar Naves reclamou do tratamento que o Nacional recebeu antes da bola rolar. Segundo ele, o time azulino foi impedido de fazer o aque-cimento no gramado, mas logo em seguida o Corin-thians gozou desse privilégio. “A análise que a gente faz é que tem que haver justiça. Por que abrir para eles e não para nós? A mentalidade tem que mudar, porque isso mostra que a valorização das equipes daqui é muito menor do que das equipes que vêm de fora”, falou.

Os jogadores do Nacional entraram em campo segu-rando bananas, como forma de protesto pela onda de ra-cismo no futebol mundial. O atacante Fabiano disse que é inaceitável em pleno século 21 ainda acontecerem situa-

ções como essas. “Eu acho que em pleno

século 21 ainda existir coisas como essa é muito triste. Entramos desse jeito para estimular a consciência das pessoas”, disse.

O técnico Mano Menezes elogiou a Arena da Amazônia e acredita que a estrutura dos estádios de Copa do Mundo, onde a torcida fi ca próxi-ma dos jogadores, cria uma atmosfera diferente para a partida, e previu que as sele-ções europeias sofrerão com o calor amazônico.

“O calor e a umidade cer-tamente vão fazer com que os jogos, principalmente no segundo tempo, tenham um ritmo muito abaixo do que estamos acostumados a ver. Fora isso, o estádio é lindo e acredito que Manaus vai fazer uma grande Copa”, disse.

Tratamentos diferenciados

Cléber fez o primeiro gol do Corinthians aos 6 minutos do primeiro tempo na Arena da Amazônia

Jerff erson Recife, do Nacional, divide bola com corintiano na tentativa de contra-ataque do Leão

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E4 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014 E5MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

V

VITÓRIA POR MENOS DE UM SEGUNDO

O LEMA DO ÍDOLO

O BICAMPEONATO MUNDIAL

SENNA NOS BRAÇOS DO POVO

Ayrton Senna do BrasilBrasileiros relembram os 20 anos de morte do maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos em seu país: ele morreu aos 34 anos (no dia 1º de maio de 1994) após sofrer um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itália. A prova foi interrompida e um clima de comoção tomou conta dos presentes e dos milhões que assistiam a tudo pela TV

Senna foi o desportista brasileiro mais lembrado por seu país, antes mesmo de morrer

Há exatos 20 anos, o Brasil perdia seu maior piloto e um dos maiores ídolos

nacionais. No dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna sofreu um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itá-lia, e morreu aos 34 anos.

Na ocasião, Senna era o líder da prova e perdeu o controle na curva Tambu-rello, do Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola, o que fez ele se chocar contra o muro de proteção. A prova foi interrompida e um clima de comoção tomou conta dos presentes e dos milhões que assistiam a tudo pela TV. Se aparentar qualquer reação, Senna foi retirado de seu carro e levado diretamente para o hospital, onde sua morte foi confi rmada poucas horas depois.

O GP de San Marino já ha-via sido marcado por outros

acidentes que confi rmavam a falta de segurança da pis-ta. Na sexta-feira, Rubens Barrichello perdeu o contro-le de sua Jordan depois de

passar por uma zebra e se chocou contra uma barreira de pneus. Com o acidente, Rubinho teve pequenas es-coriações e o nariz quebra-do, voltando ao cockpit duas

semanas depois.No sábado, na etapa clas-

sifi catória, o austríaco Ro-land Ratzenberger bateu na curva Gilles Villeneuve após a asa dianteira do seu carro se desprender. Assim como Senna, Ratzenberger não re-sistiu ao impacto em alta velocidade e faleceu. Depois dos incidentes, o brasileiro se reuniu com os outros pi-lotos para discutirem sobre normas de segurança.

Mesmo tendo ameaçado não competir, Senna foi para a pista com uma bandeira da Áustria em seu macacão, com a intenção de homena-gear o colega caso conse-guisse chegar ao pódio.

O mundo lamentou sua morte, e seu funeral em São Paulo foi acompanha-do por milhares de fãs e personalidades do automo-bilismo mundial. Entre os pi-lotos escoltando seu caixão

estavam Emerson Fittipal-di, Gerhard Berger e Alain Prost, seu maior rival nas pistas. Também presente estava Sir Frank Williams, seu último chefe de equipe, que declarou: “Ayrton não era uma pessoa comum. Ele foi na verdade um homem mais grandioso fora do carro do que dentro dele.”

Mesmo 20 anos depois, a fi gura mítica de Ayrton Senna ainda está viva na memória do povo brasileiro e dos apaixonados pela com-petição. Em eleição feita pelo canal britânico BBC em 2012, ele foi eleito o melhor piloto de todos os tempos.

“Provavelmente nenhum piloto da Fórmula 1 tenha se dedicado mais ao es-porte e dado mais de si em sua busca pelo sucesso. Ele era uma força da natureza, uma combinação incrível de muito talento e, em alguns

casos, uma determinação espantosa”, lia-se no ar-tigo do site do conhecido veículo britânico.

Além de sua genialidade nas pistas, Senna foi uma das personalidades mais carismáticas do esporte. Seu brilho como piloto era acompanhado por um intelecto iluminado e um carisma que conquistou a Fórmula 1 como nunca an-tes. Ninguém tentou mais intensamente ou se levou aos limites mais distantes, nem discursou tanto sobre os limites que somente os grandes pilotos alcançam.

A forma com que Senna colocava tudo de si em tudo que fazia lhe rendia a admi-ração geral. Atrás do volante seu comprometimento era marcante, e assistir Senna em uma eletrizante volta de classifi cação ou incansável perseguição ao carro da fren-

te despertava uma combina-ção de admiração com temor pelo seu futuro.

Consciente da própria mor-talidade, Senna era passio-nal na sua infi nita luta para ir além dos seu limites, uma perseguição que acabou por lhe tomar a vida da forma que ele próprio afi rmou.

“Eu quero viver a vida mui-to intensamente. Eu nuca iria querer viver parcialmente, sofrendo de alguma do-ença ou lesão. Se al-gum dia eu sofrer um acidente que me custe a vida, eu espero que aconteça em um instante”, disse Senna em entrevis-ta no início do ano de sua mor-te.

Eu quero viver a vida muito inten-

samente. Eu nunca iria querer viver

parcialmente, so-frendo de alguma doença ou lesão

Ayrton Senna piloto de Fórmula 1

A CARREIRA

Ayrton Senna foi o 14º piloto brasileiro a disputar um Mundial de Fórmula 1. Sua primeira temporada foi em 1984 na modesta equi-pe Toleman Hart Turbo. O piloto brasileiro não venceu nenhum GP, mas chamou a atenção pelo seu talento e competitividade, e terminou a temporada na nona colo-cação do Mundial de pilotos, superando os renomados Ni-gel Mansell (Lotus-Renault), Patrick Tambay (Renault), Teo Fabi (Brabham-BMW) e Ricardo Patrese (Alfa Ro-meo), entre outros.

O primeiro GP disputado por Senna foi em casa, no dia 25 de março, no circui-to de Jacarepaguá, no Rio

de Janeiro. Com problemas no turbo, Ayrton teve que abandonar a prova na oi-tava volta.

O momento mais memo-rável de seu ano de estreia aconteceu no GP de Môna-co - prova que ele venceria seis vezes na carreira, no qual sob chuva torrencial, chegou ao segundo lugar e ao se aproximar do líder Alain Prost. Entretanto, viu a prova ser encerrada com apenas 31 voltas, naquela que poderia ter sido sua primeira vitória.

Já no ano seguinte, cor-rendo pela tradicional equipe Lotus, surgiram as duas primeiras vitórias na carreira: a primeira em Por-

tugal e a segunda, na Bél-gica. Em 85, Senna ainda obteve sete pole positions e fechou o ano em quarto lugar entre os pilotos.

Em 1986, Senna nova-mente conquistou duas vitórias, na Espanha e Es-tados Unidos, e repetiu a colocação no Campeonato. Em 1987, Senna venceu em Mônaco e nos Estados Unidos, e só foi superado no Mundial pelos dois pilotos da Williams, Nelson Piquet e Nigel Mansell. Após o fi m de seu contrato de três anos com a Lotus, Senna fez em 1988 a mudança que lhe traria os maiores suces-sos da carreira, ao trocar a Lotus pela McLaren.

PRIMEIRA VITÓRIA NO BRASIL

Ayrton Senna conquistou a primeira vitória em casa em 1991, no dia 10 de março, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Naquele GP, Senna termi-nou a prova apenas com a sexta marcha de sua McLa-ren. Mesmo com uma única marcha, o piloto brasileiro conseguiu manter a média de 1min25 por volta. Isso

foi registrado e compro-vado pelas câmeras de TV instaladas em seu carro. O esforço foi tanto para com-pletar a prova que Senna teve de ser ajudado para sair do carro ao fi nal da cor-rida. Pelo rádio do carro, ele exprimiu toda sua alegria e alívio quando completou a última volta e ultrapassou a linha de chegada. Emo-

cionado, começou a gritar: “I don’t believe” (eu não acredito, em inglês). Mais tarde Senna declarou que este GP foi muito especial em sua carreira, não só por ser a primeira vitória no Brasil, mas também pela forma heroica como a conquistou, e chegou a compará-la a sua primeira vitória na F-1.

PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL

O primeiro título mundial de Ayrton Senna veio em 1988, com a McLaren. Foi uma campanha brilhante e uma acirrada batalha contra o companheiro Alain Prost. Senna venceu oito das 16 provas do campeonato. Naquele ano, o brasileiro voou baixo e provou que era o piloto mais rápido da

categoria, ao obter 13 pole-positions.

No GP do Japão, em Su-zuka, no dia 30 de outubro, penúltimo da temporada, Senna garantiu o título após uma corrida fantástica. Sen-na teve problemas com seu carro na largada, saiu em último e completou a pri-meira volta na 19ª posição.

Debaixo de chuva e pilotando como nunca, Senna começou a ultrapassar os adversários até chegar próximo de Prost, que liderava. A chuva parou e o brasileiro então provou que não era bom apenas na chuva: ultrapassou Prost e venceu a prova, conquistan-do assim pela primeira vez o título mundial.

REI DE MÔNACO

No seu primeiro GP em Monte Carlo, em 1984, Senna deu um espetáculo. Debaixo de chuva, com a modesta Toleman, o brasi-leiro chegou a ultrapassar a McLaren de Niki Lauda e, andando muito rápido, con-tinuou deixando adversá-rios mais fortes e experien-

tes para trás. Quando se preparava para ultrapassar o francês Alain Prost, que liderava a prova, os dirigen-tes do GP interromperam a prova, argumentando que a chuva estava forte demais. Assim, a vitória foi dada ao francês.

Ayrton Senna em sua ga-

leria de vitórias tem uma marca muito especial. O brasileiro venceu o GP de Mônaco por seis vezes e virou o “rei de Mônaco”. Nas temporadas de 87, 89, 90, 91, 92 e 93, ele deu show e banho de champanha na fa-mília real, quebrando o pro-tocolo mais de uma vez.

No GP de 28 de março de 1993, no Brasil, em Interla-gos, Ayrton Senna conseguia sua segunda vitória em casa, a 37ª na carreira e a 31ª na equipe McLaren. Nesta corri-da, o rival Alain Prost liderava e, quando começou a chover forte, o francês não trocou os pneus, bateu em Christian

Fittipaldi e saiu da corrida. Senna então aproveitou e foi ganhando posições até ultrapassar o inglês Damon Hill para assumir a liderança e vencer o GP.

Foi uma vitória inesque-cível que mereceu uma co-memoração inédita: pista invadida pelos torcedores

e Senna carrega-do pela multidão. O piloto brasileiro foi simplesmente arrancado do carro e comemorou a vi-tória nos braços da eufórica e imensa torcida brasileira pre-sente em Interlagos.

Ayrton Senna conquistou seu bicampeonato no pe-núltimo GP da temporada de 1990. Foi em Suzuka, no Japão, que o brasileiro deu o troco no rival Alain Prost, que um ano antes havia vencido o campeonato de forma pouco ética. Naquele GP, o francês “fechou a porta” quando Sen-na, nas voltas fi nais, tentou ultrapassá-lo. Houve o cho-que e os dois saíram da pista. Senna ainda voltou ajudado

pelos comissários, mas aca-bou desclassifi cado.

Um ano depois Senna deu o troco na mesma moeda e local. Prost precisava da vitória para levar a decisão para o último GP, na Austrália, e também não podia provo-car um incidente com Senna, já que desta vez o prejuízo seria seu. O suspense durou menos de dez segundos. A Ferrari do francês, que largou na segunda posição do grid,

conseguiu tomar a dian-teira, mas Senna forçou o carro e entrou por dentro na tomada da primeira curva. Então nenhum dos dois deu o braço a torcer. A roda direita traseira da Ferrari tocou na dianteira esquerda da McLa-ren e os carros saíram da pista, fazendo uma imensa nuvem de areia. A corrida não foi paralisada e Ayrton conquistava o bicampeonato mundial de F-1.

O TRICAMPEONATO MUNDIAL

No dia 20 de outubro de 1991, a Fórmula 1 conhecia o seu mais novo tricampeão mundial. Novamente no cir-cuito de Suzuka, no Japão, Ayrton Senna disputava o título da temporada com o inglês Nigel Mansell, da Williams, que, logo na 10ª vol-ta, abandonou a prova com problemas no freio. Daí para frente Senna deu um show e comemorou em grande estilo o tri. Na volta fi nal, quando

liderava folgadamente, num gesto de companheirismo - ou por imposição da equipe - cedeu passagem ao seu amigo e companheiro, o aus-tríaco Gerhard Berger, que assim conquistava sua sexta vitória na F-1.

Senna, então, entrava para o seletíssimo grupo dos tri-campeões mundiais e tam-bém era o mais jovem piloto a conquistar essa façanha na história da F-1. E ao lado de

Nélson Piquet colocou o Bra-sil numa situação invejável no automobilismo mundial: era o único país a ter dois tricampeões mundiais de F-1. Ainda no campeonato de 91, no último GP da tempo-rada, Senna ganhou a corrida e quebrou um tabu de nunca vencer a prova de Adelaide, na Austrália. De passagem ainda deu o tetracampeona-to mundial de construtores para a McLaren.

O lema de Ayrton Senna desde que ingressou na Fór-mula 1 sempre foi: “Vencer ou vencer”. Senna dizia: “A vitória é o único prêmio de um piloto. É a motivação real e justifi cável para ar-

riscar a vida em situações tão absurdas. Sem ela, não valeria o risco, por dinheiro nenhum, por nada neste mundo”. E completava: “Ser piloto é uma questão de cromossomos: ou seu nas-

ce com esta predisposição, ou não. Se você tem as ba-ses, pode desenvolvê-las, mas, quanto mais frio e racional, mais você precisa ter dentro de si a paixão pela corrida”.

A vitória mais dramática de Ayrton Senna em GPs foi em 13 de abril de 1986 na Espanha.

Senna venceu o rival Nigel Mansell por apenas 0,014

segundos (ou seja: 14 mi-lésimos) e com isso entrou para o livro “The Guinness Book of Sports Records”, da editora Facts on File na edição 95/96. Em toda

carreira na F-1, Senna conseguiu a incrível marca de 41 vitó-rias e 65 pole po-sitions, além dos três mundiais.

O piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna,

morto em 1994, será eternizado na memó-

ria dos brasileiros

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VITÓRIA POR MENOS DE UM SEGUNDO

O LEMA DO ÍDOLO

O BICAMPEONATO MUNDIAL

SENNA NOS BRAÇOS DO POVO

Ayrton Senna do BrasilBrasileiros relembram os 20 anos de morte do maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos em seu país: ele morreu aos 34 anos (no dia 1º de maio de 1994) após sofrer um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itália. A prova foi interrompida e um clima de comoção tomou conta dos presentes e dos milhões que assistiam a tudo pela TV

Senna foi o desportista brasileiro mais lembrado por seu país, antes mesmo de morrer

Há exatos 20 anos, o Brasil perdia seu maior piloto e um dos maiores ídolos

nacionais. No dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna sofreu um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itá-lia, e morreu aos 34 anos.

Na ocasião, Senna era o líder da prova e perdeu o controle na curva Tambu-rello, do Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola, o que fez ele se chocar contra o muro de proteção. A prova foi interrompida e um clima de comoção tomou conta dos presentes e dos milhões que assistiam a tudo pela TV. Se aparentar qualquer reação, Senna foi retirado de seu carro e levado diretamente para o hospital, onde sua morte foi confi rmada poucas horas depois.

O GP de San Marino já ha-via sido marcado por outros

acidentes que confi rmavam a falta de segurança da pis-ta. Na sexta-feira, Rubens Barrichello perdeu o contro-le de sua Jordan depois de

passar por uma zebra e se chocou contra uma barreira de pneus. Com o acidente, Rubinho teve pequenas es-coriações e o nariz quebra-do, voltando ao cockpit duas

semanas depois.No sábado, na etapa clas-

sifi catória, o austríaco Ro-land Ratzenberger bateu na curva Gilles Villeneuve após a asa dianteira do seu carro se desprender. Assim como Senna, Ratzenberger não re-sistiu ao impacto em alta velocidade e faleceu. Depois dos incidentes, o brasileiro se reuniu com os outros pi-lotos para discutirem sobre normas de segurança.

Mesmo tendo ameaçado não competir, Senna foi para a pista com uma bandeira da Áustria em seu macacão, com a intenção de homena-gear o colega caso conse-guisse chegar ao pódio.

O mundo lamentou sua morte, e seu funeral em São Paulo foi acompanha-do por milhares de fãs e personalidades do automo-bilismo mundial. Entre os pi-lotos escoltando seu caixão

estavam Emerson Fittipal-di, Gerhard Berger e Alain Prost, seu maior rival nas pistas. Também presente estava Sir Frank Williams, seu último chefe de equipe, que declarou: “Ayrton não era uma pessoa comum. Ele foi na verdade um homem mais grandioso fora do carro do que dentro dele.”

Mesmo 20 anos depois, a fi gura mítica de Ayrton Senna ainda está viva na memória do povo brasileiro e dos apaixonados pela com-petição. Em eleição feita pelo canal britânico BBC em 2012, ele foi eleito o melhor piloto de todos os tempos.

“Provavelmente nenhum piloto da Fórmula 1 tenha se dedicado mais ao es-porte e dado mais de si em sua busca pelo sucesso. Ele era uma força da natureza, uma combinação incrível de muito talento e, em alguns

casos, uma determinação espantosa”, lia-se no ar-tigo do site do conhecido veículo britânico.

Além de sua genialidade nas pistas, Senna foi uma das personalidades mais carismáticas do esporte. Seu brilho como piloto era acompanhado por um intelecto iluminado e um carisma que conquistou a Fórmula 1 como nunca an-tes. Ninguém tentou mais intensamente ou se levou aos limites mais distantes, nem discursou tanto sobre os limites que somente os grandes pilotos alcançam.

A forma com que Senna colocava tudo de si em tudo que fazia lhe rendia a admi-ração geral. Atrás do volante seu comprometimento era marcante, e assistir Senna em uma eletrizante volta de classifi cação ou incansável perseguição ao carro da fren-

te despertava uma combina-ção de admiração com temor pelo seu futuro.

Consciente da própria mor-talidade, Senna era passio-nal na sua infi nita luta para ir além dos seu limites, uma perseguição que acabou por lhe tomar a vida da forma que ele próprio afi rmou.

“Eu quero viver a vida mui-to intensamente. Eu nuca iria querer viver parcialmente, sofrendo de alguma do-ença ou lesão. Se al-gum dia eu sofrer um acidente que me custe a vida, eu espero que aconteça em um instante”, disse Senna em entrevis-ta no início do ano de sua mor-te.

Eu quero viver a vida muito inten-

samente. Eu nunca iria querer viver

parcialmente, so-frendo de alguma doença ou lesão

Ayrton Senna piloto de Fórmula 1

A CARREIRA

Ayrton Senna foi o 14º piloto brasileiro a disputar um Mundial de Fórmula 1. Sua primeira temporada foi em 1984 na modesta equi-pe Toleman Hart Turbo. O piloto brasileiro não venceu nenhum GP, mas chamou a atenção pelo seu talento e competitividade, e terminou a temporada na nona colo-cação do Mundial de pilotos, superando os renomados Ni-gel Mansell (Lotus-Renault), Patrick Tambay (Renault), Teo Fabi (Brabham-BMW) e Ricardo Patrese (Alfa Ro-meo), entre outros.

O primeiro GP disputado por Senna foi em casa, no dia 25 de março, no circui-to de Jacarepaguá, no Rio

de Janeiro. Com problemas no turbo, Ayrton teve que abandonar a prova na oi-tava volta.

O momento mais memo-rável de seu ano de estreia aconteceu no GP de Môna-co - prova que ele venceria seis vezes na carreira, no qual sob chuva torrencial, chegou ao segundo lugar e ao se aproximar do líder Alain Prost. Entretanto, viu a prova ser encerrada com apenas 31 voltas, naquela que poderia ter sido sua primeira vitória.

Já no ano seguinte, cor-rendo pela tradicional equipe Lotus, surgiram as duas primeiras vitórias na carreira: a primeira em Por-

tugal e a segunda, na Bél-gica. Em 85, Senna ainda obteve sete pole positions e fechou o ano em quarto lugar entre os pilotos.

Em 1986, Senna nova-mente conquistou duas vitórias, na Espanha e Es-tados Unidos, e repetiu a colocação no Campeonato. Em 1987, Senna venceu em Mônaco e nos Estados Unidos, e só foi superado no Mundial pelos dois pilotos da Williams, Nelson Piquet e Nigel Mansell. Após o fi m de seu contrato de três anos com a Lotus, Senna fez em 1988 a mudança que lhe traria os maiores suces-sos da carreira, ao trocar a Lotus pela McLaren.

PRIMEIRA VITÓRIA NO BRASIL

Ayrton Senna conquistou a primeira vitória em casa em 1991, no dia 10 de março, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Naquele GP, Senna termi-nou a prova apenas com a sexta marcha de sua McLa-ren. Mesmo com uma única marcha, o piloto brasileiro conseguiu manter a média de 1min25 por volta. Isso

foi registrado e compro-vado pelas câmeras de TV instaladas em seu carro. O esforço foi tanto para com-pletar a prova que Senna teve de ser ajudado para sair do carro ao fi nal da cor-rida. Pelo rádio do carro, ele exprimiu toda sua alegria e alívio quando completou a última volta e ultrapassou a linha de chegada. Emo-

cionado, começou a gritar: “I don’t believe” (eu não acredito, em inglês). Mais tarde Senna declarou que este GP foi muito especial em sua carreira, não só por ser a primeira vitória no Brasil, mas também pela forma heroica como a conquistou, e chegou a compará-la a sua primeira vitória na F-1.

PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL

O primeiro título mundial de Ayrton Senna veio em 1988, com a McLaren. Foi uma campanha brilhante e uma acirrada batalha contra o companheiro Alain Prost. Senna venceu oito das 16 provas do campeonato. Naquele ano, o brasileiro voou baixo e provou que era o piloto mais rápido da

categoria, ao obter 13 pole-positions.

No GP do Japão, em Su-zuka, no dia 30 de outubro, penúltimo da temporada, Senna garantiu o título após uma corrida fantástica. Sen-na teve problemas com seu carro na largada, saiu em último e completou a pri-meira volta na 19ª posição.

Debaixo de chuva e pilotando como nunca, Senna começou a ultrapassar os adversários até chegar próximo de Prost, que liderava. A chuva parou e o brasileiro então provou que não era bom apenas na chuva: ultrapassou Prost e venceu a prova, conquistan-do assim pela primeira vez o título mundial.

REI DE MÔNACO

No seu primeiro GP em Monte Carlo, em 1984, Senna deu um espetáculo. Debaixo de chuva, com a modesta Toleman, o brasi-leiro chegou a ultrapassar a McLaren de Niki Lauda e, andando muito rápido, con-tinuou deixando adversá-rios mais fortes e experien-

tes para trás. Quando se preparava para ultrapassar o francês Alain Prost, que liderava a prova, os dirigen-tes do GP interromperam a prova, argumentando que a chuva estava forte demais. Assim, a vitória foi dada ao francês.

Ayrton Senna em sua ga-

leria de vitórias tem uma marca muito especial. O brasileiro venceu o GP de Mônaco por seis vezes e virou o “rei de Mônaco”. Nas temporadas de 87, 89, 90, 91, 92 e 93, ele deu show e banho de champanha na fa-mília real, quebrando o pro-tocolo mais de uma vez.

No GP de 28 de março de 1993, no Brasil, em Interla-gos, Ayrton Senna conseguia sua segunda vitória em casa, a 37ª na carreira e a 31ª na equipe McLaren. Nesta corri-da, o rival Alain Prost liderava e, quando começou a chover forte, o francês não trocou os pneus, bateu em Christian

Fittipaldi e saiu da corrida. Senna então aproveitou e foi ganhando posições até ultrapassar o inglês Damon Hill para assumir a liderança e vencer o GP.

Foi uma vitória inesque-cível que mereceu uma co-memoração inédita: pista invadida pelos torcedores

e Senna carrega-do pela multidão. O piloto brasileiro foi simplesmente arrancado do carro e comemorou a vi-tória nos braços da eufórica e imensa torcida brasileira pre-sente em Interlagos.

Ayrton Senna conquistou seu bicampeonato no pe-núltimo GP da temporada de 1990. Foi em Suzuka, no Japão, que o brasileiro deu o troco no rival Alain Prost, que um ano antes havia vencido o campeonato de forma pouco ética. Naquele GP, o francês “fechou a porta” quando Sen-na, nas voltas fi nais, tentou ultrapassá-lo. Houve o cho-que e os dois saíram da pista. Senna ainda voltou ajudado

pelos comissários, mas aca-bou desclassifi cado.

Um ano depois Senna deu o troco na mesma moeda e local. Prost precisava da vitória para levar a decisão para o último GP, na Austrália, e também não podia provo-car um incidente com Senna, já que desta vez o prejuízo seria seu. O suspense durou menos de dez segundos. A Ferrari do francês, que largou na segunda posição do grid,

conseguiu tomar a dian-teira, mas Senna forçou o carro e entrou por dentro na tomada da primeira curva. Então nenhum dos dois deu o braço a torcer. A roda direita traseira da Ferrari tocou na dianteira esquerda da McLa-ren e os carros saíram da pista, fazendo uma imensa nuvem de areia. A corrida não foi paralisada e Ayrton conquistava o bicampeonato mundial de F-1.

O TRICAMPEONATO MUNDIAL

No dia 20 de outubro de 1991, a Fórmula 1 conhecia o seu mais novo tricampeão mundial. Novamente no cir-cuito de Suzuka, no Japão, Ayrton Senna disputava o título da temporada com o inglês Nigel Mansell, da Williams, que, logo na 10ª vol-ta, abandonou a prova com problemas no freio. Daí para frente Senna deu um show e comemorou em grande estilo o tri. Na volta fi nal, quando

liderava folgadamente, num gesto de companheirismo - ou por imposição da equipe - cedeu passagem ao seu amigo e companheiro, o aus-tríaco Gerhard Berger, que assim conquistava sua sexta vitória na F-1.

Senna, então, entrava para o seletíssimo grupo dos tri-campeões mundiais e tam-bém era o mais jovem piloto a conquistar essa façanha na história da F-1. E ao lado de

Nélson Piquet colocou o Bra-sil numa situação invejável no automobilismo mundial: era o único país a ter dois tricampeões mundiais de F-1. Ainda no campeonato de 91, no último GP da tempo-rada, Senna ganhou a corrida e quebrou um tabu de nunca vencer a prova de Adelaide, na Austrália. De passagem ainda deu o tetracampeona-to mundial de construtores para a McLaren.

O lema de Ayrton Senna desde que ingressou na Fór-mula 1 sempre foi: “Vencer ou vencer”. Senna dizia: “A vitória é o único prêmio de um piloto. É a motivação real e justifi cável para ar-

riscar a vida em situações tão absurdas. Sem ela, não valeria o risco, por dinheiro nenhum, por nada neste mundo”. E completava: “Ser piloto é uma questão de cromossomos: ou seu nas-

ce com esta predisposição, ou não. Se você tem as ba-ses, pode desenvolvê-las, mas, quanto mais frio e racional, mais você precisa ter dentro de si a paixão pela corrida”.

A vitória mais dramática de Ayrton Senna em GPs foi em 13 de abril de 1986 na Espanha.

Senna venceu o rival Nigel Mansell por apenas 0,014

segundos (ou seja: 14 mi-lésimos) e com isso entrou para o livro “The Guinness Book of Sports Records”, da editora Facts on File na edição 95/96. Em toda

carreira na F-1, Senna conseguiu a incrível marca de 41 vitó-rias e 65 pole po-sitions, além dos três mundiais.

O piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna,

morto em 1994, será eternizado na memó-

ria dos brasileiros

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E6 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

Depois de iniciar a partida muito ner-voso e render pouco no primeiro tempo,

o Cruzeiro superou a pressão de mais de 25 mil torcedores, venceu o Cerro Porteño, por 2 a 0, ontem (30), em Assunção, e avançou às quartas de fi nal da Copa Libertadores. Com um jogador a menos, depois da ex-pulsão de Bruno Rodrigo, o time mineiro marcou com Dedé, que fez de cabeça aos 35min, e já nos acréscimos Dagoberto selou a vitória celeste.

Depois de tropeçar no jogo ida, ao empatar por 1 a 1 no Mineirão, o Cruzeiro conseguiu a classifi cação na raça atuando fora de casa e ganha força para

a sequência da Libertadores. O time mineiro foi mal no primeiro tempo, mas equilibrou a partida na etapa fi nal e, mesmo com dez jogadores, aproveitou uma jogada aérea para vencer com gol de Dedé, que não vinha bem na partida e se redimiu ao marcar o gol da vitória celeste. Quando o jogo chegava ao fi nal, o atacante Dagoberto decretou a classifi cação celeste, quando os paraguaios também esta-vam com um jogador a menos, com a expulsão de Corujo.

Visivelmente nervoso, o Cru-zeiro não conseguiu apresen-tar o futebol que a torcida acostumou a ver e foi pres-sionado pelo Cerro na maior parte do primeiro tempo. Mais

presente ao ataque, o time paraguaio teve duas chances claras para abrir o placar.

O primeiro susto sofrido pelo Cruzeiro ocorreu aos 8minutos de jogo. Angel Romero deu um drible desconcertante em Dedé na ponta esquerda e cruzou para a área. Corujo recebeu livre e chutou forte para a defesa de Fábio, que evitou o gol dos paraguaios.

O segundo ocorreu aos 17minutos. Depois de uma bola cruzada na para a área, Angel Romero fi cou livre para fi nalizar e acertou o traves-são do goleiro Fábio, que nada pôde fazer. A pressão paraguaia aumentou o nervo-sismo do time mineiro.

FICHA TÉCNICACERRO PORTEÑOCRUZEIRO

Local:

Árbitro:

Estádio General Pablo Rojas, Assunção (ParaguaiDario Ubriaco (URU)

Cerro Porteño: Fernández; Bonet, Cardozo, Ortiz e Alonso (Gamarra); Corujo, Julio dos Santos, Oviedo e Oscar Romero; Daniel Güiza (Beltran) e Angel Romero (Godoy) Técnico: Francisco Arce Cruzeiro: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian (Dagoberto) e Júlio Baptista (Borges) (Leo)Técnico: Marcelo Oliveira

Gols: Dedé, aos 35min, Dagoberto, aos 48min do segundo tempo Cartões Amarelos: Bruno Rodrigo (2), Dedé, Samudio, Luan (CRU);Carão vermelho: Bruno Rodrigo (CRU); Corujo, Güiza (CER)

02

San Lorenzo elimina o Grêmio nos pênaltis

Foi um sofrimento e o Grêmio caiu. O time hon-rou a fama de ‘imortal’ e, ontem (30), venceu o San Lorenzo por 1 a 0 com gol de Dudu aos 38 minutos do segundo tempo, na Arena, levando a decisão da vaga nas quartas de fi nal da Libertadores para os pênaltis. Mas nas co-branças, o time do Papa Francisco foi melhor e venceu por 4 a 2.

Com o resultado, o San Lorenzo terá pela frente o Cruzeiro nas quarta de fi nal. O time mineiro venceu o Cerro Porteño por 2 a 0 e con-fi rmou vaga. Foi a tercei-ra participação seguida na Libertadores em que o Grêmio foi eliminado nas oitavas de fi nal.

A queda frustra o prin-cipal objetivo do ano e revive pressão sobre En-derson Moreira, que pode ser demitido junto com sua comissão técnica e até o departamento de futebol. Sem a chance de disputar o título da Copa e derrotado na fi nal do Gau-chão, o primeiro semestre de 2014 esteve longe dos planos azuis.

O Grêmio precisava atacar. Atrás por força da derrota por 1 a 0 no jogo de ida, o time bra-sileiro tratou de buscar o gol. Aos 10 minutos

CAIU

DIVULGAÇÃO

Com a vitória de 2 a 0 contra o Cerro Porteño, do Paraguai, time mineiro avança às quartas de fi nal da competição

Cruzeiro vence na raça e avança na Libertadores

FICHA TÉCNICAGRÊMIOSAN LORENZO

Local:

Árbitro:

Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)

Roberto Silveira (URU)

Grêmio: Marcelo Grohe; Pará (Lucas Coelho),Werley, Pedro Ge-romel e Wendell; Riveros, Edinho, Luan (Maxi Rodríguez), Zé Rober-to (Rodriguinho) e Dudu; Barcos. Técnico: Enderson Moreira San Lorenzo: Sebastián Torrico; Julio Buff arini, Carlos Valdés, Santiago Gentiletti e Emmanuel Más; Héctor Villalba (Prósperi), Juan Mercier, Néstor Ortigoza e Ignacio Piatti; Angel Correa (Elizari) (Blandi) e Mauro Matos. Técnico: Edgardo Bauza

Gols: Dudu, do Grêmio, aos 38 minutos do segundo tempo.Cartões Amarelos: Zé Ro-berto (GRE), Pará (GRE), Barcos (GRE) Edinho (GRE); Gentiletti (SLO), Buff arini (SLO)

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esteve muito perto de atin-gir o objetivo. Dudu enfi ou para Barcos que encobriu o goleiro Torrico. Mas Buff arini correu, deu carrinho e evitou o gol gremista.

O San Lorenzo fez o que se esperava. O time argentino se postou defensivamente com linhas compactas sem-pre atrás do meio-campo.

Equipe do Cruzeiro foi a Assunção com o dever de ganhar: e consegui a vitória

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E7 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

Duelo madrilenhoAtlético e Real, ambos de Madri, fazem a grande final da “Champions League”, no dia 24 de maio, em Portugal

José Mourinho foi duramen-te criticado em todo o mun-do pela retranca imposta no jogo de ida, na última sema-

na, na Espanha. Lá, porém, o Chelsea não levou gols e fi cou no 0 a 0. Para o jogo de ontem

(30), Mourinho “seguiu” o que seus críticos disseram e

abriu o time. Resultado? Eliminação. O Atléti-

co de Madri venceu em pleno Stan-

ford Bridge, por 3 a 1,

de vi-

rada, e voltará a disputar uma fi nal de Liga dos Campeões após 40 anos.

Adrián, na primeira etapa, e Diego Costa, de pênalti, e Arda Turan, na segunda, tornaram inútil o gol de Fernando Torres, que abriu o placar para o Chel-sea aos 6 minutos do primeiro tempo. A cidade de Madri será o centro do mundo do futebol no dia 24 de maio, um sábado, apesar do palco da decisão ser Lisboa, em Portugal. Atlé-tico e Real se enfrentarão no Estádio da Luz no 1° clássico madrilenho a decidir a princi-pal competição de clubes da Europa na história.

Mourinho cai nas semifi -nais da Liga pelo quar-

to ano seguido. Já Diego Simeo-

ne será o primeiro técnico sul-americano a disputar uma fi nal em 13 anos. O time do argentino soube equalizar de-fesa e ataque e, assim, bateu Mourinho, que mostrou ser especialista em defesa, mas que se perdeu ao tentar abrir o time que comanda.

DecisivoNa decisão, o Atlético en-

frentará um time o qual estava sem vencer, até o ano passado, há 13 anos. Foram três jogos desde a quebra do tabu e o Atlético não mais perdeu - duas vitórias, um empate. Agora, o objetivo é criar outro tabu: o único a vencer o clás-sico na hora que mais importa: a decisão continental.

E o jogo foi a consagração do melhor ataque da história do Atlético. Com os três desta

quarta, são 113 desde o meio de 2013, a

melhor marca da história do clube madrilenho. Diego Costa é o artilheiro, com 36.

E a partida parecia que seria diferente por, pelo menos, 36 minutos. O Chelsea escalou Torres, Willian e Hazard e os três atacaram muito mais nes-ses minutos do que fez o clube em todo o jogo na Espanha. O resultado? Sem sustos atrás e um gol na frente.

Willian, nome quase certo na seleção brasileira na Copa, passou pro dois grudado à bandeira de escantetio pela esquerda. A bola fi cou com Az-pilicueta, que rolou para trás. Torres chegou e abriu o placar. Não comemorou, em respeito ao clube de seu coração.

“Sorte” dele que terá para quem torcer na decisão. O Atlético, a partir de então, dominou o jogo, e Torres po-derá assistir ao jogo de Lisboa secando o Real Madrid, rival

do clube pelo qual surgiu.Primeiro, Juanfran salvou

lançamento que sairia pela linha de fundo, bateu para trás na área e contou com furadas de Terry e Cole para que a bola chegasse aos pés de Adrián. Ou melhor, à canela. “Torto”, o meia conseguiu colocar a bola no gol de Schwarzer.

Chelsea caiSe o Chelsea precisava de

um gol a partir de então para se classificar, saíram logo dois. Do outro lado. Diego Costa caiu na área ao ser tocado por Eto’o aos 13 minutos. Ele mesmo cobrou e fez, com força, quase no meio do gol.

Depois, Arda Turan, que dominou o meio de cam-

po durante o jogo, fez pre-sença na área. Pegou rebote de cabeçada no travessão e só rolou para o gol. Enquanto isso, Courtois salvava atrás, com duas espetaculares defesas. Nem era preciso mais. O Atlético estará na final dia 24 de maio, após 40 anos.

Se o título for conquis-tado, será da maneira dos sonhos de todo torcedor “col-chonero”: so-bre o prin-c i p a l rival.

FOTO

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ÃO

O atacante Cristiano Ronaldo vai à fi nal como artilheiro isolado na com-petição de 2014

O brasileiro Diego Costa fez um gol contra o Chel-sea e carimbou sua parti-

cipação na grande fi nal

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E8 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2014

O Vasco foi até a Para-íba para enfrentar o Treze pela Copa do Brasil, pensando em

vencer por dois gols de diferen-ça e eliminar o jogo de volta. Conseguiu metade do seu ob-jetivo, com dois gols de Thalles, vencendo por 2x1. Esquerdinha abriu o placar para o Treze. Na volta, em São Januário, o Vasco pode até perder por um gol, desde que pelo placar de 1x0, que avança na competição.

Com duas novidades entre os titulares, o zagueiro Douglas Silva e o meia Danilo, o Vasco começou o jogo com boa pos-se de bola, mas insistindo em lançamentos que não geravam

lance de perigo a meta do goleiro Gilson. O Treze jogava fechado e buscava explorar o contra-ataque, mas, até os 15 minutos, nada havia conseguido no jogo. A primeira boa oportunidade de marcar na partida veio aos 17. Danilo encheu o pé de fora da área e mandou a bola raspando a trave direita. Na sua primeira fi nalização, o Treze teve melhor sorte e abriu o placar. Jonatas fez uma boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro na área. Esquer-dinha se antecipou ao zagueiro Douglas Silva e fuzilou o gol de Diogo Silva, Treze 1x0. Buscando se redimir do lance do gol, Dou-glas Silva quase empata para o Vasco aos 24.

FICHA TÉCNICATREZEVASCO

Local:

Árbitro:

Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro

Ricardo Marques Ribeiro

Treze: Gilson, Birungueta, Negretti, Douglas e Fernandes; Sapé, Esquerdinha, Douglas Packer e Clébson (Léo); Jonatas (Tiago) e Jailson (Fabinho Cam-balhota) Técnico: Leandro Sena

Vasco: Diogo Silva, André Rocha, Luan, Douglas Silva e Diego Renan; Felippe Bastos, Danilo, Douglas; Montoya (Yago), Reginaldo (Marquinhos) e Thalles Técnico: Adilson Batista

Gols: Esquerdinha (17’) 1ºT; Thalles (5’ e 39’) 2ºT

Cartões Amarelos: Diego Renan, Birungueta

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COPA DO BRASIL

Time carioca foi à Paraíba pensando em vencer por dois gols de diferença e eliminar jogo da volta: não conseguiu

Vasco vence de virada o Treze e não evita 2º jogo Bahia se classifi ca para 3ª fase

Foi um Bahia muito dife-rente daquele que venceu o Figueirense, no último domingo (20), pelo Cam-peonato Brasileiro . Com relação a escalação fo-ram quatro modificações, duas por opção do treina-dor Marquinhos Santos , e outras duas por questões médicas. Foram 45 minu-tos sonolentos, com um time errando muitos pas-ses e pouca criatividade.

O reflexo disso apareceu no baixo número de fina-lizações. O tricolor levou perigo ao goleiro Braz em apenas dois lances.

Um deles foi por meio do atacante Rafinha, aos 24 minutos, após cabeçada da entrada da grande área.

A equipe mineira, in-ferior tecnicamente, não conseguiu aproveitar o ruim primeiro tempo

do Bahia . Em duas ocasiões, am-

bas com erro de passe do zagueiro Demerson, criou as únicas chances de abrir o placar, sem sucesso. Na primeira, aos 5, o defen-sor errou o passe e, se não fosse Marcelo Lomba, marcaria contra.

Mas, os gols de Henrique e Maxi Biancucchi garan-tiram o Bahia na próxima fase da Copa do Brasil.

AVANÇO

Coritiba bate Caldense por 2 a 0O Coritiba está classi-

ficado à terceira fase da Copa do Brasil. Com um jogador a menos durante todo o segundo tempo, Carlinhos foi expulso, o time paranaense derro-tou a Caldense por 2 a 0, com direito a pênalti defendido pelo seu goleiro Vanderlei, evitou o jogo de volta e avançou no torneio nacional.

Além da classificação antecipada, o Coritiba encerrou uma seca de gols. A equipe não ba-lançou as redes nas duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro.

Seu último tento havia sido anotado na vitória sobre o Cene por 2 a 0, também pela Copa do Bra-sil, no dia 16 de abril.

Thalles quebrou um jejum de quatro jogos e marcou os dois gols

Com a vitória sobre o Caldense, Coritiba elimina jogo da volta

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