Transcript

Por uma economia (super)verde e (ancestralmente)inclusiva na Amazônia:

inovação e tradicionalismo na perspectiva do de senvolvimento sustentável

Francisco de Assis Costa Núcleo de Altos Estudos Amazônicos

(GPDadesaNAEA)

Conferência Internacional LALICS 2013 “Sistemas Nacionais de Inovação e Políticas de CTI para um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável”

11 e 12 de Novembro, 2013 - Rio de Janeiro, Brasil

Percepções da dinâmica rural na Amazônia:

• Primeira metade dos anos 2000 (teses do Banco Mundial): Trade-off entre economia e base natural (nas duas direções: atividades rentáveis são destrutivas e atividades preservadoras geram pobrezas);

• Depois de 2008, a “economia verde” propõe reorientação das rotas destrutivas – nada dizem sobre as rotas virtuosas.

O artigo indica possibilidades de superar trade-offs entre crescimento econômico,

qualidade ambiental e inclusão social

A dimensão rural é baseada em duas formas de produção e seis bem diferentes trajetórias

tecnológicas, com atributos marcantes para o desenvolvimento:

Trajetórias/

Características

Trajetórias

Valores

Absolutos

em

1995

Sistemas camponeses que convergem

para:

Sistemas patronais que convergem

para:

Pecuária

de Leite e

perma-

nentes

(T1)

Sistemas

agroflo-

restais

(T2)

Pecuária

de corte

(T3)

Pecuária

de Corte

(T4)

Plantation

s

(T5)

Silvicul-

tura

(T6)

Número Estabelecimentos 171.292 130.593 109.405 27.831 4.444 3 443.568

Tamanho médio 54,47 23,04 62,23 1.196,00 472,62 413.681,7 125,74

VBP (R$1.000.000) 27% 21% 19% 25% 6% 2% 100%

Pessoal Ocupado 38,2% 26,6% 22,7% 10,5% 1,7% 0,2% 100%

Total de Terras Apropriadas 16,7% 5,4% 12,2% 59,7% 3,8% 2,2% 100%

Total de áreas degradadas 10,2% 3,5% 14,3% 70,4% 1,6% 0,0% 100%

Índice de Densidade

Institucional - IDR 1 0,73 0,38 0,67 1,63 2,67 0,83

Emissão líquida de CO2 11,8% 2,6% 12,5% 70,5% 2,6% 0,0% 100%

Crescimento da renda líquida

– 1995 e 2006 2,5% a.a. 7,9% a.a. 7,8% a.a. 8,4% a.a. 7,2% a.a. -11,0% a.a. 6,4% a.a.

Taxa de crescimento do

VBPR - 1995 e 2006 5% a.a 12% a.a. 7,0%a.a. 5,1%a.a. 2,5% a.a. -2,9% 5%

Incorporação de terras 13% 8% 7% 64% 5% 2% 100%

Concorrência entre as trajetórias:

Evolução do “Índice de Prevalência”

0

5.000.000.000

10.000.000.000

15.000.000.000

20.000.000.000

25.000.000.000

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

R$ (

Const

ante

de

2011)

Crescimento do VBP total a 5% ao ano

Camponêsa T1 (3,5% a.a.) Camponêsa T2 (6,3% a.a.) Camponêsa T3 (4% a.a.) Patronal T4 (4,9% a.a.)

Patronal T5 (3,4% a.a.) Patronal T6 (1,4% a.a.) Patronal T7 (13,4%)

Confronto das estruturas relativas do VBPR, baseadas nas trajetórias

tecnológicas do setor rural na Região Norte, resultantes dos dados

definitivos do Censo Agropecuário de 2006 e das estimativas

29%26%25%

18%

24%

28%

18%16%15%

26%

20%17%

5%5%5%2%3%

1% 2%5%

9%

0%

10%

20%

30%

Cam

po

nêsaT

1

Cam

po

nêsaT

2

Cam

po

nêsaT

3

Patro

nalT

4

Patro

nalT

5

Patro

nalT

6

Patro

nalT

7

1995 2006 2011

A pobreza é estrutural e regionalmente definida

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

Est

ab

ele

cim

en

tos

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3

Trajetórias em 1995

Não Pobres Pobres Extrema Pobreza

Condição reprodutiva dos camponeses na Amazônia (Número de estabelecimentos-domicílios)

A pobreza é estrutural e regionalmente definida e se move com o tempo:

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3

1995 2006

Não pobres Pobres Pobreza extrema

Situação dos estabelecimentos camponeses (±400.000) na Amazônia Brasileira

A pobreza é estrutural e regionalmente definida e se move com o tempo como

resultado de:

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3

1995 2006

Não pobres Pobres Pobreza Extrema

Dinâmica econômica + políticas mal concebidas

Situação dos estabelecimentos camponeses (±400.000) na Amazônia Brasileira

A pobreza é estrutural e regionalmente definida e se move com o tempo como

resultado de:

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3

1995 2006

Não pobres Pobres Extrema Pobreza

Situação dos estabelecimentos camponeses (±400.000) na Amazônia Brasileira

Dinâmica econômica + políticas mal concebidas

Dinâmica econômica + falta de política

Proxy da política de desenvolvimento: “Índice de Densidade Institucional Medido a Partir do

Crédito”

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

Índ

ice

de

Pre

val

ênci

a

B - Trajetórias Camponesas

Trajetória-Camponêsa.T1

Trajetória-Camponêsa.T2

Trajetória-Camponêsa.T3

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

Índic

e de

Pre

val

ênci

a

C - Trajetórias Patronais

Trajetória-Patronal.T5 Trajetória-Patronal.T6

Trajetória-Patronal.T4 Trajetória-Patronal.T7

Percepções da dinâmica rural na Amazônia:

• Política capaz de corresponder às necessidades das trajetórias;

• O fortalecimento da T2 parece um caminho para uma economia (super)verde e (ancestralmente)inclusiva.

• Isso exige tratar os fundamentos de conhecimento e (estabelecer, pois, um sistema regional de inovação) por prisma bem distinto da perspectiva usual de C&T.

Obrigado!