Síntese a partir da publicação do
De seis países fundadores aos atuais 28 Estados-Membros
O que concluímos da publicação do INE?
q O essencial da evolução da sociedade portuguesa entre 1986 e a atualidade.
q Que, de um modo geral, o país registou melhorias no bem-estar dos cidadãos em áreas como a saúde, a educação e as condições de habitação.
q Que se verificaram dois períodos de desenvolvimento económico:
q1986 a 2000 – crescimento elevado da economia nacional; queda do Muro de Berlim; unificação alemã; preparação da Moeda única ...
q2001 a 2014 – estagnação da economia nacional; estabilização das economias de Leste; integração da República Popular da China na Organização Mundial do Comércio ...
O que mudou na demografia do país em 30 anos de integração?
Desde a década de 60 do século XX:- Quebra generalizada da natalidade - Forte surto emigratório- Redução real da população- Afluxo de retornados das ex-colónias e regresso de emigrantes europeus
A partir de 1986:- Tendência para maior descida da natalidade- Incapacidade de renovação de gerações- Aumento da emigração, mais a temporária do que a definitiva- Aumento significativo da imigração nos anos 90- Crescimento ligeiro garantido pelos saldos migratórios- Novo surto emigratório- Crescimento demográfico negativo generalizado
Em todas as NUTS II registou-se redução de
habitantes nos últimos anos
Em termos comparativos, o ritmo de crescimento populacional foi mais elevado em Portugal entre 1982 e 1988 e entre 2001 e 2006. Na UE28 e na Zona Euro, o
ritmo de crescimento foi sempre positivo e intensificou-se neste século. Pelo contrário, Portugal, desde 2011, perde população.
Entre 1993 e 2009 crescemos à custa do contributo dos saldos migratórios positivos
Em 1986 e 1992 o crescimento foi ténue; 2010 registou crescimento nulo.2000 foi o ano de máximo crescimento efetivo: 0,8%
O crescimento global denuncia uma forte irregularidade com vários “picos” e quebras acentuadas. 1988, 90, 92 e 99; 2000, 02, 03, 04, 07 e 2013 foram os anos
de maior crescimento populacional na União Europeia.
Em 1991, a estrutura etária da população portuguesa já indiciava tendência para o envelhecimento: a base da pirâmide estreita cada vez mais com o decorrer dos anos.
População residente, segundo o sexo e por idades, 1991 e 2014
“Entre 1991 e 2014 o pesoda população com idade até aos 34 anos diminuiu em 13,8 p.p., tendo aumentado em cerca de 6,7 p.p. o peso da população com mais 65 anos de idade.
INE
De um modo geral, o país acompanha a tendência para uma baixa fertilidade dos seus parceiros europeus. Todavia, nos anos mais recentes a quebra foi mais
acentuada: 12 nascimentos por cada 1 000 mulheres em 2014.A Irlanda, pelo peso da religião católica, e a França, devido às medidas pró-
natalistas, são os dois Estados-Membros mais natalistas.
Desde o ano de adesão, Portugal tem evidenciado uma tendência persistente de diminuição da taxa de fertilidade. Mudanças nos modos de integração urbana, nas condições de integração dos jovens na vida ativa, no estatuto socioeconómico da mulher, impondo novos padrões quanto à idade no casamento e ao nascimento do primeiro filho, são alguns dos motivos justificativos.Dos países considerados e em relação às médias da UE25 e UE28, Portugal é o país que apresenta o valor mais baixo.
Espanha, França e Irlanda apresentam valores mais elevados do que o nosso país. A média da UE28 revela valores inferiores
consequência das piores condições socioeconómicas dos Estados-Membros oriundos do Leste europeu
Tal como com a taxa de fertilidade, o país acompanha as tendências europeias com
uma cada vez maior esperança média de vida à nascença
A melhoria das condições de vida (alimentação, habitação,
higiene) e dos cuidados de saúde (vacinação, atendimento
médico, medicina preventiva) explicam a progressão revelada
pelo gráfico.Todavia, a média nacional é
mais elevada do que a Eslovénia mas inferior à de
países como Espanha ou Irlanda, numa tradução do grau
de desenvolvimento de cada Estado-Membro.
Portugal é o país “campeão” da descida da taxa de mortalidade infantil, um sucesso que assenta nas melhorias verificadas na saúde, nomeadamente, com a implementação do plano nacional de vacinas,
na alimentação e na habitação. É um dado estatístico frequentemente utilizado como medida do grau de desenvolvimento
de um país/região.
Os casos turbulentos ocorridos com os
processos de independência nas ex-
colónias, o fim do comunismo na Europa
Oriental e as dificuldades económicas
e sociais no Brasil justificaram a atração exercida por Portugal
nos anos 90 e no início do século atual. A
aplicação de elevados montantes dos Fundos
Estruturais em obras públicas proporcionou
ofertas de trabalho, muitas delas, ocupadas
por oriundos de África, Leste europeu, Brasil e
China.
O que mudou na economia e no
território em 30 anos de integração?
A evolução do PIB nacional iniciou-se, em 1986, com um valor bastante inferior à média do PIB da UE15. Em 2014, a diferença acentuou-se.
O Produto Interno Bruto por habitante, medido à paridade do poder de compra, aumentou significativamente em Portugal desde a adesão, verificando-se uma convergência de Portugal face à UE. Partindo de um nível inferior a 7 mil euros por habitante em 1986, Portugal chega a 2014 com um valor de cerca de 21 mil euros por habitante, representando 78% da média da UE28 (72% para a média da UE15 que compara com 58% em 1986). Recentemente, faz-se notar que a relativa estagnação da economia portuguesa pós 2008 por comparação à evolução positiva na UE28 provocou uma tendência de divergência ligeira de Portugal face à UE no indicador em análise.
O posicionamento dos países selecionados revela as diferenças de riqueza entre eles e,
portanto, o grau de desenvolvimento económico
Em 2014, a região de Lisboa era a única a apresentar um nível de rendimento claramente superior à média nacional. Em 2004, a Madeira e o Algarve atingiram,
também, um PIB per capita superior à média.
Os Açores e o Norte são as NUTS II com mais baixo PIB
per capita
Apesar de serem estatísticas podemos estabelecer uma relação direta entre baixa produtividade e baixo PIB per capita. Portugal tem que
melhorar o seu desempenho económico para criar riqueza e aproximar-se das médias europeias.
Menor produtividade e baixa qualificação estão,
normalmente, em relação direta.
Pelo gráfico, temos progredido na percentagem
de estudantes no ensino secundário e superior. Mas, inquestionavelmente, será preciso, apostar muito mais
na formação para que possamos criar as
qualificações necessárias para o mercado de trabalho.
Há um grande desfasamento entre os conteúdos
escolares e o que as empresas precisam.
No acesso à Internet acompanhámos a tendência europeia mas, sinal do nosso poder de compra e da iliteracia de parte da
população, estamos abaixo da própria Eslovénia.
É notório o desfasamento do IDH nacional comparativamente com os Estados-Membros selecionados. Depois de anos de um ritmo
acelerado (1980-2000) segue-se um tendência de estagnação, tal como nos restantes países.
Outra razão para o atraso do país relativamente às médias europeias: gastamos muito menos em investigação e desenvolvimento. A aposta no conhecimento é a via para um
território crescer e desenvolver-se. Desde 2009, nos anos da crise financeira, diminuímos o investimento nesta área o que não tem favorecido a sociedade portuguesa.
A comparação entre o mapa do território nacional continental e o diagrama de deformação virtual (mapa mais claro), elaborado a partir dos tempos de percurso com origem em Lisboa e com destino nas restantes capitais de distrito, bem como nasprincipais fronteiras terrestres, leva-nos a concluir que, entre 1986 e 2016, se obteveuma melhoria muito significativa egeneralizada da acessibilidade territorial. Com a chegada dos Fundos Comunitários, o Estado criou um conjunto de infraestruturas rodoviárias fundamentais para facilitar, quer a mobilidade interna, quer o acesso à Europa por estrada.
Entre 1986 e 2006,os tempos de percurso entre Lisboa e
algumas capitais de distrito encurtaram em cerca de metade do tempo, por
exemplo, a ligação entre Lisboa e Porto(de 5h13 em 1986 para 2h38 em 2016).
A leitura da densidade
populacional por NUTS II evidencia
que, à escala nacional, há
contraste entre Lisboa e Norte, as
mais densas, e o Alentejo, a mais
despovoada, e que, à escala
comunitária, o país é bastante
periférico. As maiores densidades
concentram-se na “Banana Azul”, isto
é, onde a economia e as finanças têm
melhor desempenho.