PRÁTICA
1) TÍTULO
Sistema de Gestão Integrada de Auditoria Interna – SisGIA
2) DESCRIÇÃO DA PRÁTICA - limite de 8 (oito) páginas:
2.1. A INB
A Indústrias Nucleares do Brasil S.A. – INB atua na cadeia produtiva do urânio, da mineração à
fabricação do combustível que gera energia elétrica nas usinas nucleares. Está presente nos estados
da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.
Criada em 1988, a INB sucedeu a Nuclebrás – Empresas Nucleares Brasileiras S.A. e tornou-se uma
única empresa ao incorporar suas controladas - Nuclebrás Enriquecimento Isotópico S.A. (Nuclei);
Urânio do Brasil S.A. e Nuclemon Mínero-Química Ltda., absorvendo suas atividades e atribuições.
A INB também é responsável pela prospecção, pesquisa mineral, lavra, beneficiamento,
industrialização e comercialização dos minerais pesados úteis - monazita, ilmenita, zirconita e rutilo
- utilizados nas indústrias de cerâmica, fabricação de soldas e pigmentos - atividades não associadas
ao ciclo de produção do combustível nuclear.
2.2. O Ciclo do Combustível Nuclear
O Ciclo do Combustível Nuclear é o conjunto de etapas do processo industrial (mineração,
conversão, enriquecimento, reconversão, pastilhas, elemento combustível e geração) que transforma
o mineral urânio, desde quando ele é encontrado em estado natural até sua utilização como
combustível em uma usina nuclear.
2.2.1. Mineração e Produção de Concentrado de Urânio – U3O8
A rocha que contém urânio é extraída do solo e em seguida submetida a um processo industrial
chamado lixiviação, para retirada do urânio. Do processo resulta um licor que é levado à usina de
beneficiamento, onde é clarificado e filtrado, passando então por um processo químico até se
transformar em um sal de cor amarela, o concentrado de urânio, cuja composição química é o
diuranato de amônio, conhecido como yellowcake ou concentrado de U3O8.
2.2.2. Conversão
O urânio sob a forma de yellowcake é dissolvido e purificado, obtendo-se urânio nuclearmente puro,
convertido em seguida para o estado gasoso, o hexafluoreto de urânio (UF6).
2.2.3. Enriquecimento Isotópico
A operação de enriquecimento do urânio tem por objetivo aumentar a concentração do urânio235
acima da natural, mediante processo físico de ultracentrifugação, para permitir sua utilização como
combustível para geração de energia elétrica.
Fig. 1 – Minério de urânio Fig. 2 – Pilhas de minério para lixiviação Fig. 3 - Yellowcake
2.2.4. Reconversão
Retorno ao estado sólido do gás hexafluoreto de urânio (UF6), sob a forma de dióxido de urânio
(UO2).
2.2.5. Fabricação de Pastilhas de UO2
As pastilhas de dióxido de urânio (UO2), que tem a forma de um cilindro de mais ou menos um
centímetro de comprimento e de diâmetro, são submetidas a diversos testes - dimensionais,
metalográficos e químicos antes de compor o Elemento Combustível.
2.2.6. Fabricação de Elementos Combustíveis
O Elemento Combustível é um conjunto de 235 varetas combustíveis - fabricadas em zircaloy -
rigidamente posicionadas em uma estrutura metálica, formada por grades espaçadoras; 21 tubos-
guias e dois bocais, um inferior e outro superior.
As pastilhas de urânio, antes de serem inseridas nas varetas combustíveis, são pesadas e arrumadas
em carregadores e secadas em fornos especiais. Simultaneamente, os tubos de zircaloy têm suas
medidas conferidas por testes de ultrassom e são minuciosamente limpos. Só então as pastilhas são
acomodadas dentro das varetas sob a pressão de uma mola, afastada do urânio através de isolantes
térmicos de óxidos de alumínio.
Fig.4 – Esquema de funcionamento de uma ultracentrífuga a gás
Fig.5 – Processo de reconversão de UF6 em UO2
Fig.6 – Processo de Fabricação de Pastilhas de UO2
Fig.7 – Pastilhas de UO2
Fig. 8 – Elemento Combustível Fig. 9 – Varetas Combustíveis
2.2.7. Geração de Energia
As usinas nucleares são centrais termoelétricas -
como as convencionais - compostas de um sistema de
geração de vapor, uma turbina para transformação do
vapor em energia mecânica e de um gerador para a
transformação de energia mecânica em energia
elétrica. A geração de vapor, não ocorre em
consequência da combustão de um material
combustível, como o carvão e óleo, mas devido à
fissão de núcleos de átomos de urânio.
A Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear é a
responsável, no Brasil, pelo projeto, construção e
operação usinas de Angra I, II e III.
2.3. Gerência de Auditoria e Controle Interno – GAUDI.C
A Gerência de Auditoria e Controle Interno da INB é uma área técnica de controle e assessoramento
do Conselho de Administração, ao qual está vinculada, composta por uma equipe de 08 (oito)
auditores, sendo 01 (um) Gerente, além de 02 (dois) auxiliares administrativos de apoio à área e 01
(um) estagiário.
2.4. Sistema de Gestão Integrada de Auditoria Interna - SisGIA
O SisGIA é uma ferramenta desenvolvida pela Gerência de Tecnologia da Informação – GERTI.F,
por solicitação da Gerência de Auditoria e Controle Interno – GAUDI.C, destinada ao
gerenciamento das atividades de auditoria, desde a elaboração do PAINT, abrangendo as atividades
de planejamento, execução, acompanhamento e monitoramento dos planos de ação, até expedição
do RAINT.
Consiste em Sistema Web com acesso através da Intranet ( ), a partir de qualquer estação de
trabalho disponível na Empresa (desde que conectada à rede corporativa) mediante autenticação
através de matrícula e senha. Também é possível acessá-lo em ambiente externo à INB, via
Metaframe, desde que previamente autorizado e mediante solicitação formal à GERTI.F.
Os dados do sistema são armazenados no servidor de dados no CPD da FCN – Administração, na
Unidade de Resende/RJ, com backup diário e redundância de dados no CPD reserva, na FCN –
Montagem, também em Resende/RJ, sendo executado em um servidor HTTP.
Os controles de permissão de acesso são definidos pela GAUDI.C, de acordo com as
atividades/funções exercidas pelos empregados das áreas auditadas.
Fig.11 – Estrutura do SisGIA
Fig. 10 – Funcionamento de ma Usina Nuclear
2.4.1. Funcionalidades do SisGIA
O módulo “Cadastro”, que provê os dados de suporte para o funcionamento do sistema, permite a
inserção de informações necessárias ao desenvolvimento dos trabalhos na base de dados do SisGIA
diretamente pela Auditoria Interna, sem a necessidade de interveniência da área de Tecnologia da
Informação.
Nesse módulo é possível inserir dados sobre os riscos das atividades em relação aos negócios da
INB, os programas de trabalho, a origem da demanda das auditorias, configurar as notificações de
envio automático de e-mails, entre outras funcionalidades relacionadas às atividades da Auditoria
Interna.
Fig.12 – Cadastro
O módulo “Planejamento” é destinado à inclusão trabalhos de auditoria previstos para ocorrer em
um determinado exercício, tendo por base o PAINT correspondente. Nesse momento devem ser
detalhados os recursos previstos para a consecução das auditorias, como por exemplo, gastos com
deslocamento e quantitativo de horas por auditor, relacionadas às áreas e atividades que serão
auditadas, além da definição dos riscos.
Ainda nessa fase é necessário identificar as tarefas, os testes, a equipe de auditores e o responsável
pela supervisão dos trabalhos.
Fig.13 – Planejamento das auditorias
O módulo “execução” permite o registro de todas as atividades realizadas no decurso da auditoria,
tais como: execução dos testes de auditoria, registro de horas destinadas à consecução das tarefas
(timesheet), inclusão e classificação dos papeis de trabalho, formulação dos pontos e
recomendações, elaboração de relatórios, emissão e controle das Solicitações de Auditoria – SA’s,
entre outros.
Após a conclusão dos trabalhos e elaboração da minuta de relatório, o processo segue
eletronicamente para revisão pelo supervisor da auditoria, indicado na fase de planejamento.
Fig.14 – Execução das Auditorias
Concluída a revisão, finaliza-se a montagem da estrutura do Relatório, tendo por base os pontos e
recomendações relacionados a cada tarefa definida na fase de execução, mediante utilização do
gerador de relatórios disponibilizado no SisGIA.
Fig. 15 – Gerador de Relatórios
Transposta essa etapa, inicia-se a geração de follow-up para cada item do Relatório, com indicação
da área responsável pelas respostas e pela adoção dos planos de ação necessários ao atendimento
das recomendações, bem como com a definição do prazo limite para manifestação.
A manifestação das áreas em relação a cada item do Relatório segue o fluxo hierárquico via SisGIA,
a partir da área auditada, passando pelos níveis intermediários (Gerência e Superintendência),
conforme o caso, até a Diretoria correspondente, para anuência prévia e posterior liberação para
avaliação pela Auditoria Interna.
O SisGIA dispõe de recurso que permite ao titular da área definir delegação para resposta e
liberação das manifestações relativas às providências adotadas ou em implementação. Essa
designação pode ser específica para atender um determinado trabalho de auditoria ou para todos os
trabalhos relacionados a um centro de custo.
As modificações de status do folow-up são comunicadas às áreas correspondentes através de e-mails
gerados automaticamente pelo SisGIA.
Fig. 16 – Fluxo de processamento de follow-up
Os Relatórios da Auditoria Interna são disponibilizados às áreas envolvidas em formato digital,
através do SisGIA e encaminhados por mensagem eletrônica gerada pelo Sistema, sendo que as
diretorias que tiverem áreas auditadas e a presidência da INB dispõem de acesso a qualquer tempo
aos relatórios emitidos, com possibilidade de gerar cópias digitais ou impressas.
O controle e acompanhamento das recomendações são realizados por intermédio do SisGIA, através
do módulo “Consulta”, ou ainda, por relatórios gerados pelo Sistema (módulo “Relatórios”),
customizados para atender as demandas da Auditoria.
Fig. 17 – Módulo Consulta – Acompanhamento dos planos de ação
Fig. 18 – Relatório “Acompanhamento das Recomendações”
Através do módulo “Relatórios” também é possível gerar o Plano Anual de Atividades de Auditoria
Interna – PAINT e o Relatório Anual de Atividades da Auditoria Interna – RAINT.
Fig. 19 – Relatórios – PAINT e RAINT
O módulo “Controle” permite a visualização das cobranças das Solicitações de Auditoria – SA’s e
follow-up, realizadas por e-mail encaminhado diretamente pelo Sistema. Os filtros disponibilizados
facilitam a visualização e busca, além de permitir melhor tabulação das informações.
Fig.20 – Controle de Respostas SA’s e follow-up
Fig.21 – Relação de cobranças encaminhadas
Nesse mesmo módulo é possível visualizar, inclusive, as horas diárias despendidas por auditor na
realização de cada tarefa (timesheet).
Fig. 22 - Timesheet
As instruções de utilização do Sistema estão disponibilizadas em sua janela principal, sendo
acessível a todos os usuários, independente do nível de permissão de acesso.
Fig. 23 – Instruções de utilização do SisGIA
3) HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO - limite de 2 (duas) páginas:
Abaixo, o histórico de implantação do Sistema de Gestão Integrada de Auditoria Interna – SisGIA:
03/01/2011 - Elaboração inicial do documento de visão (versão 0.1);
10/01/2011 - Revisão da elaboração inicial do documento de visão (versão 0.2);
11/01/2011 - Revisão do documento de visão (versão 0.3);
22/03/2011 - Revisão do documento de visão (versão 0.4);
29/03/2011 - Revisão do documento e desenho do Diagrama de Casos de Uso (versão 0.5);
20/04/2011 - Revisão do documento com as observações das reuniões de Revisão Técnica
Formal do dia 07/04/2011 e 08/04/2011 (versão 0.6);
23/05/2011 - Revisão do documento com as observações da reunião de Revisão Técnica
Formal do dia 20/05/2011 (versão 0.7)
07/06/2011 - Término da prévia das descrições dos casos de uso;
24/11/2011 - Reunião entre a GERTI.F e a GAUDI.C para apresentação telas de cadastro
do sistema e planejamento das tarefas. As principais etapas desses módulos
compreendiam os programas de trabalho, os riscos, tipos de auditoria, origem
da demanda, introdução, escopo e objetivo das auditorias;
07/05/2012 - Reunião entre a GERTI.F e GAUDI.C para apresentação de melhorias no
Sistema em desenvolvimento, inclusão de funcionalidades sugeridas pela
Auditoria Interna e agendamento de data para disponibilização do SisGIA em
ambiente de teste
21/05/2012 - Disponibilização do SisGIA em ambiente de teste;
25/06/2012 - Conclusão dos testes iniciais efetuados pela GAUDI.C no SisGIA e
apresentação dos resultados e sugestões de melhorias à GERTI.F;
20/02/2013 - Nova reunião entre a GERTI.F e a GAUDI.C com vistas ao aprimoramento
das diversas funcionalidades, inclusive follow-up, para implementação dos
Relatórios de Auditoria, PAINT e RAINT, bem como a definição das
delegações via Sistema;
06/05/2013 - Realização de novos testes pela equipe de auditores da GAUDI.C no Sistema;
30/10/2013 - Inclusão nas ações de auditoria do PAINT 2014, a implantação, homologação
e utilização do SisGIA;
06/01/2014 - Realização de testes no SisGIA pelos auditores da GAUDI.C;
17/03/2014 - Disponibilização do SisGIA em ambiente de produção;
20/03/2014 - Inclusão do primeiro trabalho de auditoria no SisGIA; e
12/08/2014 - Aceite do Sistema.
4) RELEVÂNCIA DA PRÁTICA EM RELAÇÃO AOS CRITÉRIOS INDICADOS NO ARTIGO 13
DESTE REGULAMENTO - limite de 2 (duas) páginas:
Criatividade e Inovação: O sistema foi concebido para solucionar problemas de lentidão no registro
das informações e elaboração dos relatórios de auditoria, PAINT e RAINT, bem como para otimizar
as etapas dos processos de auditoria, do planejamento ao acompanhamento dos planos de ação
definidos pelas áreas auditadas para atendimento das recomendações expedidas pela Auditoria
Interna.
A solução anteriormente utilizada, baseada em formulário Lotus Notes, não permitia integração com
informações da INB, não possibilitava a emissão do PAINT e RAINT, além de possuir interface de
difícil utilização, que prejudicava a interação com as áreas auditadas.
O SisGIA foi desenvolvido para atender as necessidades operacionais da Auditoria Interna,
contribuir para ampliação da eficiência, eficácia, e efetividade dos trabalhos de auditoria, tendo por
base as orientações normativas do Órgão Central do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal, a multiplicidade e as peculiaridades das atividades desenvolvidas pela INB.
Custo-benefício: Os custos de implementação do SisGIA foram baixos, haja vista que não foi
demandada nenhuma contratação de solução disponível no mercado. O Sistema foi desenvolvido
por equipe própria, concomitantemente à realização de outras atividades atribuídas a esses
profissionais, com utilização de recursos de tecnologia da informação (hardwares e softwares)
disponíveis na INB.
O suporte técnico, as modificações decorrentes de alterações na legislação e as melhorias
necessárias ao aprimoramento do sistema também são realizadas por equipe própria, o que faz com
que a INB não incorra em despesas usualmente atreladas ao licenciamento de software,
principalmente as relacionadas à manutenção e atualização.
Eventuais problemas operacionais no SisGIA são solucionados em menor período de tempo, por se
tratar de sistema concebido internamente, plenamente conhecido pelos analistas responsáveis por
seu desenvolvimento.
Os custos com treinamento dos usuários também foi eliminado, visto que a interface do SisGIA se
assemelha à dos demais sistemas desenvolvidos na empresa, que são amplamente utilizados pelos
empregados lotados nas diversas Unidades da INB.
Impactos /contribuição para efetividade: A implantação do sistema propiciou maior celeridade na
tramitação e aprovação das manifestações das áreas auditadas, pois o fluxo das informações passou
a ocorrer exclusivamente pelo Sistema, ao passo que anteriormente era realizado por comunicação
interna. Tal funcionalidade acarretou na eliminação do papel no processo e proporcionou redução de
despesas com correspondências e impressão, em consonância com os conceitos de sustentabilidade
e racionalização do gasto público, além de evitar eventuais extravios de documentos.
O sistema proporcionou maior agilidade no registro das informações e elaboração de relatórios,
principalmente por dispor de aplicativo que permite a inserção dos pontos e recomendações
diretamente em programa editor de texto (Microsoft Word).
Por estar integrado aos sistemas de folha de pagamento e viagens é possível calcular o gasto de cada
auditoria realizada, o que possibilita aferir a relação entre o custo das ações de controle e os
benefícios correspondentes.
A implementação do SisGIA permitiu à Auditoria Interna avaliar se as recomendações contribuíram
para o aprimoramento das atividades de cada setor, assim como obter informações sobre
dificuldades na adoção das providências necessárias ao aprimoramento dos controles internos
exercidos, mediante questionário vinculado a cada follow-up, de preenchimento obrigatório pelos
auditados.
Simplicidade e replicabilidade: A despeito do Sistema ser concebido a partir de base extremamente
técnica, sua apresentação (interface) é bastante simples, com linguagem acessível ao corpo
funcional de qualquer organização. Por ter sido desenvolvido em alinhamento aos conceitos e
práticas de auditoria, bem como em observância às orientações normativas do Órgão Central do
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, pode ser replicado a outros órgãos ou
entidades de todas as esferas de Governo. Os fluxos dos processos sistêmicos podem ser adaptados
às rotinas e normativos internos de qualquer instituição, independente do porte ou da complexidade
da estrutura organizacional.
Observação 1: utilizar espaçamento simples, fonte Times New Roman, tamanho 12.
Observação 2: o limite de páginas nos campos 2, 3 e 4 inclui a possível utilização de gráficos, fotos e
demais elementos visuais.