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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Psicologia
ESTUDO DO NARCISISMO NA PERSONAGEM NINA DO
FILME CISNE NEGRO
Autor: Camila Siebert Altavini
Orientador: Luciano Espírito Santo
Brasília - DF
2011
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Psicologia
Trabalho de Conclusão de Curso
Relação entre música e afetividade em estudantes de psicologia: um
estudo exploratório
Autor: Augusto Mota Ribeiro
Orientador: Prof. Luciano C. Espírito Santo
Brasília - DF
2016
2
Augusto Mota Ribeiro
Monografia apresentado ao curso de
graduação em Psicologia da Universidade
Católica de Brasília, como requisito parcial
para obtenção do Título de Bacharel em
Psicologia.
Orientador: Prof. Msc. Luciano da Costa
Espírito Santo
Brasília
2016
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Monografia de autoria de Augusto Mota Ribeiro, intitulada de “RELAÇÃO ENTRE
MÚSICA E AFETIVIDADE EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel
em Psicologia da Universidade Católica de Brasília, em 20 de junho de 2016, defendida e
aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
_____________________________________________________________
Prof. Msc. Luciano da Costa Espírito Santo
Psicologia – UCB
_____________________________________________________________
Prof. Dra. Maristela Muniz Gusmão
Psicologia – UCB
Brasília
2016
4
RESUMO
Este trabalho exploratório visa estudar e identificar a relação entre a música e a afetividade
nos estudantes do curso de psicologia da UCB-DF. Através de um questionário online do tipo
survey com perguntas fechadas e abertas, foi coletado respostas sobre os gêneros favoritos dos
respondentes, provável influências a esses gostos e também questões sobre suas escolhas
voluntárias para ouvir músicas em situações de estudo e lazer. O texto faz uma análise deste
tema tendo foco como os estudantes respondem a música e se essa pode afetar suas vivências
pessoais e afetivas. Os resultados sinalizam que a escolha a musical pode ser influenciada
pelo humor vivenciado pelo estudante ou pela atividade que será realizada por este, como por
exemplo, ir estudar ou o seu tempo de lazer.
Palavras-chave: música; afetividade; psicologia.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6
2 RESULTADOS .................................................................................................................. 11
3 DISCUSSÃO ........................................................................................................................33
4 CONCLUSÃO .....................................................................................................................37
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 38
4 ANEXO.................................................................................................................................39
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1. INTRODUÇÃO
A música tem o incrível poder de despertar de forma grandiosa sentimentos de amor,
alegria, felicidade, prazer, bem como despertar e trazer lembranças de dor, ódio, melancolia e
tristeza. A combinação de harmonia, ritmo e melodia pode causar sensações diferentes em
cada pessoa e fazer rir, chorar, gritar, pular, sorrir, abraçar, estimular sentimentos de tristeza e
infelizmente sensações e desejos nada agradáveis.
Essa linguagem universal pode ser encontrada nos pensamentos e até nas expressões
corporais, pode ser utilizada para diversas funções, seja para relembrar o passado, comemorar
o presente e esperar pelo futuro. Seja por interesse ou por afinidade, não tem idade, sexo e tão
pouco estilo, representa o homem em sua essência mais pura e por diversas vezes é usada para
elogiar e muitas vezes para louvar. Seja cantarolando ou vocalizada, transmite ideias e faz
propagandas, vende produtos e proporciona lazer. Assim, a música pertence a todos, está em
todos os lugres, em todos os sentidos e de forma inevitável.
Galvão (2006) comenta sobre a influência da música sobre a vida humana, onde é
perceptível em várias culturas a musicalidade intrínseca no folclore no dia a dia moderno.
Além de ser parte de culturas desde tempos antigos, a música tem uma grande influência
afetiva no homem, podendo ser esta positiva ou negativa.
A música é certamente uma grande influência nas pessoas, podendo afetar suas escolhas
de vida, de profissão ou mesmo gostos pessoais. Assim, Galvão (2006), por meio do seu
trabalho, identificou melhores respostas em processos cognitivos e de aprendizagem em
pessoas mais relacionadas com a música. Uma vez que estavam bastante inseridas no contexto
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musical, o esforço diário de aprender a tocar e do estudar música aprimoravam suas
habilidades de memórias e reflexos motores (Galvão, 2006).
Podemos também relacionar os processos cognitivos e motores à afetividade. A
afetividade é um dos motivadores do nosso comportamento no dia a dia, tanto para nossos
gostos e desejos quanto para nossa sobrevivência. A afetividade dá cor ao nosso dia, dá
sentimento aos atos e pensamentos e assim afeta outras funções cognitivas, como memórias e
humor (Galvão, 2006). Sem a afetividade, nossas vidas seriam sem sabor ou cor e se
tornariam, de certa forma, vazias (Dalgalarrondo, p.155, 2008).
Porém, cada situação afeta o indivíduo de forma diferente, produzindo vivências
afetivas ou sendo influenciadas por estas. A intensidade e qualidade das experiências podem
modificar a emoção, o sentimento e o humor experimentados por uma pessoa. Dalgalarrondo
(2008) conceitua em sua obra alguns dos principais modos de se vivenciar a afetividade
humana.
O humor seria o centro básico da afetividade, direcionando a qualidade das vivências
da pessoa, e é experimentado como um estado de ânimo geral. O humor tem grande influência
sobre afetos singulares, como as emoções e os sentimentos. (Dalgalarrondo, p.156).
As emoções são afetos singulares de maior intensidade e menor duração, surgem em
geral como reação a alguma experiência ou situação, e muitas vezes são acompanhados de
manifestações somáticas. E por fim temos os sentimentos, que são afetos que tem um
conteúdo cognitivo, ideativo, maior que o somático, isto é, são vivências afetivas ligadas a
ideias ou significados, sendo mais influenciados pela cultura à qual pertence à pessoa. Os
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sentimentos podem ser organizados em grandes grupos, tais como sentimentos da esfera de
perigo, da esfera da atração e amor, da esfera da felicidade, da tristeza, dentre outros
(Dalgalarrondo, p.156).
A influência das diferentes modalidades de afetos sobre as funções mentais é muito
presente e importante. Este fenômeno chama-se catatimia. A catatimia é o processo por meio
do qual o humor, os sentimentos e as emoções influenciam os processos psíquicos no homem
(Dalgalarrondo, p.155).
Portanto, a vida afetiva de uma pessoa em determinado momento pode influenciar suas
relações interpessoais e a forma como ela age diante uma situação, mas também seus
processos mentais como a atenção, memória, sensopercepção e pensamento (Dalgalarrondo,
p. 157).
A afetividade também responde ao mundo exterior, em especial as interações sociais e
eventos perturbadores na vida da pessoa. Este processo é chamado de reação afetiva. A reação
afetiva descreve modos de interação da pessoa com o mundo e os outros, e é dividida em dois
processos: a sintonização afetiva e a irradiação afetiva.
Para Dalgalarrondo (2008, p.159), a sintonia afetiva é “a capacidade de o indivíduo ser
influenciado afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito entristece-se com
ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma boa piada, enfim, entra
em sintonia com o ambiente”. Já a irradiação afetiva compreende “a capacidade que o
indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com o seu estado afetivo
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momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz com que os outros entrem em sintonia com
ele” (Dalgalarrondo, p.159).
Este artigo visa explorar as relações do hábito de ouvir música com a afetividade, em
estudantes de graduação em Psicologia. Também pretendemos investigar se a escolha musical
(isto é, a música eleita para se ouvir em determinado momento) influencia o humor e a
afetividade da pessoa, ou se o estado de humor e afetividade geral influencia a escolha do
gênero musical a se ouvir. Outro objetivo é verificar se a música influencia as atividades
cotidianas dos universitários (lazer, estudo e as relações interpessoais).
Para atingir estes objetivos, optamos pela metodologia da pesquisa tipo survey, feita
pela internet. Foi utilizado um questionário online do tipo survey (Freitas e Oliveira, 2000). A
pesquisa do tipo survey consiste em uma forma de se obter dados de um público alvo através
de um grupo representante dessa população, que respondem instrumentos como questionários
(Tanur apud Pinsonneault & Kraemer, 1993). O método de pesquisa survey é quantitativo e
qualitativo, e através de seus instrumentos busca coletar opiniões e ações do público alvo que
está sendo investigado, através de perguntas e questionamentos como “Porquê?”, “como?” e
“qual?” (Freitas & Oliveira, 2000).
A pesquisa survey (Freita & Oliveira, 2000) possui três propósitos: explanatório, que é
testar uma hipótese e se existe uma relação causal; exploratório, que busca encontrar novos
tópicos de interesse da população; e descritivo, que consiste em encontrar situações que se
manifestam dentro dessa população. Como se trata de uma pesquisa exploratória, adotamos o
10
proposito “descritivo”, uma vez que se tenta identificar questões gerais sobre afetividade e
comportamento musical na população “estudantes de psicologia da UCB-DF”.
O questionário utilizado neste trabalho (ANEXO I) é composto de questões fechadas e
abertas, e visa investigar a opinião de estudantes de psicologia sobre a relação entre os seus
estados afetivos e o ato de ouvir música. Pretendemos verificar quais são os efeitos da música
sobre a pessoa, no que se relaciona ao humor, emoção e sentimentos. Também se investiga a
relação entre ouvir música e atividades de estudo e lazer. Questões sobre o desenvolvimento
de preferências e gostos musicais também fizeram parte da investigação.
A amostra foi de conveniência, composta por estudantes do Curso de graduação em
Psicologia da UCB-DF. O questionário online, desenvolvido a partir do aplicativo
Formulários Google, gerou um link que foi enviado a todos os estudantes do Curso por meio
da plataforma online gerida pelo Curso de Psicologia, bem como um convite para sua
participação voluntária. O questionário ficou disponível para preenchimento por 21 dias
corridos.
Através do estudo da música dentro da psicologia, podemos também verificar diversos
âmbitos da vida humana e da psique. A música se mostra se algo além do estético, e pode
revelar vários lados da personalidade humana. Entender como funciona a relação entre esses
os dois pode ser um avanço para a psicologia cientifica bem como também se aproximar às
questões socioculturais.
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RESULTADOS
De um universo de 650 estudantes matriculados no Curso de Psicologia da UCB-DF,
70 estudantes (10,7%) responderam ao questionário. Destes, 59 são do sexo feminino, 08 do
sexo masculino e 03 não identificaram seu sexo.
As idades variaram entre 18 e 51 anos, como descritos a seguir: 17 aos 21 = 32
estudantes (45,8%), 22 aos 26 = 21 (30%), 27 aos 31 = 08 (11,4%), 32 aos 36 = 02 (2,8%), 37
aos 41 = 01 (1,4%) e 41 aos 51 = 3 (4,3%). Três pessoas (4,3%) não mencionaram suas
idades.
O questionário foi respondido por estudantes do primeiro até o décimo semestre,
sendo presente uma maior participação do 5º semestre (20,3%) e 2º semestre (17,4%). Abaixo
o gráfico I com estes dados:
GRÁFICO I
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A primeira pergunta do questionário era “Qual é a importância da música na sua vida”,
com respostas dentro da escala de 1 a 5, sendo que 1 = não é importante, 2 = pouco
importante, 3 = importante, 4 = muito importante e 5 = extremamente importante. O total de
respondentes desta pergunta foi de 69 estudantes. O maior número de respostas foi no item
“extremamente importante” e no item “muito importante”, somando 27 respostas (39,1%) e
26 respostas (37,7%), respectivamente. A opção “pouco importante” teve 03 repostas (4,3%),
“importante” teve 13 respostas (18,8%) e a opção “não é importante” teve 0 respostas. Abaixo
segue o gráfico sobre os resultados:
GRÁFICO 2
A segunda pergunta era “Assinale abaixo a frequência com que você procura (isto é,
escolhe voluntariamente) ouvir música”, que obteve um total de 69 respostas. A opção de “1 a
2 vezes por semana” teve 06 respostas (8,7%), “2 a 3 vezes por semana” e “3 a 4 vezes por
semana” obtiveram 07 respostas cada (10,1%), e “mais de 4 vezes por semana” obteve 49
respostas (71%). Abaixo o gráfico dos resultados:
13
GRÁFICO 3
A terceira questão era “Você tem algum gênero de música favorito?”. Esta obteve um
total de 69 respostas. As respostas “sim” tiveram 51 marcações (73,9%) e “não” com 18
respostas (26,1%). Abaixo segue o gráfico com os resultados:
GRÁFICO 4
14
A quarta perguntava “Caso tenha respondido sim à questão anterior, cite os três
gêneros musicais que você mais gosta, em ordem decrescente (do que mais gosta ao que
menos gosta) de importância”. Esta pergunta obteve um total de 53 respondentes. Foram
listados como gênero preferido o Rock com 14 (26,5%), depois MPB com 10 (19%), Gospel
com 8 (15%), Pop com 5 (9,4%), Sertanejo com 4 (7,5%), Indie com 3 (5,6%), Pagode com 2
(3,7%), Axé com 1 (1,9%), Dance com 1 (1,9%), Clássica com 1 (1,9%), Rap com 1 (1,9%),
Reggae com 1 (1,9%), Soul com 1 (1,9%), e nenhum com 1 (1,9%). Abaixo segue a tabela I
com os dados:
TABELA I
1º Gênero Porcentagem Total
Rock 26,4% 14
MPB 18,9% 10
Gospel 13,2% 7
Pop 9,4% 5
Sertanejo 7,5% 4
Indie 5,6% 3
Pagode 3,8% 2
Axé 1,9% 1
15
Dance 1,9% 1
Clássica 1,9% 1
Rap 1,9% 1
Reggae 1,9% 1
Soul 1,9% 1
Nenhum 1,9% 1
Como segundo gênero, ficaram os seguintes listados: Rock com 11 (20,7%), depois
Pop com 9 (16,9%), Sertanejo com 7 (14,8%), MPB com 5 (11,3%), Eletrônica com 3 (5,6%),
Indie com 3 (5,6%), Internacional com 2 (3,8%), Clássica com 2 (3,8%), Instrumental com 2
(3,8%), Pagode com 2 (3,8%), R&B com 2 (3,8%), Forró com 1 (1,9%), Rap com 1 (1,9%),
Gospel com 1 (1,9%), Dance com 1 (1,9%). Uma pessoa não descreveu gênero. Abaixo a
Tabela II com os dados:
TABELA II
2º GÊNERO PORCENTAGEM TOTAL
Rock 20,8% 11
Pop 17% 9
16
Sertanejo 13,2% 7
MPB 9,4% 5
Eletrônica 5,6% 3
Indie 5,6% 3
Internacional 3,8% 2
Clássico 3,8% 2
Instrumental 3,8% 2
Pagode 3,8% 2
R&B 3,8% 2
Forró 1,9% 1
Rap 1,9% 1
Gospel 1,9% 1
Dance 1,9% 1
Nenhum 1,9% 1
O terceiro gênero mais citado foi Pop com 8 respostas (15%), depois MPB com 7
(13,2%), Rock com 6 (11,3%), Sertanejo com 4 (7,5%), Indie com 4 (7,5%), Rap com 3
17
(5,6%), Funk com 3 (5,6%), Gospel com 3 (5,6%), Internacional com 3 (5,6%), Eletrônica
com 2 (3,8%), R&B com 2 (3,8%), Pagode com 1 (1,9%), Clássico 1 (1,9%), Jazz com 2
(3,8%), Romântica com 1 (1,9%), Samba com 1 (1,9%) e nenhum com 2 (3,8%). Abaixo a
TABELA III com os dados:
TABELA III
GÊNERO III PORCENTAGEM TOTAL
Pop 15% 8
MPB 13,2% 7
Rock 11,3% 6
Sertanejo 7,5% 4
Indie 7,5% 4
Rap 5,6% 3
Funk 5,6% 3
Gospel 5,6% 3
Internacional 5,6% 3
Eletrônica 3,8% 2
Jazz 3,8% 2
18
R&B 3,8% 2
Romântica 1,9% 1
Pagode 1,9% 1
Samba 1,9% 1
Clássica 1,9% 1
Nenhuma 3,8% 2
O total da preferência dos 3 gêneros (primeiro, segundo e terceiro lugares) somados
foi de: Rock com 31 (19,9%), depois Pop com 22 (14,1%), MPB com 22 (14,1%), Sertanejo
com 15 (9,6%), Gospel com 11 (7%), Indie com 10 (6,4%), Pagode com 5 (3,2%),
Internacional com 5 (3,2%), Rap com 5 (3,2%), Eletrônica com 5 (3,2%), R&B com 4 (2,5%),
Clássico com 4 (2,5%), R&B com 4 (2,5%), Funk com 3 (1,9%), Dance com 2 (1,3%),
Instrumental com 2 (1,3%), Reggae com 1 (0,6%), Soul com 1 (0,6%), Axé com 1 (0,6%),
Forró com 1 (0,6%), Jazz com 1 (0,6%), e Romântica com 1 (0,6%) e nenhuma 2 (1,3%).
A quinta pergunta era “Você procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)
músicas de estilos diferentes daqueles citados acima?”. As respostas eram dentro da escala de
1 a 5, sendo 1 = nunca, 2 = raramente, 3 = as vezes, 4 = frequentemente, 5 = sempre. Esta
questão obteve um total de 59 respostas. As respostas assinaladas em “nunca” atingiram o
total de 02 (3,4%), “raramente” fora iguais a 07 (11,9%), “às vezes” com 23 (39%),
19
“frequentemente” com 15 (25,4%) e “sempre” com 12 (20,3%). Abaixo o gráfico 5 com os
resultados:
GRÁFICO 5
Na sexta questão, “Na sua opinião, qual foi a maior influência sobre seu gosto
musical?”, obtivemos um total de 59 respostas. As respostas foram “1 = não sei” com 17
ocorrências (24,6%), “2 = O gosto musical dos meus pais” com 15 (21,7%), “3 = O gosto
musical dos meus amigos” com 13 (18,8%), “4= O gosto musical de namoradas (os) ou
cônjuges” com 05 (7,2%) e “5 = Outros” com 19 (27,5%) assinalações. Abaixo o gráfico 6
com os resultados:
20
GRÁFICO 6
Já a questão sete, “Se você assinalou "5 = Outros" na resposta acima, por favor
descreva esta influência”, obteve 20 respostas, distribuídas nos seguintes temas gerais:
educação artística ou cultural (5); outros (pessoal, não especificado) (5); família que não os
pais (4); influência de outras mídias e artes (4); religião (1); amigos (1). O detalhamento dos
temas está abaixo:
“Amigos, meio em que frequento, fases da vida e melodias legais.”;
“Cristo”;
“Temas de filmes ou indicações em programas”;
“Gosto Musical da minha família”;
“Internet, pois conheci os gêneros que gosto por meio da internet”;
“A minha influência vem de filmes, séries que me agradam”;
“Tá aí uma boa pergunta.”;
“Irmã”;
“Influência das músicas de animes e filmes de que gosto”;
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“Minha formação musical”;
“O curso de inglês influenciou o pop internacional”;
“Quando minha mãe participava de um grupo de mulheres em uma instituição,
neste local escutávamos música clássica”;
“Pessoal”;
“Meu gosto musical iniciou-se desde quando comecei minha trajetória na dança”;
“Procurei sozinha algo que pudesse me satisfazer enquanto música”;
“Por um crescimento cultural que veio de experiências de vida, viagens, leituras,
arte em geral”;
“Gosto musical do meu irmão, além dos pais”;
“Irmãs, primos e amigos”;
“Músicas que expressam o que eu sinto de alguma forma”;
“Sempre ouvi músicas na quietude de momentos muito íntimos. Música tem de
dialogar com minhas entranhas”;
A oitava pergunta era “Quais são as mídias ou aparelhos de audição que você mais
utiliza para ouvir música? Assinale todas que utilizar habitualmente:”. Ela obteve um total de
69 respostas, entre elas: “Celular” com 62 (89,9%), “Tablet ou Notebook” com 48 (69,6%),
“Televisão” com 30 (43,5%), “Computador Desktop” com 24 (34,8%), “Tocador de MP3”
com 20 (29%), “Aparelho de rádio” com 26 assinalações (27,7%), “Aparelho de CD” com 15
(21,7%), “Instrumentos” com 09 (13%) e “Outros” com 02 (2,9%). Abaixo o gráfico 7 com os
resultados:
22
GRÁFICO 7
Na nona questão, “Se você assinalou "Outros" acima, por favor, descreva esta mídia
ou aparelho”, houve apenas duas respostas: “aparelho de som do carro”.
A décima questão foi “Você reage emocionalmente à música?”. Nessa questão, 100%
das respostas (69 respostas no total) foram “sim”. Abaixo o gráfico 8 com os resultados:
GRÁFICO 8
23
A questão onze era “Se você respondeu sim na pergunta anterior, assinale abaixo todos
os estados emocionais em que você habitualmente procura ouvir música (isto é, procura
voluntariamente ouvir música)” e obteve um total 69 respondentes. As respostas marcadas
foram: “Quando me sinto feliz” com 63 (91,3%), “Quando me sinto triste ou deprimido” com
63 (91,3%), “Quando me sinto relaxado” com 49 (71%), “Quando me sinto ansioso ou
agoniado” com 45 (65,2%), “Quando me sinto irritado” com 32 (46,4%), e “Outros” com 09
(13%). Abaixo o gráfico 9 com os resultados:
GRÁFICO 9
A questão doze era “Se você assinalou “outros” acima, descreva este(s) estado(s)
emocional(s)” e obteve o total de 09 respondentes. As 09 respostas foram: “Em estado
normal”, “Empolgado”, “Entediada”, “Quando estou apaixonada”, “Estressada”, “Quando me
sinto empolgada”, “Quando preciso desenvolver projetos, ideias”, “Quando vou executar
alguma tarefa diária” e “Quando preciso pensar a respeito de algo”.
Na décima terceira questão era “Quando você esta se sentindo feliz, qual gênero de
música você mais procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?” e obteve um total de
24
68 respondentes. Foi apresentado o Pop com 22 (32,3%), depois o Rock com 09 (13,2%),
MPB com 07 (10,2%), Funk com 03 (4,4%), Sertanejo com 03 (4,4%), Eletrônica com 02
(2,9%), Internacional com 02 (2,9%), Reggae com 02 (2,9%), Pagode com 02 (2,9%), Gospel
com 02 (2,9%), Indie com 02 (2,9%), Axé com 01 (1,4%), R&B com 01 (1,4%), Dance com
01 (1,4%), Rap com 01 (1,4%). Onze (16%) pessoas descreveram mais de um gênero musical,
sendo eles: Sertanejo com 03, Rap com 02, Reggae com 02, Pop com 02, MPB com 02,
Gospel com 01, Pagode com 01, Funk com 01, Indie com 01, Eletrônica com 01. Oito pessoas
(11,8%) não descreveram gêneros musicais.
A décima quarta questão era “Sobre a pergunta acima, quando você escuta este gênero
de música, você percebe alguma alteração no seu estado emocional?” com escala de resposta
de 1 a 5, sendo 1 = sem alteração, 2 = pouca alteração, 3 = há alguma alteração, 4 = muita
alteração, 5 = alteração completa. Esta obteve o total de 69 respostas. Entre as respostas,
foram marcadas: “1 = sem alteração” igual a 03 (4,3%), “2 = pouca alteração” igual a 04
(5,8%), “3 = há alguma alteração” igual a 24 (34,8%), “4 = muita alteração” igual a 28
(40,6%) e “5 = alteração completa” igual a 10 (14,5%). Abaixo o gráfico 10 com os
resultados:
25
GRÁFICO 10
A décima quinta questão era “Quando você está se sentindo triste ou deprimido, qual
gênero de música você procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?” e obteve o total
de 68 respostas. Foram descritos os gêneros: MPB com 16 (23,5%), depois Rock com 14
(20,5%), Gospel com 08 (11,7%), Sertanejo com 07 (10,2%), Pop com 04 (5,9%),
Instrumenta com 02 (2,9%), Romântica com 02 (2,9%), Flash Back com 01 (1,4%), R&B
com 01 (1,4%), Internacional com 01 (1,4%), New Age com 01 (1,4%), Clássica com 01
(1,4%), Pagode com 01 (1,4%). Doze (17,6%) pessoas descreveram mais de um gênero, sendo
eles: R&B com 03, MPB com 02, Rock com 02, Gospel com 01, Jazz com 01, Sertanejo com
01, Romântica com 01. Seis (8,8%) das pessoas não descreveram nenhum gênero.
A décima sexta questão era “Sobre a pergunta acima, quando você escuta este gênero
de música, você percebe alguma alteração no seu estado emocional?” com escala de resposta
de 1 a 5, sendo 1 = sem alteração, 2 = pouca alteração, 3 = há alguma alteração, 4 = muita
alteração, 5 = alteração completa. Esta obteve o total de 68 respostas. As respostas marcadas
foram: “1 = sem alteração” igual a 03 (4,4%), “2 = pouca alteração” igual a 06 (8,8%), “3 =
26
há alguma alteração” igual a 24 (35,3%), “4 = muita alteração” igual a 24 (35,3%) e “5 =
alteração completa” igual a 11 (16,2%). Abaixo gráfico 11 com os resultados:
GRÁFICO 11
A décima sétima questão era “Quando você está se sentindo irritado, qual gênero de
música que procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?” e obteve o total de 59
respostas. Foi descrito os seguintes gêneros: Rock com 19 (32,2%), depois Clássica com 04
(6,8%), Eletrônica com 02 (3,4%), Metal com 02 (3,4%), Pop com 02 (3,4%), MPB com 02
(3,4%), Rap com 02 (3,4%), Axé com 01 (1,7%), House com 01 (1,7%), Indie com 01 (1,7%),
Instrumental com 01 (1,7%), Pagode com 01 (1,7%) e Romântica com 01 (1,7%). Seis
pessoas descreveram mais de um gênero musical, sendo entre elas Rap, Indie, Rock,
Instumental, soul e internacional. Nessa questão, houve 15 (23,7%) pessoas no qual não
descreveram nenhum gênero.
A décima oitava questão era “Sobre a pergunta acima, quando você escuta este gênero
de música, você percebe alguma alteração no seu estado emocional?” com escala de resposta
de 1 a 5, sendo 1 = sem alteração, 2 = pouca alteração, 3 = há alguma alteração, 4 = muita
27
alteração, 5 = alteração completa. Está obteve um total de 56 respostas. As respostas foram:
“1 = sem alteração” igual a 08 (14,3%), “2 = pouca alteração” igual a 02 (3,6%), “3 = há
alguma alteração” igual a 15 (26,8%), “4 = muita alteração” igual a 23 (41,1%) e “5 =
alteração completa” igual a 08 (14,3%). Abaixo o gráfico 12 com os resultados:
GRÁFICO 12
A décima nona era “Quando você está se sentindo angustiado ou ansioso, qual gênero
de música você procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?” e obteve um total de
63 respostas. Foi descrito os seguintes gêneros: MPB com 10 (15,9%), depois Gospel com 08
(12,7%), Clássica com 05 (7,9%), Rock com 04 (5,3%), Instrumental com 03 (4,7%), Jazz
com 02 (3,1%), Pop com 02 (3,1%), Pagode com 02 (3,1%), Sertanejo com 02 (3,1%), Indie
com 02 (3,1%), axé com 01 (1,6%), eletrônica com 01 (1,6%), Forró com 01 (1,6%), New
Age com 01 (1,6%) e Reggae com 01 (1,6%). Oito pessoas descreveram mais de um gênero,
sendo elas o MPB com 02, Reggae com 02, Pop com 02, Instrumental e o Rock. Dezesseis
pessoas (25,4%) não descreveram nenhum gênero.
A vigésima questão era “Sobre a pergunta acima, quando você escuta este gênero de
música, você percebe alguma alteração no seu estado emocional?” com resposta na escala de
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1 a 5, sendo 1 = sem alteração, 2 = pouca alteração, 3 = há alguma alteração, 4 = muita
alteração, 5 = alteração completa. Está obteve 60 respostas no total. Foram respondidas: “1 =
sem alteração” igual a 08 (13,3%), “2 = pouca alteração” igual a 03 (5%), “3 = há alguma
alteração” igual a 16 (26,7%), “4 = muita alteração” igual a 22 (36,7%) e “5 = alteração
completa” igual a 11 (18,3%). Abaixo o gráfico 13 com os resultados:
GRÁFICO 13
A questão vinte e um era “Quando você está se sentindo relaxado, qual gênero de
música você procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?” e obteve um total de 64
respostas. Foi descrito os seguintes gêneros: MPB com 12 (18,8%), depois Pop com 10
(15,6%), Reggae com 06 (9,5%), Rock com 06 (9,5%), Indie com 03 (4,8%), Instrumental
com 03 (4,8%), Internacional com 02 (3,1%), Clássica com 02 (3,1%), R&B com 02 (3,1%),
Gospel com 02 (3,1%), Sertanejo com 02 (3,1%), Eletrônica com 01 (1,5%), Funk com 01
(1,5%), Lounge com 01 (1,5%), Rap com 01 (1,5%), Romântica com 01 (1,5%) e Soul com
01 (1,5%). Onze pessoas descreveram mais de um gênero, sendo entre eles o instrumental, o
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Rock, Pop com 02, clássica, MPB com 02, internacional, romântica, samba e blue. Oito
(12,5%) pessoas não descreveram gênero.
A questão vinte e dois era “Sobre a pergunta acima, quando você escuta este gênero de
música, você percebe alguma alteração no seu estado emocional?” com escala de resposta 1 =
sem alteração, 2 = pouca alteração, 3 = há alguma alteração, 4 = muita alteração, 5 = alteração
completa. Está obteve o total de 63 respostas. Foi respondida com “1 = sem alteração” igual a
05 (7,9%), “2 = pouca alteração” igual a 10 (15,9%), “3 = há alguma alteração” igual a 22
(34,9%), “4 = muita alteração” igual a 18 (28,6%) e “5 = alteração completa” igual a 08
(12,7%). Abaixo o gráfico 14 com os resultados:
GRÁFICO 14
A questão vinte e três era “Você procura ouvir (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)
música enquanto estuda?” e obteve 69 respostas no total. Foram marcados 28 “sim” (40,6%) e
41 “não” (59,4%). Abaixo o gráfico 15 dos dados:
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GRÁFICO 15
Na vigésima quarta questão “Caso você tenha respondido sim na pergunta anterior,
que gênero você habitualmente ouve quando estuda (isto é, escolhe voluntariamente ouvir)?”
obteve um total de 28 respostas. Suas respostas foram: Instrumental com 07 (25%), depois
Rock com 04 (14,3%), Pop com 03 (10,7%), Pagode com 02 (7,1%), Indie com 02 (7,1%),
Clássico com 02 (7,1%), Eletrônica com 02 (7,1%), Rap com 01 (3,6%), Internacional com 01
(3,6%), Jazz com 01 (3,6%), MPB com 01 (3,6%), Gospel com0 1 (3,6%). Uma pessoa
(3,6%) descreveu nenhum gênero.
Na vigésima quinta questão “Neste caso, você observa alguma alteração no seu estado
emocional? Caso afirmativo, de que tipo” obteve um total de 38 respostas. Foram marcadas as
respostas “Não” com 09 (23,7%), “Fico mais calmo ou relaxado” com 09 (23,7%), “Fico mais
animado” com 04 (10,5%), “Fico mais concentrado” com 15 (39,5%), “Fico mais alegre” não
teve marcações e “Outros” com 01 (2,6%). Abaixo o gráfico 16:
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GRÁFICO 16
A questão vinte e seis era “Você procura ouvir (isto é, procura voluntariamente ouvir
música) no seu tempo livre ou de lazer?” e obteve o total 68 respondentes. Entre as respostas,
foram marcadas as alternativas “sim” com 63 (92,6%) e “não” com 05 (7,4%). Abaixo o
gráfico 17 com os resultados:
GRÁFICO 17
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Na vigésima sétima questão, “Caso você tenha respondido sim na pergunta anterior,
que gênero você habitualmente ouve no seu tempo de lazer (isto é, escolhe voluntariamente
ouvir)?” obteve o total de 64 respostas. Entre os gêneros descritos, estão o Pop com 13
(20,3%), depois o Rock com 11 (17,2%), MPB com 08 (12,5%), Sertanejo com 06 (9,4%),
Indie com 04 (6,3%), Gospel com 02 (3,1%), Axé com 01 (1,6%), R&B com 01 (1,6%), New
age com 01 (1,6%), Instrumental com 01 (1,6%) e Pagode com 01 (1,6%). Quatorze pessoas
(21,9%) descreveram nenhum gênero.
Na vigésima oitava questão, “Neste caso, você observa alguma alteração no seu estado
emocional? Caso afirmativo, de que tipo” se obteve um total de 66 respostas. As respostas
marcadas foram o “Não” com 07 (10,6%), “Fico mais calmo ou relaxado” com 06 (9,1%),
“Fico mais animado” com 38 (57,6%), “Fico mais alegre” com 15 (22,7%) e “Outros” sem
marcações. Abaixo o gráfico 18 com os resultados:
GRÁFICO 18
33
DISCUSSÃO
A primeira pergunta confirma a ideia de que a música é um fenômeno muito
importante na vida dos estudantes de psicologia, dado que 76,8% consideraram ser a música
importante ou extremamente importante para suas vidas. Isso também se reflete na segunda
pergunta, onde 81,1% dos estudantes que preencheram o questionário procuram ouvir música
voluntariamente mais de 03 vezes por semana.
Identificamos que pelo menos 74% dos estudantes possui algum gênero de música
favorito. Os gêneros favoritos, em ordem decrescente, foram o Rock, depois Pop, MPB,
Sertanejo e Gospel, que totalizam 64,7% de todas as respostas, de um total de 156 respostas.
Na quinta pergunta, era questionado se os estudantes ouviam músicas de gêneros
diferentes aos que eles listavam como favoritos, e obtivemos o número surpreendente de que
84,7% deles ouviam gêneros diferentes. Isto sugere que, mesmo a grande maioria de
estudantes tendo alguns tipos de gêneros preferidos de música, estes estudantes são menos
seletivos e estão abertos a escutar outros tipos de música.
Na sexta pergunta, era questionada a influência na formação das preferências musicais
dos estudantes. Foi muito presente a respostas “outros” e “não sei”, tomando um total de
52,1% das respostas assinaladas. Porém, 50,3% foram direcionadas a “o gosto musical dos
meus pais” e “o gosto musical dos meus amigos”. Outras influências mencionadas foram:
família fora os pais (4); religião (1); amigos (1), educação artística ou cultural (5); influência
de outras mídias e artes (4); outros (pessoal, não especificado) (5).
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Estas respostas parecem sugerir que boa parte da amostra parece ser bastante
influenciada pelas suas relações com a família e amigos. Em um trabalho futuro, podemos
investigar como se dá esta influência.
O envolvimento com a arte, seja em estudar música, seja em assistir apresentações
musicais, também foi identificado como uma forte influência nas preferências musicais.
Também observamos que a música religiosa é uma forte preferência (quinto lugar geral), mas
a religião é pouco citada como fonte de aprendizagem musical (01 resposta).
As mídias mais utilizadas pelos estudantes foram o “celular” (89,9%) e o “notebook
ou tablete” (69,9%), o que pode indicar um possível fenômeno onde as pessoas procuram
aparelhos e mídias transportáveis de múltiplo uso, que possam ser usadas em casa ou fora.
Outro indício disto pode ser percebido também nas únicas duas respostas “outros”, que foram
descritas como “aparelho de som de carro”.
Percebe-se uma crença de que a música pode influenciar a afetividade da pessoa, onde
100% dos respondentes disseram que reage emocionalmente à música, principalmente quando
se sentem felizes ou deprimidas (91,3% cada).
O gênero predominantemente favorito, apontado para se ouvir quando se está feliz, foi
o Pop. Podemos supor que isto talvez seja devido ao fato deste gênero musical ser muito
presente na mídia, por meio de músicas consideradas felizes ou animadas. Entre as 08 pessoas
que não descreveram nenhum gênero, elas escreveram frases como “músicas alegres” e
“músicas que me deixam feliz”, o que pode trazer também um indício deste fato. Estas duas
categorias de respostas parecem sugerir que a escolha do gênero a se ouvir é feita para
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combinar com o estado de humor vivido. Portanto, a música é uma forma de se comunicar o
estado de ânimo.
Em seguida, ao comentar sobre o tema acima, 80,9% dos respondentes disseram
perceber algum tipo de modificação do humor ao ouvir esse gênero citado. Isto levanta outras
questões para pesquisa: ao ouvir um gênero musical que expresse seu estado de animo, uma
pessoa aumenta a intensidade ou a tomada de consciência da vivência afetiva que
experimenta? Ou a modifica para outro tipo de vivência?
Quando as perguntas eram sobre gêneros musicais favoritos quando o respondente se
sentia triste ou deprimido, o mais presente foi MPB, com o Rock em segundo lugar. Dentre as
08 pessoas que não descreveram um gênero, foram citadas as frases “músicas que me
acalmem”, “só voz e violão”, A grande maioria dos respondentes (86,6%) disseram perceber
uma modificação do humor ao ouvir este gênero. Como no caso da vivência de felicidade,
está evidente o relato de uma alteração importante na afetividade experimentada, mas não está
claro qual o tipo de alteração, por exemplo, intensificação ou atenuação. Este tópico precisa
ser investigado em trabalhos futuros.
Entre as pessoas que vão ouvir música quando se sentem irritadas, o gênero mais
citado foi o Rock (19), e também foi a única situação onde o Metal (2) foi citado como um
dos gêneros favoritos para se ouvir. Quinze pessoas não descreveram nenhum gênero, e 12
falaram que não escutam música quando estão irritadas. Desse modo, pode-se supor que a
música não é um utensílio que meche no humor das pessoas nesse estado, ou quando alguém
procura música, deseja um estilo mais animado e “violento” como o rock. Dentre os
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respondentes, 82,2% relataram perceber alguma modificação do humor ao ouvir música, o
que indica que ouvir música pode ser uma forma de retirar a pessoa desse estado de irritação.
Entre as pessoas agoniadas e ansiosas, o gênero mais procurado foi o MPB. Dentre os
respondentes, 81,7% relataram alguma alteração no seu humor ao ouvir esse gênero, o que
pode indicar que a música serve para retirar a pessoa deste estado de angústia. Entre as 16
pessoas que não descreveram nenhum gênero, houve dois tipos de respostas distintas: “a
música funciona para me acalmar” (com 06 respostas) e “não escuto música quando estou
ansioso” (10 respostas).
Entre as pessoas que escutam música quando se sentem relaxadas, o gênero mais
citado foi o MPB (18,8%). O Pop foi novamente citado, e o Reggae foi citado em terceiro
lugar (9,5% das respostas). Chama a atenção de o Reggae ser citado pela primeira vez com
relevância, e este gênero está associado culturalmente a relaxamento e descontração. De novo,
as pessoas parecem escolher um gênero que expresse o seu estado afetivo no momento, ou
que vá intensificar este estado. Dentre as 08 pessoas que não descreveram nenhum gênero,
houve as frases “nenhuma” e “músicas calmas”, o que pode indicar um desejo da pessoa
continuar nesse estado de relaxamento. Já 74,2% das pessoas disseram que percebem alguma
alteração enquanto escuta esse gênero, o que pode indicar um movimento para ficar mais
relaxado ou permanecer neste estado.
Quando questionado sobre se ouviam música quando estudavam, as respostas se
dividiram entre não (59,4%) e sim (40,6%). Aqueles que disseram sim relataram escolher
gêneros musicais “calmos” e uma grande presença de música instrumental (25%), o que faz
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supor que elas procuram músicas que auxiliem a sua concentração: foram relatadas respostas
de “fico mais calmo e relaxado” e “fico mais concentrado” com o total de 63,2%.
Quando questionado sobre ouvir música em tempo livre, 92,6% disseram que sim,
sendo em sua maioria o gênero Pop (20,3%). Dentre eles, 78,3% relataram alteração do
humor para “fico mais alegre” e “fico mais animado”, o que pode supor que as pessoas em
seu tempo livre procuram se divertir mais.
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CONCLUSÃO
Está fortemente sugerido pelos resultados que a escolha musical reflete ou expressa
estados afetivos da pessoa que procura ouvir música voluntariamente.
Entretanto, não foi possível concluir se, ao ouvir a música ou gênero escolhido, existe
de fato uma influência recíproca sobre a vivência afetiva que levou, em primeiro lugar, à
escolha daquela música específica. Este possível efeito deve ser investigado em trabalhos
futuros.
Também se pode supor diante dos resultados que de acordo com a atividade que será
efetuada no momento pelo estudante, pode influências na sua escolha musical voluntária,
independente de afeto vivenciado, como forma de buscar um resultado para auxiliar em sua
vivência, como por exemplo, procurar músicas calmas durante o estudo ou procurar músicas
animadas nos momentos de lazer, como foi percebido.
Percebe-se também pelas respostas que a música pode auxiliar nas atividades que
serão efetuadas, umas vez que a música pode acalmar ou animar o indivíduo. De acordo com
os respondentes, ela facilita o estudo com a concentração para alguns, ou ajudar a pessoa a se
animar em momentos de lazer e diversão.
Em futuras pesquisas, será mais bem estudado e explorado como se dá o efeito da
música em cada caso específico, como por exemplo, o porquê aquele gênero musical surte
aquele efeito na pessoa e porque gera outra efeito em um indivíduo diferente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WAZLAWICK, P. Significados e sentidos da música: uma breve “composição” a partir da
psicologia histórico- cultural. 2007.
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ANEXO I – QUESTIONÁRIO
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