PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA:PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA:
o resgate da cidadania na o resgate da cidadania na
Comunidade Jardim Miramar IIComunidade Jardim Miramar II
Maria da Glória Pimentel Batista
Prof. Dra. Maria Aparecida Alves CardosoOrientadora
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Programa bolsa família
Contextualizando a USF JM II/ 2004
Lei nº 10.836 de 9 de janeiro 2004
Bolsa família
Critério de inserção: renda per capita familiar
Unificou: bolsa escola
bolsa alimentação
cartão alimentação
vale gás
Agenda de Compromissos
OBJETIVOSOBJETIVOS
Avaliar o efeito do bolsa família nas condições de saúde das crianças contempladas residentes na área de abrangência da USF JM-II, no ano 2004
Investigar as características do beneficiário cuidador e o seu papel, na administração dos recursos, no cumprimento da agenda de compromissos e na integração com a ESF JM-II
Verificar se os recursos injetados na família
minimizam a fome, geram esperança e
resgatam a auto-estima das mães
contempladas.
Avaliar a percepção dos profissionais de
saúde sobre sua própria atuação frente à
nova realidade decorrente da renda
complementar.
MÉTODOSMÉTODOS
Local do estudoLocal do estudo
População do estudoPopulação do estudo
Delineamento do estudoDelineamento do estudo
a) Questionários
b) Entrevistas
c) Inquérito alimentar – R- 24h
Instrumento de coleta de dadosInstrumento de coleta de dados
Variáveis do estudoVariáveis do estudo
a) Demográficas e sócio-econômicas
b) Cumprimento da agenda e consumo das famílias
Renda familiar
Escolaridade
Habitação
Tamanho da família
Tempo de recebimento do BF e variação nominal do benefício
Freqüência dos menores de 7 anos contemplados com BF que procuram a USF JM-II
Situação do esquema vacinal das crianças contempladas
Estado nutricional dos menores contemplados
Peso em relação ao
percentil
Categoria/
Faixa
Estado
Nutricional
> 97 Sobrepeso 5
Entre 97 e 3 Normalidade nutricional 4
Entre 10 e 3 Risco Nutricional 3
Entre 3 e 0,1 Baixo Peso 2
< 0,1 Peso muito baixo 1
Tabela 1 — Determinação do estado nutricional em crianças.
Fonte: Brasil, 2002.
Tratamento de dadosTratamento de dados
Banco de dados eletrônicos EPI INFO 2002
Considerações éticasConsiderações éticas
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Ética em pesquisa envolvendo seres humanos
RESULTADOSRESULTADOS
EE
DISCUSSÃODISCUSSÃO
Caracterização da área de abrangência
794 famílias cadastradas/ 5 microáreas
1
2
34
5
Tabela 2 — Distribuição do número de famílias contempladas por micro-área USF JM – II, JOÃO PESSOA-PB. 2004.
Microárea n %
1 10 14,9
2 32 47,8
3 07 10,4
4 12 17,9
5 06 9,0
Total 67 100,0
• Tamanho da Família : 77% / famílias = 2 a 3 adultosTamanho da Família : 77% / famílias = 2 a 3 adultos
• Ocupação : 40% biscates / diversidade de profissõesOcupação : 40% biscates / diversidade de profissões
• Idosos : 12%Idosos : 12%
• Renda familiar: mediana R$ 325,00Renda familiar: mediana R$ 325,00
• Baixo índice de violênciaBaixo índice de violência
Caracterização da PopulaçãoCaracterização da População
Figura 1 — Distribuição do nº de famílias que ingressaram no BF por trimestre na USF JM-II. João Pessoa PB, 2004.
7,5%
20,9%
4,5%
67,2%
1ª trimestre
2º trimestre
3º trimestre
4º trimestre
Tempo de ingresso no BF
Figura 2— Distribuição do nº de casas de famílias contempladas pelo BF, com apenas 1 cômodo por micro-área, na USF JM – II. João Pessoa-PB, 2004.
Tipos de moradia
62,5%
9,4%
9,4%
15,6%
3,1%
Microárea 1
Microárea 2
Microárea 3
Microárea 4
Microárea 5
Figura 3 — Distribuição do número de cômodos nos domicílios estudados na área da USF JM – II. João Pessoa, PB. 2004.
1,5%7,5%11,9%
17,9%
13,4%
47,8%1 cômodo
4 cômodos
5 cômodos
6 cômodos
7 cômodos
8 cômodos
Figura 4 — Proporção de famílias que tiravam valores superiores ou inferiores a R$ 50,00 ANTES do BF, com outros programas sociais e DEPOIS com o BF na USF JM – II. João Pessoa PB, 2004.
Renda familiar
89,5%
10,5%
Famílias tiravam menos de R$ 50,00antes do BF
Família tiravam mais de R$ 50,00antes do BF
Antes do BF Depois do BF
68,6%
31,4%
Famílias tiravam mais de R$ 50,00após o BFFamílias tiravam menos de R$ 50,00após o BF
CUMPRIMENTO da agenda de compromissos pelas
mães e VÍNCULO entre a ESF e a comunidade
Jan/04 = 50% Dez/04 = 100%
“A freqüência das crianças na unidade antes era baixa,
hoje, através da orientação da equipe às pessoas
procuram a unidade não só para fazerem, prestarem o
comparecimento, pela obrigatoriedade do Bolsa
Família, mas também porque aumentou o vínculo com
a equipe” (CRISTAL).
“Meu menino tinha medo, agora já corre pra
balança quando chego aqui”. (TULIPA).
“Eu quando chego nas visitas nas casas as
crianças já perguntam quando vão ao posto. Quer
dizer que elas já perderam o medo e quando
chegam aqui já vão tirando as sandálias e indo pra
balança” (ACS 2).
O cuidado materno
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Porc
enta
gem
Categorias de consumo
Figura 5 — Demonstração do gerenciamento dos recursos do BF pelas mães. USFJM – II. João Pessoa- PB, 2004.
“Eu compro as coisas pros meninos, tiro e
gasto com eles mesmo, às vezes falta um
perfume, uma fruta, pago a prestação de um
calçado, faço questão o que eu puder fazer
com esse dinheiro eu faço” (ANGÉLICA).
“Acho muito bom o dinheiro administrado
pelas mães porque a maioria das pessoas
acha que elas não sabem gastar, muitas
nunca pegaram em verba em casa elas estão
pegando no dinheiro e sabendo como
administrar, como gastar, isso para elas foi
muito bom”. (DIAMANTE).
Situação vacinal
100% das crianças menores de 7 anos
contempladas pelo BF com esquema vacinal
completo.
Escolaridade materna
Figura 6 — Escolaridade materna em anos de estudo na USF JM – II João Pessoa-PB 2004
40%
11,9%
47%
6%
Analfabetas
4 a 8 anos de estudo
> 8 anos de estudo
1 a 4 anos de estudo
O cuidado como determinante do estado nutricional
Figura 7 — Distribuição do nº de crianças do estudo (n=100) em relação a variação do seu estado nutricional na USF JM-II. João Pessoa, PB. 2004.
5
4
3
2
1
1
1
11
5
7
66
2 3
n (100)
4Estado nutricional
Legenda:1 = Peso muito baixo2 = Peso baixo3 = Risco nutricional4 = Normalidade
5 = Obesidade = linha da normalidade
Tabela 3 — Padrão alimentar das crianças estudadas que tiveram alteração no estado nutricional. USF JM – II. João Pessoa -PB, 2004.
Padrão alimentar Nº de crianças %
Inadequado 4 19,0
Regular 5 23,9
Bom 12 57,1
Total 21 100,0
“Eu compro mais frutas, porque eu antes até podia ter feijão e arroz, macarrão, mas cadê as frutas, biscoito, calçados, roupas, mais uma qualidade?” (GIRASSOL).
“O leite a massa essas coisas o pai bota... mas posso hoje comprar as frutas, as roupas”.(ANGÉLICA).
Os reflexos do bolsa família na
atuação dos profissionais de saúde
“A minha atuação profissional não é que melhore, a
minha atuação profissional continua a mesma, o que
melhorou foi que a possibilidade de eu estimular essa mãe
à compra de produtos alimentícios, de produtos para a
casa dela, que vão promover a higiene, me tiraram o
constrangimento anterior que eu tinha de pedir que uma
mãe comprasse um sabonete, pasta dentrifícia, frutas,
dessa água filtrada aos filhos, quando nas condições
anteriores elas não tinham como comprar”. (CRISTAL).
O resgate da cidadania:
Transferência de renda sem intermediaçõesAutonomia da liberdade
Eleição de prioridades para a saúde
EMPODERAMENTO
“Me sinto importante!” (todas as mães
presentes).
“Liberdade, esperança de vida
melhor...” (GIRASSOL).
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS• A saúde das crianças menores de 7 anos foi retratadaA saúde das crianças menores de 7 anos foi retratada
•BF equipou mães para gerenciar os recursos;BF equipou mães para gerenciar os recursos;
• Diversificação alimento e reflexos na saúde;Diversificação alimento e reflexos na saúde;
•A mulher principal agente de saúde;A mulher principal agente de saúde;
•BF Amortecedor da fome e das situações adversas;BF Amortecedor da fome e das situações adversas;
•Profissionais da ESF JMII minimizado o constrangimento;Profissionais da ESF JMII minimizado o constrangimento;
•Despertou a Cidadania responsável;Despertou a Cidadania responsável;
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS• críticascríticas
•FOCALIZAÇÃO das famílias;FOCALIZAÇÃO das famílias;
•Políticas estruturais;Políticas estruturais;
•Transversalidades das informações do BF;Transversalidades das informações do BF;
•IntervençõesIntervenções
MOBILIZAÇÃO SOCIAL MOBILIZAÇÃO SOCIAL
MP / Curadorias / C. Tutelar / Secretarias / AssociaçõesMP / Curadorias / C. Tutelar / Secretarias / Associações
DESPERTAR DE OUTRAS USFDESPERTAR DE OUTRAS USF
“A fome é a realidade, o efeito e o sintoma da ausência de cidadania.”
(Herbert de Sousa)
“Quando se sonha sozinho, é apenas sonho. Quando sonhamos juntos, é o começo da realidade.
D. Quixote