Secretaria Federal de Controle Interno
Programa de Fiscalização
em Entes Federativos – V03º
Ciclo
Número do Relatório: 201602555
Sumário Executivo
São José dos Pinhais/PR
Introdução
Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre ações de governo executadas
no Município de São José dos Pinhais/PR em decorrência do 3º Ciclo do Programa de
Fiscalização em Entes Federativos - FEF.
A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município de
São José dos Pinhais/PR sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais,
municipais ou entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado, indicado
individualmente, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 01/08/2016 a
12/08/2016.
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
serviço público federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de
questionários.
As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a
competência de monitoramento a ser realizado pela CGU.
A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
gestores federais dos programas de execução descentralizada, apresenta situações
evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas
desses gestores, visando à melhoria da execução dos programas de governo ou à instauração
da competente tomada de contas especial, as quais serão monitoradas pela CGU.
Na segunda parte são apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos
necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa
forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos
federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado, para providências no âmbito de suas
competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas
ministeriais. Esta CGU não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras
relacionadas a essas constatações.
Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado
População: 264210
Índice de Pobreza: 38,48
PIB per Capita: 38.154,90
Eleitores: 143945
Área: 946 Fonte: Sítio do IBGE.
Informações sobre a Execução da Fiscalização
Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:
Ministério Programa Fiscalizado Qt. Montante Fiscalizado
por Programa
MINISTERIO DA
EDUCACAO
Educação Básica 3 4.936.232,31
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 3 4.936.232,31
MINISTERIO DA
JUSTICA
Segurança Pública com Cidadania 1 701.800,00
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA JUSTICA 1 701.800,00
MINISTERIO DA
SAUDE
Aperfeiçoamento do Sistema Único
de Saúde (SUS)
1 2.047.271,41
Fortalecimento do Sistema Único
de Saúde (SUS)
1 6.550.000,00
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 2 8.597.271,41
MINISTERIO DAS
CIDADES
Drenagem Urbana e Controle de
Erosão Marítima e Fluvial
2 88.474.001,83
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DAS CIDADES 2 88.474.001,83
MINISTERIO DO
ESPORTE
Esporte e Grandes Eventos
Esportivos
1 4.163.872,83
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO ESPORTE 1 4.163.872,83
TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 9 106.873.178,38
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado acerca dos apontamentos registrados no presente relatório, cabendo ao
Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à
consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.
Consolidação de Resultados
Durante os trabalhos de fiscalização realizados no Município de São José dos Pinhais/PR, no
âmbito do 3º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos - FEF, foram
constatados aspectos tanto positivos quanto negativos relativos à aplicação dos recursos
federais examinados, sendo demonstrados por Ministério e programa de governo, na
segunda parte deste relatório. Dentre esses, destacam-se, a seguir, os de maior relevância
quanto aos impactos sobre a efetividade dos programas/ações executados na esfera local.
Cidades:
a) Parque Linear do Rio Ressaca
Nas obras de implantação do Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca – 3ª Etapa, no valor
de R$ R$ 10.245.301,27 - compreendendo as obras de controle de cheias do Rio Ressaca no
trecho entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi, os principais problemas
identificados relacionam-se à fase de planejamento e elaboração do projeto básico e
executivo, assim como à fiscalização das obras.
Dentre outros problemas constatados, ressaltam-se os seguintes: impossibilidade de
continuidade das obras por problemas de desapropriação de imóveis; ausência de
detalhamento das composições dos custos unitários do orçamento contratado; lançamento de
esgotos em áreas de intervenção do Parque e execução de peças pré-moldadas de concreto,
nos canais abertos, em desconformidade com o projeto.
b) Parque Linear Rio Itaqui
O Termo de Compromisso nº 351053/2011, assinado em 31/10/2011, trata da execução do
Parque Linear no Rio Itaqui, no município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa
Drenagem Urbana Sustentável e Manejo de Águas Pluviais. De acordo com a Síntese do
Projeto Aprovado - SPA vigente, a qual data de 12/03/2015, a composição do Investimento
está configurada da seguinte forma: Valor do Investimento – R$ 46.207.355,52; Valor do
Repasse – R$ 46.200.000,00; Valor da Contrapartida - R$ 7.355,52. Até 13/09/2016, a
União já havia repassado à Prefeitura Municipal o valor de R$ 15.424.933,37.
Das análises realizadas, ressalta-se a identificação de falhas relativas à concepção do projeto
básico, o que engloba o planejamento e a respectiva execução do Termo de Compromisso nº
351053/2011. Tais falhas acarretaram o atraso das obras, bem como prejudicaram o
cumprimento da efetividade dos serviços.
Segurança:
a) Foi verificada a regularidade na execução do convênio n.º 776748/2012 pactuado entre o
Ministério da Justiça e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, cujo objeto é a
modernização da Guarda Municipal através do aporte de recursos para aquisição de bens
permanentes e de consumo tais como: veículos, equipamentos de proteção individual,
fardamentos, defesa civil, equipamentos para academia de ginástica, de modo que os
profissionais possam exercer suas atividades com eficiência e eficácia, nos moldes da
filosofia preventiva e de atuação comunitária.
Educação:
a) Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae:
Verificou-se a ocorrência das seguintes constatações: falhas na utilização das contas
bancárias para execução do Programa, recursos recebidos e não utilizados há mais de 3 anos,
não aplicação em caderneta de poupança dos recursos sem utilização há mais de um mês,
falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, falta de capacitação
para os membros do Conselho Municipal, baixa efetividade na atuação do Conselho
Municipal de Alimentação Escolar, substituição de cardápio por falta de entrega de gêneros
nos CMEIs, quantidade de nutricionistas menor que o determinado pelo Conselho Regional
de Nutricionistas, ausência de testes de aceitabilidade para os cardápios existentes,
equipamentos e instalações para o preparo das refeições inadequados e inexistência de
refeitórios.
b) Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – Pnate:
O Pnate está sendo executado de forma regular. Os alunos residentes na área rural do
município têm acesso ao transporte escolar, tanto fornecido pelo município quanto por
empresas contratadas. Os veículos que realizam o transporte estão em estado regular de
circulação e os motoristas possuem habilitação necessária para condução dos mesmos. O
gestor realizou despesas com recursos do Pnate na manutenção da frota escolar, não tendo
sido evidenciado o uso de recursos públicos para outros fins que não os objetivos do
Programa, quais sejam: que os alunos residentes na área rural tenham acesso ao ensino
regular por meio da oferta de transporte escolar.
c) Foi examinada a efetividade na operação de três Centros Municipais de Educação Infantil
- CMEI, denominados “Trilha das Araucárias”, localizado no Parque da Fonte; “Ipê
Amarelo”, localizado no Parque São José; e, “Quero-Quero Aprender”, localizado no Santos
Dumont, município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná. Durante os trabalhos de
campo foi possível verificar o pleno funcionamento das atividades dos três CMEI
fiscalizados.
Saúde:
a) Verificou-se que as equipes de agentes de endemias, bem como os veículos,
equipamentos e insumos utilizados são suficientes para a execução das ações de prevenção e
combate ao Aedes Aegypti no município. São realizadas campanhas educativas frequentes
junto à população, visitas domiciliares e palestras de sensibilização em escolas e empresas
no Município. Os números oficiais mais recentes apontam apenas um caso confirmado de
dengue no município (não autóctone).
b) Em exame das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no Município, foi verificada
ausência de medicamentos obrigatórios nas farmácias e estoques das Unidades de Pronto
Atendimento, cartões pontos contendo inconsistências nos registros da jornada de trabalho,
ausência da identificação dos locais da prestação de serviços, ausência da assinatura do
profissional, do mês e ano da execução dos serviços. Além disso, verificou-se que a
demanda, produtividade e tempo de espera dos atendimentos é incompatível com a
capacidade operacional das Unidades de Pronto Atendimento.
Esporte:
Foi fiscalizado o Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do Esporte e o
Município de São José dos Pinhais/PR, por intermédio da Caixa Econômica Federal, cujo
objeto seria a construção de um Centro Integrado de Esporte no valor inicial de R$
4.163.872,83.
Embora o Município tenha realizado procedimento licitatório para construção do CIE, em
15/08/2016, até o momento da fiscalização não havia ocorrido o início efetivo da obra no
terreno destinado, o qual foi vistoriado.
Conforme se avaliou, o Município aguardava o repasse dos recursos federais do Ministério
para o agente financeiro, de forma que o contrato com a Caixa Econômica Federal foi
prorrogado até julho de 2017.
Vale ressaltar que, apesar desta análise estar segmentada por área ministerial, não se deve
perder de vista aqueles aspectos que, em razão de sua transversalidade, caracterizam mais
fortemente as deficiências da gestão estadual, sendo, pois, aqueles que, se corrigidos,
tendem a proporcionar melhorias relevantes.
Ordem de Serviço: 201601993
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.567.824,00
1. Introdução
A ação fiscalizada destina-se ao repasse de recursos financeiros aos Estados/Municípios para
oferta de alimentação escolar aos estudantes matriculados em todas as etapas e modalidades
da educação básica das redes públicas e de entidades qualificadas como filantrópicas ou por
elas mantidas, com o objetivo de atender às necessidades nutricionais dos estudantes durante
a permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento
biopsicossocial, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016,
sobre a aplicação dos recursos do Programa 2030 – Educação Básica – Ação 8744 – Apoio à
Alimentação Escolar na Educação Básica – Pnae, na Secretaria Municipal de Educação de
São Jose dos Pinhais/PR.
De 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação - FNDE transferiu para o Pnae do município de São José dos Pinhais o montante
de R$ 3.567.824,00
Foram analisados os processos licitatórios, os contratos, as notas fiscais, os extratos
bancários, os documentos de liquidação e pagamento de despesas, os cardápios, a
composição e atuação do Conselho de Alimentação Escolar, a atuação das nutricionistas.
Além da análise documental foram visitadas 6 escolas e uma cooperativa de agricultores
com entrevistas aos atores envolvidos. Para a seleção da amostra das escolas visitadas levou-
se em consideração o montante de recursos recebidos, a quantidade de alunos, o nível de
ensino e a localização geográfica (urbanas e rurais).
O objetivo do trabalho foi verificar a gestão dos recursos e insumos federais aplicados em
ações do Programa Nacional de Alimentação Escola – Pnae descentralizados ao município
de São José dos Pinhais – PR quanto à legalidade, economicidade e eficiência.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar - Pnae.
Fato
A alimentação escolar do município é preparada e distribuída nas escolas por duas empresas
terceirizadas, vencedoras da concorrência pública nº 11/2011:
Risotolândia Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. CNPJ: 76.900.463/0001-71
Contrato nº 231/2011 - SERMALI
Processo Administrativo nº 562/10 – DECOL
Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda. CNPJ: 05.081.979/0001-93
Contrato nº 232/2011 - SERMALI
Processo Administrativo nº 562/10 – DECOL
De acordo com os contratos de prestação de serviços, as empresas obrigaram-se ao
fornecimento de matéria-prima (gêneros alimentícios) e fornecimento de refeições (preparo,
cocção, distribuição, higienização e transporte de refeições, bem como disponibilizar
instalações, equipamentos, utensílios, matérias-primas, mão de obra especializada,
transporte necessário e higienização de equipamentos e utensílios) para as escolas
(Risotolândia) e para os Centros Municipais de Educação Infantis – CMEIs (Nutri & Saúde).
As refeições/lanches prontas são entregues diariamente nas escolas urbanas e rurais. Nos
CMEIs, responsáveis pela educação infantil (urbanos e rurais), as refeições/lanches são
preparadas nos próprios estabelecimentos.
Esses contratos estão em vigor até o fim do exercício de 2016. O certame para o próximo
ano letivo encontra-se em elaboração.
Na mesma licitação foi contemplada a aquisição de gêneros alimentícios e a prestação de
serviços. Embora o item 3.5 dos contratos orientem para faturamento separado de consumo e
de serviços, os pagamentos a essas empresas foram efetuados com recursos próprios da
prefeitura, considerando que os recursos do Pnae são destinados exclusivamente à aquisição
de gêneros.
Em 2015 e 2016 ocorreram os Chamamentos Públicos nº 05/2015 e nº 01/2016 para a
contratação por inexigibilidade de agricultores familiares para o fornecimento de produtos
da Agricultura Familiar. Os pagamentos aos agricultores superou o percentual mínimo de
30% dos recursos recebidos. http://servicos.sjp.pr.gov.br/servicos/compras/controller/edital_lic/chamamento.php
Em 2015 foi realizado o pregão nº 51/2015 para a aquisição de gêneros alimentícios e não
houve licitação para 2016 conforme informado pela Chefe da Divisão de Merenda Escolar.
O município não possui escolas indígenas ou quilombolas.
Diariamente as empresas Risotolândia e Nutri & Saúde enviam à Divisão de Merenda
Escolar a amostra dos alimentos servidos nas escolas.
Para visitação às escolas foi selecionada a amostra de seis escolas com os seguintes critérios:
montante dos recursos recebidos, nível de ensino, a quantidade de alunos e a localização
(urbana e rural) a saber:
Tabela de seleção de amostra
Escola Localização Nível de ensino
Quantidade de
alunos Valor recebido do Pnae (R$)
2015 2016 2015 2016
Escola
Municipal Irmã
Maria Eufrásia
Torres
Urbana -
Jardim Ipê
Atendimento
Educacional
Especializado
7 8 700,00 800,00
Fundamental 8
anos 90 89 5.400,00 5.340,00
Mais Educação 448 75 36.432,00 9.000,00
Fundamental 9
anos 507 475 30.420,00 28.500,00
Escola
Municipal
Professor
Floresvaldo
Meres de Creddo
Urbana -
Jardim Ipê
Fundamental 9
anos 635 603 38.100,00 36.180,00
CMEI a Baba do
Passarinho
Urbana -
Jardim Ipê
Creche 84 72 16.800,00 14.400,00
Pré-escola 222 232 29.500,00 29.100,00
CMEI a Árvore
dos Sapatos
Urbana –
Vila Nova
Creche 91 101 18.200,00 20.200,00
Pré-escola 149 172 19.600,00 21.900,00
Escola Rural
Municipal Lilian
Viana
Rural -
Campina
do Taquaral
Fundamental 9
anos 172 177 10.320,00 10.620,00
Mais Educação 169 95 20.280,00 11.400,00
CMEI
Professora Maria
da Piedade de
Souza Cortes
Rural –
Campo
Largo da
Roseira
Creche 85 99 10.700,00 19.800,00
Pré-escola 122 123 16.800,00 16.600,00
Total da amostra 2.781 2.321 253.252,00 223.840,00
Total 2015 e 2016 conforme Inep 31.111 30.827 2.593.824,00 2.646.300,00
Fonte: Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais – Inep, censo
educacional 2015.
Total de valores financeiros recebidos em 2015 e 2016: R$ 5.240.124,00
Percentual da amostra considerando os recursos financeiros: 9,1%
(253.252,00 + 223.840,00) x 100 / 5.240.124,00.
Quantidade alunos em 2015 e 2016: 61.938
Percentual da amostra considerando os alunos: 8,23%
(2.781 + 2.321) x 100 / 61.938
Quantidade de escolas Urbanas, por tipo de educação 2015 e 2016
Atendimento Educacional Especializado: 48 escolas, % da amostra: 2%
Fundamental 8 anos: 11 escolas, % da amostra: 9%
Fundamental 9 anos: 102 escolas, % da amostra: 2%
Mais Educação: 17 escolas, % da amostra: 6%
Creche : 78 escolas, % da amostra: 2,5%
Pré-escola: 80 escolas, % da amostra: 2,5%
Supletivo Fundamental Presencial: 1 escola, % da amostra: 0
Quantidade de escolas Rurais, por tipo de educação 2015 e 2016
Atendimento Educacional Especializado: 2 escolas, % da amostra: 0
Fundamental 8 anos: Não há
Fundamental 9 anos: 18 escolas, % da amostra: 5,5%
Mais Educação: 3 escolas, % da amostra: 33%
Creche: 3 escolas: 2 escolas, % da amostra: 50%
Pré-escola: 2 escolas, % da amostra: 50%
Semanalmente a Secretaria Municipal de Educação - SEMED entrega à COPA & SOL -
Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Solidária de São José dos Pinhais
uma relação com os produtos e quantidades que deverão ser recebidos dos agricultores
familiares para a merenda escolar (tanto para a Risotolândia como para a Nutri & Saúde).
Em visita ao local, no dia 08 de agosto de 2016, verificamos a entrega de produtos pelos
agricultores. Os produtos são de boa qualidade, os controles de pesagem são adequados
assim como o manuseio e o acondicionamento dos produtos para a entrega às empresas
contratadas para o preparo da merenda.
De acordo com a informação constante do ofício nº 1090/2016, a Secretária de Educação
informa que as empresas Nutri&Saúde e Risotolândia têm sede ou filial em São José dos
Pinhais e que a Comissão (de recebimento) tem maior facilidade para deslocamento e
conferência. Por estes motivos acordou-se em fazer o recebimento da cooperativa Copa &
Sol, o que tem sido cumprido.
O município de São José dos Pinhais está localizado a 18,60 km da capital do Estado. Possui
948,52 km² de extensão sendo 173,07 Km² de área urbana e 775,45 Km² rural. Da população
de 264.210 pessoas, 236.895 estão na área urbana e 27.315, na rural (Censo 2010). O
produto interno bruto per capita é de R$ 87.697 (2013). Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social – Ipardes.
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH-M (2010) Pnud/Ipea/FJP 0,758
Índice de Gini da Renda Domiciliar Per Capita (2010) IBGE 0,4599
Quadro geral da educação Educação Fonte Data Município Região Estado
Matrículas na Creche SEED 2015 3.648 58.883 181.308
Matrículas na Pré-escola SEED 2015 6.377 61.354 231.783
Matrículas no Ensino Fundamental SEED 2015 43.852 435.163 1.445.820
Matrículas no Ensino Médio SEED 2015 11.928 137.996 474.200
Matrículas na Educação Profissional SEED 2015 1.162 29.753 71.948
Matrículas no Ensino Superior MEC/INEP 2014 3.543 139.175 376.563
Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou
mais (%) IBGE 2010 3,40 ... 6,28
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo
Educacional 2015.
Tabela – Escolas 2015
Escolas Ensino fundamental Ensino médio Ensino pré-
escolar
Privada 27 8 31
pública estadual 28 24 0
pública municipal 58 - 42
total 113 32 73
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo
Educacional 2015.
Tabela – Matrículas 2015
Matrículas Ensino fundamental Ensino médio Ensino pré-
escolar
Privada 5.434 1.764 1.325
pública estadual 16.826 10.164 0
pública municipal 21.592 - 5.052
total 43.852 11.928 6.377
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo
Educacional 2015.
Outras informações estatísticas do município estão disponibilizadas nos seguintes endereços
eletrônicos:
http://www.sjp.pr.gov.br/wp-content/uploads/2013/02/SJP-em-N%C3%BAmeros-Julho-2016.pdf
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=4125506
http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?codlocal=6&btOk=ok
##/Fato##
2.1.2. Quantidade de nutricionistas em desacordo com o parâmetro numérico
estabelecido no art. 10 da Resolução do Conselho Federal de Nutrição - CFN nº
465/2010.
Fato
A Divisão da Merenda Escolar da SEMED possui 3 nutricionistas registradas no Conselho
Regional de Nutrição da 8ª Região – CRN 8 sob as matrículas nºs 258, 5596 e 6999,
aprovadas em concurso público e nomeadas na prefeitura pelas Portarias nº 2.450/91,
6.134/2013 e 4.104/2014 para atuarem na alimentação escolar. Não há informação sobre
acúmulo indevido de cargo público de nutricionista em outro órgão.
Verificou-se nos cardápios a assinatura da nutricionista F.C. CRN 8 3340 cujo registro não
foi disponibilizado à equipe.
O quantitativo de nutricionistas é inferior ao estabelecido no art. 10 e parágrafo único da
Resolução CFN nº 465/2010, de 23 de agosto de 2010, em relação ao número de 30.827
alunos matriculados em 2016, conforme quadro a seguir:
Quadro – Quantitativo de nutricionistas
Nº de alunos Nº de nutricionistas
Carga horária técnica
mínima semanal
recomendada
Até 500 1 RT 30 horas
501 a 1.000 1 RT + 1 QT 30 horas
1.001 a 2.500 1 RT + 2 QT 30 horas
2.501 a 5.000 1 RT + 3 QT 30 horas
Acima de 5.000 1 RT + 3 QT + 1 QT a cada fração de 2.500 alunos 30 horas
(RT) Responsável Técnico – (QT) Quadro Técnico
Fonte: Resolução do CFN nº 465, de 23 de agosto de 2010.
Parágrafo Único: Na modalidade de educação infantil (creche e pré-escola), a Unidade da
Entidade Executora deverá ter, sem prejuízo do caput deste artigo, um nutricionista para
cada 500 alunos ou fração, com varga horária técnica mínima semanal recomendada de 30
horas.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Verificou-se nos cardápios a assinatura da Nutricionista F. C. CRN 8 3340
O Registro é da Nutricionista da empresa Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda, que
assina os cardápios dos Centros Municipais de Educação Infantil juntamente com a
Nutricionista Responsável Técnica da Secretaria de Educação Marília Barbosa Machado –
CRN 8-258 que é responsável pela elaboração dos cardápios de todas as turmas dos
CMEI’S.
A Prefeitura não prevê contratação.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura informou não haver previsão para a contratação de nutricionistas. Para
minimizar o problema da falta de nutricionistas não foi apresentado estudo ou alternativa
para aumentar o quadro, seja por meio de cessão, contratação temporária, etc., indicando que
não haverá ação para elidir o problema.
A Prefeitura esclareceu a assinatura nos cardápios pela nutricionista de registro CRN 8 3340.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.3. Movimentação financeira realizada em desacordo com o estabelecido no
Decreto nº 7.507/2011 e na Resolução CD/FNDE nº 44/2011.
Fato
Por meio da Resolução nº 21, de 13 de outubro de 2014 do Conselho Deliberativo, o FNDE
regulamentou a operacionalização dos repasses financeiros a partir de 2014 e a
reprogramação de saldos de Programas Educacionais cujas prestação de contas sejam
realizadas por meio do Sistema de gestão de Prestação de Contas - SIGPC.
Em cumprimento ao artigo 3º da Resolução nº 21, a Coordenadora-Geral do Pnae
comunicou ao Prefeito Municipal, por meio do Ofício nº 757/2015-
COEFA/CGPAE/DIRAE/FNDE, de 23 de fevereiro de 2015, que os recursos financeiros do
referido programa, a partir de 2015, serão creditados no seguinte domicílio bancário: Banco
do Brasil (001), Agência: 0982-2, conta corrente: 77.565-7.
De acordo com Parágrafo Único do artigo 3º da resolução nº 21 “os entes executores
deverão transferir para as novas contas bancárias os saldos existentes nas contas até então
utilizadas, no prazo máximo de noventa dias contados a partir de comunicação feita pelo
FNDE”. Assim, os recursos existentes na conta anterior movimentados na Caixa Econômica
Federal teriam até o dia 24 de maio para serem transferidos para a conta atual.
Verificou-se que os recursos do Pnae no município ainda possuem saldo em conta corrente e
em contas de aplicações financeiras na Caixa Econômica Federal (conta nº 006.00672003-
6). Em 30 de junho de 2016 as contas do Pnae apresentaram a seguinte situação:
Banco do Brasil: (conta nova)
Saldo na conta: R$ 0,00.
Saldo de investimentos: R$ 2.581.020,13. (S Público Supremo)
Caixa Econômica Federal: (conta antiga)
Saldo na conta corrente: R$ 50,00.
Saldo da primeira conta de investimentos: R$ 4.317.547,05. (Fundo Caixa FIC Especial RF LP CNPJ do Fundo: 03.737.190/0001-12)
Saldo da segunda conta de Investimentos: R$ 676.079,31. (Fundo Caixa FIC Prático CP CNPJ do Fundo: 00.834.074/0001-23)
A Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de julho de 2009 determina que os recursos financeiros
não utilizados por mais de 30 dias fiquem aplicados em caderneta de poupança. Embora haja
recursos nas contas desde 2013 a Secretaria de Educação não aplicou os recursos do Pnae
em conta de poupança, e sequer abriu esse tipo de conta.
Os recursos foram movimentados por meios eletrônicos, porém, os extratos bancários não
apresentam a identificação do beneficiário final, em desacordo com a determinação do
Decreto nº 7.507/2011 e da Resolução FNDE nº 44/2011.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Sobre a existência de duas contas correntes, o Municipio de São José dos Pinhais recebeu
do FNDE o ofício nº 757/2015 (anexo) que trata da alteração de domicilio bancário da conta
do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, que ocorreu a partir do exercício de
2015.
Ocasionando que tivéssemos recursos disponíveis nas duas contas existentes:
atual:
banco: 001 – Banco do Brasil
Agência: 0982
Conta Corrente: 0000775657
anterior:
Caixa Economica Federal
Agência: 0406
Conta Corrente: 0066720036
A Secretaria Municipal de Finanças, responsável pela manutenção de contas correntes aqui
no Municipio, informou que não recebeu solicitação para o encerramento da conta corrente
0667200-36 – Ag. 0406 – Caixa Econômica Federal (o ofício do FNDE citado não informa
obrigatoriedade de encerramento). Assim, os recursos recebidos até então permaneceram na
conta bancária antiga, entretanto aplicados fora da conta poupança.
Atendendo a questão que trata da identificação do beneficiário final nos extratos bancários, e
de acordo com informações recebidas da Secretaria Municipal de Finanças, a identificação
não consta no documento extrato bancário, e sim no borderô de pagamento. Exemplos da
documentação citada seguem em anexo, constando a sua totalidade nos arquivos desta
Prefeitura, podendo ser disponibilizados novamente. (doc. em anexo)”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura passou a utilizar a nova conta, no Banco do Brasil, porém, manteve saldo e
investimento no mercado financeiro na conta antiga (na Caixa Econômica federal). Não
providenciou o encerramento da conta na Caixa Econômica sob o argumento de que não
houve essa determinação no Ofício citado.
A prefeitura, ao manter saldos do Programa Pnae em duas contas bancárias não cumpriu a
determinação do FNDE de transferir os saldos para a conta nova. A Prefeitura não
disponibilizou documentos novos.
Os favorecidos das ordens bancárias estão identificados nos borderôs, porém estes não estão
disponibilizados ao acesso público conforme determinado no art. 3º do Decreto nº
7.507/2011.
“Art. 3º Em cumprimento às disposições dos arts. 48 a 49 da Lei Complementar nº 101, de
4 de maio de 2000, e observado o disposto no art. 76 do Decreto nº 93.872, de 23 de
dezembro de 1986, as informações relativas ao uso dos recursos transferidos na forma deste
Decreto serão objeto de ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso
público.”
##/AnaliseControleInterno##
2.1.4. Recursos aplicados em fundo de aplicação financeira ao invés de caderneta de
poupança.
Fato
De acordo com o inciso XIII, do art. 38 da Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de
2013, os recursos financeiros não utilizados por mais de 30 dias devem ser aplicados em
caderneta de poupança. Embora haja recursos não utilizados nas contas do Pnae desde 2013,
a Secretaria de Educação não aplicou os recursos do Pnae em caderneta de poupança, e
sequer abriu esse tipo de conta. Os recursos foram aplicados no mercado financeiro. O saldo
de investimentos em aplicações financeiras em 30 de junho de 2016 é de R$ 7.574.646,49.
“Art. 38 O FNDE transferirá recursos financeiros de forma automática, sem necessidade de
convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, nos termos do disposto na Lei
nº 11.947/2009, para aquisição exclusiva de gêneros alimentícios, processando- se da
seguinte forma:
XIII - enquanto não utilizados, os recursos do Pnae deverão ser, obrigatoriamente,
aplicados:
a) em caderneta de poupança aberta especificamente para o Programa quando a previsão
do seu uso for igual ou superior a um mês;
b) em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou em operação de mercado aberto,
lastreada em títulos da dívida pública federal, caso seja mais rentável, quando sua
utilização estiver prevista para prazo inferior a um mês.”
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Em virtude da não alteração efetiva do domicilio bancário na época especificada, a
Secretaria Municipal de Finanças informou que não recebeu solicitação para efetuar a
correta aplicação dos recursos de acordo com o inciso XIII, do art. 30 da Resolução/CD/
FNDE nº 38, DE 16 DE JULHO DE 2009.
Assim, os recursos recebidos até então permaneceram na conta bancária antiga, entretanto
aplicados fora da conta poupança.
Informamos que atualmente a movimentação de recursos acontece apenas na conta
bancária de nº 77565-7 - Ag 0982 – Banco do Brasil, com a devida aplicação dos recursos
financeiros recebidos. (doc. em anexo)”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura informa que não recebeu solicitação para efetuar a correta aplicação dos
recursos de acordo com o inciso XIII, do art. 30 da Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de
julho de 2009 por isso não manteve os recursos aplicados em conta de poupança, mas os
manteve no mercado financeiro.
A Prefeitura mantém recursos do Pnae não utilizados desde 2013, jamais abriu caderneta de
poupança, mesmo sabendo que ficaria mais de 30 dias sem utilizar os recursos (os recursos
do Pnae foram destinados apenas aos pagamentos à agricultura familiar). Ressalte-se o valor
de R$ 7.574.646,49 na conta de investimentos em aplicações financeiras em 30 de junho de
2016.
O cumprimento da legislação pertinente no âmbito de cada programa é dever do gestor
municipal, não cabendo a ele alegar desconhecimento normativo para sua não aplicação.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.5. Instalações/equipamentos inadequados para o preparo das refeições.
Fato
Na visita efetuada às Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil nas áreas urbana e
rural verificou-se a inadequação na cozinha de 2 CMEIs:
No CMEI Professora Maria da Piedade de Souza Cortes, rural, foram identificados os
seguintes problemas: falta de produtos, inclusive para as dietas com restrições, atrasos na
entrega dos pedidos (leite, maisena, aveia), troca de cardápio sem o aval das nutricionistas
da prefeitura. Havia 2 Pias, uma funcionando como armário, e a outra descolando da parede,
fogão com a porta quebrada, armário de escritório para a guarda de mantimentos, botijão de
gás e janela sem tela milimétrica.
No CMEI A Arvore dos sapatos, urbana. A cozinha onde funciona o lactário é minúscula e
não tem janela externa e a porta, sem tela milimétrica, precisa ficar aberta.
A empresa Nutri & Saúde é a responsável pela merenda dos alunos matriculados na pré-
escola e CMEIs, onde as refeições (inclusive mamadeiras) são preparadas nas próprias
escolas. Além disso obrigou-se a manter nas escolas uma cozinha com equipamentos e
utensílios adequados e profissionais capacitados para efetuar o preparo das refeições. Os
produtos são entregues semanalmente.
Não há informação sobre aplicações de penalidades à empresa por descumprimento do
contrato.
Nem todas as escolas possuem funcionários da prefeitura para o preparo da merenda. Há
escolas com empregados só da empresa.
Das escolas com educação infantil apenas uma recebeu visita do CAE.
Seguem registros fotográficos:
Foto – Cozinha com 2 pias. Uma serve de armário.
Campo Largo da Roseira - São José dos Pinhais –
PR em 05 de agosto de 2016.
Foto – Botijão de gás dentro da cozinha. Campo
Largo da Roseira - São José dos Pinhais – PR em
05 de agosto de 2016.
Foto – Armário de escritório na cozinha. Campo
Largo da Roseira - São José dos Pinhais – PR em
05 de agosto de 2016.
Foto – Pia descolando da parede da cozinha.
Campo Largo da Roseira - São José dos Pinhais –
PR em 05 de agosto de 2016.
Foto: Janela interna da cozinha do lactário que dá
acesso à sala onde ficam os bebês. CMEI A
Árvore dos Sapatos – Vila Nova – São José dos
Pinhais – PR em 05 de agosto de 2016.
Foto: Cozinha do lactário sem janela. A porta
precisa ficar aberta e não tem tela milimétrica.
CMEI A Árvore dos Sapatos – Vila Nova – São
José dos Pinhais – PR em 05 de agosto de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Informamos que o refeitório do CMEI possui equipamentos em funcionamento, de acordo
com o Contrato de Prestação de Serviços firmado entre o Município de São José dos
Pinhais e a empresa Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda, no seu Edital de
Concorrência Pública Nº 11/2011 – SERMALI – 12.0 – DISPOSIÇÕES GERAIS –
12.60 – a empresa vencedora deverá suprir as Unidades de Ensino com materiais
novos, antes da data prevista para o início do servimento dos alimentos, conforme
relação abaixo e, quando necessário, fazer a renovação dos mesmos. A Secretaria
Municipal da Educação fará inspeção podendo exigir da empresa Contratada a
comprovação de compra através de notas fiscais dos seguintes matérias: (segue cópia
anexa), podendo ser apreciada e confirmada a falta de maiores especificações dos
mobiliários, equipamentos e utensílios em geral.
As mesas e bancos já foram substituídos por mesas menores e cadeiras com encosto.
Solicitamos à empresa Nutri & Saúde em reunião com toda equipe, novas adaptações
referentes à assessoria realizada pela Instituição “AVISA LÁ” aos Centros Municipais de
Educação Infantil, que incentiva o autosserviço das refeições às crianças, com novas
adaptações aos equipamentos e mobiliários, como por exemplo, o passa pratos que serve de
apoio no momento do servimento, corte dos pés do equipamento, para que estes ficassem na
altura das crianças, também os utensílios de vidro, que a Instituição denominou como
“mais“ higiênico às crianças, não priorizando questões de segurança.
Todas as novas adaptações foram repassadas à empresa, mas o custo total ficaria inviável ao
Município, haja vista o planejamento inicial, pois seriam necessários diversos reparos em
todos os equipamentos de buffet (adicionando passa pratos e corte dos pés), novos utensílios
de vidro, mesas para até 04 (quatro) crianças e cadeiras individuais com os respectivos
encostos para as crianças menores fazerem uso sem cair de costas.
Informamos que na atual licitação da merenda, não prevê especificações detalhadas para
aquisição de materiais.
Em busca das especificações do FNDE, também consta apenas mesas e bancos, sem maiores
especificações e detalhamentos.
A Divisão de Assessoramento da Secretaria de Educação, está fazendo aquisições de
mobiliários (mesas e cadeiras) com os encostos/proteção e estão sendo substituídas, de
acordo com a solicitação do Departamento de Educação Infantil.”
“Conforme citado no relatório foram realizadas visitas em algumas unidades de ensino e as
diversas situações apontadas foram explicadas de forma individual, de acordo com cada
desconformidade, mas a Secretaria está tomando as devidas providências para uma prestação
de serviços eficiente.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Os problemas evidenciados, segundo relatos das diretoras e funcionárias não são novos. Não
há registros de aplicações de penalidades à empresa. Não há registro de visitas da Secretaria
de Educação. Quanto às visitas do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, foram
visitadas trinta e seis escolas em 2015, apenas uma vez de um total de cem escolas. Embora
informado que a “Secretaria está tomando as devidas providências”, nenhuma providência
foi apresentada.
##/AnaliseControleInterno##
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Atuação deficiente do Conselho Municipal de Alimentação Escolar no
acompanhamento da execução do Pnae.
Fato
O Conselho Municipal de Alimentação Escolar foi criado no município de São José dos
Pinhais por meio da Lei nº 12, de 17 de abril de 1995. O Regimento Interno do Conselho
Municipal de Alimentação Escolar – CMAE foi instituído pelo Decreto nº 1.489 de 19 de
agosto de 2013 e o Decreto nº 2.381, de 18 de abril de 2016 traz nova redação para alguns
artigos.
O Conselho elaborou o Plano de Ação e tem encontrado dificuldade no seu cumprimento
porque o próprio CMAE tem dificuldade em reunir-se devido à ausência dos membros. As
reuniões são registradas no livro de Atas e contém a assinatura dos presentes. Os membros
do Conselho têm acesso aos documentos de despesas realizadas. A atuação no processo de
licitação dos alimentos a serem adquiridos e o acompanhamento da execução físico-
financeira do programa são realizados pelos nutricionistas, pelo fato de fazerem parte do
CMAE.
As reuniões do CMAE são mensais, conforme calendário e acontecem na “Sala dos
Conselhos” localizada na Secretaria Municipal de Educação onde são examinados os
relatórios e demonstrativos elaborados pelo Poder Executivo. A sala possui telefone com
ramal, uma mesa de reunião, cadeiras, armários, um computador com acesso à internet e
uma impressora, estes últimos adquiridos em 2006 com recursos do FNDE (pregão
46/2006). Os equipamentos funcionam com dificuldades por serem obsoletos. O Conselho
utiliza veículos da Divisão de Transporte mediante prévio agendamento.
O CMAE possui regimento interno, porém, por falta de quórum há dificuldades em reunir-
se. Em 2015 o CMAE efetuou uma visita em trinta e seis escolas onde foi preenchido um
documento “Roteiro de visitas às escolas e CMEIS”. Foram avaliadas questões sobre higiene
pessoal das merendeiras, higiene do ambiente, higiene dos alimentos, armazenamento,
preparo e distribuição dos alimentos, relacionamento da merendeira
(atendentes/preparadoras de alimentos), local e segurança no trabalho. Das escolas
constantes da amostra, o CMAE visitou três. Não ocorreram visitas às escolas em 2014 e
2016.
As poucas e incompletas informações sobre o CMAE estão no sítio a seguir:
conselhos.sjp.pr.gov.br/conselho-municipal-de-alimentacao-escolar/
Devido à pouca atuação o CMAE é desconhecido na cidade e nas escolas.
Não há informação sobre a fiscalização do CMAE na verificação das condições de
armazenamento dos alimentos nos depósitos das empresas contratadas, nem no
acompanhamento das entregas dos produtos nas empresas contratadas. Nas visitas efetuadas
às escolas em 2015 não há registros da verificação da quantidade/qualidade dos alimentos
que chegam às escolas ou da quantidade/qualidade das refeições servidas aos alunos.
O CMAE não detectou irregularidades ou impropriedades na execução dos recursos do
Pnae.
Não foram apresentados documentos da prefeitura notificando o CMAE sobre o recebimento
de recursos do Pnae.
A Prefeitura vem apresentando a prestação de contas no Sistema de Gestão de Prestação de
Contas - SiGPC, porém, a última aprovação, referente ao exercício de 2009, ocorreu com
ressalvas. As contas de 2010 a 2015 encontram-se sob análise do FNDE.
O CMAE emitiu parecer conclusivo no Sistema de Gestão de Conselhos – Sigecon sobre a
alimentação escolar no município e o enviou ao FNDE cujo recibo encontra-se registrado na
base de dados do FNDE.
De acordo com o livro de atas de reunião do CMAE no dia 22 de junho de 2015 o CMAE
recebeu a visita de uma técnica do Pnae/FNDE e que houve uma visita às empresas
Risotolândia e Nutri & Saúde. Na reunião do dia 27 de janeiro de 2016 consta da ata que o
FNDE enviou o Ofício nº 0007275/2016-1 à Prefeitura apresentando o resultado do
monitoramento realizado em 2015, informando da necessidade de elaboração de respostas.
Tais informações e documentos não foram disponibilizados à equipe de fiscalização.
Foto: Sala dos Conselhos, local de reunião do CMAE –
Secretaria de Educação – São José dos Pinhais – PR.
Em 06 de agosto de 2016.
Foto: Equipamento utilizado pelo CMAE com
indicação da data de aquisição – Secretaria de
Educação – São José dos Pinhais – PR. Em 06
de agosto de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Quando há reunião do Conselho Municipal de Alimentação Escolar a dificuldade está em
ter a presença de representantes da sociedade, pais de alunos que não costumam comparecer.
A SEMED/Divisão de Merenda Escolar por diversas vezes trabalhou para compor o CAE no
segmento pais de alunos, mas mesmo alterando os representantes, continuamos constatando
a ausência dos representes.
Conforme apontado no relatório de que o CMAE é desconhecido na cidade e nas
escolas
Para conhecimento dos munícipes, existe um espaço no site http://conselhos.sjp.pr.gov.br/
da Prefeitura “Portal dos CONSELHOS MUNICIPAIS” onde são divulgadas ações,
calendário de reuniões, composição, o que é?, resoluções e legislação. Em reunião proferida
na data de 19/10/2016 – 4ª feira a Conselheira Mirian ficou responsável pela alimentação
dos dados no Portal (cópia da ata anexa).
O Conselho Municipal de Alimentação Escolar de São José dos Pinhais – CAE, encaminhou
às Escolas Municipais e aos Centros Municipais de Educação Infantil, Ofício Circular Nº
01/2015 para divulgação do Conselho (cópia anexa do Ofício).
Informamos que nas visitas efetuadas o Conselho de Alimentação Escolar – CAE segue o
Roteiro de Visitas às Unidades Escolares (cópia anexa) conforme modelo do FNDE – sítio:
www.fnde.gov.br/arquivios/category/170-conselho-de-alimentacao-escolar
A SEMED vai levar como sugestão de pauta para que a partir de 2017 o CAE confeccione
ficha para registro de quantidade/qualidade dos alimentos/refeições recebidos nas Unidades
Escolares.
A quantidade dos alimentos (gêneros) que chegam às Escolas são devidamente conferidos
pela Diretora e/ou Diretora Auxiliar e qualquer não conformidade, deve ser comunicada à
SEMED.
É feita a prova de todas as preparações que são servidas às Unidades Escolares pelas
Nutricionistas da SEMED.
O Conselho realizou reuniões com Diretores das Unidades de Ensino para divulgar o CAE.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A falta de eficiência do Conselho Municipal de Alimentação Escolar é o resultado da
dificuldade de sua atuação. Das cem escolas urbanas e rurais, o CMAE só conseguiu visitar
trinta e seis, apenas uma vez, no ano de 2015. Não conseguiu retornar às mesmas escolas
visitas ou visitar as demais escolas embora haja formulário para ser aplicado. A informação
sobre o desconhecimento do CMAE foi dada por membro do CMAE e consta de ata os
esforços para sua divulgação. O diretor de uma das escolas visitadas desconhecia o CMAE.
A Prefeitura apresentou anexo ao Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 cópia
de documento “Circular nº 01/2015”, emitido em 20 de agosto de 2015 do Conselho
Municipal de Alimentação Escolar às Escolas Municipais e Centros de Educação Infantil da
cidade com o assunto: Divulgação do CAE (Gestão 2014-2018). O documento explica o que
é o Conselho e elenca 8 competências. Como houve manifestação de diretor de escola, o
desconhecimento pode ser de outra natureza: ou ruído na comunicação ou falta de atuação
do conselho em visitas ou relatórios/orientações periódicas para as escolas.
A atuação é deficiente por conta da dificuldade de quórum nas reuniões e as características
da terceirização da merenda no município: contratos complexos com duas empresas
diferentes para fornecimento, preparo e distribuição de alimentos tanto da agricultura
familiar como fornecimento de carnes, refeições prontas, refeições preparadas nos próprios
CMEIs, doze cardápios diferentes, incluindo dieta especial, para 100 escolas urbanas e
rurais, território grande. Há diversas formas de entrega de mercadorias, parte nas empresas
contratadas, parte na cooperativa, alimentos in natura da agricultura familiar, distribuição,
armazenamento, etc.. O CMAE fez poucas visitas, tem pouca gente, tem composição
indevida (faltam de representantes da comunidade) possuem nutricionistas que fiscalizam
seus próprios atos. Por mais esforço que o CMAE faça, precisa de ajuda da Secretaria de
Educação, da Prefeitura e demais atores para atue com eficiência e efetividade.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Cardápios não apresentados ao CMAE para apreciação.
Fato
Verificou-se que no livro de atas de reuniões do Conselho Municipal de Alimentação
Escolar – CMAE consta a apreciação e aprovação dos cardápios para o exercício de 2015
em reunião realizada no dia 11/02/2015. Porém, no mesmo livro de atas não consta a
apreciação e aprovação dos cardápios pelo CMAE para o exercício de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Os cardápios do exercício de 2016 não foram apresentados ao Conselho Municipal de
Alimentação Escolar – CAE devida falta de quórum dos Conselheiros.
Nas reuniões que houve presença mínima dos Conselheiros, foram tratados de assuntos
como pedidos de notas fiscais devida prestação de contas que exigia longo tempo para
análise e posterior Prestação de Contas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas-SIGPC
do FNDE.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A resposta da Prefeitura ratifica a constatação de que o Conselho Municipal de Alimentação
Escolar não apreciou e aprovou os cardápios para o exercício de 2016.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Falta de capacitação dos membros do CMAE.
Fato
Não houve capacitação dos membros do CMAE no período analisado (2015 a 30 de junho
de 2016). Foi apresentado o Ofício nº 448, de 08 de agosto de 2016 da Universidade Federal
do Paraná - UFPR com informações sobre reuniões ocorridas em julho de 2016. As reuniões
foram promovidas pelo Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar do
Paraná – Cecane que é formado por da parceria entre o FNDE e a UFPR.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Informamos que a assessoria ao CAE – Conselho de Alimentação Escolar foi realizada
através do CECANE PR – Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar do
Paraná. Tais atividades ocorreram nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2015, conforme cópia das
Atas (anexas) e cópia do Ofício Nº 448 da UFPR. O atendimento específico ao CAE sobre
legislação do PNAE (Lei 11.947/2009 e Resolução Nº 26/2013) ocorreu no dia 30 de julho
de 2016, no período da manhã. Além disso, houve debate sobre aos aspectos práticos do
exercício do mandato dos Conselheiros. (doc em anexo)”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A resposta da Prefeitura ratifica a constatação de que não houve capacitação dos membros
do Conselho Municipal de Alimentação Escolar no período analisado (2015 a 30 de junho
de 2016).
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar.
Fato
O Decreto nº 1.929, de 20 de novembro de 2014 nomeou os membros do CMAE para a
gestão 2014/2018 de acordo com o disposto na Resolução FNDE nº 26/2013, e existe
designação de todos os membros. Porém, como representantes do poder executivo foram
nomeadas duas nutricionistas. Essa nomeação não é recomendada, pois, além do quadro
reduzido de nutricionistas uma das tarefas do CMAE é fiscalizar a alimentação escolar, que
é administrada pelas próprias nutricionistas.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Em relação ao apontamento acima informamos que a Conselheira atual, indicada pelo
Poder Executivo, juntamente com a titular, estarão se desligando da atual gestão e novos
nomes serão indicados para a função, ficando assim sanadas as falhas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A falta de providência urgente da Prefeitura na retirada imediata das nutricionistas do
Conselho Municipal de Alimentação para regularizar a composição indevida demonstra a
falta de comprometimento na solução de problemas, desrespeito e desconsideração com as
nutricionistas. Estas, além de estarem em número insuficiente – fato que descumpre
normativo da categoria - desdobram-se na realização de seu serviço e ainda atuam como
fiscais do próprio serviço, fragilizando todo o processo sob sua responsabilidade. O fato da
proximidade da mudança de gestão não justifica a falta de atuação dos gestores municipais
atuais. A falta de atuação da Prefeitura não sana as falhas.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Atuação restrita da Comissão de Recebimento de Materiais e Serviços.
Fato
O Decreto municipal nº 1.719, de 5 de fevereiro de 2007 dispõe sobre os procedimentos para
recebimento de materiais e serviços no âmbito da Administração Direta. O Decreto nº 2.252
de 20 de novembro de 2015 criou a Comissão Permanente de Recebimento de Materiais e
Serviços da Secretaria Municipal de Educação e nomeou os membros cujas atribuições são
cumulativas com as atividades de seus cargos.
Conforme entrevista realizada com um membro da Comissão, a atuação efetiva ocorre
apenas na agricultura familiar, ou seja, onde os agricultores entregam seus produtos nas
manhãs de segunda-feira: Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Solidária
de São José dos Pinhais – Copa & Sol, CNPJ 07.142.331/0001-05, Rua Emerson Greboge,
3.060 – Colônia Murici – São José dos Pinhais/PR.
São conferidas as quantidades, a qualidade e o peso dos produtos apresentados com os
pedidos da Divisão da Merenda Escolar para a semana.
Segue registro fotográfico:
Foto – Comissão de Recebimento conferindo
produtos na Cooperativa Copa & Sol – Colônia
Murici - São José dos Pinhais – PR. Em 08 de
agosto de 2016.
Foto – Produtor entregando produtos na
Cooperativa Copa & Sol – Colônia Murici - São
José dos Pinhais – PR. Em 08 de agosto de 2016.
Foto – Produtos recebidos na Cooperativa Copa
& Sol destinado à empresa Nutri & Saúde –
Colônia Murici - São José dos Pinhais – PR. Em
08 de agosto de 2016.
Foto – Controle e pesagem de Produtos recebidos
de agricultores familiar na Cooperativa Copa &
Sol - Colônia Murici - São José dos Pinhais – PR.
Em 08 de agosto de 2016.
Os demais gêneros (carnes, açúcar, café, geleias, óleo de soja, etc.) são entregues pelos
fornecedores, vencedores do Pregão nº 51/2015, diretamente nas empresas Risotolândia e
Nutri & Saúde e não são fiscalizados regularmente pela Comissão de Recebimento ou pelo
Conselho de Alimentação Escolar. Ainda assim, em cada documento de liquidação de
despesa há um “Termo de Recebimento de Materiais e Serviços” assinado pela Comissão de
recebimento.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“A Comissão de Recebimento de Materiais e Serviços acompanha a chegada dos produtos
da Agricultura Familiar na COPASOL e também, nas Empresas Nutri & Saúde e
Risotolândia.
Na COPASOL recebemos frutas, verduras e legumes analisando quantidade e qualidade dos
produtos.
O recebimento dos gêneros citados no pregão n.º 51/2015 encerrou-se em 2015. A partir do
mês de agosto de 2016, conforme orientação da CGU, iniciamos o recebimento de laticínios
e polpas de frutas nas Empresas Nutri&Saúde e Risotolândia, conforme tabelas anexas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Como informado na presente constatação, a Comissão de Recebimento de Materiais e
Serviços acompanha apenas a chegada dos produtos na Cooperativa Copa & Sol. Ainda
segundo a Comissão, os demais produtos são entregues pelos fornecedores diretamente nas
empresas Nutri & Saúde e Risotolândia cujos recebimentos são feitos por funcionários
dessas empresas. Apesar da informação da Secretaria de Educação de que a Comissão de
Recebimento de Materiais e Serviços acompanha a chegada dos produtos nessas empresas
não foi comprovado com documentos, embora nos documentos de liquidação de despesa há
um “Termo de Recebimento de Materiais e Serviços” assinado pela Comissão de
recebimento.
Os documentos apresentados pela Secretaria de Educação para justificar sua resposta são
relações, com data posterior ao escopo deste trabalho, com um resumo dos produtos e
quantidades supostamente entregues às empresas, porém, não há evidências que a Comissão
esteve nas empresas para acompanhar a efetiva entrega de bebidas lácteas, polpas de frutas
etc.
A afirmação de que a Secretaria de Educação iniciou o recebimento de laticínios e polpas de
frutas nas Empresas Nutri&Saúde e Risotolândia conforme “orientação da CGU” comprova
que o acompanhamento não era efetuado. Como esclarecimento, registre-se que não houve
orientação da CGU, mas um questionamento sobre a forma de recebimento dos demais
produtos nas empresas, considerando a informação da atuação da Comissão apenas no
recebimento dos produtos da agricultura familiar. Registre-se, ainda, que a Comissão de
Recebimento de Materiais e Serviços deve atuar em todas as aquisições de bens e serviços
do referido contrato, independente de nenhuma orientação, por fazer parte de suas
obrigações e competências.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Não aplicação de teste de aceitabilidade durante o período examinado.
Fato
De acordo com informação das nutricionistas não foram realizados testes de aceitabilidade
porque não foram introduzidos novos alimentos nos cardápios entre 2015 e 2016.
Ressalte-se que o teste deverá ser aplicado também para avaliar a aceitação dos cardápios
praticados frequentemente, conforme §6º do art. 17 da Resolução nº 26/2103 do FNDE.
“Art. 17 A EEx. aplicará teste de aceitabilidade aos alunos sempre que introduzir no
cardápio alimento novo ou quaisquer outras alterações inovadoras, no que diz respeito ao
preparo, ou para avaliar a aceitação dos cardápios praticados frequentemente.”
As diretoras das escolas informaram que há rejeição de alimentos pelos alunos (pães
integrais, polenta, pão de abóbora, de cenoura, etc.).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Informamos que a Divisão de Merenda Escolar está se organizando para aplicar os testes de
aceitabilidade sanando assim o apontamento.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Nas entrevistas com as diretoras e responsáveis pela merenda nas escolas visitadas foi
informado da rejeição de alimentos pelos alunos. Não houve aplicação de teste de
aceitabilidade quanto à aceitação dos cardápios praticados frequentemente. A Secretaria de
Educação, por meio da Divisão de Merenda Escolar informa que está se organizando para
aplicar teste de aceitabilidade. Até que se tenha essa tarefa organizada sua ação será ineficaz
considerando ser intempestiva qualquer inciativa a ser efetuada neste momento e não sana o
apontamento, já que os contratos com as empresas terceirizadas vencem no final deste ano,
assim como o ano letivo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Inexistência de refeitório.
Fato
Das 6 escolas visitadas apenas uma – Maria da Piedade - possuía refeitório com
equipamentos e instalações adequadas. Verificou-se que não existem refeitórios em três
escolas: Irmã Maria Eufrásia Torres, Floresvaldo Meres de Creddo e Lilian Viana.
Nessas escolas as refeições são servidas em salas de aula que foram adaptadas para
funcionarem como refeitório. Situação mais sensível foi evidenciada nos Centros Municipais
de Educação Infantil, mesmo com os bancos baixos e sem encosto existem crianças bem
pequenas que necessitam de cadeirinhas com encosto ou de bancos ainda menores e que
possuam encosto. A escola Lilian Viana utiliza o corredor interno da escola como refeitório.
Seguem registros fotográficos:
Foto – Escola Irmã Maria Eufrásia Torres. – São
Jardim Ipê – São José dos Pinhais – PR – 04 de
agosto de 2016.
Foto – Escola Rural Lilian Viana – Campina do
Taquaral - São José dos Pinhais – PR – 04 de
agosto de 2016.
Na visita efetuada ao CMEI A Baba do Passarinho verificou-se que o espaço utilizado como
refeitório não é adequado para atender as 304 crianças (72 na creche e 232 na pré-escola)
ocasionando alta rotatividade. Da mesma forma o quantitativo de cadeirinhas e de bancos
pequenos com encosto não são suficientes para atender à demanda.
Seguem registros fotográficos:
Foto: cadeirinhas para refeição dos bebês. CMEI
A Baba do Passarinho – Jardim Ipê – São José
dos Pinhais – PR. Em 04 de agosto de 2016.
Foto: bancos para a refeição das crianças. CMEI
A Baba do Passarinho – Jardim Ipê – São José
dos Pinhais – PR. Em 04 de agosto de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“No horário do recreio as crianças preferem brincar. Quando a refeição é servida antes,
mesmo em sala de aula, garante que a alimentação seja tranqüila, organizada e o professor
pode acompanhar sua turma.
Mesmo Unidades que possuem refeitórios grandes, preferem organizar o recreio em horários
escalonados para melhor organização e tranqüilidade na refeição”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O fato das escolas não possuírem refeitório, embora seja um problema relatado e pleiteado
pelas diretoras, não é para a Secretaria de Educação, pois, não se manifestou sobre proposta
de construção de refeitório nas escolas que não os possuem. Informou que as crianças
“preferem brincar” e que a merenda oferecida na sala de aula, acompanhada pelo professor,
garante tranquilidade e organização.
Cumpre registrar que cada escola deve ter um refeitório para alimentação dos alunos. Cuidar
da alimentação dos alunos é tarefa da Secretaria de Educação que deve disponibilizar todos
os meios adequados para o correto atendimento da merenda escolar ao aluno.
Quando a Secretaria de Educação transfere a responsabilidade pela falta de refeitório ao
professor para administrar a concessão da merenda dentro da sala de aula, indica a falta de
interesse na solução do problema.
As decisões que as diretoras das escolas, professores e funcionários precisam tomar para
suprir a falta de atuação da Secretaria de Educação na providência de construção de
refeitórios não servem para justificar a falta de ação da Prefeitura. Crianças preferem
brincar, professores precisam lecionar e gestores administrar, gerenciar e resolver
problemas.
Sobre a inadequação de refeitórios da escola a Prefeitura não apresentou nenhuma
informação sobre eventual providência a ser tomada, transferindo o problema para as
diretoras quanto à organização do recreio dos alunos em horário escalonados, mesmo em
grandes refeitórios. Desconhece que esta é a única opção que as escolas vêm adotando há
muito tempo para atender ao quantitativo de crianças. Quanto à ao quantitativo insuficiente
de cadeirinhas e de bancos pequenos com encosto a Prefeitura não se manifestou.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.8. Recebimento dos gêneros em desacordo com o cardápio estipulado.
Fato
Verificou-se que o recebimento de gêneros alimentícios nas escolas/CMEIs nem sempre está
de acordo com o cardápio estipulado pela nutricionista. Como as escolas/CMEIs não
estocam alimentos os gêneros recebidos devem ser suficientes para o atendimento da
semana.
A diretora do CMEI A Baba do Passarinho informou que dos quatorze quilos de melancia
previstos para a entrega faltaram três quilos e, após sua reclamação a empresa trocou o
produto e enviou três quilos de maçãs.
No CMEI A Árvore dos sapatos a funcionária responsável pelo lactário informou que a
escola não recebeu leite sem lactose, embora cobrado diversas vezes e que há divergências
no romaneio de alimentos. No dia da visita não tinha maisena e a nutricionista da empresa
Nutri & Saúde, de passagem pela escola, informou que ia mandar aveia para substituir a
maisena. Verificamos que não havia previsão de aveia nos cardápios.
No CMEI Professora Maria da Piedade de Souza Cortes foi informado que faltam macarrão
e leite. Quando há falta de carne vermelha prevista no cardápio, a escola recebe carne de
frango.
Na Escola Rural Municipal Lilian Viana também foi informado sobre a troca de cardápio.
Os quantitativos de produtos informados pela prefeitura como entregues às escolas da
amostra nem sempre condizem com os recebidos. Segundo informado, o motivo das
refeições serem servidas com alimentos diferentes dos cardápios é a falta de ingredientes
obrigando as lactaristas/funcionárias a servir alimentos diversos.
Segue registro fotográfico:
Foto: Controle da entrega com falta de alimentos
no lactário da CMEI A Árvore dos Sapatos – Vila
Nova – São José dos Pinhais – PR em 05 de agosto
de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Com relação a este item informamos que quando há troca de cardápio a Secretaria
Municipal de Educação informa que conforme planejamento antecipado da Divisão de
Merenda Escolar junto às empresas Risotolândia e Nutri & Saúde a Nutricionista
responsável pela elaboração do cardápio autoriza a troca, sendo as empresas responsáveis
em avisar por escrito todas as Unidades Escolares. Reforçamos a importância da
comunicação para com as Unidades Escolares e para que ocorrências como esta não
aconteçam, caso contrário será aplicada sanções previstas em razão da prática de falta.
Segue (anexo) Manual de Alimentação Escolar, entregue em reuniões de diretores escolares,
informando sobre todos os procedimentos diários necessários para a condução da
alimentação escolar.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
De acordo com a Prefeitura, os fatos constatados, por serem comuns, não exigem a
proposição de nenhuma ação para impedir/minimizar a falta dos alimentos previstos nos
cardápios, uma vez que as trocas estão previstas nos normativos. Embora o fornecimento da
merenda seja terceirizado, a responsabilidade é indelegável, cabendo à Prefeitura a
obrigação de acompanhar/fiscalizar todas as ações realizadas pelas empresas contratadas.
Melhorar a comunicação é fundamental, porém a responsabilidade de avisar as escolas sobre
eventual alteração de cardápio deve ser da Prefeitura e não das empresas terceirizadas. Não
há registros de aplicação de penalidades durante a execução do contrato, porém, a Prefeitura
informa que serão aplicadas sanções caso haja novas ocorrências. Ressalte-se que o referido
contrato expira no fim deste ano.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.9. Divulgação inadequada dos recursos federais recebidos.
Fato
A lei nº 9.452 de 20 de março de 1997 determina que:
“Art. 1º Os órgãos e entidades da administração federal direta e as autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista federais notificarão as
respectivas Câmaras Municipais da liberação de recursos financeiros que tenham efetuado,
a qualquer título, para os Municípios, no prazo de dois dias úteis, contado da data da
liberação.
Art. 2º A Prefeitura do Município beneficiário da liberação de recursos, de que trata o art.
1° desta Lei, notificará os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades
empresariais, com sede no Município, da respectiva liberação, no prazo de dois dias úteis,
contado da data de recebimento dos recursos.”
Por meio do Ofício da Secretaria Municipal de Educação nº 1.062/2016, de 04 de agosto de
2016 foi informado que:
‘quanto à notificação da Prefeitura aos partidos políticos, aos sindicatos de trabalhadores e
às entidades empresariais sobre recursos federais recebidos pelo município nos exercícios
sob exame, informamos que encaminhamos diariamente, no período noturno, as receitas
arrecadadas cuja fonte de receita tenha como detalhamento – 2 Transferências Voluntárias
Federais (vide fonte associativa) e não seja receita de aplicação, iniciando com (1325%).
O e-mail é enviado para todos que estejam cadastrados no módulo de “Convênio até
2012”>Cadastro>E-mail para Entidades (esta tela está sendo reescrita e publicada no
módulo de convênios novos) Segue a planilha anexa das pessoas/entidades de classe
cadastradas para receber.’
Complementa a informação por meio do Ofício da Secretaria Municipal de Educação e nº
1091/2016, de 12 de agosto de 2016, onde acrescenta o seguinte parágrafo:
‘Conforme se pode ler ao final do e-mail “esta é uma mensagem eletrônica automática
enviada pelo sistema, sendo assim não responda”, portanto embora enviada para a
planilha de e-mails encaminhada anteriormente, não temos resposta para confirmar o
recebimento.
A partir de agora estamos adequando o sistema para que a Prefeitura passe a receber a
comprovação das mensagens enviadas’ (negrito no original)
Não foram apresentadas cópias dos e-mails enviados. A planilha apresentada contém uma
relação com 31 nomes, não sendo possível confirmar que todos os destinatários
determinados na lei estão sendo notificados. A lei determina que haja a notificação sempre
que houver qualquer liberação de recursos federais para os respectivos Municípios, e não
apenas nos casos de transferências voluntárias como informado na resposta da Prefeitura.
Verificou-se que o documento que serviu de resposta à equipe foi elaborado por empresa
terceirizada (CaspBrasil - Consultoria, Assessoria e Sistemas Públicos do Brasil) em nome
da prefeitura e que das 31 pessoas físicas e jurídicas relacionadas na planilha, onze são
partidos políticos, quatro são Associações (destas, duas são de aposentados e uma de
funcionários públicos), seis são sindicatos, uma é Câmara Municipal, oito são pessoas físicas
e uma é pessoa jurídica. Dessa relação, pelo menos quatro pessoas têm relação direta ou
societária com a empresa CaspBrasil.
Das informações recebidas não é possível afirmar que as entidades empresariais vêm sendo
notificadas do ingresso de recursos federais no município.
Considerando que todos os recursos federais transferidos aos municípios constam do portal
da transparência (www.portaldatransparencia.gov.br), sugere-se que a prefeitura divulgue
essas e outras informações no sítio da internet, visando a dar a maior transparência possível.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:
“Em relação ao apontamento contido neste item foi solicitada à Secretaria Municipal de
Planejamento, através do seu Departamento de Tecnologia da Informação a revisão dos e-
mails para o envio correto das informações sobre recursos recebidos pelo Município.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A prefeitura não se manifestou sobre a transparência quanto à ampla divulgação do ingresso
de recursos federais no município, informou que transferiu para a Secretaria de
Planejamento a tarefa de revisar os e-mails enviados indicando que a divulgação continuará
a ocorrer desta forma.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Não foram identificadas falhas graves na execução do Programa Nacional de Alimentação
Escolar – Pnae no município de São José dos Pinhais - PR. Contudo, foram identificadas
impropriedades conforme abaixo discriminadas, dentre outras:
- Utilização de duas contas bancárias para execução do Programa;
- Recursos recebidos e não utilizados há mais de 3 anos;
- Utilização de duas contas bancárias para o Programa;
- Não aplicação em caderneta de poupança dos recursos sem utilização há mais de um mês;
- Falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;
- Falta de capacitação para os membros do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;
- Baixa efetividade na atuação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;
- Substituição de cardápio por falta de entrega de gêneros nos CMEIs;
- Quantidade de nutricionistas menor que o determinado pelo Conselho Regional de
Nutricionistas;
- Ausência de testes de aceitabilidade para os cardápios existentes;
- Equipamentos e instalações para o preparo das refeições inadequados;
- Inexistência/inadequação de refeitórios.
Ordem de Serviço: 201602070
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.368.408,31
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016 sobre a
aplicação dos recursos do programa 2030 - Educação Básica / 0969 - Apoio ao Transporte
Escolar na Educação Básica no município de São José dos Pinhais/PR.
A ação fiscalizada destina-se a garantir a oferta do transporte escolar aos alunos do ensino
básico público, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em caráter
suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de modo a garantir-lhes o
acesso e a permanência na escola.
Na consecução dos trabalhos foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais
repassados ao município, no período compreendido entre 1º de janeiro de 2014 e 30 de
junho de 2016, pelo Ministério da Educação.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Análise da Execução do Pnate no Município de São José dos Pinhais/PR.
Fato
Procedeu-se à análise da aplicação de recursos e do atingimento dos objetivos do Programa
Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) no âmbito do município de São José dos
Pinhas, localizado no Estado do Paraná.
O Pnate é um Programa Federal cujo objetivo é garantir a oferta do transporte escolar aos
alunos do ensino básico público, residentes em área rural, por meio de assistência financeira,
em caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de modo a
garantir-lhes o acesso e a permanência na escola.
Verificou-se que no município em questão os recursos federais são utilizados para o
pagamento pela prestação de serviços de transporte escolar por empresas privadas, bem
como para garantir a manutenção da frota própria do município também utilizada no
transporte dos alunos.
O transporte dos alunos é realizado por meio de 118 linhas que percorrem a área rural do
município, sendo que destas, 66 linhas são percorridas por veículos de empresas contratadas
pelo município. O restante das linhas é realizada por frota própria da Prefeitura, sendo
composta de 48 veículos (nos modelos de Ônibus, Microônibus e Miniônibus),
Diariamente são transportados 2.129 alunos do ensino básico residentes na área rural do
município, matriculados em vinte Escolas Municipais.
O período objeto dos exames foi 01 de janeiro de 2014 a 30 de junho de 2016.
Analisou-se as despesas realizadas no período, verificando se as mesmas estavam de acordo
com os objetivos do programa e suportadas por documentação comprobatória, bem como se
as empresas e serviços contratados foram precedidos do devido processo licitatório.
Verificou-se, também, se os veículos próprios e terceirizados utilizados no transporte escolar
estavam de acordo com as exigências do Código de Trânsito Brasileiro e se os respectivos
motoristas estavam habilitados para a condução dos veículos.
Também buscou-se evidenciar o transporte escolar no momento de sua realização, para fins
de garantir a condução adequada dos alunos com respeito a sua segurança, trecho percorrido
e controle de itinerário por parte da Prefeitura.
Da Análise dos Gastos Realizados:
As despesas realizadas enquadraram-se em três tipos: manutenção de veículos da frota
própria do município empregada na execução do transporte escolar de alunos residentes em
área rural; combustíveis; e pagamento a empresas pela realização de serviços de transporte
escolar contratadas via processo licitatório.
Quadro: Detalhamento do Tipo de Despesa Realizada 2014-2016 no Programa Pnate no
Município de São José dos Pinhais/PR
Período Manutenção de
Veículos Combustível
Transporte
Terceirizado
Total do
Período
01 de janeiro de 416.239,49 64.606,86 205.023,68 685.870,03
2014 a 31 de
dezembro de 2014
01 de janeiro de
2015 a 31 de
dezembro de 2015
344.927,33 125.712,03 104.695,97 575.335,33
01 de janeiro de
2016 a 30 de
junho de 2016
45.575,46 19.999,14 168.585,04 234.159,64
Total Geral 806.742,28 210.318,03 478.304,69 1.495.365,00
Total geral de
participação de
cada item no total
gasto no período
em termos
percentuais
53,94 % 14,06 % 31,98 % 100 %
Fonte: www.fnde.gov.br (Consulta ao SIGPC – Sistema de Prestação de Contas do FNDE)
Durante o período analisado, foram transferidos a Prefeitura por parte do FNDE o montante
de R$ 1.368.408,31, com gastos superiores ao valor liberado cobertos por recursos próprios
do Município. Da análise do quadro anterior, verifica-se que a manutenção dos veículos
apresentou a maior soma de gastos (53,94%), seguida dos gastos relativos ao pagamento a
empresas prestadoras dos serviços de transporte escolar (31,98%), tendo o consumo de
combustível representado a menor parcela (14,06%) em relação ao total dos gastos efetuados
pelo município na execução do Pnate.
Analisou-se a composição de amostra de notas fiscais relativas a tais gastos. Foram
verificados R$ 497.953,08 em Notas Fiscais de um total de R$ 1.495.365,00 gastos durante
o período analisado, ou seja, 33,29% do total.
Em relação às notas fiscais faturadas pelas empresas de transporte escolar, verificou-se que
as mesmas foram pagas de acordo com o quilômetro rodado contratado, com discriminação
na nota da quilometragem rodada no período, com atesto do fiscal do contrato e autorização
de pagamento pela autoridade máxima da Secretaria de Educação do Município.
Nas notas fiscais das aquisições de peças e combustíveis há identificação dos veículos
beneficiários com a placa dos mesmos. Os valores cobrados não excederam aos praticados
no mercado no período de pagamento.
Por meio das notas fiscais analisadas, concluiu-se que os gastos foram realizados no objetivo
do programa conforme a norma legal.
Da Movimentação de Recursos Financeiros:
Os recursos financeiros do Pnate foram movimentados exclusivamente por meio da Conta
Corrente específica do Programa nº 31520-6 do Banco do Brasil. Verificando-se o extrato da
conta, constatou-se que os pagamentos foram efetuados com a identificação do beneficiário
final e exclusivamente por meio eletrônico, bem como toda a movimentação bancária
possuía a correspondente comprovação documental (nota fiscal respectiva) e os gastos
ocorreram conforme o objetivo do programa.
Os recursos não utilizados foram aplicados em conta de investimento, apresentando os
seguintes saldos:
Quadro: Saldos Conta Investimento nº 31520-6 Pnate
Data Saldo (1,00 R$)
31/01/14 102.877,03
30/01/15 27.640,95
29/01/16 104.619,46
30/6/16 180.653,78
Fonte: Extrato Conta Corrente nº 31520-6 do Banco do Brasil
Da Análise dos Processos Licitatórios:
Fez-se análise dos preços de referência empregados nos editais das licitações realizadas para
a contratação de empresas para fins de prestação de serviços de transporte escolar; da
contratação de serviços de manutenção de veículos e para o fornecimento de combustíveis e
óleos lubrificantes. Tais empresas contratadas foram pagas com recursos do Pnate
transferidos ao município.
Em relação ao fornecimento de óleos e lubrificantes, foi verificado o edital de licitação do
Pregão Eletrônico n° 213/2014, cujo objeto foi o registro de preços para a contratação de
empresa para fornecimento de óleos lubrificantes e afins, com instalação de mini-tanques de
armazenamento e bombas de abastecimento, destinados a suprir as necessidades da frota de
veículos da prefeitura.
Analisou-se o orçamento da administração para o Pregão Eletrônico n° 213/2014, com
especificações e preços máximos, para a compra de 26 itens orçados no total de R$
960.840,18, constatando-se que os valores cotados como preços máximos da administração
não estavam acima dos praticados no mercado.
Os preços máximos cotados pela administração também estavam dentro dos valores
cobrados no Pregão Eletrônico nº 222/2014, cujo objeto foi o registro de preço para
aquisição de pneus novos e acessórios.
Foram também objeto de análise os preços máximos cotados pela Prefeitura de São José dos
Pinhais nos processos de contratação das empresas responsáveis pelo transporte de alunos no
âmbito do Pnate no município.
Os preços cotados para as referidas licitações estavam por quilometro rodado considerando o
ano letivo em duzentos dias (112 dias para as demais licitações que foram na modalidade de
dispensa por motivo de emergência) e a linha a ser licitada, com descrição detalhada do
trajeto a ser percorrido com os horários de saída e chegada.
O custo do quilômetro rodado foi construído considerando gastos com elementos como
salários/encargos trabalhistas dos motoristas; revisões, inspeção veicular e seguro; demais
gastos de manutenção dos veículos, tais como combustível, óleo lubrificante, pneus, entre
outros.
Verificando o custo máximo estimado pela administração para o quilômetro rodado por
linha licitada, constatou-se que o valor projetado apresentava composição de custo em
acordo com os preços praticados no mercado, não evidenciando-se a prática de sobrepreço
nas licitações realizadas para a contratação de serviços de transporte escolar.
Quanto à conformidade em relação as normas vigentes, confrontaram-se os processos com à
Lei nº 8.666/93, atentando para elementos que, em conjunto, pudessem caracterizar
direcionamento e restrição à competitividade e/ou acarretassem prejuízo ao programa, tanto
no aspecto quantitativo, quanto no aspecto qualitativo.
No que tange aos editais, na contratação de serviços de transporte escolar, verificou-se que
os editais continham a previsão do custo do transporte por quilômetro rodado, bem como o
termo de referência detalhava o percurso, a situação das estradas, o tipo e as condições do
veículo, o total de km a serem percorridos por dia, entre outros aspectos. Da análise dos
processos, não se evidenciou a ocorrência de adulteração de documentos, de notas fiscais
inidôneas, de empresas com endereço não comprovado, entre outros aspectos que acarretam
o prejuízo ao processo.
Quanto à modalidade de licitação utilizada, o gestor procedeu à contratação das empresas
com recursos do Pnate via Pregão Eletrônico, Pregão Presencial, Dispensa de Licitação e
Inexigibilidade.
A modalidade Pregão seguiu os ditames da Lei nº 10.520/2002 e dos fundamentos e
princípios gerais estatuídos pela Lei Federal nº 8.666/93 e suas alterações.
A inexigibilidade ocorreu em virtude da necessidade de provimento de transporte, por meio
de aquisição de passagens rodoviárias, a alunos matriculados na rede de ensino de São José
dos Pinhais. A empresa contratada é concessionária do trajeto utilizado pelos referidos
alunos, portanto fornecedora exclusiva das passagens. Considerando que os valores
praticados são tabelados e que a empresa estava em situação fiscal regular, fundamentou-se
a contratação com base no Artigo nº 25, inciso I, da Lei Federal nº 8.666/93.
Já em relação as dispensas de licitação, as mesmas ocorreram com fundamento no inciso IV,
Art. 24, da Lei nº 8.666/93, em virtude da suspensão do Pregão Presencial nº 64/2015, que
visava à contratação de empresa prestadora de serviços de transporte escolar. Considerando
que o transporte escolar é serviço suplementar à educação de atendimento continuado e que
os contratos anteriores haviam sido encerrados, procedeu-se à contratação de forma
emergencial para garantir o transporte aos alunos. Verificou-se que houve pesquisa prévia de
mercado e que os contratos foram celebrados com vigência não superior a 180 dias.
Pela leitura dos editais; termos de referência e análise das justificativas nos casos de
dispensas e inexigibilidade de licitação constatou-se que não houve direcionamento ou
restrição à competitividade no processo licitatório, bem como não foi evidenciado a
subcontratação integral do objeto contratado.
Dos Controles Municipais quanto ao Quantitativo de Alunos Atendidos pelo
Programa:
Verificou-se que o gestor municipal tem conhecimento do quantitativo de alunos residentes
na zona rural e que são atendidos pelo transporte escolar. Tal fato ficou evidenciado ao
constatar-se que o gestor municipal é o responsável por inserir no sistema do FNDE o
quantitativo de alunos residentes em área rural, detalhadamente por Escola, que fazem o uso
do transporte escolar, bem como aqueles que solicitaram a prestação de tais serviços.
Portanto, verificou-se que o gestor municipal tem controle de todos os alunos da zona rural
do município que utilizam o transporte escolar, confirmando-se que o quantitativo de alunos
constantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep
confere com as informações do gestor.
O quadro a seguir apresenta um panorama do total de alunos residentes em área rural do
município atendidos pelo transporte público municipal custeado com recursos do Pnate,
discriminado por Escola, considerando os dados fornecidos pelo gestor municipal os quais
conferem com os dados constantes do Inep:
Quadro: Quantitativo de Alunos Residentes em Área Rural Atendidos pelo Transporte
Oferecido pelo Poder Público Municipal Financiado com Recursos do Pnate
Nome da Escola Quantitativos de Alunos Atendidos
Antônio F. Da Rocha E.M EF 89
Alfredo Jose Eichel E R M Prof EI EF 203
Clodoaldo Naumann E M EI EF 235
Centro Municipal de Educação Infantil Luiza
Possebom Tozzo
2
Caetano Munhoz da Rocha E R M EF 74
Carlos Gomes E R M EF 206
Divahe Cruz Ulrich E R M Prof EF 64
Eugenia da Cruz S Talamini E M EI EF 37
Francisco X da Silva E M EI EF 132
Ilza S Santos E M ED ESP Surdos EI EF 2
Julia Wanderley E M EI EF 1
Luiz Singer E M EI EF 239
Lilian Viana E R M EF 166
Maria Leni H de Bastos E M Profa EF 39
Paulo VI E M Papa EI EF 85
Paulina E M MDE EI EF MOD Especial 11
São José E M EI EF 254
Sagrado Coração de Maria E R M EF 181
Santo Antônio E R M EI EF 99
São Francisco de Assis E R M EF 10
Total 2129
Fonte: Inep 2015;
Do total dos 2.129 alunos atendidos pelo transporte escolar, apenas dois alunos pertencem à
educação infantil e também houve dois alunos cursando o EJA Fundamental. O restante,
2.125 alunos, pertencem ao ensino fundamental.
O gestor apresentou, quando solicitado, o quantitativo de alunos residentes em área rural que
utilizam o transporte escolar, dados por escola com nome dos alunos beneficiários,
quantidade esta que confere com os dados constantes do Inep, demonstrando o controle por
parte do gestor do quantitativo de beneficiários do Programa de Governo.
Do Atingimento dos Objetivos do Programa:
Verificou-se o atendimento in loco pelo Pnate das escolas municipais Divahe Cruz Ulrich e
Luiz Singer. As duas escolas representam 14,23% do total de alunos atendidos pelo Pnate no
município (303 alunos de um total de 2129).
Constatou-se que os alunos são transportados em veículos apropriados, com cinto de
segurança e pneus em estado regular. Considerando que tais veículos perfazem uma rota de
característica rural, os mesmos apresentam bom estado de conservação. Verificou-se que
durante o transporte dos alunos, os mesmos permanecem devidamente sentados, e que há a
presença de monitora no veículo, a mesma conduzindo de forma organizada e segura o
desembarque dos alunos. Não se constatou o transporte de pessoas que não fossem alunos do
ensino básico, bem como durante os trabalhos de campo, não se evidenciou a existência de
alunos que deixaram de ter acesso ao ensino regular por falta de transporte escolar.
As fotos a seguir apresentam o momento do desembarque dos alunos na Escola Municipal
Divahe Cruz Ulrich:
Foto 01: Transporte escolar chegando a Escola
Municipal Divahe Cruz Ulrich. Todos os alunos
devidamente acomodados. São José dos Pinhais,
08 de Agosto de 2016
Foto 02: Monitora orientando o desembarque dos
alunos na Escola Municipal Divahe Cruz Ulrich.
São José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016
Da Conformidade dos Veículos Utilizados no Transporte Escolar:
O transporte escolar para alunos residentes em área rural no município de São José dos
Pinhais/PR é realizado parte por veículos próprios do município, parte por empresas
terceirizadas contratadas por meio de processo licitatório.
Realizou-se a inspeção dos veículos utilizados no transporte escolar, tanto dos veículos
próprios da prefeitura, bem como dos utilizados pelas empresas terceirizadas.
Constatou-se que a totalidade dos veículos inspecionados guarda conformidade com as
especificações contidas no Código de Trânsito Brasileiro.
Todos os Ônibus/Microônibus inspecionados continham cinto de segurança em todos os
assentos, o interior dos veículos possuía o devido apoio para as mãos para os alunos
retirarem-se em segurança; verificou-se a presença de janelas de emergência sinalizadas; os
pneus estavam em estado regular para a circulação.
Em suma, evidenciou-se que a frota utilizada para o transporte dos alunos está em devido
estado de conservação, não apresentando evidente risco no transporte dos mesmos.
O quadro a seguir detalha as características da frota verificada:
Veículo próprio do município utilizado no
transporte escolar (Frota 408-Linha Contenda).
São José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016
Detalhe interior do veículo. São José dos Pinhais,
08 de Agosto de 2016
Todos os assentos com cinto de segurança. São
José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016
Pneu em estado regular de uso. São José dos
Pinhais, 08 de Agosto de 2016
Verificou-se a documentação dos motoristas que realizam o serviço de transporte de alunos
residentes em área rural, tanto dos condutores de veículos próprios do município quanto dos
terceirizados. Constatou-se que os condutores que realizam o transporte escolar no
município possuíam Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria correspondente ao
tipo de veículo empregado (no caso, categorias D e E para a condução de Ônibus, Micro-
ônibus e Vans). As mesmas estavam com validade regular e com a observação: “Exerce
Atividade Remunerada – Hab. Escolar”.
Do Controle do Itinerário dos Veículos do Transporte Escolar:
O itinerário dos veículos de transporte escolar foi pré-definido pelo Prefeitura. O gestor
municipal controla tais veículos por meio de diário de bordo de cada veículo; disco
tacógrafo; controle de abastecimento de combustível; controle semanal de manutenção de
veículos; controle de quilometragem dos veículos; controle geral dos veículos e fiscalização
das rotas.
Verificou-se in loco que os veículos próprios do município que realizam o transporte escolar
com recursos do Pnate possuem controle de horário de saída e chegada bem como de
itinerário, conforme exemplo apresentado no quadro a seguir:
Controle de Bordo Diário Veículo Utilizado no Transporte Escolar de Alunos
Já quanto ao controle das rotas dos veículos que realizam o transporte escolar de forma
terceirizada, a fiscalização é exercida por meio da aferição da quilometragem percorrida
versus a quilometragem vigente nos respectivos contratos.
Do Acompanhamento Social da Execução do Pnate:
Os membros do Conselho de Acompanhamento Social do FUNDEB foram nomeados pelo
Decreto Municipal nº 2.222, de 19 de outubro de 2015, sendo que tais membros são os
mesmos que estão cadastrados no site do FNDE.
O conselho está organizado em conformidade com a legislação vigente e o funcionamento se
dá através de reuniões mensais ordinárias ou extraordinárias quando necessárias.
O conselho realiza o trabalho com apoio do Poder Executivo, acompanhando a gestão dos
recursos.
Verificou-se que o conselho emitiu parecer conclusivo sobre a prestação de contas do Pnate
relativo aos exercícios anteriores ao período analisado (anos de 2013,2014 e 2015). Dados
sobre a prestação de contas bem como os pagamentos realizados estavam disponíveis no
Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SIGPC) do FNDE, sendo que as informações
inseridas no sistema estavam condizentes com a documentação da despesa realizada.
##/Fato##
3. Conclusão
Verificou-se que no município de São José dos Pinhas/PR o Pnate está sendo executado de
forma regular. Os alunos residentes na área rural do município têm acesso ao transporte
escolar, tanto fornecido pelo município quanto por empresas contratadas. Os veículos que
realizam o transporte escolar estão em estado regular de circulação e os motoristas
possuem a habilitação necessária para condução dos mesmos. O gestor realizou despesas
com recursos do Pnate na manutenção da frota escolar, não tendo sido evidenciado o uso
de recursos públicos para outros fins que não os objetivos do Programa, quais sejam: que
os alunos residentes na área rural tenham acesso ao ensino regular por meio da oferta de
transporte escolar.
Ordem de Serviço: 201602294
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016,
envolvendo o programa 2030 – Educação Básica/12KU – Implantação de Escolas para
Educação Infantil no município de São José dos Pinhais.
Constituíram objeto dos trabalhos de fiscalização os três Centros Municipais de Educação
Infantil -CMEI, denominados “Trilha das Araucárias”, localizado no Parque da Fonte; “Ipê
Amarelo”, localizado no Parque São José; e, “Quero-Quero Aprender”, localizado no
Santos Dumont, município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná.
Os CMEI indicados foram, outrora, no exercício de 2014, objeto de fiscalização por este
órgão de controle, ocasião em que se verificou que os Centros Municipais de Educação
Infantil não estavam funcionando, embora estivessem concluídos.
A presente fiscalização, agora no âmbito do 3º ciclo do Programa de Fiscalização em Entes
Federativos, restringiu-se então à avaliação da efetividade do funcionamento dos CMEI.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Regularidade CMEI
Fato
Os Centros Municipais de Educação Infantil – CMEI, localizados no Parque da Fonte - “Trilha
das Araucárias”; Parque São José –“Ipê Amarelo”; e, Santos Dumont – “Quero-Quero Aprender”,
localizados no Município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, foram outrora, no exercício
de 2014, objeto de fiscalização por este órgão de controle. Na ocasião verificou-se que os CMEI
estavam concluídos, mas sem funcionamento em face da falta de móveis, equipamentos e demais
utensílios.
Durante os trabalhos de fiscalização, agora no âmbito do 3º ciclo do Programa de Fiscalização em
Entes Federativos, verificou-se que as três unidades estão em funcionamento e tiveram suas
atividades iniciadas nas seguintes datas: Parque da Fonte - “Trilha das Araucárias”, em 01 de
julho de 2015; Parque São José –“Ipê Amarelo”, em 30 de junho de 2015; e, Santos Dumont –
“Quero – Quero Aprender”, em 30 de junho de 2015.
Foi possível verificar, por ocasião das inspeções físicas, que as Unidades possuem infraestrutura
de mobiliário e pessoal necessários ao atendimento das crianças de zero a cinco anos de idade, o
que foi evidenciado por meio de registros fotográficos realizados nos locais.
O funcionamento dos CMEI ocorre nos seguintes horários: Integral – 0 a 3 anos: 7h às 18h;
Parcial – 4 e 5 anos: Manhã – 7h30 às 11h30 e Tarde das 13h às 17h.
O quadro a seguir contém as informações disponibilizadas pelo gestor e demonstra o quantitativo
de crianças matriculadas no três Centros de Educação Infantil fiscalizados:
Cada Unidade possui disponível 200 vagas (Decreto Municipal nº 2.422, de 23 de junho de 2016,
publicado em 27 de junho de 2016), conforme informado pelo gestor em resposta ao item 7 da
Solicitação de Fiscalização nº 2016002294/01, de 04 de agosto de 2016.
Nesse contexto, restou evidenciado que, no período da fiscalização – agosto/2016, as atividades
desenvolvidas pelos Centros de Educação Infantil em questão atendem ao interesse público.
##/Fato##
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.
3. Conclusão
Observou-se que os Centros Municipais de Educação Infantil – CMEI, possuem estruturas
físicas e recursos humanos necessários ao adequado atendimento de crianças de 0 a 5 anos,
com oferta de 200 vagas para cada Unidade.
Turno Idade HorárioTrilha das
Araucárias
IPE -
Amarelo
Quero-Quero
Aprender
Infantil 1 0 a 1 17 0 0
Infantil 2 1 a 2 21 18 18
Infantil 3 2 a 3 45 44 69
83 62 87
Turno Idade HorárioTrilha das
Araucárias
IPE -
Amarelo
Quero-Quero
Aprender
Manhã 7h:30 às 11h30 29 24 35
Tarde 13h às 17h 41 43 57
Manhã 4 a 5 7h:30 às 11h30 22 35 44
Tarde 13h às 17h 22 24 25
114 126 161
197 188 248Total de crianças matriculadas
CRIANÇAS MATRICULADAS
Integral
Total
7h às 18h
3 a 4Infantil 4
Total
Pré
O atendimento ocorre no período das 7h às 18h, sendo integral para as crianças de 0 a 3
anos e parcial para as de 4 e 5 anos de idade, estas distribuídas em turmas nos períodos da
manhã e tarde.
Durante dos trabalhos de campo foi possível verificar o pleno funcionamento das
atividades dos três CMEI fiscalizados.
Ordem de Serviço: 201602274
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA JUSTICA
Instrumento de Transferência: Convênio - 776748
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 701.800,00
1. Introdução
O presente instrumento de transferência firmado pelo Ministério da Justiça com a Prefeitura
Municipal de São José dos Pinhais, visa à modernização da Guarda Municipal através do
aporte de recursos para aquisição de bens permanentes.
O objetivo desta fiscalização se pautou na verificação do objeto: recebimento, destinação,
tombamento, estado de conservação, uso e alocação atual dos bens adquiridos.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Verificação do objeto do Convênio nº.776748.
Fato
Verificação da execução do convênio n.º 776748/2012 pactuado entre o Ministério da
Justiça e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais cujo objeto é a modernização da
Guarda Municipal através do aporte de recursos para aquisição de bens permanentes e de
consumo tais como: veículos, equipamentos de proteção individual, fardamentos, defesa
civil, equipamentos para academia de ginástica, para que esses profissionais possam exercer
suas atividades com eficiência e eficácia, nos moldes da filosofia preventiva e de atuação
comunitária, no valor total de R$ 701.800,00, sendo de contrapartida de R$ 14.036,00,
assinado em 26/12/2012 e vigência inicial de 26/12/2012 a 26/12/2013, sendo prorrogada até
25/12/2016.
O plano de trabalho original foi reformulado, com autorização do Concedente a partir de
06/11/2013 (Nota técnica MJ/SENASP/CGAPSP N.º 559/2013) em virtude de revisão
detalhada solicitada pela nova gestão de Segurança Pública do Município, tendo como
principais modificações a substituição de 4 veículos do tipo camionete 4x4 por 8 viaturas
mais apropriadas ao patrulhamento e condizentes com os tipos de estradas da região, a
inclusão de equipamentos de academia e a supressão do quantitativo de equipamentos de
proteção individual.
O convenente já executou aproximadamente 80% das aquisições previstas, na sua maioria de
bens permanentes, conforme destacamos a seguir:
Saldo Total Despesas efetuadas Despesas a executar
Material
permanente
Material de
consumo
Material
permanente
Material
de
consumo
701.800,00 550.142,52 6.314,80 16.077,25 129.265,43
Os recursos foram depositados na conta da Caixa Econômica Federal-104 em São José dos
Pinhais, agência 3363-4, conta corrente nº 60002102, nas seguintes datas:
Depositante Data valor
Concedente 03/01/2013 687.664,00
convenente 12/11/2013 14.036,00
O saldo da conta em 04/08/2016 está em R$ 361.716,65 aplicados no fundo FIC
Transferências voluntárias.
Foi realizada visita na sede da guarda municipal de São José dos Pinhais para verificação
dos bens adquiridos, os quais constatamos o seguinte:
- Foram adquiridos 8 veículos de patrulha do modelo FIAT WEEKEND equipados com
rádio comunicador, giroflex e cela na parte traseira.
A totalidade dos veículos foram vistoriados e estavam em serviço de patrulhamento no
município, exceção de uma viatura avariada em acidente, a qual aguarda apuração de
responsabilidades para sua recuperação.
Os bens vistoriados estavam devidamente identificados com os dados do convênio, estando
em perfeitas condições de uso e conservação. Segue abaixo relação dos veículos vistoriados:
Nº. Chassi placa Quilometragem NR DE FROTA
9BD374184F5072350 AZJ8072 15.180 GM63
9BD374184F5073346 AZJ8062 22.240 GM57
9BD374184F5073002 AZJ8071 19.227 GM62
9BD374184F5073436 AZJ8059 32.653 GM58
9BD374184F5073350 AZJ8066 18.058 GM61
9BD374184F5072363 AZJ8070 26.641 GM59
9BD374184F5073339 AZJ8069 18.532 GM64
9BD374184F5073443 AZJ8064 27.659 GM60
- Os demais bens referem-se a equipamentos da academia de ginástica situada nas
instalações da sede da guarda municipal onde são utilizadas no treinamento dos guardas
municipais. Todos os bens estavam em perfeitas condições de uso e portavam etiqueta de
patrimônio da prefeitura.
.
##/Fato##
3. Conclusão
Da fiscalização procedida, verificou-se que os bens adquiridos no âmbito do convênio
foram aplicados de acordo com o Plano de Trabalho aprovado, estavam devidamente
tombados e em perfeitas condições de uso.
Ordem de Serviço: 201602418
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 2.047.271,41
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 1º a 5 de agosto de 2016 e tiveram
por escopo os recursos do Programa/Ação 10305/20AL – Aperfeiçoamento do Sistema
Único de Saúde (SUS)/Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para
Vigilância em Saúde aplicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São José dos Pinhais
nos exercícios de 2015 e 2016 (até 30 de junho).
O objetivo da fiscalização é verificar a gestão dos recursos e insumos federais
descentralizados ao município para a operacionalização das ações de combate ao mosquito
Aedes aegypti, em especial quanto à legalidade, economicidade e eficácia. Para tanto, as
seguintes questões nortearam os exames realizados:
a) os recursos financeiros transferidos pela União ao município têm sido aplicados, de forma
tempestiva, na execução das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti?
b) a gestão das ações realizadas com recursos federais (Pessoal/Capacitação;
Equipamentos/Veículos; Comunicação, Mobilização e Publicidade) tem sido eficaz para a
operacionalização das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti?
c) a gestão dos insumos descentralizados pelo Ministério da Saúde para as ações de combate
ao mosquito Aedes aegypti tem sido eficaz e econômica?
A ação fiscalizada destina-se a promover no município intervenções de notificação,
investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de
informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de
vigilância em saúde.
Tais ações são custeadas com recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde – FNS
repassados para o Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais,
compreendidos no Bloco Vigilância em Saúde, Componente de Vigilância e Promoção da
Saúde.
O total de recursos fiscalizados é de R$ 2.047.271,41 e compreende o saldo inicial da conta
específica acrescido dos valores recebidos pelo município no período de 1º de janeiro de
2015 a 30 de junho de 2016 relativos ao Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde -
PFVPS e ao Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde – PVVPS, ambos do
Componente de Vigilância e Promoção da Saúde, mais os rendimentos auferidos das
aplicações financeiras e os créditos decorrentes de regularizações da conta
corrente/devoluções de adiantamentos no período.
A documentação examinada abrangeu os extratos bancários da conta corrente e de
investimentos do Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais, notas de
empenho, ordens bancárias e notas fiscais, todos referentes ao período de 1º de janeiro de
2015 a 30 de junho de 2016. Foram também verificados os boletins de atividades e relatórios
de visitas domiciliares, além de documentos de controle, relativos ao período escopo dos
exames. Foram obtidas informações com os responsáveis pelas ações de prevenção e
combate ao mosquito Aedes aegypti por meio de entrevistas.
A inspeção física envolveu visita à sede do Departamento de Promoção e Vigilância e às
instalações da Divisão de Saúde Ambiental e da Unidade de Vigilância de Zoonoses,
unidades administrativas pertencentes à estrutura da Secretaria Municipal de Saúde – SMS,
responsáveis pela gestão das ações fiscalizadas. Na oportunidade, foram verificados a
utilização e o controle dos veículos e equipamentos adquiridos, bem como dos insumos
recebidos para a operacionalização das ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes
aegypti.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Tempestividade na aplicação dos recursos públicos federais destinados ao Bloco
Vigilância em Saúde.
Fato
Verificou-se que os recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde – FNS ao Fundo
Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais, relativos ao Bloco Vigilância em
Saúde, foram regularmente transferidos à conta corrente específica na Caixa Econômica
Federal (GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE FNS BLVGS).
Relativamente ao exercício de 2015, o Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos
Pinhais recebeu do Fundo Nacional de Saúde – FNS para as ações do Bloco Vigilância em
Saúde - BVS, Componente de Vigilância e Promoção da Saúde - CVPS, o montante de R$
1.393.688,43, dos quais R$ 919.053,89 destinados ao Piso Fixo de Vigilância e Promoção da
Saúde - PFVPS e R$ 474.634,54 ao Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde –
PVVPS.
Relativamente ao exercício de 2016 (até 30 de junho), o Fundo Municipal de Saúde – FMS
de São José dos Pinhais recebeu do Fundo Nacional de Saúde – FNS para as ações do Bloco
Vigilância em Saúde - BVS, Componente de Vigilância e Promoção da Saúde - CVPS, o
montante de R$ 572.780,96, dos quais R$ 464.280,96 destinados ao Piso Fixo de Vigilância
e Promoção da Saúde - PFVPS e R$ 108.500,00 ao Piso Variável de Vigilância e Promoção
da Saúde – PVVPS.
Constatou-se que os recursos financeiros do Bloco Vigilância em Saúde, enquanto não
utilizados, permaneceram aplicados em fundos de investimento administrados pela Caixa
Econômica Federal e vinculados à conta específica (GOVCONTA-CAIXA
3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE FNS BLVGS). O montante obtido das aplicações
financeiras realizadas no período (de 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016) foi de R$
80.752,02.
Da análise da execução orçamentária do FMS-Bloco de Vigilância em Saúde, constatou-se
que em 2015 foram empenhados e pagos R$ 6.253.793,57, dos quais R$ 793.698,27
destinados às ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti. Por sua vez, em 2016 (até 30
de junho), foram empenhados e pagos R$ 1.758.378,08 para a totalidade das ações do Bloco
Vigilância em Saúde, dos quais R$ 22.270,77 destinados às ações objeto destes exames.
A partir das análises realizadas, observou-se que os recursos do Bloco Vigilância em Saúde
têm sido utilizados de forma tempestiva, fato que se depreende do percentual de execução
financeira obtido em 2015 (82,68%). Relativamente ao exercício de 2016, entende-se que o
percentual de execução financeira obtido (61,81%) apenas reflete uma situação parcial, haja
vista que o cálculo considera tão somente os seis primeiros meses do ano.
Quadro nº 1: Execução Financeira do FMS-BLVGS – 2015/2016 – valores em Reais
Jan-Dez/2015
Saldo Inicial
Aplicado (A)
Total dos Valores
Transferidos pelo
FNS (B)
Total dos
Rendimentos (C)
Somatório das
Receitas
Saldo Final
Aplicado (D)
%
Execução
Financeira
442.453,19 1.393.688,43 59.423,88 1.895.565,50 328.345,28 82,68
Jan-Jun/2016
Saldo Inicial
Aplicado (A)
Total dos Valores
Transferidos pelo
FNS (B)
Total dos
Rendimentos (C)
Somatório das
Receitas
Saldo Final
Aplicado (D)
%
Execução
Financeira
332.221,72 572.780,96 21.328,14 926.330,82 353.809,91 61,81
Fonte: Extrato bancário de 01/01/2015 a 30/06/2016 GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO
JOSE FNS BLVGS; Extrato de fundos de investimento CAIXA FIC ESPECIAL RF LP e CAIXA FIC
PRATICO CP de 01/01/2015 a 30/06/2016 (GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE
FNS BLVGS). ##/Fato##
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Das Despesas Realizadas.
Fato
Da documentação analisada, verificou-se a regularidade das despesas realizadas com os
recursos recebidos do FNS/Bloco Vigilância em Saúde destinados às ações de prevenção e
combate ao Aedes aegypti. Os itens adquiridos e os serviços contratados enquadraram-se nas
naturezas dos objetos previstos: pessoal/capacitação; equipamentos/veículos; comunicação,
mobilização e publicidade.
A partir das informações e dos controles auxiliares disponibilizados pela Divisão de Saúde
Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, verificou-se que no período escopo dos
exames, de 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016, as contratações somaram R$
948.569,04, dos quais R$ 147.258,00 destinaram-se à aquisição de equipamentos de
proteção individual (EPI) e veículos; R$ 788.408,53 para pessoal (agentes de endemias) e
capacitação; e R$ 12.902,51 para comunicação, mobilização e publicidade. Foram
examinados os processos de pagamento dessas contratações e verificou-se a sua adequada
formalização, bem como a regularidade da aplicação dos recursos públicos federais do
Bloco Vigilância em Saúde destinados às ações de combate ao Aedes aegypti.
Nas análises realizadas por amostragem, não foram evidenciadas situações de sobrepreço
nas aquisições. Procedeu-se, em especial, à verificação de preços dos veículos adquiridos,
haja vista que significaram 90% das despesas à conta do item “equipamentos de proteção
individual (EPI) e veículos”, de clara comparabilidade. ##/Fato##
2.2.2. Da Atuação dos Agentes de Combate a Endemias.
Fato
Da análise dos controles existentes, corroborada pela inspeção física realizada, verificou-se
o quantitativo total de 36 servidores que atuam na linha de frente das ações de prevenção e
combate ao Aedes aegypti, os quais compõem equipes de trabalho, cada uma com
supervisor. Foram também verificados os controles de frequência e das atividades
desempenhadas pelos servidores, em especial os relatórios de visitas domiciliares, que
demonstraram atuação eficaz das equipes no período analisado.
Constatou-se que desses 36 servidores, quatorze são funcionários da Prefeitura, todos
agentes de combate a endemias. Os demais vinte e dois são servidores terceirizados,
contratados da MEDSERV Serviços Médicos Hospitalares, CNPJ nº 13.634.620/0001-24,
distribuídos nas seguintes funções: um gerente operacional, três supervisores e dezoito
agentes de controle de vetores.
Observou-se que o contrato de prestação de serviços firmado pelo município com a
MEDSERV, nº 175/2015, decorrente do Pregão nº 124/2015, vige até 04/08/2016. Segundo
informações do Departamento de Promoção e Vigilância, a Prefeitura está providenciando a
contratação de dezoito servidores por concurso público para substituir os funcionários
terceirizados.
Constatou-se que, durante o período sob análise, a equipe participou de capacitações, dentre
as quais destacam-se:
- II Semana de Vigilância de Zoonoses, promovida pela Divisão de Saúde Ambiental do
Departamento de Promoção e Vigilância, no período de 31 de agosto a 4 de setembro de
2015, quando foram capacitados todos os servidores que atuam do departamento;
- 28º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, no período de 4 a 8 de outubro de 2015,
quando foram capacitados três servidores de funções estratégicas;
- Seminário e Mostra Tecnológica de Enfrentamento ao Aedes aegypti e da Epidemia de
Dengue, Zica e Chikungunya, promovido pela Fundação de Desenvolvimento da UNESP,
nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2016, quando foram capacitados dois servidores de funções
estratégicas. ##/Fato##
2.2.3. Dos Insumos e Veículos Utilizados.
Fato
O Departamento de Promoção e Vigilância da Secretaria Municipal de Saúde – SMS prestou
as seguintes informações relacionadas aos insumos utlizados nas ações de combate ao Aedes
aegypti (por meio do Memo nº 478/2016, de 28 de julho de 2016, em resposta à Solicitação
de Fiscalização nº 201602418/01:
- O município acessa o Sistema de Insumos Estratégicos em Saúde – SIES e também registra
o uso de larvicida no Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue – SISPNCD.
Existem controles internos dos estoques, operacionalizados por meio de planilha;
- Não houve atrasos na entrega de insumos, ou entrega parcial, no período escopo dos
exames.
Tais informações foram confirmadas na inspeção física realizada e também por meio do
Relatório de Consumo de Inseticida – focal e perifocal do SISPNCD referente a 2016. Por
sua vez, observou-se que as condições de armazenamento do larvicida são adequadas.
Com relação aos veículos utilizados nas ações de prevencão e combate, verificou-se que as
entradas, saídas e localidades visitadas encontram-se devidamente registradas em
formulários de controle do tipo “diário de bordo”.
Por outro lado, constatou-se que o município possui Plano de Contingência para Controle da
Dengue e Plano de Contingência da Febre do Chikungunya, ambos estabelecidos em janeiro
de 2015. ##/Fato##
2.2.4. Das Ações de Comunicação, Mobilização e Publicidade.
Fato
De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, apresentados no
Relatório Detalhado Quadrimestral – RDQ referente ao 3º quadrimestre de 2015, foram
notificados no período 36 casos de dengue, dos quais restou confirmado apenas um caso não
autóctone (SINAN ficha nº 3567283). Três casos estão sob investigação e os demais 32
casos foram descartados.
De fato, segundo consta do Informe Técnico nº 24 – Período 2015/2016 – Semana
Epidemiológica 31/2015 a 19/2016, emitido pela Superintendência de Vigilância em Saúde
da Secretaria de Estado da Saúde – SESA, São José dos Pinhais compõe o grupo dos 150
municípios paranaenses que não apresentaram nenhum caso autóctone de dengue.
Observou-se que o município instituiu a Sala Municipal de Coordenação e Controle, por
meio do Decreto nº 2.355, de 28 de março de 2016, que, sob a responsabilidade da Divisão
de Vigilância Ambiental do Departamento de Promoção e Vigilância da Secretaria
Municipal de Saúde – SMS, tem por objetivo gerenciar e monitorar a intensificação das
ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti para o enfrentamento da
dengue, do vírus Chinkungunya e do Zika virus. O decreto municipal considerou a Sala
Municipal de Coordenação e Controle prestação de serviço público relevante não
remunerado.
Verificou-se que o município realiza sistematicamente campanhas de conscientização e
orientação aos cidadãos, inclusive com o envolvimento de professores e alunos das
instituições de ensino na sensibilização da população. Tais ações contam com material
gráfico (banners, cartazes e folders) adquirido pela Secretaria Municipal de Saúde – SMS
para informar e educar os cidadãos quanto aos perigos das doenças transmitidas pelo vetor e
à necessidade de hábitos de higiene e limpeza urbana para a sua prevenção. Constatou-se
uma ampla divulgação das ações específicas no website da Prefeitura e na mídia local,
inclusive com cobertura de jornal e rádio.
Dentre as atividades realizadas no período escopo desta fiscalização, destacam-se:
- eventos específicos do Dia “D” de Combate à Dengue realizados no Parque São José em
12 de setembro de 2015, 10 de outubro de 2015, 14 de novembro de 2015 e 12 de dezembro
de 2015;
- ação de prevenção contra dengue, Zica virus, Chicungunya e Gripe H1N1 realizada no
Bairro Ipê em 16 de abril de 2016;
- palestras em escolas, empresas e condomínios residenciais que, em 2016, atingiram
diretamente mais de 5.000 cidadãos. ##/Fato##
3. Conclusão
Constatou-se que o esforço para prevenção e combate ao Aedes aegypti tem sido contínuo e
sistemático em São José dos Pinhais. São realizadas campanhas educativas frequentes junto
à população, visitas domiciliares e palestras de sensibilização em escolas e empresas no
município. Os números oficiais mais recentes apontam apenas um caso confirmado de
dengue no município (não autóctone).
Restou verificada a regularidade das despesas realizadas, no montante de R$ 948.569,04 no
período escopo dos exames, e da gestão financeira dos recursos recebidos do Fundo
Nacional de Saúde – FNS para o Bloco Vigilância em Saúde, Componente Vigilância em
Saúde, no total de R$ 1.966.469,39 no mesmo período.
Verificou-se que as equipes de agentes de endemias, bem como os veículos, equipamentos
e insumos utilizados são suficientes para a execução das ações de prevenção e combate ao
Aedes aegypti no município. Observou-se a existência e efetividade de controles internos
relacionados à salvaguarda dos bens e à fidedignidade das informações.
Ordem de Serviço: 201602497
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE
Montante de Recursos Financeiros: R$ 6.550.000,00
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016,
envolvendo o programa 2015 - Fortalecimento do Sistema Único de Saúde/8933 -
Estruturação de Serviços de Atenção às Urgências e Emergências na Rede Assistencial no
município de São José dos Pinhais, com repasses que totalizaram R$6.550.000,00 no
período de 13/07/2015 a 24/06/2016.
A realização dos trabalhos restringiu-se à avalição da efetividade do funcionamento das
Unidades de Pronto Atendimento – UPA, localizadas no município de São José dos Pinhais,
Estado do Paraná, no que tange à adequação das estruturas físicas (imóveis, móveis,
equipamentos e medicamentos) e de recursos humanos.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Regularidades na transferência de recursos federais para o financiamento de
Unidades de Pronto Atendimento ? UPA 24h.
Fato
Verificou-se, conforme consulta efetuada ao sítio do Fundo Nacional de Saúde-FNS
(www.fns.saude.gov.br), período de julho de 2015 a junho de 2016, que o montante de
recursos repassados pelo Ministério da Saúde para custeio das Unidades de Pronto
Atendimento – UPA 24h, Afonso Pena (Porte 3) e Rui Barbosa (Porte 1) totalizou em R$
6.550.000,00.
Esses recursos federais foram recebidos por uma conta corrente específica do Bloco Média e
Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar, os quais foram transferidos para as contas
correntes específicas das UPA’s 24h Afonso Pena e Rui Barbosa.
As transferências para custeio das UPA’s 24h foram realizadas regularmente, ou seja, não
ocorreram atrasos superiores a 30 dias.
Verificou-se, também, por meio de análise de documentos, extratos bancários, razão
contábil, empenhos pagos e conforme resposta à solicitação de fiscalização nºs
201602497/01, de 28/07/2016 e 201602497/02, de 09/08/2016, que o custeio das UPA’s,
nos últimos doze meses, foi financiado pelos recursos federais e por meio de contrapartida
municipal. Portanto, não houve transferências ou aportes de recursos financeiros pelo estado.
Os valores da contrapartida municipal, no período de 2016 (janeiro a junho) e 2015,
totalizaram, respectivamente, em R$ 3.622.824,17 e R$ 10.485.964,81. Sendo que no
exercício de 2015, o valor total incluiu as despesas de Coordenação e Manutenção das
atividades de Urgência e Emergência, que abrangeu as UPA’s Afonso Pena e Rui Barbosa e
o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU. Isto ocorreu devido à contabilização
dos lançamentos das despesas em uma conta única para essas três unidades. Somente a partir
de 2016, os lançamentos contábeis foram efetuados por conta individualizada.
A seguir demonstrativo dos valores transferidos/aplicados para o custeio das UPA’s Afonso
Pena e Rui Barbosa.
Data Valor C/C CEF nº
3363/006/00000246-
3 UPA Afonso Pena
Valor C/C CEF nº
3363/006/0000245-
5 UPA Rui
Barbosa
Valor Total
UPA’s
Valor Fundo
Nacional de
Saúde-FNS
13/07/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00
11/08/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00
31/08/2015 500.000,00 200.000,00 700.000,00 0,00
10/09/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00
30/09/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00
14/10/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00
23/10/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00
04/11/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00
13/11/2015 0,00 0,00 0,00 600.000,00
18/11/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00
29/12/2015 0,00 0,00 0,00 600.000,00
Total 2015 1.250.000,00 500.000,00 1.750.000,00 2.950.000,00
05/01/2016 0,00 0,00 0,00 162.913,43
14/01/2016 0,00 0,00 0,00 437.086,57
16/02/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 600.000,00
22/02/2016 1.000.000,00 200.000,00 1.200.000,00 0,00
24/02/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00
14/03/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00
18/03/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00
14/04/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00
28/04/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00
11/05/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00
02/06/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00
10/06/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00
24/06/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00
Total 2016 4.000.000,00 800.000,00 4.800.000,00 3.600.000,00
Total 12
Meses
5.250.000,00 1.300.000,00 6.550.000,00 6.550.000,00
##/Fato##
2.1.2. Regularidade no funcionamento do Sistema de Regulação do acesso à saúde
Fato
Verificou-se, com base nas respostas à Solicitação de Fiscalização nºs 201602497/01, de
28/07/2016, e 201602497/02, de 09/08/2016, e das entrevistas dos profissionais das UPA’s
24 h, que o município de São José de Pinhais/PR, por meio da Secretaria Municipal de
Saúde, estruturou e mantém um sistema de regulação do acesso à saúde que inclui as
Unidades de Pronto Atendimento - UPA’s 24 h, Afonso Pena e Rui Barbosa, sob sua gestão
da seguinte forma:
As ações de regulação do acesso à saúde são operacionalizadas por meio da Central de
Regulação Estadual (vagas de internamentos controladas pelo estado), e do Complexo
Regulador (denominado Central de Fluxo pela Secretaria Municipal de Saúde) que é
composto por centrais de regulação:
- Central de Regulação de Urgência: regula o atendimento pré-hospitalar de urgência,
realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU;
- Central de Regulação de Internações: regula o acesso aos leitos e aos procedimentos
hospitalares eletivos e, conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de
urgência;
- Central de Regulação de Consultas e Exames: responsável pela regulação do acesso dos
pacientes a procedimentos ambulatoriais, incluindo consultas, terapias e cirurgias
ambulatoriais.
Para garantir o funcionamento do sistema de regulação do acesso à assistência à saúde, o
município possui duas grades de:
- Referência: as Unidades de Pronto Atendimento - UPA’s 24h constam com hospitais de
retaguarda que oferece atendimento de maior complexidade, com fluxo e mecanismos de
transferência de paciente que são claros e previamente pactuados, mediados pela Central de
Regulação/Central de Fluxo, garantindo o encaminhamento dos casos que extrapolam sua
complexidade de atendimento, configurando, dessa forma, o referenciamento de pacientes.
A referência pode ser secundária (composta por Centro de Especialidades Médicas e
Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s, Afonso Pena e Rui Barbosa) e terciária (composta
por hospitais).
A seguir, quadro demonstrativo das especialidades pela grade de referência:
- Contrarreferência: as Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s 24hs redirecionam os
pacientes para Unidades Básicas de Saúde (centro de saúde, postos de saúde e o Programa
de Saúde da Família), que necessitam de atendimento de menor grau de complexidade. Os
serviços prestados pelas Unidades Básicas de Saúde são: Clínica Médica, Gestação baixo
risco, Ginecologia e Pediatria.
Ressalta-se que as Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s 24hs, Afonso Pena e Rui
Barbosa possuem os serviços de apoio (de 24 horas) diagnóstico de radiologia digital em
suas próprias estruturas, e de patologia que são realizados pelo laboratório municipal da
Secretaria Municipal de Saúde do município de São José de Pinhais
REF SECUNDÁRIA DEMANDA REFERENCIADA
PRINCIPAL OUTROS
IAM-Linha Cuidado UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO
AVC-Linha Cuidado UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO/HC
Trauma-Linha Cuidado HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HAC/HUEC/HUC ROCIO/PAROLIN/HMA
Broncoscopia HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC HAC/HUC/HT/ROCIO
Bucomaxilo HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC/HUC/HT/HAC ROCIO
Cardiologia UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO
Clinica Médica HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA
ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/SANTA
CASA/HCV
Cirurgia Cardíaca Ped CARON HIPP HC
Cirurgia Geral HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HUC/HT ROCIO/HC/HMA/HCV
Cirurgia Ortopédica HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HIPP/HAC ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/HIWM
Cirurgia Pediátrica HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HIPP/HUEC HIWM/HC
Cirurgia Vascular HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC/HT/HUC/HAC ROCIO/STA CASA
Diálise de Emergência CDR - SJP/HMSJP HIPP HIPP/HUC/HUEC/HAC
Endoscopia HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HUC/HT ROCIO/PAROLIN/HC
Gestação alto risco HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/ROCIO/HMA/HUEC/HCGestação baixo risco HOSPITAL SÃO JOSÉ
Ginecologia HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HT ROCIO/PAROLIN/HC
Neuroclinica HOSPITAL SÃO JOSÉ*/ROCIO HUC/HUEC/HIPP/HAC ROCIO/HC/HIWM
Neurocirurgia HOSPITAL SÃO JOSÉ*/ROCIO HUC/HUEC/HT/HIPP/HAC ROCIO/HC
Oftalmologia CENTRO DE ESPECIALIDADES HC/HOP
Ortopedia HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HAC CENTRO DE ESPECIALIDADES ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/STA CASA
Otorrino HAC/HUEC/HUC CENTRO DE ESPECIALIDADES 0018902 HC/HIWM
Pediatria UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA HC/HIWM/HMA
Politrauma Adulto HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HAC ROCIO/PAROLIN/HMA
Psiquiatria
UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA -
CAPS II - 7125313 - CAPS i-7024878 - CAPS
AD- 3709256 C P M
Queimados HUEC
Tomografia HOSPITAL SÃO JOSÉ
HT/HAC/HMSJP/HUEC/HUC/STA
CASA/HC/HIZA/HIPP/HMA
Trauma Pediátrico HOSPITAL SÃO JOSE HAC/HUEC/HIPP ROCIO/PAROLIN/HMSJP/HMA/HT/HUC
UTI adulto HOSPITAL SÃO JOSÉ
HAC/HUEC/HUC/HT/ROCIO/PAROLIN/HC/H
MA/STA CASA/HCV/HSV
UTI infantil HAC/HIPP/HT/HMA/HIWM/HC
UTI neonatal HOSPITAL SÃO JOSÉ
HAC/HT/HUEC/ROCIO/HC/HMA/HC/MATER
DEI
HOSPITAL SÃO JOSÉ* - não possui trombolítico
RMC - GRADE DE REFERÊNCIA DE URGÊNCIA
V - SUDESTE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
HAC/HUEC/HUC
CARON/HIPP/HUEC
ESPECIALIDADEREFERÊNCIA TERCIÁRIA
HAC/HUEC/STA CASA/HSV/HC/HCVROCIO/HC
HUEC/STA CASA/HSV/HC/HCV/HAC
As ferramentas utilizadas para o ordenamento do fluxo de pacientes, entre as Unidades de
Pronto Atendimento- UPA’s 24 hs e os estabelecimentos referenciados, são por meio de:
- Contato telefônico;
- Sistema Winsaúde, utilizado em toda rede de saúde do município, no qual consta o prontuário
e exames dos pacientes; e
- Protocolos de encaminhamento, nos quais são anexados os resumos do quadro clínico e
exames.
O Controle do Fluxo de Pacientes da urgência é efetuado por meio de:
- Levantamento diário de vagas na UTI do Hospital Municipal de São José de Pinhais,
número de pacientes no Pronto Socorro do Hospital de São José, quantidade de pacientes na
sala de emergência e no internamento de cada UPA e nome dos plantonistas;
- Busca de vagas de internamento para pacientes nas unidades de urgência e emergência
hospitalar dentro do município de São José dos Pinhais e em Hospitais conveniados;
- Encaminhamentos de pacientes das unidades básicas para as unidades de urgência e
emergência, sempre fazendo contato prévio com passagem do caso e referenciando quem
solicitou e quem receberá o paciente e em que setor;
- Busca de avaliações médicas (Hospital Municipal São José dos Pinhais e UPA’s Rui
Barbosa e Afonso Pena) para pacientes de urgência e emergência: clínica médica, cirurgia
geral, ortopedia, vascular, neurologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, buco maxilo,
urologia, infectologia, nefrologia e cirurgia torácica;
- Agendamento de consultas especializadas para pacientes de urgência e emergência:
cardiologia, cirurgia geral, dermatologia, infectologia, neurologia, oftalmologia, oncologia,
ortopedia, pneumologia, reumatologia, urologia, cirurgia vascular, hematologia, gastrologia
e proctologia;
- Agendamento de exames de média e alta complexidade para pacientes de urgência e
emergência (Hospital São José: ecodopller, ecocardiograma, ecografia, endoscopia,
espirometria e tomografias com contraste e sem contraste e Medimagem: Ressonância
magnética (APAC e questionário – orientação para quem solicitou todos os itens necessários
para o sucesso do exame);
- Agendamento de exames de eletroencefalograma via Secretaria Municipal de Saúde, pelo
e-mail;
- Solicitações de remoções para transferências extra município;
- Busca ativa de todos os pacientes internados dentro do departamento, (através de mapa de
passagem de plantão das UPA’s que é atualizado diariamente), que estão no aguardo de
algum encaminhamento: avaliação, consulta, transferência, alta, etc.
- Verificação de evolução de pacientes no Centro de Leitos do Município por meio de:
- Solicitação de leitos psiquiátricos na Central de Leitos Psiquiátricos (CLP), bem como a
evolução diária dos mesmos e comunicação das vagas para internamento integral;
abrangendo todos os pacientes psiquiátricos do município de São José dos Pinhais.
- Interação ativa, com os responsáveis do CAPS AD, CAPS TM, CAPS INFANTIL,
assistentes sociais, médicos, enfermeiras das UPA’s Rui Barbosa e Afonso Pena, os
integrantes da Central de Leitos Psiquiátricos (CLP) e os responsáveis pelos internamentos
nos hospitais psiquiátricos de referência do município.
- E-mail diário para responsável da ecografia com o nome, idade, usuário, exame, condição
do paciente até as 13h00min, com cota de 05 exames diários, sendo que os excedentes
devem ser negociados diretamente com o médico da ecografista (de médico para médico).
- Solicitação de pedidos de laudo de tomografias via e-mail;
- Livros de registros que deverão ser alimentados pelo Controle de Fluxo:
1- Exames;
2- Transferências;
3- Avaliações, consultas;
4- Transferências psiquiátricas;
5- Alertas LATIN;
6- Passagem de plantão;
7- Intercorrências durante o plantão;
Os livros/controle, preenchidos pelos enfermeiros do Controle de Fluxo deverão ser
repassados para planilhas eletrônicas, de modo a alimentar o banco de dados do próprio
controle de fluxos, no que se refere à realização dos relatórios mensais.
Os Relatórios mensais do fluxo entre as unidades de urgência e emergência do município
apresentarão os levantamentos de exames, encaminhamentos, internamentos, transferências,
avaliações, consultas, dados estes que são cruzados com os dados obtidos no Departamento
de Auditoria.
As solicitações de transporte ao rádio operador, deverão ser realizadas de maneira a garantir
a remoção do paciente, o horário em que esta remoção será realizada será negociada entre o
controle de fluxo e o setor de transporte, respeitando as possibilidades do setor de transporte
e os agendamentos do controle de fluxo.
A seguir, o Fluxograma do atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento-UPA’s 24h,
Afonso Pena e Rui Barbosa.
Sendo assim, conclui-se que a regulação do acesso é adequada tendo em vista que:
Existe um complexo regulador que ordena o fluxo de atendimento dos pacientes das
UPA’s 24h dentro do município/região.
SALA DE ESPERA
RECEPÇÃO
Profissional realiza Acolhimento e cadastro do usuário
SALA DE TRIAGEM
Enfermeiro realiza a Classificação de Risco seguindo o Protocolo de Manchester
EMERGÊNCIA
MUITO URGENTE
URGENTE
POUCO URGENTE
NÃO URGENTE
PROTOCOLO DE MANCHESTER
DIRECIONAMENTO
Usuário classificado como:
NÃO URGENTE
POUCO URGENTE
URGENTE Usuário classificado como:
EMERGÊNCIA
MUITO URGENTE
SALA DE EMERGÊNCIA
SALA DE ESPERA
ATENDIMENTO MÉDICO
Clínico ou Pediátrico Usuário Estabilizado
SIM NÃO
INTERNAMENTO
Observação Feminina Observação Masculina
SALA DE EMERGÊNCIA
Alta para Residência
SIM NÃO
Manter Internamento até a Transferência para
Serviço Hospitalar
Usuário cadastrado na C.L.P. ou C.L.M. e Central de Fluxos Municipal
Melhora Clínica
Melhora Clínica
SIM NÃO
Transferência com urgência para Serviço Hospitalar
Usuário cadastrado na C.L.M. e Central de Fluxos Municipal
Encaminhamentos: Soroterapia ou Observação Pediátrica; Avaliação Psiquiátrica; Solicitação de exames laboratoriais e/ou
imagem (externos); Solicitação de Raio X ou ECG (internos); Internamento; Sala de Emergência; Alta para residência.
FLUXOGRAMA UPAs
Todos os pacientes das UPA’s que necessitam de atendimento em outros
estabelecimentos de maior complexidade (hospitais) são encaminhados por meio da
central de regulação/fluxo.
Em geral, a permanência de pacientes nas UPA’s por períodos não é superior a 24
horas, embora, casos isolados ocorreram em relação aos pacientes psiquiátricos que
permaneceram por um período maior, devido à ausência de vagas nos hospitais
psiquiátricos.
##/Fato##
2.1.3. Existência de cursos de capacitação aos profissionais das UPA?s 24h
Fato
Com base nas entrevistas dos profissionais das Unidades Pronto Atendimento – UPA’s,
Afonso Pena e Rui Barbosa, e listas de presença, verificou-se que houve cursos de
capacitação na área de urgência e emergência para os profissionais que atuam no
atendimento às UPA’s.
A seguir, quadro demonstrativo dos cursos realizados no período de agosto de 2015 a julho
de 2016.
Curso Data Público Alvo
Emergências pediátricas 22/08/2015 Enfermeiros
Desinfecção de materiais 07/10/2015 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Emergências pediátricas 24/10/2015 Técnicos e auxiliares de
enfermagem
Atendimento Pré-
hospitalar
Turma 1 e 2,
respectivamente em 09
e 10/11/2015
Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Desinfecção de
Ambulâncias
Turma 1 e 2,
respectivamente em 18
e 21/01/2016
Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Emergências
Psiquiátricas
30/01/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem e condutor
Desinfecção de materiais 29/03/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Queimaduras 30/03/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Ventilação mecânica Turma 1 e 2,
respectivamente em 02
e 03/04/2016
Médicos e enfermeiros
Triagem pediátrica 07/04/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Ventilação mecânica Turma 1 e 2,
respectivamente em 09
e 10/04/2016
Médicos e enfermeiros
Queimaduras 20/04/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Orientações sobre Gripe
H1N1
Turma 1 e 2,
respectivamente em 26
e 28/04/2016
Turma 1 e 2,
respectivamente em 09 e
10/04/2016
Emergências
Psiquiátricas
04/05/2016 Psicólogos, Assistentes
Sociais, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de
enfermagem
Imobilizações em vítimas
de trauma
Turma 1 e 2
respectivamente, 17 e
18/05/2016
Médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de
enfermagem
Higienização de serviços
de saúde
Turma 1 e 2,
respectivamente em 18
e 19/05/2016
Profissionais da
higienização
Manuseio de bombas de
infusão
30/05/2016 Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de
enfermagem
Simulado de atendimento
a múltiplas vítimas
08/07/2016 Médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de
enfermagem
Atendimento ao trauma Turma 1 e 2,
respectivamente em 20
e 21/07/2016
Médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de
enfermagem
##/Fato##
2.1.4. Ausência de informações acerca do atendimento da recomendação proposta no
Relatório de Fiscalização ? OS 201411180, de 2014, envolvendo a propriedade privada
do terreno que contém a construção da UPA Afonso Pena.
Fato
A Unidade de Pronto Atendimento – UPA, denominada Afonso Pena, localizada no
município de São José dos Pinhais/PR, foi objeto de fiscalização no exercício de 2014, tendo
como resultado os fatos apontados no Relatório de Fiscalização – 201411180.
Verificou-se, na ocasião, que parte da edificação havia sido construída sobre área de
propriedade particular da AXE-IMÓVEIS LTDA, mais precisamente sobre área de
2.143,26m2, registrada na matrícula nº 67.984, do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de
São José dos Pinhais, Estado do Paraná, conforme descrito no apontamento que integra o
Relatório de Fiscalização nº 201411180, trecho a seguir transcrito, contendo o histórico da
mencionada matrícula:
“O terreno que abriga a Unidade de Pronto Atendimento - UPA Afonso Pena, é constituído
pela quadra nº 3 da planta Jardim Americano, situada na Colônia Afonso Pena, Município
de São José dos Pinhais, registrada originalmente em 28 de agosto de 2007, na matrícula
de nº 48.051 do livro 2, do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais,
Estado do Paraná de propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA - CNPJ
76.556.752/0001-03.
Depreende-se da documentação apresentada, que a quadra nº 3 foi desmembrada em duas
áreas resultando na matrícula nº 67.983, com 5.066,74m² e na matrícula nº 67.984 da área
remanescente do terreno, com 2.143,26m².
A área com 5.066,74m² foi desapropriada pelo Município de São José dos Pinhais por meio
de Escritura Pública de Desapropriação Amigável, lavrada nas notas do 1º Serviço
Notarial da cidade de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, em 18 de dezembro de 2009,
às fls. 141, do livro 835. A desapropriação ocorreu por declaração de utilidade pública
destinada à construção da Unidade de Pronto Atendimento.
A área com 2.143,26m², registrada na matrícula 67.984 do mesmo Registro Imobiliário,
manteve-se na propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA, de acordo com a cópia da
matrícula encontrada à fl. 21 do processo de licitação da obra. ”
Consta ainda, no mesmo apontamento a ausência do atestado de conclusão da obra (habita-
se), conforme os trechos a seguir transcritos:
“Também em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201411180-01, de 16 de setembro
de 2014, envolvendo questionamento acerca do habite-se da construção, o Diretor de
Divisão do Departamento de Gestão Urbana – Secretaria Municipal de Urbanismo de São
José dos Pinhais, informou o que segue, nos termos da Declaração 01/24 – DIFIS, datada
de 18 de setembro de 2014:
“Informo que até a presente data não foi solicitada pela empresa SIAL CONSTRUÇÕES
CIVIS LTDA a CVCO (Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras), referente ao alvará
de Construção n 165/2014, (UPA – Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena), situado
na Professor Paulo Freire, 470 – Parque da Fonte – São José dos Pinhais/PR, referente ao
item 1.2.10. ”
Saliente-se ainda que o habite-se da obra emitido pela Prefeitura constitui documento
indispensável para existência do imóvel no mundo jurídico, exigido para averbação da
construção na matrícula do imóvel. Além disso, constitui o atestado de conclusão da obra e
de que a construção seguiu todas exigências da legislação municipal, mormente aquelas
relacionadas às questões de segurança e saneamento. ”
Do apontamento relatado resultaram duas recomendações ao órgão supervisor do programa,
para as quais não há informações acerca do atendimento, ainda em monitoramento no
âmbito da CGSAU/SFC/CGU.
Diante disto, foi solicitado ao gestor, nos termos do item 5 da Solicitação de Fiscalização nº
201602497/01, de 28/07/2016, o que segue:
“5 – Informar se houve demanda do Ministério da Saúde objetivando o cumprimento das
seguintes recomendações, emitidas por ocasião da fiscalização realizada nesse município
no período de 09/09/2014 a 19/09/2014, objeto do Relatório de Fiscalização - OS
201411180, envolvendo a UPA Porte III, denominada “Afonso Pena”:
“Recomendação:
Notificar o gestor local para que apresente a documentação comprobatória da ocupação
pacífica e regular do terreno, bem como o exercício pleno dos poderes inerentes à
propriedade, à posse ou ao uso do imóvel onde foi implantada a UPA 24h.”
“Recomendação:
Notificar o gestor local para que apresente atestado de conclusão da edificação da
unidade, assinado pelo gestor local e por profissional habilitado pelo CREA ou CAU.”
Por oportuno, disponibilizar a documentação mencionada nas recomendações acima
transcritas. ”
A solicitação foi reiterada por meio dos esclarecimentos constantes do item 11 da
Solicitação de Fiscalização nº 201602497/02, de 08/08/2016, conforme segue:
“11- Relativamente ao item 5 da Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de
28/07/2016, informamos que a recomendação refere-se à área de 2.143,26m², registrada na
matrícula nº 67.984 do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais,
Estado do Paraná de propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA - CNPJ
76.556.752/0001-03, que integra a área total na qual encontra-se construída a UPA Afonso
Pena. ”
Não houve manifestação do gestor e tampouco a disponibilização dos documentos
solicitados até a conclusão do presente relatório.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte
manifestação acerca dos fatos relatados:
“A UPA - Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena foi construída sobre área
desapropriada pelo Município de São José dos Pinhais, de forma amigável, em 18 de
dezembro de 2009.
Não obstante a desapropriação ter sido efetivada e concluída antes do início das
construções da citada unidade de saúde, recentemente chegou ao conhecimento do
Município de que, supostamente, parte da referida edificação estaria sobre área particular,
de propriedade de AXE IMÓVEIS LTDA.
Desta feita, visando apurar os fatos noticiados, o Município deflagrou o competente
Processo Administrativo, bem como, a Procuradoria Geral do Município solicitou que a
Secretaria Municipal de Urbanismo realizasse levantamento topográfico da Construção da
UPA do Afonso Pena, sobrepondo a nova planta ao levantamento topográfico realizado
para efetivar a desapropriação amigável, conforme documentos em anexo, a fim de eliminar
quaisquer dúvidas sobre os questionamentos em questão, e até mesmo para possibilitar a
adoção das medidas corretivas em caso de constatação de eventual equívoco na construção.
Assim, tão logo as diligências e procedimentos iniciados sejam concluídos, caso
realmente sejam constatados equívocos na construção da UPA do Afonso Pena,
especificamente sobre parte da edificação estar sobre área particular, serão adotadas todas
as medidas necessárias para a devida regularização da situação. (doc. em anexo).” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
De acordo com as informações prestadas pelo gestor, somente agora estão sendo adotadas
providências visando sanar a recomendação proposta no Relatório de Fiscalização - OS
201411180, decorrente dos trabalhos realizados por este órgão de controle no período de
09/09/2014 a 19/09/2014.
O gestor não prestou informações acerca do recebimento de eventual notificação do
Ministério da Saúde. ##/AnaliseControleInterno##
2.1.5. Ausência de medicamentos obrigatórios nas farmácias e estoques das Unidades
de Pronto Atendimento do município de São José dos Pinhais.
Fato
Em inspeção física realizada nas Unidades de Pronto Atendimento – UPA, denominadas
“Afonso Pena” e “Rui Barbosa”, no Município de São José dos Pinhais, Estado do
Paraná, observou-se o que segue em relação à disponibilidade de medicamentos
obrigatórios nas unidades de urgência, tendo como referência a relação constante do item
2.6 – da Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 2002.
Fonte: Inspeção "in loco" nas dependências das UPA; Documento intitulado
"Movimentação de Insumos" e Relação Municipal de Medicamentos Essenciais - Remune
* Consta dos estoques das duas UPA o medicamento denominado Cloranfenicol +
Colagenase – Pomada.
UPA Afonso
Pena
UPA Rui
Barbosa
UPA Afonso
Pena
UPA Rui
Barbosa
Bupivacaína Não Não Não Não Não
Cloranfenicol* Não Não Não Não Não
Cloridrato de
Hidralazina NãoNão Não Não Não
Codeína Não Não Não Não Não
Metildopa Sim Não Não Não Sim
Nifedipina Sim Não Sim Não Sim
Sais para
reidratação oralSim Não Sim Sim Sim
Medicamentos Existentes
nas Farmácias das UPA
Medicamentos Relacionados
nos Estoques das UPAMedicamento Remune
A maioria dos medicamentos indicados no quadro acima, que compõem uma amostra de
54 fármacos inspecionados, não foram encontrados nas farmácias das Unidades de
Pronto Atendimento - UPA do município fiscalizado.
O documento intitulado “Movimentação de Insumos” – controle de estoque das UPA
disponibilizado pelo gestor em resposta ao item 5 da Solicitação de Fiscalização nº
201602497/02, igualmente não contém os referidos medicamentos à exceção da
“Nifedipina” e “Sais para reidratação oral”, indicados no estoque da UPA Afonso Pena e
“Sais para reidratação oral” no estoque da UPA Rui Barbosa.
Outra situação constatada diz respeito ao fármaco “Metildopa” encontrado na farmácia
da UPA Afonso Pena que, no entanto, não foi identificado no respectivo controle de
estoque da Unidade.
Á exceção dos três medicamentos citados (Nifedipina/Nifedipino, Sais para reidratação
oral e Metildopa), encontrados na farmácia da UPA Afonso Pena, os demais também não
constam da “Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – RENUME”, o que
demonstra que o município fiscalizado não os utiliza nas unidades de urgência.
Em entrevista realizada com os coordenadores das UPA, todos negaram o
desabastecimento recorrente de medicamentos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte
manifestação acerca dos fatos relatados:
“O Município utiliza-se de alguns medicamentos da RENUME, sendo que tal utilização dos
medicamentos constantes da RENUME não significa ausências de medicamentos. Posto que
utiliza-se de outro medicamento com princípio ativo semelhante, o qual também é
obrigatório. Assim sendo nenhum paciente fica sem o fornecimento de medicamentos
obrigatórios.
Portanto, há por parte do Município garantia do acesso ao medicamento para
tratamento da comunidade.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor informou que utiliza “medicamento com princípio ativo semelhante, ...” àqueles
não encontrados na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – RENUME, no
entanto, não informou quais seriam esses medicamentos que, segundo ele, também são
obrigatórios.
O gestor não se manifestou acerca dos medicamentos não encontrados nas UPA, por ocasião
da inspeção física, e também nos respectivos estoques, conforme relação constante do
documento intitulado “ Movimentação de Insumos”. ##/AnaliseControleInterno##
2.1.6. Indicadores
Fato
Com base nas informações disponibilizadas pela unidade fiscalizada, em resposta à
Solicitação de Fiscalização nº 201602497/001, de 28 de julho de 2016, envolvendo o
atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento denominadas “Rui Barbosa”- Porte I e
“Afonso Pena” – Porte III, foram calculados os seguintes indicadores quantitativos de
avaliação:
1 - Tempo médio de espera para atendimento em cada uma das categorias de risco.
Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016 –
UPA Rui Barbosa.
Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016 –
UPA Afonso Pena.
2 – Quantidade de pacientes classificados em cada uma das categorias de risco.
Prioridade
Clínica
Classificação
de Risco
Tempo - Protocolo
Manchester
Tempo médio
de espera
Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 8 minutos
Muito Urgente Laranja 10 minutos 13 minutos
Urgente Amarelo 60 minutos 16 minutos
Pouco Urgente Verde 120 minutos 24 minutos
Não Urgente Azul 240 minutos 54 minutos
- 46 minutos
UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016
Não Informado
Prioridade
Clínica
Classificação
de Risco
Tempo - Protocolo
Manchester
Tempo médio
de espera
Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 10 minutos
Muito Urgente Laranja 10 minutos 12 minutos
Urgente Amarelo 60 minutos 24 minutos
Pouco Urgente Verde 120 minutos 90 minutos
Não Urgente Azul 240 minutos 66 minutos
- 65 minutos
UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016
Não Informado
Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016– UPA
Rui Barbosa.
Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016– UPA
Afonso Pena.
3 –Indicadores de quantidade média de atendimento e produtividade.
Fonte: Relação de atendimentos – julho/2016 (item 2.2 da resposta à Solicitação de Fiscalização nº
201602497/01, de 28/07/2016); “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos.
Os padrões mínimos de referência para o funcionamento adequado das Unidades de Pronto
Atendimento – UPA, foram estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 342/2013. Para um mês
com 31 dias, os quantitativos de horas e atendimentos mínimos são os que seguem:
Prioridade ClínicaClassificação
de Risco
Quantidade de pacientes
classificados em cada categoria
Emergência Vermelho 65
Muito Urgente Laranja 146
Urgente Amarelo 704
Pouco Urgente Verde 3582
Não Urgente Azul 3707
12
UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016
Não Informado
Prioridade ClínicaClassificação
de Risco
Quantidade de pacientes
classificados em cada categoria
Emergência Vermelho 110
Muito Urgente Laranja 234
Urgente Amarelo 2560
Pouco Urgente Verde 8677
Não Urgente Azul 169
204
UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016
Não Informado
Dados Índices Dados Índices
Quantidade média de atendimentos diáriosTotal de atendimentos no mês/quantidade de dias no
mês8.213/31 264,94 10.909/31 351,90
Quantidade média de atendimentos no
turno diurno
Total de atendimentos no turno diurno mês/quantidade
de dias no mês3.208/31 103,48 7.550/31 243,55
Quantidade média de atendimentos no
turno noturno
Total de atendimentos no turno noturno mês/quantidade
de dias no mês5.005/31 161,45 3.359/31 108,35
Produtividade média da UPA 24h Quantidade de atendimentos realizados no mês/HH de
médicos no mês8.213/4.762 1,72 10.909/4.609 2,37
RUI BARBOSA AFONSO PENA
Unidades de Pronto Atendimento - UPA
Fórmula dos IndicadoresIndicadores
As horas trabalhadas e atendimentos realizados, diários e mensal, das UPA examinadas
encontram-se consolidadas no quadro a seguir:
Da comparação dos indicadores com os padrões mínimos dos Portes das UPA Rui Barbosa -
Porte I e Afonso Pena - Porte III, de acordo com o estabelecido na Portaria GC/MS
342/2013, pode-se concluir que:
1 - A Unidade Rui Barbosa (reformada e ampliada), embora implementada como Porte I,
funciona efetivamente como UPA Porte II, de acordo com os padrões mínimos
estabelecidos, à exceção do quantitativo de atendimentos/hora, cujo padrão é de 3,47
pacientes por médico/hora e a UPA, em tese, realiza apenas 1,72 - aproximadamente 2
pacientes médico/hora.
2- A Unidade Afonso Pena – Porte III, da mesma forma, realiza 2,37 atendimentos
médico/hora, quando o padrão para o mesmo porte é de 3,24 pacientes médico/hora.
O assunto é objeto de apontamento específico deste relatório.
Noutro ponto, relativamente à questão de permanência de pacientes nas UPA por períodos
superiores a 24h, dos seis coordenadores entrevistados, quatro responderam que a falta de
vagas psiquiátricas nas instituições de referência são as principais causas de permanência de
pacientes nas Unidades, mas apenas um respondeu que interferem no atendimento.
Os profissionais estão cientes das regras que norteiam a permanência de pacientes nas UPA,
conforme demonstrado no rol de dificuldades e propostas de solução entregues à equipe de
fiscalização, entre as quais destacam-se a falta de leitos psiquiátricos e de leitos em Unidade
de Terapia Intensiva pediátrica, conforme segue:
Unidade de Pronto
Atendimento
HH mínimo
(por dia)
HH
mínimo
(por mês)
Média de
atendimentos médicos
realizados no mês
Média de
atendimentos
médicos em 24h
Quantidade mínima de
atendimentos médicos
por hora
UPA Porte I 48 1488 4650 150 3,13
UPA Porte II 72 2232 7750 250 3,47
UPA Porte III 108 3348 10850 350 3,24
Quantitativos de Horas e Atendimentos aplicaveis às UPA 24h - mês com 31 dias
Unidade de Pronto
AtendimentoHH (dia)
HH (mês - 31
dias)
Média de atendimentos
médicos realizados no
mês
Média de atendimentos
médicos em 24h
UPA Rui Barbosa - Porte I 154 4762 8213 265
UPA Afonso Pena - Porte III 149 4609 10909 352
jul/16
Quantitativos de Horas e Atendimentos aplicaveis às UPA 24h - mêscom 31 dias
“Dificuldades
Identificação pelas Upas de situações complexas no âmbito saúde e social que incluem
pacientes sem referências familiares, acompanhantes, internamentos de caráter social
- Demanda reprimida das Unidades Básicas de Saúde
- Falta de leitos para pacientes com doenças psiquiátricas
- Falta de Leitos em UTI pediátrica
- Repasse de recursos insuficientes para manter as UPAs conforme exigência do
Ministério da Saúde.
Sugestões
- Fortalecimento das unidades básicas de saúde
- Incentivar junto ao Estado a oferta de vaga para pacientes com problemas
psiquiátricos;
- Incentivar junto ao Estado o aumento de vagas de UTI Pediátrica;
- Aumento de repasse de recursos para manter as UPAs;
- Disponibilização de recursos pelo Estado para manter as UPAs;
- Disponibilizar recursos para aquisição de equipamentos necessários para as
UPAs;
- Disponibilizar recursos de incentivo das UPAs conforme produção e atividades
desenvolvidas em cada UPA, não baseando apenas em quantidade de população a ser
atendida, incentivando assim a qualidade dos serviços prestados.”
##/Fato##
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Cartões pontos contendo inconsistências nos registros da jornada de trabalho,
ausência da identificação dos locais da prestação de serviços, da assinatura do
profissional, do mês e ano da execução dos serviços.
Fato
A gestão municipal das Unidades de Pronto Atendimento – UPA, denominadas Rui Barbosa
(Porte I) e Afonso Pena (Porte III), utiliza serviços médicos prestados por servidores
concursados do município, bem como terceirizados, contratados da empresa HYGEA
GESTÃO & SAÚDE LTDA.
O Anexo I da Portaria nº 342, de 4 de março de 2013, do Ministério da Saúde, estabelece os
quantitativos mínimos de médicos por turno de 12h cada (diurno e noturno), aplicáveis às
Unidades de Pronto Atendimento classificadas de acordo com os respectivos Portes I, II e
III, conforme segue:
PORTES DAS
UPA 24h
NÚMERO MÍNIMO DE
MÉDICOS DAS 7HS ÀS 19HS
NÚMERO MÍNIMO DE
MÉDICOS 19HS ÀS 7HS
Porte I 2 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas)
Porte II 4 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas)
Porte III 6 médicos ( X 12 horas) 3 médicos ( X 12 horas)
A adequação da força de trabalho nas UPA, considerando os quantitativos mínimos de
médicos e a disponibilidade da prestação dos serviços de urgência e emergência durante
24h, pode ser medida a partir da quantidade de homem-hora (HH) representando os padrões
mínimos para os respectivos portes das UPA, conforme quadro a seguir:
Em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28 de julho de 2016, o
gestor disponibilizou os cartões pontos dos médicos, a escala de trabalho, bem como a
planilha de controle de execução dos serviços médicos terceirizados.
Da verificação e confronto dos dados constantes dos cartões pontos e das planilhas de
controle de execução dos serviços terceirizados, denominada “Fechamento Médico –
julho/2016”, constatou-se as seguintes situações:
a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;
b) Cartões pontos com registros de entradas e saídas no mesmo horário;
c) Cartões pontos com registros manuais;
d) Horas identificadas no “Fechamento Médico – julho/2016” sem os correspondentes
registros nos cartões pontos;
e) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente
identificação no “Fechamento Médico – julho/2016”;
f) Ausência de cartões pontos de médicos relacionados no “Fechamento Médico –
julho/2016”;
g) Cartões incompletos, cópias entregues sem a coluna “saída”.
PORTES DAS
UPA 24h
NÚMERO MÍNIMO DE
MÉDICOS DAS 7HS ÀS 19HS
NÚMERO MÍNIMO DE
MÉDICOS 19HS ÀS 7HS
HH
mínimo
(por dia)
Porte I 2 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas) 48
Porte II 4 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas) 72
Porte III 6 médicos ( X 12 horas) 3 médicos ( X 12 horas) 108
Para o levantamento dos quantitativos de horas e de médicos de cada unidade, considerou-
se os profissionais e respectivas jornadas de trabalho constantes das planilhas “Fechamento
Médico – julho/2016”, validados pelos correspondentes registros constantes dos cartões
pontos disponibilizados, que representam as jornadas efetivamente trabalhadas - escopo
julho/2016.
No cálculo das horas trabalhadas e do quantitativo de profissionais médicos, foram
computadas apenas as ocorrências elencadas nas letras “c” (baixa materialidade diante do
universo dos dados analisados), porque de alguma forma possibilitou a aferição da jornada,
e “e” porque se trata de registro efetivo no cartão ponto - documento legítimo para aferição
da jornada de trabalho, passível de equívoco do controle de execução - “Fechamento
Médico – julho/2016”.
As escalas de trabalho dos médicos das UPA são formadas por dois turnos diurnos de 6
horas cada - 7h às 13h e 13h às 19h e um noturno de 12h - 19h às 7h. O quantitativo de
médicos, da mesma forma, reflete o número efetivo de profissionais que atuaram no período
nos diferentes turnos e nas três jornadas previstas nas escalas: profissionais diferentes
trabalhando em turnos diurnos distintos (6h cada), mesmos profissionais trabalhando dois
turnos de 6h (12h), etc.
Assim, a fim de verificar se os serviços prestados atenderam aos quantitativos mínimos
previstos para cada turno (diurno e noturno), foram calculados os totais de horas e de
profissionais médicos, em termos percentuais, com base nos padrões estabelecidos na
Portaria GM/MS nº 342/2013, para cada Porte das UPA examinadas.
Não obstante as ocorrências apontadas, não computadas no cálculo das horas, respeitados os
respectivos parâmetros de cada Porte - I e III, observou-se, de maneira geral, que houve
superação dos quantitativo mínimos de homem-hora em ambas as UPA examinadas, mesmo
com a exclusão dos citados eventos identificados, conforme resumido nos quadros a seguir:
Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Rui Barbosa.
Total mínimo de horas diárias: (2 médicos x 12h) + (2 médicos x 12h) = 48h Quantidade mínima de horas no turno diurno: 2 médicos x 12h = 24h (24/48x100% = 50%)
Quantidade mínima de horas no turno noturno: 2 médicos x 12h = 24h (36/48x100%= 50%)
Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Clínica 96 96 80 108 108 90 90 78 102 96 102 96 102 96 96 84 96 102 108 102 90 96 84 84 102 102 90 96 96 80 96 2944
Emergência 12 24 24 12 12 12 12 12 24 24 12 24 12 12 12 12 24 12 12 12 12 12 24 24 12 12 12 12 0 12 18 462
Pediatria 36 48 48 36 48 24 48 36 48 30 48 48 48 36 48 36 48 48 36 48 48 48 48 54 48 48 36 48 36 54 42 1356
Total de horas
trabalhadas por dia144 168 152 156 168 126 150 126 174 150 162 168 162 144 156 132 168 162 156 162 150 156 156 162 162 162 138 156 132 146 156 4762
Qtd horas diurno 72 84 76 78 84 63 75 63 87 75 81 84 81 72 78 66 84 81 78 81 75 78 78 81 81 81 69 78 66 73 78 2381
Qtd mínima de horas
noturno72 84 76 78 84 63 75 63 87 75 81 84 81 72 78 66 84 81 78 81 75 78 78 81 81 81 69 78 66 73 78 2381
Quantitativo de horas por dia - Julho/2016 Total de horas
trabalhadas no
mês
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO RUI BARBOSA - UPA PORTE I
Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Rui Barbosa.
Total mínimo de médicos por dia: 4 médicos
Quantidade mínima de médicos no turno diurno: 2 médicos (2/4 x100% = 50%)
Quantidade mínima de horas no turno noturno: 2 médicos (2/4x100%= 50%)
Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Afonso Pena.
Total mínimo de horas diárias: (6 médicos x 12h) + (3 médicos x 12h) = 108h Quantidade mínima de horas no turno diurno: 6 médicos x 12h = 72h (72/108x100% = 67%)
Quantidade mínima de horas no turno noturno: 3 médicos x 12h = 36h (36/108x100%= 33%)
Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Afonso Pena.
Total mínimo de médicos por dia: 9 médicos
Quantidade mínima de médicos no turno diurno: 6 médicos (6/9 x100% = 67%)
Quantidade mínima de horas no turno noturno: 3 médicos (3/9x100%= 33%)
No tocante ao conteúdo dos cartões pontos, constatou-se ainda que não há identificação das
respectivas UPA e tampouco da confirmação dos registros realizados no mês por meio da
assinatura dos profissionais (médicos). Em muitos cartões não há sequer o período
trabalhado (mês/ano).
Em relação aos enfermeiros a análise teve como referência as escalas de trabalho
confrontadas com os cartões pontos disponibilizados. As situações identificadas, em alguns
casos, são basicamente as mesmas encontradas na avaliação documental dos médicos:
a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;
b) Cartões pontos com registros manuais;
c) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente
identificação do profissional na Escala de Trabalho – julho/2016”;
Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Clínica 10 9 11 12 11 11 11 9 14 10 12 8 10 11 12 10 10 12 10 11 13 10 11 10 12 10 11 11 11 11 11
Emergência 1 2 2 1 1 1 1 1 2 2 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 0 1 2
Pediatria 4 5 5 3 4 2 4 4 4 3 4 4 4 3 4 4 5 4 3 4 4 5 4 5 4 4 3 4 4 4 4
Total de médicos por
dia 15 16 18 16 16 14 16 14 20 15 17 14 15 15 17 15 17 17 14 16 18 16 17 17 17 15 15 16 15 16 17
Dirno 7,5 8 9 8 8 7 8 7 10 7,5 8,5 7 7,5 7,5 8,5 7,5 8,5 8,5 7 8 9 8 8,5 8,5 8,5 7,5 7,5 8 7,5 8 8,5
Noturno 7,5 8 9 8 8 7 8 7 10 7,5 8,5 7 7,5 7,5 8,5 7,5 8,5 8,5 7 8 9 8 8,5 8,5 8,5 7,5 7,5 8 7,5 8 8,5
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTORUI BARBOSA - UPA PORTE I
Quantitativo de médicos por dia conforme cartão ponto - Julho/2016
Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Clínica 90 66 48 119 78 78 90 102 60 66 114 84 66 72 120 84 96 125 102 113 102 108 96 83 126 120 89 120 102 78 72 2869
Emergência 0 24 24 18 12 12 24 0 24 24 6 12 12 24 0 24 12 18 12 12 24 12 24 24 18 12 12 24 0 24 24 492
Pediatria 36 42 36 30 48 48 48 42 24 48 30 54 48 54 42 42 36 18 54 36 54 42 54 24 30 48 54 36 18 42 30 1248
Total de horas
trabalhadas por dia 126 132 108 167 138 138 162 144 108 138 150 150 126 150 162 150 144 161 168 161 180 162 174 131 174 180 155 180 120 144 126 4609
Qtd horas diurno 84 88 72 112 92 92 109 96 72 92 101 101 84 101 109 101 96 108 113 108 121 109 117 88 117 121 104 121 80 96 84 3088,03
Qtd mínima de
horas noturno42 44 36 55 46 46 53 48 36 46 50 50 42 50 53 50 48 53 55 53 59 53 57 43 57 59 51 59 40 48 42 1520,97
Total de horas
trabalhadas no
mês
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO AFONSO PENA - UPA PORTE III
Quantitativo de horas por dia - Julho/2016
Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Clínica 9 7 10 11 7 7 10 9 7 7 11 8 6 7 11 9 10 13 9 13 13 10 8 8 14 12 10 14 12 10 8
Emergência 0 1 2 1 1 1 2 0 1 2 1 1 1 2 0 2 1 2 0 1 2 1 1 2 2 1 1 2 0 1 2
Pediatria 4 5 5 5 5 6 5 4 3 5 4 4 5 6 6 4 4 2 5 3 7 4 6 3 4 5 5 4 3 5 3
Total de
médicos por dia 13 13 17 17 13 14 17 13 11 14 16 13 12 15 17 15 15 17 14 17 22 15 15 13 20 18 16 20 15 16 13
Qtd médicos
diurno8,71 8,71 11,4 11,4 8,71 9,38 11,4 8,71 7,37 9,38 10,7 8,71 8,04 10,1 11,4 10,1 10,1 11,4 9,38 11,4 14,7 10,1 10,1 8,71 13,4 12,1 10,7 13,4 10,1 10,7 8,71
Qtd médicos
noturno4,29 4,29 5,61 5,61 4,29 4,62 5,61 4,29 3,63 4,62 5,28 4,29 3,96 4,95 5,61 4,95 4,95 5,61 4,62 5,61 7,26 4,95 4,95 4,29 6,6 5,94 5,28 6,6 4,95 5,28 4,29
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO AFONSO PENA - UPA PORTE III
Quantitativo de médicos por dia conforme cartão ponto - Julho/2016
d) Dias de trabalho indicados nas escalas sem os correspondentes registros nos cartões
pontos;
e) Ausência de cartões pontos de enfermeiros indicados nas escalas de trabalho –
julho/2016;
No cálculo do quantitativo de homem-hora para o profissional enfermeiro, da mesma forma,
foram consideradas as ocorrências citadas nas letras “b” e “c”. O levantamento foi realizado
com base na escala de 12h para cada turno (diurno e noturno), ou seja: Quantidade de
enfermeiros x 12h por turno. O resultado para as UPA Rui Barbosa e Afonso Pena estão
demonstrados no quadro a seguir, respectivamente:
Fonte: Escalas de Trabalho e Cartões Pontos – Unidade de Pronto Atendimento Rui Barbosa.
Fonte: Escalas de Trabalho e Cartões Pontos – Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena.
Também no caso dos enfermeiros, alguns cartões foram apresentados sem a identificação
dos locais de prestação de serviços, sem a assinatura de confirmação do funcionário e sem a
indicação do mês e ano da execução dos serviços.
A análise realizada pela equipe de fiscalização, em ambos os casos – médicos e alguns
enfermeiros, foi baseada unicamente na identificação feita pelo gestor e entregue em
arquivo digital - “Folha Ponto” - “UPA Afonso Pena’ e “UPA Rui Barbosa”, posto que não
há nos cartões pontos, como dito anteriormente, qualquer vinculação com os respectivos
locais da prestação dos serviços - UPA Rui Barbosa e Afonso Pena.
Os registros inconsistentes (incompletos, coincidências entre horários de entrada e saída) ou
feitos manualmente, diante de um controle eletrônico de jornada de trabalho, igualmente
torna vulnerável a confiabilidade dos dados constantes dos cartões pontos, inviabilizando a
verificação da efetividade dos serviços prestados.
A integridade das informações (exatidão, legitimidade, verificabilidade e consistência) é
indispensável para o controle efetivo das jornadas de trabalho e garantia do quantitativo de
profissionais mínimos necessários ao funcionamento adequado das Unidades de Pronto
Atendimento. Portanto, é igualmente indispensável que os dados básicos, impressos no
cartão ponto, estejam devidamente preenchidos pelos profissionais envolvidos e sejam
cobrados pelos supervisores responsáveis de forma a refletir a realidade do ocorrido, sem o
que não há como atestar a efetiva prestação dos serviços.
Turno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Diurno impar 5 3 4 5 4 3 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 756
Noturno Impar 4 4 3 3 3 3 3 4 3 3 3 3 4 3 3 2 612
Diruno par 3 2 2 2 2 3 3 3 2 2 2 3 3 2 2 432
Noturno par 2 2 3 3 2 3 2 2 2 3 2 2 2 3 2 420
Total de horas diárias 108 60 84 48 84 60 96 60 84 48 72 72 84 60 96 60 84 48 72 60 84 48 84 60 96 60 84 60 84 48 72 2220
Quantitativo de enfermeiros - julho/2016
UPA RUI BARBOSA - PORTE I Total de Horas
Trabalhadas no mês
(Total mensal
enfermeiros x12)
Turno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Diurno impar 7 3 6 6 3 6 6 7 3 5 5 2 5 6 7 4 972
Noturno Impar 3 4 4 4 3 4 5 3 4 2 2 1 1 3 2 4 588
Diruno par 4 7 7 7 5 7 7 3 6 7 7 5 7 8 4 1092
Noturno par 3 4 4 3 3 4 3 3 4 4 1 4 3 3 3 588
Total de horas diárias 120 84 84 132 120 132 120 120 72 96 120 132 132 120 120 72 84 120 84 132 84 96 36 108 72 120 108 132 108 84 96 3240
Total de Horas
Trabalhadas no
mês (Total mensal
enfermeiros x12)
UPA AFONSO PENA - PORTE III
Quantitativo de enfermeiros - julho/2016
Tais ocorrências possibilitam a utilização dos cartões pelas diversas unidades de
atendimento de saúde do município que demandam serviços médicos e em qualquer período
mês/ano, fragilizando a avaliação da própria adequação do funcionamento das UPA. Nesse
contexto, os resultados dos trabalhos devem ser considerados em tese, ficando prejudicada a
afirmação de que ocorreram na prática em relação ao objeto fiscalizado – UPA Afonso Pena
e Rui Barbosa. ##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte
manifestação acerca dos fatos relatados:
“O município de São José dos Pinhais possui regime estatutário único, bem como,
utiliza-se de serviços complementares de saúde. No que se refere aos servidores estatutários
a cada local de trabalho existe o correspondente Ponto Mecânico, constando a referencia
ao mês trabalhado, sendo que em relação aos servidores desta Municipalidade há
correspondência entre o local de trabalho e o da sua lotação, os quais correspondem ao
local de prestação do serviço.
Em relação ao apontamento de ausência de assinatura no cartão ponto,
esclarecemos que o referido Cartão Ponto foi implantado há alguns meses, e sendo recente
a adoção de tal procedimento, ainda estamos em fase de implementação e revisando a
melhor forma de aplicação e fiscalização, para um completo aprimoramento.
Insta informar que será implementado no âmbito desta municipalidade controle de ponto
biométrico, o qual será repassado ao Departamento de Recursos Humanos o horário
realizado pelo servidor. Ainda a Lei nº 525/2004 – Estatuto dos Servidores Públicos
Municipais, no seu artigo 73, dispõe os casos em que o servidor perderá a parcela da
remuneração diária, proporcional a quaisquer atrasos, ausências e saídas antecipadas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
De fato, os equipamentos instalados nas Unidades avaliadas tratam-se de pontos mecânicos
e não eletrônicos como mencionado no fato relatado, isso no entanto não altera o resultado
da avaliação realizada, que está focada nos elementos integrantes do cartão ponto,
instrumento efetivo de avaliação da jornada de trabalho e, consequentemente, da
comprovação real da prestação dos serviços nos locais para os quais foram contratados ou
designados os profissionais.
Nesse sentido, além da exatidão dos horários, os cartões pontos devem conter todas as
demais informações, mínimas, imprescindíveis à identificação do profissional (nome do
profissional, cargo/função, matrícula, etc.), do período e do local onde o trabalho foi
realizado.
Todos os cartões pontos dos médicos estatutários, de ambas as Unidades avaliadas, foram
entregues pelo gestor com informações incompletas, sendo que em nenhum deles consta a
identificação dos locais onde os trabalhos foram prestados, prejudicando a avaliação quanto
à efetividade do funcionamento das UPA pelos órgãos de controle.
As mesmas ocorrências foram identificadas nos cartões pontos dos médicos terceirizados, no
entanto, eles não foram citados pelo gestor em sua manifestação.
O gestor também deixou de manifestar-se em relação aos demais eventos relacionados no
apontamento:
“[...]
a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;
b) Cartões pontos com registros de entradas e saídas no mesmo horário;
c) Cartões pontos com registros manuais;
d) Horas identificadas no “Fechamento Médico – julho/2016” sem os correspondentes
registros nos cartões pontos;
e) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente
identificação no “Fechamento Médico – julho/2016”;
f) Ausência de cartões pontos de médicos relacionados no “Fechamento Médico –
julho/2016”;
g) Cartões incompletos, cópias entregues sem a coluna “saída”.”
Saliente-se que grande parte da efetividade dos serviços prestados nas Unidades de Pronto
Atendimento – UPA, depende do criterioso controle do horário de entrada e saída dos
profissionais contratados, sendo essa uma das mais importantes informações para o gestor, já
que os salários são pagos por horas trabalhadas. Por outro lado, a exatidão da carga horária
somente se aproveita quando acompanhada da identificação do profissional (nome do
profissional, cargo/função, matrícula, etc.), do local e do período (mês/ano) de trabalho.
O gestor justificou a ausência das assinaturas dos profissionais nos cartões pontos à recente
implantação do controle, ainda em fase de implementação e aprimoramento. Não obstante
isto, não se observa dificuldade na realização de tal procedimento, bastando ao gestor emitir
orientação normativa aos profissionais estatutários e aditivo contratual (caso não previsto em
contrato) à empresa prestadora dos serviços terceirizados. ##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Demanda, produtividade e tempo de espera dos atendimentos incompatível com
a capacidade operacional das Unidades de Pronto Atendimento.
Fato
O Município de São José do Pinhais, Estado do Paraná, possui duas Unidades de Pronto
Atendimento – UPA a saber: UPA Afonso Pena – Porte III e UPA Rui Barbosa – Porte I.
A UPA Afonso Pena encontra-se localizada na Rua Francisca de Souza Cortês, 460 –
Afonso Pena, São José dos Pinhais. A Unidade entrou em funcionamento em
dezembro/2014, após a fiscalização deste órgão de controle federal realizada no período
de 09/09/2014 a 19/09/2014.
Na ocasião foi identificada no local uma construção acabada com 3.093,78m2. O padrão
mínimo estabelecido pelo Ministério da Saúde - MS, para a Unidade Porte III, é de
1.300m2, compatível com atendimento médio de 350 pacientes em 24h (Portaria
GM/MS nº 342/2013).
Os indicadores de atendimento informados neste relatório, obtidos a partir dos dados do
mês de julho-2016, demonstram que o atendimento médio diário (24h) da UPA Afonso
Pena é de aproximadamente 352 pacientes (10.909 atendimentos/31dias= 351,90).
Relativamente à produtividade, a Portaria 342/2013 estabelece o mínimo de 6(seis)
médicos no período diurno e 3(três) no noturno (escala das 7h às 19h e 19 às 7h) que
corresponde a 108h diárias de trabalho, necessários ao funcionamento adequado de uma
UPA padrão Porte III, considerando um atendimento médio de 350 pacientes em 24h.
Em levantamento realizado com base no “Fechamento Médico – julho/2016” e nos
cartões pontos dos profissionais, verificou-se um total de 4.609 HH no mês de
julho/2016, que corresponde a uma média de 149h diárias de trabalho e 12 médicos por
dia (149h/12h).
Em entrevista realizada com os quatro coordenadores (médicos e enfermeiros) da UPA
Afonso Pena, 75% responderam que o tempo médio de espera dos atendimentos é
inadequado. A causa foi atribuída, por unanimidade, à demanda reprimida da atenção
básica, de responsabilidade das Unidades Básicas de Saúde – UBS.
Noutro questionamento, porém, os mesmos profissionais responderam que o quantitativo
de médicos é adequado para atender à demanda.
Durante inspeção “in loco”, observou- se que a Unidade dispõe de todos os materiais,
equipamentos e ambientes necessários ao desempenho adequado do atendimento de
urgência e emergência, conforme registrado no roteiro de inspeção física.
Nesse contexto, considerando as variáveis explicitadas, os indicadores mostram, em tese,
um comprometimento na eficiência dos atendimentos da UPA Afonso Pena, refletido
pela baixa produtividade diante da superação dos meios disponíveis (Estrutura e
profissionais médicos), em face dos padrões mínimos estabelecidos na Portaria GM/MS
nº 342/2013, conforme se pode observar no comparativo demonstrado no quadro a
seguir:
O indicador de produtividade (Quantidade de atendimentos realizados em 24h/HH de
médicos em 24h – 352/149) aponta uma média de 2,37 atendimentos HH, ou seja, cada
médico atendeu em média 2(dois) pacientes por hora (30 minutos por paciente). A UPA
padrão - Porte III, com estrutura menor e menos médicos, prevê um mínimo de 3,24
pacientes por médico/hora (20 minutos por paciente), considerando uma média de 350
atendimentos dia.
A UPA Rui Barbosa (ampliada e reformada), localizada na Avenida Rui Barbosa, 10471,
Colônia Rio Grande, São José dos Pinhais, Estado do Paraná, foi concebida para
funcionar como Unidade Porte I, no entanto possui estrutura e demanda superior à UPA
Unidade de Pronto
AtendimentoÁrea Física
Parâmetro
HHHH (dia)
HH (mês -
31 dias)
Quantidade
de médicos
(HH/12h)
Média de pacientes
atendidos em
24horas
Média de
atendimentos/hora
(pacientes atendidos
em 24h/HH dia)
UPA Padrão - Porte III 1.300,00m2 mínimo 108 3348 9 350 3,24
UPA Afonso Pena - Porte III 3.093,78m2 médio 149 4609 12 352 2,36
UPA AFONSO PENA - JULHO/2016
padrão Porte II. Em razão disto, a equipe de fiscalização utilizou nas avaliações de
funcionamento da Unidade, como referência, os padrões mínimos da UPA Porte II
definidos pela Portaria nº GM/MS 342/2013, conforme se observa dos dados constantes
do quadro a seguir:
A Unidade apresenta também um quantitativo médio de horas trabalhadas e médicos
disponíveis (HH = 4.762h com 13 médicos) muito superior aos parâmetros mínimos do
Porte II, superando, inclusive, os números praticados pela UPA Afonso Pena.
Observou-se que a UPA Rui Barbosa realiza em média, aproximadamente, 2
atendimentos médico/hora (265/154=1,72 pacientes médico/hora), demonstrando
subutilização dos médicos assim como ocorre na UPA Afonso Pena. De acordo com os
parâmetros previstos na Portaria GM/MS 342/2013 a média de atendimento diário é de 3
pacientes médico/hora que corresponde a 250 pacientes (250/72=3,47 pacientes
médico/hora), praticamente igual ao quantitativo médio diário de pacientes atendidos na
UPA Rui Barbosa – 265.
A estrutura física da UPA Rui Barbosa – Porte I ultrapassa em 352,30m2 a área mínima
da UPA Porte II. Por ocasião da inspeção física realizada, verificou-se que a Unidade
dispõe de materiais e equipamentos, bem como dos ambientes necessários ao
funcionamento adequado da Unidade.
Nas entrevistas realizadas com três coordenadores (médicos e enfermeira) dois deles
responderam que o quantitativo de médicos é adequado à demanda, mas que o tempo
médio de espera é inadequado em face, igualmente, das demandas reprimidas das
Unidades Básicas de Saúde.
Ressalte-se que a presente avaliação está pautada nos indicadores calculados com base
nos dados e informações disponibilizados pelo gestor (incluindo os atendimentos de
competência das Unidades Básicas de Saúde), observados os resultados das entrevistas e
inspeções físicas realizadas “in loco” onde foi possível identificar, por meio de roteiro
pré-estabelecido, as condições estruturais (instalações, equipamentos e materiais) das
duas Unidades de Pronto Atendimento.
As informações prestadas pelo gestor - mês de julho/2016, acerca do quantitativo de
atendimentos classificados de acordo com risco, bem como dos tempos médios de espera
praticados pelas Unidades Rui Barbosa e Afonso Pena, estão contidas nos quadros a
seguir:
Unidade de Pronto
AtendimentoÁrea Física
Parâmetro
HH HH (dia)
HH
(mês - 31
dias)
Quantidade
de médicos
(HH/12h)
Média de pacientes
atendidos em
24horas
Média de
atendimentos/hora
(pacientes atendidos
em 24h/HH dia)
UPA Padrão - Porte I 700,00m2 mínimo 48 1488 4 150 3,13
UPA Padrão - Porte II 1000,00m2 mínimo 72 2232 6 250 3,47
UPA Rui Barbosa - Porte I 1.152,30m2 médio 154 4762 13 265 1,72
UPA RUI BARBOSA - JULHO/2016
OBS: Quantidade de pacientes inclui aqueles que passaram pela triagem, mas que
não foram atendidos.
OBS: Quantidade de pacientes inclui aqueles que passaram pela triagem, mas que
não foram atendidos.
Em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201602497, de 28 de julho de 2016, o
gestor prestou as seguintes informações acerca dos atendimentos das UPA Afonso Pena
e Rui Barbosa:
Com base nos dados acima, foram obtidos os seguintes quantitativos correspondentes ao
total de pacientes que procuraram as Unidades de Pronto Atendimento, mas não foram
atendidos.
Prioridade
Clínica
Classificação
de Risco
Tempo Máximo -
Protocolo Manchester
Tempo
médio de
espera
Quantidade de
pacientes
classificados em
cada categoria no
mês
Quantidade de
pacientes
classificados em
cada categoria por
dia
Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 8 minutos 65 2,10
Muito Urgente Laranja 10 minutos 13 minutos 146 4,71
Urgente Amarelo 60 minutos 16 minutos 704 22,71
Pouco Urgente Verde 120 minutos 24 minutos 3582 115,55
Não Urgente Azul 240 minutos 54 minutos 3707 119,58
46 minutos 12 0,39
8216 265,03
UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016
Não Informado
TOTAL
Prioridade
Clínica
Classificação
de Risco
Tempo Máximo -
Protocolo
Manchester
Tempo
médio de
espera
Quantidade de
pacientes
classificados em cada
categoria no mês
Quantidade de
pacientes
classificados em
cada categoria por
dia
Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 10 minutos 110 3,55
Muito Urgente Laranja 10 minutos 12 minutos 234 7,55
Urgente Amarelo 60 minutos 24 minutos 2560 82,58
Pouco Urgente Verde 120 minutos 90 minutos 8677 279,90
Não Urgente Azul 240 minutos 66 minutos 169 5,45
65 minutos 204 6,58
11954 385,61
UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016
Não Informado
TOTAL
Mensal Média diária MensalMédia
diária
Quantidade de pacientes que deram entrada nas UPA 12.528 404,13 8.505 274,35
Quantidade de pacientes Classificados nas categorias de risco 11.954 385,61 8.216 265,03
Quantidade de pacientes atendidos pelos médicos 10.909 351,90 8.213 264,94
ATENDIMENTOS EM JULHO/2016
UPA AFONSO PENA UPA RUI BARBOSA
Informações prestadas pelo gestor
Os dados constantes dos quadros acima demonstram que para uma demanda diária de
404,13 pacientes que deram entrada na Unidade Afonso Pena, uma média de 52,23
pacientes (12,92%) não foi atendida pela Unidade. Na UPA Rui Barbosa o número foi
menor - média de 9,42 pacientes por dia (3,43% da demanda diária – 274,35) buscaram a
Unidade, mas não foram atendidos.
Os resultados apurados revelam que o maior número de pacientes não atendidos na UPA
Afonso Pena passaram pela triagem (33,71 pacientes dia). Já na UPA Rui Barbosa 9,32
pacientes dia sequer foram atendidos pela triagem. O gestor não informou os motivos
pelos quais os pacientes não foram atendidos.
Os indicadores de atendimento e produtividade avaliados, nesse contexto, demonstram
um desequilíbrio entre os meios disponíveis (Estrutura e médicos) para o funcionamento
das UPA, muito acima dos parâmetros mínimos estabelecidos, e as respectivas demanda,
produtividade e tempo médio de espera, muito aquém da capacidade operacional das
Unidades. Tal situação eleva os custos de oferta e manutenção dos serviços de urgência e
emergência, com consequente desperdício de recursos públicos que pode,
eventualmente, com o tempo, inviabilizar o funcionamento das UPA.
Nesse sentido, o gestor elencou alguns itens que, no seu entendimento, dificultam o
atendimento nas UPA do município entre os quais o “Repasse de recursos insuficientes
para manter as UPAs conforme exigência do Ministério da Saúde. ”
Como solução apresentou as sugestões a seguir, entre outras:
“- Aumento de repasse de recursos para manter as UPAs;
- Disponibilização de recursos pelo Estado para manter as UPAs;
- Disponibilizar recursos para aquisição de equipamentos necessários para as UPAs; e,
- Disponibilizar recursos de incentivo das UPAs conforme produção e atividades
desenvolvidas em cada UPA, não baseando apenas em quantidade de população a ser
atendida, incentivando assim a qualidade dos serviços prestados. ”
Com isso o gestor dá sinais de preocupação no que se refere à escassez de recursos para
manutenção das atividades das Unidades de Pronto Atendimento do município de São
José dos Pinhais.
Mensal Média diária MensalMédia
diária
Quantidade de paciente não atendidos pela triagem 574 18,52 289 9,32
Quantidade de pacientes classificados nas categorias de
risco, mas não atendidos pelos médicos1.045 33,71 3 0,10
Total de pacientes não atendidos em julho/2016 1.619 52,23 292 9,42
UPA AFONSO PENA UPA RUI BARBOSA
Resultados obtidos a partir das informações do gestor
ATENDIMENTOS EM JULHO/2016
Não foi identificada justificativa para a ausência de classificação de risco de 12 e de 204
pacientes atendidos pelas equipes de triagem das UPA Rui Barbosa e Afonso Pena,
respectivamente, indicados nos quadros acima como “Não Informados”.
Observou-se ainda, que pacientes classificados como “Não Urgente”, e sem qualquer
classificação - “Não Informado”, no caso da UPA Afonso Pena, apresentam um tempo
médio de espera menor que os pacientes enquadrados na prioridade “pouco urgente”, o que é
incompatível com os critérios de ordem estabelecidos pelo Protocolo de Manchester, assim
como o é em relação aos tempos médios de espera dos casos mais graves, classificados nas
cores vermelho e laranja (emergência e muito urgente), cujas médias de espera superam o
padrão máximo de tempo do citado protocolo. ##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte
manifestação acerca dos fatos relatados:
“A UPA Rui Barbosa apresenta um quantitativo de horas trabalhadas de 4762HH, com 13
médicos. Assim como na Afonso Pena, conta com dois médicos de dia, e dois médicos no
período noturno, com escala de 12h, que atendem apenas os setores de internamento e
emergência. No mês de julho/2016 foram atendidos uma média de 265 pacientes/dia, pelos
9 médicos dos consultórios. A Unidade possui estrutura e demanda superior à UPA Padrão
Porte II, conforme dados do quadro a seguir:
Unidade de
Pronto
Atendimento
Área
Física
HH
(dia)
HH
(mês-
31
dias)
Quantidade
de médicos
(HH/12h)
Média de
pacientes
atendidos
em 24horas
Média de
atendimento/hora
(pacientes
atendidos em
24h/HH dia)
UPA Padrão –
Porte I 700,00m2 48 1488 4 150 3,13
UPA Padrão –
Porte II 1000,00m2 72 2232 6 250 3,47
UPA Rui
Barbosa – Porte
I
1.152,30m
2 106 3286 9 265 2,5
A média de atendimento da Unidade ficou em 2,5 atendimentos/hora (265/106=2,5), sendo
o tempo médio do atendimento de 24 minutos por paciente.
Em relação às médias de atendimento/hora, um ponto importante a ser colocado é a
concentração de atendimento entre às 9h00 às 23h00 que apresenta a maior demanda das
UPAs, o que faz com que a média de atendimento pareça ser baixa quando colocamos
divido pelas 24horas. Também outro ponto são as reavaliações e os atendimentos dos
pacientes em observação por mais de 6 horas que não são contabilizados nas tabelas. ” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor informou que mantém 4 médicos em turnos de 12h por dia em cada uma das UPA -
Rui Barbosa e Afonso Pena, sendo 2 diurnos e 2 noturnos no atendimento de emergências e
internamentos. Não foi informado o quantitativo de internamentos realizados nas UPA no
mês de julho/2016, o que inviabiliza a avaliação desses atendimentos.
O levantamento dos atendimentos do setor de emergência, de acordo com as informações
prestadas pelo gestor, consta dos quadros a seguir:
OBS: outros dois médicos atendem o setor de internamento, conforme informado pelo gestor.
OBS: outros dois médicos atendem o setor de internamento, conforme informado pelo gestor.
Observa-se, que os atendimentos da emergência, em média, não chegam a um paciente por
hora, ainda que somados aos classificados na prioridade “Muito Urgente”, em ambas as
Unidades.
Relativamente ao restante do efetivo médico, apresentado no quadro elaborado pelo gestor
para a UPA Rui Barbosa, considerando a análise baseada em turnos de 12h para cada
profissional, observa-se que o HH adequado para 9 médicos é de 108 horas diárias e não 106
como informado pelo gestor e, consequentemente, um total de 3348 horas no mês de
julho/2016.
O gestor não excluiu do total de atendimentos diários aqueles realizados pela emergência,
considerando no seu demonstrativo a média de 265 atendimentos diários ocorridos no mês
de julho/2016. Nesse contexto, tendo como referência os padrões mínimos da UPA Porte II,
no caso da Unidade Rui Barbosa, ficou confirmado, ainda que com dados não ajustados, a
baixa produtividade do atendimento da UPA Rui Barbosa, diante do quantitativo de 9
médicos disponíveis em 106 horas diárias de trabalho, resultando no atendimento de 2,5
pacientes por hora.
Em relação aos padrões mínimos e demanda média estabelecidos pelo Ministério da Saúde,
o gestor dispõe de um excedente de 3 médicos para atender apenas 15 pacientes a mais (265-
250=15), o que representa 5 pacientes por médico em 12h de trabalho de cada profissional,
conforme se observa no quadro a seguir:
Prioridade
Clínica
Classificação
de Risco
Quantidade de
pacientes atendidos
no mês
Quantidade Médicos
(1 diurno,1 noturno)HH dia
Quantidade de
pacientes
atendidos em
24h
Quantidade
de pacientes
atendidos
por hora
Emergência Vermelho 65 2,1 0,09
Muito Urgente Laranja 146 4,71 0,20
211 6,81 0,28
2
Total
UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016
24
Prioridade
Clínica
Classificaçã
o de Risco
Quantidade de
pacientes
atendidos no
mês
Quantidade Médicos
(1 diurno,1 noturno)HH dia
Quantidade de
pacientes
atendidos em
24h
Quantidade
de pacientes
atendidos
por hora
Emergência Vermelho 110 3,55 0,15
Muito Urgente Laranja 234 7,55 0,31
344 11,10 0,46
UPAAFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016
2 24
Total
Saliente-se que nesse levantamento não estão sendo computados os 2 médicos (diurno e
noturno) que atuam somente no setor de emergência e que, considerando a formatação
apresentada pelo gestor, estão ociosos haja vista que as emergências não foram excluídas da
média total de 265 atendimentos ocorridos no mês avaliado. Também não foram
considerados os outros 2 médicos que, segundo o gestor, atuam no setor de internamento.
A estrutura da UPA padrão Porte II, com uma média de 250 atendimentos em 72 horas
diárias e 6 médicos, apresenta um tempo médio de atendimento de 20 minutos – 3 pacientes
por hora, enquanto que na distribuição feita pelo gestor a média é de 2,5 pacientes por hora –
tempo médio de atendimento de 24 minutos. Considerando a falha do gestor em relação ao
total de horas trabalhadas pelos 9 médicos, que é de 108h diárias (9 médicos x12=108h) e
não 106h, a média cai para 2 pacientes por hora – tempo médio de atendimento de 30
minutos.
No âmbito dos objetivos das Unidades de Pronto Atendimento, as estruturas das UPA Portes
I, II e III, definidas pelo Ministério da Saúde, constituem padrões mínimos necessários para
garantir o atendimento adequado e humanizado das respectivas demandas médias
estabelecidas. Portanto, não há impedimento legal para adoção de estruturas maiores (físicas
e de recursos humanos), no entanto, cabe ao ente municipal suportar os custos delas
decorrentes sem comprometer a continuidade do programa.
O que se observou no caso das Unidades avaliadas, é que as demandas de atendimento se
mantêm muito próximas dos parâmetros mínimos definidos pelo MS, mas com capacidade
operacional muito superior às mínimas necessárias e sem um ganho aparente no quantitativo
dos atendimentos, que justifique os acréscimos identificados nas UPA. Em condições
normais, considerando a quantidade de médicos disponíveis, o número de atendimentos/hora
(média de 2 pacientes/hora = 30 minutos cada) é incompatível com os tempos médios de
espera informados pelo gestor, que chegam a 54 minutos na UPA Rui Barbosa e 90 minutos
na UPA Afonso Pena – vide quadros constantes do fato relatado.
Considerando este cenário, aliado à percepção dos coordenadores entrevistados, de que o
tempo médio de espera é inadequado, bem como das causas que, segundo o gestor,
dificultam os atendimentos nas UPA, entre as quais o “Repasse de recursos insuficientes
para manter as UPAs conforme exigência do Ministério da Saúde.”(demonstra escassez dos
recursos municipais para manter o funcionamento das Unidades); há indícios de ineficiência
na gestão dos atendimentos em face dos recursos humanos disponíveis, mormente dos
profissionais médicos, que estão com produtividade reduzida em relação aos padrões
mínimos, conforme demonstrado neste apontamento.
Quanto à alegação do gestor de que os recursos federais são insuficientes para “manter as
UPAs conforme exigências do Ministério da Saúde”, deve-se ressaltar que os repasses das
verbas federais estão vinculados às estruturas mínimas definidas na Portaria GM/MS nº
342/2013, de acordo com os respectivos Portes I, II e III. Daí a necessidade de o município
ter uma gestão eficiente dos seus próprios recursos, quanto mais quando opta por uma
estrutura física e de recursos humanos superiores àquelas estabelecidas pelo MS, no caso,
sem o correspondente aumento na oferta média de atendimentos das Unidades.
Embora não seja o escopo deste apontamento, cabe ressaltar que a questão relacionada às
dimensões da construção da UPA Afonso Pena, foi abordada no Relatório de Fiscalização –
OS 201411180, de 2014, ocasião em que se alertou para os custos elevados de manutenção
da edificação, 2,38 vezes maior que o padrão mínimo da UPA Porte III.
O gestor não se manifestou sobre os demais pontos tratados no fato relatado, referentes à
ausência de classificação de risco de pacientes atendidos pelas equipes de triagem das UPA
Rui Barbosa e Afonso Pena, indicados como “Não Informados”, bem como da inadequação
do tempo de médio de espera de pacientes classificados com prioridades de risco “Não
Urgente”, e sem qualquer classificação - “Não Informada”. ##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
As ações de regulação no município fiscalizado são operacionalizadas por meio de Central
de Regulação, controlada pelo Estado, e também de um Complexo Regulador que ordena o
fluxo de atendimentos dos pacientes das UPA 24h no âmbito do Município, possibilitando
o encaminhamento dos pacientes das Unidades aos estabelecimentos referenciados,
conforme grades de referência formalmente instituídas.
As Unidades de Pronto Atendimento – UPA, avaliadas no município de São José dos
Pinhas/PR, possuem estruturas físicas e capacidades operacionais superiores aos portes
mínimos estabelecidos na Portaria GM/MS nº 342/2013. No entanto, com demandas muito
próximas dos padrões mínimos, apresentam baixa produtividade e tempo médio de espera
elevados, demonstrando a subutilização dos meios disponíveis.
A ausência de informações básicas nos cartões pontos, mormente a identificação dos locais
de trabalho, do mês e ano da prestação dos serviços, torna vulnerável a afirmação de que os
profissionais, no caso médicos estatutários e terceirizados, prestaram os serviços nas UPA,
o que pode, eventualmente, interferir no adequado funcionamento das Unidades.
As avaliações e inspeções realizadas demonstram que as UPA não dispõem de parte dos
medicamentos obrigatórios relacionados no item 2.6 da Portaria GM/MS nº 2048, de 05 de
novembro de 2002 e, não obstante o gestor tenha declarado que dispõe de outros fármacos
com mesmos princípios ativos, não é possível afirmar a regularidade na distribuição dos
medicamentos aos pacientes.
Ordem de Serviço: 201602072
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 658641
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 42.274.001,83
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 18 de julho de 2016 a 31 de agosto de
2016, sobre a aplicação dos recursos do programa 1138 – Drenagem Urbana e Controle de
Erosão Marítima e Fluvial / 10SG - Apoio a Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável e de
Manejo de Águas Pluviais, no âmbito do Programa de Fiscalização de Entes Federativos.
A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Termo de
Compromisso nº 0292.738-65/2009, no valor total de R$ 43.860.372,16, celebrado entre a
União, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica
Federal, e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. O objeto do referido termo trata
da recuperação ambiental e construção do Parque Linear do Rio Ressaca, em São José dos
Pinhais.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Parque Linear do rio Ressaca
Fato
As obras do Parque Linear do Rio Ressaca em São José dos Pinhais, selecionada no âmbito
do PAC/2009-Programa Drenagem Urbana Sustentável, foram custeadas por meio do
Contrato de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério das Cidades/Caixa, Siafi nº 658641,
com valor de repasse inicialmente fixado em R$ 36.273.865,26, e contrapartida estabelecida
em R$ 1.909.150,80.
A vigência inicial do Contrato de Repasse firmado tinha início na data da sua assinatura em
31 de dezembro de 2009, e término em 31de dezembro de 2013, atualmente prorrogado
para 28 de fevereiro de 2017, por meio do Termo Aditivo assinado em 15 de janeiro de
2016.
O objeto do projeto visa à desapropriação dos imóveis existentes no curso principal do Rio
Ressaca numa faixa de 30 metros em ambas as margens e a realização das obras de
construção ou ampliação dos bueiros, de modo a viabilizar as condições para o escoamento
e preservação das águas do Rio, assim como a implantação do Parque Linear.
O Rio Ressaca é um afluente do rio Iguaçu, com uma área de drenagem de
aproximadamente 13 Km², totalmente contida no perímetro urbano do município de São
José dos Pinhais. A sua faixa de preservação permanente tem áreas de ocupação regular e
irregular.
No seu curso d`água são lançados resíduos sólidos além de afluentes dos esgotos sanitários
de origem doméstica e das demais atividades desenvolvidas na bacia hidrográfica, sendo
características do problema:
I- Assoreamento;
II- Impermeabilização do solo causada pelas grandes obras da indústria
automobilística, situadas no seu entorno, além das obras de infraestrutura que
prestam serviços ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos
Pinhais (a exemplo de hotéis, estacionamentos, armazéns de grande porte e
etc.), diminuindo, em função da ocupação dessas áreas, o volume de água
absorvida pelo solo com a ampliação do volume de água/detritos direcionados
para o Rio;
III- Ocupação irregular e desordenada nas margens do rio sem controle sanitário
resultando em contaminação hídrica e diminuição da vazão por conta do
lançamento de resíduos sólidos no Rio.
O objetivo da intervenção é desenvolver um projeto de recuperação ambiental para a bacia
do Rio Ressaca que possibilite benefícios à população de São José dos Pinhais nos aspectos
sociais, urbanísticos, recreativos e de saúde.
São objetivos específicos da intervenção do Parque Linear do Rio Ressaca:
I- Remover o material assoreado do fundo do rio, diminuindo os riscos de
inundações;
II- Executar obras de reposicionamento, remoção e/ou ampliação dos bueiros;
III- Remanejar as famílias que vivem no leito do rio de forma irregular na faixa de
preservação;
IV- Recuperar a faixa de 30m de preservação (a direita e a esquerda do leito do rio
Ressaca de acordo com a determinação do código florestal) reduzindo o
processo de degradação ambiental da região;
V- Criar o Parque Linear Urbano do Rio Ressaca promovendo para a população
local a criação de áreas de lazer;
VI- Melhorar a qualidade de vida da população ribeirinha no que diz respeito ao
tratamento sanitário.
As obras do Parque Linear do Rio Ressaca estão sendo executadas em três fases, com
realização de licitações individuais para cada uma das etapas. Atualmente as obras da
primeira etapa encontram-se concluídas, as da segunda em fase final de conclusão e as da
terceira etapa em plena execução..
Figura 1- Mapa com a localização espacial dos três trechos que compõem o Parque Linear
do Rio Ressaca
Fonte: Mapa constante em documento disponibilizado pela CAIXA intitulado “ Revitalização da Bacia do Rio
Ressaca: Controle de Cheias, Saneamento Ambiental e Participação Comunitária”
O Parque Linear do Rio Ressaca foi objeto da 1ª Fiscalização dos Entes Federativos,
realizada em 2014, por meio da Ordem de Serviço nº 201411321. Na ocasião o escopo da
análise restringiu-se às obras do “Trecho 2” do sistema para controle das cheias no canal do
Rio Ressaca, no município de São José dos Pinhais/PR, delimitado pela Rua Ângelo Moro
Redeschi até a Av. Rui Barbosa.
Atualmente o escopo da presente fiscalização é a execução das obras da 3ª fase do Parque
Linear do Rio Ressaca, entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi.
##/Fato##
2.1.2. Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca - 3ª Etapa
Fato
O Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca – 3ª Etapa, compreende as obras de controle de
cheias do Rio Ressaca no trecho compreendido entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo
Moro Redeschi.
Com o objetivo de viabilizar a execução das obras da 3ª Etapa, a Prefeitura Municipal, por
meio do Ofício nº 775/2014-GAB, protocolado na CAIXA em 07/01/2015, solicitou a
reprogramação do Termo de Compromisso nº 0292.738-65/2009 devido a atualização do
valor do orçamento do Trecho 3. A CAIXA, no Ofício nº 0531/2015/GIGOV/CT, de 09 de
fevereiro de 2015, encaminhado à Prefeitura, autorizou a reprogramação contratual com a
totalização do valor global das obras do Parque Linear do Rio Ressaca em R$
43.860.372,16.
O Relatório do Projeto do Trecho 3- ( entre a Alameda Bom Pastor a Rua Ângelo Moro
Redeschi) - Projeto Executivo de Drenagem- Volume I, de Jan/2011, realizado pela
empresa NKL – Engenheiros Associados Ltda., contratada pela Prefeitura Municipal de São
José dos Pinhais para desenvolvimento do projeto global da totalidade dos trechos, teve por
objetivo fornecer informações para a contratação da 3ª etapa das obras.
O citado Relatório justificou que a realização do projeto do Parque desenvolvido em três
segmentos:1.Da Avenida Rui Barbosa até a Foz com o Canal Paralelo; 2. Da Avenida
Ângelo Moro Redeschi até a Avenida Rui Barbosa; e 3. Da Alameda Bom Pastor até a
Avenida Ângelo Moro Redeschi, possibilitou a execução das obras em etapas, de modo a
adequar a prioridade de execução ao orçamento plurianual da administração municipal.
O projeto contempla um sistema de drenagem constituído pela ampliação da seção do rio,
seu revestimento como canal aberto ou fechado, pela complementação da micro drenagem
que aflui ao canal, pela adequação das seções dos bueiros existentes e pela drenagem
localizada a ser executada na área de intervenção, possibilitando a implantação do Parque
Linear do Rio Ressaca.
O documento com as especificações técnicas do “Trecho 3” do Projeto de Controle de
Cheias para o Canal do Rio Ressaca, elaborado pela empresa NKL – Engenheiros
Associados Ltda, contém, no seu Capítulo 2, o Memorial Descritivo do projeto proposto,
detalhando as seguintes obras previstas :
-Reparos no bueiro da Alameda Bom Pastor, entre as estacas (43+8,68) e (45) com base
mais corpo e alas;
-Bueiro da alameda Arpo, entre as estacas (99+35,52) e (102+6,20), canal fechado, seção
retangular dupla de 3,75 x 2,00 m e trecho em canal aberto com 6 metros de base;
-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), com 2 metros de base;
-Canal fechado, seção retangular (2,90 x 1,90) entre as estacas (54+ 25,19) e (69);
-Canal fechado, seção retangular (3,90 x 1,90) entre as estacas (69) e (86,00 +5,00);
-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (86,00 +5,00) e (99+35,52), com 4 metros de
base;
-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (102 + 6,20) e (109), com 6 metros de base;
-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (109) e (119), com 8 metros de base;
-Complementação da micro drenagem existente;
-Relocação da rede de água e esgotos e
-Drenagem superficial localizada, terraplenagem complementar e grama batatais para
implantação do parque;
O projeto apresenta como uma de suas ações a preservação das nascentes existentes,
identificada no trecho do parque, e de outras não mapeadas, mas que poderão ser
encontradas, de forma a tomar-se os devidos cuidados na execução da obra para mantê-las
e recuperá-las.
A melhoria do escoamento do rio por meio da execução do canal aberto será realizada com a
execução de seção trapezoidal aberta, com bases variáveis ( 2mts, 4 mts, 6mts e 8mts)
revestidas com peças pré – moldadas no pé dos taludes e preenchidas com concreto entre as
peças. As peças de concreto e a laje de fundo entre as peças serão assentadas sobre
embasamento de rachão, regularizado com brita numa espessura de 50 centímetros. O
restante do talude será protegido com a plantação de grama em placas.
Figura 2 – Corte esquemático do Canal Aberto - Seção Trapezoidal
Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”
Quanto à melhoria do escoamento do rio por meio da execução do canal fechado, essa será
realizada com a execução de galerias celulares fechadas com seções variáveis, peças em
concreto pré-moldado assentadas sobre embasamento de rachão regularizado com brita
numa espessura de 50 centímetros.
Figura 3 – Corte esquemático do Canal Fechado -Seção Retangular (Galerias Celulares)
Fonte:Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”
O projeto previu também a substituição do bueiro existente na Alameda Arpo por outro
composto de tubulação dupla, em concreto pré-moldado. As seções pré-moldadas serão
assentadas sobre embasamento de rachão regularizado com brita numa espessura de 50
centímetros.
Figura 4 – Corte esquemático do Bueiro – Alameda Arpo
Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”
As obras relativas às complementações da microdrenagem, têm a função de interligar às
galerias existentes e os córregos laterais ao canal projetado. E as obras relativas à
microdrenagem superficial caracterizam-se pela execução de caixas de captação de
sarjetas/valetas ligadas ao canal do rio, promovendo, dessa forma, a drenagem superficial da
área a ser implantado o Parque Linear.
As obras do 3º Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca tem 1.981,17 metros de extensão
dos quais 1.321,17 metros corresponde aos canais abertos e 660 metros aos canais fechados
(Galerias celulares).
Os elementos componenentes das galerias celulares de concreto e os revestimentos de fundo
dos canais abertos em placas pré moldadas serão executados em concreto usinados,
fabricados industrialmente.
O item a ser executado “ Relocação da rede de água e esgotos”, no valor total proposto no
orçamento referencial de R$ 219.075,90, sendo R$ 189.000,10 referente ao remanejamento
do coletor Ressaca e R$ 30.075,80 referente à rede de água, foi operacionalizado da seguinte
forma: após a realização do projeto do 3º Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca, a
Prefeitura Municipal encaminhou-o à Sanepar para que fosse avaliado pela concessionária as
interferências do projeto nas redes existentes.
Quanto ao sistema de esgotos, após a análise da Sanepar verificou-se a necessidade de
realizar o remanejamento do coletor existente e para tanto realizou-se, pela Sanepar, os
projetos e orçamentos (rede de água e esgoto)os quais foram submetidos à CAIXA para
aprovação.
Constam no processo, os orçamentos realizados pela Sanepar referentes aos preços
unitários relativos à rede de água (Referência – Junho/2014, no valor de R$ 23.786,62 e ao
remanejamento do coletor Ressaca (Referência- Janeiro/2014), no valor de R$ 149.478,10,
no total de R$ 173.264,72.Nos valores indicados não estão incluídos o BDI. Aplicando-se o
BDI referencial utilizado pela Prefeitura no seu orçamento (26,44%) o valor total do item é o
proposto no orçamento referencial (R$ 219.075,90).
Com a validação da CAIXA, os valores orçados constaram no orçamento global das obras
do 3º Trecho sendo as obras executadas, assim como as demais, pela empresa contratada.
As intervenções da rede de esgoto no projeto do 3º Trecho do Parque Linear encontram-se
indicadas no Projeto- “Coletor Ressaca- Análise da Capacidade Atual-Arranjo Geral das
Intervenções.
Para execução das obras do 3º Trecho (entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Angelo Moro
Redeschi), houve a necessidade de realocação da rede de esgotos indicadas no projeto da
SANEPAR- intervenções 09; 10;11;12;13;14 e 15, com as seguintes localizações:
Intervenção 09 - na Alameda Arpo;
Intervenção 10; 11 e 12 – Ruas Florianópolis e Planalto;
Intervenção 13; 14 e 15 – Ruas Marialva e Floresta
##/Fato##
2.1.3. Procedimento Licitatório
Fato
O Procedimento Licitatório relativo à 3º Etapa do Parque Linear do Rio Ressaca, no
Município de São José dos Pinhais/PR, ocorreu por meio da Concorrência nº 11/2015 –
SERMALI, cujo objeto era a contratação de empresa para execução da obra de Controle de
Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear do Rio Ressaca – Fase 3, no trecho entre a
Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi. A Licitação foi do tipo menor preço
com valor máximo de R$ 12.215.815,82.
A homologação e adjudicação do processo licitatório ocorreu em 17 de agosto de 2015 em
favor da empresa VENTURI & ZEN LTDA., vencedora do certame, no valor total de R$
10.245.301,27. Desse valor, os recursos da União totalizam R$ 10.011.152,98 e a
contrapartida do município no valor de R$ 234.148,29.
Para execução do objeto, em 24/08/2015 foi firmado o Contrato nº 192/2015 – SERMALI,
entre o Município de São José dos Pinhais e a empresa Venturi & Zen Ltda, no valor de R$
10.245.301,27, regime de execução – empreitada por preço global, sem reajustamento de
preços.
O valor global contratado foi distribuído da seguinte forma:
-Total de Materiais- R$ 6.659.445,83 (65%);
-Total de Mão de Obra: R$ 1.844.154,23 (18%);
-Total de Equipamentos: R$ 1.741.701,22 (17%)
O prazo de vigência previsto no Contrato é de 26 (vinte e seis meses) e o prazo de execução
16 (dezesseis meses) ambos contados a partir da emissão da ordem de serviço.
1. Orçamento Referencial
O orçamento base referencial apresentado pela Prefeitura Municipal de São Jose dos
Pinhais, anexo III do Edital de Licitação – Concorrência Pública nº 11/2015- SERMALI, de
21 de maio de 2015 totalizou o valor de R$ 12.215.815,82 para a execução das obras de
Controle de Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear do Rio Ressaca – Fase 3
(Trecho Alameda Bom Pastor a Ângelo Moro Redeschi).
A planilha orçamentária teve como data – base agosto/2014, os índices acrescidos aos custos
unitários foram: encargos sociais – 88,52% (com desoneração, conforme Lei nº 12.844/13) e
BDI de 26,44%.
Na análise feita pela CAIXA sobre os custos unitários dos itens constantes do orçamento
base, foram selecionados os seguintes itens referenciados no orçamento:
Engenheiro de Obra (1.1.4);
Segurança do Canteiro (1.1.8);
Escavação mecânica de vala em material 2a. Categoria de 2,01 até 4,00m de
profundidade com utilização de escavadeira hidráulica (2.1.1.1);
Embasamento de Material Granular Rachão (2.1.4.1);
Concreto usinado bombeado FCK= 15MPA inclusive colocação, espalhamento e
acabamento (2.1.4.3);
Produção, transporte e lançamento das peças de concreto pré-moldado para corpo e
alas (2.2.4.3);
Plantio de grama batatais em placas (4.5.1);
Concreto usinado bombeado FCK= 20 MPA, inclusive lançamento e adensamento
(5.5.2)
Forma tábua para concreto em fundação c/ reaproveitamento 2X;
Linha d`água em paralelepípedos graníticos, rejuntados c ar cimento e areia traço 1:3
(9.1.6);
Eucalípto autoclavado para estruturas diâmetro 20 cms.(9.3.1)
Infere-se, pelas indicações do “Quadro Comparativo- Análise de Preços de Itens
Significativos”, que a análise feita pela CAIXA considerou que os custos unitários dos itens
supracitados analisados não apresentaram valores acima dos custos referenciais da
Administração ( Decreto 7.983/2013).
2. Orçamento Contratado
A empresa vencedora apresentou, em 29 de junho de 2015, a proposta de preço no valor
global de R$ 10.245.301,27, com data base-junho/2015, no entanto a planilha referencial do
SINAPI (com desoneração) utilizada foi a de janeiro/2014, o BDI utilizado foi de 26,98%.
A planilha orçamentária contratada contém os seguintes macro itens:
Tabela 1- Macro itens dos serviços contratados
Descrição dos Serviços: Valor (R$)
1-Serviços Preliminares 764.305,56
2-Bueiros 333.735,78
3-Galeria celular em concreto-Seção
retangular premoldada
2.765.242,63
4-Canal seção trapezoidal revestida
parcialmente com peças pré-moldadas e
concreto ciclópico
4.230.162,35
5-Complementações da micro drenagem
lateral ao canal
215.236,13
6-Remanejamento da Rede de Esgotos 158.514,38
7- Rede de Água 25.224,57
8-Micro drenagem localizada p/
implantação do parque e terraplenagem
1.219.710,05
9-Parque Mínimo 533.169,83
Total 10.245.301,27 OBS: No valor total está incluso o BDI de 26,98%
Fonte: Planilha Orçamentária contratada – Empresa Venturi & Zen Ltda.
A representatividade percentual dos macro itens no orçamento global são as seguintes:
Tabela 2- Indicação da representação dos percentuais dos macro itens no orçamento.
Serviços Contratados: Valor (R$) Representação no
Orçamento (%)
1-Serviços Preliminares 764.305,56 7,46
2-Bueiros 333.735,77 3,26
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular premoldada
2.765.242,63 27,00
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
4.230.162,35 41,29
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
215.236,13 2,10
6-Remanejamento da Rede de
Água e Esgotos
183.738,95 1,79
7-Micro drenagem localizada
p/ implantação do parque e
terraplenagem
1.219.710,05 11,90
8-Parque Mínimo 533.169,83 5,20
Total 10.245.301,27 100
Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi
& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.
##/Fato##
2.1.4. Curva ABC
Fato
Na aplicação da metodologia do Diagrama de Pareto (Curva ABC) foram analisados os
seguintes itens que totalizaram 80,35% do valor total do orçamento, correspondendo ao
valor de R$ 8.232.099,57.
Tabela 3- Curva ABC- Indicação dos itens mais representativos
ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT. VALOR
UNIT.
(R$)
(C/BDI)
VALOR
TOTAL
(R$)
(C/BDI)
%
UNIT.
%
ACUM.
4.3.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas – canal seção trapezoidal.
m3 1.369,05 2.177,44 2.981.024,23 29,09 29,09
3.3.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas.
m3 1.319,70 1.807,69 2.385.608,49 23,28 52,37
8.7.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em
placas (Microdrenagem localizada para
implantação do Parque)
m² 71.906,40
7,06
507.659,18
4,95 57,32
4.1.1 Escavação mecânica de vala em material
2ª categoria de 2,01 até 4,00 m de
profundidade com utilização de
escavadeira hidráulica
m3 34.292,63 13,55 464.665,14 4,53 61,85
4.3.1 Embasamento de material granular -
rachão
m3 3.078,9630
87,22
268.547,15
2,62 64,47
4.3.4 Concreto Usinado Bombeado
FCK=15MPA, Inclusive lançamento e
adensamento
m3 849,0700
298,28
253.260,60
2,47 66,94
2.2.4.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas. (Bueiros)
m3 126,4900
1.807,69
228.654,71
2,23 69,17
4.5.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em
placas. (Canal seção trapezoidal)
m² 25.968
7,06
183.334,08
1,79 70,96
1.14 Engenheiro de Obra Junior mês 16 10.564,35
169.029,60
1,64 72,60
8.4.3 Forma tábua para concreto em fundação c/
reaproveitamento 2X
m² 3.143,60
51,05
160.480,78
1,57 74,17
1.18 Segurança do Canteiro mês 16 9.801,95
156.831,20
1,53 75,70
9.1.6 Linha d agua em paralelepípedos
graníticos, rejuntados c/ ar cimento e areia
traço 1:3
m 3.907,18
38,61
150.856,22
1,47 77,17
3.1.1 Escavação mecânica de vala em material
2a. Categoria de 2,01 até 4,00m de
profundidade com utilização de
escavadeira hidráulica
m³ 8.390,8000
13,55
113.695,34
1,10 78,27
8.4.1 Concreto usinado bombeado FCK 20mpa,
inclusive lançamento e adensamento
m³ 332,34
335,60
111.533,30
1,09 79,36
Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi
& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.
Por ocasião da elaboração do orçamento referencial para execução das obras do 3º Trecho do
Parque Linear do Rio Ressaca, o regramento para realização de orçamentos de obras e serviços
de engenharia, contratados com recursos dos orçamentos da União, era o estabelecido no
Decreto 7.983/2013, que dispõe que:
“Art. 3o O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os
serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos
custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à
mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens
caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de
construção civil.
Dessa forma analisou-se os custos dos itens unitários constantes da Curva ABC com os custos
unitários do sistema referencial SINAPI, concluindo-se que, nos itens que foram possíveis a
análise, os custos unitários dos itens não apresentaram indicações significativas de valores
superiores ao custos referenciais da Administração.
Cabe ressaltar que, para fins de análise comparativa dos custos referenciais (SINAPI) com os
custos constantes dos seguintes itens do orçamento contratado, extraiu-se os percentuais do BDI
utilizado acrescidos aos custos unitários.
Tabela 4- Curva ABC- Análise comparativa dos custos unitários.
9.3.1 Eucalipto autoclavado para estruturas
diâmetro 20 cm
m25
3
753,09
135,84
102.299,75
0,99 80,35
ITEM DISCRIMINAÇÃO UN
ID
QUANT VALOR
UNIT.
(R$)
(S/BDI)
VALOR
TOTAL
(R$)
(S/BDI)
CÓDIGO
SINAPI
VALOR
UNIT.
(R$)
SINAPI
VALOR
TOTAL
(R$)
SINAPI
4.3.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas (canal seção trapezoidal).
m3 1.369,05 1589,97 2.176.748,42
3.3.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas (galerias celulares)
m3 1.319,70 1.319,98 1.741.977,60
8.7.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em
placas (Microdrenagem localizada
para implantação do Parque)
m² 71.906,40
5,16 371.037,02 74236/1 5,67
4.1.1 Escavação mecânica de vala em
material 2ª categoria de 2,01 até 4,00
m de profundidade com utilização de
escavadeira hidráulica
m3 34.292,63 9,90 339.497,03 72917
74031/1
74032/1
11,59
13,52
4.3.1 Embasamento de material granular -
rachão
m3 3.078,96
63,69 196.098,96 73817/2 68,62
4.3.4 Concreto Usinado Bombeado
FCK=15MPA, Inclusive lançamento e
adensamento
m3 849,0700
217,81 184.920,69 74138/1 279,06
2.2.4.3 Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas. (Bueiros)
m3 126,4900
1.319,98 166.964,27 _________ _________
4.5.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em
placas. (Canal seção trapezoidal)
m² 25.968
5,16 133.994,88 74236/1 5,67
1.14 Engenheiro de Obra Junior mê
s
16 7.714,09 123.425,44 2706 8.478,40
8.4.3 Forma tábua para concreto em
fundação c/ reaproveitamento 2X
m² 3.143,60
37,28 117.193,40 5970 36,54
1.18 Segurança do Canteiro mê
s
16 7.157,39 114.518,24 Não
identificado
no SINAPI
_______
Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi
& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.
Comparando as informações das Tabelas nº 03 e nº 04 acima, verificou-se que os itens da
planilha orçamentária contratada que apresentaram referências de custos no SINAPI
totalizaram 23,23% do valor total do orçamento.
##/Fato##
2.1.5. Execução Contratual
Fato
A empresa Venturi & Zen Ltda. foi autorizada a dar início aos serviços da obra de Controle
de Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear – Fase 3, a partir do dia 01/10/2015, por
meio da Ordem de Serviços nº 063/2015-SMVOP. O prazo de execução estabelecido foi de
16 (dezesseis meses) e o prazo de vigência de 26 (vinte e seis meses) ambos a partir da
emissão da Ordem de Serviço.
A Licença de Instalação nº 18585, emitida em 13 de fevereiro de 2014 com validade até 13
de fevereiro de 2016 foi renovada para fins de execução da continuidade das obras do 3º
Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca, com validade até 16 de março de 2018.
1. Medições
9.1.6 Linha d agua em paralelepípedos
graníticos, rejuntados c/ ar cimento e
areia traço 1:3
m 3.907,18
28,19 110.143,40 74211 30,90
3.1.1 Escavação mecânica de vala em
material 2a. Categoria de 2,01 até
4,00m de profundidade com utilização
de escavadeira hidráulica
m³ 8.390,80
9,90 83.068,92 72917
74031/1
74032/1
11,59
13,52
8.4.1 Concreto usinado bombeado FCK
20mpa, inclusive lançamento e
adensamento
m³ 332,34
245,06 81.443,24 74138/2 292,24
9.3.1 Eucalipto autoclavado para estruturas
diâmetro 20 cm
m 753,09
99,19 74.698,99 Sem
correspondê
ncia no
SIMAPI
Verificou-se que, por ocasião da presente fiscalização, foram realizadas nove medições dos
serviços. A primeira medição ocorreu em novembro de 2015 e a nona em julho de 2016.
A sistemática da CAIXA para análise das medições apresentadas pela Prefeitura com vistas
ao desbloqueio dos recursos correspondentes operacionaliza-se da seguinte forma: no
primeiro momento, com relação as ações de responsabilidade do Município, a Prefeitura
encaminha à CAIXA o ofício solicitando o desbloqueio do valor correspondente aos
serviços medidos, juntamente com o RRE – Relatório Resumo do Empreendimento e o BM
– Boletim de Medição.
No segundo momento, quanto à análise da solicitação pela CAIXA, com base na inspeção
técnica realizada na obra, a CAIXA emite o RAE- Relatório de Acompanhamento de
Engenharia, contendo os valores e correspondentes percentuais executados acumulados,
assim como registros fotográficos da execução da obra. Os valores apresentados como
serviços medidos, poderão, de acordo com a inspeção in loco da CAIXA, serem glosados
pela contratante, a depender do entendimento da inexecução do item. Além desse
documento, a CAIXA apresenta o RAE consolidado.
Com base na referida análise, a CAIXA encaminha ofício à Prefeitura informando a
existência ou não de glosa e as possíveis pendências existentes para o desbloqueio dos
próximos recursos. A liberação do valor solicitado é sempre vinculada à apresentação da
prestação de contas parcial da parcela anteriormente liberada.
Para tanto a Prefeitura apresenta o documento – Relação/Comprovação de Pagamentos,
informando o recebedor do pagamento, a data da sua realização, e as informações do
documento fiscal com as respectivas notas fiscais.
A Tabela a seguir apresenta o detalhamento das medições, com os valores apresentados pela
Prefeitura e os valores validados pela CAIXA:
Tabela 5- Detalhamento das medições –Valores aplicados no período e acumulados.
Medição/
Data –
Solicitação
Recursos
RAE-Data
Serviços
Contratados
(Itens)
Valor
Medido no
Período
(PMSJP)
(R$)
Valor
Acum.
(PMSJP)
(R$)
Valor
Medido
no Período
(RAE)
(R$)
Valor
Acumulado
(RAE)
(R$)
1ª-23/11/15
RAE-
08/12/15
1-Serviços
Preliminares
145.342,03 145.342,03
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
14.085,80 14.085,80
Valor Total no período 159.427,83
Repasse –
155.784,23
Contraartida.
3.643,60
159.427,83
Repasse –
155.784,23
Contraartida.
3.643,60
Valor Total acumulado
2ª-14/12/15
RAE
16/12/15
1-Serviços
Preliminares
37.092,08 182.434,11 110.193,62
1.1Administração
Local da Obra
72.240,48
Total item 1-
182.434,11
2-Bueiros 159.466,73 159.466,73
159.466,73
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
214.185,19 228.270,99 228.270,99
Valor Total no Período 410.743,99
Repasse –
401.356,76
Contraartida.
9.387,23
410.743,99
Repasse –
401.356,76
Contraartida.
9.387,23
Valor Total Acumulado 570.171,83
570.171,83
3ª-14/01/16
RAE
1-Serviços
Preliminares
33.685,15 216.119,26 110.193,62
1.1Administração
Local da Obra
72.242,48
(Glosa de R$
33.685,15)
Total item 1- 182.436,10
2-Bueiros 5.110,85 164.577,58 164.577,59
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
187.894,77 416.165,76 416.165,77
Valor Total no Período 226.690,79
Repasse –
221.509,95
Contraartida.
5.180,84
193.005,64
Repasse –
188.594,65
Contraartida.
4.410,99
Valor Total Acumulado 796.962,60 763.177,46
4ª-27/01/16 1-Serviços 65.455,05 281.574,34 125.729,62
RAE-
01/02/16
Preliminares
1.1Administração
Local da Obra
78.319,48
(Glosa de R$
43.840,10)
Total item 1- 204.049,10
2-Bueiros
164.577,58 164.577,59
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
170.640,57
170.640,57 170.640,57
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
483.563,83 899.729,59 899.729,59
Valor Total no Período 719.659,49
Repasse –
703.212,24
Contraartida.
16.447,25
675.819,39
Repasse –
660.374,07
Contraartida.
15.445,32
Valor Total Acumulado 1.516.522,08 1.438.996,85
Percentual de execução da obra no período
5ª-03/03/16
RAE-
21/03/16
1-Serviços
Preliminares
80.470,48 284.519,58
1.1Administração
Local da Obra
Total item 1-
2-Bueiros
107.336,46 271.914,04 228.651,09
2.2.4.3 Produção,
transporte e lçto.
Peças pré-
moldadas de
corpos e alas
Glosa de
18.423,42
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
204.832,34 375.472,91
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
535.809,93 1.435.539,52
Valor Total no Período 928.449,22
Repasse –
907.230,24
Contrapartida-
21.218,98
2.367.446,05 910.025,78
Repasse –
889.227,85
Contrapartida-
20.797,93
Valor Total Acumulado 2.349.022,63
Percentual de execução da obra no período
6ª-11/04/16 1-Serviços 76.347,59 360.867,17
RAE-
18/04/16
Preliminares
2-Bueiros
52.961,78 281.612,87
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
882.732,44 1.258.205,35
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
327.660,38 1.763.199,90
5-
Complementações
da micro
drenagem lateral
ao canal
49.133,08 49.133,08
6-Remanejamento
de rede de esgotos
35.304,19 35.304,19
Valor Total no Período 1.399.299,93
Repasse –
1.367.320,03
Contrapartida-
31.979,90
1.399.299,93
Valor Total Acumulado 3.748.322,56 3.748.322,56
Percentual de execução da obra no período
7ª- 09/05/16
RAE-
18/05/16
1-Serviços
Preliminares
83.441,88 444.309,05
2-Bueiros
18.761,55 300.374,42
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
446.083,16 1.704.288,51
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
462.755,01 2.225.954,91
5-
Complementações
da micro
drenagem lateral
ao canal
49.133,08
6-Remanejamento
de rede de esgotos
75.521,72 110.825,91
7-Micro
Drenagem
localizada para
implantação do
Parque e
terraplenagem
57.585,53 57.585,53
Valor Total no Período 1.144.148,87 1.144.148,87
Repasse –
1.118.000,25
Contrapartida-
26.148,62
Repasse –
1.118.000,25
Contrapartida-
26.148,62
Valor Total Acumulado 4.892.471,43
Percentual de execução da obra no período
8ª- 02/06/16
RAE-
08/06/16
1-Serviços
Preliminares
477.994,21
2-Bueiros
300.374,42
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
2.221.678,47
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
2.543.140,62
5-
Complementações
da micro
drenagem lateral
ao canal
49.133,08
6-Remanejamento
de rede de esgotos
119.633,95
8-Micro
drenagem
localizada p/
implantação do
parque e
terraplenagem
126.199,22
Valor Total no Período 945.682,57
Repasse –
924.069,74
Contrapartida-
21.612,83
945.682,57
Repasse –
924.069,74
Contrapartida-
21.612,83
Valor Total Acumulado 5.838.153,97 5.838.153,97
Percentual de execução da obra no período
9ª- 04/07/16
RAE-
07/07/16
1-Serviços
Preliminares
33.685,15 511.679,36
2-Bueiros
300.374,42
3-Galeria celular
em concreto-
Seção retangular
pré-moldada.
252.723,47 2.474.401,94
4-Canal seção
trapezoidal
revestida
parcialmente com
peças pré-
moldadas e
concreto ciclópico
144.863,27 2.688.003,89
OBS: As lacunas que estão em branco são por ausência de informações tanto nas medições municipais como
nos RAE (CAIXA)
Fonte: Documentação referentes às medições disponibilizada pela CAIXA
Tabela 6- Detalhamento das medições –Percentuais de execução dos serviços no período e
acumulados.
5-
Complementações
da micro
drenagem lateral
ao canal
49.133,08
6-Remanejamento
de rede de esgotos
38.880,43 158.514,38
8-Micro
drenagem
localizada p/
implantação do
parque e
terraplenagem
126.199,22
Valor Total no Período 470.152,31
Repasse –
459.407,35
Contrapartida-
10.744,96
470.152,31
Repasse –
459.407,35
Contrapartida-
10.744,96
Valor Total Acumulado 6.308.306,28
Medição/
Data –
Solicitação
Recursos
RAE-Data
Serviços Contratados
(Itens)
%
Período
(PMSJP)
%
Acum.
(PMSJP)
%
Período
(RAE)
%
Acum.
(RAE)
1ª-23/11/15
RAE-08/12/15
1-Serviços Preliminares 19,02%
19,02%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
0,33% 0,33%
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
Percentual de execução da obra no período 1,56%
2ª-14/12/15
RAE 16/12/15
1-Serviços Preliminares 4,85% 23,87% 1,95% 63,11%
1.1Administração Local da
Obra
5,71% 12,25%
Total item 1-
2-Bueiros 47,78% 47,78% 47,78% 47,78%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
5,07% 5,40% 5,06% 5,40%
Percentual de execução da obra no período 4,01%
Percentual de execução acumulado da obra 5,57% 5,57%
3ª-14/01/16
RAE
1-Serviços Preliminares 28,28% 63,11%
1.1Administração Local da
Obra
12,25%
Total item 1-
2-Bueiros 49,31% 1,53% 49,31%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
9,84% 4,44% 9,84%
Percentual de execução da obra no período 2,21%
Percentual de execução acumulado da obra 7,78% Houve glosa
de serviços
(Redução %
de execução)
4ª-27/01/16
RAE-
01/02/16
1-Serviços Preliminares 36,84% 8,90% 72,01%
1.1Administração Local da
Obra
1,03% 13,28%
Total item 1-
2-Bueiros 49,31%
49,31%
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
6,17% 6,17% 6,17%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
21,27% 11,43% 21,27%
Percentual de execução da obra no período 7,02%
Percentual de execução acumulado da obra 14,80% 13,45% (Houve
glosa de
serviços)
5ª-03/03/16
RAE-
21/03/16
1-Serviços Preliminares 37,23%
1.1Administração Local da
Obra
Total item 1-
2-Bueiros
81,48%
2.2.4.3 Produção, transporte e
lçto. Peças pré-moldadas de
corpos e alas
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
13,58%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
33,94%
Percentual de execução da obra no período 9,06%
Percentual de execução acumulado da obra 23,11% Houve glosa
de serviços-
Percentual
acumulado
não
informado
no RAE
6ª-11/04/16
RAE-
18/04/16
1-Serviços Preliminares 47,22%
2-Bueiros
84,38%
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
45,50%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
41,68%
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
22,83%
6-Remanejamento de rede de
esgotos
22,27%
Percentual de execução da obra no período 13,66%
Percentual de execução acumulado da obra 36,59% 35,04%
7ª- 09/05/16
RAE-
18/05/16
1-Serviços Preliminares
2-Bueiros
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
6-Remanejamento de rede de
esgotos
7-Micro Drenagem localizada
para implantação do Parque e
terraplenagem
Percentual de execução da obra no período 11,17%
Percentual de execução acumulado da obra 47,75% 45,74%
8ª- 02/06/16
RAE-
08/06/16
1-Serviços Preliminares 62,54%
2-Bueiros
90,00%
OBS: As lacunas que estão em branco são por ausência de informações tanto nas medições municipais como
nos RAE (CAIXA)
Fonte: Fonte: Documentação referentes às medições disponibilizada pela CAIXA
As informações com os valores repassados e percentuais acumulados de execução são os
seguintes:
Tabela 7- Valores e percentuais acumulados de execução na 9ª medição
Serviços Medidos: Valor Planilha
Contratada
(R$)
Valor Repassado
Acumulado
(R$)
% acumulado
1-Serviços Preliminares 764.305,56 511.679,36 66,95%
2-Bueiros
333.735,78 300.374,42 90,00%
3-Galeria celular em
concreto-Seção retangular
pré-moldada.
2.765.242,63 2.474.401,94 89,48%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
4.230.162,35 2.688.003,89 63,54%
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
80,34%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
60,12%
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
22,83%
6-Remanejamento de rede de
esgotos
75,47%
8-Micro drenagem localizada
p/ implantação do parque e
terraplenagem
10,35%
Percentual de execução da obra no período 9,23%
Percentual de execução acumulado da obra 56,98% 54,58%
9ª- 04/07/16
RAE-
07/07/16
1-Serviços Preliminares 66,95%
2-Bueiros
90,00%
3-Galeria celular em concreto-
Seção retangular pré-moldada.
89,48%
4-Canal seção trapezoidal
revestida parcialmente com
peças pré-moldadas e concreto
ciclópico
63,54%
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
22,83%
6-Remanejamento de rede de
esgotos
100,00%
8-Micro drenagem localizada
p/ implantação do parque e
terraplenagem
10,35%
Percentual de execução da obra no período 4,59%
Percentual de execução acumulado da obra 61,57% 58,98%
peças pré-moldadas e
concreto ciclópico
5-Complementações da micro
drenagem lateral ao canal
215.236,13 49.133,08 22,83%
6-Remanejamento de rede de
esgotos
158.514,38 158.514,38 100,00%
8-Micro drenagem localizada
p/ implantação do parque e
terraplenagem
1.219.710,05 126.199,22 10,35%
Total Valor Contratado 10.245.301,27
Total Valor Repassado
Acumulado
6.308.306,28*
Percentual de execução
acumulado
61,57%**
* Valor constante na Medição Acumulada da Prefeitura e informada no RAE-CAIXA
** Percentual de execução acumulado informado pela CAIXA, em função das glosas, foi de 58,98%
Fonte: Tabela elaborada com base em documentação disponibilizada pela CAIXA
##/Fato##
2.1.6. Cronograma Físico
Fato
De acordo com a Ordem de Serviço nº 063/2015-SMVOP, as obras tiveram início no dia 01
de outubro de 2015, com prazo de execução de 16 meses, com previsão de término para 22
de janeiro de 2017, de acordo com as informações constantes na placa da obra.
O RAE – Relatório de Acompanhamento de Engenharia relativo a 9ª medição, realizada em
06 de julho de 2016, considerou o cronograma físico de execução das obras normal, com
10,4 meses decorridos, correspondendo a 65% do prazo previsto para a execução das obras.
##/Fato##
2.1.7. Inspeção Física
Fato
A inspeção física às obras foram realizadas no dia 02 de agosto de 2016 e 29 de agosto de
2016, pela equipe de fiscalização da CGU, juntamente com o responsável pelo
acompanhamento do Contrato na Prefeitura.
A inspeção restringiu-se à análise visual do avanço físico para fins de constatação da
compatibilidade da execução das obras com o que foi atestado nos boletins de medições,
sem no entanto ser ampara por qualquer aferição por meio de instrumentos, testes e/ou
ensaios.
O Quadro a seguir mostra a situação atual das obras por itens constantes do projeto,
informados pela Prefeitura e verificadas em campo em visita técnica.
Quadro 1-Situação atual de execução dos serviços contratados:
Itens Situação Atual de
Execução conforme
Prefeitura
Situação Atual de
Execução conforme
Inspeção
Reparos no bueiro da Alameda
Bom Pastor, entre as estacas
(43+8,68) e (45) com base mais
corpo e alas
Não executado –
Previsto para o final do
Cronograma Físico
Não executado,
conforme foto nº 01.
Início do trecho na
Alameda Bom Pastor.
Local da Placa à
montante do Rio,
conforme foto nº 02.
Canal trapezoidal aberto, entre as
estacas (45) e (54+25,19), com 2
metros de base
Não Executado Não executado,
conforme foto nº 03.
Início do trecho na
Alameda Bom Pastor e
término na Rua
Floresta. O
impedimento para
execução do trecho
deve-se à problemas de
desapropriação.
Canal fechado, seção retangular
(2,90 x 1,90) entre as estacas
(54+ 25,19) e (69);
Executado Execução parcial.
Falta a conclusão dos
serviços conforme foto
04. Início do Canal
fechado na Rua
Floresta, estaca (54+
25,19) até a Rua
Planalto, estaca (86,00
+5,00).
Verificou-se o
lançamentos de esgotos
domésticos sobre áreas
do canal fechado.
Canal fechado, seção retangular
(3,90 x 1,90) entre as estacas (69)
e (86,00 +5,00);
Executado
Canal trapezoidal aberto, entre as
estacas (86,00 +5,00) e
(99+35,52), com 4 metros de
base;
Execução Parcial Execução Parcial.
Início na estaca (86,00
+5,00) na Rua Planalto
até a estaca
(99+35,52), na
Alameda Arpo.
Da estaca 99+35,52 a
estaca 94 o trecho está
executado, faltando
ser executado a partir
dessa estaca até a
estaca (86,00 +5,00),
na Rua Planalto,
conforme fotos nº
05;06;07 e 08.
Bueiro da Alameda Arpo, entre
as estacas (99+35,52) e
(102+6,20), canal fechado, seção
retangular dupla de 3,75 x 2,00
m.
Executado Executado, conforme
fotos nº 09 e 10, no
entanto a execução do
bueiro apresenta
acabamento de baixa
qualidade e
desconformidade com
o serviço previsto no
orçamento
Canal trapezoidal aberto, entre as
estacas (102 + 6,20) e (109), com
6 metros de base
Não executado,
aguardando realocar a
rede de esgotos
Execução parcial,
executado o canal
trapezoidal aberto da
estaca (102 + 6,20) até
a altura da estaca 107.
A partir dessa estaca
até a estaca 109 não
foram executados os
serviços, conforme
fotos 11; 12 13.
Canal trapezoidal aberto, entre as
estacas (109) e (119), com 8
metros de base
Executado Execução parcial,
trecho paralisado em
função da necessidade
de remanejamento da
rede de esgotos,
conforme fotos 14 e
15.
Complementação da micro
drenagem existente
Em execução Em execução caixas de
ligação, bocas de lobo
e etc., conforme foto
16.
Relocação da rede de água e
esgotos
Executado o previsto
no Contrato
Execução parcial,
conforme foto 14.
Drenagem superficial localizada,
terraplenagem complementar e
grama batatais para implantação
do parque
Em execução Em execução, porém
não foi identificado ao
longo do trecho o
plantio de grama nos
taludes, conforme
previsto nesse item do
orçamento. Fonte: Informações dos itens de Serviços- Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de
Cheias – Rio Ressaca e informações da situação atual dos serviços disponibilizadas pela Prefeitura
Registros fotográficos referidos:
Foto nº 01 – Bueiro da Alameda Bom
Pastor (Estaca 45)
Foto nº 02- Placa da obra localizada à
montante do Rio Ressaca- Alameda Bom
Pastor
Foto nº 03 –Trecho do canal trapezoidal
aberto com início na Rua Floresta e
término na alameda Bom Pastor. Trecho
não executado em função de problemas
de desapropriações dos imóveis
existentes.
Foto nº 04 – Área sobre o canal fechado
(Galerias Celulares), ressalta-se a
existência de esgoto a céu aberto lançado
sobre áreas dos canais fechados.
Foto nº 05 – Trecho do canal trapezoidal
aberto com início na estaca (86,00 +5,00
na Rua Planalto até a estaca (99+35,52),
na Alameda Arpo.
Foto nº 06- Canal trapezoidal aberto
executado da estaca 99+35,52 até a
estaca 94. Frente de trabalho realizando a
continuidade dos serviços a partir dessa
estaca.
Foto nº 07- Trecho do canal trapezoidal
aberto a ser executado entre estacas 94 e
estaca (86,00 +5,00), na Rua Planalto.
Visão da Rua Planalto (término desse
trecho)
Foto nº 08- Trecho do canal trapezoidal
aberto entre a estaca 99+35,52 e a estaca
94. Placas pré-moldadas assentadas na
base do talude sem o devido
preenchimento de concreto entre as peças
assim como aplicadas em
desconformidade com o previsto no
projeto.
( Assuntos tratados nas constatações
nº13 e nº 14 deste Relatório)
Foto nº 09- Execução de alas do bueiro
na Alameda Arpo em alvenaria de tijolos
em desconformidade com o serviço
previsto no orçamento para este item.
Foto nº 10- Contenção de concreto com
execução de serviços com acabamento de
baixa qualidade.
Foto nº 11- Trecho do canal trapezoidal
aberto com início na Alameda Arpo
estaca (102 + 6,20), a jusante do Rio
Ressaca.
Foto nº 12 - Trecho do canal trapezoidal
aberto com início na estaca (102 + 6,20).
Verificou-se que na altura da estaca 109
foi interrompida a execução do trecho.
Foto nº 13- Trecho do canal trapezoidal
aberto entre as estacas (102 + 6,20) e
(109). Conforme verificado, falta
concluir a execução do condutor de
águas pluviais com o Rio Ressaca.
Foto nº 14- Trecho do canal trapezoidal
aberto entre estacas (109) e (119).
Interrupção dos serviços na altura da
estaca 113 em função da necessidade de
remanejamento da rede de esgotos.
Foto nº 15- Trecho do canal trapezoidal
aberto entre estacas (109) e
(119).Continuação dos serviços após o
trecho interrompido (estaca 113) para
remanejamento da rede de esgotos.
Foto nº 16- Caixa de ligação, execução
da micro drenagem lateral ao Canal.
Foto nº 17 – Erosão no talude no início
do Canal trapezoidal aberto, trecho com
início na Rua Ângelo Moro Redeschi.
(Assunto tratado na constatação nº 19
deste Relatório)
Foto nº 18 –Erosão no talude no canal
trapezoidal aberto, trecho entre as
estacas (102 + 6,20) e (109).
(Assunto tratado na constatação nº 19
deste Relatório)
Foto nº 19-Placa da obra localizada à
jusante do Rio na Rua Ângelo Moro
Redeschi no limite da execução das obras
do trecho 3 com o trecho 2.
Foto nº 20- Canteiro da obra localizado
na Alameda Arpo com três construções,
a primeira destinada ao escritório, a
segunda ao refeitório e a terceira
banheiro e almoxarifado.
##/Fato##
2.1.8. Ausência de detalhamento dos insumos na composição dos itens 3.3.3;4.3.3 e
2.2.4.3 do orçamento contratado.
Fato
Da análise dos itens componentes da Curva ABC, verificou-se a impossibilidade de análise
dos itens 3.3.3; 4.3.3 e 2.2.4.3 “ Produção, transporte e lançamento das peças de concreto
pré-moldado para corpo e alas”, respectivamente para os serviços executados nas galerias
celulares; nos canais abertos com seções trapezoidais e nos bueiros.
No orçamento, os itens estão apresentados na sua forma sintética, consolidada, sem a devida
composição dos insumos (materiais, equipamentos e mão de obra) que formaram os valores
totais dos mesmos, impossibilitando, dessa forma ,a necessária análise.
A composição do custo unitário do serviço de forma detalhada é uma exigência
estabelecida nas alíneas “c” , inciso IX, do art. 6º, combinado com o art. 7º, § 2º, II, da Lei
8.666/93, além de determinação da Súmula TCU 258/2010 "as composições de custos
unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe
o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de
licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da
expressão "verba" ou de unidades genéricas".
Pelo exposto, o gestor, quando executar obras com recursos federais, tem o dever de
apresentar e exigir dos licitantes que apresentem a composição de custos de todos os
serviços que serão executados.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“Informamos que a peça pré moldada para fins de orçamento é considerada um insumo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação do gestor não esclarece o apontamento verificado. O apontamento diz
respeito a apresentação na forma sintética do item “ Produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para corpo e alas”, para execução dos serviços referentes
ao bueiro celular, galerias celulares e canais trapezoidais.
Ressalta-se que os itens 4.3.3 e 3.3.3 são os de maior representatividade percentual na
aplicação dos recursos orçamentários, totalizando juntos 52,37%, conforme a seguinte
tabela, ou seja mais da metade do total dos recursos previstos para execução da obra, o que
reforça a necessidade de detalhamento da composição dos seus custos.
Tabela 1- Discriminação dos itens, 4.3.3; 3.3.3 e 2.2.4.3
ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT. VALOR
UNITÁRIO
(R$)
VALOR
TOTAL
(R$)
REPRESENTATIVIDADE
PERCENTUAL
4.3.3 Produção, transporte
e lançamento das
peças de concreto
pré-moldado para
corpo e alas – Canal
m3 1.369,05 2.177,44 2.981.024,23 29,09%
Seção Trapezoidal.
3.3.3 Produção, transporte
e lançamento das
peças de concreto
pré-moldado para
corpo e alas-
Galeria Celular.
m3 1.319,70 1.807,69 2.385.608,49 23,28%
2.2.4.3 Produção, transporte
e lançamento das
peças de concreto pré-moldado para
corpo e alas- Bueiro
Celular Duplo.
m3 126,4900
1.807,69 228.654,71
2,23
Fonte: Planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi & Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.
Nos referidos itens consolidou-se os serviços de produção, transporte e lançamento das
peças de concreto pré-moldado, sem contudo detalhar os insumos componentes dos itens
com seus custos unitários e totais, a exemplo dos custos: de aquisição e transporte das
referidas peças; do maquinário utilizado, detalhando o seu consumo unitário e
produtividade horária e da mão de obra empregada para execução dos serviços, descrevendo
qual a mão de obra utilizada de acordo com o serviço realizado, assim como o coeficiente
de utilização das mesmas.
A obrigatoriedade de apresentação do orçamento detalhado está estabelecido no art.6º, inciso
IX, alínea “f” e no art. 7º,§2º, inciso II, da Lei 8.666/93, além da previsão em diversos
julgamentos do Tribunal de Contas da União, dentre eles a Súmula nº 258, que estabelece
que:
“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI
integram o orçamento que compõem o projeto básico da obra ou serviço de engenharia,
devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem
ser indicados mediante uso da expressão “verba” ou de unidades genéricas”
A apresentação do orçamento detalhado por parte do licitante, além de dar a necessária
publicidade e motivação do referencial de preços utilizado, contribui para a economicidade
do certame, uma vez que o conhecimento dos custos que motivaram o preço referencial
propicia maiores condições de avaliação das propostas ofertadas, além de subsidiar a
Administração em eventuais análises de exequibilidade das propostas de preços.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.9. Ausência de detalhamento na composição do item 1.1.8 do orçamento
contratado de forma a justificar o valor proposto
Fato
Da análise dos itens componentes da Curva ABC, verificou-se que o valor mensal do item
1.1.8 – Segurança do Canteiro, é de R$ 9.801,95, num total de R$ 156.831.20 para os 16
meses previstos para a execução da obra, considerando nesse valor a inclusão do percentual
do BDI de 26,98%.
Como o item foi apresentado na sua forma sintética, com a inexistência de detalhamento do
seu custo, cabe a Prefeitura justificar o valor mensal de R$ 9.801,95 estabelecido para este
item, detalhando, documentalmente, o tipo de serviço realizado, período efetivo de
realização dos serviços (manhã, tarde ou noite), quantitativo de pessoas envolvidas na
segurança do canteiro, pagamentos realizados e demais informações que esclareçam o valor
indicado.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“ Para que a empresa possa atender o item 1.1.8 Segurança do Canteiro existe um contrato
firmado junto de uma Empresa Terceirizada, onde é pago o valor de R$ 7.687,40 mensais
(conforme NFs em anexo), através do contrato a Empresa executora da Obra se
compromete em disponibilizar profissionais de vigilância durante toda a semana no período
noturno no horário de 20:00 horas até as 07:00 horas da manhã, e nos fins de semana e
feriados no período da manhã, tarde e noite.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação do gestor ao invés de esclarecer documentalmente o valor de R$ 9.801,95 a
ser aplicado no item 1.1.8 – Segurança do Canteiro, limitou-se a apresentar três notas
fiscais da empresa Juriseg Prestação de Serviços Ltda., no valor de R$ 7.687,40 cada uma,
referente aos serviços prestados nos meses de julho, agosto e setembro/2016.
Restaram ser encaminhadas as informações solicitadas quanto ao detalhamento do referido
valor, como o Contrato de Prestação de Serviços referido pela Unidade, informando o local
efetivo da vigilância (canteiro da obra e/ou rondas em outras áreas) o valor mensal a ser
pago, o número de pessoas envolvidas, turnos trabalhados, vigência e demais informações
para fins de detalhamento do valor apresentado.
Cabe ressaltar que com relação às notas fiscais apresentadas no valor de R$ 7.687,40, se
aplicarmos o BDI de 26,98%, utilizado pela contratada, totalizaria o valor de R$ 9.761,46,
divergente do valor informado para o item de R$ 9.801,95.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.10. Impossibilidade de continuidade das obras devido a problemas com
desapropriações de imóveis
Fato
As obras do trecho do canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), com 2
metros de base, entre as Ruas Bom Pastor e Floresta ainda não foram iniciadas, conforme
foto nº 03, em função de problemas de desapropriação dos imóveis situados nesse trecho.
Pelas informações encaminhadas pela Prefeitura, no momento o entrave para a execução das
obras encontra-se nas negociações para desapropriação de parte do lote A 172, matrícula
834/11, ainda sem solução.
Tal problema pode comprometer o cronograma de execução das obras com conclusão
prevista para 22 de janeiro de 2017 e consequentemente ocasionar prejuízo aos cofres
públicos.
Considerando que da assinatura do Contrato de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério
das Cidades/Caixa até o momento da presente fiscalização já decorreram mais de seis anos,
inferindo-se que houve tempo suficiente para as devidas providências quanto à liberação das
áreas que sofreriam interferência do projeto das obras do 3º Trecho do Parque Linear do Rio
Ressaca.
As desapropriações dos imóveis deveriam, no planejamento para implantação do Parque,
ser uma etapa anterior a sua execução, de modo a não atrasar a execução das obras por
problemas de liberações das áreas, fato atualmente apresentado.
Concluindo-se, portanto, uma falha no planejamento do projeto.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“A Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas juntamente com a Secretaria
Municipal de Administração e Recursos Humanos – Divisão de Patrimônio está
providenciando a desapropriação necessária à conclusão da obra.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Apesar da manifestação do gestor informar que está tomando providências, isto não elide o
apontamento verificado. Conforme informação da Prefeitura, por meio de e-mail
encaminhado em 08 de setembro de 2016, a desapropriação de parte do Lote A 172,
matrícula nº 834/11, ainda não foi solucionada, ocasionando atraso na execução das obras no
trecho do canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), entre as Ruas Bom
Pastor e Floresta.
O apontamento verificado caracteriza uma falha no planejamento do projeto, uma vez que a
fase de regularização fundiária deve necessariamente anteceder o início da execução das
obras.
A ordem de serviço para início da obra só poderia ser emitida após o procedimento
administrativo, ou, a depender do caso, judicial, de regularização fundiária dos imóveis
locados em áreas de interferência do projeto, mediante prévia indenização aos proprietários
dos terrenos.
Nesse sentido, segue o entendimento do Tribunal de Contas da União, no Acórdão
1758/2008- TCU – Plenário, acerca da necessidade da regularização fundiária ocorrer
previamente à execução das obras:
“[...]
8. Também não procedem as justificativas apresentadas pelo DNIT e pelas citadas empresas
em relação ao início da execução das obras relativas aos Contratos UT-06-0017/02-00 e
UT-06-0025/02-00 sem a regularização fundiária dos imóveis particulares atingidos pela
faixa de domínio da rodovia. Releva anotar que essa regularização deve ser prévia e não
concomitantemente à execução das obras, sob pena de cometimento de esbulho, sujeito às
conseqüências previstas no art. 952 do Código Civil, [..]”(original sem grifo)
Cabe ressaltar que, além do prejuízo aos cofres públicos e à sociedade ocasionados pelo
atraso na execução da obra, a desapropriação do imóvel, decorrido longo período após a
assinatura do Contrato de Repasse e o início das obras, pode ocasionar, também, aumento
dos custos previstos para a realização do empreendimento, considerando que a
Administração ao realizar o pagamento da indenização durante a execução da obra, poderá
incorrer em pagamento superior ao que seria devido anteriormente à realização das obras.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.11. Ausência de preenchimento de concreto entre as peças pré-moldadas assentadas
na base dos taludes
Fato
Verificou-se no trecho que tem início na Alameda Arpo a montante do Rio Ressaca, entre as
estacas (99+35,52) e 94, a aplicação de placas pré -moldadas de concreto, na base dos
taludes laterais, sem as devidas juntas de concreto, conforme foto nº 08.
A situação apontada refere-se pontualmente ao referido trecho, contudo, diante do fato, a
equipe da Prefeitura de fiscalização do presente Contrato deveria inspecionar os demais
trechos com peças de concreto pré-moldadas assentadas a fim de verificar se o problema
identificado não se apresenta em outros pontos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“As peças não estão rejuntadas, porque o trecho está em execução e não finalizado, sendo precoce esta afirmativa.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A informação na manifestação do gestor no sentido de que a ausência de rejunte deve-se ao
fato do trecho ainda está em execução é divergente da informação fornecida em campo e do
que verifica-se no registro fotográfico.
Trata-se de assentamento de placas pré -moldadas de concreto, na base dos taludes laterais,
sem as devidas juntas de concreto, no trecho situado entre as estacas (86,00 +5,00) e
(99+35,52), início na estaca (86,00 +5,00) na Rua Planalto e término na estaca (99+35,52),
na Alameda Arpo.
De acordo com a fiscalização realizada em campo e informações obtidas do engenheiro da
Prefeitura responsável pelo acompanhamento da obra, nesse trecho, as obras estavam
parcialmente concluídas, ou seja, da estaca 99+35,52, início na Alameda Arpo, até a estaca
94, o trecho estava executado, restando a conclusão a partir dessa estaca até o final, na Rua
Planalto.
Independente do exposto, verifica-se, pelo registro fotográfico, que já havia sido executado
o serviço de rejuntamento das placas, uma vez que parte das placas pré -moldadas de
concreto encontram-se com os devidos rejuntes, restando algumas sem a execução do
serviço, objeto do presente apontamento.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.12. Ausência de execução total dos serviços da rede de esgotos com valores
integralmente repassados para esse fim
Fato
O projeto de remanejamento do coletor Ressaca e consequentemente o seu orçamento para
execução dos serviços foram realizados pela Sanepar, totalizando o valor de R$ 158.514,38.
Este valor foi apresentado no subitem 6.1 – “Rede de Esgotos” no orçamento da contratada,
com as seguintes informações:
Tabela 9- Orçamento para remanejamento da rede de esgotos
Item Valor (R$)
6 Rede de Esgotos
6.1.1 Intervenção (serviços) descritos em relatório
UC01
89.359,08
6.1.2 Intervenção (materiais) descritos em relatório
UC02
46.588,59
6.1.3 Travessia (serviços) descritos em relatório
UC03
13.576,88
6.1.4 Travessia (serviços) descritos em relatório
UC03
8.989,83
Total 158.514,38 Fonte: Planilha orçamentária contratada- Empresa Venturi & Zen Ltda.
Da análise das medições realizadas verificou-se que esse valor foi integralmente repassado à
Prefeitura, iniciando-se os serviços na 6ª medição, em abril/2016, e concluindo-se em
julho/2016.
No entanto, conforme explicação do engenheiro da empresa contratada, por ocasião da
inspeção física, corroborada pelas seguintes informações sobre a rede de esgotos,
encaminhadas pela Prefeitura Municipal, em 16 de agosto de 2016, em resposta à
Solicitação de Fiscalização nº 201602072/3, de 09 de agosto de 2016, verificou-se que os
serviços não foram totalmente executados.
“Ao realizar os levantamentos necessários de remanejamento de rede coletora a SANEPAR
não levou em conta que durante a execução da Obra poderia ocorrer outros deslocamentos,
devido a instabilidade do solo, levando assim a necessidade de execução de novos serviços
não previstos.
Diante da situação em fevereiro de 2016 a empresa executora do trecho 3 verificou a
necessidade de aditamento de serviços referente ao remanejamento de rede coletora.
A constatação foi encaminhada a SANEPAR para realização dos levantamentos necessários
(orçamentos e projetos), levantamentos estes os quais foram encaminhados a Secretaria
Municipal de Viação e Obras Públicas em agosto de 2016, para análise técnica. A
pertinência dos projetos e orçamentos estão sendo verificados pelo Engº Fiscal da Obra e
assim que a análise for concluída a formalização do pedido será encaminhada a Instituição
Financeira.”
A Prefeitura Municipal quando questionada pela atual situação de execução dos itens
componentes do orçamento informou com relação ao item “Relocação de Rede de Esgotos e
Água” “executado o previsto no contrato”, e no item “Canal trapezoidal aberto, entre as
estacas (102 + 6,20) e (109), com 6 metros de base”, “não executado aguardando realocar
rede de esgoto” .
Pelo exposto verificou-se a incompatibilidade de informações, tendo em vista que a
Prefeitura informou que o item “Relocação de Rede de Esgotos” foi concluído, tendo sido
repassado o valor total de R$ 158.514,38 para execução do mesmo, ( percentual de
execução de 100%), no entanto o item “Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (102 +
6,20) e (109), com 6 metros de base” está aguardando sua execução porque não houve a
realocação da rede de esgotos.
Ou seja, independente da análise do mérito da questão sobre a necessidade de serviços e/ou
materiais adicionais para realocação da rede de esgotos no referido trecho, resta claro que
os serviços necessários para a realocação total da rede de esgotos não foram totalmente
executados.
Concluindo-se que, os subitens (materiais, equipamentos e mão de obra) apropriados ao
serviço de realocação da rede de esgoto, nesse trecho, não foram utilizados, portanto deveria
existir um saldo de valor correspondente ao percentual desse serviço não executado.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“Conforme já informado pelo Engenheiro Fiscal, e Engenheiro responsável pela execução
da obra os serviços de remanejamento da rede de esgoto previsto em contrato foi executado
e pago inteiramente, sendo comprovados pelo Engenheiro Fiscal da Obra e Fiscalização do
Termo de Compromisso (Caixa Econômica Federal).
Ainda é necessário o remanejamento de grande parte da rede de esgotos que não estava
prevista no contrato não havendo projeto nem previsão orçamentária para tal, o que será
resolvido com adequação do contrato e acréscimo de quantidades com a devida
remuneração a ser paga por estes serviços extracontratuais”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação apresentada pelo gestor não justificou o apontamento verificado, ou seja o
repasse integral dos recursos destinados à realocação da rede de esgotos no valor total
repassado de R$ 158.514,38 sem que o serviço fosse integralmente realizado.
O gestor afirma que “ [...] os serviços de remanejamento da rede de esgoto previsto em
contrato foi executado e pago inteiramente [...]” e acrescenta que “[...] Ainda é necessário
o remanejamento de grande parte da rede de esgotos que não estava prevista no contrato
não havendo projeto nem previsão orçamentária para tal [...]”
De acordo com a documentação analisada e as informações adicionais solicitadas à
Prefeitura, constata-se que para a execução dos serviços de remanejamento da rede de esgoto
foi realizado um projeto pela Sanepar ,com orçamento total para execução dos serviços da 3ª
Etapa do Parque Linear, no valor de R$ 158.514,38, conforme detalhamento da planilha
supracitada.
Para a execução da obra a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, através da
Ordem de Serviço nº 0-10187/2011, contratou a empresa JAMAZI Empr. e Projetos Ltda.
para elaborar o projeto de engenharia para remanejamento do Coletor Ressaca .
O projeto dividiu-se em quatro volumes contemplando, dentre os demais objetivos a serem
alcançados pelo projeto, a análise do projeto de canalização do Rio Ressaca, análise dos
relatórios de topografia do coletor atual e diagnóstico com simulação hidráulica do coletor
atual.
Na análise de canalização do Rio Ressaca foram disponibilizados pela Sanepar, os projetos
executivos pertencentes à Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, dentre eles, o
projeto executivo de drenagem pluvial e controle de cheias, bacia hidrográfica do Rio
Ressaca, Volume III- trecho da Av. Bom Pastor à Av. Ângelo Moro Redeschi.
O referido material trata do detalhamento dos estudos básicos, geológicos, geotécnicos,
topográficos, hidrológicos e projeto hidráulico de adequação e canalização do rio Ressaca
cujo objetivo principal era a redução de enchentes com melhorias nas condições de
escoamento da calha do Rio.
De acordo com o projeto da Sanepar sobre o Coletor Ressaca – Análise da Capacidade Atual
– Arranjo Geral das Intervenções Propostas coube à 3ª Etapa as intervenções 09, 10,
11,12,13,14 e 15.
Conforme o projeto, a intervenção 09 localiza-se na Alameda Arpo, as intervenções 10, 11 e
12 localizam-se entre as Ruas Florianópolis e Planalto e as intervenções 13,14 e 15
localizam-se entre as ruas Marialva e Floresta.
Concluindo-se que foi realizado o projeto e orçamento para remanejamento da rede de
esgotos de todo o trecho da 3ª Etapa do Parque Linear, e que parte dos serviços não foram
executados, objeto de solicitação de aditivo contratual, justificando, conforme informado
pela Prefeitura, a ausência de previsão, pela Sanepar, de deslocamentos do terreno devido à
instabilidade do solo.
Ressalta-se, conforme informação supra, que foram realizados os projetos executivos
topográficos, geológicos e geotécnicos disponibilizados pela Prefeitura à Sanepar, não
cabendo, dessa forma tal justificativa.
##/AnaliseControleInterno##
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Lançamento de esgoto a céu aberto sobre área a ser implantada o Parque
Linear do Rio Ressaca
Fato
Verificou-se nos trechos onde estão executados os canais fechados do Rio Ressaca (galerias
celulares), entre as Ruas Floresta e Planalto, a existência de vários pontos de lançamento de
esgoto a céu aberto sobre as áreas onde será implantado o Parque, conforme foto nº 04.
Por ocasião da visita à área, o responsável da Prefeitura pela obra, informou que o previsto
no orçamento no item 6- “Remanejamento da Rede de Esgotos”, resultado do projeto
executado pela Sanepar, é o remanejamento da rede coletora de esgotos nas áreas de
interferência do Projeto do Parque Linear, não fazendo parte do projeto e consequentemente
do orçamento, as ligações residenciais à rede de esgoto.
Considerando o objetivo da intervenção, ou seja desenvolvimento de um projeto de
recuperação ambiental para a bacia do Rio Ressaca que possibilitasse benefícios à população
de São José dos Pinhais nos aspectos sociais, urbanísticos, recreativos e de saúde, verifica-se
a incompatibilidade entre os lançamentos dos esgotos domiciliares na área a ser implantada
o Parque e o objetivo proposto para o mesmo, que dentre outros é a melhoria da qualidade
de vida da população ribeirinha.
De modo a garantir a eficácia e efetividade do projeto do Parque Linear do Rio Ressaca com
investimento global atualmente em torno de R$ 43.860.372,16, a Sanepar deverá executar as
ligações domiciliares à rede de esgoto dos imóveis localizados ao longo da área de
interferência do Rio. A referida execução deverá ser acompanhada pela Prefeitura de modo
que a mesma ocorra pari passu à execução das obras, evitando, dessa forma, retrabalho em
momento posterior, já que estão sendo executados os serviços de relocação da rede de
esgotos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“Conforme já informado pela fiscalização, o Contrato da obra prevê apenas execução e ou
remanejamento de redes de diâmetros superior a 200 mm, não havendo a execução das
redes de diâmetro inferior que são utilizadas para coletas domiciliares, devido envolver o
atendimento direto a usuários serviço que é feito pelo departamento comercial da
SANEPAR.
Em momento algum foi dito que este serviço não iria ser executado, ao contrario foi
explicado que a SANEPAR já havia concluído os projetos e orçamentos estando o
departamento comercial fazendo os contratos para após iniciar os trabalhos.
Também foi explicado que não haveria retrabalho, pois as redes de coleta domiciliares são
redes independentes, sendo interligadas ao sistema por meio dos PV ou seja poços de visita
existentes ao longo do trecho que fazem a interligação sem necessidade de novas
realocações de redes já instaladas.
Complementando informamos que, este trabalho já foi iniciado pela SANEPAR.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação do gestor informou que as ligações domiciliares à rede de esgoto serão
executadas pela Sanepar, o que já havia sido informado à equipe de fiscalização por ocasião
da visita à área, no entanto, o objeto do presente apontamento deve-se ao momento em que
serão realizadas essas intervenções pela Sanepar, tendo em vista que na última visita a
campo (29 de agosto de 2016), não haviam sido iniciadas tais obras pela concessionária,
entretanto as obras relativas aos canais fechados do Rio Ressaca (galerias celulares), entre as
Ruas Floresta e Planalto, já haviam sido concluídas, segundo a Prefeitura.
Pelo exposto e considerando que, de acordo com o projeto do Parque Linear do Rio Ressaca
– 3ª Etapa, sobre o referido trecho onde estão implantadas as galerias celulares serão
executadas obras para implantação da via de pedestre, estacionamentos, quadras esportivas,
canchas de recreação, além de demais equipamentos de mobiliário urbano, e tendo em vista
que a previsão para conclusão das obras da 3ª Etapa, está prevista para janeiro/2017,
constata-se que as ações da Sanepar para implantação das redes domiciliares à rede de
esgotos já deveriam estar em execução.
Ao contrário do que afirma a Prefeitura quanto à ausência da possibilidade de retrabalho
para implantação das redes de esgotos domiciliares pela Sanepar, verifica-se que haverá
retrabalho, considerando que já houve o devido o movimento de terra (corte e aterros)
necessários para o remanejo da Rede de Esgotos, e que qualquer obra realizada pela
Sanepar, posteriormente, implicará em aberturas de valas e aterros para regularização dos
terrenos, caracterizando retrabalho em trechos já executados.
Sem considerar que, dependendo da evolução da obra do Parque, as áreas sobre as galerias
celulares já poderão estar com a implantação das obras urbanísticas previstas para o Parque,
sem contudo terem sido executadas as ligações domiciliares de esgoto à rede coletora, o que
causaria um prejuízo financeiro ainda maior, além do atraso na conclusão do projeto do
Parque.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Aplicação de peças pré-moldadas de concreto nos canais abertos em
desconformidade com o projeto.
Fato
No supracitado trecho, conforme verificado na foto nº 08, algumas peças pré-moldadas de
concreto aplicadas na base dos taludes laterais sobre embasamento de rachão e brita foram
locadas em desconformidade com o projeto.
No projeto a aplicação dessas peças deveriam ser conforme o seguinte corte esquemático:
Figura nº 05- Detalhe esquemático da aplicação das peças pré-moldadas laterais de concreto.
Fonte: Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio
Ressaca”
O detalhe no círculo vermelho mostra a forma como deveriam ser assentadas as peças de
concreto pré-moldado e o fundo do canal de concreto ciclópico, conforme projeto elaborado
pela NKL – Engenheiros Associados Ltda. – Seções Transversais do Canal, o qual deve ter
sido objeto de aprovação pela CAIXA, considerando o estabelecido nos termos do Contrato
de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério das Cidades/Caixa.
No entanto, conforme verificado na referida foto, algumas peças estão assentadas sobre o
fundo do canal, perdendo o travamento de sustentação da mesma que deveria ser feita entre
as peças laterais pré-moldadas e as placas do fundo do canal, de acordo com o projeto.
Da forma como se encontram assentadas as peças é de fácil percepção que a qualquer
momento as mesmas podem deslizar, uma vez que algumas também não estão com o devido
rejunte de concreto entre as peças de modo a fixar umas as outras.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“O questionamento refere-se a foto nº 08 de difícil visualização no material por nós
recebido que cita o trecho entre as estacas 99+35,52 e estaca 94 que ainda está em
execução.
A afirmação não procede, pois as placas são colocadas em cima do lastro de rachão e após
é executada a concretagem do leito do Rio, não sendo possível acontecer a hipótese.
As peças não estão rejuntadas, porque o trecho está em execução e não finalizado, sendo
precoce esta afirmativa.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação do gestor informa que o trecho de localização da placa, assentada em
desconformidade com o projeto, entre as estacas (86,00 +5,00) e (99+35,52), início na estaca
(86,00 +5,00) na Rua Planalto e término na estaca (99+35,52), na Alameda Arpo, ainda está
em execução, o que contraria o verificado na fiscalização em campo e as informações
obtidas do engenheiro da Prefeitura responsável pelo acompanhamento da obra.
Conforme informado, em registro anterior, as obras, nesse trecho, estavam parcialmente
concluídas, ou seja, da estaca 99+35,52, início na Alameda Arpo, até a estaca 94, o trecho
estava executado, restando a conclusão a partir dessa estaca até o final, na Rua Planalto.
Ou seja, no referido trecho (estaca 99+35,52 até a estaca 94) os serviços tanto de
assentamento quanto de rejuntamento das placas já haviam sido concluídos.
Com relação ao assentamento das placas de concreto pré-moldado, apesar da explicação da
Prefeitura com relação a forma de assentamento das mesmas e execução do fundo do Canal,
no registro fotográfico (foto nº 08) resta claro o assentamento irregular da placa , em
desconformidade com o previsto em projeto.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Erosão nos taludes dos trechos que estão com suas obras concluídas provocada
por ausência do plantio de grama.
Fato
Verificou-se, em alguns pontos dos trechos executados, a ausência de plantio de grama
batatais em placas (previsto no orçamento), nos taludes dos canais abertos concluídos, a
exemplo dos registros fotográficos nº17 e nº 18.
A estabilização dos taludes por meio da proteção vegetal evitaria os efeitos causados pela
erosão do terreno, evitando possíveis deslizamentos em áreas com serviços de terraplenagem
já realizados.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de
São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:
“Conforme já exposto, informamos que o plantio de grama não pode ser executado
enquanto o material colocado para formação dos taludes não esteja estabilizado.
Assim o deslocamento nessa etapa não ocorre pela falta do plantio de grama e sim pela
instabilidade do material utilizado no local, fato este agravado pelo intenso período de
chuvas. “
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A informação na manifestação do gestor no sentido de que o “[...] o plantio de grama não
pode ser executado enquanto o material colocado para formação dos taludes não esteja
estabilizado[...]”não condiz com o estabelecido na Norma nº 102/2009-ES do DNIT que
trata da Proteção do Corpo Estradal- Proteção Vegetal – Especificação de Serviço, a qual
afirma que “[...] O serviço de proteção de taludes e encostas deve visar a ação imediata
contra o efeito de agentes erosivos e processos de deslocamento de partículas finas do solo
(assoreamento) [...]” (original sem grifo)
A referida informação é corroborada em literaturas técnicas sobre o tema, a exemplo do
Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana – Autor: Elci Pessoa Júnior, que
afirma no item – Proteção Vegetal que nas obras de cortes e aterros de terrenos o gestor
público deve exigir a adequada proteção vegetal dessas áreas de modo a evitar os danos
causados pelo impacto das águas pluviais sobre a superfície trabalhada, conforme verifica-se
nos registros fotográficos nº 17 e 18.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, foram identificadas falhas no detalhamento da
composição de custos dos licitantes; atrasos decorrentes de problemas de desapropriação,
incorretamente abordados no planejamento do projeto; problemas qualitativos não
devidamente inspecionados pela equipe da Prefeitura; realocação da rede de esgoto
pendente, apesar do repasse total de recursos para tanto; execução de itens em
desconformidade com o projeto, além da ocorrência de lançamento de esgoto a céu aberto
em área onde será implantado o Parque, cuja solução cabe à Sanepar, mas que, contudo,
compromete a eficácia e efetividade do projeto do Parque Linear do Rio Ressaca, objeto do
Termo de Compromisso nº 0292.738-65/2009.
Ordem de Serviço: 201602073
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 668650
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 46.200.000,00
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 18 de julho de 2016 a 02 de setembro
de 2016, sobre a aplicação dos recursos do programa 1138 – Drenagem Urbana e Controle
de Erosão Marítima e Fluvial / 10SG - Apoio a Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável e
de Manejo de Águas Pluviais, no âmbito do Programa de Fiscalização de Entes Federativos.
A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Termo de
Compromisso nº 351053/2011, no valor total de R$ 46.207.355,52, celebrado entre a União,
por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica Federal, e a
Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. O objeto do referido termo trata da construção
do Parque Linear do Rio Itaqui, ao longo dos bairros Guatupê e Borda do Campo,
localizados em São José dos Pinhais.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Informações gerais relacionadas ao Termo de Compromisso 351.053-51
Fato
A União, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica
Federal, e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, CNPJ nº 76.105.543/0001-35,
celebraram, no dia 31 de outubro de 2011, o Termo de Compromisso nº 351053/2011.
O Termo de Compromisso objetiva execução de Parque Linear no Rio Itaqui, bairros
Guatupê e Borda do Campo, microdrenagem, aquisição de terreno e habitações, no
município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa Drenagem Urbana Sustentável e
Manejo de Águas Pluviais.
O prazo inicialmente estabelecido para o término da vigência do Termo de Compromisso foi
30 de maio de 2013, com possibilidade de prorrogação mediante Termo Aditivo.
Conforme o referido Termo, de acordo com o cronograma de execução financeira e com o
plano de aplicação constantes do Plano de Trabalho, o valor a ser aportado pela União para
execução do objeto é de até R$ 46.200.000,00. A Prefeitura Municipal de São José dos
Pinhais alocará, a título de contrapartida, o valor de R$ 3.870.375,13, de acordo com o
cronograma de desembolso. O valor total do investimento será de R$ 50.070.375,13.
Em 20 de agosto de 2012 foi celebrado o Termo Aditivo ao Anexo ao Termo de
Compromisso que alterou o valor a ser alocado a título de contrapartida para R$
4.408.242,33.
Dessa forma, o valor total do investimento aprovado para o empreendimento, e constante da
Síntese do Projeto Aprovado – SPA, passou a ser de R$ 50.608.242,33, sendo que o valor do
repasse da União seria de R$ 46.200.00,00 e a contrapartida da Prefeitura de R$
4.408.242,33.
Contudo, houve reprogramação da Etapa 01. Diante disso, o Laudo de Análise Técnica de
Engenharia atual e a SPA vigente, a qual data de 12 de março de 2015, apresentam a
seguinte composição do Investimento: Valor do Investimento – R$ 46.207,355,52; Valor do
Repasse – R$ 46.200.000,00; Valor da Contrapartida - R$ 7.355,52.
Quanto ao prazo contratual, em 07 de dezembro de 2012 firmou-se Termo Aditivo que
alterou o encerramento da vigência do Termo de Compromisso para 30 de junho de 2014.
Posteriormente, em 22 de junho de 2015, tal vigência sofreu nova alteração, sendo
prorrogada para o dia 30 de junho de 2016. Em 14 de junho de 2016 houve nova
prorrogação de vigência do TC com encerramento em 30 de maio de 2017.
Até 13 de setembro de 2016, a União já havia repassado à Prefeitura Municipal de São José
dos Pinhais o valor de R$ 15.424.933,37, o que corresponde a um percentual de 10,53% das
obras. Ressalta-se, por fim, que o contrato se encontra atrasado e que a última medição data
de 02 de setembro de 2016, conforme consulta realizada ao Sistema de Acompanhamento de
Obras no site eletrônico da CAIXA, com a ressalva de que para a meta “Execução dos
canais transversais” foi constatado que a última medição ocorreu a mais de 6 meses da data
de emissão deste Relatório, conforme tratado em item específico.
##/Fato##
2.1.2. Informações gerai sobre o Parque Linear no Rio Itaqui.
Fato
O empreendimento Parque Linear no Rio Itaqui localiza-se no município de São José dos
Pinhais – PR, Região Metropolitana de Curitiba, ao longo dos bairros Guatupê (etapa I) e
Borda do Campo (etapa II), na bacia do Rio Itaqui. O local que sofrerá a intervenção
compreende uma superfície de 2,6 km² e possui áreas de proteção permanente e de
conservação de matas ciliares e várzeas.
Figura 1: Bacia do Rio Itaqui. Fonte: Plano Diretor de Drenagem para a Bacia do Rio Iguaçu na Região
Metropolitana de Curitiba.
De acordo com o Plano de Trabalho - PT apresentado pela Prefeitura Municipal de São José
dos Pinhais, a área de intervenção direta está inserida no Programa Vizinhança solidária
contando com um Projeto de Parque Botânico e um Plano de Reassentamento de Famílias ao
longo da margem esquerda do Rio. Dessa forma, a proposta aprovada enquadra-se como
Empreendimento Conjugado, segundo o Manual de Instruções para a Aprovação e Execução
dos Programas e Ações do Ministério das Cidades.
Figura 2: Implantação/limites do Parque Itaqui. Fonte: Plano de Trabalho.
As obras a serem executadas são as seguintes, conforme consta do PT e da Síntese do
Projeto Aprovado - SPA elaborada pela CAIXA:
- Recuperação de canais (valas) transversais existentes e que servem de drenagem de águas
pluviais;
- Construção de um canal paralelo ao rio Itaqui;
- Construção de um lago de acumulação;
- Restauração das margens do rio Itaqui;
- Pavimentação de vias de acesso ao Parque Linear, as quais servirão também para
manutenção do Parque;
- Paisagismo;
- Implantação de estacionamentos e praças de convivência, construção de uma passarela de
madeira sobre o rio;
- Implantação de gradil de proteção no perímetro do parque linear;
- Gerenciamento das obras e desenvolvimento de trabalho técnico social.
Ainda segundo o PT, os terrenos loteados e ocupados lindeiros ao parque que se encontrem
em situação de insegurança ou expostos a enchentes serão desapropriados e suas populações
remanejadas para conjuntos habitacionais.
O prazo de execução inicial do empreendimento foi previsto para 24 meses, sendo duas
etapas de 12 meses cada.
##/Fato##
2.1.3. Contrato - Obras de Pavimentação
Fato
A empresa Construtora Mirantes LTDA, CNPJ no 75.534.943/0001-78, vencedora do
Procedimento Licitatório CP nº 11/2014 - SERMALI, com o valor de R$ 2.391.682,68, é
responsável pela execução dos serviços de pavimentação em paralelepípedo nas seguintes
Ruas:
1) Rua Fazenda Guatupê, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 474,74 metros;
2) Rua Johann Gross, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 525,74 metros;
3) Rua sem denominação, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 492,43 metros.
O regime de execução constante do instrumento contratual é o de Empreitada por Preço
Global, sem reajustamento de preços.
O Contrato no 255/2014 – SERMALI, foi celebrado entre o Município de São José dos
Pinhais e a Construtora Mirantes LTDA, em 03 de dezembro de 2014, com prazo de
execução previsto de 180 dias, contados da emissão da Ordem de Serviço. Já o prazo de
vigência do Instrumento Contratual foi definido em 300 dias. A Ordem de Serviço nº
15/2015 – SERMALI foi emitida na data de 11 de maio de 2015.
Em 20 de abril de 2016 houve a emissão do Parecer de Reprogramação pela CAIXA, o qual
foi gerado a partir de um aditivo contratual que, de acordo com o referido parecer, se deu em
razão de alteração nas metas, bem como no valor do investimento com alteração nos
quantitativos de alguns itens, assim como inclusão de serviços de drenagem e ampliação do
cronograma físico-financeiro.
Dessa forma, em 23 de maio de 2016, foi celebrado o Termo Aditivo nº 156/2016 –
SERMALI, que teve por objetivo a prorrogação do prazo de execução e vigência ao
Contrato nº 255/2014 – SERMALI por mais 60 dias, assim como acréscimos quantitativos,
qualitativos e supressão de valores, conforme tabela a seguir:
VALOR INICIAL
DO CONTRATO
VALOR
ACRÉSCIMO
QUANTITATIVO
VALOR
ACRÉSCIMO
QUALITATIVO
VALOR
SUPRESSÃO
VALOR
EFETIVO TOTAL
DA SUPRESSÃO
R$ 2.391.682,68 R$ 81.564,30 R$ 114.785,22 R$ 196.553,68 R$ 204,16
Fonte: Termo Aditivo nº 156/2016 – SERMALI
##/Fato##
2.1.4. Execução Contratual - Canais Transversais
Fato
Canais Transversais
A Empresa SIAL CONSTRUÇÕES CIVIS LTDA é a detentora do Contrato nº 134/2013 -
SERMALI, cujo objeto é a execução das obras de drenagem dos Canais Transversais no
Parque Linear do Itaqui.
Por meio do Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE Consolidado, de 01 de
julho de 2016, verificou-se que a obra está 47,49% realizada, segundo a 13ª medição
referente ao contrato, sendo que o valor acumulado do repasse é de R$ 1.607.559,77.
Dos documentos analisados verificou-se, ainda, que o último RAE específico para a obra em
questão data de 21 de dezembro de 2015 e refere-se à 12ª medição. Ou seja, o contrato
aparentemente esteve sem execução de serviços e respectivas medições por um período de
aproximadamente 6 meses.
Destaca-se que não foram verificados documentos que justifiquem tais fatos, a exemplo de
reprogramações contratuais, termos de paralisações ou uma possível rescisão contratual.
Também não foram realizados reajustes ou aditivos relativos aos valores do contrato em
análise.
A seguir são apresentadas informações acerca da execução contratual:
MEDIÇÃO NOTA FISCAL
Medição
nº
Período
medido
Data da
medição
Valores da
medição (R$)
Nome
Fornecedor
Nº
da
NF
Valor NF
(R$)
1 out/2013 19/11/2013 55.061,34
Sial
Construções
Civis Ltda 1148 55.061,34
2
Out -
Nov/2013 14/03/2014 160.893,09
Sial
Construções
Civis Ltda 1173 105.881,34
Sial
Construções
Civis Ltda 1254 55.011,75
3
Dez/2013 -
Jan/2014 09/06/2014 199.018,38
Sial
Construções
Civis Ltda 1255 199.018,38
4
Abr -
Jul/2014 29/08/2014 136.119,24
Sial
Construções
Civis Ltda 1337 136.119,23
5
Jul -
Out/2014 17/12/2014 70.816,79
Sial
Construções
Civis Ltda 1364 70.816,79
6
Nov -
dez/2014 02/02/2015 197.887,78
Sial
Construções
Civis Ltda 1395 197.887,78
7
Nov -
dez/2014 24/05/2015 72.375,25
Sial
Construções
Civis Ltda 1408 72.375,25
8
Dez/2014 -
Jan/2015 18/05/2015 20.409,73
Sial
Construções
Civis Ltda 1478 20.409,73
9
Mar -
Abr/2015 30/06/2015 134.120,53
Sial
Construções
Civis Ltda 1502 134.120,53
10
Jul -
Ago/2015 29/08/2015 100.236,51
Sial
Construções
Civis Ltda 1544 100.236,51
11
Jul -
Ago/2015 07/10/2015 248.092,34
Sial
Construções
Civis Ltda 1586 248.092,34
12
Out -
Nov/2015 16/12/2015 144.750,43
Sial
Construções
Civis Ltda 1642 144.750,43
13
Dez/2015 -
Mai/2016 01/07/2016 67.778,37
Sial
Construções
Civis Ltda
VALOR TOTAL MEDIDO 1.607.559,78
##/Fato##
2.1.5. Execução Contratual - Obras de Pavimentação
Fato
Pavimentação
A Empresa CONSTRUTORA MIRANTES LTDA é a detentora do Contrato nº 255/2014 -
SERMALI, cujo objeto é a execução dos serviços de pavimentação em paralelepípedo nas
Ruas: Rua Fazenda Guatupê, Rua Johann Gross e Rua sem denominação.
Por meio do Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE Consolidado, de 01 de
julho de 2016, verificou-se que a obra está 99,44% realizada, segundo a 9ª medição referente
ao contrato, sendo que o valor acumulado do repasse é de R$ 2.378.044,10.
A seguir são apresentadas informações acerca da execução contratual:
MEDIÇÃO NOTA FISCAL
Medição
nº
Período
medido
Data da
medição
Valores da
medição (R$)
Nome
Fornecedor
Nº
da
NF
Valor NF
(R$)
1
Mar -
Abr/2015 22/06/2014
122.360,80
Construtora
Mirantes
Ltda 180
122.360,80
2
Jun -
Jul/2015 16/07/2015
49.341,44
Construtora
Mirantes
Ltda 185
49.341,44
3
Jul -
Ago/2015 24/08/2015
700.939,62
Construtora
Mirantes
Ltda 201
700.939,62
4
Jul -
Ago/2015 21/10/2015
459.859,15
Construtora
Mirantes
Ltda 213
459.859,15
5
Out -
Nov/2015 03/12/2015
304.029,88
Construtora
Mirantes
Ltda 222
304.029,88
6
Nov/2015
- Jan/2016 04/02/2016
236.492,77
Construtora
Mirantes
Ltda 232
236.492,77
7
Fev -
Mar/2016 17/02/2016
205.369,89
Construtora
Mirantes
Ltda 241
30.530,13
8
Mar -
Abr/2016 03/05/2016
70.394,38
Construtora
Mirantes
Ltda 255
70.394,38
9
Abr -
Jun/2016 24/06/2016
229.256,17
Construtora
Mirantes
Ltda
VALOR TOTAL MEDIDO 2.378.044,10
Em 12 de julho de 2016 a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas da prefeitura
Municipal de São José dos Pinhais recebeu a obra em caráter provisório por meio do Termo
de Recebimento Provisório TRP nº 247/2016 – SMVOP.
##/Fato##
2.1.6. Inspeção Física - Informações Gerais
Fato
A visita ao local onde se situam as obras relativas à execução do Parque Linear no Rio Itaqui
ocorreu no dia 02 de agosto de 2016. Foi percorrida toda a extensão do referido Parque que é
considerada urbana, com exceção dos locais de difícil acesso que se encontram em áreas
alagadas de várzeas e mata fechada.
Quanto aos Canais Transversais, foram verificados os pontos relativos aos seis canais
constantes do objeto contratual, os quais estão localizados de acordo com a figura abaixo:
Figura 3: Parque Linear do Rio Itaqui – Canais de Drenagem. Fonte: Projeto de Implantação.
Destes, apenas três foram executados, os demais serão cancelados e/ou sofrerão alterações
de projeto.
Observa-se que a Ordem de Serviço nº 38/2013 – SERMALI foi emitida na data de 01 de
outubro de 2013. Portanto, até o momento da realização inspeção física se passaram 2 anos e
10 meses aproximadamente, sem que houvesse a conclusão das obras de Drenagem dos
Canais Transversais.
Por fim, foi possível visualizar que a execução contratual em campo está de acordo com o
percentual de 47,49% informados pela CAIXA no RAE referente à 13ª medição, visto que
apenas três dos seis canais previstos foram executados.
Da mesma forma, foi realizada a vistoria das ruas executadas com pavimento em
paralelepípedo, as quais estão localizadas e executadas conforme descrito abaixo:
1) Rua Fazenda Guatupê, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 474,74 metros;
2) Rua Johann Gross, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 525,74 metros;
3) Rua sem denominação, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com
extensão de 492,43 metros.
Foto – Obra Pavimentação – Placa de Obra, São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –
PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –
PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –
PR, 02 de agosto de 2016.
Por fim, verificou-se o cumprimento do Plano de Reassentamento das famílias, conforme
previsto no Plano de Trabalho.
Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Os apontamentos relativos à inspeção “in loco” serão abordados em itens específicos em
razão de suas singularidades.
##/Fato##
2.1.7. Deficiência do Projeto Básico dos Canais Transversais
Fato
Por meio da inspeção física realizada na obra referente aos Canais Transversais verificou-se
que o respectivo projeto básico não previu que toda a seção trapezoidal deveria ser
executada em concreto, permitindo assim que o fundo dos canais permanecesse com o solo
do terreno natural.
Tal fato aliado às chuvas e ao esgoto despejado no local ocasionam o crescimento constante
de vegetação nos canais.
Ademais, não há manutenção da obra por parte da Prefeitura Municipal de São José dos
Pinhais, de forma que os canais estão praticamente cobertos pelo mato, o que inviabiliza que
estes cumpram a função para os quais foram projetados, conforme pode ser visto nas
imagens abaixo:
Foto – Obra Canais Transversais – Placa de Obra,
São José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Canais Transversais – Canal 03, São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Canais Transversais – Canal 04, São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Canais Transversais – Canal 06, São
José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Obra Canais Transversais – Canal 06 –
Detalhe das Alas em Concreto, São José dos Pinhais
– PR, 02 de agosto de 2016.
No mesmo sentido as observações constantes do RAE nº 13, o qual informa as seguintes
pendências técnicas:
“Canal 4 sem funcionalidade plena. Galerias pluviais ainda não conectadas no canal e
vegetação no leito aparentemente impede o fluxo adequado do escoamento. Interligar
condições de escoamento ao canal.
Canal 3 recebendo lançamento de efluentes e com vegetação no leito. Conectar esgoto na
rede da Sanepar e providenciar condições de escoamento para o canal.”
Quanto aos demais canais, ficou demonstrado por meio da inspeção “in loco” que estes
também apresentam falhas relativas ao projeto básico.
O Canal 01, de acordo com as informações prestadas pelos Engenheiros da Prefeitura, será
cancelado em razão de encontrar-se dentro do Rio Itaqui e não apresentar função existencial.
Da mesma forma o Canal 02 será cancelado e licitado em etapa futura, visto que seu projeto
deve ser revisado para que contemple o fundo da seção trapezoidal em concreto.
Por sua vez, o Canal 05 está previsto em área a ser desapropriada pela via judicial, motivo
pelo qual não foi executado até o momento da inspeção física.
Ademais, verificou-se a existência de diversos pontos de canais de esgotos a céu aberto que
desembocam no Rio Itaqui os quais não foram contemplados no projeto de concepção dos
canais de drenagem transversais.
Conforme determina o inciso IX do art. 6º da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, o projeto
básico se constitui de um conjunto de elementos técnicos (projetos arquitetônicos e
complementares, especificação técnica, memorial descritivo, planilha orçamentária,
composições de custos unitários, cronograma físico financeiro, composição dos encargos
sociais e do BDI), os quais devem ser suficientes e com nível de precisão adequado, de
forma que se possa caracterizar integralmente a obra, assegurar a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental, avaliar o custo da obra, definir os métodos
executivos e o prazo de execução.
Nesse sentido, a Súmula nº 261, de 30 de junho de 2010, do Tribunal de Contas da União
determina que “Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração
de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os
elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo
que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito
diversos.”
Considerando o exposto, entende-se que o projeto básico das obras de drenagem dos Canais
Transversais, no município de São José dos Pinhais - PR, demonstrou não possuir todos os
elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra, contrariando, dessa forma, o
contido no citado dispositivo legal e também a jurisprudência do Tribunal de Contas da
União.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:
“Segundo informações do projetista a idéia sobre a não execução do fundo era
promover a infiltração pelo solo o que também é coerente, tanto que a forma da qual o
canal foi executado inclusive quanto à posição onde foram projetados são de extrema
importância para a drenagem da água de toda a região. Lembramos que os mesmos foram
locados em valas já existentes.
Para o melhor escoamento da água de toda região o ideal é a realização da
concretagem do fundo dos canais. Quanto a limpeza, no decorrer da obra o Engenheiro
Fiscal da execução, verificou que a remoção da vegetação que cresce nos canais deve
acontecer junto com a aplicação do concreto no fundo, por questão técnica de risco de
deslizamento das paredes de pedra argamassada devido a instabilidade do solo.
A existência de esgoto nos canais são evidentes, a SANEPAR está realizando o
levantamento dos imóveis que estejam descartando seus efluentes na galeria de águas
pluviais.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Os argumentos utilizados pelo gestor não justificam a deficiência existente no projeto
básico, uma vez que é evidente que os canais executados até o momento não cumprem a
função para a qual foram projetados. Ademais, o cancelamento da execução e respectiva
revisão dos projetos dos Canais 01, 02 e 05 corroboram a afirmação da ocorrência de falhas
no projeto básico. ##/AnaliseControleInterno##
2.1.8. Falha no planejamento e respectiva execução das metas propostas para o
Parque Linear no Rio Itaqui
Fato
Durante a visita técnica às obras do Parque Linear no Rio Itaqui verificou-se que há um
descompasso entre a realização das desapropriações necessárias para a execução das obras,
as obras propriamente ditas e o trabalho técnico social.
Pode ser visto em campo que vários terrenos e imóveis já foram desapropriados e as
respectivas famílias reassentadas, conforme previsto no Plano de Trabalho, nos condomínios
construídos por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.
Contudo, há uma grande área desapropriada nas quais as obras ainda não foram iniciadas,
sendo que esses locais se encontram em situação propícia para a ocorrência de novas
invasões.
Foi possível perceber que não há monitoramento das desapropriações e nem mesmo
proteções específicas que evitem que os terrenos sejam novamente ocupados.
Segue registro fotográfico:
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,
02 de agosto de 2016.
Ademais, verificou-se que em um dos terrenos já desapropriados houve a construção de um
canal paralelo às margens do Rio Itaqui, que não os previstos em projeto, por pessoas alheias
à Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. A informação partiu de um morador da
região e foi confirmada durante a visita.
Segue registro fotográfico:
Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José
dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José
dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José
dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José
dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.
Tal fato corrobora a afirmação de que os terrenos desapropriados estão expostos a possíveis
ocupações ou danos que possam trazer prejuízos não só futuros, mas imediatos ao
cumprimento do Termo de Compromisso em análise.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:
“As desapropriações dos lotes e glebas, localizadas na área de interferência do
projeto Parque Linear do Rio Itaqui, foram iniciadas imediatamente após o repasse de
parte dos recursos previstos para esta ação, em julho deste ano de 2016.
Observamos que para execução das obras é imprescindível desapropriar os lotes,
obtendo a titularidade ou imissão de posse dos terrenos, sem a antecipação dos recursos
para desapropriação não havia esta possibilidade, sendo assim, em junho de 2015 o
Município solicitou ao Ministério das Cidades (Of. 254/2015-GAB) a antecipação dos
recursos que foram liberados pelo STN em julho deste ano de 2016. A partir desta data o
município iniciou as desapropriações.
O Trabalho Técnico Social do reassentamento foi realizado concomitantemente ao
reassentamento das famílias ocupantes irregulares (que não eram proprietárias dos lotes
que ocupavam e, portanto, não foram indenizadas, apenas foram realocadas para as novas
unidades habitacionais).
O Trabalho Socioambiental poderá ser realizado junto com a execução das obras e
realizará ações socioambientais com a comunidade localizada na bacia de contribuição do
Rio Itaqui. Este trabalho já se encontra em processo licitatório.
Sendo assim, considerando que o município já iniciou uma primeira etapa de obras,
que se encontra realizando as desapropriações com os recursos do repasse, que se encontra
em processo licitatório do Trabalho Socioambiental, que todo o processo do
reassentamento e seu Trabalho Técnico Social foram concluídos, entendemos não existir
descompasso.
Os terrenos observados em campo, de onde foram retiradas as edificações dos
ocupantes irregulares, possuem proprietários a serem indenizados.
Observamos que as fotografias apresentadas demonstram áreas onde foram
demolidas edificações irregulares, de famílias ocupantes que não possuíam titularidade dos
terrenos e foram atendidas pelo reassentamento e trabalho técnico social.
Até agosto deste ano as desapropriações não haviam sido iniciadas, aguardando o
repasse de recursos. Para controle da área e evitar novas ocupações o Município contratou
empresa de monitoramento em complemento à fiscalização municipal, que tem atuado
efetivamente no local no intuito de evitar qualquer risco ao efetivo cumprimento do Termo
de Compromisso.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese os argumentos apresentados pelo gestor, estes não justificam as falhas
apontadas. A inspeção de campo deixou claro o descompasso entre a realização das
desapropriações/demolições necessárias para a execução das obras, as obras propriamente
ditas e o trabalho técnico social. Ademais, os terrenos desapropriados ou que tiveram suas
edificações demolidas em virtude de estarem irregulares estão expostos à possibilidade de
novas ocupações ou danos que possam trazer prejuízos ao cumprimento do Termo de
Compromisso em análise.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.9. Avaliação dos valores constantes da planilha orçamentária - Canais
Transversais
Fato
O orçamento dos Canais Transversais de drenagem foi analisado tendo por base comparativa
o banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
- SINAPI referente ao mês de agosto de 2013, referencial adotado na proposta vencedora
para sua composição de preços. Os valores comparados totalizaram 64% do valor de R$
3.384.916,63, conforme planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da
licitação.
Desse universo, foi verificada uma diferença no valor de R$ 134.951,01 entre os preços
apresentados na planilha orçamentária contratada e os constantes do orçamento utilizado
como referência, ou seja, do SINAPI.
Não foi verificado superfaturamento por desequilíbrio econômico-financeiro na obra em
referência, uma vez que até o momento da fiscalização não foram firmados termos aditivos
dos valores contratuais.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:
“Conforme consideração dessa Controladoria Geral da União não houve superfaturamento
por desequilíbrio econômico – financeiro na obra em referência, uma vez que até o
momento da fiscalização não foram firmados termos aditivos dos valores contratuais.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O argumento utilizado pelo gestor é inadequado ao contexto apresentado, vez que foram
identificadas divergências entre os preços apresentados na planilha orçamentária contratada
e os preços constantes do orçamento utilizado como referência, ou seja, do SINAPI. A
questão de não haver superfaturamento por desequilíbrio econômico-financeiro não justifica
o fato apontado. Desta forma, o gestor deve manifestar ao Ministério Concedente, quando da
prestação de contas definitiva, a comprovação de que os preços executados em contrato não
ultrapassaram os valores limites dos bancos de dados referenciais
##/AnaliseControleInterno##
2.1.10. Ausência de Efetividade
Fato
O Termo de Compromisso nº 351053/2011, assinado em 31 de outubro de 2011, trata da
execução de um Parque Linear no Rio Itaqui, ao longo dos bairros Guatupê e Borda do
Campo, no município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa Drenagem Urbana
Sustentável e Manejo de Águas Pluviais. Para o cumprimento do objeto pactuado estão
previstas a realização de obras de microdrenagem e, também, aquisição de terreno e
habitações.
O prazo inicialmente estabelecido para o término da vigência do Termo de Compromisso foi
30 de maio de 2013, com possibilidade de prorrogação mediante Termo Aditivo.
Conforme consta do plano de trabalho apresentado, “o objetivo principal do projeto de
implantação do Parque Botânico é melhorar a vazão das águas do rio Itaqui e controlar o
impacto de suas enchentes, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental das águas
do rio e a preservação de suas margens e entornos protetivos. A proposta de implantar um
parque com essas dimensões, desapropriando e indenizando imóveis vazios ou ocupados
por famílias a serem remanejadas do local define claramente a estratégia de ocupar o lugar
e dar-lhe um uso adequado para evitar novas ocupações irregulares de terra”.
Contudo, diante do exposto no presente relatório, pode-se verificar que os objetivos
previstos não foram cumpridos, visto que os terrenos desapropriados estão expostos a
possíveis ocupações ou danos que possam trazer prejuízos não só futuros, mas imediatos ao
projeto; há diversos pontos de canais de esgotos a céu aberto que desembocam no Rio Itaqui
os quais não foram contemplados no projeto de concepção dos canais de drenagem
transversais; o projeto básico não previu que toda a seção trapezoidal deveria ser executada
em concreto, permitindo assim que o fundo dos canais permanecesse com o solo do terreno
natural, o que ocasionou o acúmulo de vegetação no local, impedindo o cumprimento de sua
função; o Canal 01, será cancelado em razão de não apresentar função existencial; o Canal
02 será cancelado e licitado em etapa futura, visto que seu projeto deve ser revisado para que
contemple o fundo da seção trapezoidal em concreto; o termo de compromisso foi firmado
no ano de 2011 e de acordo com as informações constantes do site da CAIXA, em 13 de
setembro de 2016, a obra encontra-se atrasada e com um percentual de execução de 10,53%
das obras.
Os fatos apresentados, portanto, evidenciam a ausência de efetividade do projeto proposto
pela Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais e pactuado por meio do Termo de
Compromisso ora em análise.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se
manifestou da seguinte forma:
“Considerando que os fatos citados no relatório apresentam um equívoco de
entendimento entre o trabalho do reassentamento de famílias ocupantes irregulares e as
desapropriações de lotes e áreas.
Considerando que existe empresa de monitoramento para controle de toda a área de
abrangência do projeto em complemento à fiscalização municipal.
Considerando que o Trabalho Socioambiental considera em seu escopo, no item
saneamento, em parceria com a SANEPAR, promover as corretas ligações de esgoto à rede
existente e as ampliações de rede necessárias a evitar que o esgoto seja lançado no rio.
Considerando que o município reassentou mais de 800 famílias localizadas na
região de abrangência do projeto, residências estas que se utilizavam de valas a céu aberto
para direcionar ao rio todo o seu esgoto, residências estas que foram demolidas, mas
deixaram as marcas de sua ocupação. Estes locais estão previstos no projeto como espaços
a serem recuperados, com replantio de mata ciliar, fechamento das valas ilegais, e
recuperação ambiental do local que representa o conceito do projeto.
Considerando que o Município aguardava a liberação dos recursos de repasse do
OGU, solicitadas em junho de 2015, previstos no projeto, para iniciar as efetivas
desapropriações (iniciadas em agosto deste ano).
Considerando que as obras de uma primeira etapa do empreendimento foram
iniciadas e se encontram em execução.
Entendemos que não há ausência de efetividade, mas continuidade de um projeto multidisciplinar, complexo, onde foram concluídas muitas ações relevantes que antecedem à execução do parque propriamente dito (cadastro das mais de 800 famílias, execução das unidades habitacionais, reassentamento das famílias e demolições imediatas das
edificações, trabalho técnico social, canais de drenagem transversais, controle e monitoramento da área e início das desapropriações). O parque é a obra final do empreendimento.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As justificativas apresentadas pelo gestor não são suficientes para esclarecer os fatos
apontados.
Entende-se que independentemente do termo utilizado, seja ele desocupação ou
desapropriação do lote, as áreas estão em situação de abandono e expostas a risco de novas
invasões.
Em que pese o gestor afirmar a existência de empresa de monitoramento para controle de
toda a área de abrangência do projeto, a inspeção física demonstrou o oposto, uma vez que
em momento algum foi detectada a presença de funcionários de empresa de monitoramento
em campo.
Foram verificados canais de esgoto a céu aberto não contemplados em projeto, assim como
canais que foram cancelados diante da necessidade de revisão de projeto, o que corrobora os
apontamentos quanto às falhas no projeto básico.
Por fim, o presente termo de compromisso foi firmado no ano de 2011 e de acordo com as
informações constantes do site da CAIXA, em 31 de outubro de 2016, a obra encontra-se
atrasada e com um percentual de execução de 10,53% das obras, sendo que a última
medição data de 02/09/2016, sendo que que para a meta “Execução dos canais transversais”
foi constatado que a última medição ocorreu a mais de 6 meses da data de emissão deste
Relatório, conforme tratado em item específico.
Dessa forma, verifica-se que após cinco anos da assinatura do contrato não houve uma
considerável evolução dos serviços, o que implica na ausência de efetividade do projeto
como um todo.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.11. Contrato - Canais Transversais
Fato
A empresa SIAL Construções Civis LTDA, CNPJ no 80.359.771/0001-09, vencedora do
Procedimento Licitatório CP nº 001/2013 - SERMALI, com o valor de R$ 3.384.916,63, é
responsável pela execução do seguinte objeto: obra de drenagem dos Canais Transversais do
Parque Linear do Rio Itaqui, com extensão de 3.052,00 metros. O regime de execução
constante do instrumento contratual é o de Empreitada por Preço Global, sem reajustamento
de preços.
O Contrato no 134/2013 – SERMALI, foi celebrado entre o Município de São José dos
Pinhais e a Empresa SIAL Construções Civis LTDA, em 21 de agosto de 2013, com prazo
de execução previsto de 150 dias, contados da emissão da Ordem de Serviço. Já o prazo de
vigência do Instrumento Contratual foi definido em 400 dias. A Ordem de Serviço nº
38/2013 – SERMALI foi emitida na data de 01 de outubro de 2013.
Até o momento da finalização dos trabalhos, foram verificadas as seguintes prorrogações do
prazo de execução contratual:
1) Termo Aditivo nº 034/2014 – SERMALI - 150 dias;
2) Termo Aditivo nº 192/2014 – SERMALI, de 18 de agosto de 2014 – 180 dias;
3) Termo Aditivo nº 031/2015 – SERMALI, de 10 de fevereiro de 2015 – 150 dias;
4) Termo Aditivo nº 137/2015 – SERMALI, de 23 de junho de 2015 – 180 dias;
5) Termo Aditivo nº 020/2016 – SERMALI, de 27 de janeiro de 2016 – 180 dias;
6) Termo Aditivo nº 268/2016 – SERMALI, de 29 de agosto de 2016 – 90 dias.
##/Fato##
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, verificou-se a ausência de efetividade da obra, uma vez
que foram identificadas falhas em relação à concepção do projeto, ao projeto básico da obra,
e, também, quanto ao planejamento e respectiva execução dos objetivos pactuados por meio
do Termo de Compromisso nº 351053/2011.
Ordem de Serviço: 201602253
Município/UF: São José dos Pinhais/PR
Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 681137
Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 4.163.872,83
1. Introdução
A fiscalização compreendeu o Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do
Esporte e o município de São José dos Pinhais/PR, com intermédio da Caixa Econômica
Federal, que resultou na celebração do Termo de Compromisso nº 0425758-55, assinado em
16 de junho de 2014, no valor inicial de 4.163.872,83 (quatro milhões, cento e sessenta e
três mil, oitocentos e setenta e dois reais, oitenta e três centavos) com término de vigência
em 30 de julho de 2015.
O objeto do referido Termo de Compromisso é a construção de um Centro de Iniciação ao
Esporte (CIE). O objetivo dos Centros de Iniciação ao Esporte é ampliar a oferta de
infraestrutura de equipamento público esportivo qualificado, incentivando a iniciação
esportiva em territórios de vulnerabilidade social das grandes cidades brasileiras. O
Ministério do Esporte desenvolveu a concepção do CIE no âmbito da segunda etapa do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016.
O objetivo do trabalho foi verificar em que estágio estava a obra do Centro de Esporte e se a
mesma estava de acordo com os objetivos do Programa.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das
providências saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Centro de Iniciação ao Esporte de São José dos Pinhais/PR.
Fato
Trata-se da análise do Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do Esporte e
o município de São José dos Pinhais/PR, com intermédio da Caixa Econômica Federal, que
resultou na celebração do Termo de Compromisso nº 0425758-55, assinado em 16 de junho
de 2014, no valor inicial de R$ 4.163.872,83 (quatro milhões, cento e sessenta e três mil,
oitocentos e setenta e dois reais, oitenta e três centavos) com término de vigência em 30 de
julho de 2015.
O Município foi contemplado na seleção realizada pelo Ministério do Esporte para o
Programa CIE (Centro de Iniciação ao Esporte), no âmbito do PAC 2 (Programa de
Aceleração do Crescimento), conforme listagem apresentada no Anexo II da Portaria ME nº
298 de 10 de novembro de 2013.
O objeto do referido Termo de Compromisso é a construção de um CIE, que consiste em
uma infraestrutura esportiva para iniciação, formação e práticas esportivas, com recursos
financeiros do PAC2 e gerido pelo Ministério do Esporte. O projeto dos Centros de
Iniciação ao Esporte visa a propiciar espaços e programas de iniciação em todas as regiões
do Brasil. São instalações construídas em parâmetros oficiais que permitirão a identificação
de talentos e a formação de atletas nos municípios, estimulando o desenvolvimento da base
do esporte de alto rendimento nacional. Dimensionados em três módulos que se adaptam ao
tamanho do terreno disponível, os CIE são instalações multiesportivas para crianças e jovens
iniciarem a prática de modalidades olímpicas e paraolímpicas.
O Modelo de CIE adotado pelo município de São José dos Pinhais é o modelo III, que
consiste em um ginásio poliesportivo com área de 1.800 m2, pista de atletismo de 100m,
pista de salto em distância e arremesso de peso.
O terreno onde o CIE será implantado fica no bairro Rio Pequeno, próximo a
empreendimentos de habitação de interesse social do Município. A Prefeitura Municipal é
proprietária do terreno no qual será realizada a obra, conforme consta na Matrícula nº 65.156
do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais/PR.
A área de terreno destinada exclusivamente à implantação do CIE é de 12.008,65 m2.
Cabe observar que o Termo de Compromisso é executado em duas Etapas, a saber:
• Etapa 1 - compreendendo as metas relativas à sondagem, projeto de fundação e projetos de
adaptação, com valor de repasse limitado a R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
• Etapa 2 - execução de obra – projeto do CIE.
Verificou-se que o Termo de Compromisso sofreu prorrogação de sua vigência para 31 de
maio de 2017, conforme consta no Ofício nº 291/2015-GAB, de 23 de junho de 2015, por
solicitação do Município. A justificativa para a prorrogação deu-se em virtude de os projetos
de implantação de água e esgoto, implantação elétrica e prevenção de combate a incêndios
não terem sido aprovados no tempo hábil pelos órgãos competentes externos à Prefeitura.
Constatou-se que a etapa 1, referente aos serviços de sondagem e fundação foi concluída em
novembro de 2014, sendo que o crédito de recursos efetuado pelo Ministério do Esporte, no
valor de 15.000 (quinze mil reais) foi efetuado na conta vinculada ao Termo de
Compromisso em 02 de abril de 2015. O serviço de sondagem de solo foi realizado pela
empresa GEOAZIMUTE SONDAGEM E TOPOGRAFIA, CNPJ Nº 20.972.810/0001-17
pelo valor de R$ 4.794,00 (quatro mil, setecentos e noventa e quatro reais); e o levantamento
topográfico pela empresa DIMASTOP SERVIÇOS TOPOGRÁFICOS S/S LTDA – ME,
CNPJ Nº 05.200.028/0001-96, pelo valor de R$ 4.200,00 (quatro mil e duzentos reais).
Em relação à licitação para contratação da execução da obra do CIE, verificou-se que
ocorreu a Concorrência Pública nº 19/2016 – SERMALI, no dia 28 de junho de 2016, sendo
vencedora a Empresa ODB CONSTRUÇÕES LTDA - EPP, no valor total de R$
4.239.338,39. Houve a tentativa de contratação anteriormente por meio da Concorrência
Pública nº 09/2016-SERMALI, mas o certame restou deserto, acarretando ainda mais atraso
na contratação para a execução da obra de construção do CIE. A adjudicação e homologação
da Concorrência nº 19/2016 ocorreu no dia 15 de agosto de 2016. Portanto, a situação da
execução da implantação do CIE no município estava, a época da fiscalização (ocorrida no
período de 01 a 12 de agosto de 2016) na iminência da assinatura de termo de contrato com
a empresa vencedora da concorrência nº 19/2016, que, conforme o edital da referida
concorrência, terá vigência de 210 (duzentos e dez) dias, contados a partir da emissão da
Ordem de Serviço.
O valor do Termo de Compromisso nº 0425758-55 foi atualizado em 04 de fevereiro de
2016. O valor do repasse por parte do Ministério do Esporte permaneceu o mesmo, sendo
acrescentada a contrapartida por parte do Município no valor de R$ 419.944,86
(quatrocentos e dezenove mil, novecentos e quarenta e quatro reais com oitenta e seis
centavos), totalizando R$ 4.583.817,70 (quatro milhões, quinhentos e oitenta e três mil,
oitocentos e dezessete reais e setenta centavos).
Verificou-se a abertura de conta corrente específica para o projeto, na Caixa Econômica
Federal, Agência São José dos Pinhais nº 0406, conta bancária nº 006.0000121-6.
Foram analisadas as planilhas orçamentárias do serviço relativo à implantação do CIE e foi
verificado que os valores cumpriam com o estabelecido na planilha SINAPI, já incluído
BDI, sendo que eram conferidos pela Caixa, solicitando-se a correção caso estivessem em
desacordo. A composição do BDI seguiu as orientações dos Acórdãos do Tribunal de Contas
da União, adotando-se o valor de 28,82%.
Solicitou-se à Caixa Econômica Federal a documentação relacionada ao Termo de
Compromisso, analisando-se aspectos quanto à formalização e ao acompanhamento de
Engenharia. Constatou-se a emissão de três Laudos de Análise de Engenharia (LAE) por
parte da Caixa para fins de análise técnica do Empreendimento, o primeiro emitido em 6 de
junho de 2014, o segundo em 01 de fevereiro de 2015 e o terceiro em 21 de dezembro de
2015. A partir da emissão dos LAE, houve tratativas entre a Caixa e o Município para
soluções de pendências para dar seguimento ao empreendimento, todas essas informações
estão documentadas em processo.
Constatou-se que a localização onde será realizada a obra está em conformidade com o
previsto no plano de trabalho. O quadro a seguir apresenta as fotos tiradas quando da visita
ao local do futuro empreendimento:
Quadro: Local onde será construído o CIE de São José dos Pinhais/PR
Fig 01 Fig 02
Fig 03 Fig 04
Fig 05 Fig 06
Fig 01: Vista geral do local de implantação do CIE
Fig 02: Vista geral do local de implantação do CIE
Fig 03: Vista de uma das ruas do local de implantação do CIE
Fig 04: Vista de uma das ruas do local de implantação do CIE
Fig 05: Local onde será construído o Ginásio Poliesportivo.
Fig 06: Local onde será construído Ginásio Poliesportivo, vista do desnível
Em virtude de a obra sequer ter sido iniciada, restou prejudicada a análise da realização do
objeto em conformidade com as especificações e a sua disponibilização e utilização pela
população.
Por meio do Ofício nº 414/2016 – GAB, de 24 de outubro de 2016, o Gestor Municipal
informou, em resposta ao Relatório Preliminar de Fiscalização, que o Município aguarda o
desembolso de recursos pelo Ministério gestor para início do Objeto do Contrato, sem
previsão de quando isso irá ocorrer, conforme informações da Caixa/GIGOV, bem como o
referido Contrato fora novamente prorrogado para Julho de 2017.
##/Fato##
3. Conclusão
No período de realização dos trabalhos de campo, a obra de construção do CIE encontrava-
se em fase de celebração de contrato com a empresa vencedora de certame licitatório,
portanto não foi possível avaliar os benefícios sociais da implantação do CIE no
Município.