Transcript
  • 1

    Universidade Federal de Gois

    Faculdade de Cincias Sociais

    Programa de Ps-Graduao em Sociologia

    Disciplina: Tpicos Avanados em Sociologia: Trabalho e gnero

    Horrio: quintas-feiras, das 14 s 18 h, 1/2015

    Docentes: Jordo Horta Nunes e Tania Tosta

    PROGRAMA DO CURSO

    EMENTA

    Interfaces entre trabalho e gnero. As transformaes do trabalho e das relaes de gnero no mundo contemporneo. Identidade, profisses e ocupaes. Diviso sexual do trabalho. Trabalho e arranjos domsticos. Desigualdades e interseces: gnero, classe, raa/etnia.

    METODOLOGIA

    A partir da mediao da/o professor/a responsvel pela disciplina, sero privilegiadas discusses dos textos integrantes das referncias bibliogrficas obrigatrias, contemplando tambm observaes a partir de outras fontes. Alunas/os faro atividades na modalidade seminrio, contemplando textos escolhidos no programa. Os textos terico-metodolgicos podero ser objeto de aulas expositivas dialogadas. Os textos empricos sero preponderantemente trabalhados em seminrios pelas/os alunas/os.

    AVALIAO

    A/o aluna/o ser avaliada/o por:

    a. seminrio (individual ou em dupla) apresentado sobre um dos artigos relacionados no final de cada unidade, em sua maioria baseados em investigaes empricas. obrigatria a participao de cada estudante em pelo menos um seminrio. Requisitos para avaliao do seminrio: pontualidade e respeito ao tempo prescrito para o seminrio; didtica; pesquisa e atualizao; domnio do contedo; criatividade; motivao e conduo do debate. Os estudantes devero trazer, no dia da apresentao, um roteiro da apresentao e, na aula da semana seguinte ao seminrio, um relatrio de leitura sobre o texto, incorporando um resumo da argumentao terico-metodolgica e da pesquisa emprica e elementos da discusso subsequente ao seminrio, com o tamanho mnimo de 3 pginas (A4, espaamento simples) e mximo de 5 pginas.

    b. paper individual com tema escolha do aluno, desde que relacionado temtica de trabalho e gnero. Os trabalhos podero ser entregues em cpia fsica ou por e-mail, neste caso em arquivos facilmente editveis, tipo Word ou Libre-Office. O paper representa a produo mais importante requerida na avaliao da disciplina, compreendendo cerca de 60% do valor do conceito final. Critrios para avaliao do paper: clareza, correo, conciso, rigor na argumentao, domnio do contedo, atualizao, recurso pertinente literatura especfica da

  • 2

    problemtica e assunto do paper; normatizao pela ABNT, originalidade. O paper, a exemplo de uma comunicao apresentada em evento, deve ter de 4000 a 9000 palavras (referncias e notas includas);

    c. o conceito final levar em conta duas contribuies: a qualidade do seminrio e de eventuais outras atividades realizadas pelos(as) posgraduandos(as); a qualidade do paper entregue no final do curso. O prazo final para entrega do paper se encerrar no dia 15 de julho de 2015.

    Introduo aos estudos de gnero

    MATHIEU, Nicole-Claude. Sexo e gnero. In: HIRATA, Helena at al. Dicionrio crtico do feminismo. So Paulo: UNESP, 2009. SCOTT, Joan. Gnero: uma categoria til de anlise histrica. Educao & Realidade, vol. 20, n 2, 1995, p. 71-99. PISCITELLI, Adriana. Gnero: a histria de um conceito. In: ALMEIDA, Helosa e SZWAKO, Jos Eduardo (orgs.). Diferenas, igualdade. So Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, p. 116-48. CONNELL, Raewyn. The sociology of gender in Southern perspective. Current Sociology, vol. 62, no. 4, 2014, p. 550-567. Published online before print: March 19, 2014, doi:10.1177/0011392114524510 SARDENBERG, Cecilia M. B. Migraes Perigosas: As (Des)Aventuras Semnticas do Conceito de Gnero nos Projetos e Polticas para Mulheres no Brasil. In: Gonalves, Eliane et al. (org.) Iguais? Gnero, trabalho e lutas sociais. Goinia: PUC Gois, 2014.

    Desigualdades e interseces: gnero, classe, raa/etnia

    HIRATA, Helena Gnero, classe e raa: interseccionalidade e consubstancialidade das relaes sociais. Tempo social, So Paulo, v. 26, n. 1, 2014. CRENSHAW, Kimberl. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminao Racial Relativos ao Gnero. Estudos Feministas, ano 10, 1 semestre 2002, p. 171-88. PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulao e experincias de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, v.11, n.2, jul/dez. 2008. p. 263-74. ARAJO, Angela; LOMBARDI, Maria Rosa. Trabalho Informal, Gnero e Raa no Brasil do incio do sculo XXI. Cadernos de Pesquisa (Fundao Carlos Chagas. Impresso), v. 43, p. 452-477, 2013.

    Trabalho e gnero: mudanas e permanncias

    KERGOAT, Danile. Diviso sexual do trabalho e relaes sociais de sexo. In: HIRATA, Helena at al. Dicionrio crtico do feminismo. So Paulo: UNESP, 2009. HIRATA, Helena; ZARIFIAN, Philippe. Trabalho (conceito de). In: HIRATA, Helena at al. Dicionrio crtico do feminismo. So Paulo: UNESP, 2009. ABRAMO, Las. Introduo. In: ORGANIZAO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Igualdade de gnero e raa no trabalho: avanos e desafios. Braslia: OIT, 2010. BOBBITT-ZEHER, Donna. Gender Discrimination at Work: Connecting Gender Stereotypes, Institutional Policies, and Gender Composition of Workplace. Gender & Society, vol. 25 n. 6, 2011, p.764-786.

  • 3

    NEVES, Magda. Anotaes sobre Trabalho e Gnero. Cadernos de Pesquisa v.43 n.149, 2013, p.404-421. SOUZA-LOBO, Elizabeth. A classe operria tem dois sexos. Trabalho, Dominao e Resistncia. 2Ed. So Paulo: Editora Fundao Perseu Abramo, 2011. LEITE, Marcia de Paula; SALAS, Carlos. Trabalho e desigualdades sob um novo modelo de desenvolvimento. Tempo social, So Paulo, v. 26, n. 1, 2014.

    Gnero e segregao: trabalhos de mulheres, trabalhos de homens

    YANNOULAS, Silvia. Introduo: sobre o que ns, mulheres, fazemos. In: Yannoulas, Silvia. (Org.). Trabalhadoras. Anlise da feminizao das profisses e ocupaes. 1ed. Braslia: Abar, 2013. GUIMARES, Nadya; GEORGES, Isabel. A construo social de trajetrias de mando: determinantes de gnero nos percursos ocupacionais. Cadernos Pagu, 32, 2009, p.83-134. WILLIAMS, Christine L. The Glass Escalator, Revisited: gender inequality in neoliberal times, SWS Feminist Lecturer. Gender & Society, vol. 27, no. 5, October 2013, p. 609-629. LOMBARDI, Maria Rosa. Engenheira e gerente: desafios enfrentados por mulheres em posies de comando na rea tecnolgica. In: COSTA, A.; SORJ, B.; BRUSCHINI, C. HIRATA. H. Mercado de Trabalho e Gnero: Comparaes internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. SIMPSON, Ruth. Masculinity at Work: The Experiences of Men in Female Dominated Occupations. Work Employment & Society, v. 18, n. 2, p. 349-368, 2004. WATTS; Jacqueline. Leaders of men: women managing in construction. Work Employment & Society, vol. 23 n. 3, p. 512-530, 2009.

    Trabalho reprodutivo e trabalho domstico remunerado

    FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. Trabalho domstico. In: HIRATA, Helena at al. Dicionrio crtico do feminismo. So Paulo: UNESP, 2009. BILAC, Elisabete Dria. Trabalho e famlia: Articulaes possveis. Tempo social, So Paulo, v. 26, n. 1, 2014 . BRITES, Jurema. Trabalho domstico: questes, leituras e polticas. Cadernos de Pesquisa, Rio de Janeiro, v. 43, p. 422-451, 2013. BRITES, Jurema. Domestic Service, Affection and Inequality: Elements of a Study of Subordination. Women's Studies International Forum, v. 46C, p. 32-74, 2014. DUFFY, Mignon. Doing the Dirty Work: Gender, Race, and Reproductive Labor in Historical Perspective. Gender & Society, vol. 21 no. 3, 2007, p. 313-336. BRUSCHINI, Cristina; RICOLDI, Arlene. Revendo esteretipos: o papel dos homens no trabalho domstico. Revista Estudos Feministas, Florianpolis, v. 20, n. 1, p. 259-287, 2012. CHESLEY, Noelle. Stay-at-Home Fathers and Breadwinning Mothers: Gender, Couple Dynamics, and Social Change. Gender & Society, vol. 25 n. 5, 2011, p.642-664.

    Trabalho reprodutivo e conciliao

    SARTI, Cynthia Andersen. A famlia como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. 7ed.So Paulo: Cortez, 2011. MDA, Dominique. El tiempo de las mujeres: conciliacin entre vida familiar y profesional de hombres y mujeres. Madrid: Narcea, 2002.

  • 4

    DESCARRIES, Francine; CORBEIL, Christine. Larticulatin famille-travail. Une problematique en voie de simposer. In : TREMBLAY, Dianne-Gabrielle (Org.). De la conciliation emploi-famille une politique des temps sociaux. Sainte-Foy : Universit du Qubec, 2005.p.61-68.

    TORNS, Teresa. La place des femmes dans lemploi en Espagne: les limites des politiques de conciliation vie familiale/vie professionnelle. Travail et Emploi, n. 115, p. 59-70, 2008. NUNES, Jordo Horta. O trabalho de msicos no Brasil: tenses identitrias e arranjos domsticos. In: CONGRESSO LUSO-AFRO BRASILEIRO, 12, 2015, Lisboa. Anais do XII Conlab, Lisboa: Universidade de Lisboa, 2015.

    Ocupaes, profisses e orientao por gnero e raa

    RODRIGUES, Maria de Lurdes. O poder das profisses. Abordagem sistmica e comparativa. In:______. Sociologia das profisses. 2ed. Oeiras: Celta, 2002, p.47-128. EVETTS, Julia. A new professionalism? Challenges and opportunities. Current Sociology, v. 59, n. 4, p. 406-422, 2011.

    BONELLI, Maria da Gloria et al. Profissionalizao por gnero em escritrios paulistas de advocacia. Tempo social. So Paulo, v.20, n.1, p.265-290, 2008. IRVINE, Leslie; VERMILYA, Jenny R. Gender work in a feminized profession. Gender & Society, v. 24, n. 1, p.56-82, 2010. CYRINO, Rafaela. A gesto do trabalho domstico entre as mulheres executivas. Um exemplo de combinao de dados de uma pesquisa de Usos do Tempo com metodologia qualitativa. Poltica & Trabalho. Revista de Cincias Sociais, n. 34, p.145-16, Abril de 2011. FLORES, Glenda. Racialized tokens: latina teachers negotiating, surviving and thriving in a white womans profession. Qualitative Sociology, v. 34, n. 2, p.313-335, 2014.

    Identidade sexuada e trajetrias laborais

    DUBAR, Claude. Dinmicas histricas das formas identitrias. A crise das identidades profissionais. In: ______. A crise das identidades. A interpretao de uma mutao. Porto: Afrontamento, 2006. p. 19-54; 85-112. HIRATA, Helena; KERGOAT, Danile. Novas configuraes da diviso sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa. So Paulo, v. 37, n. 132, p. 595-609, dez. 2007.

    NUNES, Jordo Horta. Dilemas identitrios no mundo dos servios: da invisibilidade interao. Sociologias, Porto Alegre, v. 16, n. 35, p. 238-273, 2014. CARVALHO, Carla; SCHNEIDER, Sergio. Fornadjeras: mulheres, mobilidade social e gnero na produo de aguardente (grogue) em comunidades rurais de Cabo Verde/frica. Contempornea - Revista de Sociologia da UFSCar. So Carlos, v. 3, n. 1 p. 215-232, 2013.

    O trabalho de proximidade: cuidado e emoes

    MARTN-PALOMO, Mara Teresa. Domesticacin Del trabajo. Uma propuesta para abordar los cuidados. In: MARTNEZ, Pilar Rodrguez (Ed.). Mujeres, trabajos y empleos. Em tempos de globalizacin. Barcelona: Icaria, 2008. p. 53-86. SOARES, Angelo. As emoes do care. In: HIRATA, Helena; GUIMARES, Nadya (Orgs.). Cuidado e cuidadoras: as vrias faces do trabalho do care. So Paulo: Atlas, 2012, p. 44-60 HOCHSCHILD, Arlie. Between the toe and the heel. Jobs and Emotional Labor. In:_______. The manadged heart. Commercialization of human feeling. Berkeley: University of California Press, 2003 [1983], p. 137-161.

  • 5

    SORJ, Bila; FONTES, Adriana. O care como um regime estratificado: implicaes de gnero e classe social In: HIRATA, Helena; GUIMARES, Nadya (Orgs.). Cuidado e cuidadoras: as vrias faces do trabalho do care. So Paulo: Atlas, 2012, p. 103-116 GUIMARES, Nadya Araujo; HIRATA, Helena Sumiko; SUGITA, Kurumi. Cuidado e cuidadoras: o trabalho de care no Brasil, Frana e Japo. Sociologia & Antropologia. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 151-180, 2011.


Recommended