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AS TIPOLOGIASa evolução do tipoTIPO 1 - A (1 QUARTO)

TIPO 1 - A (2 QUARTO)

TIPO 1 - A (3 QUARTO)

TIPO 11 - A (2 QUARTO)

TIPO 11 - A (3 QUARTO)

TIPO 11 - A (1 QUARTO)

TIPOLOGIA I

As tipologias das casas propostas obedecem ao gradiente de intimidade que ob-

servamos nas casas antigas de Icapuí, onde o alpendre é uma área de transição

entre o exterior (rua e passeio) e o interior, como também um espaço receptivo,

o primeiro contato do visitante. Aqui, nessa situação, a sala de estar não se apre-

senta com o mesmo significado daquele encontrado no meio urbano e sim, mais

como um local de passagem. Diante disso, mantivemos esse traço tão forte da

comunidade icapuiense. Buscamos também preservar a noção de profundidade

que a casa nos trás a partir da sua porta principal. É como se a um primeiro olhar

toda a leitura do espaço já tivesse sido realizada. Poderíamos ter reservado o

pavimento térreo para as áreas social e de serviço e o primeiro pavimento exclu-

sivamente para o setor privativo (quartos), mesmo tratando-se da casa mínima,

mas com isso fugiríamos da organização espacial própria da comunidade, onde o

quarto (setor privado) interage harmoniosamente com as demais áreas de con-

vivência. Até mesmo o banheiro não se configura somente como área social,

servindo a todo o conjunto interno. Logo, não tivemos problemas em localizá-lo

próximo à cozinha. Articulando os cômodos de acordo com o grau de

importância, chegamos ao espaço de maior permanência da família: a cozinha, o

quintal e o serviço. Nesse ponto, sentimos a necessidade de integrá-los num só,

valorizando a permeabilidade entre os ambientes. Apesar de não serem encon-

trados dessa forma nas casas analisadas, buscamos resgatar os seus significados:

espaços de maior intimidade da família voltados para a convivência, a amizade, a

conversa e a troca de experiências. As tipologias b e c, são propostas que

demonstram a evolução das casas. Isso demonstra que a casa não é um organ-

ismo estático e sim, dinâmico, em constante alteração. Assim, prevendo esse forte

aspecto, tentamos induzir seu crescimento em setores já pré-estabelecidos:

acima do conjunto quarto, banheiro e cozinha, o que permitiria o conforto tér-

mico entre as habitações e a possibilidade da residência localizada atrás ter

acesso à paisagem, o mar de Icapuí. Com esse propósito também, as áreas desti-

nadas ao quintal e ao serviço, propositadamente descobertas, continuariam

exercendo sua força na casa e manteriam a integração com a rua interna.

TIPOLOGIA II

As casas que seguem a tipologia 2 apresentam basicamente os mesmos significa-

dos da anterior : o alpendre acolhedor, o conforto térmico, a noção de profundi-

dade do espaço, a valorização da permeabilidade dos ambientes, a presença do

gradiente de intimidade e o direito à todos à paisagem. A intersecção entre os

dois modelos encontra-se na presença de um pátio interno, o que modificou de

certa forma a conformação da sala de estar, deixando-a mais quadricular. A

escada, nesse exemplo, é um elemento que se associa ao interior da casa, quando

se encontra em seus estágios médio (B) e máximo (C). De certa forma, traz um

pouco mais de privacidade ao morador, resguardando o espaço dos fundos, seu

lugar de maior integração familiar. Com ênfase mais uma vez nos últimos compar-

timentos da casa, a cozinha, o serviço e o quintal, resolvemos integrá-los efetiva-

mente, sem barreiras visuais. Isso nos revelou um espaço bem mais propício e

adequado às necessidades da família e certamente de maior agradabilidade. A

vista da rua interna, a partir do pátio, também conserva os mesmos fundamentos

da tipologia 1, na qual apresenta-se de maneira clara e sem limitações por causa

do fechamento do pátio ser uma grade, trazendo a segurança necessária sem

perder o contato visual.