Projeto Paraná Biodiversidade
SECREATARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA EDO ABASTECIMENTO
SEAB
SECREATARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA EDO ABASTECIMENTO
SEAB
Resumo Executivo da
Avaliação Ecológica Rápida
do Corredor Iguaçu-Paraná
Resumo Executivo da
Avaliação Ecológica Rápida
do Corredor Iguaçu-Paraná
Projeto Paraná Biodiversidade
Projeto Paraná Biodiversidade
Curitiba, Maio/2007
SECREATARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA EDO ABASTECIMENTO
SEAB
Resumo Executivo da
Avaliação Ecológica Rápida
do Corredor Iguaçu-Paraná
A849a ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF : ano base 2006 / ABRAF. -- Brasília, 2007. 80p. : 21 cm
1.Setor Florestal. 2. Florestas Plantadas. 3. Indicadores Estatísticos. I. Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. II. Título.
CDU 630:31(058)
ISSN 1980-8550
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino
Joésio Deoclécio Pierin Siqueira
Sérgio Augusto Abrahão Morato
Celia Sayama
Leticia Karmann Monteiro de Almeida Ulandowski
Michela Rossane Cavilha
Erich Gomes Schitza
Organizadores
SECREATARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA EDO ABASTECIMENTO
SEAB
Resumo Executivo da
Avaliação Ecológica Rápida
do Corredor Iguaçu-Paraná
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
CRÉDITOS
Governador
Roberto Requião de Mello e Silva
Secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Lindsley da Silva Rasca Rodrigues
Diretor Presidente do Instituto Ambiental do Paraná
Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas
João Batista Campos
Chefe do Departamento de Unidades de Conservação
Marcos Antonio Pinto
Chefe do Departamento de Biodiversidade
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino
Gerente Geral do Paraná Biodiversidade
Erich Gomes Schaitza
Implementadora do Projeto Paraná Biodiversidade - IAP
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino
Gerente do Corredor da Biodivers. Iguaçu-Paraná
Donivaldo Pereira do Carmo
Vitor Hugo Ribeiro Burko
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOSINSTITUTO AMBIETAL DO PARANÁ - IAPDIRETORIA DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS
Equipe Técnica do Instituto Ambiental do Paraná - AER
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Coordenação
- Supervisão
Marili Silva de Araújo - Supervisão
Mariese C. Muchailh - Supervisão
Norci Nodari - Supervisão
STCP ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA.
Coordenação Geral
Dr. Joésio Deoclécio Pierin Siqueira
Coordenação Técnica
Celia Sayama Pastore
Leticia Karmann Monteiro de Almeida Ulandowski
Coordenação da Avaliação Ecológica Rápida
Dr. Sérgio Augusto Abrahão Morato
Equipe Técnica
Karina Letícia Reinbold - Geógrafa/Geoprocessamento
Pieter Maurits van der Meer - Biólogo
Majoe de Meirelles Siqueira - Bióloga
Coordenadores por Área Temática
Dr. Carlos Roberto Sanquetta - Engenheiro
Florestal/Ecologia da Paisagem
Dr. Carlos Vellozo Roderjan - Engº Florestal/Vegetação
M.Sc. Euclides Grando Júnior - Biólogo/Ictiofauna
Donivaldo Pereira do Carmo
Michela Rossane Cavilha - Geógrafa/Geoprocessamento
Dra. Juliana Quadros - Bióloga/Mastofauna
Dr. José Manoel dos Reis Neto - Geólogo/Geomorfologia
Magno Vicente Segalla - Biólogo/Anurofauna
M.Sc. Marcos Ricardo Bornschein - Biólogo/Avifauna
Dr. Sérgio Augusto Abrahão Morato - Biólogo/Herpetofauna
Colaboradores
Dr. Almir Petersen Barreto - Biólogo/Ictiofauna
Dra. Angelica M. K. Uejima - Bióloga/Avifauna
M.Sc. Ana Paula Dalla Côrte - Engª Florestal/Ecol. da Paisagem
M.Sc. Augusto Cézar Svolenski - Engenheiro Florestal/Vegetação
M.Sc. Bianca L. Reinert - Bióloga/Avifauna
Igplan Inteligência Geográfica - Geoprocessamento
Liliane Tiepolo - Bióloga/Mastofauna
Maximiliano Niedfeld Rodriguez - Biólogo/Avifauna
Naira Moser -
Ricardo Belmonte Lopes - Biólogo/Avifauna
Projeto Gráfico
DC10 Comunicação - www.dc10.com.br
M.Sc.
Bióloga/Mastofauna
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
O CORREDOR IGUAÇU - PARANÁ
AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDADefinição de Áreas Prioritárias para Conservação, Áreas Estratégicas e Conexões
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICASÁreas PrioritáriasÁreas Estratégicas
AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDORAções Gerenciais Internas ao Corredor Iguaçu-ParanáAções Gerenciais Externas ao Corredor Iguaçu-Paraná
07
09
12
17
29
5Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
O Corredor Iguaçu-Paraná abrange 26 municípios, da região sudoeste e oeste do Estado do Paraná. Está fragmentado visualmente em três porções interligadas pelo Parque Nacional do Iguaçu. A economia é baseada na atividade agrícola, tendo sido fundada na boa qualidade dos solos e conhecimento de técnicas dos produtores. Atualmente poucos fragmentos florestais são visualizados na área, tendo destaque os Parques Estaduais da Cabeça do Cachorro e do Rio Guarani.
O Corredor de Biodiversidade Iguaçu-Paraná é uma iniciativa do Projeto de Proteção e Conservação da Biodiversidade (Paraná Biodiversidade) criado pelo Governo do Estado do Paraná com o objetivo de recuperar a biodiversidade na região oeste e sudoeste e de outras duas grandes áreas do Estado. Com apoio financeiro do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), através do Banco Mundial, foi elaborada a Avaliação Ecológica Rápida (AER) no Corredor.
Desde sua criação, a AER tem sido um importante instrumento
APRESENTAÇÃO
para conservação da biodiversidade em diversos países tropicais. Sua utilização é dada no estabelecimento de áreas protegidas, no desenvolvimento de planos de manejo e zoneamento, na seleção de áreas prioritárias para conservação, na identificação das necessidades futuras de pesquisa, no desenvolvimento de programas de redução de ameaças a biodiversidade e no delineamento de corredores biológicos.
Nesses termos, a AER no Corredor Iguaçu-Paraná subsidiou a definição de áreas prioritárias para a conservação e possíveis locais de conectividade entre fragmentos. A proposição de estratégias para conservação, manejo e recuperação de ambientes e espécies também foram parte do escopo dos trabalhos.
As palavras-chave desse estudo são Áreas Prioritárias, conhecimento, comprometimento e planejamento.
7Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
O CORREDOR IGUAÇU - PARANÁ
A região do Corredor Iguaçu-Paraná é considerada uma das porções com maior fragmentação de vegetação no Estado do Paraná. Possui como diferencial dos outros dois Corredores criados pelo Projeto, a conectividade com o PARNA do Iguaçu, o segundo Parque criado no País e detentor de um grande patrimônio biológico. Outra peculiaridade é a implementação de um Corredor denominado de Santa Maria ligando o Parque Nacional do Iguaçu às margens do reservatório de Itaipu.
Está inserido nas bacias hidrográficas rio Iguaçu e Paraná III, nos limites das duas maiores formações florestais do Estado: a Floresta Estacional Semidecidual (FES) e a Floresta Ombrófila Mista (FOM) ou Floresta com Araucárias. Os fragmentos florestais que compõe o Corredor pertencem ao Bioma Mata Atlântica. Este bioma é considerado um dos mais notáveis em termos de valor ecológico, por abrigar espécies típicas e atributos biológicos únicos em todo o planeta. Visando garantir a manutenção e a recuperação da estrutura e dos processos da paisagem, conservando remanescentes naturais e grande parte da biodiversidade abrangida, em níveis de paisagem, criou-se o Corredor Iguaçu-Paraná.
A região oeste e sudoeste onde insere-se o Corredor é alvo de grandes pressões antrópicas. A existência de grandes coleções d'água, por exemplo, tem tido uma intensificação do uso recreativo e de ocupação em especial nas regiões dos reservatórios de Itaipu e Salto Caxias. Dentre outras questões, a presença de uma grande quantidade de lixões na região representa também importante pressão sobre os ambientes aquáticos, mas não há informação sobre o impacto de seus efluentes sobre as águas superficiais.
Nesse contexto de fragmentação florestal, pressões antrópicas e busca por condições de conservação e recuperação de ambientes, destacam-se os esforços do governo do Estado, órgãos ambientais e alguns municípios.
O Corredor Iguaçu-Paraná estende-se por 26 municípios (Tabela 1 e Figura 1).
9Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Tabela 1 – Municípios do Corredor Iguaçu-Paraná
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Santa Helena
Diamante d´Oeste
São José das Palmeiras
Vera Cruz do Oeste
São Pedro do Iguaçu
Santa Tereza do Oeste
Santa Lúcia
Capitão Leonidas Marques
Boa Vista da Aparecida
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Boa Esperança do Iguaçu
Três Barras do Paraná
Cruzeiro do Iguaçu
Catanduvas
Ibema
Guaraniaçu
Nova Prata do Iguaçu
São Miguel do Iguaçu
Santa Terezinha de Itaipu
São Jorge do Ivaí
Quedas do Iguaçu
Dois Visinhos
Lindoeste
Cascavel
Santa Isabel do Oeste
Céu Azul
Capanema
10 11
Figura 1 - Mapa de localização
O CORREDOR IGUAÇU - PARANÁ
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Lontra – Lontra longicaudis
A conexão existente entre sociedade e biodiversidade é inegável. A consciência de que a conservação depende do uso sustentável dos recursos naturais e, a sustentabilidade por sua vez, de uma sociedade informada e capacitada é fundamental para a implementação do Corredor Iguaçu-Paraná.
Para o estudo realizado no Corredor, foi utilizada a Avaliação Ecológica Rápida (AER) conjugada a outros métodos de análise e ao conhecimento da equipe técnica. A AER consiste em um método propostos por Sobrevilla & Bath (1992) e revisado por Sayre et al. (2002), para a The Nature Conservancy (TNC).
Através da análise multi e interdisciplinar entre diversas áreas
AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA
Tabela 2 - Pontos Amostrais do Corredor Iguaçu-Paraná
1 bacia do rio Guarani
01
02
03
04
05
06
07
08
PR-473, estrada balsa da Foz do Chopim
Estrada vicinal em Quedas do Iguaçu,
sentido Três Barras do Paraná
Estrada Três Barras do Paraná-Quedas
do Iguaçu morro à beira da estrada
Cabeceiras do rio Guarani
Rio Adelaide/montante
Reserva legal do assentamento
Novo Horizonte
Vale do rio Tormenta
Estrada Nova Prata do Iguaçu-Boa
Vista da Aparecida
423
614
459
787
506
525
350
470
7174751
7.184.086
7.189.406
7.211.874
7.204.746
7.192.401
7.188.836
7.169.142
293.026
304.154
284.023
333.335
283.328
281.719
263.176
261.186
2 bacia norte de contribuição do rio Iguaçu
3 bacia sul decontribuição do rio Iguaçu
temáticas, foram avaliadas as condições ecológicas dos ecossistemas terrestres e aquáticos do Corredor. Para tanto foram utilizadas imagens geradas por satélite Landsat nas bandas 3, 4 e 5, dos anos de 2001 e 2002, com resolução espacial de 30 metros, bem como uma pré-classificação de tipos vegetacionais, incursões à campo e conhecimento literário.
A partir dos resultados dessa análise do ambiente, foram determinados cinco sítios e prospeccionados 16 pontos (Tabela 2 e Figura 2) com preenchimento de fichas e anotações pertinentes a cada um. As informações geradas durante a AER e trabalhos em geral formaram um banco de dados geo-referenciados.
Sítios Pontos Localização AltitudeCoordenadas
E N
13Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
09
10
326
224
7.245.916
7.242.939
790.457
781.8254 bacia do rio São Francisco Falso
RPPN Estância Sena Morena
Ponte sobre o rio São Francisco Falso (Corvo Branco)
Para delimitação das chamadas "Áreas Prioritárias" (APs) foram realizadas análises da paisagem e apropriados os resultados da AER e o conhecimento da equipe técnica. Essas áreas de maior importância para conservação, foram definidas como sendo "aquelas compostas por fragmentos ou grupos de fragmentos de floresta, áreas de várzeas ou áreas que abrigam espécies importantes para uma ou mais áreas temáticas, ou ainda por agruparem dois ou mais desses parâmetros".
O objetivo de criação das APs é identificar áreas que reúnem um conjunto de atributos biológicos de destaque importantes para a conservação e recuperação de ambientes e de espécies. Em contrapartida, as Áreas Estratégicas possuem definição similar a de Áreas Prioritárias, porém localizam-se nas zonas limítrofes do Corredor. Essa definição visa o direcionamento de ações gerenciais e recursos financeiros e humanos.
Para que áreas prioritárias, estratégicas, unidades de conservação e fragmentos fossem conectadas, foram delineadas conexões. O conceito de conexões adotado diz que são áreas que permitem ou poderão permitir fluxos gênicos entre populações e comunidades biológicas regionais. As conexões podem ocorrer por meio de rios (conexão fluvial), por divisores de água (conexão interfluvial) ou estratégica (quando se tratar de uma conexão que não se enquadre nas anteriores).
Após a definição de áreas prioritárias e estratégicas, as APs e AEs foram categorizadas de acordo com o nível de importância biológica para as diferentes áreas temáticas. Optou-se por utilizar a nomenclatura abordada por diversos projetos no Brasil: "Extrema Importância", "Muito Alta Importância" e "Alta Importância".
Definição de Áreas Prioritárias para Conservação, Áreas Estratégicas e Conexões
14
AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
12
13
14
15
304
327
237
223
7.180.129
7.177.791
7.184.389
7.185.568
765.994
764.101
764.294
763.191
Sítios Pontos Localização AltitudeCoordenadas
E N
4 bacia do rio São Francisco Falso
5 região da Fazenda Santa Maria
11
16
404
615
7.241.566
7.236.765
206.175
225.678
Parque Estadual da Cabeça do Cachorro
Margem esquerda do rio São Francisco
Corredor Santa Maria
RPPN Santa Maria
Corredor Santa Maria, ponte sobre
o Rio Bonito
Braço do lago de Itaipu
15Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Anta – Tapirus terrestris
Figura 2 - Sítios e pontos da AER
O Corredor Iguaçu-Paraná apresenta-se como uma das porções do Estado do Paraná onde a fragmentação da vegetação está entre as mais elevadas. Portanto, algumas áreas como a bacia do rio Guarani e alguns ambientes aquáticos foram selecionados pelas suas peculiaridades. Esta bacia, por exemplo, encontrar-se encaixada em um vale profundo, com vertentes abruptas e possíveis refúgios de vegetação rupícola, outrora comuns próximos aos saltos e paredões afogados pelas barragens do rio Iguaçu.
Para conservação e recuperação dos poucos fragmentos ainda restantes e proteção de ambientes diferenciados e peculiares à região, foram delimitadas oito (8) Áreas Prioritárias (AP). Além de outras quatro (4) áreas consideradas como Estratégicas (AE), por estarem fora dos limites, mas possuírem representatividade e inserição no contexto do Corredor.
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Os critérios para a escolha das Áreas Prioritárias foram a importância ecológica para cada área temática (fauna e flora) no contexto da região, juntamente com a análise da cobertura vegetal (abrangência, tipo e forma do fragmento). Alguns fragmentos em acentuado grau de degradação foram incluídos nas APs por apresentarem diversidade vegetal, representada por diferentes formas de vida, além da arbórea, como arbustos, ervas, lianas e epífitas.
As Áreas Prioritárias e Estratégicas para o Corredor Iguaçu-Paraná são apresentadas na Figura 3 e Tabela 3.
17Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Tabela 3 - Áreas para Conservação no Corredor Iguaçu-Paraná
Áreas Denominação
AP 01
AP 02
AP 03
AP 04
AP 05
AP 06
AP 07
AP 08
AE 01
AE 02
AE 03
AE 04
Rio São Francisco Falso
Parque Estadual Cabeça do Cachorro
RPPN Santa Maria
Baixo Iguaçu
Bacias dos rios Adelaide e Tormenta
Rio Guarani
Foz do Rio Chopim
Fragmentos da Região da Barragem da UH Salto Osório
Região da RPPN Estância Alvorada
Fragmento do entorno oeste do Parque Nacional do Iguaçu (1)
Fragmento do entorno oeste do Parque Nacional do Iguaçu (2)
Continuidade de Fragmentos da Região da Barragem da UH Salto Osório
Importância
Extrema
Extrema
Extrema
Extrema
Alta
Extrema
Extrema
Extrema
Alta
Extrema
Extrema
Extrema
Figura 3 - Áreas Prioritárias e Estratégicas do Corredor Iguaçu-Paraná Áreas Prioritárias Área Prioritária 01
Situada próximo às margens do reservatório de Itaipu, entre os municípios de Santa Helena, Diamante do Oeste e São José das Palmeiras e engloba a RPPN Serra Morena. Parte da área insere-se na planície de inundação do rio São Francisco Falso Braço Norte e Braço Sul com fragilidade potencial média.
Sua vegetação caracteriza-se como Floresta Estacional Semidecidual (FES) em estágio médio de sucessão com angicos-brancos (Acacia polyphylla), angicos (Parapiptadenia rigida), embaúbas (Cecropia pachystachya), ariticuns (Annona cacans), guajuviras (Patagonula americana), entre outras. As lianas lenhosas e herbáceas são abundantes, sempre finas e representadas pelo gênero (Serjania), pelo cipó-são-joão (Pyrostegia venusta), pela escada-de-macaco (Bauhinia sp.) e pente-de-macaco (Pithecocthenium crucigerum). Alguns fragmentos encontram-se em estágio inicial de sucessão.
A vegetação nas margens do reservatório foi formada a cerca de 20 anos por leucenas (Leucaena leucocephala). Hoje, dominam angicos (Parapiptadenia rigida), paus-jacaré (Piptadenia gonoacantha), farinhas-secas (Albizia hasslerii), tajuvas (Maclura tinctoria), embaúbas (Cecropia pachystachya) e crindiúvas (Trema micrantha).
Em relação à fauna destacam-se mamíferos como a jaguatirica, a lontra, a irara e o cachorro-do-campo.
18 19
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
AP 01 - Rio São Francisco Falso
Jacaré de papo amarelo – Caiman latirostris
Localizada no município de São Pedro de Iguaçu e Vera Cruz do Oeste, engloba o Parque Estadual da Cabeça do Cachorro e parte de sua zona de amortecimento, as margens do rio São Francisco Falso Braço Norte. Situa-se no domínio da Floresta Estacional Semidecidual (FES) grande parte em estágio médio de sucessão.
Árvores de grande porte podem ser vistas no fragmento, tais como marias-pretas (Diatenopteryx sorbifolia), timbaúvas (Enterolobium contortisiliquum), grápias (Apuleia leiocarpa), alecrins (Holcalyx balansae), pessegueiros-bravos (Prunus sp.), tarumãs (Vitex megapoamica), angicos (Parapiptadenia rigida), rabos-de-bugio (Lonchocarpus muehlbergianus), açoita-cavalos (Luehea divaricata), guaritás (Astronium graveolens), jatobás (Hymenaea courbaril), canelas em geral, louros-pardos (Cordia trichotoma), louros-brancos (Bastardiopsis densiflora) e paus-marfins (Balfourodendron riedelianum), sendo as perobas (Aspidosperma polyneuron) raras na área.
Mesmo com a pressão antrópica, espécies da fauna de médio porte como quatis (Nasua nasua), a irara (Eira barbara), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), veados (Mazama sp.) estão presentes. Além de grande abundância de tucanos, psitacídeos e outras aves de médio porte. Espécies de grande porte de répteis também foram relatadas, em especial a caninana (Spilotes pullatus) e a muçurana (Clelia plumbea).
Com um índice de fragilidade muito alto, demonstra apenas 41% de existência da APP, necessitando de recuperação. Esse valor não considerou estágios iniciais de sucessão.
Área Prioritária 02
20 21
AP 02 – Parque Estadual da Cabeça do Cachorro
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Inserida no município de Santa Terezinha de Itaipu, a RPPN abriga nascentes do rio Apepu e faz parte do Corredor Santa Maria que interliga o PARNA do Iguaçu com as margens do reservatório de Itaipu. É um dos fragmentos com maior importância nas proximidades do PARNA.
Caracterizada como Floresta Estacional (Semidecidual), são encontradas na RPPN figueiras (Ficus cf. guaranitica), angicos (Parapiptadenia rigida), farinhas-secas (Albizia hasslerii), perobas (Aspidosperma polyneuron), grápias (Apuleia leiocarpa), canafístulas (Peltophorum dubium), leiteiros (Sapium glandulatum), canelas-guaicá (Ocotea puberula), canela-amarela (Nectandra lanceolata), poucos paus-marfins (Balfourodendron riedelianum), entre outras.
Área Prioritária 03
AP 03 – Reserva Particular do Patrimônio Natural Santa Maria
Em relação a fauna, a área é considerada prioritária para mamíferos, aves e répteis. Os esforços do IAP, IBAMA, Itaipu Binacional, EMATER/PR, Prefeituras de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu, Rodovia das Cataratas, Ministério Público e fazenda Santa Maria, estão direcionados para a efetivação do Corredor homônimo a fazenda.
A peculiaridade desta Área Prioritária está na sua conformação exclusiva no ambiente aquático. Delimitada pelas margens do rio Iguaçu a jusante da barragem da Usina Hidroelétrica (UE) Salto Caxias e próximo ao PARNA do Iguaçu, constitui-se num trecho do rio Iguaçu não barrado e que conserva o fluxo lógico da água e todas as características físico-químicas e biológicas a ele associadas.
A importância da área é denotada por espécies tidas como em risco de extinção, tais como a lontra (Lontra longicaudis), o cágado-do-Iguaçu (Phrynops williamsi), a rã-das-pedras (Limnomedusa macroglossa) e o surubim-do-Iguaçu (Steindachneridion sp.), além de jacarés (Caiman latirostris), capivaras (Hydrochaerus hydrochaeris), diversas aves aquáticas (e.g., garça-branca - Casmerodius albus, biguá - Phalachrocorax brasilianus, dentre outras) e muitos peixes típicos.
AP 04 – Baixo Iguaçu
Área Prioritária 04
22 23
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Compreendida entre os rios Adelaide e Tormenta, tendo sua grande parte no município de Boa Vista da Aparecida, apresenta zona de contato (ecótono) entre a Floresta Estacional Semidecidual (FES) e a Floresta Ombrófila Mista (FOM). Seus fragmentos são caracterizados pelo tamanho reduzido e pela possibilidade de servir como step stone e ao deslocamento de espécies entre o Parque Estadual do Rio Guarani e o PARNA do Iguaçu.
AP 05 – Bacias dos Rios Adelaide e Tormenta
Área Prioritária 05
Engloba o rio Guarani desde as nascentes até sua foz. Além de abranger o Parque Estadual do rio Guarani, contém outros dois grandes fragmentos em estágio médio de sucessão, muito importantes pela dinâmica atual do Corredor. Seus atributos físicos e condições de abrigo à diversas espécies da fauna e da flora, expõe o vale do rio Guarani como fundamental para consolidação do Corredor.
O Plano de Manejo da UC apresenta o registro de várias espécies da fauna, sendo 53 mamíferos, 254 aves, 23 de anfíbios e espécies de répteis como cágado-do-Iguaçu (Phyrnops williamsi), teiú (Tupinambis merianae), muçuarana (Clelia plumbea), coral-verdadeira (Micrurus altirostris). Em relação à vegetação, no ecótono entre a FES e a FOM aparecem espécies como cabreúva (Myrocarpus frondosus), grápia (Apuleia leiocarpa), peroba (Aspidosperma polyneuron), guajuvira (Patagonula americana), angico-vermelho (Parapiptadenia rígida), cedro (Cedrela fissilis), entre outras.
Conforme diagnóstico de fragilidade potencial, a área possui predominantemente classe muito alta.
AP 06 – Vale do Rio Guarani Área Prioritária 06
No município de Cruzeiro do Iguaçu engloba fragmentos florestais de área de contato entre a FES e a FOM. Possui um fragmento com bom tamanho e espécies da fauna avistas na região como mamíferos carnívoros de médio porte, a exemplo do gato-maracajá (Leopardus wiedii), e aves de rapina como gaviões de médio porte. Esse contexto sugere uma estrutura trófica de interesse.
No vale do rio Chopim há a ocorrência local de populações residuais de cágados-do-Iguaçu (Phrynops williamsi) e de lontras (Lontra longicaudis). Sua recuperação e conservação é altamente necessária. Segundo o diagnóstico de áreas de preservação permanente, apenas 19% da AP 07 conta com vegetação, estando em uma classe de fragilidade muito alta.
Área Prioritária 07
AP 07 – Foz do Rio Chopim
Cágado do Iguaçu – Phrynops williamsi
24 25
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Inserida no município de Quedas do Iguaçu, às margens do reservatório da Usina Hidrelétrica (UH) de Salto Osório, possui fragmentos em estágios médio a inicial de sucessão. Sua importância está na possibilidade de atuar como step stones que buscam áreas a montante do rio Iguaçu.
O diagnóstico de fragilidade ambiental indicou fragilidades entre média e muito alta, sendo que as áreas de preservação permanente somam 56% do total que deveria existir.
Área Prioritária 08
AP 08 – Fragmentos da Região da Barragem da UH Salto Osório
Áreas Estratégicas
Para a delimitação das Áreas Estratégicas foram consideradas áreas não contempladas pelo Corredor, mas que possuem importância em seu contexto. Foram utilizados os mesmos critérios das Áreas Prioritárias.
Configura-se como uma importante zona de interligação através do rio São Francisco Falso Braço Sul. Localizada nos municípios de Vera Cruz do Oeste, Diamante do Oeste e Ramilândia, é composta por fragmentos florestais em estágios médio e inicial de sucessão vegetal.
AE 01 – Região da Reserva Particular de Patrimônio Natural Estância Alvorada
Área Estratégica 01
São fragmentos localizados nos municípios de Céu Azul e Matelândia, cortadas pelo rio Silva Jardim no sentido norte-sul.
Ambas as áreas apresentam similaridade em termos de fisionomia e localização. Seus grandes fragmentos estão em estágio médio de sucessão.
AE 02 e AE 03– Fragmentos do Entorno Oeste do Parque Nacional do Iguaçu
Área Estratégica 02 Área Prioritária 03
Possuem importância ímpar por situarem-se no entorno do PARNA Iguaçu, podendo formar micro-corredores relevantes no aumento de oferta de ambientes à flora e fauna locais.
26 27
ÁREAS PRIORITÁRIAS E ÁREAS ESTRATÉGICAS
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Inserida no município de Quedas do Iguaçu, sua inclusão como AE está associada a contigüidade à AP 08 e ao maciço florestal em estágio inicial-médio de regeneração.
AE 04 – Continuidade de Fragmentos da Região da Barragem da UH Salto Osório
Área Estratégica 04
Teiú – Tupinambis merianae
AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
A partir do escopo proposto e da AER, foram elaboradas ações gerenciais em dois níveis de análise: interna para aplicação nas Áreas Prioritárias do Corredor e externas para as Áreas Estratégicas.
A base para as ações gerenciais foram 14 premissas, a saber:
1. Fortalecimento do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, e do Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente do Estado do Paraná;
2. Proteção das cabeceiras de drenagens;
3. Fomento a produção florestal;
4. Apoio a agricultura familiar;
5. Fomento a substituição gradual de abelhas exóticas por abelhas nativas;
6. Recuperação de fragmentos florestais;
7. Controle de espécies exóticas em ecossistemas naturais;
8. Prevenção e combate a incêndios;
9. Combate a atropelamentos de animais silvestres;
10. Combate às zoonoses provocadas pelo gado e por cães e gatos domésticos à fauna nativa;
11. Desenvolvimento de pesquisas, monitoramento e aproveitamento científico da flora e da fauna;
12. Estabelecimento de conexões entre fragmentos florestais das áreas prioritárias e estratégicas;
13. Criação ex situ e transposição de barragens de espécies
ameaçadas de extinção;
14. Fomento a criação de RPPNs e novas Unidades de Conservação.
Em relação à educação ambiental, não há um programa específico por considerar tal atividade como ferramenta fundamental de trabalho e inserí-la nos programas mais propícios a sua utilização. Da mesma forma em que os programas de manejo e ações correspondentes necessitarão de detalhamento em projetos específicos.
A seguir são apresentadas as ações gerais, suas diretrizes gerais e atividades propostas.
29Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
As Ações Gerenciais Internas englobam todas as ações que devem ser tomadas para o Corredor e estão divididas em Ações Gerais e Ações Específicas.
Ações Gerais
• Programa de Fortalecimento do Sistema Estadual de Unidades de Conservação
O Corredor conta com 3 Parques: Parque Estadual do Rio Guarani e Parque Estadual da Cabeça do Cachorro inseridos e Parque Nacional do Iguaçu conectando. Possui também 9 RPPNs e o Corredor de biodiversidade Santa Maria.
Com esse programa pretende-se adequar e manter as unidades já existentes e fomentar a criação de novas, em especial as RPPNs pela possibilidade de ter os proprietários trabalhando ativamente de forma cidadã no processo de proteção e conservação ambiental e desonerando o Estado.
Linhas de Ação:
Efetuar a contratação de pessoal e formação de parcerias;
Implementar o manejo das Ucs;
�Identificar e delimitar as áreas a serem protegidas, através do levantamento, diagnóstico e cadastramento de remanescentes significativos da vegetação original;
�Elaborar e atualizar os planos de manejo das UCs; e,
�Buscar e canalizar recursos para as atividades acima.
�
�
Ações Gerenciais Internas ao Corredor Iguaçu-Paraná
Implementação no Corredor Responsabilidade
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná IBAMA, SEMA e IAP
• Programa de Fortalecimento do Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente do Estado do Paraná - SISLEG
Baseado no diagnóstico de Áreas de Preservação Permanente, tem-se que no Corredor há apenas 20% de recobrimento necessitando recuperar cerca de 80% das áreas. Portanto, medidas devem ser efetivadas e exigidas junto aos proprietários rurais, buscando integração entre APP e reserva legal.
Uma das sugestões é a maior integração entre as áreas de APPs e de reservas legais, com a alocação da segunda próxima a APP.
Linhas de Ação:
Efetuar o cadastro das áreas de Reserva Legal (RL) existentes;
�Efetuar a contratação de pessoal para atuação na área;
�Efetuar a cobrança do cumprimento da legislação por parte dos proprietários rurais acerca do Sistema de RLs e das APPs;
�Promover discussões e palestras sobre o tema junto às comunidades, prefeituras e associações regionais;
�Orientar a recuperação das APPs e reservas legais nas propriedades;
�Monitorar e fiscalizar o processo de recuperação e manutenção das APPs e Rls;
�Orientar a recuperação das APPs de nascentes e cabeceiras;
�Monitorar e fiscalizar o processo de recuperação e manutenção das nascentes; e,
�Realizar educação ambiental junto aos proprietários rurais locais.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
SEMA, IAP, EMATER e Municípios
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
31Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
• Programa de Fomento à Produção Florestal
A utilização de madeira como matéria-prima é uma ameaça aos fragmentos florestais remanescentes. Nesse contexto o fomento à produção florestal apresenta-se como forma de proporcionar uma outra fonte desse recurso, possibilitando o desenvolvimento de anteparos aos ventos minimizando o efeito de borda, além de ser uma alternativa de desenvolvimento comunitário.
A produção florestal auxilia na preservação dos recursos ambientais, na inserção social de populações rurais e na dinamização da economia regional. Os povoamentos deverão utilizar espécies nativas da região, sendo que os eucaliptos apresentam-se como uma opção exótica, tendo cuidado com o poder de dispersão das espécies.
Como vantagens para os agricultores, pode-se citar a oportunidade de aproveitamento de terras inaproveitáveis para atividades agropecuárias, uma fonte adicional de renda, garantia de mercado para a madeira produzida e disponibilidade de madeira para uso na propriedade. .
Linhas de Ação:
Identificação do Perfil do Fomentado;
�Habilitação e Cadastramento da Propriedade;
�Assistência Técnica;
�Monitorar e fiscalizar o processo de plantio das essências; e,
�Promover ações de educação ambiental junto aos proprietários rurais locais.
�
Implementação no Corredor
Áreas Prioritárias: 01, 04, 05, e 06
Responsabilidade
EMATER, SEMA e IAP
• Programa de Apoio à Agricultura Familiar
Programas direcionados à agricultura familiar são alternativas para fixação do pequeno agricultor ao campo, garantindo condições básicas a sua sobrevivência e manejo adequado social e ambientalmente. Para o Corredor recomenda-se que seja desenvolvido nas áreas prioritárias e nas áreas lindeiras as UCs, com vistas a redução das áreas de conflito.
Um exemplo são as margens do PARNA Iguaçu onde a criação de gado gera problemas relacionados ao ataque dos bovinos por grandes felinos, assim como a possibilidade de transmissão de zoonoses daqueles animais ungulados nativos.
Linhas de Ação:
Promover assistência técnica aos produtores rurais;
�Propor a adoção de técnicas agroecológicas;
�Incentivar os produtores a se organizarem de forma auto-sustentável;
�Promover a educação ambiental dos produtores;
�Incentivar projetos que venham agregar renda à propriedade dos agricultores;
�Diversificar a produção; e,
�Apoiar o produtor rural do desenvolvimento e aplicação de técnicas de sistemas consorciados de espécies florestais com outras culturas, como grãos e pecuária.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
EMATER, IAP, SEAB, e as próprias comunidades envolvidas e interessadas
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Áreas Prioritárias: 01, 04, 05, e 06
• Programa de Fomento à Substituição Gradual de Abelhas Exóticas por Abelhas Nativas
O potencial invasor de abelhas exóticas é um grande problema detectado em Unidades de Conservação e na região do Corredor em geral, pois podem provocar mortes de animais silvestres e ameaçam a população local com a possibilidade de ataques. A substituição da abelha exótica pela nativa, possibilita a composição de um banco genético com bom potencial econômico e de desenvolvimento. As comunidades que participarão desse Programa precisarão de capacitação para o manejo adequado das população de abelha nativas concomitante ao processo de erradicação da abelha africana (Apis mellifera).
Linhas de Ação:
Treinamento e capacitação para criação e manejo de abelhas nativas;
�Resgate de ninho de abelhas nativas (varredura de sondagem; varredura de seleção; resgate; distribuição);
�Retirar colônias de abelhas (Apis mellifera) no ambiente natural que estejam nas Unidades de Conservação e RPPNs do Corredor e em até 5 km de seu entorno; e,
�Realizar educação ambiental com apicultores regionais.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
IBAMA, IAP e EMATER
�Produzir mudas de nativas e de algumas exóticas;
�Enriquecer os fragmentos florestais com espécies de plantas raras e eventualmente extintas localmente; e,
�Plantar uma faixa de arbóreas exóticas (eucalipto ou grevílea) no entorno de fragmentos florestais das Áreas Prioritárias para a conservação como quebra-vento e fonte alternativa de lenha.
34 35
AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
• Programa de Recuperação de Fragmentos Florestais na Área do Corredor
Muitos fragmentos inseridos no Corredor precisam ser recuperados. Essa recuperação deve ser realizada com espécies nativas. Embora a disponibilidade no mercado seja difícil, é necessário a implantação de um programa efetivo de produção de mudas. Além de recuperar os fragmentos, esse Programa vem de encontro à recomposição das APP's e da Reserva Legal das propriedades.
Linhas de Ação:
Controlar a superpopulação de cipós em fragmentos florestais nas Áreas Prioritárias;
�Controlar a invasão de plantas exóticas em fragmentos florestais nas Áreas Prioritárias;
�Implantar viveiro de mudas;
�
• Programa de Controle de Espécies Exóticas em Ecossistemas Naturais
A invasão por espécies exóticas é nítida na Corredor, inclusive em Unidades de Conservação como o Parque Estadual do Rio Guarani, onde observa-se forte contaminação biológica por capins africanos, bem como pela rã-touro-norte-americana (Rana catesbeiana).
O impacto de plantas exóticas herbáceas como o capim-colonião (Panicum maximum), capim-elefante (Pennisetum purpureum) e brachiárias (Brachiaria mutica) e (B. subquadripara) pode comprometer a recuperação de fragmentos.
Linhas de Ação:
Mapear as áreas onde há maior concentração de espécies exóticas, priorizando os trabalhos nas áreas prioritárias;
�Testar medidas de controle e monitorar o resultado das mesmas em ambientes naturais abertos das Áreas Prioritárias;
�Executar medidas de controle; e,
�Promover ações de ações de educação ambiental.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
IAP, universidade e proprietários privados em parceria com o IAP
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
Implementação no Corredor Responsabilidade
IBAMA e IAP, eventualmente em parceria com instituições de pesquisa (universidades e ONGs)
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
Implementação no Corredor Responsabilidade
Corpo de Bombeiros, IBAMA, IAP, municípios e brigada de incêndio formada por voluntários
Linhas de Ação:
Implantar sinalização preventiva nas Áreas Prioritárias;
�Implantar mecanismos de redução de velocidade nas Áreas Prioritárias; e,
�Promover ações de educação ambiental.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
IAP, DER, e Municípios incluídos nas Áreas PrioritáriasÁreas Prioritárias: 06, 07 e 08
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
• Programa de Combate as Zoonoses Provocadas pelo Gado, Cães e Gatos Domésticos à Fauna Nativa
A presença de animais domésticos, especialmente cães e gatos soltos, é evidente em todo Corredor. Nas proximidades do PARNA do Iguaçu, por exemplo, há gado que pode transmitir zoonoses à animais ungulados.
Para melhoria dessa condição é necessário medidas envolvendo educação ambiental aos proprietários lindeiros as UCs.
Linhas de Ação:
Fomentar a agricultura familiar no entorno do PARNA Iguaçu;
�Efetuar o controle de cães e gatos ferais em UCs; e,
�Promover ações de educação ambiental.
�
• Programa de Prevenção e Combate a Incêndios
Ocorrendo especialmente na época do inverno na região do Corredor, o fogo é utilizado na limpeza de pastagens e áreas agrícolas afetando tanto o meio físico como o meio biológico. Para que outras formas de manejo sejam utilizadas e haja um controle efetivo do fogo recomenda-se a elaboração de um programa.
Atividades especializadas como o combate e prevenção de incêndios devem fazer parte de programação técnica adequada. A formação e capacitação de pessoal, além de aquisição de equipamentos são essenciais para o Programa, além da conscientização da população e o fornecimento de técnicas de manejo adequadas as culturas e pastagens são fundamentais.
Linhas de Ação:
Monitorar as Áreas Prioritárias quanto à ocorrência de focos de incêndio;
�Preparar e instrumentalizar pessoal em municípios incluídos nas Áreas Prioritárias;
�Disponibilizar brigadas contra incêndios em quantidade necessária; e,
�Promover ações de educação ambiental.
�
Todo Corredor Iguaçu-Paraná com especial atenção ao PARNA do Iguaçu e PE do Rio Guarani
• Programa de Combate a Atropelamentos de Animais Silvestres
Rodovias e estradas em geral apresentam-se como causadoras de impacto sobre a fauna. No caso do Corredor Iguaçu-Paraná destaca-se a BR-277, nas proximidades do PARNA do Iguaçu e estradas próximas que margeiam fragmentos.
Estudos demonstram que em um mês de amostragem foram coletados 103 indivíduos de 34 espécies diferentes. Para reduzir esse quadro é necessário a realização de trabalhos de educação e sensibilização ambiental no entorno das UCs e demais sistemas naturais da região para as comunidades locais.
Implementação no Corredor Responsabilidade
IAP, IBAMA, EMATER, Instituições de pesquisaÁreas Prioritárias: 01, 02, 03, 06 e 07
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• Desenvolvimento de Pesquisas, Monitoramento e Aproveitamento Científico da Fauna e da Flora
A região onde insere-se o Corredor Iguaçu-Paraná possui um grande número de pesquisas realizadas, tanto no Parque Nacional do Iguaçu e no Parque Estadual do Rio Guarani quanto na área de influência da UH Salto Caxias. Contudo, foram indicadas 7 linhas de pesquisas visando a complementação do conhecimento regional, em especial no que diz respeito ao subsídio para o manejo de espécies e de ecossistemas locais.
A análise da eficácia dos projetos de recuperação ambiental a serem implementados no Corredor Iguaçu-Paraná, em relação a flora e a fauna, é vital para possíveis transformações necessárias nos mesmos. Cabe salientar que o estudo aprofundado da biota das áreas prioritárias e estratégicas deverá ser anterior à recuperação dessas áreas.
Linhas de Ação:
Determinar as espécies a serem pesquisadas e monitoradas;
�Estipular a metodologia de monitoramento;
�Efetuar a busca de recursos;
�Pesquisar / monitorar as espécies / comunidades; e,
�Propor planos de manejo para as espécies ameaçadas no Corredor.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
Ações Específicas
• Estabelecimento de Conexões entre Fragmentos Florestais das Áreas Prioritárias e Estratégicas
As conexões funcionarão como micro-corredores ecológicos entre os fragmentos e entre as áreas prioritárias. Esse estabelecimento de conectividade entre sistemas naturais é um mecanismo para que os fluxos gênicos da fauna e da flora sejam mantidos.
No Corredor Iguaçu-Paraná, foram delimitadas conexões a partir dos cursos d'água, que por si só já apresentam-se como conectoras.
Implementação no Corredor Responsabilidade
IBAMA e IAP
Eventualmente, foram idealizadas conexões interfluviais ou estratégicas, uma vez que nem sempre as áreas prioritárias são cortadas ou margeadas por cursos d'água.
O estabelecimento de conexões deve considerar a alocação das reservas legais junto as APPs, visando um adensamento da vegetação e uma melhor qualidade das conexões em si para o deslocamento da fauna e dispersão da flora. A Figura 3 apresenta essas conexões.
Linhas de Ação:
Levantar a situação dominial das Áreas Prioritárias e conexões no Corredor;
�Levantar aspectos técnicos, jurídicos e que tragam benefícios aos proprietários para a ampliação e conexão de fragmentos florestais;
�Ampliar o tamanho de fragmentos florestais;
�Criar corredores de conexão entre fragmentos florestais;
�Implantar viveiro de mudas;
�Produzir mudas de nativas pioneiras;
�Realizar plantios de mudas nos corredores de conexão entre fragmentos e nas áreas de ampliação de fragmento;
�Recuperar os corredores de conexão e as áreas de ampliação de fragmentos com técnicas nucleadoras; e,
�Monitorar a sucessão das comunidades vegetais e animais nas áreas a serem recuperadas.
�
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Abrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
IAP e Instituições de PesquisasAbrangerá todo o Corredor Iguaçu-Paraná
• Criação ex situ e Transposição de Barragens de Espécies Ameaçadas de Extinção
Com o objetivo de proteger e conservar espécies da flora e da fauna com deficiências de habitats, propõe-se a conservação ex situ, indicada principalmente para os quelônios, e a transposição de espécimes entre jusante e montante das barragens, indicada para a ictiofauna, quelônios e para os demais grupos faunísticos.
A fragmentação local ocasionada pelos reservatórios das UHs Salto Caxias e Salto Osório é um dos impactos mais intensos na região. A descaracterização da fauna aquática e ripária como o cágado-do-Iguaçu (Phrynops williamsi) e o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), por exemplo, praticamente desapareceram das áreas alagadas, ficando restritos aos trechos médio de alguns afluentes. Espécies típicas de ecossistemas ripários, tais como orquídeas, cactáceas e outras plantas de pequeno porte típicas da Floresta Estacional Semidecidual, além do anfíbio (Limnomedusa macroglossa), também encontra-se em populações bastante fragmentadas.
Essa região compreende uma área contínua da bacia do rio Paraná livre dos represamentos.
Linhas de Ação:
Efetuar coleta de germoplasma;
�Efetuar produção das espécies vegetais;
�Reintroduzir mudas nos ecossistemas locais;
�Efetuar a coleta de matrizes de peixes e quelônios;
�Efetuar a criação em cativeiro;
�Reintroduzir espécimes na natureza; e,
�Monitorar a reintrodução de espécies vegetais e animais.
�
Implementação no Corredor Responsabilidade
IBAMA, IAP, municípios e COPEL
• Fomento à Criação de RPPNs e Novas Unidades de Conservação
O aumento do número e valor das áreas protegidas no Corredor, é um pressuposto para a sobrevivência das espécies vegetais e animais locais. Sugere-se a criação de RPPNs ou outras categorias de UCs especialmente na bacia do rio Guarani e na foz do rio Chopim.
Linhas de Ação:
Efetuar análise detalhada da qualidade dos fragmentos;
�Efetuar contatos com proprietários locais;
�Estabelecer termos específicos para criação das RPPNs;
�Elaborar decreto específico de criação de novas UCs;
�Desapropriar; e,
�Implantar UCs.
�
Implementação no Corredor
Áreas Prioritárias: 02, 06, 07 e 08
Responsabilidade
IBAMA, IAP, Municípios
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Áreas Prioritárias: 04, 05 e 08
Ações Gerenciais Externas ao Corredor Iguaçu-Paraná
A aplicação de ações gerenciais nas Áreas Estratégicas são necessárias para o cumprimento dos objetivos do Projeto.
A Tabela 4 apresenta as áreas estratégicas e as linhas gerais de ação.
Tabela 4 - Ações Gerenciais Externas
Área Estratégica
AE 1
AE 2
Linhas de Ação
Recomenda-se estudos de fauna e flora da mesma, afim de possível anexação da Área ao Corredor.
Em ambas as áreas o estudo de fragmentação florestal e da dinâmica de metapopulações animais e vegetais são indicados. A criação de RPPNs e a interligação dessas áreas entre si e com o Parque Nacional do Iguaçu também são recomendáveis.
AE 3 As ações para esta área são as mesmas indicadas para a AP 08, sendo recomendada sua inclusão na área do Corredor.
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AÇÕES GERENCIAIS PARA O CORREDOR
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná
Onça – Panthera onca
Este livro foi composto
O projeto gráfico foi desenvolvido pela DC10 Comunicação Ltda. nas famílias de
fontes tipográficas ATRotis e Humnst e impresso em papel Reciclato 90g (miolo) e
Reciclato 230g (capa), em Maio de 2007.
com base no documento Avaliação Ecológica Rápida do
Corredor Iguaçu-Paraná elaborado pela STCP Engenharia de Projetos Ltda.
Resumo Executivo do Corredor Iguaçu-Paraná