UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA AUTORIZADA PELO DECRETO FEDERAL No 77.496 DE 27-4-1976
Reconhecida pela Portaria Ministerial No 874/86 de 19-12-86
Proposta do Plano de Trabalho da Chapa
O DFIS por novos caminhos: consolidando o ensino,
pesquisa e extensão.
2016/2017 do Departamento de Física da UEFS.
Equipe:
José Carlos Oliveira de Jesus (Direcao),
Milton Souza Ribeiro Miltao (Vice-Direcao),
Feira de Santana – BA, novembro de 2015
Índice
1 Introdução.......................................................................................................... 1
2 Estrutura Acadêmico-Administrativa do DFIS...................................... 3
3 A Atividade de Ensino.................................................................................. 6
4 A Atividade de Pesquisa .............................................................................. 9
5 A Atividade de Extensão ..........................................................................11
6 A Atividade de Apoio Acadêmico .........................................................13
7 A Atividade Administrativa .................................................................. 15
8 Considerações Finais.............................................................................. 17
Referências ........................................................................................................... 18
Capítulo 1
Introdução
“O desenvolvimento das comunidades, as grandes
civilizaco es como as grandes descobertas, na o
resultam da adoca o de um estado de espırito de
conformismo, de subservie ncia.”
– Jose Leite-Lopes
O presente plano de trabalho tem como finalidade exibir a nossa proposta de
gestao para o Departamento de Fısica no perıodo 2016/2017, dando continuidade à
gestão anterior.
Entendemos a Universidade como uma instituicao educacional que elabora,
transmite e preserva o complexo, vasto e diverso conhecimento humano. Uma
instituicao, por- tanto, responsavel pela producao e transmissao dos conhecimentos
transformadores da sociedade, estabelecidos a partir das necessidades, histórica e
socialmente determinadas, de onde emergira o pensamento complexo, fruto da
reflexao crıtica, fortalecido contra a crenca de que o real se pode deixar fechar na
ideia, ou se pode esgotar apenas nos princıpios da razao, ou se pode essencialmente
ser representado, ser objetivado, co nscio de que a complexidade surge como
dificuldade, como incerteza e nao como uma clareza e/ou como resposta.
Pois, como apropriadamente indaga a Profa. Marilena Chauı: “Qual e a
especificidade e o bem mais precioso da Universidade? Ser ela uma Instituica o social
constituıda por diferencas internas que correspondem a s diferencas dos seus objetos
de trabalho, cada qual com uma lo gica pro pria de docencia e de pesquisa (...)” [1],
portanto, continua a Profa. Chauı, “(...) a peculiaridade e a riqueza da Instituica o
[Universita ria] esta o justamente na ausencia de homogeneidade, pois os seus objetos de
trabalho sa o diferentes e regidos por lo gicas, pra ticas e finalidades diferentes”[1].
Como citado acima, o conhecimento, como produto do processo da existencia
humana, historicamente determinado a partir das necessidades de crescimento,
evolucao e desen- volvimento da humanidade, e vasto e amplo. Daı a necessidade
imperiosa de fragmentar o conjunto de imensos conhecimentos que se propo em a explicar
o mundo em seus mu ltiplos aspectos. Consequentemente, estabeleceram-se os Saberes
Particulares, ou Campos do Saber, ou Disciplinas, entre os quais foram distribuıdos
todos os conhecimentos, segundo o criterio de seu objeto.
Consequentemente, foi natural que a Universidade se organizasse em Unidades
Academicas que representassem-materializassem os varios campos do saber, de tal
forma que incorporasse o conjunto de disciplinas curriculares afins a este ‘campo’,
congregando professores para objetivos comuns de Ensino, Pesquisa e Extensao. No
caso da UEFS, os departamentos.
Tal estrutura de Departamentos por Campos de Saber, ao nosso ver, se mostra
ineficiente atualmente nesse sentido, a UEFS deve ser reestruturada de tal forma que
suas unidades acadêmicas sejam representadas, de acordo com o modelo hierárquico ou
complexo denominado modelo III ou modelo ternário B, ou seja, por Institutos,
Faculdades ou Escolas.
Entre as diversas criacoes humanas para investigar a natureza, encontra-se a
Fısica. Tal ‘campo’, possui um objeto pro prio, um metodo, e um conjunto de hipo
teses e teorias, sendo tambem inseparavel do contexto social e histo rico.
Dessa forma, define-se a Fısica como o estudo do comportamento e da
constituicao do Universo, com o objetivo de descreve-lo; portanto, e o conjunto
sistematizado de conhe- cimentos cientıficos que objetivam estabelecer a origem,
evolucao e estrutura da materia e da radiacao do Universo, e cujo metodo passa
pelas dificuldades do teste, da verificacao, da relacao entre as teorias e a realidade
empırica, e da validacao das descrico es, previso es e aplicacoes.
Essa investigacao tem possibilitado, alem da compreensao dos fenomenos
naturais, a criacao de dispositivos [2] que tem infuenciado enormemente o modo de
vida da sociedade contemporanea. Como exemplo podemos citar os sofisticados
meios de comunicação. estao presentes na vida diaria.
Nao e desconhecido, portanto, a importancia crucial da Fısica para o
desenvolvimento da sociedade.
Assim, e fundamental que o Departamento de Fısica tenha como meta o
desenvolvimento da Fısica enquanto ciencia basica, reconhecendo a intrınseca
necessidade humana de saciar a sua curiosidade intelectual, de desvendar os
‘misterios’ da natureza, mas tambem contribua para o desenvolvimento da Fısica
enquanto ciencia aplicada, reconhecendo a necessidade da sociedade feirense em
sanar os seus problemas e desenvolver-se plena e autonomamente.
Para que essa meta seja alcancada, e fundamental uma acao consciente, harmonica
e equilibrada do DFIS. E dentro dessa perspectiva que apresentamos a nossa
proposta de trabalho.
Capıtulo 2
Estrutura Academico-Administrativa do DFIS
O Departamento de Fısica, de acordo com o seu projeto de criacao [3], e a
Unidade Academica que representa-materializa o campo do saber da Fısica, de tal
forma que incorpora o conjunto de disciplinas curriculares afins a este ‘campo’,
congregando professores para objetivos comuns de Ensino, Pesquisa e Extensao
em Fısica.
Dessa forma, o departamento, tanto no seio da sociedade, quanto no seio da
universidade, deve assumir o papel de dar condições para que os cursos de
Fısica, bem como as atividades de pesquisa e extensao, ocorram na sua plenitude,
posto que tais atividades tem um papel fundamental no desenvolvimento das
pessoas e da sociedade, sendo um dos elementos essenciais para favorecer as
transformações sociais necessarias que a regiao do semiarido carece. Como
sabemos a estrutura acadêmica é constituída pelas Sub-Unidades de Ensino, de
Pesquisa, de Extensao, e de Apoio Academico que congregam as respectivas
atividades academicas desenvolvidas pelo DFIS, dando, portanto o suporte, a
organizacao para que tais atividades se estabelecam. A Estrutura Administrativa por
sua vez é constituıda pelo Conselho Departamental, Coordenacao Geral,
Coordenacao de Ensino, Coordenacao de Pesquisa, Coordenacao de Extensao, e
Coordenacao de Apoio Academico que congregam as respectivas atividades
administrativas, dando, portanto a ajuda, o auxılio, a coordenacao para que as
atividades academicas ocorram.
Reafirmamos, portanto, a defesa dos objetivos do Departamento de Fısica
estabelecidos no seu projeto de criacao [3], e a luta pela transformação em um
Instituto de Física.
Objetivos gerais:
1. Representar-Materializar o campo do saber da Fısica,
2. Incorporar o conjunto de disciplinas curriculares afins ao campo do saber da
Fısica,
3. Congregar professores para metas comuns de Ensino, de Pesquisa e de
Extensao no campo do saber da Fısica,
4. Ser um dos elementos da base geradora do pensamento-conhecimento
humano complexo,
5. Estimular, no campo da Fısica, a criacao de grupos de pesquisa e extensao
buscando as formas de supradisciplinaridade e o intercambio com os
grupos de pesquisa e extensao consolidados.
Objetivos especıficos:
1. Consolidar o Ambiente Academico propiciado a partir das implementção
es das aco es delineadas no PCAD-FIS [4],
2. Consolidar a Identidade Academica aos seus professores,
3. Adotar e implementar polıticas claras de producao e socialização do
conhecimento cientıfico de Fısica, o que so e possıvel dentro de um
Departamento/Instituto forte e coeso, numa perspectiva extensionista de
alcance social, outorgando a Universidade uma funcao transformadora da
sociedade.
4. Garantir a implementacao e consolidação (atraves de uma programacao e
execucao efetivas) das atividades de ensino, pesquisa e extensao, dando ao
DFIS-UEFS uma Personalidade Academica clara e inconfundıvel, e,
5. Contribuir para que as aspiraco es de crescimento da UEFS, reveladas na
Avaliacao Institucional e no Planejamento Estrategico, tornem-se realidade,
na medida em que o seu porte, assumido como pequeno no passado [5, 6,
7], deve ser modificado, possibilitando a UEFS assumir o efetivo perfil, tao
almejado, de uma Universidade com pluridisciplinaridade de pesquisa, de
extensao, e de formacao de profissionais de nıvel superior.
Capıtulo 3
A Atividade de Ensino
Neste capıtulo apresentaremos as considerações que defendemos para o
desenvolvimento das atividades de ensino. Concordando com os planos de trabalho
das últimas duas gestões entendemos que a Atividade de Ensino é o esforco
resultante na direcao da formacao ou modificacao da conduta humana, o qual se
configura como um processo de duas vias: o Processo Ensino-Aprendizagem, onde
os dois atores, o professor e o estudante, interagem na busca de seus objetivos.
A pratica dessa atividade, do ponto de vista do professor, significa
conviver com o outro (o estudante), tentar entende-lo psicológica e socialmente,
respeitando as suas virtudes e ajudando a superar as suas lacunas. Para tanto, o
professor pensa, imagina, descobre, cria situações atinentes ao seu campo do saber,
que propiciarao nao so o seu planejamento, preparacao de aulas, correcao de
trabalhos e provas, mas, principalmente, propiciarao o bom entendimento das
explicações que serao argumentadas em classe ou no atendimento e orientacao aos
estudantes, no sentido de fazer com que o estudante trabalhe com mao própria,
elabore as suas próprias questões, dedique-se ao seu objeto de estudo, tenha
objetividade, examine de forma crıtica-refletida as situações que se apresentam,
busque sempre possibilidades contrárias, seja autocrıtico, tenha prudencia na
afirmacao definitiva, verifique sempre os limites e a validade das afirmações, escute
as causas, tenha autonomia intelectual, tenha compreensao e colaboracao mental
para compreender o ponto de vista do outro. A atividade de ensino classifica-se em
dois nıveis descritos a seguir:
- Ensino de graduação: o papel da Universidade é formar profissionais que
atendam as exigências da realidade da sociedade, por exemplo, suprindo a falta de
professores de Fısica da regiao, e a falta de especialistas para atuar nas
indústrias, na area da Fısica Medica, Engenharia Fısica, Física Biológica, Fısico-
Quımica, Instrumentacao, etc.
- Ensino de po s-graduação: e fundamental que a Universidade contribua para o
processo de desenvolvimento sócio-econômico-cientıfico-tecnológico autônomo
da sociedade, e isso e atingido na medida em que a formacao de diplomados nos
Cursos de graduacao em Fısica (Licenciatura e Bacharelado, e outros novos que
vierem a surgir) for melhorada (atraves da pós-graduacao lato sensu) para
atender a heterogeneidade das areas de demanda, no mercado de trabalho, e
desenvolvida e aprofundada (atraves da pós-graduação stricto sensu) para exercer
funções científicas.
Atualmente, o DFIS tem dois Mestrados Profissionais e participa em um
Mestrado Acadêmico e no Programa de Pós-Graduação do Convenio UEFS-UFBA.
Nesse sentido, é importante que tenhamos uma Pós-graduação acadêmica também.
Para fomentar as atividades de ensino, buscando a excelência acadêmica, propomos as
seguintes ações:
1- Consolidação da Coordenação de Ensino;
2- Aumentar a interação harmônica com os colegiados dos cursos atendidos
pelo DFIS;
3- Lutar pela manutenção da carga horária didática de oito horas semanais;
4- Consolidação da área de Ensino de Fısica ao nível de graduação e Pós-
graduação;
5- Oferecimento de um nu mero maior de disciplinas optativas;
6- Modernizar e reestruturar todos os laboratórios didáticos do DFIS;
7- Aquisição de livros didáticos;
8- Estimular a participação dos estudantes do curso de Física e de outros
cursos em projetos (Pesquisa, E x t e n s ã o , Ensino). Em particular, no que
tange aos projetos ligados as atividades experimentais ou aplicadas, e
estimular o trabalho em parceria com estudantes de diversos cursos para
praticar aco es supradisciplinares;
9- Estimular os docentes do DFIS a solicitarem sistematicamente bolsas de I.C.,
extensão, e monitoria, dentre outras (PIBID), para minorar o problema crônico
apresentado por uma grande fracao dos estudantes, o qual está relacionado com a
necessidade de trabalhar para se sustentar; e, assim, participar mais ativamente
das atividades do curso de Física.
10- Criar estratégias que visem a ampliação da po s-graduacao no DFIS.
11- Dar continuidade às propostas de criação de novos cursos de graduação em
física aplicada oferecidos pelo DFIS, tais como: Licenciatura em Física Noturno,
Habilitação em Física Médica, dentre outros.
12- Dar continuidade a reivindicações de contratações de Professores para
atuar nas disciplinas de Física Experimental, consolidando a área de
Instrumentação em Física.
13- Consolidação de um grupo de apoio com o objetivo de diminuir a evasão e
retensão nos cursos de Física.
Para concluir, reafirmamos a nossa expectativa de que a atividade de ensino em
Fısica contribua para formar o indivíduo consciente e competente, para atuar na
sociedade. Consciente da diversidade, da complexidade, da nao neutralidade do
conhecimento, de que este e produto de (e exprime as) relações que o ser humano
estabelece com a natureza na qual se insere, de uma forma geral, e, em particular,
consciente de que o conhecimento Fısico e um dos elementos da base geradora de tal
complexidade, e que, juntamente com os conhecimentos dos outros campos do saber, se
complementa para formar o pensamento complexo; e, competente na sua especialidade
profissional, de tal forma que a ligacao entre a teoria e a praxis esteja garantida no campo
da Fısica.
Capıtulo 4
A Atividade de Pesquisa
No que tange a pesquisa, as nossas considerações sao as que seguem, concordantes
com o plano de trabalho das últimas duas gestões:
Entendemos como pesquisa em Fısica a investigacao e o estudo, pormenorizados e
sistematicos, cujo objetivo e descobrir ou estabelecer fatos ou princıpios, ineditos ou
nao, relativos a uma area qualquer do campo do saber da Fısica.
Do exposto acima, acreditamos que as pesquisas desenvolvidas pelos docentes do
Departamento de Fısica devem ser concentradas em problemas de interesse regional,
bem como naqueles de interesse geral. No aspecto regional, as pesquisas realizadas
deverão contribuir para o desenvolvimento tecnico-cientıfico-tecnologico-social da
regiao; no aspecto geral, as pesquisas desenvolvidas deverao contribuir para a Fısica
como um todo, sem fronteiras.
Para consolidar as atividades de Pesquisas propomos as seguintes acoes:
1. Dar continuidade ao planejamento de capacitacao docente dos professores do
DFIS ao nıvel de pos-graduacao. Atualmente o planejamento vem sendo
executado e o DFIS possui hoje um numero expressivo de doutores e uma
política de afastamento para po s-doutorado satisfatória;
2. Consolidação da coordenacao de pesquisa com atuacao definida de acordo com
o projeto de criacao do DFIS e as novas demandas dos novos cursos de pós-
graduação existentes;
3. Consolidacao e ampliacao das linhas de pesquisa;
4. Estimulo a implantacao dos Laboratorios de Pesquisa pois a existencia de
laborato rios de pesquisa e uma condicao sine qua non para o desenvolvimento
de pesquisa competitiva em Fısica, seja ela teorica ou experimental;
5. Dar continuidade a manutencao das revistas do departamento;
6. Incentivo a pesquisa aplicada. Interacao com o setor produtivo;
7. Acao regular de estımulo a participacao dos docentes do DFIS em projetos de
pesquisa.
8. Consolidação da Biblioteca Setorial de Fısica: pois o desenvolvimento de
qualquer atividade de pesquisa necessita de uma constante atualizacao do
conhecimento.
9. Consolidar as convênios científicos com Centros de Pesquisas e Universidades
do Nacionais e Internacionais.
10. Apoiar o crescimento dos grupos de pesquisas do DFIS.
Para concluir, c o n t i n u a m o s reafirmando nosso empenho em tornar a
atividade de pesquisa em Fısica, por um lado uma estrategia propria de producao
cientıfica, e por outro, um princıpio educativo que enseje o desenvolvimento da
sociedade feirense, como tambem da sociedade brasileira.
Capıtulo 5
A Atividade de Extensa o
Levantamos neste capítulo os pontos atinentes as atividades de extensao.
Como diretrizes gerais da atividade de extensao, podemos citar [3]:
1. Desenvolver ações supradisciplinares atraves de projetos de extensao tematicos,
na busca de soluções de problemas da realidade que exigem a participacao de
representantes altamente qualificados de cada uma das disciplinas envolvidas;
2. Continuar a política de disseminar no interior da Universidade a pratica
humanista atraves de projetos de extensao culturais que tem, por um lado, o
objetivo de conscientizar a comunidade universitaria sobre a realidade, sobre o
pensamento, sobre a pratica da vida, sobre a funcao de cada membro da
comunidade academica, e por outro, de fazer da Universidade um local de vida
agradavel. Tais projetos deveriam caracterizar-se pela busca da estetica,
enquanto desejo, de tal forma que aglutinariam profissionais de outras
Disciplinas interessados em adquirir aqueles conhecimentos como uma
manifestacao cultural da busca da liberdade de cada um;
3. Continuar o trabalho de levar até a sociedade ações que tenham como objetivo
propiciar a criacao de uma consciencia crıtica de seus problemas, tanto do
ponto de vista nacional, como regional e local, contribuindo, portanto, para o
estabelecimento da cultura nacional, i.e., da formacao da opiniao pública; e,
4. Aumentar a participação em programas permanentes de extensao, desenvolvidos
pela Universidade, que tenham por objetivo integrar a Universidade com os
setores tradicionalmente marginalizados do conhecimento academico.
No que tange ao aspecto da sua natureza, a extensao em Fısica e por nós
compreendida como o conjunto de atos praticados pelo Departamento de Fısica no
sentido de integrar-se a sociedade, atendendo as finalidades basicas do compromisso
polıtico-social e da pratica academica, sendo que, a primeira, refere-se a obrigacao
da Universidade em reverter seus benefıcios em favor da maioria da populacao, sem
perda da pluralidade, que e essencial a pratica universitaria, e sem confundir
definicao filosofica-polıtica com postura polıtica-partidaria; e a segunda, refere-se a
extensao como o elemento articulador do ensino e da pesquisa com a sociedade,
outorgando a Universidade uma funcao transformadora do meio social.
Para que tais atividades se tornem efetivas, propomos as seguintes ações:
1. Consolidação da coordenacao de extensao com atuacao definida de acordo com
o projeto de criacao do DFIS;
2. Dar continuidade a promocao e realização de eventos de extensao regulares
tais como: cursos de extensao, Semana de Fısica, etc;
3. Incentivar a criacao de projetos de extensao;
4. Reestruturação do Setor de Publicacao (PubliFis) do Departamento.
5. Promover a criação de um Curso de Extensão Permanente de Mecânica em
convenio com o SENAI.
6. Promover um projeto permanente de Extensão chamado de “O dia da Escola no
DFIS”.
7. Atualizar o website do DFIS.
Para concluir, reafirmanos o compromisso de pensar a extensao como “uma via de
mao dupla, com transito assegurado a comunidade academica que encontrara , na
sociedade, a oportunidade da elaboraca o da pra xis de um conhecimento academico;
no retorno a Universidade, docentes e discentes trarao um aprendizado que,
submetido a reflexa o teorica, sera acrescido a quele conhecimento” [8]. Reforçando
assim a Universidade como a união indissociável da tríade Ensino-Pesquisa-
Extensão.
Capıtulo 6
A Atividade de Apoio Academico
Todo conservador moderno esta empenhado num dos
mais antigos exercıcios da filosofia: o de procurar uma
justifica- tiva moral superior para o egoısmo.” – John Kenneth Galbraith
Consideremos agora, a inovadora atividade de apoio academico.
Por atividade de apoio academico entendemos o conjunto de ações que visam
estimular a criacao de grupos de pesquisa e extensao, e de interdependencias e
ajudas mutuas entre os professores e entre os grupos de pesquisa e extensao
existentes, e que visam propiciar o bom andamento das atividades docentes e dos
diversos Laborato rios Academicos de Fısica. A meta prioritaria da Atividade de
Apoio Academico e o desenvolvimento equilibrado, harmonico e homogeneo do
DFIS, o que em u ltima analise, segundo o projeto de criacao do DFIS, garantira a
Identidade academica dos professores, condicao basica para o surgimento da
personalidade e ambiente academico do Departamento.
As atividades de apoio academico sao divididas em tres classes distintas, por
conta de seus objetos de acao; sao elas:
1. Atividade de estımulo a criacao de grupos de pesquisa e extensao,
2. Atividade de estımulo a criacao de interdependencias e ajudas mutuas,
3. Atividade de propiciacao do bom andamento das atividades docentes e dos
laborato rios didaticos.
O estımulo a criacao de grupos de pesquisa e extensao tem como objetivo buscar a
consolidacao do Departamento de Fısica no cenario nacional.
O estımulo a criacao de interdependencias e ajudas mu tuas entre os professores e
entre os grupos de pesquisa e extensao existentes tem como objetivo possibilitar
que as debilidades de uns sejam superadas pelas potencialidades de outros, o que
permitira que os menos avancados encontrem condicoes favoraveis para ascender
ao nıvel dos mais avancados.
A propiciacao do bom andamento das atividades docentes e dos laboratorios
academicos tem como objetivo possibilitar a viabilizacao da existencia de material
bibliografico; da manutencao dos equipamentos, do desenvolvimento de pecas de
reposicao e de amostras diversas; bem como da existencia de apoio tecnico em
areas especıficas atraves do Setor de Apoio do Departamento de Fısica.
Para que tal atividade se torne efetiva, propomos as seguintes ações :
1. consolidação da coordenacao de apoio academico com atuacao definida de
acordo com o projeto de criacao do DFIS;
2. relato rio anual das atividades desenvolvidas pelo DFIS;
3. planejamento de afastamentos para licenca premio, licenca sabatica, po s-
doutorado;
4. Reestruturação da biblioteca setorial da Física.
Concluımos reafirmando a importância da estruturacao das atividades de apoio
academico para o DFIS. Questoes como equilıbrio, harmonia, identidade, personalidade
e ambiente academico, bem como condicoes de trabalho, sao muito caras e objeto de
desejo em toda e qualquer instituicao academica que lide com o ser humano. A
proposta inovadora da existencia da Sub-Unidade de Apoio Academico vai nessa
direcao e sem duvida e uma grande contribuicao que a UEFS pode dar na discussao,
sempre profıcua, do significado de Universidade.
Capıtulo 7
A Atividade Administrativa
A estrutura administrativa e um ponto crucial e delicado devido a sua estreita
vinculacao com o poder, na Universidade ou em qualquer instituicao. Na Bahia,
incluindo Feira de Santana, cujas marcas do servilismo sao tao presentes, essa
questao torna-se fundamental. Continuamos afirmando que a natureza, concepcao e
diretrizes das atividades administrativas, a serem desenvolvidas no DFIS, terao
como premissa basica nao so a busca por uma organizacao agil, eficiente e de
qualidade, tambem serao pautadas na etica, idoneidade, no respeito a decisao da
maioria sem desrespeitar a minoria, na serenidade, na transparencia e na
pluralidade.
Outro ponto importante a considerar e o da organizacao da estrutura
administrativa do DFIS em seis coordenacoes. Esta ideia, como estabelecida no
projeto do DFIS [3], tambem teve como motivacao uma redefinicao do papel da
figura do diretor de um departamento em uma Universidade, ate entao personalista
e centralizadora [9]. Ou seja, buscando a descentralização de suas funções
administrativa.
Tambem reconhecemos como fundamental a participacao do corpo tecnico-
administrativo para o sucesso das atividades administrativas. Funcionarios
capacitados e motivados sao fundamentais para o exito da administracao de
qualquer unidade academica. Assim, temos as seguintes propostas para os
servidores tecnico-administrativos:
1. Manter a política de liberacao para cursos de aperfeiçoamento e capacitação;
2. Envidar esforços para o funcionamento estrutural e material do ambiente de
trabalho com qualidade;
3. Continuar os esforços para a ampliacao do quadro de funcionarios do DFIS.
4. Consolidar a representacao dos servidores tecnico-administrativos no
Conselho departamental.
5. Buscar a regularização das atividades administrativas através da vinda dos
cargos temporários a que fazem jus o Departamento, para que os servidores
do quadro permanente recebam as gratificações devidas das atribuições que
desenvolvem;
6. Manter o diálogo aberto às necessidades da categoria;
Ademais continuamos reafirmando, no espırito do projeto de criacao do DFIS [3],
os seguintes princıpios fundamentais para uma boa administracao pu blica:
1. Planejamento - o estabelecimento de diretrizes e metas que orientarao a acao
administrativa do DFIS atraves de um plano geral administrativo, pautado nas
acoes relativas a estrutura academica,
2. Coordenacao- propomos, como agente harmonizador das atividades
administrativas, a c o n s o l i d a ç ã o d a s f u n ç õ e s d as seis coordenações
administrativas, submetendo-as, portanto, ao que foi planejado e evitando
dispersao de esforcos e divergencias de solucoes,
3. Descentralizacao – por meio das coordenacoes, alem das diversas comissoes a elas
associadas, continuar diluindo as decisoes e permitindo a participacao de todos os
agentes, os professores, na implementacao das acoes administrativas,
4. Delegacao de competencias – C o n t i n u a r reconhecendo a importancia da
participacao do conjunto de professores do DFIS (nao necessariamente aqueles
investidos nos cargos das coordenacoes) apreciando processos, representando o
departamento em orgaos colegiados da universidade, participando de
comissões, de bancas examinadoras, etc., assegurando assim uma maior rapidez
e objetividade das decisoes, e,
5. Acompanhamento – pois atraves das coordenacoes e comissoes sera exercitada,
de forma democratica e serena, o acompanhamento do cumprimento de leis e
normas, bem como das atividades docentes.
Alem das ações citadas acima, propomos adicionalmente:
1. Envidar esforços para resgatar os cargos comissionados pertencentes ao DFIS;
2. Envidar esforços para a reestruturação do DFIS como o Instituto de Física da
UEFS;
3. Envidar esforços para garantir a construção da “ Quadra da Física” para a ampliação
e racionalização do espaco fısico do DFIS;
4. Continuar garantindo gabinetes de trabalho para os Professores do DFIS;
5. Viabilizar uma sala para Estudantes de Pós-Graduação;
6. Continuar com ações para o funcionamento pleno da Oficina Mecânica da
Física;
7. Continuar envidando esforcos para a melhoria do sistema computacional do
DFIS (e-mails, rede interna e externa, etc.);
8. Continuar os esforcos para a ampliacao do quadro docente do departamento, o
que contribuira para o aumento da desejada massa crıtica docente, fundamental
para o desenvolvimento equilibrado das atividades acadêmicas;
9. Continuar os esforcos para a ampliacao do quadro de funcionários do
departamento,
10. Consolidar o funcionamento do Portal do DFIS;
11. Continuar aprofundar a relacao do departamento com as agencias de fomento
(CNPq, FAPESB, etc.);
12. Propor parcerias com o setor produtivo da região de Feira de Santana;
13. Estabelecer uma parceria entre o DFIS e o Parque do Saber de Feira de Santana;
Como estabelecido acima, propomos que a Estrutura Administrativa do
Departamento de Fısica da UEFS seja constituıda das seguintes coordenaco es: Conselho
Departamental, Coordenacao Geral, Coordenacao de Ensino, Coordenacao de Pesquisa,
Coordenacao de Extensao, e Coordenacao de Apoio Academico. Cada uma delas devera
congregar as atividades administrativas respectivas a serem desenvolvidas pelo
Departamento e como nao poderia deixar de ser, constituintes de uma estrutura
decorrente da natureza da Estrutura Academica e da propria concepcao do
Departamento de Fısica assumidas.
Capıtulo 8
Consideracões Finais
“O subdesenvolvimento, como o deus Janus, tanto olha
para a frente como para tra s, na o tem orientacao
definida. E um impasse historico que espontaneamente na
o pode levar sena o a alguma forma de cata strofe social.
Somente um projeto polıtico apoiado em conhecimento
consistente da realidade social podera romper a sua lo
gica perversa.”
– Celso Furtado
Acreditamos ser a universidade um agente da pro pria sociedade, enquanto uma
forca transformadora desta.
Seguindo Menezes, “as universidades sa o muito mais do que centros de
formaca o superior ou de treinamento tecnico, sa o instituicoes onde, alem de
educação superior, se produz cultura, se faz ciencia e se desenvolve tecnologia”
[10].
E com esse espırito que apresentamos a comunidade de Fısica da UEFS
(professores, estudantes e funcionarios) o nosso plano de trabalho para a gestao 2016-
2017. Algumas propostas aqui apresentadas, como por exemplo a estrutura
administrativa, excedem o bienio 2016-2017, pois refletem uma visao de universidade
humanista e ampla. Por essas e outras razoes esperamos que a presente proposta seja
lida, criticada, examinada, debatida, analisada, pois, acreditamos firmemente que o
livre debate de ideias e projetos e o caminho mais seguro (nao necessariamente mais
facil) para criarmos uma universidade que efetivamente contribua para construir o paıs
que sonhamos: livre, independente e justo.
Dessa forma, ambicionamos que o Departamento de Fısica da UEFS esteja a
altura da declaracao do grande fısico Leite-Lopes, estendendo-a a nossa regiao, quando
asseve- ra que “cada geraca o de um paıs subdesenvolvido tem de ser dotada de um
espırito de inconformismo em maior intensidade, e de mais impaciencia, do que a que
a precedeu, como ter de estudar e trabalhar mais ainda, para ser mais competente e
estar à altura do desafio que não deixa de lhe lançar continuadamente, cada dia que
passa, o mundo que se desenvolve e adquire maior poder de subjugação. Não pode a ...
mocidade deixar de acreditar, como postulado e ato de fé indispensáveis, na
possibilidade de desenvolver, em sua própria pátria, a ciência, a tecnologia, a cultura
em todas as suas formas" [11].
Referencias Bibliogra ficas
[1] Chauı, M.; Vocaca o polıtica e vocaca o cientıfica da Universidade.
EducacaoBrasileira, 15, (31): 11-26, 2o sem. 1993;
[2] Resende, S; A Fısica no Brasil. Estudos da SBF, 01: 04-39, 1994;
[3] A rea de Fısica - UEFS; Departamento de Fısica da UEFS. PubliFis, Feira de San-
tana - BA, 1998;
[4] A rea de Fısica - UEFS; Plano de Capacitaca o e Atividades Docentes da A rea de Fısica, 3a ed.. PubliFis, Feira de Santana - BA, 1996;
[5] Assessoria de Planejamento - UEFS; Boletim Institucional, vol. I - Legislacao.
Publicacao interna, Feira de Santana - BA, 1997;
[6] UEFS; A Universidade em questa o - I Relato rio Sıntese da Avaliaca o Institu-
cional. Publicacao interna, Feira de Santana - BA, 1997;
[7] UEFS; A Universidade em questao - O que se sugere no 1o Relato rio Sıntese
daAvaliacao Institucional em Curso na UEFS. Publicacao interna, Feira de Santana-
BA, 1997;
[8] UNB. Extensa o - a universidade construindo saber e cidadania. Documento final
do I Encontro de Pro -Reitores de Extensao das Universidades Brasileiras (1987),
Brasılia, 1989;
[9] Graciani, M. S. S.; O Ensino Superior no Brasil - a estrutura de poder na univer-
sidade em questa o, 2a ed.. Ed. Vozes, Sao Paulo - SP, 1982;
[10] Menezes, L. C. de; Universidade Sitiada: a Ameaca de Liquidaca o da
Universi- dade Brasileira. Ed. Perseu Abramo, Sao Paulo - SP, 2000.
[11] Leite-Lopes, J.; Ciencia e Libertaca o. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1969;