1
SDP N°: 168/2015
CONSULTORIA PARA AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA,
ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E CAPACITAÇÃO TÉCNICA
EM REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS
DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PUBLICAÇÃO VI
REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE
Volume I
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Ministério das Cidades
Brasília, 29 de janeiro de 2018
2
PUBLICAÇÃO VI
REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE
Volume I
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 ASPECTOS GERAIS DA REGULAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE15
2.1 Regulação e Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007 ........................... 15
2.2 O Uso de Indicadores na Lei Federal n°11.445/2007 .................................. 17
2.3 Aspectos Conceituais ................................................................................... 20
2.4 Indicadores de Desempenho: Vantagens e Aplicações ............................... 22
2.5 Requisitos e Desafios na Elaboração de Indicadores .................................. 27
3 ESTADO DA ARTE DA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS
SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO.. 32
3.1 Âmbito Internacional ..................................................................................... 34
International Water Association - IWA ................................................... 34
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – ERSAR ... 42
Normas ISO 24500 ................................................................................ 47
Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento
das Américas – ADERASA .................................................................... 50
International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities –
IBNET .................................................................................................... 55
Water Service Association of Australia – WSAA ................................... 55
American Water Works Association – AWWA ....................................... 56
Office of Water Services – OFWAT ....................................................... 56
Six-Cities Group .................................................................................... 57
3.2 Âmbito Nacional ........................................................................................... 57
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS .............. 57
Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR .................. 72
Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento – PNQS .................... 75
O Sistema de Avaliação de Performance da ARCE .............................. 76
4 FISCALIZAÇÃO DE PMSB: UM ASPECTO PARTICULAR DA FISCALIZAÇÃO
INDIRETA ..................................................................................................................... 83
4.1 Objetivos e Metas em PMSB ........................................................................ 84
4.2 Indicadores em PMSB .................................................................................. 87
4.3 Uniformidade dos indicadores nos PMSBs .................................................. 89
5 NORMAS E MODELOS EXISTENTES SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E
DO DESEMPENHO – ARIS, AGERSA E AGEPAN ..................................................... 92
5.1 ARIS ............................................................................................................. 92
Resolução Normativa ARIS 001/2011 ................................................... 98
Resolução Normativa ARIS 002/2011 ................................................... 98
Resolução Normativa ARIS 003/2011 ................................................... 99
Resolução Normativa ARIS 004/2012 ................................................. 100
4
Instrução/Diretor Geral 001/2016 ........................................................ 100
Resolução Normativa ARIS 008/2016 ................................................. 101
Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho .......... 105
Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS – SISARIS ...... 118
5.2 AGERSA..................................................................................................... 122
Portaria 036/02 .................................................................................... 124
Resolução 001/2016 ............................................................................ 126
Minuta de Resolução sobre Avaliação da Qualidade e do Desempenho
128
5.3 AGEPAN..................................................................................................... 137
6 PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO
DESEMPENHO DOS SERVIÇOS .............................................................................. 148
6.1 Manual do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho .......... 148
Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho ..................... 149
Processo de Avaliação ........................................................................ 155
Informações ......................................................................................... 162
Indicadores de Desempenho ............................................................... 174
6.2 Manual do Aplicativo para Cálculo dos Indicadores dos Serviços Públicos de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário ................................ 186
Introdução ............................................................................................ 186
Ajustes Iniciais ..................................................................................... 188
Funções Menu Agência Reguladora ................................................... 189
Funções Menu Prestador de Serviços ................................................ 202
Observações Finais ............................................................................. 212
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 213
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – A Regulação e a Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007 ..................... 15
Figura 2 – Regulação e Fiscalização: condição de validade dos contratos ................... 16
Figura 3 – Responsabilidade da verificação do cumprimento do PMSB ........................ 16
Figura 4 – Sistemas de informações e uso de indicadores na Lei Federal n°
11.445/2007 ............................................................................................................................... 17
Figura 5 – O uso de indicadores no processo de planejamento ...................................... 18
Figura 6 – O uso de indicadores nas atividades de regulação e de fiscalização .......... 19
Figura 7 – Indicador de Desempenho .................................................................................. 21
Figura 8 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador ................................................. 23
Figura 9 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a otimizar a
atuação da entidade reguladora na fiscalização direta ...................................................... 31
Figura 10 – Linha do Tempo das publicações da IWA ...................................................... 36
Figura 11 – Quantitativo de indicadores de desempenho da IWA e respectivas
dimensões ................................................................................................................................. 38
Figura 12 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica –
Serviços de Abastecimento de Água .................................................................................... 39
Figura 13 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica –
Serviços de Esgotamento Sanitário ...................................................................................... 40
Figura 14 – Indicadores de desempenho IWA/qualidade do SES relacionados à
regulação técnica ..................................................................................................................... 41
Figura 15 – Linha do Tempo dos Guias da ERSAR .......................................................... 44
Figura 16 – Quantitativo de indicadores de desempenho da ERSAR e respectivas
dimensões ................................................................................................................................. 45
Figura 17 – Indicadores de desempenho da ERSAR relacionados à regulação técnica
..................................................................................................................................................... 46
Figura 18 – Quantitativos de indicadores de desempenho da ADERASA e respectivas
dimensões ................................................................................................................................. 51
Figura 19 – Indicadores de desempenho da ADERASA relacionados à regulação
técnica ........................................................................................................................................ 52
Figura 20 – Indicadores utilizados no processo de benchmarking da ADERASA em
2014, relacionados à regulação técnica ............................................................................... 54
Figura 21 – Linha do Tempo das publicações do SNIS .................................................... 58
Figura 22 – Quantitativos de indicadores SNIS-AE (Água e Esgoto) e respectivas
dimensões ................................................................................................................................. 61
Figura 23 – Indicadores do SNIS-AE relacionados à regulação técnica ........................ 62
Figura 24 – Exemplo de aplicação do nível de agregação de informações ................... 66
Figura 25 – Quantitativo de indicadores ABAR para regulação do saneamento e
respectivas dimensões ............................................................................................................ 73
Figura 26 – Indicadores da ABAR relacionados à regulação técnica ............................. 74
Figura 27 – Quantitativo de indicadores do Sistema de Avaliação de Performance da
ARCE e respectivas dimensões ............................................................................................. 78
Figura 28 – Indicadores da ARCE relacionados à regulação técnica ............................. 79
Figura 29 – Exemplo hipotético de aplicação de objetivos e metas em PMSB ............. 86
6
Figura 30 – Exemplo de informações e indicadores nas etapas do Plano Municipal de
Saneamento Básico ................................................................................................................. 88
Figura 31 – Situação de falta de uniformidade nos indicadores para o plano de
saneamento em municípios regulados e fiscalizados pela AGIR ..................................... 90
Figura 32 – Normativos publicados pela ARIS e normativos propostos no âmbito do
projeto Regulasan .................................................................................................................... 97
Figura 33 – Situação hipotética: definição da unidade de planejamento para cálculo
dos indicadores ....................................................................................................................... 103
Figura 34 – Cronograma de atividades dos sistemas de indicadores da ARIS e do
SNIS ......................................................................................................................................... 104
Figura 35 – Divergências das definições do indicador A4 constantes no PLANSAB. 110
Figura 36 – Metodologia de parametrização dos indicadores da ARIS ........................ 112
Figura 37 – Faixa de classificação para certificação dos prestadores de serviços .... 118
Figura 38 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – escolha do SAA
................................................................................................................................................... 120
Figura 39 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – parâmetros de
qualidade de água .................................................................................................................. 121
Figura 40 – Normativos publicados pela AGERSA e normativos propostos no âmbito
do projeto Regulasan ............................................................................................................. 123
Figura 41 – Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário existentes
em Cachoeiro do Itapemirim ................................................................................................. 130
Figura 42 – Indicadores gerados pela SANESUL para a AGEPAN .............................. 141
Figura 43 – Normativos publicados pela AGEPAN e normativos propostos no âmbito
do projeto Regulasan ............................................................................................................. 145
Figura 44 – Codificação de informações e indicadores ................................................... 152
Figura 45 – Exemplo de comparação Evolutiva ............................................................... 154
Figura 46 – Exemplo de comparação Absoluta ................................................................ 154
Figura 47 – Exemplo de comparação Confinada ............................................................. 155
Figura 48 – Exemplo de comparação Alargada ............................................................... 155
Figura 49 – Processo de avaliação da qualidade e desempenho ................................. 156
Figura 50 – Exemplo hipotético: estabelecimento de valores de referências em função
das metas previstas no PMSB ............................................................................................. 185
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Indicadores de Desempenho: vantagens e aplicações ................................ 25
Quadro 2 – Requisitos individuais e coletivos para a elaboração dos indicadores ...... 28
Quadro 3 – Características básicas de um bom indicador ............................................... 29
Quadro 4 – Principais erros na escolha de indicadores .................................................... 30
Quadro 5 – Entidades no âmbito internacional que formularam indicadores
relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ...... 33
Quadro 6 – Entidades no âmbito nacional que formularam indicadores relacionados
aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ............................. 34
Quadro 7 – Exemplo de indicadores de desempenho da ISO 24510 ............................. 49
Quadro 8 – Análise das informações e indicadores do componente abastecimento de
água do SNIS e recomendações ........................................................................................... 64
Quadro 9 – Classificações e targets do Sistema de Avaliação de Performance da
ARCE .......................................................................................................................................... 81
Quadro 10 – Municípios consorciados à ARIS ................................................................... 93
Quadro 11 – Indicadores de Desempenho da ARIS ........................................................ 106
Quadro 12 – Formulação do indicador IN082 – Extravasamentos de Esgotos por
Extensão de Rede .................................................................................................................. 107
Quadro 13 – Formulação dos indicadores IN023 e IN024 .............................................. 108
Quadro 14 – Indicadores dos serviços de água e esgoto definidos pela ARIS dentre os
selecionados pelo PLANSAB. .............................................................................................. 109
Quadro 15 – Indicadores adotados pela ARIS e metas do PLANSAB para a região sul
do País ..................................................................................................................................... 111
Quadro 16 – Indicadores da ARIS e correspondente referência utilizada para
classificação ............................................................................................................................ 113
Quadro 17 – Indicadores da ARIS e respectivos intervalos de referência ................... 114
Quadro 18 – Exemplo de matriz de resultados de avaliação do desempenho da
prestação de serviços proposta pela ARIS ........................................................................ 116
Quadro 19 – Cesta de indicadores prevista na minuta de resolução da AGERSA .... 134
Quadro 20 – Indicadores do PMAE e Indicadores da AGERSA/SIMSA ...................... 136
Quadro 21 – Municípios regulados pela AGEPAN........................................................... 139
Quadro 22 – Fluxograma do Processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho . 157
Quadro 23 – Classificações e targets ................................................................................ 160
Quadro 24 – Caracterização Geral da Prestação dos Serviços .................................... 163
Quadro 25 – Informações sobre Abastecimento de Água .............................................. 164
Quadro 26 – Informações sobre Esgotamento Sanitário ................................................ 168
Quadro 27 – Informações Gerais ........................................................................................ 171
Quadro 28 – Informações de Qualidade ............................................................................ 172
Quadro 29 – Cesta de Indicadores do Sistema de Avaliação da Qualidade e
Desempenho ........................................................................................................................... 175
Quadro 30 – Indicadores de Abastecimento de Água ..................................................... 176
Quadro 31 – Indicadores de Esgotamento Sanitário ....................................................... 182
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Meta A5 - intermitência no abastecimento de água ....................................... 68
Tabela 2 – Exemplo de ranking dos 10 municípios com maior pontuação na prestação
dos serviços ............................................................................................................................. 117
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Índice de atendimento urbano de água no município “exemplo”, no período
de 2010 a 2015 ......................................................................................................................... 22
Gráfico 2 – Índice de perdas no faturamento, em municípios operados pela CEDAE,
no período de 2012 a 2014 (SNIS) ........................................................................................ 69
9
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABAR – Associação Brasileira de Agências de Regulação
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ADERASA – Associação de Entes Reguladores de Água Potável e Saneamento
das Américas
AG – Informação de Água (código do SNIS)
AGERSA – Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados
de Cachoeiro de Itapemirim
AGEPAN – Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato
Grosso do Sul
AGIR – Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí
ARCE – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do
Ceará
ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento
ARSESP – Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São
Paulo
AWWA – American Water Works Association
CADSan – Caderno de Encargos dos Contratos de Saneamento
CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará
CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
CEDAE – Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
CEGÁS – Companhia de Gás do Ceará
COELCE – Companhia Energética do Ceará
CESB – Companhia Estadual de Saneamento Básico
CTSan/ABAR – Câmara Técnica de Saneamento da Associação Brasileira de
Agências de Regulação
DAE – Departamento de Água e Esgoto
EG – Entidade Gestora
ERSAR – Entidade Reguladores dos Serviços de Água e Resíduos de Portugal
ES – Informação de Esgoto (código do SNIS)
ETOSS – Ente Tripartito de Obras y Servicios Sanitarios
FECAM – Federação Catarinense de Municípios
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
10
GE – Informação Geral (código do SNIS)
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBNET – International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities
IRAR – Instituto Regulador de Águas e Resíduos de Portugal
ID – Indicador de Desempenho
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IN – Indicador (código do SNIS)
IWA – International Water Association
ISO – International Organization for Standardization
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico
MCidades – Ministério das Cidades
MS – Ministério da Saúde
OFWAT – Water Services Regulation Authority
PIB – Produto Interno Bruto
PLANSAB – Plano Nacional do Saneamento Básico
PMAE – Plano Municipal de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico
PMSS – Programa de Modernização do Setor de Saneamento
PNQS – Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento
QD – Informação de Qualidade (código do SNIS)
RASARP – Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal
SAA – Sistema de Abastecimento de Água
RAD – Relatório Anual de Desempenho
SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná
SANESUL – Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul
SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto
SES – Sistema de Esgotamento Sanitário
SGMPGOG – Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão
SIAS – Sistema de Informação em Água e Saneamento da Bolívia
SiiG – Sistema de Informações Integradas Gerenciais
SIMSA – Sistema Municipal de Informação em Saneamento
11
SINISA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico
SIRAE – Sistema de Informações Regulatórias de Água e Esgoto
SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento
SNSA – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
SIRAE – Sistema de Informações Regulatórias de Água e Esgoto
SISAGUA – Sistemas de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para
Consumo Humano
SISARIS – Sistema de Informações Sobre Saneamento da Agência Reguladora
Intermunicipal de Saneamento
WSAA – Water Services Association of Australia
12
1 INTRODUÇÃO
No contexto da regulação e da fiscalização da qualidade dos serviços de
saneamento básico, tema da presente publicação, a regulação técnica ou
regulação da qualidade, tem como objetivo fixar condições e parâmetros para a
qualidade dos produtos e dos serviços prestados e, também, verificar o
cumprimento dessas disposições. Galvão Jr. e Paganini (2009) identificaram
alguns aspectos importantes para a regulação da qualidade dos serviços
públicos de infraestrutura. No que tange aos serviços públicos de abastecimento
de água e esgotamento sanitário, esses autores elencaram os seguintes
exemplos de parâmetros regulados:
Pressão dinâmica disponível na rede de distribuição;
Pressão estática máxima na rede de distribuição; e
Parâmetros físico-químicos (cor, turbidez, pH, metais, etc.) e
bacteriológicos da água distribuída.
Além desses, outros exemplos podem ser citados, dentre eles: o acesso aos
serviços prestados, como cobertura e atendimento; parâmetros operacionais,
por exemplo, micromedição e perdas nos sistemas de abastecimento de água;
parâmetros ambientais, tais como extravasamento de esgotos, qualidade do
lançamento do efluente, etc.
Nesse sentido, Galvão Jr. e Paganini (2009) ainda observaram que a regulação
da qualidade exige mecanismos indiretos e diretos para o acompanhamento dos
parâmetros e indicadores regulados, os quais demandam recursos humanos e
custos elevados.
Para tanto, tem-se como principal atividade da regulação técnica a fiscalização,
esta, podendo ser exercida de forma indireta ou direta.
A fiscalização indireta é caracterizada pelo uso de indicadores, proporcionando
uma avaliação objetiva e contínua da eficiência e eficácia da prestação dos
serviços, enquanto que a fiscalização direta é caracterizada, obrigatoriamente,
pela presença física de uma equipe de técnicos especializados no sistema de
abastecimento de água ou de esgotamento sanitário.
13
A fiscalização indireta, através da utilização de indicadores de desempenho,
necessita ser complementada pela fiscalização direta. Nesse sentido, o uso dos
indicadores possibilita aos entes reguladores focar suas atividades em áreas
críticas de um prestador de serviços ou mesmo de vários deles, no caso das
agências estaduais e consorciadas. Desse modo, permite aos mesmos deslocar
seus técnicos somente para áreas onde existam não conformidades na
prestação dos serviços, propiciando economia de recursos humanos e
financeiros, celeridade, e, portanto, maior eficiência na atividade de fiscalização.
A presente publicação tem por objetivo apresentar uma visão geral da regulação
e da fiscalização da qualidade dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito internacional
e, ainda, apresentar o modelo de avaliação da qualidade e do desempenho dos
serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário propostos
no escopo do Projeto Regulasan.
Para tanto, esta publicação é dividida em dois volumes. O Volume I aborda os
aspectos relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário através da fiscalização
indireta, por meio de indicadores de desempenho. Já o Volume II aborda os
procedimentos de fiscalização de campo como complementação da fiscalização
indireta, bem como sugere um escopo de apresentação do Relatório de
Fiscalização.
Neste primeiro Volume, após esse capítulo introdutório, tem-se no segundo
capítulo a descrição dos aspectos gerais da Regulação e da Fiscalização da
Qualidade, percorrendo alguns elementos legais sobre o tema na Lei de
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico (Lei Federal n° 11.445/2007). Ainda,
nesse capítulo apresentam-se os aspectos conceituais, as vantagens e as
aplicações dos indicadores de desempenho e seus principais requisitos e
desafios quando da sua elaboração. No terceiro capítulo é apresentado o estado
da arte da avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, relacionando as principais
entidades no âmbito internacional e nacional, que propuseram conjuntos de
indicadores com diversos objetivos para o setor de saneamento básico, tendo
ênfase na regulação e na fiscalização da qualidade dos serviços. Em seguida, o
14
quarto capítulo contextualiza o uso de indicadores como ferramenta para as
agências reguladoras na verificação do cumprimento dos Planos Municipais de
Saneamento Básico por parte dos prestadores de serviços. Entrando no âmbito
das entidades beneficiárias do Projeto Regulasan, o quinto capítulo apresenta e
analisa as normas e os modelos existentes sobre avaliação da qualidade e do
desempenho nas entidades de regulação ARIS, AGERSA e AGEPAN, bem
como nos seus prestadores regulados. O sexto capítulo descreve o modelo de
avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços propostos no presente
Projeto, apresentando o manual do sistema de avaliação, o processo de
avaliação, a base de informações necessárias para o cálculo dos indicadores e
a cesta básica de indicadores propostos para a regulação e a fiscalização da
qualidade dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário. Encerra-se o sexto capítulo com a apresentação do manual do
aplicativo em Excel para o cálculo dos indicadores de desempenho. Por fim,
apresentam-se as referências bibliográficas utilizadas nos estudos que
originaram a presente publicação.
15
2 ASPECTOS GERAIS DA REGULAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE
2.1 REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO NA LEI FEDERAL N° 11.445/2007
A LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei Federal
n° 11.445/2007 (BRASIL, 2007) - define que o titular dos serviços deverá
determinar o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os
procedimentos de sua atuação. Para tanto, o município poderá criar uma agência
municipal ou delegar essas funções a uma agência estadual ou consórcio
intermunicipal. Cabe lembrar que o Planejamento dos serviços é função
exclusiva do titular (Figura 1).
Figura 1 – A Regulação e a Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007
Fonte: Elaborado pelos autores.
A referida Lei estabelece também que a existência de normas de regulação,
incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização, é condição
sine qua non para a validade dos contratos (Figura 2).
O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto:
II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;
Art. 9º
TITULAR DOS
SERVIÇOS
PLANEJAMENTO
Delegação Facultativa:
Regulação e Fiscalização (Agência estadual, consorciada ou municipal)
Prestação dos serviços
16
Figura 2 – Regulação e Fiscalização: condição de validade dos contratos
Fonte: Elaborado pelos autores.
Com relação à atividade de Planejamento, a LDNSB definiu que o titular dos
serviços deverá elaborar seu respectivo plano de saneamento básico, atendendo
ao conteúdo mínimo estabelecido no art. 19 da Lei Federal n° 11.445/2007.
Definiu, ademais, que a atividade de verificação do cumprimento dos planos de
saneamento por parte dos prestadores de serviços é de responsabilidade da
entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços (Figura 3).
Figura 3 – Responsabilidade da verificação do cumprimento do PMSB
Fonte: Elaborado pelos autores.
São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a
prestação de serviços públicos de saneamento básico:
III - a existência de normas de regulação que prevejam os
meios para o cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo
a designação da entidade de regulação e de fiscalização;
§ 3° Os contratos não poderão conter cláusulas que
prejudiquem as atividades de regulação e de fiscalização
ou o acesso às informações sobre os serviços contratados.
Art. 11.
Parágrafo único. Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora
dos serviços a verificação do cumprimento dos planos de
saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das
disposições legais, regulamentares e contratuais.
Art. 20.
PMSB
Entidade reguladora e fiscalizadora
17
2.2 O USO DE INDICADORES NA LEI FEDERAL N°11.445/2007
Considerando ainda os aspectos da Regulação e Fiscalização da Qualidade na
LDNSB, o uso de indicadores passa a integrar o processo de planejamento,
prestação, regulação e fiscalização dos serviços. Sua aplicação se fundamenta
no princípio da transparência das ações de saneamento, estabelecido no art. 2°,
inciso IX, da referida Lei Federal (Figura 4).
Figura 4 – Sistemas de informações e uso de indicadores na Lei Federal n° 11.445/2007
Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com
base nos seguintes princípios fundamentais:
IX - transparência das ações, baseada em sistemas de
informações e processos decisórios institucionalizados.
Art. 2°
O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de
saneamento básico, devendo, para tanto:
VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços,
articulado com o Sistema Nacional de Informações em
Saneamento;
Art. 9°
Fica instituído o Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico - SINISA, com os objetivos de:
I - coletar e sistematizar dados relativos às condições da
prestação dos serviços públicos de saneamento básico;
II - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras
informações relevantes para a caracterização da demanda e
da oferta de serviços públicos de saneamento básico;
III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da
eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de
saneamento básico.
§ 1º As informações do SINISA são públicas e acessíveis a
todos, devendo ser publicadas por meio da internet.
Art. 53.
SINISA
SNIS
Sistemas Municipais
Fonte: Elaborado pelos autores.
18
No processo de planejamento, especialmente na elaboração dos Planos de
Saneamento Básico, a LDNSB enumera o conteúdo mínimo dos Planos e
determina que o diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de
vida deve ser realizado com base em indicadores (Figura 5). Esses também
podem ser de grande valia no estabelecimento de mecanismos e procedimentos
para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.
Figura 5 – O uso de indicadores no processo de planejamento
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nas atividades de regulação e fiscalização, a LDNSB definiu que a entidade
reguladora deverá editar normas relativas às dimensões técnica, econômica e
social de prestação dos serviços, devendo estabelecer padrões e indicadores de
qualidade da prestação dos serviços (Figura 6). Além disso, nas revisões
tarifárias, poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à
eficiência, inclusive fatores de produtividade, os quais poderão ser definidos com
base em indicadores de outras empresas do setor.
A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará
plano, que poderá ser específico para cada serviço, o qual abrangerá,
no mínimo:
I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições
de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários,
epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando
as causas das deficiências detectadas;
V - mecanismos e procedimentos para a avaliação
sistemática da eficiência e eficácia das ações
programadas.
Art. 19.
Indicadores Sanitários:
Índice de atendimento de Água/Esgoto,
Qualidade da Água Tratada, etc.;
Indicadores Epidemiológicos:
Mortalidade Infantil, incidência de
dengue/leptospirose/malária, gastos com
internações; etc;
Indicadores Socioeconômicos:
Renda, PIB, IDH, escolaridade, etc.
19
Figura 6 – O uso de indicadores nas atividades de regulação e de fiscalização
Fonte: Elaborado pelos autores.
No ambiente institucional estabelecido pela Lei Federal n° 11.445/2007,
destacam-se os seguintes aspectos para as agências reguladoras1:
Os principais produtos do sistema de informações em saneamento são os indicadores;
As Agências Reguladoras são as responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento do planejamento, através da verificação do atingimento das metas estabelecidas nos PMSB, pela certificação das informações dos prestadores de serviços, pela fiscalização e pela avaliação das tarifas, e, portanto, são as principais usuárias dos sistemas de informações do setor;
Existe espaço para as Agências Reguladoras serem as gestoras dos sistemas de informações estabelecidos pelos titulares ou pelos responsáveis pelo planejamento (Município, Estado ou União).
Vale esclarecer que o MCidades, em parceria com a Associação Brasileira de
Agências de Regulação (ABAR), está desenvolvendo metodologias de auditoria
e certificação de informações do Sistema Nacional de Informações Sobre
Saneamento (SNIS). Ainda nessa publicação, a seção que trata do deste e do
Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA) abordará
esse assunto.
No âmbito das delegações dos serviços, as entidades reguladoras devem
estabelecer normas e resoluções que tratem do tema. Tais normativos devem
abranger, dentre outros, aspectos como fundamentação legal e objetivos da
norma, terminologias, relação de indicadores, procedimento de implementação
1 Adaptado de Silva e Sobrinho (2008).
A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica,
econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo
menos, os seguintes aspectos:
I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos
serviços;
Art. 23.
§ 2° Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à
eficiência, inclusive fatores de produtividade, assim como de
antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.
§ 3° Os fatores de produtividade poderão ser definidos com base em
indicadores de outras empresas do setor.
Art. 38.
20
e de fornecimento de dados por parte dos prestadores de serviços,
certificação/validação dos dados pela entidade reguladora, processamento de
dados e interpretação dos resultados para cada prestador de serviços regulado,
forma de divulgação dos indicadores e, publicação e divulgação do relatório
anual de avaliação de desempenho.
2.3 ASPECTOS CONCEITUAIS
Ao longo da presente publicação que trata da avaliação da qualidade e do
desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
serão usadas as seguintes terminologias:
FISCALIZAÇÃO: Atividade de regulação técnica exercida com vistas à
averiguação contínua dos serviços regulados, objetivando apurar se
estão sendo eles efetivamente prestados de acordo com as normas
legais, regulamentares e pactuadas pertinentes. As motivações para
a atividade de fiscalização podem ocorrer através de denúncias,
solicitação do Ministério Público, programação regular, programação
emergencial, reclamação de ouvidoria, solicitação do Poder
Legislativo, entre outros. A atividade de fiscalização é de extrema
importância para zelar pela prestação do serviço público adequado ao
pleno atendimento dos usuários, bem como para observar as
condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade e cortesia.
FISCALIZAÇÃO DIRETA: Fiscalização caracterizada,
obrigatoriamente, pela presença física de uma equipe de técnicos
especializados no local em que se encontra o sistema de
abastecimento de água ou esgotamento sanitário. Exige recursos
humanos capacitados e estrutura de suporte, tais como: laboratórios,
equipamentos e transporte para deslocamento das equipes de
campo. O critério de seleção dos sistemas ou áreas a serem
fiscalizadas decorre do planejamento da agência e de denúncias, às
quais nem sempre permitem à agência priorizar a fiscalização sobre
as reais deficiências de uma concessão.
21
FISCALIZAÇÃO INDIRETA: Fiscalização caracterizada pelo uso de
indicadores de avaliação de desempenho da prestação dos serviços,
proporcionando uma avaliação direta e contínua da sua eficiência e
eficácia.
INDICADORES DE DESEMPENHO: Medida quantitativa de um aspecto
particular do desempenho da prestação dos serviços, expressando o
nível atingido em relação a determinado objetivo, proporcionando uma
avaliação direta da eficiência ou eficácia da prestação dos serviços
(ALEGRE et al., 2004). Devem ser expressos por razões entre
variáveis, frequentemente com dados/informações produzidas pelo
prestador de serviços (Figura 7).
Figura 7 – Indicador de Desempenho
Fonte: Elaborado pelos autores.
Cada indicador expressa o nível do desempenho efetivamente atingido,
facilitando a comparação entre objetivos de gestão e resultados obtidos. Refere-
se sempre a um tempo e a um espaço bem definidos. O Gráfico 1 mostra um
exemplo hipotético da aplicação do indicador “índice de atendimento urbano de
água” (IN023) do SNIS, do município “exemplo”, onde é possível avaliar o
desempenho do prestador de serviços para esse parâmetro no período de 2010
a 2015. Nesse caso, tem-se o resultado obtido, e o mesmo pode ser comparado
aos objetivos e às metas previstas no contrato de programa ou concessão, ou
no PMSB. Verifica-se que o indicador considerado no exemplo em tela, se refere
a um tempo definido (os indicadores do SNIS são referidos ao período de um
ano) e a um espaço definido (os filtros do SNIS permitem avaliar indicadores de
um município ou de um prestador de serviços, por exemplo, delimitando assim,
o “espaço” ou “objeto” em análise).
22
Gráfico 1 – Índice de atendimento urbano de água no município “exemplo”, no período de 2010 a 2015
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nesse exemplo, é possível observar que o prestador de serviços não atingiu a
meta prevista no PMSB para o período considerado na análise. Portanto, caberá
à Agência tomar as providências adequadas, necessárias ou possíveis.
Ademais, uma visita in loco seria producente com o objetivo de identificar a causa
do não atingimento do índice.
2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO: VANTAGENS E APLICAÇÕES
De forma geral, os indicadores não são simplesmente números, ou seja, são
atribuições de valor a objetivos, acontecimentos ou situações, de acordo com
regras que podem ser aplicados em critérios de avaliação, como, por exemplo,
eficácia, efetividade e eficiência. Dessa forma os indicadores servem para
mensurar os resultados e gerir o desempenho, embasar a análise crítica dos
resultados obtidos e do processo de tomada decisão, contribuir para a melhoria
contínua dos processos organizacionais, facilitar o planejamento e o controle do
desempenho e analisar comparativamente o desempenho da organização com
o de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes
(BRASIL, 2009). A Figura 8 apresenta exemplo hipotético de aplicação de
indicador.
23
Figura 8 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador
Uma determinada Agência Reguladora identificou no ano de 2010 elevados índices de perdas
em três prestadores de serviços de abastecimento de água sob sua regulação (Prestador A, B e
C). No mesmo ano, a Agência decidiu criar um sistema de indicadores para realizar fiscalização
indireta desses serviços. Um dos indicadores propostos foi o IN051, o qual permite avaliar as
perdas por ligação ativa, conforme formulação e valores de referências a seguir:
Formulação do indicador IN051 - Índice de perdas por ligação Fórmula de Cálculo Informações envolvidas Unidade
IN051 = AG006+AG018-AG010-AG024 AG002
AG002: Quantidade de ligações ativas de água; AG006: Volume de água produzido; AG010: Volume de água consumido; AG018: Volume de água tratada importado; AG024: Volume de serviço.
l/dia/lig
Valores de referência, propostos pela Agência
A partir do indicador formulado, a Agência estabeleceu metas para os três prestadores. O
objetivo era enquadrar as perdas no valor de referência excelente (≤ 350 litros/ligação/dia) até
2015. Após cinco anos, apenas o Prestador A não atingiu a meta estabelecida.
No cenário hipotético apresentado, o indicador formulado permitiu mensurar os resultados e gerir
o desempenho dos três prestadores quanto às perdas por ligação ativa. Tais resultados obtidos
podem embasar a análise crítica, auxiliar no processo de tomada decisão e facilitar o
planejamento, tanto do regulador, quanto do prestador de serviços. Além disso, permite a análise
comparativa do desempenho dos três prestadores e o acompanhamento das metas do PMSB,
caso o indicador faça parte das metas do plano.
Fonte: Elaborado pelos autores.
24
Em saneamento, os indicadores de desempenho podem ser utilizados para
verificação de conformidade, avaliação da eficiência (caso das perdas físicas e
não físicas) e da eficácia (caso dos indicadores de atendimento do SNIS) na
prestação de serviços, em diagnósticos (em PMSB, por exemplo), avaliação da
evolução e comparação do desempenho, entre outros. Podem também serem
aplicados no campo da pesquisa, na gestão do prestador de serviços, no
planejamento, no controle governamental, na definição de políticas públicas, na
regulação, nas estratégias de financiamento e investimento e no controle social.
O Guia Técnico da International Water Association (IWA) (ALEGRE et al., 2004)
elenca a utilidade dos indicadores de desempenho para os diversos tipos de
entidades no âmbito da prestação dos serviços de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário. O Quadro 1, construído a partir do referido Guia, sintetiza
as principais vantagens e aplicações para as diversas entidades relacionadas.
25
Quadro 1 – Indicadores de Desempenho: vantagens e aplicações Entidades Vantagens e aplicações Ganho para os interessados
Prestador de Serviços
o Facilita uma melhor e mais oportuna resposta por parte dos prestadores de serviços; o Permite melhor monitoramento dos efeitos das decisões de gestão; o Fornece a informação-chave de suporte a uma atitude proativa da gestão, em alternativa a uma atitude reativa, baseada nas disfunções aparentes dos sistemas; o Permite destacar os pontos fortes e os fracos dos diversos setores do prestador de serviços, e assim apoiar a adoção de medidas corretivas para melhoria da produtividade, dos procedimentos e das rotinas de trabalho; o Facilita a implementação de um sistema de gestão pela qualidade total constituindo um meio de valorização da qualidade global e da eficiência no seio da organização; o Facilita a implementação de rotinas de benchmarking, quer internamente ao prestador de serviços (comparando o desempenho obtido em unidades operacionais ou em subsistemas diferentes), quer externamente (comparando o seu desempenho com o de outros prestadores semelhantes), promovendo melhorias de desempenho; e o Proporciona base técnica de suporte a processos de auditoria da atividade do prestador de serviços e de previsão dos efeitos de recomendações resultantes dessas auditorias.
o Identificar as ineficiências
Administração Pública
o Fornece um quadro de referência comum para comparação do desempenho do prestador de serviços e para identificação de possíveis medidas corretivas; e o Permite apoiar a formulação de políticas para os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, no âmbito da gestão integrada dos recursos hídricos, incluindo a sua simulação e os correspondentes investimentos, e o desenvolvimento de novos instrumentos reguladores.
o Melhor entendimento da realidade, maior clareza nos objetivos.
Reguladores o Proporciona instrumentos chave de monitoramento para apoio da defesa dos interesses dos consumidores, num serviço que é essencialmente de monopólio, e à verificação da conformidade com objetivos previamente estabelecidos.
o Conhecimento dos regulados, decisões fundadas, mensuração dos impactos das decisões regulatórias; e o Redução de custos da regulação.
Entidades Financiadoras
o Permite avaliar as prioridades de investimento e apoiar a seleção de projetos e o respectivo acompanhamento.
o Melhores serviços e reconhecimento pelo serviço pago; e o Maior transparência e simplificação dos conceitos.
Usuários o Proporciona um meio de traduzir processos complexos em informações objetivas e de fácil interpretação, transmitindo nomeadamente uma medida da qualidade do serviço prestado.
Organizações supranacionais
o Proporciona uma linguagem apropriada para identificar as principais assimetrias entre regiões do mundo e as respectivas causas e avaliar a sua evolução, permitindo assim apoiar o estabelecimento das estratégias necessárias.
Fonte: Adaptado do Guia Técnico do IWA (ALEGRE et al., 2004).
26
Para a regulação da prestação dos serviços de saneamento, destacam-se ainda
os seguintes objetivos específicos (SILVA e SOBRINHO, 2008) a ser
considerados no processo de seleção de indicadores:
Avaliar objetivamente e sistematicamente a prestação dos serviços;
Subsidiar estratégias para estimular a expansão e a modernização das infraestruturas, de modo a buscar a sua universalização e melhoria dos padrões de qualidade;
Subsidiar o acompanhamento e a verificação do cumprimento dos contratos de concessão ou contratos de programa, incluindo a assistência do atendimento de metas operacionais e a avaliação do equilíbrio econômico e financeiro da prestação dos serviços,
Aumentar a eficiência e a eficácia da atividade de regulação; e
Diminuir a assimetria de informações e incrementar a transparência do prestador de serviços públicos e da agência reguladora.
Quanto à assimetria de informações, Jouravlev (2003) discorreu sobre a
importância da informação na atividade reguladora, e considerou que a mesma
é requisito indispensável para uma regulação eficaz. Segundo o autor, a
regulação é considerada um jogo de estratégia em que o regulado busca
maximizar seus lucros, enquanto que o regulador procura o induzir a agir de
acordo com a maximização do bem estar geral. Como resultado, este depende
daquele para obter as informações que precisa para executar suas funções.
Nesse ambiente, existe um claro conflito de interesses, pois o regulado, ao
buscar a maximização dos seus benefícios próprios, geralmente tenta lidar com
limitações regulamentares mínimas.
Ainda segundo Jouravlev (2003), devido à existência da assimetria de
informação, o regulador é obrigado a se concentrar, principalmente, em aspectos
do comportamento das empresas reguladas que podem ser observados e
medidos com alguma facilidade. Por exemplo, não é fácil para um regulador
observar diretamente se o prestador de serviços de abastecimento de água
realiza manutenção adequada na rede de distribuição. Porém, é possível
observar, de forma indireta e através de alguns indicadores, frequências de
problemas de baixa pressão, quantidade de rupturas, magnitude das
interrupções de fornecimento aos clientes e o cumprimento das normas de
27
qualidade de água potável. Portanto, os indicadores contribuem para reduzir a
assimetria de informações entre prestadores de serviços e reguladores.
Os indicadores também podem ser úteis para as entidades reguladoras no que
concerne à verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos
prestadores de serviços, função essa atribuída aos entes reguladores no art. 20,
da Lei Federal n° 11.445/2007.
2.5 REQUISITOS E DESAFIOS NA ELABORAÇÃO DE INDICADORES
A elaboração ou seleção de indicadores deve levar em conta requisitos
relacionados a cada indicador individualmente. Além disso, há requisitos que
devem ser considerados quando esses indicadores são analisados em conjunto.
Isso é necessário, pois um indicador de desempenho analisado individualmente
tem pouco interesse prático, podendo até conduzir às conclusões erradas. O
Quadro 2 apresenta os principais requisitos necessários para a elaboração de
cada indicador, bem como aqueles que devem ser verificados para o conjunto
de indicadores.
28
Quadro 2 – Requisitos individuais e coletivos para a elaboração dos indicadores
Requisitos relativos a
cada indicador
Definição rigorosa, com atribuição de significado conciso e interpretação inequívoca;
Ser avaliado a partir de variáveis que possam ser facilmente medidas, de modo confiável e a um custo razoável. Deve haver a possibilidade de cálculo pela globalidade dos prestadores, sem esforço adicional significativo;
Possibilidade de verificação por entidades independentes, o que assume especial importância se destinadas à utilização por entidades reguladoras, que poderão requerer a realização de auditorias externas;
Simplicidade e facilidade de interpretação, inclusive por não especialistas;
Medição quantificada, objetiva e imparcial sob um aspecto específico do desempenho do prestador, de modo a evitar julgamentos subjetivos ou distorcidos;
Estar relacionado com um período de tempo específico, bem definido (geralmente um ano);
Deve se referir a áreas geográficas bem definidas;
Não devem ser usadas como denominador, informações suscetíveis de variação significativa de ano para ano por fatores externos ao prestador de serviços (consumo de água, por exemplo), a não ser que a variação se reflita no numerador na mesma proporção; e
Não usar como indicadores de desempenho eventuais atividades que traduzam opções de gestão, mas que não avaliem diretamente nem eficiência ou eficácia (por exemplo, nível de terceirização).
Requisitos relativos ao conjunto de indicadores
Adequação à representação dos principais aspectos relevantes do desempenho do prestador de serviços, permitindo uma representação global;
Contribuírem efetivamente para a tomada de decisão;
Ausência de sobreposição em significado ou em objetivos entre indicadores (devem ser mutuamente excludentes);
A definição dos indicadores e das variáveis deve ser inequívoca;
Referência ao mesmo período de tempo;
Referência à mesma zona geográfica, que deve estar bem delimitada e coincidir com a área de intervenção do prestador relativa ao serviço em análise;
Devem ser observadas as políticas e as metas de qualidade, os fatores de desempenho e os alvos do processo; e
Devem ser um número tão reduzido quanto possível, porém, sem perda de visão. Nesse sentido, devem ser estabelecidos apenas os indicadores essenciais para a avaliação efetiva do desempenho do prestador.
Fontes: Adaptado do Guia Técnico do IWA (ALEGRE et al., 2004).
29
Os requisitos elencados no Quadro 2 podem ainda ser sintetizados, e melhor
definidos na caracterização de um bom indicador, independentemente de seu
uso individual ou coletivo. Assim, a partir dessa compilação, algumas condições
básicas são capazes de ser enumeradas, a fim de que os indicadores sejam
utilizados de maneira adequada. O Quadro 3 relaciona essas características.
Quadro 3 – Características básicas de um bom indicador
Característica Explicação
Claro, compreensível e de interesse
Evitar incertezas em relação ao que é bom ou ruim, fácil de entender, com unidades que tenham sentido, e sugestivas para possível utilização.
Relevante e representativo
Politicamente relevante para todos os participantes do sistema.
Viável Custo adequado de aquisição e processamento de dados e comunicação.
Suficiente Fornecer a medida certa da informação.
Fidedigno Deve representar os aspectos de maneira fidedigna, a fim de evitar distorções.
Temporal Oportuno temporalmente, integrado com o planejamento.
Apropriado na escala Apropriado aos diferentes usuários potenciais.
Democrático Não devem ser determinados apenas por um pequeno grupo de especialistas e sim por lideranças políticas e por pessoas da comunidade.
Medida física Balancear unidades físicas e monetárias.
Preventivo e proativo Deve conduzir para a mudança, fornecendo informação em tempo para a tomada de decisão.
Não deve ser estanque Deve estar inserido num processo de melhoria contínua, passível de discussão, aprendizado e mudança.
Fonte: Adaptado de Meadows, Malheiros et al. e Molinari (apud VON SPERLING, 2010).
É importante, outrossim, identificar alguns erros mais comuns na escolha de
indicadores. Tais erros devem ser evitados na busca pela correta implementação
e utilização dos mesmos. O Quadro 4 sintetiza os principais erros cometidos na
escolha de indicadores.
30
Quadro 4 – Principais erros na escolha de indicadores
Erros Comentários
Agregação exagerada Se muitos dados forem reunidos, a mensagem final que ele acarreta pode ser indecifrável.
Medir o que é mensurável em detrimento de medir o
que é importante
Exemplo: medir a riqueza da população em valores monetários, em vez de medi-la pela qualidade de vida.
Depender de modelos falsos
Exemplo: pensar que a taxa de natalidade reflete a disponibilidade de programas de planejamento familiar, quando, na verdade, reflete a liberdade da mulher em utilizar tais programas.
Falsificação deliberada Se algum indicador possui resultados negativos, governantes podem mudar o seu foco, termos e definições.
Desviar a atenção da experiência direta
Percepções e experiências devem ser adequadamente inseridas na escolha, análise e comunicação dos indicadores.
Confiar demais nos indicadores
Sempre levar em consideração que os indicadores podem estar incorretos.
Incompletos Como reflexo parcial da realidade, podem deixar de apresentar detalhes relevantes.
Fonte: Adaptado de Meadows (apud VON SPERLING, 2010).
A elaboração e a implementação do sistema de indicadores de desempenho não
é tarefa fácil. Inúmeros são os desafios e alguns deles são elencados a seguir:
Confiabilidade dos dados: os reguladores não produzem informação, mas as recebem dos prestadores de serviço periodicamente (quinzenal, mensal, anual). Essa metodologia de transferência de informações e formato deve estar previamente acordada entre entidades reguladoras e prestadores de serviços. Há que se estabelecer procedimentos de auditoria e certificação das informações coletadas, de forma a gerar a confiabilidade necessária para a aplicação prática;
Uniformidade e consistência: Ao longo do tempo, tanto nas medições como no processamento da informação. A fiabilidade e a exatidão dos dados são a coluna vertebral do sistema de regulação por comparação;
Fatores explicativos ou explanatórios: interferências de condições ambientais e tecnológicas;
Divulgação: produção de informação inteligível aos usuários dos serviços.
31
É importante ressaltar que a fiscalização indireta, através da utilização de
indicadores de desempenho, necessita ser complementada pela fiscalização
direta. Nesse sentido, o uso dos indicadores possibilita aos entes reguladores
focar suas atividades em áreas críticas de um prestador de serviços ou mesmo
de vários deles, no caso das agências estaduais e consorciadas, permitindo o
deslocamento de seus técnicos somente para as áreas onde existam não
conformidades na prestação dos serviços, propiciando economia de recursos
humanos e financeiros, celeridade, e, portanto, maior eficiência na atividade de
fiscalização.
A Figura 9 apresenta exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a
aperfeiçoar a atuação da entidade reguladora na fiscalização direta.
Figura 9 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a otimizar a atuação da entidade reguladora na fiscalização direta
Uma determinada Agência Reguladora fiscaliza a prestação dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário de um conjunto de 5 municípios. Necessita-se verificar a qualidade
da água fornecida aos usuários. A Agência apresenta recursos limitados, com poucos
profissionais e veículos para deslocamento aos municípios. Além disso, não tem à sua disposição
laboratório contratado.
Ao consultar seu sistema de indicadores, a Agência Reguladora analisou o histórico do indicador
“incidência das análises de coliformes totais fora do padrão” no período de 2010 a 2015.
Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão
Considerando as limitações da Agência em realizar a fiscalização direta nos 5 (cinco) municípios
a partir da análise do referido indicador, a Agência decidiu realizar a fiscalização direta somente
nos sistemas de abastecimento de água dos municípios 1 e 4, haja vista que ambos
apresentaram, ao longo da série histórica considerada, índices superiores aos demais
municípios. Assim, tal indicador se mostrou como um bom parâmetro para detectar aqueles
municípios mais críticos quanto à qualidade da água tratada e, portanto, permitiu à Agência agir
com foco, celeridade e economia de recursos humanos e financeiros.
Fonte: Elaborado pelos autores.
32
3 ESTADO DA ARTE DA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Os indicadores são índices que traduzem de modo sintético os aspectos mais
relevantes do desempenho operacional e econômico-financeiro de um prestador
de serviços, simplificando sua análise. Também avaliam ao longo do tempo a
evolução do desempenho do prestador de serviços e possibilitam a comparação
com outras organizações do setor. Além de reduzir a assimetria entre regulador,
usuários e prestadores de serviços, os sistemas de informação e os mecanismos
de participação dos usuários devem assegurar a transparência dos processos e
evitar a captura dos reguladores pelos interesses das empresas (PENA e
ABICALIL, 1999).
Ademais, permite-se avaliar os níveis de eficiência de variadas dimensões da
prestação dos serviços, tais como infraestrutura, qualidade de serviço,
atendimento ao usuário, economia e finanças. O Quadro 5 e o Quadro 6
relacionam algumas importantes entidades de nível internacional e nacional,
respectivamente, que propuseram conjuntos de indicadores com diversos
objetivos para o setor de saneamento básico, notadamente para os serviços de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
33
Quadro 5 – Entidades no âmbito internacional que formularam indicadores relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário
Entidades Dimensões
Recursos Hídricos e Ambientais, Recursos Humanos, Infraestrutura, Operacional, Qualidade do Serviço e Econômico-financeiro.
Interesses dos Usuários, Sustentabilidade da Prestadora de Serviços e Sustentabilidade Ambiental
Acesso aos serviços, Prestação dos Serviços e Proteção do meio ambiente.
Estrutura dos Serviços, Operacionais, Qualidade dos Serviços, econômico-financeiros.
Cobertura do Serviço; Desempenho da Rede; Custos Operacionais e Recursos Humanos; Qualidade do Serviço; Faturamento e Cobrança; Desempenho Financeiro.
Recursos Hídricos, Dados do prestador de serviços, Usuários, Indicadores Ambientais, Indicadores Financeiros e Tarifas.
Desenvolvimento institucional, Relações com os Clientes, Operações Empresariais e Operações.
Distribuição de Água, Esgotamento Sanitário; Serviços ao Consumidor, e Impactos Ambientais.
Six Cities Group Satisfação do Cliente, Qualidade, Fiabilidade, Ambiente, Organização e recursos humanos, Economia.
Fonte: Elaborado pelos autores.
34
Quadro 6 – Entidades no âmbito nacional que formularam indicadores relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário2
Entidades Dimensões
Econômico-financeiros e administrativos, operacionais, contábeis e qualidade.
Econômico-Financeiros, Operacionais e Qualidade.
Prestação dos serviços (acesso e qualidade), Gestão Empresarial (sustentabilidade do sistema e econômico-financeira), Sustentabilidade Ambiental.
Econômico-financeiros, Clientes e Mercado, Sociedade, Pessoas, Processos e Fornecedores.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Discute-se, a seguir, o uso desses sistemas de indicadores em âmbito
internacional e nacional. Ressalte-se que as entidades identificadas utilizam
indicadores para diversos fins e, na abordagem dessa discussão, o enfoque é
dado sobre aqueles relacionados à regulação técnica.
3.1 ÂMBITO INTERNACIONAL
International Water Association - IWA
A International Water Association (IWA) publica manuais de indicadores de
desempenho, para os serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, com ampla colaboração dos agentes do setor em todo o mundo e se
configura como uma das principais referências internacionais para o desenho de
indicadores de desempenho.
O primeiro grupo de trabalho da IWA foi formado em 1997 e, com a participação
de um importante número de operadores e reguladores de vários países,
publicou seu primeiro manual de indicadores para sistemas de abastecimento de
água no ano de 2000. No ano de 2003, a IWA publicou o manual de indicadores
2 Os sistemas existentes ou em implantação das agências beneficiárias, como por exemplo, o SISARIS da ARIS, são abordados em capítulo específico das agências.
35
para sistemas de esgotamento sanitário. A segunda edição ampliada e corrigida
do manual de sistemas de abastecimento de água foi editada no ano de 2006
(MOLINARI, 2006) e sua terceira edição foi lançada em 2016. A Figura 10
apresenta a ordem cronológica das publicações da IWA relacionadas aos
manuais de indicadores de desempenho para os serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário.
37
Alegre et al. (2004), enumera os objetivos do manual da IWA:
Permitir futuras comparações entre prestadores de serviços no âmbito de
iniciativas de metric benchmarking;
Disponibilizar subconjuntos de indicadores para uso de entidades
reguladoras, de acordo com as suas necessidades específicas; e
Fornecer base de trabalho à IWA, tendo em vista o alargamento
progressivo e a consolidação de estatísticas internacionais recolhidas
pelo grupo “Estatística e Economia” da IWA e publicadas com
periodicidade bienal.
O manual de Indicadores de Desempenho para Serviços de Abastecimento de
Água incorpora seis grupos de indicadores: recursos hídricos, recursos
humanos, infraestruturais, operacionais, de qualidade de serviço e econômico-
financeiros. No total são considerados 158 (cento e cinquenta e oito) indicadores
(ALEGRE et al., 2004).
Em 2003, seguindo a mesma linha metodológica, a IWA publicou também o
manual de Indicadores para o Serviços de Águas Residuais (Esgotamento
Sanitário). Abrange igualmente seis grupos de indicadores: ambientais, recursos
humanos, infraestruturais, operacionais, de qualidade de serviço e econômico-
financeiros que perfazem o total de 182 indicadores (MATOS et al., 2004).
A Figura 11 mostra os quantitativos dos indicadores da IWA e como os mesmos
estão dispostos em cada dimensão. Na Figura 12 a Figura 14 são apresentadas
uma seleção de indicadores para a regulação técnica. Observe-se que, para
essa finalidade, identificam-se 93 indicadores para os serviços de abastecimento
de água e 97 indicadores para os serviços de esgotamento sanitário.
38
Figura 11 – Quantitativo de indicadores de desempenho da IWA e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
39
Figura 12 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica – Serviços de Abastecimento de Água
Fonte: Elaborado pelos autores.
40
Figura 13 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica – Serviços de Esgotamento Sanitário Fonte: Elaborado pelos autores.
41
Figura 14 – Indicadores de desempenho IWA/qualidade do SES relacionados à regulação técnica
Fonte: Elaborado pelos autores.
42
A finalidade dos manuais da IWA é oferecer um amplo conjunto de indicadores
com uma definição clara e consensual entre os prestadores de serviços e os
reguladores que intervieram em sua elaboração. Dessa forma, os manuais da
IWA converteram-se numa referência mundial para a definição de indicadores.
No momento de definir novos parâmetros, é recomendável utilizar esses
manuais como referência, com o fim de adotar definições padronizadas e já
utilizadas por grande número de prestadores de serviços em todo o mundo, de
forma a facilitar as posteriores comparações (MOLINARI, 2006). Ressalte-se
que, além da utilização em grande escala pelos prestadores de serviços, tais
manuais de referências têm sido também apropriados por inúmeras agências
reguladoras.
Molinari (2006) ainda destacou que:
A finalidade do trabalho da IWA não foi a de constituir uma base de dados e indicadores de desempenho, senão, unificar critérios e definições, para tornar mais compatíveis e comparáveis os estudos que se realizem em todo o mundo.
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – ERSAR
O primeiro passo para a regulação dos serviços de saneamento em Portugal foi
dado em 1995, com a criação de uma comissão com a finalidade de acompanhar
as concessões existentes na época. Três anos depois, em 1998, foi aprovado o
estatuto do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). A partir do dia 1º
de novembro de 2009, o Instituto passou a ser denominada Entidade Reguladora
dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
Desde 2004, a entidade reguladora portuguesa publica anualmente um relatório
intitulado Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal
(RASARP), que faz uma caracterização geral do setor, aborda os aspectos
econômicos das empresas e avalia a qualidade do serviço prestado aos usuários
e a qualidade da água para consumo humano (VON SPERLING, 2010).
Segundo Vieira e Baptista (2008), uma peça fundamental dessa publicação é o
sistema de avaliação da qualidade do serviço prestado aos usuários,
desenvolvido com o apoio técnico do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia
Civil) e que se fundamenta no uso de indicadores de desempenho. Ainda de
43
acordo com esses autores, o sistema de avaliação tem os seguintes pontos de
destaque:
Constitui poderoso instrumento promotor de maior eficiência e eficácia nas atividades dos prestadores de serviço do setor;
Materializa o direito fundamental dos usuários dos serviços, de ter acesso a informação;
Materializa o conceito, até hoje pouco definido, da “qualidade de serviço”, frequentemente associado apenas à cobertura da população e outros aspectos básicos, quando na verdade deve ter um âmbito mais abrangente e integrado.
Ao final de 2010, a ERSAR, em parceria com a LNEC, lançou o “Guia de
avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos
utilizadores - 2ª geração do sistema de avaliação”. Tal Guia surgiu na sequência
da aplicação de uma 1ª geração do sistema de avaliação, desde 2004 até aquele
ano, restrita aos prestadores de serviços. Efetivamente, entendeu-se que após
sete anos de aplicação, era desejável revisitar o sistema de avaliação da
qualidade de serviço, introduzindo algumas melhorias e corrigindo determinados
aspectos no sentido de lhe conferir maior funcionalidade e rigor técnico, bem
como maior aplicabilidade a todo o universo de prestadores de serviços, sem no
entanto, alterar o seu conteúdo e o seu sentido. Enquanto a primeira geração se
assentava em 20 indicadores para cada um dos serviços de abastecimento de
água, esgotamento sanitário e gestão de resíduos urbanos, a 2ª geração se
balizou em apenas 16 indicadores de qualidade para cada um dos três serviços.
Após dois anos de aplicação desse sistema e se beneficiando da experiência
acumulada de dois ciclos anuais de regulação universal, a ERSAR publicou a 2ª
edição revista e atualizada do Guia, em que se procedeu à revisão de alguns
conceitos e à afinação de alguns indicadores (ALEGRE et al., 2013). Em 2017,
foi publicada a 3ª Geração do sistema de indicadores de qualidade de serviço. A
nova Geração contempla 14 indicadores para cada um dos serviços regulados
pela Entidade (ALEGRE et al., 2017). A Figura 15 apresenta a ordem
cronológica dos lançamentos dos Guias da ERSAR.
45
A Figura 16 ilustra os quantitativos da 3ª geração do sistema de avaliação da
ERSAR e a distribuição dos mesmos nas dimensões do sistema.
Figura 16 – Quantitativo de indicadores de desempenho da ERSAR e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir do sistema de indicadores propostos pela ERSAR, é possível selecionar
um conjunto de indicadores relacionados à regulação técnica. Essa seleção,
conforme se vê na Figura 17, apresenta uma cesta com 21 indicadores, sendo
10 para o serviço de abastecimento de água e 11 para o serviço de esgotamento
sanitário.
46
Figura 17 – Indicadores de desempenho da ERSAR relacionados à regulação técnica
Fonte: Elaborado pelos autores.
47
Segundo Alegre et al. (2017), os instrumentos nucleares desse sistema são os
indicadores de qualidade do serviço, que permitem avaliar de modo quantificado
o cumprimento dos principais objetivos do serviço.
Alegre et al. (2013) e Alegre et al. (2017) destacam:
O sistema de indicadores está organizado de acordo com os princípios das normas ISO 24500, que estabelecem a identificação clara dos objetivos da avaliação, dos critérios a adotar para avaliar o cumprimento de cada objetivo e dos indicadores de desempenho correspondentes a cada critério;
O número de indicadores a ser avaliado em cada setor reduz-se de dezesseis para quatorze, o que corresponde a uma simplificação do sistema;
É dado maior destaque a aspectos específicos considerados relevantes (ex. acessibilidade ao serviço, que passa a contemplar acessibilidade física e acessibilidade econômica);
Introduzem-se ajustes em definições de alguns indicadores e dados e em alguns valores de referência;
Definem-se com maior clareza os critérios de atribuição de níveis de fiabilidade dos dados;
Estabelecem-se critérios mínimos de aceitabilidade dos dados, ou seja, serão considerados como não disponíveis dados com fiabilidade inferior aos mínimos definidos; e
Clarifica-se em todo o sistema e no Guia que o objetivo é avaliar a qualidade do serviço prestado aos utilizadores e não específica exclusivamente o desempenho do prestador de serviço que o presta.
Normas ISO 24500
A International Organization for Standardization, também conhecida como ISO,
publicou em 2005, três normas que estabelecem diretrizes de melhoria contínua
e desenvolvimento da gestão do saneamento, a saber:
ISO 24510 – Diretrizes para a melhoria e para avaliação dos serviços aos
usuários;
ISO 24511 – Diretrizes para a gestão dos serviços de esgotamento
sanitário; e
ISO 24512 – Diretrizes para a gestão dos serviços de abastecimento de
água potável.
48
Segundo Molinari (2006), as normas têm a finalidade de estabelecer critérios
comuns para a boa prestação dos serviços, incluindo a elaboração de
indicadores de desempenho e a sua utilização, tendo em vista a melhoria dos
níveis de serviço. Deve-se atentar que tais normas se diferenciam das demais
normas ISO, pois, em vez de certificáveis, elas passam a ser diretrizes, e ainda,
de aplicação voluntária e não obrigatória.
As três normas possuem em comum as seções que tratam de indicadores de
desempenho, apresentando conceitos semelhantes aos encontrados nos
manuais da IWA. O anexo B da ISO 24510, o anexo E da ISO 24511 e o anexo
E da ISO 24512, apresentam exemplos de indicadores propostos pelas referidas
normas, as quais salientam que não tem por objetivo esgotar o processo de
escolha dos indicadores, mas apenas exemplificar um conjunto de
possibilidades.
Observe-se que a maioria dos indicadores exemplificados pelas normas ISO,
possui como origem os manuais da IWA, apresentando inclusive os mesmos
códigos. O Quadro 7 mostra os indicadores exemplificados pela ISO 24510, com
a seleção apenas daqueles relacionados à regulação técnica.
49
Quadro 7 – Exemplo de indicadores de desempenho da ISO 24510
Dimensão Categoria Indicador de desempenho Unidade Código (IWA)
Acesso aos serviços de água potável
- População por torneira pública ou chafariz Habitantes/torneira pública QS9
Prestação dos serviços
Prazo para o estabelecimento de novos serviços Eficiência na disponibilização de novas ligações
prediais Dias QS23
Reparos Interrupções por ligação predial
Número/1000 ligações prediais/ano
QS14
Tempo médio de interrupção Dias -
Preço dos serviços Acessibilidade econômica da cobrança da ligação
predial % -
Disponibilidade de abastecimento de água potável Tempo de restrição do uso de água na localidade % -
Qualidade da água potável Qualidade da água fornecida % QS18
Aspecto organoléptico da água Reclamações de qualidade da água % QS30
Pressão de abastecimento de água potável Reclamações de pressão % QS28
Continuidade do abastecimento de água potável (intermitência)
Continuidade do abastecimento % QS12
Frequência de fornecimento de água em sistemas sem rede de abastecimento
Número/dia -
Cobertura e disponibilidade do serviço de abastecimento de água potável
Cobertura populacional % QS3
Distância entre os pontos fornecimento de água e os domicílios
m
Cobertura e disponibilidade do serviço de esgoto População que possui ligação ao sistema de esgoto % wQS1
Retorno de esgoto ao imóvel
Imóveis afetados por retorno de esgoto, originado de sistemas combinados de esgoto em período de
chuvas
Número de imóveis/1000 imóveis/ano
wQS13
Interrupção dos serviços de coleta e transporte de esgoto
% wQS15
Proteção do meio ambiente
Uso sustentável dos recursos naturais Consumo de energia reativa % PH6
Tratamento de esgoto Conformidade com as autorizações de destinação
final das ETE % -
Impacto ambiental Existência de um sistema de gestão ambiental Sim/não -
Gestão de segurança e de emergências Existência de um plano de emergência regularmente
testado (incluindo as medidas preventivas) Sim/não -
Fonte: Adaptado de ABNT (2012).
50
Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento das Américas – ADERASA
A Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento das
Américas foi criada em 2001 por reguladores de oito países do continente
americano (Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Nicarágua, Panamá
e Peru), a fim de iniciar o processo de integração e cooperação na regulação do
setor nas Américas. Aos fundadores, somaram-se posteriormente Brasil,
Honduras, Equador, México, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e
Venezuela, completando o atual quadro de membros ativos3.
A finalidade principal da entidade é a integração e a cooperação entre os países
membros para a regulação do setor do saneamento.
O benchmarking é feito com base em indicadores elaborados pela associação,
os quais foram propostos seguindo os manuais elaborados pela IWA. Para tanto,
a ADERASA criou seu sistema de indicadores, baseado nos seguintes princípios
básicos (ADERASA, 2007):
Fortalecer institucionalmente a associação e seus associados através da concentração e ordenamento de um sistema de indicadores, conformando uma base de dados própria, comparável e de fácil acesso;
Procurar a compatibilidade internacional do sistema de indicadores, promovendo a sua aplicação no setor de regulação; e
Alimentar a consistência regulatória nos países das Américas mediante o intercâmbio periódico da informação, permitindo o acesso às boas práticas dos serviços do setor do saneamento.
O Manual de Indicadores de Gestão para Água Potável e Esgotamento Sanitário
da ADERASA (2007) apresenta 58 indicadores divididos em quatro dimensões,
quais sejam: estrutura dos serviços, operacionais, qualidade do serviço e
indicadores econômico-financeiros. A Figura 18 ilustra os quantitativos do
sistema de indicadores da ADERASA e sua distribuição nas respectivas
dimensões.
3 Adaptado da página institucional da ADERASA, disponível em http://www.aderasa.org/v1/institucional/historia/, acesso em 11 de novembro de 2016.
51
Figura 18 – Quantitativos de indicadores de desempenho da ADERASA e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
Desse sistema, é possível selecionar um conjunto de 36 indicadores que
apresentam viabilidade para utilização na regulação técnica. A Figura 19 mostra
essa seleção.
52
Figura 19 – Indicadores de desempenho da ADERASA relacionados à regulação técnica
Fonte: Elaborado pelos autores.
53
Através da ABAR, o Brasil é membro da ADERASA desde 2003 e envia dados
para publicação desde 2005. As agências reguladoras brasileiras municipais e
estaduais, filiadas a ABAR, têm seus dados apresentados e comparados
anualmente, através do Exercício Anual de Avaliação Comparativa de
Desempenho com as demais prestadoras de serviço participantes da ADERASA
(VON SPERLING, 2010).
O Informe Anual mais recente disponibilizado pela ADERASA é o de 2014, com
dados referentes a 2013 (ADERASA, 2014). O referido documento apresenta o
exercício de benchmarking realizado pela ADERASA, com base em seu sistema
de indicadores de gestão. Nessa última edição, foram considerados 18
indicadores de desempenho, dos quais 12 são remanescentes do informe anual
de 2013. Ademais, complementaram-se em 2014, 6 (seis) novos indicadores
com o objetivo de complementar a análise do benchmarking. Os indicadores
considerados no Informe Anual de 2014 (dados de 2013), relacionados à
regulação técnica, são mostrados na Figura 20.
É importante observar o número reduzido de indicadores considerados no processo anual de “benchmarking” da ADERASA. A entidade dispõe de um sistema com mais de 50 indicadores, no entanto, nos últimos dois anos de avaliação (2012 e 2013), adotaram-se apenas 12 e 18 indicadores, respectivamente.
Esse procedimento ratifica a necessidade do conjunto de indicadores apresentar um número tão reduzido quanto possível, porém sem perda de visão sistêmica, devendo ser estabelecidos apenas os indicadores essenciais para a avaliação efetiva do desempenho dos prestadores.
54
Figura 20 – Indicadores utilizados no processo de benchmarking da ADERASA em 2014, relacionados à regulação técnica
Fonte: Elaborado pelos autores.
55
International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities – IBNET
A The International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities é
uma iniciativa de cooperação internacional promovida pelo Banco Mundial.
O objetivo da IBNET é apoiar o acesso a informações comparativas que ajudarão
a promover as melhores práticas entre prestadores de serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário em todo o mundo e,
consequentemente, fornecer aos consumidores a obtenção desses serviços de
alta qualidade e de modo acessível. A IBNET busca incentivar os prestadores de
serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento a compilar e
compartilhar um conjunto de indicadores de custo e desempenho, atendendo
assim às necessidades dos diversos atores. Estabelece um conjunto comum de
definições de dados, além de um conjunto mínimo de indicadores fundamentais.
Inclusive, fornece um software para facilitar a coleta de dados e o cálculo dos
indicadores, ao mesmo tempo em que municia recursos para analisar dados e
apresentar resultados. O compartilhamento de resultados é fundamental para
comparações de desempenho (benchmarking) bem sucedido4.
Water Service Association of Australia – WSAA
A Water Service Association of Australia é a associação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário da Austrália. A WSAA foi
formada em 1995 como uma organização sem fins lucrativos para promover o
intercâmbio de informações entre as empresas, o governo e a comunidade, e
promover a gestão sustentável dos recursos hídricos. O WSAA demonstra
sucesso na padronização do monitoramento e no benchmarking do desempenho
das empresas, bem como em muitos resultados de pesquisa de relevância
nacional5.
4 Adaptado da página institucional da IBNET, disponível em https://www.ib-net.org/, acesso em 1 de dezembro de 2016. 5 Adaptado da página institucional da WSAA, disponível em https://www.wsaa.asn.au/about-us, acesso em 1 de dezembro de 2016.
56
A associação promove benchmarking anualmente entre os seus membros
utilizando indicadores de desempenho divididos em cinco dimensões:
indicadores de recursos hídricos, dados da empresa, usuários, indicadores
ambientais, indicadores financeiros e tarifas (VON SPERLING, 2010).
American Water Works Association – AWWA
A American Water Works Association, fundada em 1881, é uma associação sem
fins lucrativos, científica e educacional dedicada à gestão e tratamento da água6.
A AWWA conduz um programa voluntário de benchmarking entre os prestadores
de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos EUA.
Segundo Vieira et al. (apud VON SPERLING, 2010), as informações são
enviadas voluntariamente pelos prestadores e os resultados são publicados de
forma anônima em relatório divulgado apenas entre os participantes. O sistema
é composto por 22 indicadores de desempenho organizados em seis dimensões,
a saber: recursos hídricos, dados do prestador de serviços, usuários, indicadores
ambientais, indicadores financeiros e tarifas.
Office of Water Services – OFWAT
O Office of Water Services é o órgão regulador econômico dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário da Inglaterra e do País de
Gales. O OFWAT foi criado em 1989 durante o processo de privatização desses
serviços7.
Desde 1991, os prestadores de serviços da Inglaterra e do País de Gales
reportam, obrigatoriamente, à OFWAT o seu desempenho na prestação dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, submetendo a
informação na forma de indicadores de desempenho relativos a quatro
dimensões: distribuição de água, esgotamento sanitário, serviço ao consumidor
e impactos ambientais. No processo de avaliação anual dos prestadores de
serviços, a OFWAT calcula uma pontuação global para cada prestador. Cada
6 Adaptado da página institucional da AWWA, disponível em http://www.awwa.org/, acesso em 1 de dezembro de 2016. 7 Adaptado da página institucional da OFWAT, disponível em http://www.ofwat.gov.uk/, acesso em 1 de dezembro de 2016.
57
indicador possui um peso para calcular a pontuação final (VON SPERLING,
2010).
Six-Cities Group
O Six-Cities Group ou Grupo das Seis Cidades é formado pelas cidades de
Copenhague (Dinamarca), Helsinki (Finlândia), Oslo (Noruega), Estocolmo,
Gotemburgo e Malmo (Suécia) e consiste em uma cooperação entre os seis
prestadores públicos de serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário dos quatro países escandinavos. Em 1995, iniciou-se a rotina de
benchmarking entre o Grupo das Seis Cidades com a intenção de comparar os
sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos prestadores
participantes do grupo. Foi criado um sistema de indicadores dividido em seis
dimensões: satisfação do cliente, qualidade, fiabilidade, ambiente, organização
e recursos humanos e economia (VON SPERLING, 2010).
Molinari (2006) destacou que a decisão de iniciar o projeto de benchmarking
partiu das diretorias dos prestadores de serviços, as quais tiveram a iniciativa de
melhorar a eficiência dos sistemas. As diferenças de idioma, localidade e
dimensão não foram obstáculos à implementação do projeto, que se iniciou com
um grupo de indicadores comum e demorou dois anos para ajustar as definições,
dados e formas. Em seguida, a quantidade de indicadores foi reduzida a um
mínimo indispensável e, finalmente, com o acordo entre os indicadores a serem
utilizados, começaram as primeiras comparações consistentes.
3.2 ÂMBITO NACIONAL
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS
Em 1996, o Governo Federal criou o Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), cuja administração está sob responsabilidade da Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades
(MCidades).
Esse é o maior e mais importante sistema de informações do setor de
saneamento brasileiro. Inicialmente, foram coletados dados referentes apenas
aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de esgotamento
58
sanitário e, a partir de 2002, o sistema incorporou o componente resíduos
sólidos.
O SNIS publica anualmente (desde 1996 para Água e Esgotos e desde 2002
para Resíduos Sólidos Urbanos) os Diagnósticos da situação da prestação de
serviços de saneamento básico, divididos em Diagnóstico dos Serviços de Água
e Esgotos e Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos. Está previsto
para o segundo semestre de 20178, a publicação do diagnóstico de Drenagem e
Manejo das Águas Pluviais Urbanas, com dados da primeira coleta de 2015 (ano
de referência)9. A Figura 21 apresenta a ordem cronológica das publicações do
SNIS relacionadas aos diagnósticos da situação da prestação de serviços de
saneamento básico.
Figura 21 – Linha do Tempo das publicações do SNIS
Fonte: Elaborado pelos autores.
Para auxiliar a compreensão dos termos, definições e equações adotadas pelo
SNIS, são disponibilizados os Glossários de Informações e de Indicadores.
Finalmente, para facilitar a consulta aos dados do SNIS, existe o aplicativo SNIS
(Série Histórica), com o qual é possível visualizar os dados a partir de consultas
personalizadas a critério do usuário10.
8 Até a data da presente publicação, o referido Diagnóstico ainda não havia sido publicado. 9 Adaptado da página institucional do SNIS, disponível em http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual-aguas-pluviais/148-diagnostico-do-servico-de-aguas-pluviais-2015, acesso em 19 de agosto de 2017.
10 Adaptado da página institucional do SNIS, disponível em http://www.snis.gov.br/institucional-snis, acesso em 19 de outubro de 2016.
59
É importante ressaltar que todas as informações do SNIS são fornecidas pelos
próprios prestadores de serviços e não há, ainda, uma validação dessas
informações por outras entidades, por exemplo, pelas agências reguladoras11.
Os indicadores do SNIS relacionados à prestação de serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário estão organizados em quatro dimensões, a
saber: econômico-financeiras e administrativas, operacionais, contábeis e
qualidade.
Quanto aos objetivos, o Sistema constitui-se em uma ferramenta para auxiliar no
planejamento e na execução de políticas públicas, na orientação da aplicação
de recursos, no conhecimento e avaliação do setor de saneamento, na avaliação
de desempenho dos prestadores de serviços, no aperfeiçoamento da gestão, na
orientação de atividades regulatórias e de fiscalização e, por fim, no exercício do
controle social.
O processo de construção e implementação do SNIS leva em consideração
alguns aspectos importantes, destacados por Espírito Santo (2015):
Ampliação gradual do sistema;
Compromisso de atingir, a cada ano, um avanço em comparação ao ano anterior, implantando sempre alguma novidade, desde a ampliação da amostra ou revisão no glossário, até um sistema informatizado de coleta de informações;
Participação crescente dos prestadores de serviços responsáveis pelo fornecimento das informações;
Análises de consistência, tanto por meio do aplicativo de coleta como por meio de analistas do SNIS; e
Coleta apenas informações primárias junto aos prestadores de serviços.
Atualmente, o SNIS-AE (Água e Esgoto) trabalha com 84 indicadores, dos quais
35 são utilizados estritamente para os serviços abastecimento de água, 12
estritamente para serviços de esgotamento sanitário e 37 para ambos os
11 Em Julho de 2016, o Ministério das Cidades, em parceria com Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR, iniciou o Projeto ACERTAR, para desenvolvimento de metodologias de Auditoria e Certificação de informações do SNIS. O projeto, executado no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água – INTERÁGUAS, tem o propósito de aprimorar os processos de gestão das informações dos prestadores de serviços de saneamento.
60
serviços. As dimensões econômico-financeiras e administrativas e operacionais
são as que apresentam a maior quantidade de indicadores formulados, com 32
e 30, respectivamente. A Figura 22 ilustra os quantitativos de indicadores do
SNIS-AE e a forma como estão distribuídos nas respectivas dimensões.
61
Figura 22 – Quantitativos de indicadores SNIS-AE (Água e Esgoto) e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
Desse conjunto de indicadores, é possível fazer uma triagem e relacionar
somente aqueles que possuem relação com a regulação técnica, foco da
presente publicação. A Figura 23 apresenta essa seleção, na qual se observa
que os indicadores operacionais e de qualidade têm utilidade na regulação
técnica da prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário, totalizando 43 indicadores potenciais para esse fim.
62
Figura 23 – Indicadores do SNIS-AE relacionados à regulação técnica
Fonte: Elaborado pelos autores.
63
Espírito Santo (2015) ainda analisou detalhadamente a estrutura do SNIS, suas
principais variáveis, a qualidade dos dados e observou limitações de conteúdo e
deficiências de qualidade das informações levantadas e de indicadores
calculados. Tal análise foi efetuada especialmente sobre o componente
abastecimento de água, tomando-se como base as informações e indicadores
operacionais, gerais e de qualidade que envolvem a prestação de serviços do
referido componente. O Quadro 8 sintetiza as principais conclusões obtidas
nessa análise.
64
Quadro 8 – Análise das informações e indicadores do componente abastecimento de água do SNIS e recomendações Dimensão avaliada
Análises e Recomendações
Informações e Indicadores de
Qualidade
Eliminação do formulário de qualidade do SNIS e a substituição do mesmo pelo Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – SISAGUA, operado e mantido pelo Ministério da Saúde. Recomenda-se a reestruturação do referido sistema, incluindo informações referentes a qualidade da prestação de serviços, conforme existe no SNIS.
Revisão dos conceitos das informações que abordam as deficiências na oferta de água (paralisações e interrupções), deixando melhor definidas as diferenças desses conceitos.
As informações relacionadas a reclamações ou solicitações de serviços devem ser aproveitadas, mas se faz necessária a qualificação dos prestadores de serviços para levantamento dessas informações. Quando se avalia, por exemplo, o indicador IN083 – duração média dos serviços executados (QD025/QD024), verifica-se em algumas situações valores muito reduzidos e, em outras, valores extremamente elevados, certamente não refletindo a realidade dos prestadores de serviços.
Necessidade de separação das reclamações ou solicitações por tipo de serviços, pois as mesmas são apresentadas para o prestador de serviços como um todo, incluindo as relacionadas ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário.
As informações de qualidade de água devem ser apresentadas por sistema de abastecimento de água e não agregada por prestador de serviços.
Informações Gerais
As informações G06A (População urbana residente dos municípios com abastecimento de água) e G12A (População total residente dos municípios com abastecimento de água, segundo o IBGE) são obtidas junto ao IBGE em anos de contagem populacional e de realização de censos demográficos. Para anos em que o IBGE não efetua levantamento populacional, G06A é obtido considerando a população residente no município estimada pelo IBGE para o referido ano e o último índice de urbanização disponibilizado pelo IBGE por meio do censo ou da contagem populacional. Essa situação pode proporcionar distorções na população residente, podendo ir se acentuando com o passar dos anos.
No tocante aos campos relacionados a observações, os mesmos deveriam ser preenchidos pelo prestador para justificar alguma situação atípica. Entretanto, normalmente, os prestadores não apresentam essas justificativas.
Criar mecanismos que garantam as respostas adequadas a esses campos é fundamental para que se obtenha respostas cada vez mais qualificadas. E essa consideração vale para todos os formulários existentes no SNIS.
Informações e Indicadores de
Água
Infere-se que, para diversos municípios, a população atendida com abastecimento de água, urbana AG026 e total AG001, apresentam distorções, pois na sua obtenção são levadas em considerações as economias residenciais ativas (AG013), sem o devido abatimento das economias que não contam com moradores residentes, como, por exemplo, residências de veraneio, finais de semana, imóveis desocupados, entre outros.
As informações relacionadas às ligações e economias totais e ativas apresentam bastante precisão para os prestadores de serviços de médio e grande porte. Entretanto, os de pequeno porte não conseguem a mesma qualidade.
Com relação à extensão de rede de água, prestadores de serviços de pequeno e médio porte, geralmente não dispõem de cadastro técnico atualizado das redes existentes, o que leva à estimativas desses valores.
Os volumes operacionais de água apresentam resultados confiáveis sempre que o prestador de serviços tem um controle operacional adequado e macromedição. Essas informações apresentam distorções significativas em alguns pequenos e médios prestadores de serviços.
Fonte: Adaptado de Espírito Santo (2015).
65
É possível identificar no Quadro 8 algumas lições que podem ser extraídas da
análise e recomendações efetuadas por Espírito Santo (2015) para o processo
de elaboração dos sistemas de indicadores das agências reguladoras
beneficiárias12. Cita-se, por exemplo, a necessidade de revisão de conceitos de
alguns indicadores e informações e do nível de agregação (unidade de
planejamento), como na apresentação das informações de qualidade de água
por sistema de abastecimento de água e não por prestador de serviços, entre
outros. A Figura 24 ilustra exemplo de aplicação do nível de agregação para as
informações de qualidade de água.
12 AGEPAN, AGERSA e ARIS: Entidades Reguladoras beneficiárias da Ação VI, Regulação e Fiscalização da Qualidade, objeto dessa publicação.
66
Figura 24 – Exemplo de aplicação do nível de agregação de informações
O Município exemplo apresenta dois sistemas de
abastecimento de água independentes, conforme ilustrado.
A Portaria n. 2.914 do MS estabelece a quantidade mínima
de amostras mensais para o controle da qualidade da água
de sistema de abastecimento, para fins de análises
microbiológicas. Essa quantidade é função do número de
habitantes abastecidos por cada sistema.
No SAA Sede, o prestador realiza o dobro da quantidade
mínima exigida pela referida Portaria, enquanto que na
Localidade, o prestador não atinge o mínimo exigido.
No entanto, a soma das amostras realizadas no município é
igual à soma da quantidade mínima exigida em cada
sistema. Logo, se a análise for considerada para o município,
se chegará à falsa conclusão de que a quantidade exigida
pela Portaria é atendida.
Portanto, a apresentação das informações deve ser por
sistemas e não por município ou prestador de serviços.
Nº mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água, para fins de análises microbiológicas, exigido pela Portaria n. 2.914 do MS. (sistema de distribuição – reservatórios e redes) <5.000 habitantes: 110 amostras; 5.000 hab. a 20.000 hab.: 1 amostra a cada 500 hab.
Nº de amostras mensais realizadas para análises
microbiológicas.
Fonte: Elaborado pelos autores.
67
No âmbito do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB foram
preparados cadernos temáticos sobre o panorama do saneamento básico no
Brasil. No caderno temático nº 7, Campos et al. (2011) avaliaram as deficiências
e oportunidades de melhoria do SNIS e apontaram a necessidade de aperfeiçoar
a qualidade das informações. Isso, de acordo com esses autores, exige atuar
vigorosamente em diversas frentes com vistas a:
Melhorar o processo de análise e verificação de consistência das informações enviadas ao SNIS;
Auditar, com base em critérios estatísticos, a qualidade das informações enviadas ao SNIS;
Desenvolver mecanismos de incentivo e de penalização dos responsáveis pelo fornecimento das informações: municípios, prestadores de serviço e entidades reguladoras e fiscalizadoras;
Individualizar e capacitar continuamente os responsáveis pelo processamento e envio de informações ao SNIS;
Aperfeiçoar e tornar cada vez mais amigáveis os instrumentos de coleta de informações;
Incentivar e apoiar a montagem dos Sistemas Municipais e Estaduais de Informações sobre Saneamento Básico, em articulação com o processo de geração de informações para o SNIS;
Divulgar amplamente o SNIS e estimular a utilização e análise das suas informações por terceiros, especialmente a academia;
Construir glossários de informações e indicadores incluindo ficha de qualificação do indicador.
Ressalta-se que todas as frentes de melhorias recomendadas ao SNIS, no que
tange à qualidade das informações, podem ser extrapoladas para o processo de
elaboração ou aperfeiçoamento de um sistema de indicadores. Outras sugestões
são levantadas por Campos et al. (2011), sendo relacionadas a seguir, apenas
as de interesse à regulação técnica.
68
Avaliar a existência de informações e indicadores redundantes ou dispensáveis;
Avaliar a necessidade de informações e indicadores adicionais relevantes, tomando como referência os similares internacionais, a exemplo da International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities – IBNET;
Avaliar a conveniência de ampliar a coleta de informações referentes a unidades operacionais específicas (captação, estação de tratamento, entre outras).
Também no âmbito do PLANSAB, o Relatório de Avaliação Anual, ano base
2014 (BRASIL, 2015) destacou que o SNIS, mesmo após cerca de 20 anos de
existência, ainda não consegue coletar as informações de todos os municípios
brasileiros, uma vez que o fornecimento dessas informações não é obrigatório,
nos termos da Lei. A experiência registra que, nessa situação, é muito difícil
alcançar a quantidade e qualidade necessárias de dados, sendo comum que
alguns deixem de enviar suas informações.
Nesse cenário, cita-se a avaliação de algumas metas do PLANSAB, constantes
no referido Relatório de Avaliação Anual, cujas análises consideram os dados do
SNIS. Na avaliação da Meta A5 (intermitência no abastecimento de água), a
análise da incidência de intermitência considerou os dados do SNIS referentes
à quantidade de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções
sistemáticas no ano. A Tabela 1 mostra os resultados e metas para a Meta A5
do PLANSAB.
Tabela 1 – Meta A5 - intermitência no abastecimento de água
% de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções
sistemáticas no abastecimento de água
ANO FONTE BRASIL N NE SE S CO
2010 SNIS 31 100 85 23 9 8
2013 SNIS 36,9 100 74,9 34,9 18,4 19,5
2018 29 86 73 20 8 8
2023 27 77 65 18 8 7
2033 25 60 50 14 7 6
Nota: situação em 2010, resultado em 2013 e metas para os demais anos.
Fonte: BRASIL (2014a).
A situação apontada em 2010 e os resultados de 2013 se referem a indicações
aproximadas da existência de intermitência, uma vez que os dados do SNIS não
permitem determinar com segurança se as paralisações e interrupções
informadas implicaram de fato, em prejuízos ao funcionamento da rede e ao
69
abastecimento dos domicílios. Portanto, os dados do SNIS apresentam
inconsistências que dificultam o cálculo do indicador com bom nível de precisão.
Assim, os avaliadores do PLANSAB adotaram alguns critérios para revisão dos
dados, a fim de possibilitar o cálculo do indicador proposto no PLANSAB e
chegar aos resultados mostrados na Tabela 1. Entretanto, os avaliadores
ressaltaram que, para esse indicador, em função da elevada variação de
municípios participantes do SNIS, entre os anos de 2010 e 2013, não seria
recomendável fazer a análise de evolução da meta prevista no PLANSAB, com
isso, indicou que tal análise evolutiva para as próximas avaliações seja realizada
a partir de uma base de dados mais consistente.
Quanto ao arranjo de fornecimento de informações pelos prestadores de
serviços de forma espontânea e sem auditoria, cita-se por exemplo, para ilustrar
a baixa qualidade de algumas informações, o índice de perdas no faturamento
dos municípios do Rio de Janeiro, Sapucaia, Sumidouro e Teresópolis no
período de 2012 a 2014 (SNIS), operados pela Companhia Estadual de Águas e
Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). O Gráfico 2 mostra a evolução desse
indicador, onde é possível constatar que o prestador praticamente repetiu a
mesma informação ao longo do tempo.
Gráfico 2 – Índice de perdas no faturamento, em municípios operados pela CEDAE, no período de 2012 a 2014 (SNIS)
Nota: Dados extraídos do SNIS, série histórica 2012 a 2014.
Fonte: Elaborado pelos autores.
70
Algumas observações de Campos et al. (2011) e do Relatório Anual do
PLANSAB (BRASIL, 2015) foram ratificadas por Espírito Santo (2015). Este
destacou que durante os anos de publicações do SNIS, foram constatados pela
equipe que o administra, alguns aspectos importantes, a saber:
Apesar de a construção ser coletiva, tem-se necessidade de uma liderança e coordenação, com estrutura própria;
A construção de um sistema de informações nacional é de longo prazo;
Mesmo com o fornecimento voluntário das informações funcionando relativamente bem, incentivos e obrigações para melhorar a responsabilidade e a precisão dos dados são importantes;
O sistema tem se tornado, de fato, o guia natural de medição do desempenho do setor no Brasil;
Uma vez que o sistema esteja estabelecido, ele torna-se autossustentável (resistências momentâneas tornam-se contraproducentes); e
É fundamental que as informações sejam de domínio público para quaisquer usos e análises, como de fato ocorre com o SNIS.
O SNIS deverá ser substituído pelo SINISA, previsto no art. 53 da Lei Federal n°
11.445/2007, sob a coordenação do Ministério das Cidades. O SINISA tem a
missão de propiciar a melhor avaliação do PLANSAB com as informações e
indicadores necessários, articulando-se com os demais sistemas de informações
das áreas de meio ambiente, saúde e recursos hídricos, entre outros e,
principalmente, interagindo com os sistemas do IBGE. Assim, é recomendável
que o funcionamento do SINISA ocorra em um ambiente de governança que
inclua a atuação e respectivas responsabilidades dos Ministérios e órgãos do
Governo Federal com interface na área de saneamento básico, além de
representantes dos Governos Estaduais e Municipais e dos agentes públicos e
privados com responsabilidades sobre o saneamento básico no Brasil (BRASIL,
2015).
Espírito Santo (2015) também discorreu sobre a proposta de estruturação do
SINISA, ratificando que a mesma é bastante audaciosa e apresenta objetivo de
integração de vários atores, além de diversos sistemas existentes. Desta forma,
quaisquer ações no intuito de estruturar um sistema de informações no setor de
saneamento básico devem considerar as premissas contidas na referida
71
proposta e nas experiências conquistadas (positivas e negativas) ao longo da
existência do SNIS.
Ainda segundo Espírito Santo (2015), apesar da proposta de estruturação do
SINISA ser ampla e complexa, algumas questões não foram observadas em sua
concepção e precisam ser melhores avaliadas. Dentre as recomendações
citadas pelo autor, destacam-se:
A concepção do SINISA não propõe formas de levantamento de informações das soluções adotadas pelas populações não atendidas pelos sistemas existentes;
As propostas avaliadas não contemplam sistemas de informações que permitam obter resultados em separado para populações urbanas, rurais e indígenas;
A obrigatoriedade pelo fornecimento das informações é fundamental para garantir a qualidade, bem como o desenvolvimento de mecanismos de incentivo e de penalização;
Disponibilizar no sistema de informações os resultados dos PMSB, de modo a qualificar e ampliar as informações no setor de saneamento;
Envolver todos os atores relevantes, com o objetivo de levantar informações e construir indicadores que sejam úteis e utilizáveis;
Separar as informações de abastecimento de água das relacionadas ao esgotamento sanitário, para que seja possível melhor qualificar os indicadores;
A auditoria, por amostragem, das informações é relevante, sendo importante a definição de critérios e mecanismos para a realização dessa auditagem;
A qualificação continuada dos responsáveis pelo fornecimento das informações, bem como da equipe que comporá a estrutura de manutenção do Sistema, é necessária para garantir qualidade das informações;
A padronização de conceitos (envolvendo todos os atores do setor) deve ser refletida nos glossários de informações e de indicadores;
A ampliação do conteúdo e a popularização do Aplicativo Série Histórica do SNIS, é fundamental, entretanto, tem-se necessidade de se preparar um manual de utilização.
72
Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR
A Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR, fundada em 1999,
é uma entidade de direito privado, criada sob a forma de associação civil, sem
fins lucrativos e de natureza não partidária. Agrega 51 agências associadas (07
Federais, 27 Estaduais e 17 Municipais) dos setores de energia elétrica, petróleo
e gás, saneamento básico, recursos hídricos, transporte e logística e seu objetivo
é promover a mútua colaboração entre as associadas e os poderes públicos, na
busca do aprimoramento da regulação e da capacidade técnica, contribuindo
para o avanço e a consolidação da atividade regulatória em todo Brasil13.
A ABAR, em parceria com o Programa de Modernização do Setor de
Saneamento (PMSS), realizou em março de 2006 uma oficina internacional de
indicadores para regulação dos serviços de água e esgoto. Estiveram presentes
14 agências estaduais e municipais, além de representantes do ente regulador
de água (ETOSS) de Buenos Aires, do Sistema de Informação em Água e
Saneamento (SIAS) da Bolívia e da Associação de Entes Reguladores de Água
Potável e Saneamento das Américas (ADERASA) (XIMENES, 2006).
Como resultado da oficina, foi proposto um conjunto de indicadores para a
regulação do saneamento, a ser utilizado por todas as agências reguladoras. No
médio e longo prazo, esse conjunto permitiria a comparação de desempenho e
o desenvolvimento de benchmarking para o setor. Ademais, esses indicadores
poderiam alimentar a base de dados da ADERASA, propiciando comparações
com o desempenho no plano internacional (XIMENES, 2006).
O conjunto de indicadores para regulação do saneamento proposto na referida
oficina contemplava 23 indicadores, dos quais 10 eram exclusivos para os
serviços abastecimento de água, 6 (seis) para serviços de esgotamento sanitário
e 7 (sete) para ambos os serviços. Três dimensões foram consideradas, a saber:
econômico-financeiras, operacionais e qualidade. A Figura 25 ilustra os
quantitativos dos indicadores propostos pela ABAR e como os mesmos estariam
distribuídos nas respectivas dimensões.
13 Adaptado da página institucional da ABAR, disponível em http://abar.org.br/quem-somos/, acesso em 19 de agosto de 2017.
73
Figura 25 – Quantitativo de indicadores ABAR para regulação do saneamento e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
Desses indicadores propostos, é possível selecionar uma cesta de 15
indicadores que possuem relação direta com a regulação técnica operacional. A
Figura 26 apresenta essa seleção. Ressalta-se que alguns deles são os
mesmos usados pelo SNIS (seis indicadores) e outros possuem como referência
os indicadores da ADERASA (cinco indicadores). Alguns (quatro indicadores)
não possuem referências de outros sistemas. As referências SNIS e ADERASA
podem contribuir para a comparação de desempenho e o desenvolvimento de
benchmarking nos planos nacional e internacional, conforme observado por
Ximenes (2006).
75
A expectativa da ABAR era que a utilização do conjunto de indicadores pelas
agências ocorresse no horizonte de cinco anos após a realização da oficina.
Tratava-se de uma recomendação, haja vista que cada agência tinha autonomia
para determinar seus próprios indicadores e metodologias. Porém, apesar dos
esforços da entidade, tal iniciativa não prosperou. Entretanto, ficou registrada
como o primeiro grande esforço das agências reguladoras de saneamento
básico e de sua entidade nacional na busca da construção de um sistema de
indicadores, fato esse anterior à edição da Lei Federal n° 11.445/2007.
Ainda, segundo Ximenes (2006), foram propostas as seguintes recomendações
para a efetivação dos indicadores sugeridos:
Formalizar recomendações da ABAR às agências reguladoras para o uso dos indicadores sugeridos;
Realizar negociação entre agências e prestadores de serviços;
Compatibilizar definições e denominações com as do SNIS;
Sugerir ao SNIS revisões nas redações das definições dos indicadores; e
Necessidade de padronização da linguagem e dos conceitos, e de maior importância à definição dos indicadores.
Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento – PNQS
Instituído em 1997 pela ABES, o Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento,
desde então realiza premiações anuais visando estimular as melhores práticas
do setor. Para tal, instituiu prêmios às empresas que participem voluntariamente
do Programa segundo critérios de avaliação de desempenho baseados em
indicadores. Estes são utilizados como ferramenta de pontuação dos
prestadores participantes para os serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos urbanos e manejo das
águas pluviais.
O PNQS é uma iniciativa instituída para (PNQS, 2017):
Estimular a busca e a aplicação de boas práticas de gestão pelas
organizações envolvidas com o setor de saneamento ambiental no país;
76
Reconhecer aquelas organizações que se destaquem pela utilização
dessas práticas e que apresentem resultados competitivos de
desempenho;
Captar e divulgar as práticas das organizações reconhecidas, em
seminários e publicações de relatórios de gestão e Cases finalistas e
vencedores; e
Promover eventos de capacitação gerencial para essas organizações.
Existem três categorias de premiação no PNQS: “As Melhores em Gestão no
Saneamento Ambiental” (AMEGSA); “Inovação da Gestão em Saneamento”
(IGS); e “Eficiência Operacional em Saneamento” (PEOS). Na categoria
AMEGSA, todo o sistema de gestão de uma organização candidata é avaliado.
Na segunda categoria (IGS), avalia-se uma prática de gestão específica que
tenha sido introduzida ao longo dos últimos cinco anos no calendário pela
organização candidata, na forma de um Case, e por fim, na terceira categoria
(PEOS), um Programa implantado para aumento da eficiência operacional é
avaliado na forma de um Case de oito tópicos (PNQS, 2017).
As dimensões avaliadas pelos indicadores são econômico-financeiros (17),
sociais e ambientais (11), clientes e mercado (14), pessoas (13), processos (40),
totalizando 95 indicadores. Ressalta-se que a maioria dos indicadores possuem
como referência os indicadores do SNIS. Observa-se, outrossim, referências
extraídas da IWA, da ERSAR e da IBNET, além de alguns indicadores criados
pelo próprio PNQS.
O Sistema de Avaliação de Performance da ARCE
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará
(ARCE) é uma autarquia especial criada em 1997, dotada de autonomia
orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Exerce as atividades de
regulação, incluindo a fiscalização (Lei n.º 14.394/09), sobre a qualidade e os
serviços de água e esgoto prestados pela CAGECE – Companhia de Água e
Esgoto do Ceará, podendo intermediar, dirimir conflitos derivados da prestação
do serviço, editar resoluções e normatizações e ainda realizar estudos
econômicos e análises tarifárias (ARCE, 2011).
77
Ciente da importância do papel dos indicadores de performance, enquanto
ferramenta de regulação que visa à proteção dos usuários e o amparo da
sustentabilidade dos serviços, a ARCE tem promovido diversas iniciativas nesse
domínio, entre as quais se destaca o Sistema de Informações Regulatórias de
Água e Esgoto (SIRAE). O SIRAE foi a primeira tentativa da ARCE de construção
de um sistema de informações, anterior a edição da Lei Federal n° 11.445/2007.
A construção do sistema contou com o apoio da SNSA e, apesar do sistema ter
operado por cerca de 2 (dois) anos, o mesmo não prosperou em função de
problemas de suporte de informática.
Posteriormente, a aplicação dos indicadores na atividade da ARCE mostrou
avanços por meio do uso de uma ferramenta regulatória integrada num modelo
de regulação Sunshine (ARCE, 2011).
Em 2011, a ARCE lançou, por meio do projeto de apoio à inclusão social e ao
crescimento econômico do Ceará (SWAPII), com o apoio financeiro do Banco
Mundial e com a consultoria do consórcio EBES, Ltda. / OPTIMALE, o Manual
de Indicadores de Performance para o Setor de Saneamento Básico, em relação
aos componentes abastecimento de água e esgotamento sanitário, com o
objetivo de promover o recurso a benchmarking e estimular a busca das
melhores práticas.
A estrutura elementar do Sistema da ARCE é definida por três dimensões
essenciais (ARCE, 2011):
Prestação de serviços: visa à proteção dos interesses dos usuários dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, sendo avaliada através da maior ou menor acessibilidade que os usuários têm aos serviços e da qualidade dos mesmos, subdividindo-se nos seguintes aspectos: acessibilidade do serviço (física e econômica) e qualidade do serviço prestado, incluindo a qualidade da água, continuidade e reclamações;
Gestão empresarial: traduz a proteção da sustentabilidade técnica e econômico-financeira da prestação dos serviços, sendo avaliada através dos seguintes aspectos: capacidade e condições das infraestruturas, recursos humanos e indicadores econômico-financeiros; e
Sustentabilidade ambiental: relaciona-se com a proteção ambiental, estando fundada em critérios de eficiência na utilização de recursos naturais.
78
Essas três dimensões agregam os diferentes indicadores de performance que
compõem o Sistema da ARCE, compreendendo 25 indicadores para o serviço
de abastecimento de água e 20 para o serviço de esgotamento sanitário. A
Figura 27 mostra os quantitativos dos indicadores do referido Sistema e como
estão eles organizados nas respectivas dimensões.
Figura 27 – Quantitativo de indicadores do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE e respectivas dimensões
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE, também é possível
selecionar uma cesta de indicadores que podem ser úteis para a regulação
técnica. A Figura 28 ilustra essa seleção, a qual apresenta 24 indicadores.
80
Analisando-se o manual do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE, é
possível destacar alguns aspectos positivos presentes no Sistema:
Agregação Territorial e Funcional: individualização do cálculo por Unidade de Avaliação, ou seja, por sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho;
Implantação progressiva: Face à realidade do setor, admite-se que a implementação do Sistema seja progressiva, de modo a permitir a adaptação consistente do Prestador às novas exigências regulatórias;
Fatores explanatórios: A análise e a interpretação dos Indicadores de Performance devem estar sempre contextualizadas, sendo indispensáveis as considerações sobre os principais fatores explanatórios associados a cada indicador;
Análise Agregada e “Benchmarking”: Os Indicadores definidos permitem responder de forma assertiva sobre a qualidade e o desempenho da prestação dos serviços em cada Unidade de Avaliação ou unidade territorial ou operativa mais alargada. Cálculo e interpretação devem estar integrados a um processo vasto de “benchmarking” que abranja as etapas de: i) planejamento; ii) avaliação; iii) comparação; iv) estabelecimento de metas; V) definição de planos de ação; e v) implementação desses planos; e
Exatidão e Confiabilidade dos Dados: A etapa de análise da qualidade dos dados integra a metodologia de auditoria aos dados, a qual compreende análise documental, entrevistas, análise dos sistemas de informação, análise dos mecanismos de controle de qualidade (ouvidoria) e fiscalização direta.
Além dos pontos antes elencados, o Sistema da ARCE conta com análise da
performance e recomendações. Na análise da evolução dos Indicadores são
considerados os objetivos (targets) que o Regulador considera como alcançáveis
para cada Unidade de Avaliação.
No sentido de tornar mais perceptível a avaliação de performance para qualquer
stakeholder, é adotado um sistema de classificação pictórico que abrange quatro
níveis diferenciados em função da distância do resultado apurado ao target
definido nos termos do Quadro 9.
81
Quadro 9 – Classificações e targets do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE
Classificação Resultado Targets
Excelente
Bom
Mediano
Ruim
Fonte: Adaptado de ARCE (2011).
A classificação de “Excelente” é atribuída às Unidades de Avaliação que
superem a meta definida pelo Regulador. As classificações de “Bom”, “Mediano”
e “Ruim” são atribuídas para cada Indicador de Performance em função da
distância do resultado alcançado em relação à meta definida pelo Regulador.
A metodologia do sistema de classificação do Sistema de Avaliação de
Performance da ARCE é baseada na Regulação Sunshine. Segundo Costa et
al. (2013), os resultados da avaliação devem ser expostos em relatórios de
prestação dos serviços, onde qualquer stakeholder possa ter fácil acesso e
compreensão. Nesse sentido, a tradução dos dados em códigos ou cores
proporciona simples entendimento para os interlocutores.
Para além da classificação individual de cada Indicador, pode ser atribuída uma
classificação global a cada Unidade de Avaliação ou a cada Agente Operativo14,
em resultado da análise agregada, que pode incluir uma componente qualitativa
e, quando possível, são apurados rankings de desempenho.
Por fim, destaca-se o processo final de divulgação que consiste no envio do
Relatório à Assembleia Legislativa, aos municípios, a outros stakeholders e aos
14 Agente Operativo: O órgão operativo (institucionalizado ou não), que abrange as infraestruturas, instalações, bens, pessoal e demais recursos, diretamente envolvido na prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em cada município (ARCE, 2011).
82
demais interessados, incluindo a mídia, a imprensa e as organizações de defesa
do consumidor. O Relatório Anual de Avaliação da Performance será também
objeto de divulgação universal através do site da internet do Regulador.
No âmbito da divulgação dos resultados da Avaliação da Performance, compete
ao Prestador enviar anualmente a todos os usuários em conformidade ao modelo
elaborado pelo Regulador, uma “Carta de Desempenho” contendo os resultados
do respectivo Prestador de Serviços no seu todo, em formato sintético, com
linguagem acessível e imagem apelativa (ARCE, 2011).
Cabe ressaltar que, quando da concepção do sistema de informações baseado
na regulação Sunshine, foi previsto um plano de implementação com diversas
etapas internas onde, inicialmente, as cartas de desempenho seriam
encaminhadas exclusivamente para o prestador de serviços, no sentido de se
verificar ajustes nas informações repassadas, bem como na metodologia
adotada.
83
4 FISCALIZAÇÃO DE PMSB: UM ASPECTO PARTICULAR DA FISCALIZAÇÃO INDIRETA
A Lei Federal n° 11.445/2007 definiu, como princípio fundamental para a
prestação dos serviços, a sua universalização, conceituada como a ampliação
progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico.
Como instrumento para o alcance da universalização dos serviços, a referida lei
instituiu o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), de acordo com o
conteúdo mínimo do art. 19, e cuja obrigatoriedade de elaboração recai sobre o
titular dos serviços.
Quanto à verificação do cumprimento do PMSB por parte dos prestadores de
serviços, a LDNSB atribuiu essa competência à entidade reguladora e
fiscalizadora dos serviços:
Art. 20 Parágrafo único. Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições legais, regulamentares e contratuais.
Ainda em relação à LDNSB, o art. 19 estabeleceu que a prestação de serviços
públicos de saneamento básico deverá observar plano, que poderá ser
específico para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo, entre outros:
I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;
II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV - ações para emergências e contingências;
V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.
84
Para a avaliação da qualidade dos serviços e o acompanhamento dos
mecanismos e procedimentos para a avaliação da eficiência do PMSB e de suas
ações, deverão ser implantados sistemas de monitoramento e avaliação com
acompanhamento sistemático do cumprimento dos objetivos e das metas a
curto, médio e longo prazo da prestação dos serviços públicos dos componentes
do saneamento básico. Para tanto, deverão ser eleitos indicadores de qualidade
da prestação dos serviços que atendam aos princípios e às diretrizes definidas
para o Plano, de acordo com o determinado pela LDNSB. Deverão ainda ser
priorizados os indicadores que acompanhem as metas de acesso e da qualidade
da prestação dos serviços, da regularidade e frequência dos mesmos (BRASIL,
2014b).
Assim, os indicadores se configuram como ferramenta fundamental para a
atuação da entidade reguladora na verificação do cumprimento dos planos de
saneamento.
4.1 OBJETIVOS E METAS EM PMSB
Inicialmente, cabe apresentar os conceitos que diferenciam objetivos e metas,
pois ambos permeiam a elaboração e o acompanhamento dos indicadores do
PMSB (BRASIL, 2013):
OBJETIVOS: são enunciados resumidos do que de fato se deseja
alcançar com cada projeto, ou seja, objetivo é o que responde à
questão: o que se pretende alcançar?
METAS: são os parâmetros que irão balizar o alcance dos objetivos.
As metas declaram o quanto de fato se quer realizar, como ou quando
faremos, ou seja, é o elemento que permite inferir parâmetros de
medição ao alcance dos objetivos.
Um exemplo claro para ilustrar a diferença de ambos os conceitos é de um jogo
de arco e flecha, onde o objetivo simplesmente é o de acertar um alvo. Para esse
objetivo, é possível estabelecer uma meta, por exemplo, a de acertar esse alvo
exatamente em seu centro com no máximo 5 (cinco) tentativas, em um tempo
não superior a 20 (vinte) minutos.
85
Definir uma meta nada mais é do que traçar um objetivo com prazo e descrição.
Costa (2007) enfatiza que metas são valores quantitativos ou qualitativos a
serem atingidos num certo momento preestabelecido. Quando o período de
tempo para a implementação de uma estratégia é muito longo e as mudanças
planejadas são substanciais, deve-se determinar uma ou mais metas
intermediárias para permitir melhor acompanhamento ao longo do tempo.
Nesse sentido, as metas devem ser mensuráveis, exequíveis (terem viabilidade
econômico-financeira) e apresentar graduação (curto, médio e longo prazo). A
Figura 29 ilustra um exemplo de aplicação de objetivos e metas em PMSB.
86
Figura 29 – Exemplo hipotético de aplicação de objetivos e metas em PMSB
Na etapa de diagnóstico do PMSB do município “exemplo”, foi constatado que sua área urbana
apresenta problemas de descontinuidade no abastecimento, com frequentes reclamações de
usuários alegando falta d’água em determinados períodos do dia. O balanço de demanda,
considerando a população atual e a projeção populacional para vinte anos, mostra que o volume
de reservação necessário, não atende as demandas atuais e futuras. O déficit do volume de
reservatórios para o final do Plano é de 800 m³.
Balanço do volume de reservação
Ano Volume
necessário (m3)
Volume existente (m3)
Balanço (m3)
2016 900 400 - 500
2021 1.000 400 - 600
2026 1.100 400 - 700
2036 1.200 400 - 800
Ao elaborar o plano, com vigência de 20 anos (2017-2036), foram estabelecidos os seguintes
prazos:
Curto (2017-2021);
Médio (2022-2026);
Longo (2027-2036). Os objetivos e as metas foram estabelecidos de forma progressiva, baseado no estudo de
viabilidade econômico-financeiro, conforme mostrado a seguir:
Objetivos e metas propostas pelo PMSB do município “exemplo”
Fonte: Elaborado pelos autores.
87
4.2 INDICADORES EM PMSB
O estabelecimento de indicadores no PMSB, bem como o seu acompanhamento
ao longo da fase de implementação do plano, permite à agência reguladora
monitorar vários fatores, tais como: as metas de atendimento à população do
município com abastecimento de água e esgotamento sanitário; continuidade do
abastecimento de água e o atendimento aos padrões de potabilidade de água,
além dos padrões de emissão dos esgotos sanitários; implantação de obras e
melhorias na prestação dos serviços.
Os indicadores são utilizados tanto na etapa de diagnóstico do plano de
saneamento básico, quanto na etapa de avaliação da efetividade das ações
programadas, ou seja, na implementação do plano.
Na etapa de diagnóstico, os indicadores adotados são os sanitários,
epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos, com a finalidade de apontar os
impactos na qualidade de vida das pessoas por conta das deficiências existentes
no saneamento básico. Na etapa de avaliação, os indicadores deverão verificar
o atendimento das metas definidas. A Figura 30 mostra alguns exemplos de
informações e indicadores utilizados nas duas etapas do PMSB, tanto na fase
de elaboração, quanto na sua implementação.
88
Figura 30 – Exemplo de informações e indicadores nas etapas do Plano Municipal de Saneamento Básico
Fonte: Elaborado pelos autores.
89
4.3 UNIFORMIDADE DOS INDICADORES NOS PMSBS
De acordo com Galvão Jr. (2013), independentemente da localização geográfica
ou porte do município, os indicadores das metas de universalização devem ser
uniformes. Com isso, haverá possibilidade de se construir sistemas de
comparação de indicadores, permitindo ações de coordenação regional e
nacional acerca da evolução da universalização.
No entanto, vale acrescentar que qualquer ação de uniformidade é voluntária, ou
seja, depende do titular dos serviços, pois se trata de competência exclusiva do
mesmo.
Galvão Junior (2013) observa também que a uniformidade dos indicadores não
significa que, em função de particularidades locais e regionais, o município não
possa ter seus próprios indicadores específicos, mas isso se configura como
situação de exceção. Com efeito, é importante, por exemplo, que o indicador de
perdas adotado no Estado do Amapá, seja o mesmo daquele adotado para os
municípios de São Paulo e que todos eles tenham o mesmo conceito utilizado
pelo SNIS. O que irá diferenciar cada município, em termos de indicadores, será
o dimensionamento da meta e os prazos para alcançá-la, mais ou menos
agressivos, a depender da viabilidade econômico-financeira de cada delegação.
Outro aspecto relevante no tocante à uniformidade dos indicadores diz respeito
à gestão por parte de um prestador de serviços regional, caso cada uma de suas
delegações venha a definir para um determinado indicador, um conceito
diferente. O mesmo raciocínio se aplica a uma agência reguladora regional de
formato estadual ou consorciado, responsável pelo acompanhamento de
dezenas ou, até mesmo centenas de planos, cujos serviços são operados por
um prestador de serviços regional, ou por prestadores de várias naturezas.
Para ilustrar essa situação, a Figura 31 caricatura o caso da Agência
Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí – AGIR, que regula e
fiscaliza os serviços públicos de saneamento básico em 14 municípios, sendo 7
(sete) da concessionária estadual (CASAN), 5 (cinco) de autarquias municipais
(SAMAEs) e 2 (dois) de gestão compartilhada (município e CASAN).
90
Figura 31 – Situação de falta de uniformidade nos indicadores para o plano de saneamento em municípios regulados e fiscalizados pela AGIR
Fonte: Elaborado pelos autores.
91
Observa-se, na Figura 31 que os municípios adotaram em seus PMSBs
diferentes conceitos para os indicadores de perdas. Ademais, verifica-se que os
municípios operados pela CASAN também não uniformizaram esses
indicadores. Tal situação compromete a gestão do PMSB por parte dos
prestadores de serviços e seu acompanhamento por parte da AGIR. Essa
situação se repete no cenário nacional, onde várias agências reguladoras estão
tendo dificuldades para acompanhar as metas elaboradas nos planos devido à
falta de uniformidade dos indicadores.
Por fim, destaca-se que a adoção de indicadores uniformes, sempre que
possível, facilita o planejamento ao nível municipal, estadual e nacional, bem
como para o próprio SNIS/SINISA.
92
5 NORMAS E MODELOS EXISTENTES SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO – ARIS, AGERSA E AGEPAN
Nesta seção é realizada a análise das normas e modelos existentes nas
entidades reguladoras AGEPAN, AGERSA e ARIS, bem como em seus
prestadores de serviços regulados, juntamente com as respectivas bases de
dados adotadas na tomada de decisões sobre qualidade dos serviços e
qualidade da regulação. O foco desta análise se deu nos aspectos da avaliação
da qualidade e do desempenho dos serviços de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário de cada uma das agências beneficiárias. Para tanto,
procedeu-se ao levantamento e análise das normas publicadas e das minutas
existentes nessas agências acerca do tema, sistemas de indicadores em uso ou
em implantação, bem como se analisaram os aspectos operacionais específicos
de cada agência relacionados à fiscalização indireta.
5.1 ARIS
A Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento – ARIS foi criada em 2009
com a participação dos municípios de Águas de Chapecó, Alto Bela Vista,
Coronel Freitas, Formosa do Sul, Iraceminha, Jardinópolis, Mondai, Monte Carlo,
Pinhalzinho e Turvo. O projeto de criação da ARIS foi conduzido pela Federação
Catarinense de Municípios – FECAM e pelas Associações de Municípios de
Santa Catarina. Em 2017, a Agência contempla 188 municípios catarinenses,
tendo como atribuições a regulação e a fiscalização de todos os componentes
do saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo
dos resíduos sólidos, limpeza urbana e drenagem pluvial). Os prestadores de
serviços regulados e fiscalizados pela ARIS são as companhias estaduais
(CASAN e SANEPAR), empresas privadas, autarquias municipais (SAMAEs) e
a própria Administração Direta, quando prestadora dos serviços (DAEs)15. O
Quadro 10 apresenta a relação dos municípios contemplados pela ARIS e os
respectivos prestadores dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário.
15 Adaptado da página institucional da ARIS, disponível em http://aris.sc.gov.br/institucional, acesso em 23 de agosto de 2017.
93
Quadro 10 – Municípios consorciados à ARIS
Município Prestador Tipo de serviço
Natureza jurídica Informou
SNIS 2015?
Abelardo Luz CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Agronômica CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Água Doce CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Águas de Chapecó CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Águas Frias CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Alto Bela Vista PMABV Água Administração pública direta SIM
Anchieta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Anita Garibaldi CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Arabutã PMA Água Administração pública direta SIM
Armazém CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Arroio Trinta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Arvoredo PMA Água Administração pública direta SIM
Atalanta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Aurora CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Balneário Gaivota SAMAE Água Autarquia SIM
Balneário Piçarras CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Balneário Rincão PMSN Água Administração pública direta SIM
Bandeirante CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Barra Bonita CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Barra Velha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bela Vista do Toldo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bocaina do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bom Jesus CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bom Jesus do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bom Retiro CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Braço do Trombudo PMBT Água Administração pública direta SIM
Caçador CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Caibi CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Campo Belo do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Campo Erê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Canelinha SEMAIS Água Autarquia SIM
Canoinhas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Capão Alto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Caxambu do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Celso Ramos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Cerro Negro CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Chapadão do Lageado CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Chapecó CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Concórdia CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Cordilheira Alta PMCA Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Coronel Freitas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Coronel Martins PMCM Esgoto Administração pública direta SIM
Coronel Martins CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Correia Pinto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Corupá PMC Água Administração pública direta SIM
Cunha Porã CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Cunhataí CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Dionísio Cerqueira CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Dona Emma CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Entre Rios PMER Água e Esgoto Administração pública direta NÃO
Ermo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Faxinal dos Guedes PMFG Esgoto Administração pública direta SIM
Faxinal dos Guedes CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Flor do Sertão PMFS Água Administração pública direta SIM
Formosa do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Forquilhinha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Fraiburgo SANEFRAI Água e Esgoto Autarquia SIM
Galvão CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Garuva PMG Água Administração pública direta NÃO
Governador Celso Ramos SAMAE Água Autarquia SIM
Gravatal CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Guaraciaba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Guaramirim PMG Água Administração pública direta SIM
Guarujá do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Guatambú CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ibirama CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ilhota CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Imbuia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Iomerê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ipira CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Iporã do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ipuaçu CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ipumirim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
94
Quadro 10 – Continuação
Município Prestador Tipo de serviço
Natureza jurídica Informou
SNIS 2015?
Iraceminha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Irani CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Irati PMI Água Administração pública direta SIM
Irineópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Itá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Itaiópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Itapiranga PMI Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Itapoá IS Água Empresa privada SIM
Ituporanga CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Jaborá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Jaguaruna SAMAE Água Autarquia SIM
Jaguaruna AJ Água Empresa privada SIM
Jaraguá do Sul SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM
Jardinópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Joinville CAJ Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
José Boiteux CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Jupiá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Lajeado Grande PMLG Água Administração pública direta SIM
Laurentino CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Lauro Muller CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Lebon Régis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Lindóia do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Lontras CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Mafra CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Maracajá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Maravilha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Marema CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Massaranduba PMM Água Administração pública direta SIM
Matos Costa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Meleiro SAMAE Água Autarquia SIM
Mirim Doce CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Mirim Doce PMMD Esgoto Administração pública direta SIM
Modelo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Mondaí CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Monte Carlo PMMC Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Monte Castelo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Navegantes SESAN Água Administração pública direta NÃO
Nova Erechim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Nova Itaberaba PMNI Água Administração pública direta SIM
Nova Trento SAMAE Água Autarquia SIM
Novo Horizonte CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Otacílio Costa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ouro Verde CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Paial PMP Água Administração pública direta SIM
Painel CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Palhoça PMP Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Palma Sola CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Palmeira CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Palmitos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Paraíso CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Passos Maia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Paulo Lopes CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Penha PMP Água Administração pública direta SIM
Peritiba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Petrolândia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Pinhalzinho CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Pinheiro Preto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Pinheiro Preto PMPP Esgoto Administração pública direta SIM
Piratuba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Planalto Alegre PMPA Água Administração pública direta NÃO
Ponte Alta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ponte Serrada CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Porto Belo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Porto União SANEPAR Água e Esgoto Sociedade de economia mista c/ administração privada SIM
Porto União CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Pouso Redondo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Presidente C. Branco CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Princesa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Quilombo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Quilombo PMQ Esgoto Administração pública direta SIM
Rio das Antas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Rio do Campo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Rio do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
95
Quadro 10 – Continuação
Município Prestador Tipo de serviço
Natureza jurídica Informou
SNIS 2015?
Rio Negrinho SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM
Rio Rufino SASB Água Autarquia SIM
Riqueza CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Romelândia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Salete CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Saltinho CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Salto Veloso CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Santa Terezinha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Santiago do Sul PMSS Água Administração pública direta SIM
São Bento do Sul SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM
São Carlos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São Cristovão do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São Domingos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São Francisco do Sul ASFS Água Empresa privada SIM
São João Batista SISAM Água Autarquia SIM
São João do Itaperiú CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São João do Oeste PMSJO Água Administração pública direta SIM
São José do Cedro PMSJC Água Administração pública direta SIM
São José do Cerrito CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São Lourenço do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
São Miguel da Boa Vista PMSMBV Água Administração pública direta SIM
São Miguel do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Saudades SAMAE Água Autarquia SIM
Schroeder PMS Água Administração pública direta SIM
Seara CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Serra Alta PMSA Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Siderópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Sombrio PMS Água e Esgoto Administração pública direta SIM
Sul Brasil PMSB Água Administração pública direta SIM
Taió CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Tangará CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Tigrinhos PMT Água Administração pública direta SIM
Tijucas SAMAE Água Autarquia SIM
Três Barras SAMASA Água e Esgoto Autarquia NÃO
Treze Tílias CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Trombudo Central CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Turvo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
União do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Urubici CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Urupema CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Vargeão CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Vargem PMV Água Administração pública direta SIM
Vargem Bonita CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Vidal Ramos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Vitor Meireles CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Witmarsum CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Xanxerê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Xavantina CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Xaxim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir da leitura do Quadro 10 fica clara a complexidade do ambiente de
atuação da ARIS, com prestadores de diversas naturezas jurídicas, municípios
com mais de um prestador, e até mesmo município cujo um dos prestadores é
uma companhia do estado vizinho (o município de Porto União é operado pela
CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, e pela SANEPAR
– Companhia de Saneamento do Paraná).
Cumpre ressaltar que em 2015, conforme registrado no Quadro 10, os
prestadores de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos
municípios de Entre Rios, Garuva, Navegantes, Planalto Alegre e Três Barras,
96
não informaram seus dados ao SNIS, sendo que os três primeiros prestam
serviços pela administração pública direta e a última por meio de autarquia.
Quanto à avaliação da qualidade e desempenho dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário realizada pelos próprios prestadores de
serviços, verificou-se junto a ARIS que alguns destes municípios possuem
sistemas de avaliação baseado em indicadores, a saber:
SAMAEs: Jaraguá do Sul, Rio Negrinho e São Bento do Sul;
Empresas Privadas: Águas de São Francisco, Aguas de Penha, Itapoá
Saneamento, Águas de Jaguaruna e Jaguaruna Saneamento.
Companhias Estaduais: CASAN.
Segundo a Agência, o SAMAE de Jaraguá do Sul e as concessões de Itapoá
Saneamento e Jaguaruna Saneamento são os prestadores mais organizados
quanto ao uso de indicadores. Quando há necessidade, a Agência solicita e tem
acesso aos indicadores internos desses prestadores.
No que concerne às ações normativas da ARIS, compete ao Conselho de
Regulação da Agência, por meio de resoluções, normatizar:
Os procedimentos de fiscalização dos serviços regulados;
A cobrança das taxas de regulação e de fiscalização;
A aplicação de sanções ao prestador dos serviços regulados; e
Os parâmetros e procedimentos aplicáveis à prestação dos referidos
serviços.
Assim, no exercício de suas atribuições regulatórias, a ARIS, ao longo de sua
existência, publicou um conjunto de resoluções disciplinando aspectos
específicos dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A
Figura 32 sumariza os normativos publicados pela ARIS relacionados à
regulação da qualidade, bem como as resoluções propostas no âmbito do projeto
Regulasan16.
16 As resoluções criadas/revisadas no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.
97
Figura 32 – Normativos publicados pela ARIS e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan
2011
Resolução 001/2011
Estabelece condições gerais da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Resolução 002/2011
Estabelece procedimentos gerais das ações de fiscalização aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Resolução 003/2011
Estabelece Aplicação de penalidades por irregularidades na prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
2012
Resolução 004/2012
Estabelece Procedimentos de Consultas e Reclamações dos Usuários dos Serviços de Saneamento Básico.
2016
Resolução 001/2016
Estabelece a obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), e revoga a Instrução/Diretor Geral n. 002/2002.
Resolução 008/2016
Estabelece procedimentos para coleta, sistematização de dados e cálculo de indicadores, para avaliação da evolução de desempenho da prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos municípios regulados pela ARIS.
2017 (REGULASAN)
Normativos criados/revisados no âmbito do
REGULASAN
‒ Condições gerais da prestação dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para os procedimentos de fiscalização na prestação dos SAA e SES; ‒ Penalidades; ‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES;
Normativos criados/revisados no âmbito do
REGULASAN
‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para a celebração de Contrato de Demanda Garantida de Água Bruta ou Potável; ‒ Descontinuidade dos Serviços. ‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES;
Fonte: Elaborado pelos autores.
98
Apresenta-se, a seguir, a análise de cada um dos normativos publicados pela
ARIS no que tange a regulação da qualidade, especialmente sobre os aspectos
relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta.
Resolução Normativa ARIS 001/2011
A Resolução Normativa ARIS 001/2011 (ARIS, 2011a), de acordo com o art. 1°,
destina-se a estabelecer as condições gerais a serem observadas na prestação
dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário
pelos prestadores de serviços regulados pela Agência e disciplinar o
relacionamento entre estes e os usuários.
Quanto aos aspectos relacionados à fiscalização indireta, a referida Resolução
traz a obrigatoriedade do envio das informações ao SNIS e ao SISÁGUA por
parte dos prestadores de serviços e a obrigatoriedade do encaminhamento da
cópia dessas informações à ARIS, para sua utilização tempestiva no exercício
da regulação e da fiscalização.
Resolução Normativa ARIS 002/2011
A Resolução Normativa ARIS 002/2011 (ARIS, 2011b) estabelece, conforme
disposto no art. 1o, os procedimentos e as responsabilidades relativas às
atividades de fiscalização realizadas pela Agência Reguladora nas instalações
do prestador de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário
e os procedimentos de aplicação de penalidades.
Devem os prestadores de serviço fornecer, dentro dos prazos
estabelecidos pelos órgãos responsáveis, as informações junto ao
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),
vinculado ao Ministério das Cidades e ao Sistema de Informação de
Vigilância da Qualidade de Água para Consumo Humano (SISÁGUA),
vinculado ao Ministério da Saúde e aos órgãos estaduais e municipais
de vigilância sanitária.
§ 1º- Quando da prestação de informações ao SNIS e ao
SISÁGUA, deverá o prestador de serviços encaminhar cópia dessas
informações à ARIS.
Art. 16.
99
Observa-se que tal resolução abarca apenas as atividades relacionadas à
fiscalização direta.
Resolução Normativa ARIS 003/2011
Conforme disposto em seu art. 1o, a Resolução Normativa ARIS 003/2011 (ARIS,
2011c) determina as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, define as hipóteses de
aplicação e dá outras providências.
É possível identificar na referida Resolução a previsão de penalidades para
descumprimento de obrigações relacionadas à fiscalização indireta. Nesse
campo, a Agência estabelece penalidades para o descumprimento do envio das
informações necessárias para a elaboração de indicadores para a regulação da
qualidade dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
De outro modo, há a previsão de penalidade para o prestador de serviços que
deixar de implementar as metas definidas e aprovadas nos Planos de
Saneamento.
Quanto à aplicação dessa penalidade, cabe lembrar ser competência da
entidade reguladora a verificação do cumprimento do PMSB por parte dos
prestadores de serviços, conforme o estabelecido no art. 20 da Lei Federal n°
É infração do Grupo 2, de natureza média, sujeita à penalidade de
advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:
[...]
VIII - encaminhar à ARIS as informações necessárias à
elaboração dos indicadores utilizados para a apuração da
qualidade dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário e econômico financeiros na forma e nos
prazos estabelecidos nos dispositivos legais aplicáveis.
Art. 12.
É infração do Grupo 3, de natureza alta, sujeita à penalidade de
advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:
[...]
VII - implementar, na forma e nos prazos previstos, as metas
definidas e aprovadas nos Planos de Saneamento editados
pelo titular dos serviços e nos contratos de programa ou
concessão;
Art. 13.
100
11.445/2007. Ressalte-se que os indicadores estabelecidos no PMSB se
configuram como ferramenta fundamental no exercício da verificação do
cumprimento do Plano pela entidade reguladora, sem os quais se tornaria
dificultosa sua atuação na verificação da implementação das metas definidas e
aprovadas nos Planos de Saneamento e a respectiva aplicação da penalidade
prevista pela Agência, em caso de descumprimento.
Cabe acrescentar haver penalidade prevista para o caso de descumprimento no
fornecimento de informação idônea à Agência, por parte dos prestadores de
serviços, conforme estabelecido no art. 14, inciso IV. Lembrando que a
informação é requisito indispensável para uma regulação eficaz, principalmente
na implementação da fiscalização indireta através do uso de indicadores.
Resolução Normativa ARIS 004/2012
A Resolução Normativa ARIS 004/2012 (ARIS, 2012) dispõe sobre
procedimentos de consultas e reclamações dos usuários dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, coleta, transporte e disposição
final de resíduos, limpeza urbana e sistema de drenagem. Não se identifica na
referida resolução aspectos relacionados à fiscalização indireta.
Instrução/Diretor Geral 001/2016
A Instrução/Diretor Geral nº 001/2016 (ARIS, 2016a) estabelece a
obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do
Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), módulos Água, Esgoto
e Resíduos e revoga a Instrução/Diretor Geral n° 002/2002.
As instruções que competem aos prestadores de serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário estão dispostas no art. 1o.
É infração do Grupo 4, de natureza altíssima, sujeita à penalidade de
advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:
[...]
IV - fornecer sempre informação idônea a ARIS, ao titular dos
serviços ou ao usuário;
Art. 14.
101
Em caso de descumprimento dessas instruções, o art. 3o prevê lavratura de
Termo de Notificação, com fundamento na pena prevista no art. 12, inciso VIII
da Resolução/ARIS n° 003/2011.
Resolução Normativa ARIS 008/2016
A Resolução Normativa ARIS 008/2016 (ARIS, 2016b), publicada em 11 de
fevereiro de 2016, estabelece os procedimentos para coleta, sistematização de
dados e cálculo de indicadores para avaliação da evolução de desempenho da
prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário dos municípios regulados pela ARIS. Trata-se, portanto, do principal
normativo da Entidade Reguladora referente à fiscalização indireta.
O art. 1o dessa resolução define seus objetivos:
Logo em seguida, o art. 3o estabelece as definições adotadas na resolução
normativa em análise. Merecem destaque os incisos VIII e IX:
Ficam os prestadores de serviços públicos de abastecimento de água
e esgotamento sanitário obrigados a encaminharem, até o vigésimo
dia do mês subsequente ao de referência, as informações requeridas
no Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS (SISARIS),
módulos Sistema de Abastecimento de Água Potável e Sistema de
Esgotamento Sanitário, relativas às amostragens e análises de
potabilidade de água, exigidas pela Portaria n. 2.914/2011, do
Ministério da Saúde.
§ 1º O preenchimento das informações ocorrerá mediante
acesso ao link “web.chapeco.sc.gov.br/aris”, até o vigésimo
dia do mês subsequente ao de referência.
§ 2º Deverá o prestador de serviços de abastecimento de água
potável encaminhar o Plano de Amostragem aprovado pela
Vigilância Sanitária Municipal até o dia 01 de março de cada
ano, através do endereço eletrônico [email protected]
Art. 1°
Esta Resolução Normativa tem como objetivo a definição dos
indicadores e a forma de apresentação destes, que serão utilizados
para avaliação da prestação dos serviços públicos de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário dos municípios regulados pela
ARIS.
Art. 1°
102
Observa-se que a referência proposta para avaliar se o resultado do indicador é
satisfatório ou insatisfatório é o SNIS para o Estado de Santa Catarina. Ressalta-
se que os valores médios encontrados para o Estado estão, geralmente, abaixo
do padrão nacional ou regional. Ainda, o processo de elaboração dessa
Resolução de indicadores e da metodologia para avaliação se deu num amplo
debate com diversos atores (prestadores de serviços, consultores, reguladores
de outras agências, consulta pública), inclusive sobre a adoção dessas
referências. No entanto, conforme discutido com a ARIS em reunião17 realizada
na Agência, há ainda espaço para debater algumas das referências propostas
na metodologia.
O art. 5o dispõe sobre a unidade de planejamento para o cálculo dos indicadores.
No contexto da definição da unidade de planejamento, deve-se levar em conta
situações onde, em um mesmo município, há diversos sistemas operados pelo
mesmo prestador. A Figura 33 ilustra situação hipotética sobre a definição da
unidade de planejamento.
17 Reunião realizada na ARIS em 05 de dezembro de 2016, com a presença do corpo técnico da Agência e Consultor da Ação VI, para apresentação dos sistemas de informações utilizados ou em fase de desenvolvimento pela Agência.
Para os fins dessa Resolução Normativa são adotadas as seguintes
definições:
[...]
VIII - Satisfatório: que satisfaz; regular; que corresponde ao
que se espera; um resultado satisfatório; suficiente; aceitável;
cenário igual ou superior ao referenciado no SNIS para o
Estado de Santa Catarina.
IX - Insatisfatório: que não satisfaz; que deixa a desejar;
insuficiente; ruim; fraco; cenário inferior ao referenciado no
SNIS para o Estado de Santa Catarina.
Art. 3°
A unidade de planejamento para cálculo dos indicadores será,
preferencialmente, o Município, podendo ser considerado o modelo
de delegação dos serviços definido pelo Poder Concedente.
Art. 5°
103
Figura 33 – Situação hipotética: definição da unidade de planejamento para cálculo dos indicadores
O município exemplo está organizado administrativamente em três distritos (Sede municipal e
Distritos A e B), os quais possuem sistemas de abastecimento de água independentes, operados
pelo mesmo prestador de serviços (Prestador X).
Fórmula de Cálculo (IN049) Informações envolvidas Unidade
AG006 + AG018 – AG010 – AG024 AG006 + AG018 – AG024
AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço
%
Sabe-se que os SAAs do município exemplo não importam água tratada durante o ano (AG018
é nulo). As demais informações e o resultado do cálculo do indicador são apresentados a seguir:
Observa-se, no exemplo em tela, que a unidade de planejamento adotada no sistema de
indicadores da Agência Reguladora é o sistema de abastecimento de água. Logo, é possível
obter o índice de perdas de cada um desses sistemas. No caso analisado, os distritos A e B
possuem índices de perdas bem superiores à sede municipal. Por outro lado, caso a unidade de
planejamento adotada fosse o município, o índice de perdas resultaria em 24%. Portanto, a
adoção do nível de agregação do indicador em uma escala maior, pode mascarar inadequações
em sistemas menores ou vice-versa.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Recomenda-se que a unidade de planejamento para o cálculo dos indicadores da ARIS seja o menor nível possível, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho.
Na sequência, os arts. 6o e 7o tratam do fornecimento e periodicidade dos dados
por parte dos prestadores de serviço.
A Agência Reguladora responsável pela regulação e
fiscalização dos serviços de abastecimento de água do
município exemplo, deseja avaliar as perdas na
distribuição de água, através do indicador “índice de
perdas na distribuição”, que possui a seguinte
formulação:
SAA – Sede AG006: 5.000 (1.000 m³/ano)
AG010: 4.000 (1.000 m³/ano)
AG024: 300 (1.000 m³/ano)
IN049 = 15%
SAA – Distrito A AG006: 1.000 (1.000 m³/ano)
AG010: 500 (1.000 m³/ano)
AG024: 50 (1.000 m³/ano)
IN049 = 47%
SAA – Distrito B AG006: 1.000 (1.000 m³/ano)
AG010: 500 (1.000 m³/ano)
AG024: 50 (1.000 m³/ano)
IN049 = 47%
104
A Metodologia para Avaliação da Evolução dos Indicadores de Desempenho,
constante no Anexo I da Resolução 008/2016, possui como base para a
formulação dos indicadores o SNIS. Ao comparar as datas previstas no art. 7o,
com o cronograma estabelecido para o SNIS, ano referência 2015, verifica-se
que a Agência acaba somente antecipando os dados que já são públicos. A
Figura 34 mostra a comparação do cronograma dos dois sistemas.
Figura 34 – Cronograma de atividades dos sistemas de indicadores da ARIS e do SNIS
Fonte: Elaborado pelos autores.
Mantido isto, ou seja, a base do sistema da ARIS semelhante à base de
indicadores do SNIS e datas das atividades conforme estipulado no art. 7o,
caberá a Agência focar no trabalho de validação dos dados do SNIS. Conforme
já mencionado, está sendo iniciado um trabalho do MCidades junto à ABAR com
O prestador de serviços deve fornecer todas as informações
necessárias para a aplicação da metodologia - METODOLOGIA
PARA AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE
DESEMPENHO - conforme descrito no Anexo I.
Parágrafo único. O prestador de serviços deverá fornecer
todas as informações em meio digital, conforme modelo definido pela
ARIS.
Art. 6°
As informações quanto aos indicadores deverão ser coletadas
seguindo-se as seguintes datas:
I - Período de referência do indicador: janeiro a dezembro de
cada ano (ano anterior ao do envio);
II - Período de envio do indicador: até o décimo dia do mês de
abril; e
III - Período para publicação do relatório anual: até a primeira
quinzena do mês de novembro;
Art. 7°
105
as entidades reguladoras para desenvolvimento de metodologias de auditoria e
certificação de informações do SNIS.
Por fim, destaca-se nas disposições finais, o art. 14º, transcrito a seguir:
Analisa-se a seguir, a Metodologia para Avaliação dos Indicadores de
Desempenho, constante no Anexo I da Resolução Normativa ARIS 008/2016.
Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho
O sistema elaborado pela ARIS é composto por um conjunto de indicadores que
tem como finalidade o mapeamento de riscos e a verificação dos controles
utilizados pelos prestadores, além de indicar melhorias nos processos que
poderão ser adotadas por estes, classificando‐os conforme seu nível de
representatividade.
Com base na recomendação da CTSan/ABAR e no SNIS, a Agência escolheu
19 indicadores e os agrupou em cinco dimensões, conforme mostrado no
Quadro 11.
Esta resolução não desobriga o prestador de disponibilizar as
informações relativas aos indicadores contidos nos PMSB – Planos
Municipais de Saneamento Básicos e nos Contratos de Programa e
Concessão, assim como as metas de desempenho por estes
estabelecidas.
Art. 14.
106
Quadro 11 – Indicadores de Desempenho da ARIS
Dimensão Indicadores
Contexto
‒ IN020: Extensão da Rede de Água por Ligação (m/lig.)
‒ IN001: Densidade de Economias de Água por Ligação (econ./lig.)
‒ IN053: Consumo Médio de Água por Economia (m³/mês/econ.)
‒ IN043: Participação das Economias Residenciais de Água no Total
das Economias de água (%)
Eficiência
‒ IN049: Índice de Perdas na Distribuição (%)
‒ IN102: Índice de Produtividade de Pessoal Total
(ligações/empregados)
‒ IN060: Índice de Despesa por Consumo de Energia Elétrica nos
Sistemas de Água e Esgotos (R$/kWh)
‒ IN026: Despesa de Exploração por m³ Faturado (R$/m³)
‒ IN008: Despesa Média Anual por Empregado (R$/empreg.)
Qualidade
‒ IN009: Índice de Hidrometração (%)
‒ IN011: Índice de Macromedição (%)
‒ IN084: Incidência das Análises de Coliformes Totais Fora do Padrão
(%)
‒ IN082: Extravasamentos de Esgotos por Extensão de Rede
(extrav./Km)
Universalização
‒ IN023: Índice de Atendimento Urbano de Água (%)
‒ IN024: Índice de Atendimento Urbano de Esgoto em Relação ao
Atendimento com Abastecimento de Água (%)
‒ IN016: Índice de Tratamento de Esgoto (%)
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
A partir da análise do Quadro 11, são realizadas as seguintes observações:
Deve-se pensar sobre a pertinência da utilização conjunta de outros
indicadores de qualidade da água, como os que avaliam a conformidade
de cloro e turbidez. Nesse sentido, experiências no âmbito nacional
mostram a utilização de mais indicadores que avaliam a qualidade da
água. É o caso da ABAR e da ARCE que adotam os indicadores de cloro
e turbidez;
Ainda sobre a qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do MS (BRASIL,
2011) estabelece a necessidade de controle do grupo de coliformes e-coli,
sem tolerar qualquer nível de amostras fora do padrão, pois esse grupo
representa risco concreto à saúde humana. Portanto, recomenda-se
também a utilização de indicadores que avaliem os resultados em termos
de presença do grupo e-coli;
A Portaria nº 2.914/11 do MS estabelece também, valores máximos
permitidos (VMP) para diversas substâncias químicas que representam
107
risco à saúde (metais pesados). No entanto, apesar de ser uma tendência
internacional, a vigilância dessas substâncias ainda não é uma prática
comum adotada no monitoramento dos sistemas de abastecimento de
água do País. Sobre esse aspecto, o Sistema de Informação de Vigilância
da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) não exige o
acompanhamento dessas substâncias, limitando-se ainda aos
parâmetros turbidez, cor, pH, fluoreto, desinfecção, coliformes totais e
escherichia coli. O PLANSAB também corrobora com essa tendência
verificada no País, pois traçou como meta, apenas o indicador coliformes
totais. Seu Relatório Anual de Avaliação (BRASIL, 2015) chama atenção
para a necessidade de se incluir também, como meta do Plano, o
indicador e-coli, mas não menciona nada sobre metais pesados;
O indicador IN082 merece ser analisado quanto a sua viabilidade, uma
vez que a aquisição e o processamento dos dados não é tarefa simples,
ou seja, tal indicador é de difícil mensuração por parte do prestador de
serviços. O Quadro 12 mostra a formulação do referido indicador.
Quadro 12 – Formulação do indicador IN082 – Extravasamentos de Esgotos por Extensão de Rede
Fórmula de Cálculo Informações envolvidas Unidade
IN082 = QD011 ES004
ES004: Extensão da rede de esgotos QD011: Quantidades de extravasamentos de esgotos registrados
extrav./Km
Fonte: Elaborado pelos autores.
Observa-se que a informação QD011 depende do fiel registro das
ocorrências de extravasamento de esgotos. Esse registro pode ocorrer
por iniciativa do prestador, mediante intensiva fiscalização, ou através de
denúncias de usuários. No entanto, as duas formas de registros nem
sempre são implementadas. Dependendo da escala do sistema, o
prestador não consegue cobrir toda a extensão de rede de esgotos
diariamente, verificando as ocorrências de extravasamentos. Por outro
lado, nem sempre os usuários se manifestam quando observam
extravasamentos na rede de esgotos.
Quanto aos indicadores de universalização, aqueles aspectos observados
por Espírito Santo (2015) (Quadro 8) acerca das informações
108
provenientes do IBGE devem ser considerados. O Quadro 13 apresenta
a formulação dos indicadores IN023 e IN024, onde é possível identificar
a dependência da informação da população urbana residente dos
municípios oriunda do IBGE.
Quadro 13 – Formulação dos indicadores IN023 e IN024 Formulação Informações envolvidas Unidade
IN023 = AG026 GE06a
AG026: População urbana atendida com abastecimento de água; G06a: População urbana residente dos municípios com abastecimento de água;
Percentual
IN024 = ES026 GE06a
ES026: População urbana atendida com esgotamento sanitário G06A: População urbana residente dos municípios com abastecimento de água
Percentual
Nota: POP_URB: População urbana do município do ano de referência (Fonte: IBGE).
Fonte: Elaborado pelos autores.
Segundo observou Espírito Santo (2015), a informação G06A é obtida
junto ao IBGE em anos de contagem populacional e de realização de
censos demográficos. Para anos em que o IBGE não efetua levantamento
populacional, G06A é obtido considerando a população residente no
município estimada pelo Instituto para o referido ano e o último índice de
urbanização por meio do censo ou da contagem populacional. Essa
situação pode proporcionar distorções na população residente, podendo
ir se acentuando com o passar dos anos. Além disso, a população urbana
atendida com abastecimento de água, urbana (AG026) apresenta
distorções, pois na sua obtenção são levadas em considerações as
economias residenciais ativas (AG013), sem o devido abatimento das
economias que não contam com moradores residentes, como, por
exemplo, residências de veraneio, finais de semana, imóveis
desocupados, entre outros. Ainda segundo Espírito Santo (2015), a
solução passa pela criação de mecanismos que garantam respostas
adequadas aos campos de observações para que se obtenham
informações cada vez mais qualificadas. Nesse sentido, os fatores
explanatórios são fundamentais;
É importante analisar a pertinência de incluir outros indicadores que
avaliem a escala global do município, por exemplo, os que fornecem os
índices de atendimento total de água e esgoto.
109
Classificação dos Indicadores
Para compor a classificação dos indicadores, a ARIS estabeleceu parâmetros
que têm como principais referências a Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde
e as metas apresentadas no PLANSAB. O Quadro 14 mostra os indicadores de
água e esgoto definidos pela ARIS que estão correlacionados com o PLANSAB.
Quadro 14 – Indicadores dos serviços de água e esgoto definidos pela ARIS dentre os selecionados pelo PLANSAB.
Indicador Descrição
A2 Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou
nascente com canalização interna / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]
A4 Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em
desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11) no ano / Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída no ano
A6 Índice de perdas de água na distribuição (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água
consumido) / Vol. de água disponibilizado) [SNIS 2010]
E4 Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume
de esgoto coletado) [PNSB 2008]
Nota: As informações entre colchetes referem-se às fontes para os valores iniciais do indicador.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Cumpre informar que o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB),
aprovado em dezembro de 2013, é o instrumento de planejamento da União.
Além de ser obrigatório, deve ser avaliado anualmente, e revisado a cada quatro
anos, conforme estabelecido na Lei Federal n° 11.445/2007 (art. 52). Os
Relatórios de Avaliação Anual são disponibilizados no sítio dos Ministérios das
Cidades18 e até o fechamento da presente publicação, encontravam-se
disponibilizados os Relatórios de 2014 e 2015.
O Relatório de Avaliação Anual do PLANSAB, ano base 2014 (BRASIL, 2015)
apresentou críticas aos indicadores considerados quando da sua elaboração.
Para o indicador A4, por exemplo, o PLANSAB previu a redução dos valores de
2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/2011 do MS, em 15%, 25%
e 60% nos anos 2018, 2023 e 2033, respectivamente. Observa-se, entretanto,
inconsistência sobre a quais valores se referem. A Tabela 6.1 do PLANSAB
define que o indicador A4 se refere ao percentual de municípios com amostras
18 Os Relatórios de Avaliação Anual são disponibilizados no sítio do Ministérios das Cidades, disponível em: http://www.cidades.gov.br/saneamento-cidades/plansab/relatorio-de-avaliacao. Acesso em 25 de novembro de 2017.
110
de coliforme total em desconformidade com a Portaria, enquanto que a Tabela
6.2 faz referência ao percentual de amostras analisadas que apresentaram
resultados de desconformidades. A Figura 35 apresenta os recortes extraídos
das referidas tabelas constantes no PLANSAB, onde é possível constatar as
divergências.
Figura 35 – Divergências das definições do indicador A4 constantes no PLANSAB.
Recorte extraído da Tabela 6.1 do PLANSAB
Recorte extraído da Tabela 6.2 do PLANSAB
Fonte: Elaborado pelos autores.
Ainda sobre o indicador A4, outras inconsistências são apontadas pelo Relatório
de Avaliação Anual. A Portaria nº 2.914/2011 do MS determina que o controle
das amostras seja realizado mensalmente por sistema de distribuição, enquanto
que o PLANSAB indica que o controle seja anual e os dados do SISÁGUA,
utilizados na sua avaliação, sejam tabulados por município. O referido Relatório
também recomendou a alteração do indicador A4, considerando que a avaliação
dos resultados seja em termos de presença do grupo e-coli.
Como referência para classificação dos seus indicadores correlacionados aos do
PLANSAB, a ARIS utilizou as metas deste para a região Sul, conforme pode ser
visualizado no Quadro 15.
111
Quadro 15 – Indicadores adotados pela ARIS e metas do PLANSAB para a região sul do País
Indicador Ano Sul
A2 Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]
2010 98
2018 100
2023 100
2033 100
A4 Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11) no ano / Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída no ano
2018
(1) 2023
2033
A6 Índice de perdas de água na distribuição (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água consumido) / Vol. de água disponibilizado) [SNIS 2010]
2010 35
2018 33
2023 32
2033 29
E4 Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado) [PNSB 2008]
2008 59
2018 73
2023 80
2033 94
Nota: (1) Para o indicador A4 foi prevista a redução dos valores de 2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/11, do MS, em 15%, 25% e 60% nos anos 2018, 2023 e 2033, respectivamente.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Observe-se que as metas estabelecidas pelo PLANSAB necessitam ser
revisadas, pois os cenários econômicos previstos pelo mesmo não se
configuraram.
Quanto à parametrização dos indicadores de desempenho empregada, a ARIS
propôs a classificação em cores, considerando o estímulo à participação social,
especialmente quanto à facilidade que o usuário terá de entender a informação.
Para tanto, a Agência indicou os intervalos e limites quantitativos para cada um
dos indicadores, os quais foram divididos em níveis distintos, “Ideal”,
“Satisfatório”, “Insatisfatório” e “Não Informado”, representados por diferentes
cores (Figura 36). Na referida figura, apresentam-se também alguns
comentários.
112
Figura 36 – Metodologia de parametrização dos indicadores da ARIS
Comentário: Questiona-se a proposição do cenário adotado, haja vista que os cenários previstos pelo PLANSAB não se configuraram.
Comentário: Conforme o mencionado, os valores médios encontrados para o Estado estão, geralmente, abaixo do padrão nacional ou regional, e portanto, pode não ser o mais adequado adotar o SNIS do Estado como referência.
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
Constata-se que essa metodologia de parametrização por cores propicia a
regulação por exposição, ou seja, pela comparação de desempenho e
divulgação ostensiva dos resultados (regulação Sunshine).
O Quadro 16 apresenta os indicadores da ARIS divididos em categorias, com
os equivalentes indicadores presentes no PLANSAB, bem como a referência
utilizada para as faixas de classificação dos mesmos.
113
Quadro 16 – Indicadores da ARIS e correspondente referência utilizada para classificação
Dimensão Indicador
(ARIS/SNIS)
Indicador Correspondente
(PLANSAB)
Referência Utilizada p/ Faixa de Classificação
Contexto
IN020
IN001
IN053
IN043
ARIS
ARIS
ARIS
ARIS
Eficiência
IN049
IN102
IN060
IN026
IN008
A6 PLANSAB
ARIS
ARIS
ARIS
ARIS
Econômico-
Financeiro
IN004
IN030
IN029
ARIS
ARIS
ARIS
Qualidade
IN009
IN011
IN084
IN082
ARIS
ARIS
A4 PLANSAB
ARIS
Universalização
IN023
IN024
IN016
A2 PLANSAB
ARIS
E4 PLANSAB
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
Já o Quadro 17 mostra os intervalos de referências adotados pela ARIS para
todos os indicadores do sistema, exceto para os econômico-financeiros, por
razões já expostas.
114
Quadro 17 – Indicadores da ARIS e respectivos intervalos de referência
Indicador Descrição Unid Intervalos de referência
IN020 Extensão da Rede de Água por
Ligação m/ligação Não referenciado
IN001 Densidade de Economias de Água
por Ligação economia/
ligação Não referenciado
IN053 Consumo Médio de Água por
Economia (m³/mês)/ economia
Não referenciado
IN043 Participação das Economias
Residenciais de Água no Total das Economias de água
% Não referenciado
IN049 Índice de Perdas na Distribuição %
IN102 Índice de Produtividade de Pessoal
Total ligação/
empregado
IN060 Índice de Despesa por Consumo de
Energia Elétrica nos Sistemas de Água e Esgotos
R$/KWh
IN026 Despesa de Exploração por m³
Faturado R$/m³
IN008 Despesa Média Anual por
Empregado R$/
empregado
IN009 Índice de Hidrometração %
IN011 Índice de Macromedição %
IN084 Incidência das Análises de
Coliformes Totais Fora do Padrão %
IN082 Extravasamentos de Esgotos por
Extensão de Rede extrav./Km
IN023 Índice de Atendimento Urbano de
Água %
IN024
Índice de Atendimento Urbano de Esgoto em Relação ao
Atendimento com Abastecimento de Água
%
IN016 Índice de Tratamento de Esgoto %
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
115
Em função dos aspectos já abordados, especialmente sobre as metas do
PLANSAB para o sul do País e sobre o SNIS para o Estado de Santa Catarina,
essas referências utilizadas para a faixa de classificação dos indicadores podem
ser aperfeiçoadas. A própria Agência, nas considerações finais da metodologia,
reconhece a importância e a dificuldade quanto ao estabelecimento dos
parâmetros de avaliação dos indicadores. Segundo a Agência, por mais que se
tente obedecer a critérios técnicos, sempre é necessário instituir julgamentos
subjetivos, os quais terão impacto sobre as conclusões (ARIS, 2016b).
Critérios de avaliação
A ARIS propõe em sua metodologia que a avaliação seja feita anualmente e que
a apresentação seja realizada através de série histórica, onde deverá ficar
evidenciado a evolução no tempo até o ano de referência. A metodologia
proposta pela Agência busca também estabelecer estudos de benchmarking,
onde poderão ser comparados os indicadores de outros municípios, estados,
sistemas e do País. Assim, ao se concluir a análise dos indicadores, pretende-
se construir uma matriz na qual estarão apresentados os resultados das
comparações e da evolução dos indicadores, permitindo assim a avaliação do
desempenho da Prestação dos Serviços. O Quadro 18 apresenta exemplo de
matriz de resultados de avaliação do desempenho da prestação de serviços
proposta pela ARIS.
Identifica-se, nessa análise, a necessidade de se trabalhar nas formas de
divulgação ao usuário, ou seja, como essa informação deve chegar de forma
clara e simples ao mesmo. Sendo assim, talvez o número de 19 indicadores
(incluindo os indicadores econômico-financeiros) seja extenso para a divulgação.
Ou seja, o sistema até pode ter uma quantidade maior de indicadores, mas
recomenda-se trabalhar com uma quantidade mais reduzida na divulgação.
Observa-se que a ADERASA também trabalha nessa linha.
Deve-se refletir também, sobre a inclusão dos indicadores do PMSB nessa
comunicação. Além disso, há possibilidade de melhorias no processo de
comparação por sistemas, podendo ser analisado a pertinência de se adotar
comparações por porte de sistemas, por natureza jurídica do prestador, etc.
116
Quadro 18 – Exemplo de matriz de resultados de avaliação do desempenho da prestação de serviços proposta pela ARIS
Legenda:
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
117
Na metodologia proposta pela ARIS, consta a proposição da criação de um
ranking de classificação, onde são listados os municípios e atribuída uma
pontuação. O critério para pontuação estabelecido é o seguinte:
‒ Indicador verde (ideal) = 3 pontos;
‒ Indicador amarelo (satisfatório) = 1 ponto;
‒ Indicador vermelho (insatisfatório) = 0 ponto;
‒ Indicador não informado = -1 ponto.
A maior pontuação atingida será 39 pontos (13 indicadores x 3 pontos), pois dos
19 indicadores, 6 não possuem classificação. A Tabela 2 mostra um ranking de
classificação a ser adotado pela ARIS.
Tabela 2 – Exemplo de ranking dos 10 municípios com maior pontuação na prestação dos serviços
Posição Pontos Município Prestador
1º 39 A Autarquia
2º 37 B Companhia Estadual
3º 33 C Concessionária Privada
4° ... ...
5º ... ...
... ... ...
... ... ...
176º ... ...
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
Observa-se que o critério de pontuação estabelecido pode não ser justo, pois há
indicadores mais relevantes do que outros. Por exemplo, considerar a mesma
pontuação para índice de atendimento e macromedição não é razoável.
Recomenda-se o estabelecimento de ponderações.
De forma a incentivar os prestadores a ARIS definiu, ainda, limites de
pontuações onde os mesmos serão certificados, atribuindo-se-lhes um selo de
conformidade, semelhante ao sistema de premiação do PNQS. Em função de
estudos já aplicados, a Agência propõe a aplicação das seguintes faixas para
classificação no primeiro ano de avaliação dos indicadores (Figura 37).
118
Figura 37 – Faixa de classificação para certificação dos prestadores de serviços
Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).
Em resumo, da análise da Resolução Normativa ARIS 008/2016 e da
Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho (anexo da
Resolução), identifica-se as seguintes necessidades:
1. Revisão dos valores de referência para os indicadores de avaliação dos prestadores de serviços regulados;
2. Revisão do nível de agregação do indicador: por sistema e por município, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;
3. Revisão da cesta de indicadores adotados pela ARIS;
4. Revisão da Resolução Normativa ARIS 008/2016 e da metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho
Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS – SISARIS
A ARIS desenvolveu ainda o Sistema de Informações Sobre Saneamento da
Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (SISARIS). Segundo o
Relatório Anual da ARIS 2014 (ARIS, 2014), trata-se de um Sistema constituído
pelos seguintes módulos: qualidade de água (SAA), esgotamento sanitário
(SES), resíduos sólidos (SRS), plano municipal de saneamento básico e
contratos de concessão e de programa (PMSB), banco de indicadores (SIS) e
sistema de drenagem urbana (SDU). No momento, estão em operação os
módulos SAA, SES, SRS e PMSB, sendo que nos três primeiros os dados são
alimentados pelo prestador e, desta forma, a partir do banco de dados são
realizadas as respectivas análises indiretas pela Agência.
119
No módulo Qualidade de água, o prestador informa mensalmente, de forma
obrigatória (INSTRUÇÃO/Diretor Geral nº 002/2012) os valores dos parâmetros
básicos referentes à qualidade da água, bem como outros dados operacionais
relevantes sobre os sistemas operados.
Anteriormente, o preenchimento dos dados do SISARIS ocorria em planilhas
eletrônicas (excel). Essas planilhas eram compostas por formulários de
preenchimento semestral e mensal. Semestralmente o Prestador de Serviços
informava dados do responsável pelo preenchimento, informações gerais do
prestador que opera o SAA e dados operacionais do SAA. Em seguida, o
Prestador preenchia os dados que descreviam o manancial, o sistema de
abastecimento de água e o tipo de tratamento de água. Por fim, informava dados
de monitoramento de mercúrio e agrotóxicos. Já o formulário de entrada de
dados mensais era composto de informações que permitiam realizar o
monitoramento da qualidade da água do SAA, através dos parâmetros
estabelecidos pela Portaria 2.914/11 do MS.
Posteriormente, as planilhas eletrônicas foram substituídas pelo módulo
qualidade de água do SISARIS, em uma plataforma de fácil acesso e com
configuração amigável. A Figura 38 e a Figura 39 mostram a aparência de
algumas telas do Sistema.
Ainda de acordo com o Relatório Anual da ARIS 2014, todos os municípios
consorciados são fiscalizados mensalmente, de forma indireta, através de
consultas ao banco de dados SISARIS.
A ARIS informou que se encontra em fase de teste o módulo de indicadores, o
qual reunirá aqueles selecionados pela Agência no Anexo I da Resolução
Normativa ARIS 008/2016, bem como aqueles que forem recomendados pelo
Projeto Regulasan19.
19 Reunião realizada na ARIS em 05 de dezembro de 2016, com a presença do corpo técnico da Agência e Consultor da Ação VI, para apresentação dos sistemas de informações utilizados ou em fase de desenvolvimento pela Agência.
120
Figura 38 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – escolha do SAA
Fonte: ARIS (2015).
121
Figura 39 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – parâmetros de qualidade de água
Fonte: ARIS (2015).
122
5.2 AGERSA
A Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de
Cachoeiro de Itapemirim – AGERSA foi a primeira agência municipal de
regulação criada no Brasil, através da lei municipal nº 4.798/99, inicialmente com
o objetivo de regular os serviços de Saneamento. Posteriormente, tornou-se
multisetorial20 pela lei municipal nº 5.807/05, passando a regular os transportes,
os espaços públicos, resíduos sólidos, a iluminação pública, a propaganda e
publicidade. Portanto, a AGERSA possui a finalidade de promover a regulação,
o controle e a fiscalização dos serviços de saneamento concedidos, permitidos,
autorizados ou operados diretamente pelo Poder Público municipal21.
O prestador de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no
município de Cachoeiro do Itapemirim é a empresa privada BRK Ambiental.
Conforme informado pela AGERSA, a empresa não possui sistemas de
indicadores para avaliação da qualidade e desempenho dos serviços prestados
no município. O uso de indicadores pelo referido prestador se dá apenas no
envio das informações anuais ao SNIS.
No que se refere especificamente à regulação dos serviços de saneamento
básico, a AGERSA também pauta sua atuação na observância do Plano
Municipal de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (PMAE),
estabelecido por meio do Decreto Municipal nº 22.382/11. Quanto aos
normativos publicados, identificam-se cinco aplicáveis aos serviços de
saneamento básico (Figura 40), dos quais apenas dois (Portaria n° 036/02 e
Resolução 001/2016) estão relacionados ao exercício da regulação da
qualidade. Ainda assim, esses dois únicos normativos pouco acrescentaram às
disposições do Edital de Concorrência Pública nº 06/97, do Contrato de
Concessão nº 02/98 e do PMAE. A referida figura apresenta também os
normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan22.
20 Apesar da previsão legal, a atuação multisetorial da AGERSA não se consolidou. 21 Adaptado da página institucional da AGERSA, disponível em http://agersa.es.gov.br/2016/agersa-quem-somos.asp, acesso em 26 de novembro de 2016. 22 Os normativos criados/revisados no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.
123
Figura 40 – Normativos publicados pela AGERSA e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan
2002
PORTARIA Nº 036/02
Estabelece procedimentos para regular a
imposição de penalidades a
concessionária dos serviços de
saneamento, referentes às infrações
apuradas. Estabelece, ainda, prazos para
a prestação de informações e o
atendimento de solicitações dos clientes
e da AGERSA, além de regras para ação
em casos como interrupção de serviços.
PORTARIA Nº 037/02
Dispõe sobre o procedimento nas
reclamações de usuários dos serviços de
saneamento e dá outras providências.
2015
Resolução 004/2015
Dispõe sobre os prazos para
leitura do consumo na
prestação de serviços de
abastecimento de água e
esgotamento sanitário
regulados pela Agência.
2016
Resolução 003/2015
Dispõe sobre a classificação e a
comunicação de obras e de
eventos relevantes na prestação
de serviços de abastecimento
de água e esgotamento
sanitário regulados pela
Agência.
Resolução 001/2016
Dispõe sobre procedimentos
para prestação e
transferência de informações
periódicas e eventuais nos
serviços públicos de
abastecimento de água e
esgotamento sanitário do
município de Cachoeiro de
Itapemirim, e dá outras
providências.
2017 (REGULASAN)
Normativos criados/revisados no âmbito do
REGULASAN
‒ Condições gerais a serem observadas na
prestação e utilização dos SAA e SES;
‒ Condições gerais para os procedimentos de
fiscalização na prestação dos SAA e SES;
‒ Penalidades; e
‒ Procedimentos da Ouvidoria;
Normativos criados/revisados no âmbito do
REGULASAN
‒ Condições para aplicação de reajuste das
tarifas; e
‒ Condições e procedimentos para a revisão
tarifária.
Fonte: Elaborado pelos autores.
124
A seguir, procede-se com a análise desses dois normativos com foco nos
aspectos relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização
indireta.
Portaria 036/02
A Portaria n° 036 da AGERSA (AGERSA, 2002a), publicada em 15 de outubro
de 2002, aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades à
concessionária dos serviços de saneamento, referentes às infrações apuradas.
Para tanto, está estruturada em três títulos, os quais tratam de penalidades,
procedimentos e disposições finais, além de três anexos que estabelecem
prazos para a prestação de informações e o atendimento de solicitações dos
clientes e da AGERSA e regras para ação em casos como interrupção de
serviços (Anexo I), modelos de Termos de Notificação (Anexo II) e Auto de
Infração (Anexo III).
O Título I estabelece penalidades para as infrações às disposições legais e
contratuais relativas a prestação de serviços, implantação e operação de
instalações de água e esgoto. As penalidades previstas são advertência, multa,
embargo de obras, interdição de instalações, intervenção administrativa,
caducidade da concessão e declaração de inidoneidade. Em seu primeiro
capítulo, há disposições sobre as infrações e as sanções, enquanto que o
segundo estabelece critérios para fixação das penalidades. Algumas infrações e
sanções pertinentes à fiscalização indireta são observadas no primeiro Título:
Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de advertência,
o fato de:
[...]
VI - não encaminhar à AGERSA, nos prazos estabelecidos e
segundo instruções específicas, dados estatísticos sobre a
produção, comercialização e consumo próprio de água e
esgoto;
[...]
Art. 3°
125
Observa-se em todos incisos transcritos a vinculação de prazos, instruções e
regulamentos específicos para cada caso. Quantos aos prazos, estes são
estabelecidos no Anexo I dessa Portaria.
Quanto às instruções e regulamentos específicos para cada caso, identifica-se
a Resolução 001/2016 que estabelece procedimentos para o fornecimento de
informações sobre a qualidade da água tratada e distribuída e a qualidade do
esgoto tratado, bem como para a elaboração de relatório parcial de concessão.
Tal resolução é analisada mais adiante.
Já o Título II dispõe sobre os procedimentos e está organizado em três capítulos.
O primeiro trata da ação fiscalizadora, a qual será consubstanciada em relatório
de fiscalização através de Termo de Notificação. Os procedimentos
estabelecidos para a ação fiscalizadora abordam apenas os aspectos
Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de multa do
Grupo I, o fato de:
[...]
V - não encaminhar à AGERSA, nos prazos estabelecidos e
conforme previsto nos regulamentos específicos, indicadores
utilizados para a apuração da qualidade do fornecimento de
água tratada;
[...]
Art. 4°
Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de multa do
Grupo II, o fato de:
[...]
IV - não manter registro atualizado dos dados utilizados para
apuração dos índices de qualidade do fornecimento de água
tratada e coleta e tratamento de esgoto, continuidade e
conformidade, segundo definido nos regulamentos
específicos, com a anotação, quando for o caso, das causas,
dos períodos de duração e das providências adotadas para a
solução do problema;
[...]
Art. 5°
[...]
4. Até 30 (trinta) dias corridos – Fornecimento de indicadores da
qualidade da água;
[...]
6. Relatórios com dados estatísticos sobre a produção,
comercialização e consumo próprio de água e esgoto – envio
trimestral à AGERSA;
[...]
ANEXO I
126
relacionados à fiscalização direta. A mesma observação é válida para o capítulo
II que trata do processo administrativo punitivo e para o capítulo III que trata dos
recursos.
O Título III apresenta as disposições finais e, em seguida, são apresentados os
Anexos.
Resolução 001/2016
A Resolução 001 (AGERSA, 2016) foi publicada em 27 de abril de 2016 e dispõe
sobre os procedimentos para prestação e transferência de informações
periódicas e eventuais nos serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim e dá outras
providências.
A Resolução em questão está organizada em cinco capítulos. O primeiro deles
é introdutório e trata, portanto, das disposições iniciais. O segundo e o terceiro
estabelecem, respectivamente, os procedimentos para o fornecimento das
informações periódicas e eventuais. O quarto capítulo trata das infrações e o
quinto faz o encerramento apresentando as disposições finais. A Resolução
ainda contém dois anexos, a saber: Anexo I, o qual apresenta modelos para a
apresentação dos resultados das análises físico-químicas e dos exames
bacteriológicos no relatório mensal da qualidade da água tratada e distribuída e
Anexo II, que apresenta manual para a elaboração do relatório parcial da
Concessão.
Os procedimentos para prestação e transferência de informações periódicas
estabelecidas no Capítulo II, abrangem as informações sobre a qualidade da
água tratada e distribuída, a qualidade do esgoto tratado e o relatório parcial de
concessão.
O prazo estipulado para o envio de relatórios mensais, sobre a qualidade da
água tratada e distribuída e sobre a qualidade do esgoto tratado, é até o 20º dia
após o encerramento do mês de referência (art. 3º).
127
Os arts. 4o e 5o abordam, respectivamente, os conteúdos dos relatórios mensais
da qualidade da água tratada e distribuída e da qualidade do esgoto tratado.
Como aspecto positivo, destaca-se a obrigatoriedade da apresentação discriminada por cada sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Observa-se que essa especificação está diretamente relacionada à unidade de planejamento, a qual deve compreender o menor nível possível, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho.
Quanto ao relatório parcial de concessão, o art. 7o estabelece o envio trimestral
à AGERSA até o 20º (vigésimo) dia após o encerramento do trimestre de
referência. Estabelece ainda, que o mesmo deverá apresentar um diagnóstico
das atividades e dos resultados da prestação dos serviços públicos de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário no município de Cachoeiro
de Itapemirim, contemplando, obrigatoriamente, informações referentes aos
investimentos executados para a realização das metas previstas
contratualmente referentes aos aspectos operacionais e comerciais da
prestação dos serviços, bem como às demais atividades correlatas realizadas
pela Concessionária dos Serviços no trimestre de referência, devendo o relatório
ser elaborado conforme os termos descritos no Anexo II.
O art. 8o dispõe sobre o processo de validação das informações fornecidas pela
Concessionária dos Serviços:
De fato, mesmo necessitando de aperfeiçoamentos, a Resolução 001/2016 da
AGERSA é uma tentativa de normatização da avaliação da qualidade e do
desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
através da fiscalização indireta. Essa resolução necessita e pode ser melhorada,
por exemplo, no que tange a utilização dos indicadores de desempenho. Nesse
O processo de validação das informações fornecidas pela
Concessionária dos Serviços poderá se constituir de:
I - Compilação e validação cruzada dos dados fornecidos,
além de análises de consistência histórica e de informações
de outros setores relacionados ao saneamento;
II - Esclarecimento de dúvidas junto ao prestador de serviços;
e
III - Realização de auditorias junto à concessionária para a
verificação da confiabilidade da informação recebida.
Art. 8°
128
sentido, ao analisar o Anexo II, observa-se o conteúdo a constar no relatório
parcial da concessão, o qual deverá conter, segundo o manual:
Informações referentes a investimentos;
Aspectos operacionais e comerciais, tais como: dados e indicadores do
SIMSA (Sistema Municipal de Informação em Saneamento), relatório de
ocorrências operacionais, relatório de atendimento comercial, relatório de
arrecadação por serviços cobrados e de multas aplicadas, gestão
comercial e controle de perdas, consolidação das informações
apresentadas nos relatórios mensais de qualidade da água tratada e do
esgoto tratado correspondentes ao trimestre de referência, relatório
quantitativo e qualitativo do rio Itapemirim e relatório de qualidade de
produtos;
Programas desenvolvidos e apoiados com informações atualizadas do
Programa Tarifa Social.
Todo o conteúdo constante no manual do Anexo II apresenta a descrição básica
dos aspectos elencados e observa-se a ausência, principalmente, do
detalhamento metodológico para apresentação dos indicadores. Não se verifica,
por exemplo, a definição de quais informações e indicadores deverão ser
considerados.
Nesse contexto, ressalta-se que a Agência havia iniciado a elaboração de uma
resolução para avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta
por meio de indicadores. Porém, tal instrumento foi suspenso em função do
projeto do presente trabalho. Essa minuta é objeto de análise a seguir.
Minuta de Resolução sobre Avaliação da Qualidade e do Desempenho
Trata-se de minuta de resolução que estabelece os procedimentos e as
responsabilidades da prestação e da transferência de dados e indicadores a
serem fornecidos pelo prestador dos serviços públicos de abastecimento de
129
água e esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim para a
regulação técnica dos serviços.
A minuta está organizada em sete capítulos, sendo o primeiro introdutório, o qual
apresenta as disposições iniciais da Resolução.
O segundo capítulo trata dos dados e indicadores utilizados para monitoramento,
avaliação e fiscalização das condições da prestação dos serviços públicos de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário regulados pela AGERSA, os
quais irão compor o Sistema Municipal de Informação em Saneamento – SIMSA.
O parágrafo único do art. 2o remete ao Anexo I, informando conter neste a
listagem dos dados e indicadores adotados pela AGERSA, bem como as
terminologias e códigos utilizados, descrições, abrangência, unidade de medida,
fórmula de apuração e periodicidade de prestação.
O art. 4o dispõe sobre a organização dos dados e dos indicadores, estando estes
dispostos em três dimensões: operacionais, qualidade e econômicos e
financeiros.
Já o art. 5o estabelece que a unidade espacial básica dos dados e indicadores
será o município. Primeiramente, observa-se divergência com a Resolução n°
001/2016, a qual define que os dados referentes à qualidade da água tratada e
distribuída e esgoto tratado seja por sistemas.
Além disso, cabe questionar a unidade de planejamento adotada nessa minuta,
pois o município contém sete sistemas produtores de água e onze sistemas de
esgotamento sanitário, que atendem à sede e diversas localidades, conforme
mostrado no desenho esquemático da Figura 41. Portanto, trabalhar com dados
e indicadores que refletem a situação global do município, diante da quantidade
significativa de sistemas existentes, não representará a situação real do
município. Ademais, valores atribuídos de forma ponderada podem mascarar
inadequações nas outras localidades.
130
Figura 41 – Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário existentes em Cachoeiro do Itapemirim
Nota: Informações confirmadas pela AGERSA.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Legenda: SAA: Sistema de Abastecimento de Água; SES: Sistema de Esgotamento Sanitário.
131
Em seguida, tem-se o terceiro capítulo com disposições sobre o fornecimento
dos dados e indicadores. Conforme disposto no art. 6o, o envio dos dados e os
indicadores calculados devem ser realizados em informes trimestrais.
As experiências existentes em âmbito nacional e internacional adotam,
geralmente, um ano para o período de referência. O período de um ano se
apresenta mais razoável, proporciona custo adequado de aquisição e
processamento de dados e comunicação, além de facilitar o processo de
avaliação por comparação (benchmarking) com a maioria dos prestadores de
serviços que também adotam esse período. Porém, é importante atentar para a
periodicidade expressa nas metas dos contratos de prestação dos serviços.
Além disso, na maioria dessas experiências estudadas, cabe ao prestador
apenas o fornecimento dos dados, e ao regulador o cálculo dos indicadores. Da
forma como exposto na minuta da resolução, o sistema de indicadores ficaria
todo centralizado no prestador de serviços, cabendo ao regulador apenas sua
validação.
O sétimo capítulo da minuta é compreendido pelos art. 8o, 9o e 10, os quais
estabelecem os objetivos da utilização dos dados e dos indicadores pela
AGERSA e o processo de validação. Quanto a este último, apresenta-se a
transcrição do art. 9o:
O prestador dos serviços deverá enviar à AGERSA os dados e os
indicadores calculados conforme descrições, equações e unidades
definidas no Anexo I em informes trimestrais, até o 35º (trigésimo
quinto) dia após o encerramento do trimestre de referência.
Parágrafo único. Os dados e indicadores deverão ser apresentados à
AGERSA junto ao Relatório Parcial da Concessão em via impressa, na
forma de quadros, e em meio digital, na forma de planilha aberta.
Art. 6°
O processo de validação dos dados e indicadores fornecidos pelo
prestador dos serviços poderá se constituir de:
I - Compilação e validação cruzada dos dados e informações
fornecidos, além de análises de consistência de séries
históricas e de informações de outros setores relacionados ao
saneamento;
II - Esclarecimento de dúvidas junto ao prestador de serviços;
e
III - Realização de auditorias junto ao prestador para
verificação da confiabilidade da informação recebida.
Art. 9°
132
Tal processo de validação pode ainda ser complementado por outros elementos,
tais como:
Análise documental para avaliar se os dados são consistentes com as definições regulatórias;
Entrevistas, quando necessárias, com empregados responsáveis para avaliar o entendimento deles no processo;
Análise dos sistemas de informação para avaliar se produzem informação de acordo com as definições regulatórias. Quando necessário procede-se à:
‒ Análise de requisitos do sistema de informação; e
‒ Verificação das fórmulas de cálculo utilizadas para gerar a informação
regulatória.
Análise dos mecanismos de controle de qualidade (tais como ouvidoria e auditorias internas) dos dados;
Identificação de mudanças nas informações enviadas ao Regulador e procedimentos documentais que podem indicar que a exatidão e a confiabilidade dos dados variam significativamente no tempo de análise;
Fiscalização direta.
Na sequência, vem o quinto capítulo que trata da divulgação. Os art. 11 e 12 são
mostrados a seguir:
Há possibilidade de se propor melhorias quanto à divulgação dos indicadores,
tais como: estabelecimento de formas e critérios para comunicação à população
e forma de controle social (apresentação dos níveis de satisfação dos
indicadores por cores, por exemplo).
As informações dos indicadores são públicas e acessíveis a todos,
devendo ser publicadas por meio da página da AGERSA na internet. Art. 11.
Anualmente, até o mês de junho de cada ano, a AGERSA divulgará
Relatório Anual da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água
e de Esgotamento Sanitário, devendo constar resumo dos principais
indicadores avaliados e sua relação com a qualidade dos serviços
prestados.
Parágrafo único - O Relatório Anual da Prestação dos Serviços
de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário deverá
ser redigido em linguagem clara e acessível.
Art. 12.
133
É possível definir intervalos de referências para cada indicador, semelhante ao
proposto pela ARIS e já implementado por entidades reguladoras nacionais e
internacionais.
O capítulo seis trata das infrações, vinculando-as às previsões estabelecidas na
Portaria AGERSA n. 036/02, já analisada anteriormente, e por fim, são
apresentadas as disposições finais no sétimo capítulo.
A minuta da resolução é composta pelo anexo denominado Guia de Dados e
Indicadores do Sistema Municipal de Informação em Saneamento – SIMSA.
A primeira parte do referido Guia é composta pelo Quadro 1, o qual estabelece
os dados que compõem o Sistema. São 223 dados compreendendo informações
gerais, operacionais, econômico-financeiros e qualidade. Verifica-se, que para
alguns dados, adota-se como unidade espacial o município e, para outros, são
adotados os sistemas. Por exemplo, para a quantidade de ligações ativas de
água (DA102), é adotado o município como unidade espacial. Já para a
quantidade de economias ativas de água (D105) são adotados os sistemas de
abastecimento de água. Conforme já exposto sobre a unidade de planejamento,
é recomendável que todos os dados e indicadores tenham os sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário como a menor unidade de
planejamento. Principalmente, em se tratando de município caracterizado pelos
diversos sistemas existentes, onde situações de ponderações, ao considerar
análise global, poderão mascarar situações inadequadas nos sistemas isolados.
Na segunda parte do anexo, é apresentado o Quadro 2, Guia de Indicadores,
organizados em três dimensões, a saber: operacional, qualidade e econômico-
financeiro. Apresenta-se no Quadro 19, a cesta de indicadores adotada pela
AGERSA, excluindo-se a dimensão econômico-financeira, por não fazer parte
da regulação técnica, foco do presente trabalho.
134
Quadro 19 – Cesta de indicadores prevista na minuta de resolução da AGERSA
Dimensão Indicadores
Operacional
IN101: População total atendida com abastecimento de água (habitantes)
IN102: População total atendida com esgotamento sanitário (%)
IN103: Índice de abastecimento de água da população urbana (%)
IN104: Índice de coleta de esgoto da população urbana (%)
IN105: Índice de tratamento de esgoto da população urbana (%)
IN106: Índice de perda de água no sistema de distribuição (IPD) da população urbana (%)
IN107: Índice de hidrometração (%)
IN108: Índice de micromedição (%)
IN109: Índice de macromedição (%)
IN110: Extensão da rede de água por ligação (m/ligação)
IN111: Densidade de economias de água por ligação (economias/ligação)
IN112: Consumo médio de água por economia (m³/trimestre/economia)
Qualidade
IN201: Índice de continuidade do abastecimento no sistema de distribuição de água (%)
IN202: Índice de economias ativas de água atingidas por descontinuidade do abastecimento no sistema de
distribuição (%)
IN203: Densidade de vazamentos de água (vazamento/ km)
IN204: Densidade de extravasamentos de esgoto (extravasamento/Km)
IN205: Índice de reclamações e comunicações de problemas (reclamações /1.000 ligações)
IN206: Duração média dos serviços executados (horas / serviço)
IN207: Índice de serviços executados fora do tempo máximo previsto (%)
IN208: Duração média do atendimento a clientes (minutos/atendimento)
IN209: Índice de análise de coliformes totais fora do padrão (%)
Fonte: Adaptado da minuta Guia de Dados e Indicadores do SIMSA.
135
Algumas observações referentes à minuta da cesta de indicadores da AGERSA
são efetuadas a seguir:
Verifica-se que as dimensões consideradas podem ser desmembradas.
Por exemplo, os indicadores IN101 a IN105 podem ser classificados como
indicadores de acesso. O IN106 pode ser classificado como indicador de
eficiência. Enfim, há possibilidades de melhorias considerando novas
dimensões e reclassificação de cada indicador, o que facilita tanto quem
alimenta o sistema com dados, como a interpretação pelos usuários finais;
Questiona-se a quantidade de indicadores que tratam do mesmo tema e
a ausência de outros que avaliam temas fundamentais. Por exemplo, têm-
se nessa cesta três indicadores (IN201, IN202 e IN203) que avaliam a
continuidade/descontinuidade no abastecimento. Ademais, trata-se de
indicadores cujas metodologias não são claras e a coleta de dados é de
difícil aquisição; e
Com relação à qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do MS (BRASIL,
2011) estabelece a necessidade de controle do grupo de coliformes e-coli,
sem tolerar qualquer nível de amostras fora do padrão, pois esse grupo
representa risco concreto à saúde humana. Portanto, recomenda-se
também a utilização de indicadores que avaliem os resultados em termos
de presença do grupo e-coli.
A terceira parte do Guia apresenta o glossário de dados e indicadores. Observa-
se que grande parte são comuns aos adotados pelo SNIS. Assim, caberá à
Agência o trabalho de validação desses dados e informações.
É importante analisar a compatibilização dos indicadores constantes nessa
minuta com aqueles considerados no PMAE do município de Cachoeiro do
Itapemirim. O Quadro 20 apresenta essa comparação, onde fica evidente a falta
de compatibilização entre ambos.
O PMAE do município estabelece ainda que alguns tópicos evolutivos e
temporais podem ser mais bem tratados no âmbito da Agência Reguladora da
prestação do serviço. Assim, são remetidos à definição e regramento pela
Agência, que deverá estipular metas temporais e evolutivas (PMAE, 2011).
136
Quadro 20 – Indicadores do PMAE e Indicadores da AGERSA/SIMSA
Indicadores PMAE Indicadores AGERSA (SIMSA) Comentários
Índice de abastecimento de água da população urbana (%)
IN103: Índice de abastecimento de
água da população urbana (%) Compatível
Índice de abastecimento de água da população total (%)
Indicador não
considerado no
SIMSA
Índice de coleta de esgoto da população urbana (%)
IN104: Índice de coleta de esgoto da
população urbana (%) Compatível
Índice de coleta de esgoto da população total (%)
Indicador não
considerado no
SIMSA
Índice de tratamento de esgoto sobre volume coletado (%)
IN105: Índice de tratamento de
esgoto da população urbana (%) Incompatível
Índice de perda de água no sistema de distribuição (IPD) médio do município (%)
IN106: Índice de perda de água no
sistema de distribuição (IPD) da
população urbana (%)
Incompatível
Qualidade da água distribuída Meta proposta: atendimento a legislação vigente
IN209: Índice de análise de
coliformes totais fora do padrão (%) Não há indicadores previstos no PMAE
Qualidade do efluente Meta proposta: atendimento a legislação vigente
IN209: Índice de análise de
coliformes totais fora do padrão (%)
Não há indicadores
previstos no PMAE
Fonte: Elaborado pelos autores com base no PMAE (2011) e na minuta Guia de Dados e Indicadores do SIMSA.
137
Em resumo, da análise da minuta da resolução normativa da AGERSA para
avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta por meio de
indicadores e do seu anexo (Guia de Dados e Indicadores do Sistema Municipal
de Informação em Saneamento – SIMSA), identificam-se as seguintes
necessidades:
1. Unificação da Resolução 001/2016 com a minuta da resolução de indicadores, através da revisão desta e do seu anexo;
2. Revisão do nível de agregação do indicador: por sistema, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;
3. Revisão do período de referência;
4. Proposição de padrões de referência para os indicadores; e
5. Revisão da cesta de indicadores adotados pela AGERSA.
5.3 AGEPAN
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul
– AGEPAN é uma entidade autárquica, criada pela lei estadual nº 2.363 de 19
de dezembro de 2001 com personalidade jurídica de direito público, patrimônio
próprio, autonomia técnica, administrativa e financeira, com sede e foro na
capital do Estado e prazo de duração indeterminado, vinculada à Secretaria de
Estado de Governo. Tem por atribuições a regulação e a fiscalização dos
serviços de interesse público de natureza econômica, de competência do Estado
de Mato Grosso do Sul e exerce, também, a função de mediação de conflitos
entre as operadoras delegadas e os usuários; e entre as próprias empresas dos
setores regulados23.
A Agência é multissetorial e atua nos seguintes serviços públicos: energia
elétrica, transporte rodoviário (intermunicipal, interestadual e internacional) de
passageiros, transporte nacional de cargas, gás canalizado, saneamento,
terminal hidroviário interior de Porto Murtinho.
23 Adaptado da página institucional da AGEPAN, disponível em http://www.agepan.ms.gov.br/institucional/sobre-a-agepan/, acesso em 6 de dezembro de 2016.
138
A atuação da AGEPAN na regulação dos serviços de saneamento básico ocorre
em sessenta e sete municípios do Estado de Mato Grosso do Sul (atendidos pela
concessionária estadual – Empresa de Saneamento de Mato Grosso do
Sul/SANESUL). Desses, quarenta e cinco municípios autorizaram, por lei
municipal, a delegação das atividades de regulação e firmaram com essa
Agência convênio de cooperação para a regulação e a fiscalização dos referidos
serviços nos termos previstos no Decreto Estadual nº 12.530/2008. Os outros
vinte e dois municípios são regulados pela AGEPAN por força do Decreto
Estadual nº 4.599/2014. O Quadro 21 apresenta a relação dos municípios
regulados pela AGEPAN.
139
Quadro 21 – Municípios regulados pela AGEPAN
Município Prestador Tipo de serviço
Natureza jurídica Informou
SNIS 2015? Água Clara SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Alcinópolis SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Amambaí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Anastácio SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Anaurilândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Angélica SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Antônio João SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Aparecida do Taboado SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Aquidauana SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Aral Moreira SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bataguassu SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Batayporã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bodoquena SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Bonito SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Brasilândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Caarapó SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Camapuã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Caracol SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Chapadão do Sul SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Coronel Sapucaia SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Corumbá SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Coxim SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Deodápolis SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Dois Irmãos do Buriti SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Douradina SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Dourados SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Eldorado SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Fátima do Sul SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Figueirão SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Guia Lopes da Laguna SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Iguatemi SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Inocência SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Itaporã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Itaquiraí SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ivinhema SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Japorã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Jardim SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Jateí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Juti SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Laguna Carapã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Maracaju SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Miranda SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Mundo Novo SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Naviraí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Nioaque SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Nova Alvorada do Sul SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Nova Andradina SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Novo Horizonte do Sul SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Paranaíba SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Paranhos SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Pedro Gomes SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ponta Porã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Porto Murtinho SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Ribas do Rio Pardo SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Rio Brilhante SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Rio Negro SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Rio Verde Mato Grosso SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Santa Rita do Pardo SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Selvíria SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Sete Quedas SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Sidrolândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Sonora SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Tacuru SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Taquarussu SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Terenos SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Três Lagoas SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Vicentina SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM
Fonte: Elaborado pelos autores.
140
A SANESUL possui um sistema de informações denominado SiiG – Sistema de
Informações Integradas Gerenciais da SANESUL, onde estão concentrados os
principais indicadores do Prestador, o qual é responsável pela concepção e
operação do Sistema, desde a coleta dos dados/informações até o cálculo dos
indicadores. Portanto, a AGEPAN já recebe os indicadores calculados pelo SiiG.
A Figura 42 mostra a planilha gerada pelo SiiG e enviada para a AGEPAN.
Observa-se que os indicadores do Sistema da SANESUL são os mesmos do
SNIS.
141
Figura 42 – Indicadores gerados pela SANESUL para a AGEPAN
Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.
142
Figura 42 – Continuação
Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.
143
Figura 42 – Continuação
Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.
144
As referências normativas publicadas para a atuação da AGEPAN na regulação
e fiscalização dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário consistem basicamente nas leis e decretos federais e estaduais
pertinentes à prestação desses serviços, em razão da reduzida produção
normativa própria por parte de tal Agência. A leitura da Figura 43, a qual
apresenta os normativos publicados pela AGEPAN (excetuados aqueles
relativos à homologação de tarifas), evidencia o limitado arcabouço normativo
aplicável à regulação e fiscalização dos serviços públicos de abastecimento de
água e esgotamento sanitário em Mato Grosso do Sul. Na referida figura são
apresentados também os normativos propostos no âmbito do projeto
Regulasan24.
24 Os normativos criados/revisados no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.
145
Figura 43 – Normativos publicados pela AGEPAN e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan
2006
PORTARIA Nº 54/2006
Ouvidoria: normas e
procedimentos.
2012 2016
PORTARIA Nº 92/2012
Dispõe sobre a classificação e a
comunicação de obras e de
eventos relevantes na prestação
de serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário
regulados pela Agência.
PORTARIA Nº 136/2016
Realização de Audiências
Públicas e Consultas Públicas
2017 (REGULASAN)
Normativos criados/revisados no âmbito do
REGULASAN
‒ Condições gerais a serem observadas na prestação e utilização dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para os procedimentos de fiscalização na prestação dos SAA e SES; ‒ Penalidades; ‒ Aprova as condições mínimas necessárias para a celebração de contratos especiais com grandes usuários pelo Prestador de Serviços Regulados pela Agepan; ‒ Aprova o Contrato de Adesão de Prestação dos SAA e SES prestados aos municípios submetidos a regulação da Agepan. Fonte: Elaborado pelos autores.
146
Não se verificam nas portarias elencadas aspectos relacionados à avaliação da
qualidade e do desempenho dos serviços, tanto de abastecimento de água como
de esgotamento sanitário através da fiscalização indireta por meio de
indicadores.
Ademais, observa-se que a experiência da AGEPAN com o uso de indicadores
se dá basicamente através de dois instrumentos, a saber:
SiiG – Sistema de Informações Integradas Gerenciais da SANESUL;
RAD – Relatório Anual de Desempenho.
Verificou-se que a AGEPAN possuía um Caderno de Encargos dos Contratos de
Saneamento-CADSan25 que continha as orientações editadas pela Agência com
objetivo de uniformizar as condutas dos operadores dos serviços, definindo as
obediências dos contratos de delegação, padronizando as informações
apresentadas pelos operadores, tornando-as rastreáveis, auditáveis e
reprodutíveis, disciplinando o cumprimento de prazos contratuais e modelando
a apresentação dos produtos que comprovem o cumprimento dos marcos
executivos contratuais.
No referido Caderno, constavam as seguintes instruções gerais para o envio dos
indicadores operacionais pela SANESUL:
Instruções de preenchimento:
i. Este formulário é mensal devendo ser apresentado até o 20º dia do mês subsequente ao mês de referência;
ii. As informações dos municípios e localidades devem ser segregadas em tantas planilhas eletrônicas quantas necessárias e em arquivos distintos;
[...]
25 “O Caderno de Encargos dos Contratos de Saneamento – CADSan, foi elaborado em 2014, mas não foi publicado. Apenas os Modelos A (Informações Operacionais) e B (RAD – Relatório Anual de Desempenho) foram implantados. A Diretoria de Saneamento Básico (DSB) da AGEPAN, criada em 2016, optou por criar um Arcabouço a partir das diretrizes e normativos a serem construídos através do Projeto Regulasan. Portanto, o CADSan deve ser olhado mais sob a ótica do que estava sendo discutido dentro da Câmara Técnica de Saneamento do que um documento já consolidado”. Informações prestada pela AGEPAN por email, em 14 de dezembro de 2016.
147
Conforme informado pela Agência, a SANESUL envia as informações
operacionais por distrito e as financeiras por município. Através do banco de
dados que está sendo criado, a Agência pretende consolidar as
informações/indicadores também por sistemas.
A AGEPAN também informou que os indicadores são calculados mensalmente
pelo Prestador de Serviços, mas o envio das planilhas tem ocorrido com dois
meses de atraso.
O outro instrumento utilizado pela AGEPAN baseado em indicadores é o
Relatório Anual de Desempenho (RAD). Basicamente, apresenta os mesmos
indicadores do SiiG, com a inclusão de informações referentes às metas
contratuais de atendimento e qualidade dos serviços.
Observa-se que há oportunidades de melhorias para a Agência no que concerne
a regulação e fiscalização da qualidade através da fiscalização indireta por meio
de indicadores de desempenho, quais sejam:
1. Elaboração de Norma para fiscalização indireta e metodologia para avaliação da qualidade e do desempenho através de indicadores. Apesar da Agência receber os indicadores do Prestador de Serviços e elaborar o RAD, não há normativo específico sobre a matéria;
2. Definição do nível de agregação do indicador: por sistema, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;
3. Proposição de uma cesta de indicadores para a fiscalização indireta dos SAA e SES; e
4. Proposição de padrões de referência para os indicadores.
148
6 PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS
No âmbito do Projeto Regulasan é proposto modelo de avaliação da qualidade
e desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
para cada Agência beneficiária (ARIS, AGEPAN e AGERSA).
Na presente publicação, apresenta-se, como exemplo, a base dos modelos
propostos, lembrando que para cada Agência beneficiária, esse modelo foi
adaptado respeitando as particularidades de atuação de cada Agência. Por
exemplo, a partir dessa base as Agências avaliaram a pertinência de cada
indicador proposto, discutindo-se a inclusão/exclusão de alguns indicadores de
acordo com a realidade local. Isto também se deu para os valores de referências
propostos e outros conceitos da metodologia, como a definição das unidades de
avaliação.
A partir destas considerações, apresenta-se, a seguir o manual do sistema de
avaliação da qualidade e desempenho dos serviços de abastecimento de água
e esgotamento sanitário proposto para as Agências beneficiárias.
6.1 MANUAL DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
O presente Manual reúne os conceitos e os procedimentos que devem ser
seguidos na aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho
dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário
regulados.
Primeiramente, cabe informar que a elaboração do presente Manual teve como
base os manuais consagrados de sistemas de avaliação, adotados por entidades
reguladoras em âmbito nacional (ARCE, RESOLUÇÃO nº 167/2013, Anexo I:
Manual de Indicadores de Desempenho) e internacional (ERSAR, Guia de
avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos
utilizadores, 2.ª geração do sistema de avaliação), além da própria
METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO
da ARIS, que compõe a Resolução Normativa nº 008/2016.
149
Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho
ESCOPO DA AVALIAÇÃO
O presente Manual é aplicável à regulação técnica dos serviços de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
ESTRUTURA
Tendo em conta os objetivos e perspectivas da avaliação, a estrutura elementar
do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho é definida por três
dimensões essenciais:
‒ Acesso: indicadores que caracterizam a Prestação de Serviços no que tange
as condições de acessibilidade aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário. Permitem analisar a tendência de universalização dos
serviços;
‒ Eficiência: indicadores que permitam a avaliação da eficiência do Prestador
de Serviços no município. São importantes para o estabelecimento de padrões
de desempenho; e
‒ Qualidade: caracterizam os produtos e os serviços ofertados no interesse dos
usuários relativos aos padrões adequados da prestação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Essas três dimensões agregam os diferentes Indicadores que compõem o
Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho apresentado no presente
Manual.
AGREGAÇÃO TERRITORIAL E FUNCIONAL
O Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho pressupõe a
individualização do cálculo por Unidade de Avaliação (Sistema) e por serviço
(abastecimento de água ou esgotamento sanitário) de modo a maximizar a
efetividade da análise e da comparação e melhor estimular a melhoria do
desempenho.
PERIODICIDADE
A periodicidade do processo de avaliação é estabelecida em função do
comportamento de cada informação ou variável, da sua importância e da relação
entre custos e benefícios resultantes do aumento da frequência da análise. Na
150
fixação da periodicidade é também considerada a volatilidade da informação ou
variável, isto é, se os dados evoluem de forma mais rápida (como é o caso das
análises de qualidade da água ou dos esgotos tratados nos sistemas) ou se têm
um comportamento mais lento (como no caso dos níveis de cobertura dos
serviços).
Assim sendo, distinguem-se dois tipos de análise no âmbito da aplicação do
presente Manual:
‒ Avaliação da Qualidade e do Desempenho: esta análise abrange o processo
completo de avaliação e será realizada numa base anual; e
‒ Monitoramento Regular: acompanhamento contínuo e análise independente e
individualizada de informações e indicadores, tendo em conta os objetivos fins e
a periodicidade da coleta das respectivas informações ou variáveis. Estas
análises abrangem o cálculo de indicadores específicos e têm periodicidade
mensal, em geral.
Poderão ser modificadas, acrescentadas ou suprimidas análises específicas no
âmbito do monitoramento regular em função das necessidades e circunstâncias
que eventualmente ocorram.
CARACTERIZAÇÃO GERAL
Como forma de enquadrar devidamente cada Unidade de Avaliação, são
preenchidas fichas introdutórias com informação geral sobre os serviços objeto
de avaliação. Nessas fichas são indicadas as principais características do
serviço em avaliação, sendo evidenciada a identificação do município titular e do
Prestador de Serviços em questão (designação oficial completa, nome do
contato responsável, telefones, endereços, e-mail, tanto para o Prestador de
Serviços como para o Titular), da tipologia dos serviços prestados
(abastecimento de água ou esgotamento sanitário) e também as respectivas
áreas de abrangência atendidas pelos sistemas.
INFORMAÇÕES E INDICADORES
Na aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho são
consideradas informações ou variáveis primárias e secundárias. As primeiras
são diretamente associadas ao cálculo de indicadores para o sistema de
151
avaliação, enquanto as segundas correspondem aos dados considerados
relevantes para as premissas da avaliação. No caso dos dados secundários,
devem ser de fonte oficial ou credível, de fácil verificação e devem ser
fundamentais para a interpretação dos resultados.
Ao Prestador de Serviços, como fonte principal de informação, compete coletar,
compilar e enviar à Agência Reguladora todas as informações ou variáveis para
cada sistema, conforme o caso e por município, respeitando as especificações
constantes do presente Manual e correspondendo ao período em avaliação.
Complementarmente, são considerados dados fornecidos por entidades
externas, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A fim de proporcionar o benchmarking a nível nacional, recomenda-se que as
informações e os indicadores, adotados no Sistema de Avaliação da Qualidade
e do Desempenho dos serviços públicos regulados de abastecimento de água e
esgotamento sanitário sejam os já existentes do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento – SNIS. Assim, os códigos das informações e
dos indicadores serão os mesmos adotados pelo referido Sistema Nacional.
Porém, em função de particularidades locais e eventuais necessidades da
Agência Reguladora no tocante à Regulação Técnica, poderão ser criadas
informações e indicadores próprios para atendimento a demandas específicas
da Agência.
Os códigos utilizados para cada indicador e para cada informação ou variável
primária, no âmbito da aplicação do presente Manual, são os apresentados na
Figura 44.
152
Figura 44 – Codificação de informações e indicadores
Fonte: Elaborado pelos autores.
FATORES EXPLANATÓRIOS
A análise e a interpretação dos Indicadores devem estar sempre
contextualizadas, sendo indispensáveis as considerações sobre os principais
fatores explanatórios associados a cada informação ou variável.
Em muitos casos, esses fatores causam impactos determinantes nos resultados
apresentados em seu desempenho. Por exemplo, há localidades em que a
geografia e a formação topográfica desfavorecem os sistemas, pois a utilização
da gravidade nas redes se torna inviável. Nestes casos, a utilização de energia
para movimentação de bombas torna-se a única opção para a efetiva distribuição
ou coleta dos sistemas de saneamento. Se isoladamente, comparando o
indicador de eficiência energética entre prestações de serviços, sem levar em
consideração as características topográficas dos sistemas em análise, pode-se
erroneamente interpretar a informação de uso excessivo de energia elétrica (se
medido em valores globais ou em custos por m³). Desta forma, poder-se-ia
constatar uma ineficiência do uso energético, sendo esta uma interpretação
equivocada.
Os fatores explanatórios a considerar podem ser:
- Externos: independentes de opções de gestão, por exemplo, clima,
sazonalidade, ocupação urbanística, topografia, etc.; ou
153
- Internos: ainda que sob domínio do Prestador de Serviços, são de difícil ou
lenta alteração, como a idade média da infraestrutura ou outras características
que gerem impactos importantes nos serviços prestados e na sua gestão.
Portanto, o Prestador de Serviços deverá estar atento a fatores que possam
configurar em alguma situação atípica de uma dada informação a ser utilizada
no âmbito do presente sistema de avaliação. Com efeito, observações
associadas a alguma informação excepcional, deverão ser preenchidas pelo
Prestador de Serviços a fim de que o Regulador possa ter ciência e considerá-la
quando da interpretação dos resultados dos indicadores.
COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO (BENCHMARKING)
Os Indicadores definidos permitem, desde logo, responder de forma assertiva
sobre a qualidade e o desempenho da prestação dos serviços em cada Unidade
de Avaliação ou unidade territorial ou operativa mais alargada.
Contudo, os Indicadores não devem ser encarados como o fim último do
processo de avaliação. Pelo contrário, para que a busca pela melhoria contínua
do desempenho seja efetiva, o seu cálculo e interpretação deve estar integrado
a um processo vasto de benchmarking que abranja as etapas de: i)
planejamento; ii) avaliação; iii) comparação; iv) estabelecimento de metas; v)
definição de planos de ação; e vi) implantação desses planos.
O Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho tem como propósito
não só fornecer resultados relevantes para o benchmarking, como também
impulsionar os Prestadores de Serviços para a sua prática. Nesse sentido, no
âmbito da Avaliação da Qualidade e Desempenho são efetuadas as seguintes
comparações:
- Evolutivas: comparação dos resultados da mesma Unidade de Avaliação em
diferentes períodos;
154
Figura 45 – Exemplo de comparação Evolutiva
Fonte: Elaborado pelos autores.
- Absolutas: comparação dos resultados de cada Unidade de Avaliação com
valores de referência;
Figura 46 – Exemplo de comparação Absoluta
Fonte: Elaborado pelos autores.
- Confinadas: comparação entre resultados de diferentes Unidades de Avaliação
que integram o Prestador de Serviços;
155
Figura 47 – Exemplo de comparação Confinada
Fonte: Elaborado pelos autores.
- Alargadas: comparação com outras congêneres nacionais e/ou internacionais.
Figura 48 – Exemplo de comparação Alargada
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os três primeiros tipos de comparação podem ser realizados para a totalidade
dos Indicadores definidos. Já as comparações alargadas são efetuadas apenas
para os Indicadores em que existam resultados conhecidos comparáveis, como
por exemplo, com indicadores do SNIS. Além disso, as comparações alargadas
devem ser realizadas, preferencialmente, entre prestadores de mesmo porte.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO
ETAPAS E ENCADEAMENTO
A concepção do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho dos
serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário impõe
a definição e o cronograma de novas etapas que terão, obrigatoriamente, de ser
respeitadas pelo Prestador de Serviços. Entre as principais etapas destacam-se:
a) Coleta e comunicação das informações ou variáveis;
156
b) Validação das informações ou variáveis;
c) Cálculo e interpretação dos Indicadores;
d) Análise da qualidade e do desempenho e das recomendações; e
e) Síntese e divulgação.
As referidas etapas, bem como o seu encadeamento, com vista à implantação
do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho são apresentadas na
Figura 49 e descritas nas seções a seguir.
Figura 49 – Processo de avaliação da qualidade e desempenho
Fonte: Adaptado do Manual de Indicadores da ARCE (ARCE, 2013).
No Quadro 22 é apresentado o fluxograma detalhado de todo o processo de
Avaliação da Qualidade e Desempenho.
157
Quadro 22 – Fluxograma do Processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho
(*) Nota: Informe anual até o final de fevereiro, informes mensais e trimestrais até vinte dias após o encerramento do período de referência.
Fonte: Adaptado do Manual de Indicadores da ARCE (ARCE, 2013).
COLETA E COMUNICAÇÃO DOS DADOS
O Prestador de Serviços é obrigado a enviar periodicamente as seguintes
informações:
- Informe mensal: com as informações de apuração mensal e frequência de envio
mensal, autonomeados para o total do município e Unidade de Avaliação cujos
serviços são prestados em até 20 dias após o encerramento do mês de
referência;
REGULADOR PRESTADOR
158
- Informe trimestral: com as informações de apuração mensal e frequência de
envio trimestral, autonomeados para o total do município e Unidade de Avaliação
em até 20 dias após o encerramento do trimestre de referência;
- Informe anual: até o final de fevereiro de cada ano, com todas as informações
relativas ao ano anterior, consolidadas e necessárias ao Sistema de Avaliação
da Qualidade e Desempenho, incluindo as informações de frequência de envio
mensal, trimestral e anual, autonomeados para o total do município e a Unidade
de Avaliação.
As ações de coleta e comunicação das informações obrigam às seguintes
atividades:
a) Coleta de todas as informações solicitadas relativas à operação dos serviços
propriamente dita, bem como os fatores que contextualizam o ambiente
(operacional) em que a localidade ou Unidade de Avaliação se insere.
b) Introdução das informações por meio eletrônico determinado pela Agência
Reguladora;
c) Definição dos fatores explanatórios que o próprio Prestador de Serviços
considere como melhor representativos de cada Unidade de Avaliação;
d) Envio à Agência Reguladora das referidas informações, bem como a seleção
dos fatores explanatórios mais relevantes e explicativos das informações
apuradas.
Note-se que toda a informação enviada deve ser expressamente reconhecida,
de forma oficial, pelo Prestador de Serviços.
VALIDAÇÃO DOS DADOS
A Agência Reguladora, durante o mês de março de cada ano procede à
validação formal das informações relativas ao informe anual que lhes são
enviados pelo Prestador de Serviços. Esta etapa compreende as seguintes
atividades:
a) A compilação e a validação das informações fornecidas pelo Prestador de
Serviços; e
159
b) O esclarecimento de dúvidas junto do Prestador de Serviços, designadamente
as referentes a insuficiências e incongruências das informações.
Este processo poderá ser desenvolvido na sede da agência ou através de
auditorias ao próprio Prestador de Serviços.
Por meio da atividade de fiscalização direta, a Agência Reguladora poderá, se
necessário, realizar a validação das informações enviadas pelo Prestador de
Serviços ao sistema de avaliação da qualidade e desempenho.
CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES
Após a recepção, e posterior validação das informações enviadas pelo Prestador
de Serviços, a Agência Reguladora tem a incumbência de desempenhar as
seguintes ações:
a) Calcular cada Indicador para cada Unidade de Avaliação e para o total do
Prestador de Serviços no município; e
b) Interpretar o resultado de cada Indicador, atendendo aos valores de referência
estabelecidos e aos fatores explanatórios (comparação absoluta).
ANÁLISE DE DESEMPENHO E RECOMENDAÇÕES
A análise da qualidade e do desempenho determinada pelo conjunto de
Indicadores representa uma das funções mais relevantes do processo. Esta
etapa será desenvolvida pela Agência Reguladora até o final do mês de abril de
cada ano e compreende os seguintes passos:
a) Análise da evolução dos Indicadores em cada Unidade de Avaliação
(comparação evolutiva);
b) Análise dos resultados de cada Unidade de avaliação com valores de
referência (comparação absoluta);
c) Análise dos resultados entre as Unidades de Avaliação no Prestador de
Serviços (comparação confinada);
d) Análise dos resultados em face de outros prestadores de serviços nacionais
ou internacionais (comparação alargada), se possível;
160
e) Apreciação das ações de melhoria, integradas no processo de benchmarking,
desenvolvidas pelo Prestador de Serviços no ano anterior e análise dos
respectivos resultados, abrangendo a apuração da correta adoção e implantação
pelo Prestador de Serviços de recomendações anteriores da Agência
Reguladora; e
f) Formulação de recomendações.
Na análise da evolução dos Indicadores são considerados os objetivos (targets)
que a Agência Reguladora defina como alcançáveis para cada Unidade de
Avaliação.
No sentido de tornar mais perceptível a Avaliação da Qualidade e Desempenho
para qualquer stakeholder, é adotada um sistema de classificação pictórico, que
abrange três níveis diferenciados em função da distância do resultado apurado
ao target definido, nos termos do Quadro 23.
Quadro 23 – Classificações e targets
Classificação Resultado Targets
Ideal
Satisfatório
Insatisfatório
Fonte: Elaborado pelos autores.
A classificação “Ideal” é atribuída aos indicadores que igualem ou superem o
target definido pela Agência Reguladora. A classificação como “Satisfatório” é
atribuída para o indicador que se situe abaixo do target definido como ideal e
igual ou superior ao target definido como Insatisfatório. Já a classificação como
“Insatisfatório” é atribuída para o indicador que esteja abaixo do target definido
como Insatisfatório.
Até o final do mês de abril de cada ano, a Agência Reguladora enviará para
apreciação do Prestador de Serviços o Relatório Preliminar para eventual
pronúncia em sede de contraditório.
161
Posteriormente, a Agência Reguladora analisa a eventual pronúncia do
Prestador de Serviços e introduz no processo de avaliação as alterações que
entender como justificativas válidas.
De modo a permitir a realização e o cumprimento de prazos desta etapa, o
Prestador de Serviços deve comunicar à Agência Reguladora, até final de maio,
ações de melhoria desenvolvidas assim como os resultados obtidos, além do
pronunciamento, em sede de contraditório, acerca de eventuais discordâncias e
observações quanto ao relatório preliminar.
Quando a aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho
tornar evidente a existência de lacunas e fragilidades nos serviços regulados,
são formuladas pela Agência Reguladora novas recomendações com o objetivo
de tornar o setor, mas, sobretudo, o Prestador de Serviços, cada vez mais
eficiente.
SÍNTESE E DIVULGAÇÃO
Como última fase do processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho, a
Agência Reguladora, durante o mês de junho, sintetiza em relatório os resultados
apurados e as conclusões alcançadas e procede, em seguida à sua publicação
e divulgação. Esta etapa é, essencialmente, de responsabilidade da Agência
Reguladora e envolve as seguintes atividades:
a) Elaboração do Relatório Anual de Avaliação da Qualidade e Desempenho, em
que se inclui a avaliação do desempenho individual de cada Unidade de
Avaliação e para o conjunto total do Prestador de Serviços no município, a
análise das evoluções e as demais comparações realizadas;
b) Envio do Relatório ao Prestador de Serviços; e
c) Divulgação do Relatório.
A divulgação do Relatório consiste no seu envio a todos os interessados,
incluindo a mídia, a imprensa e as organizações de defesa do consumidor. O
Relatório Anual de Avaliação da Qualidade e Desempenho é também objeto de
divulgação universal através do site da internet da Agência Reguladora.
No âmbito da divulgação dos resultados da Avaliação da Qualidade e
Desempenho, compete ao Prestador de Serviços enviar anualmente a todos os
162
Usuários, e em conformidade ao modelo a ser elaborado pela Agência
Reguladora, uma “Carta de Desempenho” contendo os resultados da avaliação
da qualidade de desempenho do Prestador de Serviços, em formato sintético,
com linguagem acessível e imagem apelativa. A “Carta de Desempenho” deve
ser enviada aos Usuários junto com a conta/fatura.
INFORMAÇÕES
VALIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
A qualidade das informações pode limitar ou fragilizar a aplicação de
Indicadores. Idealmente, o Prestador de Serviços submeterá de forma precisa e
confiável as suas informações, mas poderão ocorrer situações em que tal não
acontece. A etapa de análise da qualidade das informações integra a
metodologia de validação, compreendida pelos seguintes passos elementares:
‒ Análise documental para avaliar se as informações são consistentes com as
definições regulatórias;
‒ Entrevistas, quando necessárias, com empregados responsáveis para avaliar
o entendimento deles no processo de coleta das informações;
‒ Análise dos sistemas de informação para avaliar se produzem informação de
acordo com as definições regulatórias. Quando necessário procede-se à:
Análise de requisitos do sistema de informação; Verificação das fórmulas de cálculo utilizadas para gerar a
informação regulatória.
‒ Análise dos mecanismos de controle de qualidade (tais como ouvidoria e
auditorias internas) das informações; e
‒ Informações obtidas na fiscalização direta.
INFORMAÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO GERAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Com o objetivo de introduzir e caracterizar as informações gerais da prestação
dos serviços será necessário que o Prestador de Serviços identifique as
informações referentes ao titular dos serviços, do próprio prestador, do
responsável pelo preenchimento das informações, bem como dos sistemas
operados no município. O Quadro 24 sintetiza as informações necessárias de
preenchimento.
163
Quadro 24 – Caracterização Geral da Prestação dos Serviços
Identificação do Titular Nome do Município Endereço da Prefeitura Municipal Telefone Sítio na internet Email Convênio de Cooperação Contrato de Programa
Identificação do Prestador de Serviços Indicação da designação oficial completa Natureza Jurídica Endereço do Prestador de Serviços no município Telefone Sítio na internet Email Localidades Atendidas Regional
Identificação dos responsáveis pelo preenchimento da planilha
Sistemas de Abastecimento de Água
Sistemas de Esgotamento Sanitário
Nome completo Nome completo (Substituto) Cargo Formação Telefone Email
Nome completo Nome completo (Substituto) Cargo Formação Telefone Email
Identificação dos Sistemas operados pelo Prestador de Serviços no município
Sistemas de Abastecimento de Água Quantidade de sistemas Nome dos sistemas e respectivas áreas de abrangência (distritos/bairros que cada sistema atende) Croquis dos sistemas
Sistemas de Esgotamento Sanitário Quantidade de sistemas Nome dos sistemas e respectivas áreas de abrangência (distritos/bairros que cada sistema atende) Croquis dos sistemas
Fonte: Elaborado pelos autores.
INFORMAÇÕES RELATIVAS AO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
As informações a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo Prestador
de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água, encontram-se
detalhadas nas fichas no Quadro 25.
164
Quadro 25 – Informações sobre Abastecimento de Água
Código: AG001
Descrição: População total atendida com abastecimento de água
Observação Valor da população total atendida com abastecimento de água pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços acrescida de outras populações atendidas localizadas em áreas não consideradas urbanas. Essas populações podem ser rurais ou mesmo com características urbanas, apesar de estarem localizadas em áreas consideradas rurais pelo IBGE. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de água (AG013), multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de água, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, em domicílios utilizados para veraneio, em domicílios utilizados somente em finais de semanas, imóveis desocupados, dentre outros. Assim, o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em AG013. A população AG001 deve ser menor ou igual à população da informação G12a.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG002
Descrição: Quantidade de ligações ativas de água
Observação Quantidade de ligações ativas de água à rede pública, providas ou não de hidrômetro, que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.
Unidade: Ligações
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG004
Descrição: Quantidade de ligações ativas de água micromedidas
Observação Quantidade de ligações ativas de água, providas de hidrômetro, que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.
Unidade: Ligações
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
165
Código: AG006
Descrição: Volume de água produzido
Observação Volume anual de água disponível para consumo, compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada (AG016), ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s) ou UTS(s). Inclui também os volumes de água captada pelo prestador de serviços ou de água bruta importada (AG016), que sejam disponibilizados para consumo sem tratamento, medidos na(s) respectiva(s) entrada(s) do sistema de distribuição.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG010
Descrição: Volume de água consumido
Observação Volume anual de água consumido por todos os usuários, compreendendo o volume micromedido (AG008), o volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado, acrescido do volume de água tratada exportado (AG019) para outro Prestador de Serviços. Não deve ser confundido com o volume de água faturado, identificado pelo código AG011, pois para o cálculo deste último, os prestadores de serviços adotam parâmetros de consumo mínimo ou médio, que podem ser superiores aos volumes efetivamente consumidos. O volume da informação AG011 normalmente é maior ou igual ao volume da informação AG010.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG011
Descrição: Volume de água faturado
Observação Volume anual de água debitado ao total de economias (medidas e não medidas), para fins de faturamento.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
166
Código: AG012
Descrição: Volume de água macromedido
Observação Valor da soma dos volumes anuais de água medidos por meio de macromedidores permanentes: na(s) saída(s) da(s) ETA(s), da(s) UTS(s) e do(s) poço(s), bem como no(s) ponto(s) de entrada de água tratada importada (AG018), se existirem.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG018
Descrição: Volume de água tratada importado
Observação Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) ou em UTS(s)), recebido de outros agentes fornecedores. Deve estar computado no volume de água macromedido (AG012), quando efetivamente medido. Não deve ser computado nos volumes de água produzido (AG006), tratado em ETA(s) (AG007) ou tratado por simples desinfecção (AG015).
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG019
Descrição: Volume de água tratada exportado
Observação Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) - AG007 ou em UTS(s) - AG015), transferido para outros agentes distribuidores. Deve estar computado nos volumes de água consumido (AG010) e faturado (AG011), nesse último caso se efetivamente ocorreu faturamento.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG024
Descrição: Volume de serviço
Observação Valor da soma dos volumes anuais de água usados para atividades operacionais e especiais, acrescido do volume de água recuperado. As águas de lavagem das ETA(s) ou UTS(s) não devem ser consideradas.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
167
Código: AG026
Descrição: População urbana atendida com abastecimento de água
Observação Valor da população urbana atendida com abastecimento de água pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de água (AG013), na zona urbana, multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de água, existentes na zona urbana, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em AG013, considerando a área urbana. AG026 não deve ser confundida com a população urbana residente nos municípios com abastecimento de água, identificada pelo código G06a. A população AG026 deve ser menor ou igual à população da informação G06a.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AG028
Descrição: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de água
Observação Quantidade anual de energia elétrica consumida nos sistemas de abastecimento de água, incluindo todas as unidades que compõem os sistemas, desde as operacionais até as administrativas.
Unidade: 1.000 kWh/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: AGp001
Descrição: Quantidade de reclamações sobre os serviços de abastecimento de água
Observação Quantidade total de reclamações de todos os tipos, no período de referência, sobre o(s) sistema(s) de abastecimento de água. Excluem-se as reclamações relativas à fatura/cobranças/tarifas. Essa informação poderá ser desmembrada no futuro focando tópicos específicos, como rompimentos de redes de água, hidrômetros desregulados, entre outras, em função do histórico de ocorrências, das demandas públicas e a critério da Agência Reguladora.
Unidade: Reclamações
Referência ARCE
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Fonte: Elaborado pelos autores.
168
INFORMAÇÕES RELATIVAS AO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
As informações a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo Prestador
de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Esgoto, encontram-
se detalhadas nas fichas no Quadro 26.
Quadro 26 – Informações sobre Esgotamento Sanitário Código: ES001
Descrição: População total atendida com esgotamento sanitário
Observação Valor da população total atendida com esgotamento sanitário pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços acrescida de outras populações atendidas localizadas em áreas não consideradas urbanas. Essas populações podem ser rurais ou mesmo com características urbanas, apesar de estarem localizadas em áreas consideradas rurais pelo IBGE. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de esgotos (ES008), multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de esgotos, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente, como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim, o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em ES008. A população ES001 deve ser menor ou igual à população da informação G12b.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: ES002
Descrição: Quantidade de ligações ativas de esgotos
Observação Quantidade de ligações ativas de esgotos à rede pública que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.
Unidade: Ligações
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
169
Código: ES005
Descrição: Volume de esgotos coletado
Observação Volume anual de esgoto lançado na rede coletora. Em geral é considerado como sendo de 80% a 85% do volume de água consumido na mesma economia. Não inclui volume de esgoto bruto importado (ES013).
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: ES006
Descrição: Volume de esgotos tratado
Observação Volume anual de esgoto coletado na área de atuação do Prestador de Serviços e que foi submetido a tratamento, medido ou estimado na(s) entrada(s) da(s) ETE(s). Não inclui o volume de esgoto bruto importado que foi tratado nas instalações do importador (informação ES014), nem o volume de esgoto bruto exportado que foi tratado nas instalações do importador (ES015). O volume informado para este campo deve ser igual ou inferior ao informado em ES005.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: ES015
Descrição: Volume de esgoto bruto exportado tratado nas instalações do importador
Observação Volume de esgoto bruto transferido para outro(s) agente(s) e que foi submetido a tratamento, medido ou estimado na(s) entrada(s) da(s) ETE(s). Esse volume se refere à parcela do volume de esgoto bruto exportado informado em ES012 que foi efetivamente tratada.
Unidade: 1.000 m³/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
170
Código: ES026
Descrição: População urbana atendida com esgotamento sanitário
Observação Valor da população urbana beneficiada com esgotamento sanitário pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de esgoto (ES008), na zona urbana, multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, existentes na zona urbana, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em ES008, considerando a área urbana. ES026 não deve ser confundida com a população urbana residente dos municípios com esgotamento sanitário, identificada pelo código G06b. A população ES026 deve ser menor ou igual à população da informação G06b.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: ES028
Descrição: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos
Observação Quantidade anual de energia elétrica consumida nos sistemas de esgotamento sanitário, incluindo todas as unidades que compõem os sistemas, desde as operacionais até as administrativas.
Unidade: 1.000 kWh/ano
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
171
Código: ESp001
Descrição: Quantidade de reclamações sobre os serviços de esgotamento sanitário.
Observação Quantidade total de reclamações de todos os tipos, no período de referência, sobre o(s) sistema(s) de esgotamento sanitário. Excluem-se as reclamações relativas à fatura/cobranças/tarifas. Essa informação poderá ser desmembrada no futuro focando tópicos específicos, como entupimentos de rede coletora, tampas de poços de visitas desniveladas, entre outras, em função do histórico de ocorrências, das demandas públicas e a critério da Agência Reguladora.
Unidade: Reclamações
Referência ARCE
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Fonte: Elaborado pelos autores.
INFORMAÇÕES GERAIS
As informações gerais a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo
Prestador de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água e
Esgoto, encontram-se detalhadas nas fichas no Quadro 27.
Quadro 27 – Informações Gerais
Código: G06A
Descrição: População urbana residente
Observação Valor da soma da população urbana residente na área de abrangência do sistema em que o Prestador de Serviços atua com serviços de abastecimento de água. Inclui tanto a população beneficiada quanto a que não é beneficiada com os serviços. Não deve ser confundida com a população urbana atendida com abastecimento de água, identificada pelo código AG026.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: G12A
Descrição: População total residente
Observação Valor da soma das populações totais residentes (urbanas e rurais) na área de abrangência do sistema em que o Prestador de Serviços atua com serviços de abastecimento de água. Inclui tanto a população beneficiada quanto a que não é beneficiada com os serviços. Não deve ser confundida com a população total atendida com abastecimento de água, identificada pelo código AG001.
Unidade: Habitantes
Referência SNIS
Frequência de Envio Anual
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
172
INFORMAÇÕES DE QUALIDADE
As informações de qualidade a fornecer periodicamente à Agência Reguladora
pelo Prestador de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água
e Esgoto, encontram-se detalhadas nas fichas no Quadro 28.
Quadro 28 – Informações de Qualidade
Código: QD006
Descrição: Quantidade de amostras para cloro residual (analisadas)
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de cloro residual livre na água.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: QD007
Descrição: Quantidade de amostras para cloro residual com resultados fora do padrão
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de cloro residual livre na água, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: QD008
Descrição: Quantidade de amostras para turbidez (analisadas)
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de turbidez da água.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
173
Código: QD009
Descrição: Quantidade de amostras para turbidez fora do padrão
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de turbidez da água, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: QD026
Descrição: Quantidade de amostras para coliformes totais (analisadas)
Observação Quantidade total de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de coliformes totais.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: QD027
Descrição: Quantidade de amostras para coliformes totais com resultados fora do padrão
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e na rede de distribuição de água, para aferição do teor de coliformes totais, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Unidade: Amostras
Referência SNIS
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Código: QDp001
Descrição: Quantidade de amostras para escherichia coli (analisadas)
Observação Quantidade total de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de escherichia coli.
Unidade: Amostras
Referência Próprio
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
174
Código: QDp002
Descrição: Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão.
Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e na rede de distribuição de água, para aferição do teor de escherichia coli, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Unidade: Amostras
Referência Próprio
Frequência de Envio Mensal
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Fonte: Elaborado pelos autores.
CRONOGRAMA REGULAR DE TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES
A frequência de envio das informações pelo Prestador de Serviços deverá
respeitar os seguintes prazos limites:
- Dados mensais: até 20 (vinte) dias após o final do mês de referência;
- Dados trimestrais: até 20 (vinte) dias após o final do trimestre de referência.
Observar que a informação com frequência de envio trimestral sempre tem
apuração desagregada mensalmente; e
- Dados anuais: até o último dia do mês de fevereiro do exercício seguinte ao
ano de referência.
INDICADORES DE DESEMPENHO
A definição de cada Indicador compreende uma fórmula de cálculo, onde são
evidenciadas todas as informações necessárias à sua determinação e à unidade
em que deve ser apresentado.
Para contribuir para uma melhor organização do processo de avaliação, os
Indicadores que compõem o Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho
classificam-se em três dimensões, a saber: Acesso, Eficiência e Qualidade.
O conjunto de Indicadores a calcular compreende 13 (treze) indicadores para o
serviço de abastecimento de água e 6 (seis) para o serviço de esgotamento
sanitário, conforme relacionado no Quadro 29.
175
Quadro 29 – Cesta de Indicadores do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho
Componente Dimensão Código Descrição Unidade Periodicidade
Água
Acesso
IN055 Índice de atendimento total de
água % Anual
IN023 Índice de atendimento urbano de
água % Anual
Eficiência
IN009 Índice de Hidrometração % Anual
IN011 Índice de Macromedição % Anual
IN013 Índice de perdas faturamento % Anual
IN049 Índice de perdas na distribuição % Anual
IN051 Índice de perdas por ligação l/dia/lig Anual
IN058 Índice de consumo de energia
elétrica em sistemas de abastecimento de água
kWh/m³ Anual
Qualidade
INp002 Reclamações Serviços de Água n.º/1000 ligações
Anual
IN075 Incidência das análises de cloro
residual fora do padrão % Mensal
IN076 Incidência das análises de
turbidez fora do padrão % Mensal
IN084 Incidência das análises de
coliformes totais fora do padrão % Mensal
INp001 Incidência das análises de
escherichia coli fora do padrão % Mensal
Esgoto
Acesso
IN056 Índice de atendimento total de
esgoto % Anual
IN024 Índice de atendimento urbano de
esgoto % Anual
Eficiência
IN015 Índice de coleta de esgoto % Anual
IN046 Índice de esgoto tratado referido
à água consumida % Anual
IN059 Índice de consumo de energia
elétrica em sistemas de esgotamento sanitário
kWh/m³ Anual
INp003 Reclamações Serviços de Esgoto n.º/1000 ligações
Anual
Fonte: Elaborado pelos autores.
176
INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Em relação aos 13 Indicadores relativos aos serviços de abastecimento de água,
no âmbito da aplicação do presente Manual, apresenta-se no Quadro 30 a
caracterização detalhada contendo o código do indicador, sua designação, a
unidade em que o indicador é expresso, a descrição do indicador, a fórmula de
cálculo e as informações necessárias para o cálculo do indicador, além dos
respectivos valores de referência.
Quadro 30 – Indicadores de Abastecimento de Água Dimensão: Acesso
Código: IN055
Descrição: Índice de atendimento total de água
Unidade: %
Fórmula:
10012
001055 x
aGE
AGIN
Onde: AG001: População total atendida com abastecimento de água G12A: População total residente
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Acesso
Código: IN023
Descrição: Índice de atendimento urbano de água
Unidade: %
Fórmula:
10006
026023 x
aGE
AGIN
Onde: AG026: População urbana atendida com abastecimento de água G06A: População urbana residente
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
177
Dimensão: Eficiência
Código: IN009
Descrição: Índice de Hidrometração
Unidade: %
Fórmula:
100*002
*004009 x
AG
AGIN
Onde: AG002: Quantidade de ligações ativas de água; AG004: Quantidade de ligações ativas de água micromedidas; AG004* e AG002*: utiliza-se a média aritmética dos valores do ano de referência e do ano anterior ao mesmo.
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Eficiência
Código: IN011
Descrição: Índice de Macromedição
Unidade: %
Fórmula:
100019018006
019012011 x
AGAGAG
AGAGIN
Onde: AG006: Volume de água produzido AG012: Volume de água macromedido AG018: Volume de água tratada importado AG019: Volume de água tratada exportado
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
178
Dimensão: Eficiência
Código: IN013
Descrição: Índice de perdas faturamento
Unidade: %
Fórmula:
100024018006
024011018006013 x
AGAGAG
AGAGAGAGIN
Onde: AG006: Volume de água produzido AG011: Volume de água faturado AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço
Valores de Referência: Ideal ≤ xx%
Satisfatório > xx% e ≤ xx%
Insatisfatório > xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Eficiência
Código: IN049
Descrição: Índice de perdas na distribuição
Unidade: %
Fórmula:
100024018006
024010018006049 x
AGAGAG
AGAGAGAGIN
Onde: AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço
Valores de Referência: Ideal ≤ xx%
Satisfatório > xx% e ≤ xx%
Insatisfatório > xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
179
Dimensão: Eficiência
Código: IN051
Descrição: Índice de perdas por ligação
Unidade: (l/dia/lig)
Fórmula:
365
000.000.1
*002
024010018006051 x
AG
AGAGAGAGIN
Onde: AG002: Quantidade de ligações ativas de água AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço AG002*: utiliza-se a média aritmética dos valores do ano de referência e do ano anterior ao mesmo.
Valores de Referência: Ideal ≤ xx l/dia/lig
Satisfatório > xx e ≤ xx
l/dia/lig
Insatisfatório > xx l/dia/lig
Bases:
Região SNIS: xx l/dia/lig;
Estado UF SNIS: xx l/dia/lig;
PMSB: xx l/dia/lig.
Justificativa:
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das
bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Eficiência
Código: IN058
Descrição: Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água
Unidade: (kWh/m³)
Fórmula:
018006
028058
AGAG
AGIN
Onde: AG006: Volume de água produzido AG018: Volume de água tratada importado AG028: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de água.
Valores de Referência: Ideal ≤ xx kWh/m³
Satisfatório > xx e ≤ xx
kWh/m³
Insatisfatório > xx kWh/m³
Bases:
Região SNIS: xx
kWh/m³;
Estado UF SNIS: xx
kWh/m³;
PMSB: xx kWh/m³.
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
180
Dimensão: Qualidade
Código: IN075
Descrição: Incidência das análises de cloro residual fora do padrão
Unidade: (%)
Fórmula:
100006
007075 x
QD
QDIN
Onde: QD006: Quantidade de amostras para cloro residual (analisadas) QD007: Quantidade de amostras para cloro residual com resultados fora do padrão.
Valores de Referência: Ideal ≤ xx %
Satisfatório > xx% e ≤ xx%
Insatisfatório > xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Qualidade
Código: IN076
Descrição: Incidência das análises de turbidez fora do padrão
Unidade: (%)
Fórmula:
100008
009076 x
QD
QDIN
Onde: QD008: Quantidade de amostras para turbidez (analisadas) QD009: Quantidade de amostras para turbidez fora do padrão.
Valores de Referência: Ideal ≤ xx%
Satisfatório > xx% e ≤ xx%
Insatisfatório > xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
181
Dimensão: Qualidade
Código: IN084
Descrição: Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão
Unidade: (%)
Fórmula:
100026
027084 x
QD
QDIN
Onde: QD026: Quantidade de amostras para coliformes totais (analisadas) QD027: Quantidade de amostras para coliformes totais com resultados fora do padrão. Valores de Referência: Ideal: atendimento à
Portaria MS nº
2914/2011
Insatisfatório: não
atendimento à Portaria
MS nº 2914/2011
Bases:
Sistemas que abastecem MENOS de 20.000 habitantes: Apenas uma amostra, entre as amostras examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo. Sistemas que abastecem MAIS de 20.000 habitantes: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.
Justificativa:
Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede), regido pela Portaria MS nº 2914/2011. Percentual de Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão a depender da quantidade de habitantes atendidos pelo Sistema de Abastecimento de Água.
Referência SNIS
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Qualidade
Código: INp001
Descrição: Incidência das análises de escherichia coli fora do padrão
Unidade: (%)
Fórmula:
100001
002001 x
QDp
QDpINp
Onde: QDp001: Quantidade de amostras para escherichia coli (analisadas) QDp002: Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão.
Valores de Referência: Ideal = 0%
Insatisfatório > 0%
Justificativa:
Indicador de contaminação fecal, regido pela
Portaria MS nº 2914/2011.
Valor Máximo Permitido: ausência em 100 mL
Referência Própria
Apuração Mensal
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
182
Dimensão: Qualidade
Código: INp002
Descrição: Reclamações Serviços de Água
Unidade: (n.º/1000 ligações)
Fórmula:
1000002
001002
AG
AGpINp
Onde: AGp001 – Quantidade de reclamações sobre os serviços de abastecimento de água AG002 – Quantidade de ligações ativas de água. Valores de Referência: Ideal ≤ 10 reclam./1000 lig.
Satisfatório > 10 e ≤ 50 reclam./1000 lig.
Insatisfatório > 50 reclam./1000 lig.
Justificativa:
Ideal: Agência;
Satisfatório: Agência;
Referência ARCE
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Fonte: Elaborado pelos autores.
INDICADORES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Em relação aos 6 (seis) Indicadores relativos aos serviços de esgotamento
sanitário, a calcular no âmbito da aplicação do presente Manual, apresenta-se
no Quadro 31 a caracterização detalhada, contendo o código do indicador, sua
designação, a unidade em que o indicador é expresso, a descrição do indicador,
a fórmula de cálculo e as informações necessárias para o cálculo do indicador,
além dos respectivos valores de referência.
Quadro 31 – Indicadores de Esgotamento Sanitário
Dimensão: Acesso
Código: IN056
Descrição: Índice de atendimento total de esgoto
Unidade: (%)
Fórmula:
10012
001056 x
aGE
ESIN
Onde: ES001: População total atendida com esgotamento sanitário G12a: População total residente
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
183
Dimensão: Acesso
Código: IN024
Descrição: Índice de atendimento urbano de esgoto
Unidade: (%)
Fórmula:
10006
026024 x
aGE
ESIN
Onde: ES026: População urbana atendida com esgotamento sanitário G06A: População urbana residente
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Eficiência
Código: IN015
Descrição: Índice de coleta de esgoto
Unidade: (%)
Fórmula:
100019010
005015 x
AGAG
ESIN
Onde: AG010: Volume de água consumido AG019: Volume de água tratada exportado ES005: Volume de esgotos coletado
Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Região SNIS: xx%;
Estado UF SNIS: xx%;
PMSB: xx%
Justificativa:
Ideal: maior índice das bases;
Satisfatório: 2º maior índice das bases
Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Eficiência
Código: IN046
Descrição: Índice de esgoto tratado referido à água consumida
Unidade: (%)
Fórmula:
10001910
015006046 x
AGAG
ESESIN
Onde: ES006: Volume de esgotos tratado ES015: Volume de esgoto bruto exportado tratado nas instalações do importador AG010: Volume de água consumido AG019: Volume de água tratada exportado Valores de Referência: Ideal ≥ xx%
Satisfatório ≥ xx% e < xx%
Insatisfatório < xx%
Bases:
Metas do PMSB
Justificativa:
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
184
Dimensão: Eficiência
Código: IN059
Descrição: Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário
Unidade: (kWh/m³)
Fórmula:
005
028059
ES
ESIN
Onde: ES005: Volume de esgotos coletado ES028: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos.
Valores de Referência: Ideal ≤ xx kWh/m³
Satisfatório > xx e ≤ xx kWh/m³
Insatisfatório > xx kWh/m³
Bases:
Região SNIS: xx kWh/m³;
Estado UF SNIS: xx kWh/m³;
PMSB: xx kWh/m³.
Ideal: menor índice das bases;
Satisfatório: 2º menor índice
das bases
Obs: índices do SNIS referentes
à média entre os anos de 2013 a
2015.
Referência SNIS
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Dimensão: Qualidade
Código: INp003
Descrição: Reclamações Serviços de Esgoto
Unidade: (reclamações/ 1000 ligações)
Fórmula:
1000002
001003
ES
ESpINp
Onde: ESp001 – Quantidade de reclamações sobre os serviços de esgotamento sanitário ES002 – Quantidade de ligações ativas de esgoto. Valores de Referência: Ideal ≤ 10 reclam./1000 lig.
Satisfatório > 10 e ≤ 50 reclam./1000 lig.
Insatisfatório > 50 reclam./1000 lig.
Justificativa:
Ideal: Agência;
Satisfatório: Agência.
Referência ARCE
Apuração Anual
Referência da Unidade de Avaliação Sistema
Fonte: Elaborado pelos autores.
VALORES DE REFERÊNCIA
O modelo regulatório e o próprio Sistema de Avaliação da Qualidade e
Desempenho compreendem a definição de valores de referência – targets - para
cada Indicador. Estes targets devem ser relacionados com objetivos
considerados como alcançáveis pelo Regulador tendo presente, quer a realidade
do serviço e do meio em causa, quer os padrões de desempenho observados a
nível estadual, nacional e internacional. Na fixação de valores de referência
deve-se, assim, evitar a perda de motivação do Prestador em consequência da
definição de metas demasiado ambiciosas ou inalcançáveis face às
185
circunstâncias que caracterizam o serviço em particular. Por outro lado, não
podem ser insignificantes de modo a deixar de estimular a evolução do serviço.
No Quadro 30 e no Quadro 31 foram indicados os valores de referência para
cada Indicador de Desempenho. Esses valores, contudo, serão alvos de revisão
periódica por parte do Regulador, em função da evolução do setor.
Por fim, cabe ressaltar que os valores de referência para cada Indicador de
Desempenho poderão ser estabelecidos em função das metas estabelecidas
nos Planos Municipais de Saneamento Básico de cada município. A Figura 50
apresenta um exemplo prático sobre o estabelecimento de valores de
referências em função das metas previstas no PMSB.
Figura 50 – Exemplo hipotético: estabelecimento de valores de referências em função das metas previstas no PMSB
Em um determinado município, o Plano Municipal de Saneamento Básico estabeleceu as
seguintes metas para o índice de atendimento total de água:
Código SNIS
Indicadores
Curto Prazo (2017-2021)
Médio Prazo (2022-2026)
Longo Prazo (2027-2036)
IN055 Índice de atendimento total de água (%) 90 95 100
A Agência Reguladora, em sua função de acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas
no PMSB, bem como implementar seu Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho,
adotou os seguintes valores de referências para o indicador IN055:
IN055: Índice de atendimento total de água (%)
Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2017 a 2021):
Ideal ≥ 90%
Satisfatório ≥ 85% e < 90%
Insatisfatório < 85%
Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2022 a 2026):
Ideal ≥ 95%
Satisfatório ≥ 90% e < 95%
Insatisfatório < 90%
Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2027 a 2036):
Ideal = 100%
Satisfatório ≥ 95% e < 100%
Insatisfatório < 95%
Fonte: Elaborado pelos autores.
186
6.2 MANUAL DO APLICATIVO PARA CÁLCULO DOS INDICADORES DOS SERVIÇOS
PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Introdução
Para a aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho dos
serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário regulados
pelas Agências Beneficiárias do Projeto Regulasan, foi desenvolvido aplicativo
em Excel para cadastro das informações, dos indicadores e seus respectivos
cálculos.
A ferramenta proposta tem por objetivo padronizar a comunicação entre Agência
Reguladora e Prestador de Serviços no que tange o envio das informações, bem
como agilizar o processo de cálculo dos indicadores e extração dos resultados
da avaliação da qualidade e desempenho dos serviços públicos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Desta forma, foi elaborada planilha eletrônica no software Excel
(Aplicativo_Regulasan), composta de dois módulos: um módulo possui
botões/funções destinados as Agências Reguladoras e o outro módulo possui
botões/funções destinados aos Prestadores de Serviços.
A interação entre a Agência Reguladora e o Prestador de Serviços ocorrerá da
seguinte forma:
1º Passo: A Agência Reguladora define e cadastra os indicadores (Anuais,
Mensais, Trimestrais e Semestrais) que serão utilizados para avaliar os serviços
prestados. Em seguida, efetua o cadastro das informações (Anuais, Mensais,
Trimestrais e Semestrais) utilizadas para o cálculo dos indicadores. As
informações cadastradas serão automaticamente adicionadas nas abas
específicas, voltadas para o Prestador de Serviço. Enfim, a Agência Reguladora
enviará para o Prestador de Serviço a planilha Aplicativo_Regulasan, para que
este possa preencher as informações.
2º Passo: o Prestador de Serviços ao receber a planilha, deverá preencher as
seguintes informações: Informações Gerais (Identificações do Titular, do
Prestador e do Responsável pelo preenchimento da planilha), Cadastro dos
Sistemas (Identificação dos sistemas que opera e respectivos croquis),
187
preenchimento das informações solicitadas pela Agência Reguladora (Anuais,
Mensais, Trimestrais e Semestrais) e preenchimento dos Fatores Explanatórios.
Em seguida, o Prestador deverá enviar para a Agência Reguladora a planilha
Aplicativo_Regulasan com todos os dados preenchidos.
3º Passo: com a planilha do Prestador (Aplicativo_Regulasan) preenchida, a
Agência Reguladora estará apta para utilizar a planilha Aplicativo_Regulasan
e calcular os indicadores, visualizar as informações gerais, as informações dos
sistemas e os croquis.
No que tange ao cálculo dos indicadores, a planilha Aplicativo_Regulasan gera
dois produtos como resultado: (i) Gráfico (Indicador x Tempo) e (ii) Tabela. Por
fim, a Agência Reguladora ou o Prestador de Serviço poderá copiar estes
resultados em um processador de texto, por exemplo. Word, para fins de
relatórios.
A seguir, são apresentados os procedimentos necessários para a utilização do
aplicativo proposto.
188
Ajustes Iniciais
i. Certifique-se de que os arquivos Aplicativo_Regulasan e Gráfico_modelo
se encontram na mesma pasta.
Observação: para cada prestador deverá haver uma pasta com os arquivos
Aplicativo_Regulasan e Gráfico_modelo
ii. Na figura a seguir é mostrada a aba Menu Inicial, que tem como objetivo
tornar mais dinâmica a navegação pelas abas da planilha. No lado esquerdo
do menu têm-se as funções relacionadas às atribuições das Agências
Reguladoras, enquanto que, na direita, têm-se as funções relacionadas as
atribuições do Prestador de Serviços.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
189
Funções Menu Agência Reguladora
CADASTRO E EXCLUSÃO DE INFORMAÇÕES
i. No menu inicial clique no botão Cadastro de Informações para acessar a
tela de cadastro.
ii. Na figura seguinte, é mostrado o ambiente do cadastro de informações,
dividido em Cadastro de informações (Referência SNIS) e Cadastro de
novas informações.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
190
iii. Para cadastrar uma informação (referência SNIS) basta preencher os
campos do quadro azul e em seguida, clicar em Cadastrar. Obs: A informação
será automaticamente cadastrada na planilha do prestador de serviço.
iv. Para cadastrar uma nova informação (outras referências ou informação nova
criada pela própria Agência), basta preencher os campos do quadro verde e,
em seguida, clicar em Cadastrar Novo. Obs: A informação já será
automaticamente cadastrada na planilha do prestador de serviços.
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual
0
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
Próprio ÁGUA Mensal
0
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
Cadastrar
Cadastro de informações (Referência SNIS)
Dados Cadastrados
Cadastrar Novo
Cadastro de novas informações
Excluir
Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial
1
4
8
2
3
5
67
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
SNIS GERAL GE12a População total do município do ano de referência hab Anual
1
Cadastrar
Cadastro de novas informações
Excluir
Descrição dos itens destacados em vermelho
1: Cadastro de informações (SNIS): deve-se escolher
na lista suspensa os campos Componente (Água,
Esgoto, Geral e Qualidade) e Código. Já os demais são
preenchidos automaticamente conforme a escolha
destes campos;
2: Botão Cadastrar: para cadastrar a informação, após
o preenchimento dos campos;
3: Botão Excluir: para excluir informação cadastrada.
Descrição dos itens destacados em vermelho
4: Cadastro de informações de outras referências: deve-se preencher
todos os campos manualmente;
5: Botão Cadastrar Novo: para cadastrar nova informação, após o
preenchimento dos campos;
6: Botão Excluir Novo: para excluir nova informação cadastrada.
7: Botão Voltar ao Menu Inicial: retorna ao menu inicial do aplicativo.
8: Dados Cadastrados: Local onde serão listadas todas as informações
cadastradas,
191
v. Depois de finalizado o cadastro de uma informação, tanto para referência
(SNIS) quanto para novas referências, a mesma será adicionada na lista
denominada Dados Cadastrados.
vi. Para excluir uma informação (referência SNIS) basta escolher a partir do
quadro azul, na lista suspensa do campo CÓDIGO a informação que se deseja
excluir e, em seguida, clicar em Excluir.
vii. Para excluir uma nova informação (outras referências ou informação nova
criada pela própria Agência), basta digitar a partir do quadro verde, no campo
CÓDIGO, o código da informação que se pretende excluir. Em seguida, clicar
em Excluir Novo.
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
Próprio QUALIDADE QDp001 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Mensal
0
Cadastrar Novo
Cadastro de novas informações
Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
Próprio QUALIDADE QDp002 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Trimestral
SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual
Dados Cadastrados
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
SNIS GERAL GE12a População total do município do ano de referência hab Anual
1
Cadastrar
Cadastro de novas informações
Excluir
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
Próprio QUALIDADE QDp001 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Mensal
0
Cadastrar Novo
Cadastro de novas informações
Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial
192
viii. Depois de finalizado a exclusão de uma informação, tanto para referência
(SNIS) quanto para novas referências, a mesma será retirada da lista
denominada Dados Cadastrados.
CADASTRO E EXCLUSÃO DE INDICADORES
i. No menu inicial, clique no botão Cadastro de Indicadores para acessar a
tela de cadastro.
ii. Na figura seguinte, é apresentada a tela de cadastro de indicadores, dividida
em cadastro de indicadores (Referência SNIS) e Cadastro de novos
indicadores.
REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE
SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual
Dados Cadastrados
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
193
iii. Para cadastrar um indicador (referências SNIS), devem-se preencher todos
os campos do quadro azul e em seguida clicar em Cadastrar.
iv. Para cadastrar um novo indicador (outras referências ou indicador novo criado
pela própria Agência) devem-se preencher todos os campos do quadro verde
e em seguida clicar em Cadastrar Novo. Obs: não se esquecer de colocar a
fórmula para o cálculo do indicador no campo FÓRMULA (rever instruções do
campo 5 do passo ii).
SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77
0 0
Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do
padrão% Mensal
(QDp002/QDp001)*10
0= 0 < = > 0
FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12
#VALOR! QDp001 QDp002
0
Limite Inferior Limite Superior
REFERÊNCIAS
IDEALSATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIOLimite Inferior Limite Superior
COMPONENTEREFERÊNCIA FÓRMULAPERIODICIDADEUNIDADEDESCRIÇÃOCÓDIGODIMENSÃO
REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO
UNIDADE
UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA
REFERÊNCIAS
SATISFATÓRIO
PERIODICIDADE FÓRMULA
Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO
REFERÊNCIAS
IDEALSATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO
Cadastrar
Cadastro de indicadores (Referência SNIS)
Dados Cadastrados
Cadastro de novos indicadores
Cadastrar Novo Excluir Novo
Excluir
Voltar ao Menu Inicial
1
4
5
2 3
7
6
8
9
SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77
0 0
REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA
REFERÊNCIAS
SATISFATÓRIO
Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO
Cadastrar
Cadastro de indicadores (Referência SNIS)
Cadastro de novos indicadores
Excluir
Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do
padrão% Mensal
(QDp002/QDp001)*10
0= 0 < = > 0
FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12
#VALOR! QDp001 QDp002
0
Limite Inferior Limite SuperiorUNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA
REFERÊNCIAS
IDEALSATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO
Cadastro de novos indicadores
Cadastrar Novo Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial
Descrição dos itens destacados em vermelho
1: Cadastro de indicadores (SNIS): deve-se escolher na lista
suspensa, os campos Componente (Água e Esgoto) e
Dimensão (Acesso, Eficiência e Qualidade). O Código e os
limites das referências (ideal, satisfatório e insatisfatório)
devem ser digitados manualmente. Já os demais são
preenchidos automaticamente a partir da escolha destes
campos Componentes e Dimensão;
2: Botão para cadastrar: Para cadastrar o indicador, após o
preenchimento dos campos;
3: Botão de excluir: Para excluir indicador cadastrado;
4: Cadastro de indicadores de outras referências: Deve-se
preencher todos os campos manualmente. OBS: Nesta
etapa o campo Fórmula é preenchido em forma de texto
(Ex: (Agxx1/GExx3)).
Descrição dos itens destacados em vermelho
5: Inserção da fórmula do indicador: Deve-se preencher
todas as informações que são necessárias para o cálculo do
indicador (Neste exemplo: foram usadas as informações
QDp002 e QDp001). Além disso, deve-se inserir uma fórmula
no campo FÓRMULA. (Ex: =(E17/D17)*100));
6: Botão para cadastrar Novo: para cadastrar novo
indicador, após o preenchimento dos campos;
7: Botão de excluir Novo: para excluir novo indicador
cadastrado;
8: Botão voltar para o menu inicial: Retorna ao menu inicial
do aplicativo;
9: Dados Cadastrados: Esta Lista receberá os indicadores
cadastrados.
194
v. Quando finalizado o cadastro de um indicador, tanto para referência (SNIS)
quanto para novas referências, o mesmo será adicionado automaticamente à
lista “Dados Cadastrados”.
vi. Para excluir uma informação (referência SNIS) basta escolher, a partir do
quadro azul, no campo CÓDIGO, o código do indicador que se deseja excluir.
Em seguida, clicar em Excluir.
vii. Para excluir um novo indicador (outras referências ou indicador novo
criado pela própria Agência) basta digitar, a partir do quadro verde, no campo
CÓDIGO, o código do indicador que se deseja excluir. Em seguida, clicar em
Excluir Novo.
viii. Ao fim de toda exclusão de um indicador, tanto para referência (SNIS) quanto
para novas referências, o mesmo será retirado da lista “Dados
Cadastrados”.
Após o cadastro das informações e dos indicadores, a planilha estará pronta
para ser enviada ao Prestador de Serviços, para que o mesmo proceda ao
preenchimento das informações necessárias para o cálculo dos indicadores.
Teste ÁGUA QUALIDADE INp001 Incidência das análises de escherichia coli fora do padrão (Teste vídeo) %% Mensal (QDp002/QDp001)*100 = 10 < < > 0
SNIS ÁGUA ACESSO IN023 Índice de atendimento urbano de água % Anual (AG026/GE06a) * 100 ≥ 90 ≥ 70 < 90 < 70
COMPONENTEREFERÊNCIA FÓRMULAPERIODICIDADEUNIDADEDESCRIÇÃOCÓDIGODIMENSÃO
REFERÊNCIAS
IDEALSATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIOLimite Inferior Limite Superior
Dados Cadastrados
SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77
0 0
REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA
REFERÊNCIAS
SATISFATÓRIO
Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO
Cadastrar
Cadastro de indicadores (Referência SNIS)
Cadastro de novos indicadores
Excluir
Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do
padrão% Mensal
(QDp002/QDp001)*10
0= 0 < = > 0
FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12
#VALOR! QDp001 QDp002
0
Limite Inferior Limite SuperiorUNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA
REFERÊNCIAS
IDEALSATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO
Cadastro de novos indicadores
Cadastrar Novo Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial
195
CÁLCULO DOS INDICADORES
i. No menu inicial (Agência Reguladora), clique no botão Carregar dados do
município.
ii. Na tela seguinte, escolha qual é a periodicidade do indicador que se deseja
calcular (Anual, Mensal, Trimestral ou Semestral). Em seguida, abrirá a tela
de cálculo dos indicadores.
iii. Na tela de Cálculo escolhida, clique no botão Preencher Quadro para
carregar os valores das informações da planilha do prestador de serviços.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
Carregar dados do
Anuais
Carregar dados do
Mensais
Carregar dados do
Trimestrais
Carregar dados do
Semestrais
Voltar ao Menu Inicial
196
iv. O botão Limpar Quadro pode ser utilizado nos casos em que o usuário
deseje apagar os valores das informações carregadas da planilha do
Prestador de Serviços.
v. A figura seguinte mostra um exemplo do resultado do passo (iii). Obs: Nunca
faça alterações que não venham de um dos botões já estabelecidos pela
planilha.
2010 IN055 AG001 GE12a
Total (SAA) #DIV/0!
Distrito A #DIV/0!
Sede SAA #DIV/0!
Total (SES) #DIV/0!
Sede SES #DIV/0!
2011 #DIV/0!
Total (SAA) #DIV/0!
Distrito A #DIV/0!
Sede SAA #DIV/0!
Total (SES) #DIV/0!
Sede SES #DIV/0!
2012 #DIV/0!
Preencher Quadro Limpar Quadro
Voltar ao Menu Inicial
2010 IN055 AG001 GE12a
Total (SAA) #DIV/0!
Distrito A #DIV/0!
Total (SES) #DIV/0!
2011 #DIV/0!
Total (SAA) #DIV/0!
Distrito A #DIV/0!
Total (SES) #DIV/0!
2012 #DIV/0!
Preencher Quadro Limpar Quadro
Voltar ao Menu Inicial
2010 IN055 AG001 GE12a
Total (SAA) 83,75 6.700,00 8.000,00
Total (SES) 37,50 3.000,00 8.000,00
2011 #DIV/0!
Total (SAA) 86,21 7.035,00 8.160,00
Total (SES) 38,42 3.135,00 8.160,00
2012 #DIV/0!
Total (SAA) 88,75 7.386,75 8.323,20
Total (SES) 39,36 3.276,08 8.323,20
2013 #DIV/0!
Total (SAA) 91,36 7.756,09 8.489,66
Total (SES) 40,33 3.423,50 8.489,66
2014 #DIV/0!
Total (SAA) #DIV/0!
Total (SES) #DIV/0!
197
GERANDO RELATÓRIO
i. No menu inicial, clique no botão Gerar Relatório para abrir a tela
Output_dados.
ii. Feito o passo anterior (i) na tela Ouput_dados aparecerá, conforme mostrado
na figura a seguir.
iii. Primeiramente, preencha o filtro que se encontra no canto superior esquerdo.
Isto ajudará encontrar o indicador de forma mais rápida. A figura seguinte
ilustra esse passo.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
198
Obs.: a função “filtrar período” só é necessária para os indicadores mensais, trimestrais e semestrais. Portanto, para os indicadores anuais ela não precisa ser preenchida.
iv. Após o preenchimento do filtro, selecione o indicador para gerar o relatório.
v. Agora está tudo pronto para que o usuário possa gerar o relatório. Clique no
botão Gerar Tabela. Obs: O quadro desta tela deve estar vazio para executar
esta função. Caso contrário, clique no botão Limpar Tabela, que se encontra
logo abaixo do botão Gerar Tabela.
Unidade
%
Descrição
Índice de atendimento total de água
Indicador
IN055
Unidade
%
Descrição
Índice de hidrometração
Indicador
IN009
Gerar Tabela Gerar Gráfico
Limpar Tabela
Voltar ao Menu Inicial
Excluir Gráfico
199
vi. A figura seguinte exemplifica o resultado do passo anterior (v).
vii. Com o quadro devidamente preenchido, clique no botão Gerar Gráfico para
representar os dados em forma de gráfico. Obs: Para excluir o gráfico gerado
basta clicar no botão Excluir Gráfico, que está logo abaixo do botão Gerar
Gráfico.
viii. Ao término do passo anterior (vii), aparecerá um gráfico, como mostrado na
figura a seguir. A linha em verde representa a faixa IDEAL para o indicador
analisado e a linha em vermelho representa a faixa INSATISFATÓRIO do
mesmo indicador. Vale lembrar que o usuário tem liberdade para editar os
Periodicidade
Índice de
atendimento
total de água
%
IN055
Total (SAA) 2010 83,75 91 77
Total (SAA) 2011 86,21 91 77
Total (SAA) 2012 88,75 91 77
Total (SAA) 2013 91,36 91 77
Total (SAA) 2014 91 77
Total (SAA) 2015 91 77
Total (SAA) 2016 91 77
Total (SAA) 2017 91 77
Total (SAA) 2018 91 77
Total (SAA) 2019 91 77
Total (SAA) 2020 91 77
Total (SAA) 2021 91 77
Total (SAA) 2022 91 77
Total (SAA) 2023 91 77
Total (SAA) 2024 91 77
Total (SAA) 2025 91 77
Total (SAA) 2026 91 77
Total (SAA) 2027 91 77
Total (SAA) 2028 91 77
Total (SAA) 2029 91 77
Total (SAA) 2030 91 77
Sistema Ideal Insatisfatório
Anual
Unidade
%
Descrição
Índice de hidrometração
Indicador
IN009
Gerar Tabela Gerar Gráfico
Limpar Tabela
Voltar ao Menu Inicial
Excluir Gráfico
200
eixos (X e Y) do gráfico (Ex: alterar limites Máx. e Min. do eixo, intervalos,
etc), entre outras edições que julgue necessárias para apresentação do
relatório.
ix. O gráfico e a tabela gerados podem ser facilmente copiados para um
processador de Textos (Word), onde o usuário esteja trabalhando em um
Relatório. Para usar a tabela no Word siga os seguintes passos: No Excel
selecione o quadro -> Copie (Ctrl+C) o quadro -> Abrir o Word -> Cole (Ctrl+V)
o quadro.
x. Para usar o Gráfico no Word basta fazer os seguintes passos: Selecione a
área do Gráfico -> Copie (Ctrl+C) o Gráfico-> Abrir o Word -> Cole (Ctrl+V) o
gráfico.
201
xi. Antes de gerar a tabela para outro indicador, limpe a tabela. Para isso, clique
no botão Limpar Tabela.
xii. Por fim, para excluir o gráfico atual basta clicar no botão Excluir Gráfico.
Unidade
%
Descrição
Índice de hidrometração
Indicador
IN009
Gerar Tabela Gerar Gráfico
Limpar Tabela
Voltar ao Menu Inicial
Excluir Gráfico
Unidade
%
Descrição
Índice de hidrometração
Indicador
IN009
Gerar Tabela Gerar Gráfico
Limpar Tabela
Voltar ao Menu Inicial
Excluir Gráfico
202
Funções Menu Prestador de Serviços
CADASTRO E EXCLUSÃO DE INFORMAÇÕES
i. Abra a planilha (“Aplicativo Regulasan”) e, no menu inicial (Prestador
de Serviço), clique no botão Informações Gerais para acessar a tela
de cadastro.
ii. Na tela Informações Gerais preencha os campos em branco. Ao preencher
os campos, clique em Voltar ao Menu Inicial para retornar à tela inicial da
planilha.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
203
CADASTRO DOS SISTEMAS
i. No menu inicial (Prestador de Serviço) clique no botão Cadastro dos
Sistemas para acessar a tela onde serão cadastrados os sistemas de
abastecimento de água (SAA) e os sistemas de esgotamento sanitário (SES),
e anexados os respectivos Croquis.
ii. Ao abrir a tela Cadastro Sistemas, primeiramente preencha o campo
em verde MUNICÍPIO e em seguida preencha os campos SISTEMA e ÁREA
DE ABRANGÊNCIA e clique em Cadastrar.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
204
iii. Após clicar no botão Cadastrar, aparecerá uma janela. Nesta, digite
a partir de qual ano o SAA deve ser cadastrado e clique em OK.
iv. Terminado o passo anterior (iii), o SAA será adicionado na lista Sistemas
Cadastrados e nas telas Informações mensais, Informações anuais,
Informações trimestrais e Informações semestrais.
v. Os passos para se cadastrar um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)
são idênticos aos de cadastro dos SAA. Basta preencher os quadros
SISTEMAS E ÁREA DE ABRANGÊNCIA (Lembrando que os SAA e SES que
possuem nomes iguais devem ser acrescidos de SAA ou SES).
Descrição dos itens destacados em vermelho
1: Município: preencher nome do município;
2: Cadastro do sistema: deve-se preencher o
campo SISTEMA com o nome do SAA e o campo
ÁREA DE ABRANGÊNCIA com a área abrangência do
SAA;
3: Botão para cadastrar: Cadastra os SAA
informado;
4: Botão para excluir: Exclui um dos SAA
cadastrados;
5: Contador: Campo de preenchimento
automático. Conta o número de SAA cadastrados;
6: Lista com os sistemas cadastrados. OBS: sempre
deve haver o sistema Total (SAA) cadastrado (não
exclua este sistema);
7: Informação importante para o correto
funcionamento do funcionamento do cadastro dos
sistemas; e
8: Renomear: Renomeia um SAA já cadastrado a
partir de um determinado ano.
MUNICÍPIO
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Distrito Centro
Quantidade de sistemas2
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Total (SAA) Todo Município
Sede (SAA) Centro
Distrito Centro
OBS:
Caso o SAA e o
SES possuam
mesma
denominação,
é necessário
diferenciá-los
(EX: Sede (SAA);
Sede (SES)
Voltar ao Menu Inicial
Sistema de Abastecimento de Água (SAA)
Sistemas Cadastrados
Cadastrar Excluir
Renomear
1
2
53 4
6
7
8
205
vi. Após clicar no botão Cadastrar, aparecerá uma janela. Nesta, digite a partir
de qual ano o SES deve ser cadastrado e clique em OK.
vii. Terminado o passo anterior (vi), o SES será adicionado na lista Sistemas
Cadastrados e nas telas Informações mensais, Informações anuais,
Informações trimestrais e Informações semestrais.
ANEXANDO OS CROQUIS DOS SAA E SES
i. Para anexar os croquis de SES e SAA, basta clicar no botão Croqui do
Sistema de Abastecimento de Água ou Croqui do Sistema de
Esgotamento Sanitário.
Descrição dos itens destacados em vermelho
1: Cadastro do sistema: deve-se preencher o
campo SISTEMA com o nome do SES e o campo
ÁREA DE ABRANGÊNCIA com a área abrangência
do SES;
2: Botão para cadastrar: Cadastra os SES
informado;
3: Botão para excluir: Exclui um dos SES
cadastrados;
4: Contador: Campo de preenchimento
automático. Conta a número de SES cadastrados;
5: Lista com os sistemas cadastrados. OBS:
sempre deve haver o sistema Total (SES)
cadastrado (não exclua este sistema);
6: Renomear: Renomeia um SES já cadastrado a
partir de um determinado ano.
teste test area
teste test area
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Sede (SES) Centro
Quantidade de sistemas
1
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Total (SES) teste
Sede (SES) Centro
Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)
Sistemas Cadastrados
Cadastrar Excluir
Renomear
1
teste test area
teste test area
teste test area
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Sede SES Centro
Quantidade de sistemas
1
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Total (SES) Todo o Município
Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)
Sistemas cadastrados Cadastrados
Cadastrar Excluir
1
2 34
5
42
5
3
6
206
ii. Após clicar em um dos botões descritos no passo anterior (i), a janela
mostrada a seguir aparecerá. Com isso, basta escolher a imagem do Croqui
e clicar em Abrir. Obs: Este passo é o mesmo independente do botão de
carregamento que o usuário utilizou.
iii. Por fim, o croqui selecionado na etapa anterior (II) estará anexado na planilha,
como mostrado na figura a seguir.
Croqui do Sistema de Abastecimento de Água
Croqui do Sistema de
Abastecimento de Água
Croqui do Sistema de Esgotamento Sanitário
Croqui do Sistema de
Esgotamento Sanitário
207
EXCLUSÃO DOS SISTEMAS E CROQUIS DOS SAA E SES
i. Para excluir um SAA, basta clicar no botão Excluir.
ii. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta, escolha qual o SAA e a
partir de qual ano você pretende exclui-lo. Por fim, clique em OK.
*Vale lembrar que o sistema Total (SAA) não aparece como opção para ser
excluído.
Croqui do Sistema de Abastecimento de Água
Croqui do Sistema de
Abastecimento de Água
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Sede Vila A
Quantidade de sistemas2
Sistema de Abastecimento de Água (SAA)
Cadastrar Excluir
208
iii. Para excluir um SES, basta clicar no botão Excluir.
iv. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta escolha qual o SES e a partir
de qual ano você pretende exclui-lo. Por fim, clique em OK.
v. Por fim, tanto o croqui do SAA quanto o do SES devem ser excluídos
manualmente pelo usuário.
RENOMEAR SISTEMAS
i. Para renomear um SAA, basta clicar no botão Renomear.
ii. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta, escolha qual o SAA, novo
nome e a partir de qual ano você pretende renomeá-lo. Por fim, clique em OK.
teste test area
teste test area
teste test area
SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Quantidade de sistemas
1
Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)
Cadastrar Excluir
209
* Vale lembrar que o sistema Total (SAA) não aparece como opção para ser
renomeado.
** O procedimento para renomear um SES é o mesmo ao apresentado nesse passo.
FATORES EXPLANATÓRIOS
i. No menu inicial (Prestador de Serviço), clique no botão Fatores
Explanatórios.
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
210
ii. Na aba Fatores Explanatórios existem dois campos. Na primeira coluna, o
código das informações é preenchido automaticamente, a partir das informações
cadastradas pela Agência Reguladora. O campo descrição deve ser preenchido
pelo prestador de serviços com as observações a serem consideradas para o
código cadastrado.
PREENCHIMENTO DAS INFORMAÇÕES
i. No menu inicial (Prestador de Serviço), clique no botão Preencher
informações.
Informações Descrição
QDp001 aaaaaaaaaaa
Fatores Explanatórios
Voltar ao Menu Inicial
Informações Gerais
Cadastro dos
Sistemas
Fatores
Explanatórios
Preencher
informações
Cadastro de
Informaçoes
Cadastro de
Indicadores
Carregar dados do
município
Gerar Relatório
211
ii. Na aba que abrirá, escolha a periodicidade (Anual, Mensal, Trimestral e
Semestral) da informação que se pretende preencher com seus dados. Neste
passo-a-passo, foram preenchidos os valores das informações anuais.
iii. Na figura a seguir são mostrados os detalhes do preenchimento das planilhas
de informações Anuais, Mensais, Trimestrais e Semestrais.
Informações Anuais
Informações
Trimestrais
Informações
Mensais
Informações
Semestrais
Voltar ao Menu Inicial
SNIS SNIS
1
População
urbana atendida
com
abastecimento
de água
Quantidade de
ligações ativas
de água
micromedidas
hab lig.
2010 AG026 AG004
Total (SAA)
Total (SES)
2011
Total (SAA)
Total (SES)
2012
Total (SAA)
Total (SES)
2013
Voltar ao Menu
Inicial
Água
Esgoto
Geral
Qualidade
Informações
LEGENDA
Calcular total
INFORMAÇÕES CADASTRADAS
CÉLULAS PARA SEREM
PREENCHIDAS
SISTEMASCADASTRADOS
1
2
3
Descrição dos itens destacados em vermelho
1: Botão Voltar ao Menu Inicial: retorna ao menu inicial da
planilha;
2: Botão Calcular Total: Preenche o sistema total com o
somatório dos sistemas cadastrados;
3: Legenda das informações.
212
iv. Preencha, com atenção, os valores das informações para cada sistema. Na
figura a seguir, tem-se o exemplo de uma planilha preenchida. Obs.: Se uma
dada informação, tem como componente a Água (informação preenchida de
azul), o usuário deverá preencher apenas nas linhas dos SAA cadastrados e
deixar as linhas dos SES cadastrados em branco e vice-versa. Quanto às
informações “GERAL”, deve-se preencher tanto nas linhas dos SAA
cadastrados, quanto nas linhas dos SES cadastrados.
Observações Finais
Nunca faça alterações que não venham de um dos botões já
estabelecidos pela planilha;
Quando for utilizar a planilha Aplicativo_Regulasan, certifique-se de que
esta é a única planilha aberta. Caso haja mais planilhas abertas, as
funções do Aplitcativo_Regulasan não funcionarão corretamente.
SNIS SNIS
1
População
urbana atendida
com
abastecimento
de água
Quantidade de
ligações ativas
de água
micromedidas
hab lig.
2015 AG026 AG004
Total (SAA) 20.451 8.021
Sede (SAA) 17.889 6.822
Distrito A 2.562 1.199
Total (SES)
Sede (SES)
2016
Total (SAA) 20.593 8.158
Sede (SAA) 17.993 6.959
Distrito A 2.600 1.199
Voltar ao Menu
Inicial
Água
Esgoto
Geral
Qualidade
Informações
LEGENDA
Calcular total
213
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGERSA. Diretoria Geral. Portaria nº 036/02. Aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades a concessionária dos serviços de saneamento, referentes as infrações apuradas. Diário Oficial do Município, Cachoeiro do Itapemirim, 24 out. 2002. n. 1796, p. 6-15. Disponível em: <http://agersa.es.gov.br/2016/legislacao2.asp?codigo=6&categoria=Portarias>. Acesso: 22 nov. 2016.
AGERSA. Diretor Presidente. Resolução n° 001/2016. Dispõe sobre procedimentos para prestação e transferência de informações periódicas e eventuais nos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim, e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Cachoeiro do Itapemirim, 28 abr. 2016. n. 5084, p. 8-13. Disponível em: < http://www.agersa.es.gov.br/arquivos/legislacao/0012016.pdf>. Acesso: 22 nov. 2016.
ALEGRE, H.; HIRNER, W.; BAPTISTA, J.M.; PARENA, R. Indicadores de Desempenho para Serviços de Abastecimento de Água. Tradução e adaptação de DUARTE, P.; ALEGRE, H.; BAPTISTA, J.M. London: International Water Association (IWA), Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2004. 277 p.
ALEGRE, H. et al. Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores. 2.ª Geração do Sistema de Indicadores de Qualidade de Serviço. 2ª ed. revista e atualizada. Lisboa: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (EPSAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2013. 255 p. Disponível em: < http://www.ersar.pt/pt/publicacoes/publicacoes-tecnicas/guias>. Acesso em: 10 out. 2016.
ALEGRE, H. et al. Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores. 3ª Geração do Sistema de Avaliação. Lisboa: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (EPSAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2017. 351 p. Disponível em: < http://www.ersar.pt/pt/publicacoes/publicacoes-tecnicas/guias>. Acesso em: 7 jun. 2017.
ARCE. Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará. Manual de Indicadores de Desempenho para os Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário no Estado do Ceará. Consórcio EBES e OPTIMALE. Fortaleza, 2011.
ARCE. Conselho Diretor. Resolução n. 167, de 05 de abril de 2013. Dispõe sobre procedimentos de prestação de informações periódicas e eventuais, institui o sistema de avaliação de desempenho dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, e dá outras providências. Fortaleza, 2013. Disponível em: <http://www.arce.ce.gov.br/index.php/legislacao/category/11-resolucoes?start=60>. Acesso: 22 nov. 2016.
ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 001, de 28 de abril de 2011. Estabelece as Condições Gerais da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário. Florianópolis, 2011a. Disponível em: http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 002, de 25 de agosto de 2011. Estabelece condições gerais para os procedimentos de fiscalização da prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, de aplicação de penalidades e dá outras providências. Florianópolis, 2011b. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 003, de 25 de agosto de 2011. Dispõe sobre as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de
214
esgotamento sanitário. Florianópolis, 2011c. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 004, de 4 de maio de 2012. Dispõe sobre as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Florianópolis, 2012. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
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ARIS. Sistema de Informação sobre Saneamento da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (SISARIS): Manual de usuário. Módulo Água. Florianópolis, SC, 2015. 18 p.
ARIS. Diretoria Geral. Instrução/Diretor Geral n° 001/2016. Estabelece a obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), módulos Água, Esgoto e Resíduos e revoga a Instrução/Diretor Geral n° 002/2002. Florianópolis, 2016a. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa nº 008, de 11 de fevereiro de 2016. Estabelece procedimentos para coleta, sistematização de dados e cálculo de indicadores, para avaliação da evolução de desempenho da prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos municípios regulados pela ARIS. Florianópolis, 2016b. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 24510: Atividades relacionadas aos serviços de água potável e de esgoto - Diretrizes para a avaliação e para a melhoria dos serviços prestados aos usuários. Rio de Janeiro, 2012.
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