Transcript

Março 2014 | Ano XX | Nº127 Um jornal para novos tempos

Págs. 6 e 7

Pág.3

Empresainiciamedições

tErmossolar

Pág. 11

Energia verdeabastece Edifício-sede

sUstENtaBIlIDaDE

Pág. 8

GEração EólIca

construção deparque atraivisitantes

Pág. 9

Preparo parainspeçãode linhas

caPacItação

Rede de alta capacidade dará suporte à transmissão da Copa

Págs. 6 e 7

Estrutura para a CopaCom um sistema de telecomunicações bastante consolidado, a Eletrosul tem procurado ampliar sua atuação nesse segmento. Em parceria com a Telebras, irá dispor de uma rede de comunicação óptica de altíssima capacidade para as-segurar a qualidade na transmissão

dos jogos da Copa do Mundo, que serão disputados em Curitiba e Porto Alegre. Esse é o tema principal desta edição, que mostra, ainda, o vanguardismo da Eletrosul nas prospecções para geração termossolar e outros projetos de caráter socioambiental. Boa leitura!

EXPEDIENTE

Diretoria ExecutivaDiretor-Presidente

Eurides Luiz Mescolotto

Diretor de Engenharia e Operação

Ronaldo dos Santos Custódio

Diretor Financeiro

Antonio Waldir Vittori

Diretor Administrativo

Paulo Afonso Evangelista Vieira

Conselho Editorial

Cleiton Luis Rezende CabralLaércio FariaLuiz Ricardo MachadoRonaldo Bauer LessaRubem Abrahão Gonçalves Filho

Gerente ACS

Sandra da Silva [email protected]

Coordenação

Jonatas [email protected]

Edição

Andréa [email protected]

Jonatas [email protected]

Textos

Anahi GurgelAndréa LombardoGilberto Del PozzoUmberto Caletti

Edição de Fotografia

Hermínio Nunes

Fotos

Arquivo DDOM/DGIArquivo CHTPArquivo Construtora IntegraçãoArquivo Costa Oeste TransmissoraArquivo Eólicas do SulArquivo ESBRArquivo Marumbi TransmissoraArquivo TSBEArquivo TSLEArquivo WEGCharles DalpráHermínio Nunes

Projeto Gráfico

Agenciamob

Conteúdo e Projeto Editorial

Giusti Comunicação Integrada

Tiragem 4.500 exemplares

Periódico editado pela ACS – Assessoriade Comunicação Social e Marketing

Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 999, PantanalFlorianópolis/SCCEP 88040901Fone (48) 3231.7269 / 3231.7075

www.eletrosul.gov.br

2 EDITORIAL

No detalhe, equipamento eletrônico de transmissão ótico instalado no lado da SE Salto Santiago, que era acoplado ao cabo dielétrico. Desativado há cinco anos, esse equipamento está conservado e em condições de funcionamento.

Entre a Subestação Salto Santiago e a Hidrelétrica Salto Santiago (1.420 MW), no Paraná, foi instalado em

1980 o primeiro cabo dielétrico multimodo aplicado ao setor elétrico. Acoplado a equipamentos ópticos,

tinha funções vitais para teleproteção e comunicação da maior usina da Eletrosul na época.

Os níveis de radiação solar e seu potencial para geração de energia elétrica já começa-ram a ser avaliados pela Eletrosul em três dos estados onde atua a empresa. Foi conclu-ída em meados de março a instalação de seis unidades de medição, com investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Chamadas estações solarimétricas, elas integram empre-endimentos no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Essa etapa inicial ainda será de ajustes nos equipamentos e no sistema de coleta dos dados.

A expectativa é que a partir de abril as in-formações, que irão embasar os estudos de viabilidade técnica e financeira de plantas de geração em grande escala, comecem a ser con-solidadas. As alternativas tecnológicas mais adequadas – fotovoltaica ou termossolar – também serão objeto de análise.

“Até agora, as prospecções para implanta-ção de usinas termossolares ou CSP (sigla em inglês para energia solar concentrada), no Bra-sil, têm se restringido mais ao campo da pes-quisa”, observou o gerente do Departamento de Engenharia de Geração da Eletrosul (DEG), Franklim Lago. Segundo ele, a empresa é uma das primeiras concessionárias do setor elétrico a avaliar a possibilidade de uso da tecnologia,

ENErGIa solar

DESTAQUE 3Eletrosul agora - Março 2014

Empresa investiu cerca der$ 1,5 milhão na instalação de estações solarimétricas para pesquisar potencial de geração

ainda nova no País, para geração comercial.No Rio Grande do Sul, as estações solarimétri-

cas foram instaladas junto da Conversora Uru-guaiana, no município de mesmo nome, e outra na área da Usina Hidrelétrica Passo São João, em Roque Gonzales. Em Mato Grosso do Sul, são três unidades: junto da Usina São Domingos, em Água Clara, e das subestações de Dourados e Anastácio. Em Rondônia, a estação foi instalada na área da Subestação Coletora Porto Velho.

FuncionamentoCada estação solarimétrica dispõe de equipa-

mentos para medição da radiação (direta, total e difusa) e de outras variáveis que podem interferir na produtividade de uma usina fotovoltaica ou solar concentrada como, por exemplo, direção e intensidade dos ventos, temperatura ambiente, umidade relativa do ar, pressão atmosférica e in-tensidade de chuvas. Painéis fotovoltaicos ligados a um banco de baterias garantem a autonomia no suprimento de energia para o funcionamento dos equipamentos.

Os dados coletados nas estações solarimétricas são armazenados em um dispositivo eletrônico (datalogger) e transmitidos para a sede da Eletro-sul, em Florianópolis (SC), onde os técnicos do DEG com ajuda de um software farão o processamento e análise das informações.

Os técnicos que farão a manutenção básica das estações solarimétricas passaram por treinamen-to realizado pela fornecedora, que representa, no Brasil, uma das maiores fabricantes de equipa-mentos de medição.

Medições já começaram

h

CANTEIRO DE OBRAS

março DE 2014

4

amPlIação Do comPlEXo EólIco cErro cHato

Quatro dos seis aerogeradores do Parque Eólico Cerro Chato V, em Sant’Ana do Livramento (RS), já estão operando em testes. Nas outras duas máquinas, está sendo finalizada a montagem eletromecânica. O Par-que Cerro Chato IV, também parte da ampliação, entrou em operação comercial plena em 1º março.

Os 15 aerogerado-res do Parque Ge-ribatu VII estão em fase de montagem.

Casa de força - vista da unidade geradora 5 para a UG 1, entre os eixos A e B.

UHE tElEs PIrEs

comPlEXo EólIco GErIBatU

1.820MW

Capacidade de atendimento: 6.500.000 habitantes

N

MT

PA

78MW

Capacidade de atendimento: 447.000 habitantes

RS

N

258MW

Capacidade de atendimento: 1.600.000 habitantes

RS

N

mEGawatt solar

1MW

Capacidade de atendimento: 570 residências

SC

N

Foi concluído todo o cabeamento de corrente contínua, que liga os mó-dulos fotovoltaicos aos inversores, bem como a rede de aterramento dos painéis e equipamentos insta-lados na cobertura do edifício-sede. Os trabalhos estão concen-trados no cabeamento de corrente alternada para conectar os inversores aos transformadores e cubículos de média tensão.

h

CANTEIRO DE OBRASEletrosul agora - Março 2014

caNtEIro DE oBras5

sE cUrItIBa lEstE

lINHão Do maDEIra - cIrcUIto 2 UHE JIraU

lt sUl BrasIlEIra

Montagem com guindaste da última torre do trecho brasileiro da linha de 525 kV. Responsável pela inter-ligação no lado brasileiro, a Eletrosul já concluiu a con-cretagem de todas as fun-dações e mais de 64% da montagem das torres. Cer-ca de 10% dos cabos foram lançados. Na LT de 230 kV falta apenas realizar o lan-çamento de cabos em um dos sete vãos.

Processo de lançamento do cabo condutor no município de Alto Paraguai (MT).

Equipe trabalhando na instalação de torre, na área da Lagoa Mirim, dentro da Estação Eco-lógica do Taim, na di-visa dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande.

Vista de jusante da casa de força da mar-gem esquerda com a sua segunda fase em obras civis.

Cravação de estacas helicoidais da LT 525kV, que interligará a nova subesta-ção à já existente SE Curitiba.

Vista parcial da obra da Subestação Camaquã 3 (230kV/69kV), com destaque para casa de con-trole (esquerda), transformadores de potência (ao fundo), montagem de barramentos altos e início da instalação dos equipamentos principais.

lt sUl lItorÂNEa INtErlIGação BrasIl – UrUGUaI

RS

N

525 kV

Extensão: 487 km

525 kV

230 kV

781 km de extensão:

494 km em 525kV

287 km em 230 kVN

RS

672MVA

Capacidade de atendimento: 900.000 habitantesN

Curitiba

+LT 525 kVExtensão: 29,4km

600kV

Maior LT de 600 kV do mundo,

com 2.412 Km de extensãoN

3.750MW

Capacidade de atendimento: 34.100.000 habitantes

RO

N

525 kV

230 kV

60 km em 525 kV3 km em 230 kV

SE Candiota:525/230 kV

672 MVA

Suporte à transmissão da Copa

tElEcomUNIcaçõEs

6 ESPECIAL

Estrutura da Eletrosul e telebras permitirá aos torcedores acompanhar, em alta definição, os jogos disputados em Porto Alegre e Curitiba

Todos os jogos da Copa do Mundo de 2014 disputados nas cidades-sede de Porto Ale-gre (RS) e Curitiba (PR) serão transmitidos a partir da estrutura de telecomunicação da Eletrosul, em parceria com a Telebras. As em-presas estão concluindo a ampliação de 80 giga-bits por segundo (Gbps) para 1.600 Gpbs de seu sistema de comuni-cação óptica de alta velocidade – chamado

DWDM. Parte dessa estrutura

será usada para transmissão das disputas, em alta definição e simultaneamente, via TV e in-

ternet, atendendo aos requisitos de qualida-de exigidos pela Fede-ração Internacional de Futebol (Fifa).

A expansão da rede da Eletrosul e Telebras envolve a instalação de equipamentos de última geração, com tecnologia nacional,

em 22 subestações da empresa. Ao todo, o sistema DWDM da Eletrosul, que atenderá ao mundial, abrange 1,6 mil quilômetros de linhas de transmissão que atravessam os

municípios de Porto Alegre, Caxias do Sul, Gravataí, São Francisco de Paula e Nova

Santa Rita, no Rio Grande do Sul; Tu-barão, Florianópolis, Capivari de

Baixo, Palhoça, São José, Bigua-çu, Itajaí, Blumenau e Join-

ville, em Santa Catarina; Curitiba, Ivaiporã, São

Mateus do Sul, Pi-nhão, Manoel Ri-

bas e Londrina, no Paraná; e

as cidades paulis-tas de Assis, Bauru e Araraquara.

A parceria entre as empresas está prevista em contrato técnico-operacional e comercial firmado em agosto de 2013, que contempla ações para implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

“Além de otimizar os recursos para pres-tação conjunta de serviços e reduzir custos com equipamentos, a parceria com a Telebras deixará um legado positivo para o País, es-pecialmente para o desenvolvimento de ações de inclusão digital”, destacou o gerente do Departamento de Telemá-tica, Marcos Romeu Bene-detti.

A rede própria e de swap de telecom da Eletrosul – ba-ckbone – tem 10,2 mil quilômetros de fibras ópticas em cabos OPGW (para-raios nas li-nhas de transmis-são), ADSS (cabo óptico autossusten-tado) e dielétricos.

Além de otimizar os recursos para prestação conjunta de serviços e reduzir custos com equipamentos, a parceria com a Telebras deixará um legado positivo para o PaísMarcos Benedetti

Estádio Beira-Rio

ESPECIAL 7Eletrosul agora - Março 2014

A partir do Decreto Federal nº 8.135, de 4 de novembro de 2013, o acordo técnico-ope-racional e comercial firmado com a Telebras passou a ter ainda mais relevância. Instituí-da em resposta às denúncias de espionagem internacional, que vieram à tona em outubro do ano passado, a legislação estabelece que as comunicações de dados da administra-ção pública federal direta, autárquica e fun-dacional devem ser realizadas por redes

de telecomunica-ções e serviços de tecnologia da in-formação forne-cidos por órgãos ou entidades da administração pública federal, incluindo empresas públicas e socieda-des de economia mista da União e suas subsidiárias.

Para o gerente de vendas da Telebras, Arthur Achilles Dayrell Santos, a infra-estrutura de telecomunicações da Ele-trosul é essencial para o cumprimento do decreto. “Instalados em unidades físicas federais e suspensos nas linhas de transmissão, os cabos OPGW por onde passam as fibras ópticas são re-

sistentes a rompimentos e não suscetíveis a vandalismos, o que diminui o grau de vulne-rabilidade da informação e aumenta dispo-nibilidade do tráfego de dados importantes para o País”, acrescentou.

Ainda como resultado da parceria com a Telebras, a Eletrosul está implantando uma rede de comunicação que interliga as empre-sas Eletrobras. Nas sedes da holding, no Rio

de Janeiro e Brasília, em Furnas, CGTEE e Eletronorte, já fo-ram ativados cir-cuitos de 1 Gbps de velocidade, cedidos pela Eletrosul.

“Certos de que as telecomunicações são extremamente

estratégicas para o desenvolvimento nacio-nal, estamos intensificando nossas ações no segmento, o que vem contribuindo para a re-construção da Telebras, para a regulação de preços no mercado e para a segurança e con-fiabilidade do sistema”, ressaltou o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio. Desde 2005, a empresa está autorizada pela Agência Nacional de Te-lecomunicações (Anatel) a prestar serviços de comunicação multimídia.

Segurança e confiabilidade

Certos de que as telecomunicações são extremamente estratégicas para o desenvolvimento nacional, estamos intensificando nossas ações no segmentoRonaldo Custódio

Arena da Baixada

8 GERAL

Os aerogeradores erguidos nos comple-xos eólicos da Eletrosul no Rio Grande do Sul não apenas geram energia como tam-bém atraem centenas de visitantes. São pessoas oriundas de diversas localidades, inclusive cidades uruguaias, que querem conhecer de perto os gigantes que pro-duzem energia a partir dos ventos. Para atender a esse público, a empresa instalou um Centro de Visitantes, em Santa Vitória do Palmar, onde está sendo implantado o Complexo Eólico Geribatu, um dos maiores da América Latina.

Em menos de um mês de funcionamen-to, aproximadamente 500 pessoas já pas-saram pelo Centro de Visitantes. “A maior parte é de uruguaios que estão de passa-gem pela região e aproveitam para parar e conhecer o parque”, observou o gerente do Centro Regional de Manutenção e Apoio à Operação de Santa Vitória do Palmar, Jor-ge Dimer. O receptivo foi montado, provi-soriamente, em um contêiner ao lado de um aerogerador, o que permite às pessoas terem uma noção do tamanho das torres,

que têm 78 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares.

Sant’Ana do LivramentoNo Complexo Eólico Cerro Chato, em ope-

ração desde 2011, em Sant’Ana do Livra-mento, o Centro de Visitantes será transfe-rido, até o final do ano, para uma estrutura moderna, sustentável e com capacidade para receber centenas de visitantes por dia. A ordem de serviço para o início da obra foi assinada no final de fevereiro entre prefei-tura, Eletrosul e a empreiteira.

O centro terá uma área total de 406 me-tros quadrados, incluindo um prédio cen-tral e três quiosques externos. O receptivo terá sala de exposição de fotos, vídeos e maquetes do primeiro complexo eólico da Eletrosul, além de auditório para palestras educativas e técnicas. A energia no local será gerada a partir de um sistema híbrido (fotovoltaico e eólico). Localizado na parte mais alta do complexo, o Centro de Visitan-tes terá ainda um terraço que funcionará como um mirante, permitindo visão pano-râmica dos parques eólicos.

Incremento ao turismo

GEração EólIca

Complexo Eólico Chuí em obrasIniciada em fevereiro a mobilização

do canteiro de obras para implantação de dois primeiros parques do Complexo Eólico Chuí – empreendimento da Ele-trosul e Rio Bravo Energia I – Fundo de Investimentos em Participações. Nessa etapa inicial, serão abertas e recupera-das as estradas que darão acesso aos 23 aerogeradores dos parques Chuí 6 e 7. O complexo terá, ao todo, seis parques com

72 unidades geradoras, que têm potência instalada de 144 megawatts (MW), sufi-ciente para atender o consumo de cerca de 900 mil habitantes. O investimento total previsto é de R$ 600 milhões.

Paralelamente à abertura de acessos, serão construídas as plataformas onde serão instalados as torres e componentes dos aerogeradores. A etapa seguinte é de montagem das armações e concretagem

das bases. Para o início das obras nos de-mais parques ainda é aguardada a licença ambiental por parte do órgão estadual.

A Eletrosul já tem projeto de investir mais R$ 100 milhões, aproximadamente, para ampliar o Complexo Eólico Chuí em 17 MW, o que elevará a capacidade insta-lada para 161 MW. O novo parque foi lici-tado no Leilão A-3 realizado em novembro do ano passado.

centro de Visitantes atrai olhares para os empreendimentosda Eletrosul na fronteira do Brasil com o Uruguai

Empresa oferece treinamento para que profissionais de manutenção possam atuar na inspeção técnica das linhas

Eletrosul agora - Março 2014

DEsEmPENHo oPEracIoNal

GERAL 9

Investindo em capacitação

Estão prontos e prestes a serem transporta-dos para o canteiro de obras, em Santa Vitória do Palmar (RS), os dois compensadores síncro-nos que serão instalados na Subestação Mar-meleiro. A unidade integra o sistema de trans-missão que irá escoar a energia dos parques eólicos da Eletrosul e parceiros, em implanta-ção no extremo Sul gaúcho, além de integrar a região ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A montagem desses equipamentos foi um projeto inédito para a fabricante WEG e é uma novidade no sistema da Eletrosul, consideran-do as dimensões e potência das máquinas.

“Esses são os dois primeiros compensado-res síncronos rotativos de grande porte já pro-duzidos no Brasil. Eles foram fabricados em Jaraguá do Sul, em menos de 10 meses, tempo recorde para a construção de uma máquina desse tamanho”, relatou o diretor superinten-dente da WEG Energia, Sinésio Tenfen. Cada equipamento tem 11 metros de comprimento, 7 metros de altura e 310 toneladas.

Os compensadores síncronos rotativos são usados em grandes sistemas elétricos de geração e transmissão de energia. No caso dos empreendimentos do extremo Sul gaú-cho, os equipamentos são indispensáveis para manter os níveis de tensão do sistema sob controle e, ainda, elevar o nível de cur-to circuito para permitir a geração eólica. A energia proveniente de fontes eólicas gera grande variação de tensão na rede, fator que exige o sistema de compensação.

As obras desse sistema de transmissão estão sob responsabilidade da Transmisso-ra Sul Litorânea de Energia (TSLE) – empresa constituída pela Eletrosul (51%) e Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica - CEEE-GT (49%).

A meta da Eletrosul de formar como inspe-tores todos os 92 empregados, que atuam na manutenção das linhas de transmissão, nas áreas descentralizadas, foi atingida no mês de fevereiro, com um curso realizado em ins-talações da empresa na Grande Florianópolis, com 21 participantes. Os novos inspetores atuarão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A formação de inspetor de linhas de trans-missão envolve um treinamento específico, com duração média de duas semanas. Além dos conceitos básicos e critérios a serem ob-servados nas vistorias, são tratados assuntos como segurança no trabalho e meio ambiente. Na etapa prática, os técnicos vão a campo ve-rificar as condições das linhas de transmissão e subestações. A atividade pode ser feita em solo ou subindo nas torres – equipados com binóculos e medidores ultrassônico de distân-cia, de aterramento e de resistência – ou, ain-da, por via aérea, com o uso de helicópteros.

“Além de profundo conhecimento sobre linhas de transmissão de energia, o inspetor precisa ter ‘olhos de águia’ para verificar o es-tado geral dos componentes e identificar as mais de 130 anormalidades listadas no rotei-ro de inspeção, possibilitando a programação de manutenções preventivas e corretivas, pri-mordiais para garantir a flexibilidade e con-fiabilidade do sistema”, ressaltou o gerente da Divisão de Engenharia de Manutenção de Linhas de Transmissão, Erni José Nicodem.

Inovaçãotecnológica

A Assessoria Jurídica (AJU) da Eletrosul está finalizando a elaboração de normas e proce-dimentos, que irão consolidar as diretrizes de gestão adotadas pela área ao longo dos últimos anos. São práticas e ferramentas modernas de gestão e controle, que deram mais dinamismo às rotinas de trabalho, mais qualidade e segu-rança jurídica, além de garantir maior percen-tual de êxito no resultado das ações judiciais e a consequente redução de gastos.

O gerente da AJU, Fabiano Marcos Zwicker, explica que as normas que estão sendo criadas disciplinam e padronizam o gerenciamento do processo do contencioso, que são as demandas judiciais, e de consultoria jurídica, que envol-vem análises e pareceres. O fluxo de traba-lho é feito com base em mapeamento e boas práticas de gestão que incluem, por exemplo, o controle redundante de prazos, distribuição das demandas, procedimentos de análise de risco das ações, provisionamento do passivo junto à contabilidade da empresa e os tipos de manifestação jurídica que são prestadas pela consultoria. “Além de otimizar as atividades

da área, as adequações atendem aos preceitos do controle de risco, prática de governança cor-porativa bastante observada pelo mercado”, acrescentou Zwicker.

As adequações na organização da AJU começaram a ser implantadas, em 2006, momento em que a empresa retomava as atividades de geração, o que resultou em au-mento da demanda por serviços jurídicos, por conta, principalmente, da formalização de parcerias societárias e processos de regu-larização fundiária decorrentes da implanta-ção de novos empreendimentos.

Uma das mudanças implementadas foi a distribuição do trabalho por áreas do Direi-to, que são divididas em cinco setores, e a criação de mais um nível de controle, com a implantação de três coordenadorias. Hoje, a área conta com 24 profissionais e cinco esta-giários. “As coordenadorias definem as estra-tégias e os profissionais em seus respectivos setores promovem o atendimento dinâmico aos vários departamentos da Eletrosul com a melhor técnica jurídica possível, não só para suprir as expectativas, mas para evitar a dis-persão e o retrabalho”, avaliou o gerente.

Entre as medidas estão, ainda, a adoção de um software para gerenciar processos e análises, ampliação do quadro de prepostos e credenciamento de advogados e escritórios de advocacia para atendimento das áreas descentralizadas.

ResultadosPara o gerente da AJU, a otimização nos

processos de trabalho tem refletido, direta-mente, nos resultados obtidos junto ao Ju-diciário. Nos últimos dois anos, somente na área trabalhista, foram 198 decisões favorá-veis e outras 57 parcialmente favoráveis à Eletrosul, em primeira instância, o que repre-senta 78% das ações decididas nesse período.

Um dos processos mais importantes em que a equipe da AJU atuou, em 2013, foi o de res-tituição dos valores relativos ao PIS/COFINS recolhidos indevidamente. A Justiça Federal reconheceu, em parte, a cobrança indevida e a Eletrosul terá direito a ser restituída em, pelo menos, R$ 93,6 milhões, referente ao período de fevereiro de 2001 a fevereiro de 2004. A em-presa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal para que seja con-siderado o período de cobrança indevida pleite-ado originalmente na ação, que era a partir de fevereiro de 1999. Havendo êxito, o valor a ser restituído será superior a R$ 101 milhões.

Outra decisão bastante favorável à Eletro-sul, em 2013, deu-se na esfera administra-tiva, quando o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) julgou procedente, por unanimidade, os recursos contra autuação da Receita Federal, reconhecendo a regularidade fiscal do Plano de Readequação Programada do Quadro de Pessoal (PREQ). O resultado po-sitivo permitiu reverter o provisionamento no montante de R$ 46,4 milhões.

Jurídico reformula procedimentos

10 EMPRESA

GEstão

adequações deram dinamismo ao trabalho, o que tem refletido positivamente no resultado das ações

SUSTENTABILIDADE 11Eletrosul agora - Março 2014

ENErGIa VErDE

Primeira concessionária pública do setor elétrico a ingressar no mercado livre como consumidora especial

Todo o consumo de energia do edifício--sede da Eletrosul, em Florianópolis (SC), com média mensal de 360 megawatts-hora (MWh), está sendo atendido por geração própria de fonte incentivada. A empresa migrou da ca-tegoria de consumidor cativo para especial e se tornou pioneira no mercado livre entre as concessionárias públicas do setor elétrico. Es-tudos realizados pela Assessoria de Comercia-lização de Energia (ACE) apontaram uma série de vantagens sob os aspectos financeiro e de sustentabilidade empresarial.

“O principal aspecto positivo é que, ao usar energia verde, a Eletrosul é coerente à visão da holding Eletrobras de se tornar o maior sistema empresarial global de energia limpa, até 2020”, pontuou o gerente da ACE, Alceu Vieira Neto. Desde janeiro, a energia que abastece a sede da estatal é proveniente da Pequena Central Hidre-létrica (PCH) João Borges, localizada no interior de Santa Catarina. No entanto, a empresa tem a flexibilidade de vir a alocar geração de outros empreendimentos próprios como da PCH Bar-ra do Rio Chapéu e da Usina Megawatt Solar. A

planta fotovoltaica de 1 megawatt-pico (MWp), integrada ao edifício da empresa, entrará em operação neste semestre.

A redução nos gastos com energia também foi um dos aspectos considerados na análise interna que levou à migração ao mercado livre. Ao usar energia própria e de fonte incentivada, a Ele-trosul obtém descontos de, no mínimo, 50% na tarifa de uso do sistema elétrico de distribuição. “A oportunidade de desenvolver know-how na área, vislumbrando a possibilidade de negócios futuros no mercado livre também influenciou na mudança”, acrescentou Vieira Neto.

Segundo ele, a adesão à nova categoria de consumo demandou seis meses de trabalho. Além da gestão junto à distribuidora local para encerramento do contrato, foram necessárias adequações no sistema de medição de fatura-mento da empresa. Uma das exigências para o enquadramento é a instalação de equipamento especial para medição do consumo, que é conec-tado diretamente ao sistema da Câmara de Co-mercialização de Energia Elétrica (CCEE).

De acordo com a legislação (Decreto nº 5.163/2004 e Resolução Normativa Aneel nº 247/2006), para se enquadrar na categoria de consumidor especial é preciso ter uma de-manda igual ou superior a 500 kilowatts (kW) e adquirir energia de fonte incentivada: PCHs, solar, eólica e biomassa.

EsPaço DaGEstão amBIENtal

Em maio de 2013, a Eletrosul apro-vou metas de redução no consumo de energia elétrica proveniente do Siste-ma Interligado Nacional (SIN), no edi-fício-sede, de 20% e 40%, para os anos de 2014 e 2015, respectivamente, ten-do como referência o ano base 2012.

O estabelecimento dessas metas, definidas com base nos resultados do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que está em seu quinto ciclo anual consecutivo, estão em consonância com os princípios estabelecidos tanto na Declaração de Compromisso da Eletrobras sobre Mu-danças Climáticas quanto na revisão 2.0 da Política Ambiental.

Com o encerramento do contrato com a concessionária local e demais providências tomadas pela Assessoria de Comercialização de Energia (ACE), como a migração de consumidor cati-vo para consumidor especial, a partir de janeiro de 2014, parte da geração da PCH João Borges, fonte limpa e re-novável, foi alocada para atendimento integral do consumo da sede.

A substituição do consumo da energia proveniente do SIN por ener-gia limpa reduziu as emissões, já que a energia do sistema reflete a com-posição das fontes energéticas pre-sentes na matriz energética brasilei-ra, entre as quais aquela proveniente de geração termelétrica, responsável pela maior parcela de emissões no inventário de GEE.

O atingimento dessas metas anteci-pou os prazos estabelecidos, mostran-do uma tendência evolutiva do esforço da Eletrosul no sentido de contribuir para a mitigação dos efeitos das mu-danças climáticas, demonstrando o alinhamento da empresa com as ten-dências mundiais de sustentabilidade empresarial e com as exigências atu-ais do mercado e da sociedade.

Compromisso com a sustentabilidade Empresa

antecipa meta

Internos de instituição filantrópica têm no contato com a terra, um complemento terapêutico para vencer a dependência química

12 RESPONSABILIDADE SOCIAL

Horta comUNItÁrIa

O Programa Hortas Comunitárias da Ele-trosul, instituído há mais de 10 anos com o objetivo de criar vínculo com as comunidades vizinhas às instalações da empresa e evitar a ocupação irregular de áreas de segurança, ga-nhou um novo viés: servir como terapia com-plementar a pessoas em tratamento contra a dependência química. Nos canteiros implanta-dos no final de 2013, no Centro de Recuperação Nova Esperança (Cerene), em Palhoça, na Gran-de Florianópolis, os 50 internos têm consegui-do excelentes resultados, tanto na produtivida-de da horta, quanto no retorno terapêutico.

“O programa veio ao encontro do nosso tra-balho. Além de enriquecer a alimentação e ge-rar recurso financeiro com a venda do exceden-te da produção, tem sido uma ótima atividade para as pessoas em tratamento”, assegurou o diretor do Cerene de Palhoça, Dorival Oliveira Ávila.

Assim como nas demais hortas implan-tadas por meio do programa, a equipe da As-sessoria de Responsabilidade Social (ARS) da Eletrosul, que coordena o trabalho, deu todo o apoio técnico para o preparo dos canteiros, mudas, insumos e sistema de irrigação. Mas, o cultivo da horta do Cerene teve uma contri-buição extra: a experiência profissional de duas

décadas do técnico agropecuário R.C., 39 anos, um dos internos em tratamento na instituição. “O trabalho na horta me ajudou na terapia e a gente vai aprendendo junto”, disse.

O funcionário público L.S., 42, que ingressou no Cerene praticamente ao mesmo tempo em que a horta foi implantada, também aprovou o trabalho com a terra como parte do trata-mento. “Aqui a gente começa a se sentir útil. Dá uma satisfação ver a comida na mesa que foi produzida por nós.”

A produtividade da horta do Cerene surpre-endeu o técnico agrícola da Eletrosul, Maico Roscete, que acompanha o Programa Hortas Comunitárias. “A colheita só não foi melhor devido à estiagem e forte calor no início do ano, que prejudicou algumas culturas”, relatou, lembrando que os problemas foram contorna-dos com a instalação de um sistema de irriga-ção por gotejamento.

As hortaliças produzidas na horta do Ce-rene, além de serem inseridas nas refeições na própria entidade, são doadas para outras instituições comunitárias, filantrópicas e de assistência social da prefeitura. Uma parte é comercializada em supermercados da re-gião e o dinheiro revertido para manuten-ção dos canteiros.

Cultivo como terapia

Em 2013, o programa completou 10 anos de implantação e ganhou uma nova abordagem. Além do plantio orientado, as famílias integrantes passaram a aprimo-rar as técnicas de cultivo orgânico e agre-gar valor aos produtos com a transforma-ção em compotas, geleias e conserva, por exemplo. Os cursos de capacitação dos pro-dutores foram oferecidos pelo Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural (Senar), que se tornou um importante parceiro do pro-grama. O trabalho de cunho socioambien-tal se tornou uma das principais ações de aproximação com as comunidades onde a Eletrosul dispõe de empreendimentos.

Desenvolvido nos quatro dos estados de atuação da Eletrosul (RS, SC, PR e MS), o Programa Hortas Comunitárias busca a utilização consciente e segura das faixas sob as linhas de transmissão de energia. Atualmente, 34 hortas estão em plena pro-dução, beneficiando mais de mil famílias.

Capacitação


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