Prof. Eduardo Pécora
REDES LOGÍSTICAS ROBUSTAS E RESILIENTES
Eduardo Pécora
RESILIÊNCIA E ROBUSTEZ
• resiliência - s.f. 1 Ato de retorno de mola; elasticidade. 2 Ato de recuar (arma de fogo); coice. 3 Poder de recuperação. 4 Trabalho necessário para deformar um corpo até seu limite elástico.
• robusto - adj. 1 Que manifesta boa saúde e robustez; vigoroso. 2 Valente, duro, potente. 3 Forte, ingente, temeroso. 4 Que resiste à violência; que tem boa construção. 5 Apto para os esforços do pensamento, para as criações intelectuais. 6 Influente, poderoso. 7 Firme, inabalável, rígido. 8 Diz-se de uma nação que manifesta grande vida nas suas instituições, grande amor às suas leis e costumes.
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Fonte: Dicionário Michaelis
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EXEMPLO DO CONCEITO DE RESILIÊNCIA
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NA LOGÍSTICA
• Robusta - Capaz de gerenciar as flutuações do mercado em circunstâncias normais de operação. Ser capaz de continuar as suas operações durante uma “quebra” na cadeia de suprimentos.
• Resiliente - Capacidade da empresa de voltar a sua normalidade após um rompimento (quebra) na cadeia de suprimentos.
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EXEMPLOS DE RUPTURAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
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EXEMPLOS DE QUEBRA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
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EXEMPLOS DE RUPTURAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
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EXEMPLOS DE RUPTURAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
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DESASTRES NATURAIS
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DESASTRES NATURAIS
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WAL MART VS. US ARMY
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OUTROS EXEMPLOS
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No ano 2001, Ford fechou 5 plantas por diversos dias após o tráfego aéreo ser suspenso em 11 se setembro.
No ano 2001, a Land Rover demitiu 1400 funcionários, após um dos seus principais fornecedores pedir concordata.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• 17 de Março de 2000
• Um raio atinge a fábrica da Philips NV em Albuquerque no Novo México causando um incêndio na Fornalha Nro 22.
• O incêndio foi extinto em menos de 10 minutos pelo sistema anti-incêndio e os pelos próprios funcionários da Philips, sem nenhuma pessoa ferida.
• Bombeiros disseram que o incêndio foi uma “fogueira de acampamento”.
• O que os bombeiros não sabiam é que esta “fogueira de acampamento” aconteceu em um dos locais mais limpos da face da terra. Onde nenhuma partícula maior do que meio mícron pode entrar no processo produtivo.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• Danos para a Philips
• Perdeu-se toda a produção de microchips que estava nos fornos.
• Fumaça + água = sujeira
• A fumaça de espalhou por toda a fábrica da Philips, duas das quatro linhas de produção forma afetadas.
• Tudo teria que ser limpo e higienizado antes de se voltar a produzir
• Estimaram que demoraria uma semana para se voltar a produção normal.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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Foram notificados os 30 maiores compradores da planta da Albuquerque, entre eles a Nokia e a Ericsson, que juntos correspondiam a 40% do faturamento.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• Resposta a NOKIA à Ruptura da Philips
• 20 de Março a NOKIA é avisada do problema pelo seu fornecedor.
• O comprador avisa a gerência imediata que coloca todos os produtos vindos da Philips sob observação.
• O gerente recebe relatórios diários sobre as entregas da Philips.
• A NOKIA disponibiliza 2 engenheiros para ajudar a Philips a resolver o problema, a Philips recusa.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• Resposta a NOKIA à Ruptura da Philips
• 30 de Março a NOKIA é avisada que poderá demorar meses até que a produção da Philips volte ao normal.
• Os prejuízos estimados para a NOKIA no caso de uma Ruptura são da ordem de 5% do faturamento.
• Os chips seriam usados em novos “handsets”
• Uma ruptura neste ponto evitaria que o novo produto chegasse ao mercado.
• 30 executivos da NOKIA são chamados as pressas para encontrar uma solução para o problema
• 3 dos 5 componentes da Philips poderiam vir de outros fornecedores
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• Resposta a NOKIA à Ruptura da Philips
• O que fazer com os 2 componentes restantes?
• A negociação foi entre os CEOs das empresas
• Capacidades extras das fábricas da Philips na Holanda e Singapura foram dedicadas à NOKIA.
• Finalmente, a Nokia enviou engenheiros para Albuquerque
• Através de muito esforço e colaboração a NOKIA evitou que a ruptura chegasse aos seus clientes.
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CASE: GRANDES LIÇÕES DE PEQUENAS RUPTURAS
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• Resposta a ERICSSON à Ruptura da Philips
• 20 de Março a ERICSSON é avisada do atraso na entrega dos chips e os motivos.
• Tratou o problema como se fosse um técnico conversando com outro, afinal atrasos acontecem.
• A notícia não chegou nos ouvidos da gerência antes de semanas após o ocorrido.
• Quando a ERICSSON começou a negociar com a Philips, toda a capacidade produtiva extra desta estava dedicada a NOKIA.
• Não tinha um Plano B
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RESULTADOS
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O Fornecedor perdeu somente U$ 40 Milhões, equivalente a 0.6% do faturamento de U$ 6.8 bilhões.
Os Handsets não entraram no mercado altamente volátil.Ericsson perdeu U$ 2.34 Bilhões e mesmo após nove meses não conseguiu se recuperar do impacto.Teve uma perda de market share de 12 para 9 % no primeiro ano e descontinuou o produto nos anos seguintes.
NOKIA: absorveu o Market share que a sua maior concorrente perdeu, aumentando as vendas.
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RESILIÊNCIA NO DESIGN DE SC
Resiliência
Baseado na Redundância
Baseada na Flexibilidade
Buffers estratégicos para emergências
(estoques)
Capacidade extra nas facilidades
Instalações Backup
Permutabilidade de fluxos
Várias fontesCobertura
! Habilidade de se recuperar de quebras. (Sheffi, 2005)
Redundância é vista como uma duplicação da rede de suprimentos para melhorando a cobertura e garantindo os serviços quando a rede falha.
Flexibilidade é baseada nas operações de permutabilidade no caso de uma parte da rede falhar.
Fonte: Tese de doutorado, Walid Klibi
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REDUNDÂNCIA
• Entre 18 de Setembro e 9 de Outubro de 2001 uma série de cartas anônimas foram enviadas pelo serviço postal dos EUA, contando esporos de ANTRAX.
• 2 Centros de distribuição Brentwood e Trenton tiveram que ser fechados, por 2 anos, para descontaminação.
• No dia seguinte todo o fluxo de cartas que passarias por estes 2 CDs foram realocados para outros CDs
• Em 2 dias o sistema de entregas estava estabilizado novamente
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NEM O SOL, NEM A CHUVA, NEM O GRANIZO E NEM MESMO UM FURACÃO, CONSEGUE IMPEDIR QUE ELE CUMPRA A SUA
MISSÃO!
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Primário
Backup
CD1
P 1
P 2
CD2
P 3
P 4
P 5
P 6
Falha
Falha
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Somente quando o CD primário falha!
Fonte: Tese de doutorado, Walid Klibi
ESTRATÉGIA RESILIENTE: ALOCAÇÃO EM 2 NÍVEIS
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REDUNDÂNCIA
• A forma mais básica de redundância é o estoque de segurança, seja de MP, partes ou PA
• O dilema: O estoque pode aumentar a resiliência da empresa mas implica em aumento dos custos e diminuição da qualidade.
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ESTOQUES
Sell one, Stock one - SOSOJohnson & Johnson - Pentágono
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REDUNDÂNCIA
• Forma de redundância onde se deixa parte da capacidade produtiva sem utilização.
• O dilema: Capacidade produtiva extra implica em custos extras
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CAPACIDADE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
• Perda da informação, consequentemente vai acarretar a perda de dinheiro.
• Pouco gasto e grande benefício
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FLEXIBILIDADE
• Plantas padronizadas (Cópia Fiel)
• A Intel tem fábricas desde a Irlanda passando por Israel, Estados Unidos e China. Todas as fábricas têm as mesmas especificações técnicas.
• Comunalidade
• A GM não tem cópia fiel das plantas produtivas, mas é capaz de mudar a operação em um final de semana para se ajustar as incertezas da previsão da demanda;
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INTERCAMBIALIDADE
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FLEXIBILIDADE
• Uniformidade de processos e RH
• UPS - Motoristas
• SouthWest usa um único tipo de avião para uniformizar a formação dos pilotos.
• Uniformidade de Componentes
• Um fábrica de computadores tem 4 tipos diferentes para atender a diferentes demandas e perfis de consumidor. Se a parte externa for a mesma para os quatro o estoque de segurança pode cair pela metade.
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INTERCAMBIALIDADE ATRAVÉS DE PADRONIZAÇÃO
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FLEXIBILIDADE
• Dye another day
• Benetton produz alguns artigos em “greige” (tradução: cor de burro quando foge)
• DELL
• Estoca componentes e não produtos finais.
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INTERCAMBIALIDADE ATRAVÉS DE POSTPONEMENT
AUMENTA O NÍVEL DE SERVIÇO E DIMINUI OS ESTOQUES
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FLEXIBILIDADE
• Em situações que requerem um decisão imediata, o tempo que fluxo de informação leva até chegar a pessoa que toma a decisão pode ser crucial.
• Pessoas no “front line” têm uma percepção melhor do problema.
• Exemplo: Toyota “andon cord”
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DISTRIBUTED DECISION MAKING
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FLEXIBILIDADE
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VÁRIOS FORNECEDORES OU UM ÚNICO????
# de fornecedores# de fornecedores
Único Vários
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PIRÂMIDE DO NEAR-MISS
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Mortes, ferimentos graves
Ferimentos leves
Danos materiais
Incidentes sem danos materiais significantes
Práticas e processos inseguros, perigosos
Acidentes
Near Miss
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PASSOS DA ANÁLISE DO “NEAR MISS”
• Identificação do incidente
• reportar o incidente
• divulgação do incidente
• análise das causas
• possíveis soluções
• divulgação das soluções
• follow up
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NEAR MISS ANALYSIS: CONTRA EXEMPLO
• Confluência de causas:
• Dezembro de 1984, 500 litros e água entraram em no tanque # 610 de Metil-Isocianato (MIC) na planta Union Carbide em Bhopal (India)
• O MIC é causa morte por falência dos pulmões
• 4000 Mortos e 500.000 pessoas afetadas de alguma forma
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NEAR MISS ANALYSIS: CONTRA EXEMPLO
• Medidores indicavam que a pressão estava acima do limite, mas os medidores eram notóriamente não confiáveis que os funcionários nem prestaram atenção.
• A refrigeração do tanque #610 foi desligada para manutenção
• O “gas scrubber” usado em caso de emergências estava inoperante, mesmo se tivesse operando ele poderia conter somente 1/4 do vazamento.
• A torre de queima, que deveria queimar o MIC foi também desligada para a substituição de um cano.
• A “water courtain” projetada para neutralizar o restante do gas era demasiado fraca para atingir o topo do tanque.
• O alarme falhou ao sinalizar o aumento da temperatura do tanque.
• O tanque #610 estava cheio além do limite de capacidade.
• O tanque reserva continha MIC também.
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NEAR MISS ANALYSIS: CONTRA EXEMPLO
• Explosão da Challenger (1986)
• Engenheiros alertaram a NASA que as juntas selantes do tanque de combustível estavam degradadas e precisavam ser trocadas.
• NASA decidiu continuar com io lançamento mesmo assim, por motivos de metas em lançamentos e incentivos para cada voo bem sucedido.
• No relatório final a NASA concluiu: “Traços culturais e práticas de organizacionais foram desenvolvidos em detrimento da segurança”
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NEAR MISS ANALYSIS:
• Aprender antes que o erro aconteça
• Necessário incentivar as pessoas a reportarem “near miss”.
• A cultura organizacional tende a esconder esses tipos de erros.
• Possivel ação: relatório com anonimato.
• Mudança na cultura organizacional
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PASSOS PARA REDUZIR A VULNERABILIDADE
• Organizar-se para a ação
• Conhecer as vulnerabilidades
• Reduzir a probabilidade de rupturas
• Colaboração para a segurança
• Redudâncias
• Design Cadeias de suprimentos resilientes
• Investir em treinamento e cultura
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ABORDAGENS PARA POTENCIAIS SOLUÇÕES
Análise de sensibilidade
Otimização
Otimization Robusta(Kouvelis et al., 1997)
Programação Estocástica(Shapiro, 2007)
Abordagem Reativa
Abordagem próativa
Fonte: Tese de doutorado, Walid Klibi
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CONCLUINDO ...
Pensar no que pode dar errado nunca é prazeroso para a maioria das pessoas. Particularmente, a idéia de que alguém pode deliberadamente destruir o local de trabalho, a comunidade em que vive ou a sociedade a que pertence.
A tendencia humana de ver o mundo como nós gostaríamos que ele fosse ao invés de como ele realmente é é a pedra no meio do caminho para se preparar para as rupturas.
Mas pensar nas rupturas como oportunidades e usar a preparação para a ruptura como meio de aumentar a resiliência é a essencia de se “fazer uma limonada com os limões”.
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ATIVIDADE
Levante as possíveis vulnerabilidades da sua empresa.
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Existem estratégias de resiliência baseadas em flexibilidade e/ou redundância que poderiam ser aplicadas? Quais?
Como você poderia aplicar o conceito de análise do “Near Miss” na sua empresa? Em que condições ela seria efetiva?
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