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REGIÃO DAS BEIRAS

22 | 24 MAI 2018 | QUINTA-FEIRA

Já foi colocada a primeira pedrada nova casa da família FernandesSolidariedade Grupo de empresários de Aveiro mobilizou-se para ajudar as vítimas da vaga de incêndiosdo ano passado. Família de Castanheira de Pera terá a sua habitação arranjada e ampliadaRui Cunha

A primeira pedra da nova casada família Fernandes, no con-celho de Castanheira de Pera,foi colocada na manhã de on-tem, numa pequena cerimóniasimbólica promovida pelo gru -po de empresários de Aveiroque se mobilizou para ajudaras vítimas da vaga de incêndiosque dizimou a região centro noano passado.

A habitação, na povoação deValinha Fontinha, na tristemen -te célebre Estrada Nacional 236– que ficou conhecida como aestrada da morte após os fogosde Junho de 2017 -, foi parcial-mente destruída pelas chamas.Nela vivia uma família de setepessoas, que entretanto setransferiu provisoriamente paraum prédio de habitação socialem Castanheira de Pera, no dis-trito de Leiria.

O projecto de reconstrução eampliação da casa da famíliaFernandes foi desencadeadopor empresários aveirensespou co depois da tragédia doano passado, com Sérgio Chéu,director-geral da empresa deAvei ro Smart Vision, à cabeça,

tendo o Diário de Aveiro co moparceiro desde a primeira ho ra.

O empresário reuniu umcon junto de parceiros e pôs depé o Castanheira Renasce. “Osonho de uma pessoa passou aser o sonho de várias pessoas”,explicou ontem Sérgio Chéuem Valinha Fontinha, agrade-cendo o empenho de quem se

juntou ao empreendimento.“Há muita gente com vontadede fazer bem aos outros”, afir-mou, enaltecendo também opapel da Câmara de Castanhei -ra de Pera, que apoiou o pro-jecto “imediatamente”.

“Saber os nomes”O processo é trabalhoso e

têm surgido “algumas dificul-dades”, mas nada que demovao grupo de parceiros de pros-seguir até a casa estar recons-truída.

O arranque da obra, com acolocação simbólica da pri-meira pedra, marcou o início demais uma etapa do projecto. “Opaís viveu um pesadelo. Hoje é

o primeiro dia deste sonho,nosso e vosso”, sublinhou o em-presário aveirense, esperandoque a reconstrução da habita-ção signifique uma “nova vida”para a família. Sérgio Chéu e osrestantes colegas de projecto fa-zem questão de estar pessoal-mente envolvidos. “Queremospoder olhar para quem ajuda-

mos e saber os seus nomes”,explicou. Nuno Tomás, verea-dor da Câmara de Castanheirade Pera, associou-se ao mo-mento, agradecendo o gesto desolidariedade. “Agora vamos to-dos pôr as mãos à obra”, apelouo autarca.

A casa da família Fernandeslocaliza-se em plena EstradaNa cional 236, entre Figueiródos Vinhos e Castanheira de Pe -ra, onde 47 pessoas morreramquando procuravam uma saídasegura das chamas. O agregadofamiliar não sofreu perdas hu-manas, mas não tem capacida -de financeira para suportar asdespesas da reconstrução –que, de acordo com os respon-sáveis do Castanheira Renasce,ascendem a mais de 126 mil eu-ros.

A casa não satisfazia as reaisnecessidades dos moradores -um deles, por exemplo, movi-menta-se numa cadeira de ro-das e a casa não estava adap-tada a essa circunstância. Nes -se sentido, uma simples re-construção converteu-se nu -ma ampliação e para isso foinecessária a cedência de ter-renos contíguos ao edifício. |

Vários dos parceiros do Castanheira Renasce estiveram ontem com a família Fernandes

EDUARDO PINA

“O pior diada minha vida”“Foi o pior dia da minhavida”, disse ontem NunoFernandes ao Diário deAveiro sobre o 17 de Ju-nho de 2017. “Tentámossocorrer a nossa casa, massó tivemos tempo de fu-gir”, dirigindo-se paraCastanheira de Pera, con-tou o morador. A mesmasorte não tiveram váriosvizinhos, que sucumbiramnos incêndios. O projectoCastanheira Renasce “éuma grande ajuda”, agra -dece. A obra deverá estarconcluída em Janeiro. |

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