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Page 1: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

RELATOacuteRIO FINAL DA CONSULTA PUacuteBLICA

PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEI DE TERRAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de

Bens Imoacuteveis (ldquoLei de Terrasrdquo)

Ministeacuterio da Justiccedila do

V Governo Constitucional de Timor-Leste

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 1 O presente relatoacuterio pretende reportar as alteraccedilotildees em resultado da consulta

puacuteblica ao esboccedilo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens

Imoacuteveis decorrida entre o periacuteodo de 23 de Novembro de 2012 e 15 de Fevereiro de

2013 Esta consulta inclui-se na consulta puacuteblica do pacote de Lei de Terras iniciado

pelo V Governo Constitucional

Tal como foi relatado no relatoacuterio da elaboraccedilatildeo deste esboccedilo natildeo se trata de um

novo documento mas sim de uma revisatildeo do esboccedilo apresentado e discutido pelo

anterior Governo ao qual foi decidido dar seguimento tendo como base a poliacutetica de

continuidade do V Governo Constitucional

Assim e tendo em conta o vasto debate puacuteblico realizado durante a anterior

legislatura o Ministeacuterio da Justiccedila pretendeu focar a presente consulta puacuteblica nos

aspectos teacutecnicos e de detalhe da legislaccedilatildeo tendo por isso pedido aos participantes na

consulta puacuteblica comentassem o esboccedilo da lei por escrito

O lanccedilamento do novo esboccedilo foi feito numa cerimoacutenia puacuteblica realizada no dia

23 de Novembro de 2012 com o apoio do Justice System Project (JSP) da United

Nations Development Program (UNDP) Foram convidados para participar nesta

cerimoacutenia ONGs cujo fim esteja relacionado com terras agecircncias internacionais e

representantes da comunidade acadeacutemica Na sessatildeo presidida por SE o Ministro da

Justiccedila e que contou ainda com a presenccedila de SE o Vice-Ministro da Justiccedila e o

Secretaacuterio de Estado de Terras e Propriedades foi feita uma apresentaccedilatildeo teacutecnica das

alteraccedilotildees a documento seguida de uma sessatildeo de esclarecimentos

A todos os presentes foi distribuiacutedo um CD contendo

-Versatildeo anterior do esboccedilo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos

Bens Imoacuteveis versatildeo portuguesa e teacutetum

-Nova versatildeo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos Bens Imoacuteveis

versatildeo portuguesa e teacutetum

-Relatoacuterio de alteraccedilotildees ao Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos Bens

Imoacuteveis

-Versatildeo anterior do esboccedilo da Lei das Expropriaccedilotildees versatildeo portuguesa e teacutetum

-Nova versatildeo da Lei das Expropriaccedilotildees versatildeo portuguesa e teacutetum

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Paacutegina | 2 -Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei das Expropriaccedilotildees

-Versatildeo anterior do esboccedilo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e

teacutetum

-Nova versatildeo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e teacutetum

-Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio

Foi estabelecido que ateacute dia 31 de Dezembro todos os interessados deveriam

submeter os seus comentaacuterios por escrito entregando-os no Ministeacuterio da Justiccedila ou

enviando-os para o email que foi criado para o efeito (consultaterrasmjgovtl) No

entanto tendo em conta os pedidos feitos durante a sessatildeo de apresentaccedilatildeo e a

solicitaccedilatildeo endereccedilada pela Rede Ba Rai ao Ministro da Justiccedila para que tal prazo fosse

estendido foi por ele decidido em despacho de 11 de Dezembro alargar o referido prazo

ateacute 15 de Fevereiro de 2013 Para aleacutem de todos os contactos realizados para alertar da

extensatildeo do prazo tal informaccedilatildeo foi ainda divulgada atraveacutes do site do Ministeacuterio da

Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node365)

Todos os documentos sujeitos a consulta puacuteblica foram disponibilizados na

paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) Foram ainda

enviados em CD a todos os chefes de suco acompanhados de uma brochura explicativa

Atraveacutes do sistema de SMS da Timor Telecom foram enviadas mensagens para

todos os nuacutemeros nacionais informando sobre a consulta puacuteblica e convidando agrave

participaccedilatildeo

Durante o periacuteodo da consulta puacuteblica os teacutecnicos do Ministeacuterio da Justiccedila

participaram em vaacuterios encontros com diferentes interessados no qual foram

esclarecidas duacutevidas relativas aos esboccedilos em causa

O Ministeacuterio da Justiccedila recebeu um total de 18 comentaacuterios que se encontram

publicados na paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) A

todos os que se disponibilizaram para participar na discussatildeo de tatildeo importante tema o

Ministeacuterio da Justiccedila apresenta o seu sincero agradecimento

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Paacutegina | 3 Tendo em conta a preocupaccedilatildeo com as questotildees de geacutenero levantadas em alguns

dos comentaacuterios foram realizadas reuniotildees teacutecnicas com as entidades especialistas na

aacuterea para analisar a questatildeo em maior detalhe e das quais resultam algumas das

soluccedilotildees que constam do texto final

As alteraccedilotildees que contam do presente relatoacuterio tiveram como base os

comentaacuterios e as preocupaccedilotildees levantadas durante a fase da consulta puacuteblica Procurou-

se ainda realizar um esforccedilo de consolidaccedilatildeo da linguagem e clarificaccedilatildeo dos

procedimentos estabelecidos nesta lei

O relatoacuterio usa como base a versatildeo anterior de cada uma das leis assinalada a

NEGRITO As alteraccedilotildees feitas satildeo assinaladas a COR AZUL e com a indicaccedilatildeo

ldquoAlteraccedilatildeordquo De todas elas eacute feita uma nota justificativa explicando a razatildeo que esteve

na base da alteraccedilatildeo Sempre que foi acrescentado um novo artigo foi feita a referecircncia

de ldquonovo artigordquo

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Paacutegina | 4 REGIME ESPECIAL PARA A DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DOS

BENS IMOacuteVEIS

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste assegura no artigo 54ordm

o direito de todos os cidadatildeos agrave propriedade privada da terra O pleno exerciacutecio

deste direito depende da resoluccedilatildeo do actual estado de indefiniccedilatildeo quanto agrave

titularidade dos bens imoacuteveis

Com o objectivo de regularizar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-

Leste promover a distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de

todos agrave terra a presente lei estabelece o Regime Especial para a Definiccedilatildeo da

Titularidade dos Bens Imoacuteveis e cria mecanismos que permitem identificar os

legiacutetimos proprietaacuterios e reconhecer e atribuir os primeiros direitos de

propriedade da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo

da Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Alteraccedilatildeo

A presente lei procura clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica da propriedade da terra em Timor-

Leste efectivando as diferentes dimensotildees do direito agrave propriedade privada previsto no

artigo 54ordm nordm 1 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste O processo

de regularizaccedilatildeo previsto nesta lei fundamental para a paz e desenvolvimento social e

econoacutemico nacional tem em conta a histoacuteria de Timor-Leste e eacute informado pelo

conhecimento acumulado ao longo de vaacuterios anos de estudos e consultas puacuteblicas

relativas a questotildees relacionadas com a propriedade de imoacuteveis procurando criar um

equiliacutebrio entre as diferentes posiccedilotildees existentes na sociedade timorense

Neste sentido e tendo por base a situaccedilatildeo histoacuterica e juriacutedica de Timor-Leste foram

estabelecidos como objectivos principais da presente lei a clarificaccedilatildeo da situaccedilatildeo

juriacutedica da propriedade e a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo e acesso agrave terra

A clarificaccedilatildeo dos direitos de propriedade eacute feita atraveacutes do reconhecimento de direitos

de propriedade anteriores Na verdade a Constituiccedilatildeo e demais legislaccedilatildeo subsequente

exigem a salvaguarda de direitos formais anteriores pertencentes a timorenses que

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 2: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 1 O presente relatoacuterio pretende reportar as alteraccedilotildees em resultado da consulta

puacuteblica ao esboccedilo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens

Imoacuteveis decorrida entre o periacuteodo de 23 de Novembro de 2012 e 15 de Fevereiro de

2013 Esta consulta inclui-se na consulta puacuteblica do pacote de Lei de Terras iniciado

pelo V Governo Constitucional

Tal como foi relatado no relatoacuterio da elaboraccedilatildeo deste esboccedilo natildeo se trata de um

novo documento mas sim de uma revisatildeo do esboccedilo apresentado e discutido pelo

anterior Governo ao qual foi decidido dar seguimento tendo como base a poliacutetica de

continuidade do V Governo Constitucional

Assim e tendo em conta o vasto debate puacuteblico realizado durante a anterior

legislatura o Ministeacuterio da Justiccedila pretendeu focar a presente consulta puacuteblica nos

aspectos teacutecnicos e de detalhe da legislaccedilatildeo tendo por isso pedido aos participantes na

consulta puacuteblica comentassem o esboccedilo da lei por escrito

O lanccedilamento do novo esboccedilo foi feito numa cerimoacutenia puacuteblica realizada no dia

23 de Novembro de 2012 com o apoio do Justice System Project (JSP) da United

Nations Development Program (UNDP) Foram convidados para participar nesta

cerimoacutenia ONGs cujo fim esteja relacionado com terras agecircncias internacionais e

representantes da comunidade acadeacutemica Na sessatildeo presidida por SE o Ministro da

Justiccedila e que contou ainda com a presenccedila de SE o Vice-Ministro da Justiccedila e o

Secretaacuterio de Estado de Terras e Propriedades foi feita uma apresentaccedilatildeo teacutecnica das

alteraccedilotildees a documento seguida de uma sessatildeo de esclarecimentos

A todos os presentes foi distribuiacutedo um CD contendo

-Versatildeo anterior do esboccedilo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos

Bens Imoacuteveis versatildeo portuguesa e teacutetum

-Nova versatildeo do Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos Bens Imoacuteveis

versatildeo portuguesa e teacutetum

-Relatoacuterio de alteraccedilotildees ao Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade dos Bens

Imoacuteveis

-Versatildeo anterior do esboccedilo da Lei das Expropriaccedilotildees versatildeo portuguesa e teacutetum

-Nova versatildeo da Lei das Expropriaccedilotildees versatildeo portuguesa e teacutetum

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Paacutegina | 2 -Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei das Expropriaccedilotildees

-Versatildeo anterior do esboccedilo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e

teacutetum

-Nova versatildeo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e teacutetum

-Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio

Foi estabelecido que ateacute dia 31 de Dezembro todos os interessados deveriam

submeter os seus comentaacuterios por escrito entregando-os no Ministeacuterio da Justiccedila ou

enviando-os para o email que foi criado para o efeito (consultaterrasmjgovtl) No

entanto tendo em conta os pedidos feitos durante a sessatildeo de apresentaccedilatildeo e a

solicitaccedilatildeo endereccedilada pela Rede Ba Rai ao Ministro da Justiccedila para que tal prazo fosse

estendido foi por ele decidido em despacho de 11 de Dezembro alargar o referido prazo

ateacute 15 de Fevereiro de 2013 Para aleacutem de todos os contactos realizados para alertar da

extensatildeo do prazo tal informaccedilatildeo foi ainda divulgada atraveacutes do site do Ministeacuterio da

Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node365)

Todos os documentos sujeitos a consulta puacuteblica foram disponibilizados na

paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) Foram ainda

enviados em CD a todos os chefes de suco acompanhados de uma brochura explicativa

Atraveacutes do sistema de SMS da Timor Telecom foram enviadas mensagens para

todos os nuacutemeros nacionais informando sobre a consulta puacuteblica e convidando agrave

participaccedilatildeo

Durante o periacuteodo da consulta puacuteblica os teacutecnicos do Ministeacuterio da Justiccedila

participaram em vaacuterios encontros com diferentes interessados no qual foram

esclarecidas duacutevidas relativas aos esboccedilos em causa

O Ministeacuterio da Justiccedila recebeu um total de 18 comentaacuterios que se encontram

publicados na paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) A

todos os que se disponibilizaram para participar na discussatildeo de tatildeo importante tema o

Ministeacuterio da Justiccedila apresenta o seu sincero agradecimento

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Paacutegina | 3 Tendo em conta a preocupaccedilatildeo com as questotildees de geacutenero levantadas em alguns

dos comentaacuterios foram realizadas reuniotildees teacutecnicas com as entidades especialistas na

aacuterea para analisar a questatildeo em maior detalhe e das quais resultam algumas das

soluccedilotildees que constam do texto final

As alteraccedilotildees que contam do presente relatoacuterio tiveram como base os

comentaacuterios e as preocupaccedilotildees levantadas durante a fase da consulta puacuteblica Procurou-

se ainda realizar um esforccedilo de consolidaccedilatildeo da linguagem e clarificaccedilatildeo dos

procedimentos estabelecidos nesta lei

O relatoacuterio usa como base a versatildeo anterior de cada uma das leis assinalada a

NEGRITO As alteraccedilotildees feitas satildeo assinaladas a COR AZUL e com a indicaccedilatildeo

ldquoAlteraccedilatildeordquo De todas elas eacute feita uma nota justificativa explicando a razatildeo que esteve

na base da alteraccedilatildeo Sempre que foi acrescentado um novo artigo foi feita a referecircncia

de ldquonovo artigordquo

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Paacutegina | 4 REGIME ESPECIAL PARA A DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DOS

BENS IMOacuteVEIS

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste assegura no artigo 54ordm

o direito de todos os cidadatildeos agrave propriedade privada da terra O pleno exerciacutecio

deste direito depende da resoluccedilatildeo do actual estado de indefiniccedilatildeo quanto agrave

titularidade dos bens imoacuteveis

Com o objectivo de regularizar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-

Leste promover a distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de

todos agrave terra a presente lei estabelece o Regime Especial para a Definiccedilatildeo da

Titularidade dos Bens Imoacuteveis e cria mecanismos que permitem identificar os

legiacutetimos proprietaacuterios e reconhecer e atribuir os primeiros direitos de

propriedade da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo

da Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Alteraccedilatildeo

A presente lei procura clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica da propriedade da terra em Timor-

Leste efectivando as diferentes dimensotildees do direito agrave propriedade privada previsto no

artigo 54ordm nordm 1 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste O processo

de regularizaccedilatildeo previsto nesta lei fundamental para a paz e desenvolvimento social e

econoacutemico nacional tem em conta a histoacuteria de Timor-Leste e eacute informado pelo

conhecimento acumulado ao longo de vaacuterios anos de estudos e consultas puacuteblicas

relativas a questotildees relacionadas com a propriedade de imoacuteveis procurando criar um

equiliacutebrio entre as diferentes posiccedilotildees existentes na sociedade timorense

Neste sentido e tendo por base a situaccedilatildeo histoacuterica e juriacutedica de Timor-Leste foram

estabelecidos como objectivos principais da presente lei a clarificaccedilatildeo da situaccedilatildeo

juriacutedica da propriedade e a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo e acesso agrave terra

A clarificaccedilatildeo dos direitos de propriedade eacute feita atraveacutes do reconhecimento de direitos

de propriedade anteriores Na verdade a Constituiccedilatildeo e demais legislaccedilatildeo subsequente

exigem a salvaguarda de direitos formais anteriores pertencentes a timorenses que

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 3: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 2 -Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei das Expropriaccedilotildees

-Versatildeo anterior do esboccedilo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e

teacutetum

-Nova versatildeo da Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio versatildeo portuguesa e teacutetum

-Relatoacuterio de alteraccedilotildees agrave Lei do Fundo Financeiro Imobiliaacuterio

Foi estabelecido que ateacute dia 31 de Dezembro todos os interessados deveriam

submeter os seus comentaacuterios por escrito entregando-os no Ministeacuterio da Justiccedila ou

enviando-os para o email que foi criado para o efeito (consultaterrasmjgovtl) No

entanto tendo em conta os pedidos feitos durante a sessatildeo de apresentaccedilatildeo e a

solicitaccedilatildeo endereccedilada pela Rede Ba Rai ao Ministro da Justiccedila para que tal prazo fosse

estendido foi por ele decidido em despacho de 11 de Dezembro alargar o referido prazo

ateacute 15 de Fevereiro de 2013 Para aleacutem de todos os contactos realizados para alertar da

extensatildeo do prazo tal informaccedilatildeo foi ainda divulgada atraveacutes do site do Ministeacuterio da

Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node365)

Todos os documentos sujeitos a consulta puacuteblica foram disponibilizados na

paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) Foram ainda

enviados em CD a todos os chefes de suco acompanhados de uma brochura explicativa

Atraveacutes do sistema de SMS da Timor Telecom foram enviadas mensagens para

todos os nuacutemeros nacionais informando sobre a consulta puacuteblica e convidando agrave

participaccedilatildeo

Durante o periacuteodo da consulta puacuteblica os teacutecnicos do Ministeacuterio da Justiccedila

participaram em vaacuterios encontros com diferentes interessados no qual foram

esclarecidas duacutevidas relativas aos esboccedilos em causa

O Ministeacuterio da Justiccedila recebeu um total de 18 comentaacuterios que se encontram

publicados na paacutegina do Ministeacuterio da Justiccedila (httpwwwmjgovtlq=node338) A

todos os que se disponibilizaram para participar na discussatildeo de tatildeo importante tema o

Ministeacuterio da Justiccedila apresenta o seu sincero agradecimento

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 3 Tendo em conta a preocupaccedilatildeo com as questotildees de geacutenero levantadas em alguns

dos comentaacuterios foram realizadas reuniotildees teacutecnicas com as entidades especialistas na

aacuterea para analisar a questatildeo em maior detalhe e das quais resultam algumas das

soluccedilotildees que constam do texto final

As alteraccedilotildees que contam do presente relatoacuterio tiveram como base os

comentaacuterios e as preocupaccedilotildees levantadas durante a fase da consulta puacuteblica Procurou-

se ainda realizar um esforccedilo de consolidaccedilatildeo da linguagem e clarificaccedilatildeo dos

procedimentos estabelecidos nesta lei

O relatoacuterio usa como base a versatildeo anterior de cada uma das leis assinalada a

NEGRITO As alteraccedilotildees feitas satildeo assinaladas a COR AZUL e com a indicaccedilatildeo

ldquoAlteraccedilatildeordquo De todas elas eacute feita uma nota justificativa explicando a razatildeo que esteve

na base da alteraccedilatildeo Sempre que foi acrescentado um novo artigo foi feita a referecircncia

de ldquonovo artigordquo

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Paacutegina | 4 REGIME ESPECIAL PARA A DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DOS

BENS IMOacuteVEIS

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste assegura no artigo 54ordm

o direito de todos os cidadatildeos agrave propriedade privada da terra O pleno exerciacutecio

deste direito depende da resoluccedilatildeo do actual estado de indefiniccedilatildeo quanto agrave

titularidade dos bens imoacuteveis

Com o objectivo de regularizar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-

Leste promover a distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de

todos agrave terra a presente lei estabelece o Regime Especial para a Definiccedilatildeo da

Titularidade dos Bens Imoacuteveis e cria mecanismos que permitem identificar os

legiacutetimos proprietaacuterios e reconhecer e atribuir os primeiros direitos de

propriedade da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo

da Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Alteraccedilatildeo

A presente lei procura clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica da propriedade da terra em Timor-

Leste efectivando as diferentes dimensotildees do direito agrave propriedade privada previsto no

artigo 54ordm nordm 1 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste O processo

de regularizaccedilatildeo previsto nesta lei fundamental para a paz e desenvolvimento social e

econoacutemico nacional tem em conta a histoacuteria de Timor-Leste e eacute informado pelo

conhecimento acumulado ao longo de vaacuterios anos de estudos e consultas puacuteblicas

relativas a questotildees relacionadas com a propriedade de imoacuteveis procurando criar um

equiliacutebrio entre as diferentes posiccedilotildees existentes na sociedade timorense

Neste sentido e tendo por base a situaccedilatildeo histoacuterica e juriacutedica de Timor-Leste foram

estabelecidos como objectivos principais da presente lei a clarificaccedilatildeo da situaccedilatildeo

juriacutedica da propriedade e a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo e acesso agrave terra

A clarificaccedilatildeo dos direitos de propriedade eacute feita atraveacutes do reconhecimento de direitos

de propriedade anteriores Na verdade a Constituiccedilatildeo e demais legislaccedilatildeo subsequente

exigem a salvaguarda de direitos formais anteriores pertencentes a timorenses que

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 4: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 3 Tendo em conta a preocupaccedilatildeo com as questotildees de geacutenero levantadas em alguns

dos comentaacuterios foram realizadas reuniotildees teacutecnicas com as entidades especialistas na

aacuterea para analisar a questatildeo em maior detalhe e das quais resultam algumas das

soluccedilotildees que constam do texto final

As alteraccedilotildees que contam do presente relatoacuterio tiveram como base os

comentaacuterios e as preocupaccedilotildees levantadas durante a fase da consulta puacuteblica Procurou-

se ainda realizar um esforccedilo de consolidaccedilatildeo da linguagem e clarificaccedilatildeo dos

procedimentos estabelecidos nesta lei

O relatoacuterio usa como base a versatildeo anterior de cada uma das leis assinalada a

NEGRITO As alteraccedilotildees feitas satildeo assinaladas a COR AZUL e com a indicaccedilatildeo

ldquoAlteraccedilatildeordquo De todas elas eacute feita uma nota justificativa explicando a razatildeo que esteve

na base da alteraccedilatildeo Sempre que foi acrescentado um novo artigo foi feita a referecircncia

de ldquonovo artigordquo

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Paacutegina | 4 REGIME ESPECIAL PARA A DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DOS

BENS IMOacuteVEIS

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste assegura no artigo 54ordm

o direito de todos os cidadatildeos agrave propriedade privada da terra O pleno exerciacutecio

deste direito depende da resoluccedilatildeo do actual estado de indefiniccedilatildeo quanto agrave

titularidade dos bens imoacuteveis

Com o objectivo de regularizar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-

Leste promover a distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de

todos agrave terra a presente lei estabelece o Regime Especial para a Definiccedilatildeo da

Titularidade dos Bens Imoacuteveis e cria mecanismos que permitem identificar os

legiacutetimos proprietaacuterios e reconhecer e atribuir os primeiros direitos de

propriedade da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo

da Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Alteraccedilatildeo

A presente lei procura clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica da propriedade da terra em Timor-

Leste efectivando as diferentes dimensotildees do direito agrave propriedade privada previsto no

artigo 54ordm nordm 1 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste O processo

de regularizaccedilatildeo previsto nesta lei fundamental para a paz e desenvolvimento social e

econoacutemico nacional tem em conta a histoacuteria de Timor-Leste e eacute informado pelo

conhecimento acumulado ao longo de vaacuterios anos de estudos e consultas puacuteblicas

relativas a questotildees relacionadas com a propriedade de imoacuteveis procurando criar um

equiliacutebrio entre as diferentes posiccedilotildees existentes na sociedade timorense

Neste sentido e tendo por base a situaccedilatildeo histoacuterica e juriacutedica de Timor-Leste foram

estabelecidos como objectivos principais da presente lei a clarificaccedilatildeo da situaccedilatildeo

juriacutedica da propriedade e a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo e acesso agrave terra

A clarificaccedilatildeo dos direitos de propriedade eacute feita atraveacutes do reconhecimento de direitos

de propriedade anteriores Na verdade a Constituiccedilatildeo e demais legislaccedilatildeo subsequente

exigem a salvaguarda de direitos formais anteriores pertencentes a timorenses que

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 5: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 4 REGIME ESPECIAL PARA A DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DOS

BENS IMOacuteVEIS

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste assegura no artigo 54ordm

o direito de todos os cidadatildeos agrave propriedade privada da terra O pleno exerciacutecio

deste direito depende da resoluccedilatildeo do actual estado de indefiniccedilatildeo quanto agrave

titularidade dos bens imoacuteveis

Com o objectivo de regularizar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-

Leste promover a distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de

todos agrave terra a presente lei estabelece o Regime Especial para a Definiccedilatildeo da

Titularidade dos Bens Imoacuteveis e cria mecanismos que permitem identificar os

legiacutetimos proprietaacuterios e reconhecer e atribuir os primeiros direitos de

propriedade da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo

da Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Alteraccedilatildeo

A presente lei procura clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica da propriedade da terra em Timor-

Leste efectivando as diferentes dimensotildees do direito agrave propriedade privada previsto no

artigo 54ordm nordm 1 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste O processo

de regularizaccedilatildeo previsto nesta lei fundamental para a paz e desenvolvimento social e

econoacutemico nacional tem em conta a histoacuteria de Timor-Leste e eacute informado pelo

conhecimento acumulado ao longo de vaacuterios anos de estudos e consultas puacuteblicas

relativas a questotildees relacionadas com a propriedade de imoacuteveis procurando criar um

equiliacutebrio entre as diferentes posiccedilotildees existentes na sociedade timorense

Neste sentido e tendo por base a situaccedilatildeo histoacuterica e juriacutedica de Timor-Leste foram

estabelecidos como objectivos principais da presente lei a clarificaccedilatildeo da situaccedilatildeo

juriacutedica da propriedade e a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo e acesso agrave terra

A clarificaccedilatildeo dos direitos de propriedade eacute feita atraveacutes do reconhecimento de direitos

de propriedade anteriores Na verdade a Constituiccedilatildeo e demais legislaccedilatildeo subsequente

exigem a salvaguarda de direitos formais anteriores pertencentes a timorenses que

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 6: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 5 validamente os adquiriram durante precedentes administraccedilotildees Os artigos 54ordm e 165ordm

da Constituiccedilatildeo a Lei 22002 de 7 de Agosto que recebe em bloco a legislaccedilatildeo

anterior bem como a Lei 12003 de 10 de Marccedilo relativamente aos bens imoacuteveis do

Estado obrigam ao reconhecimento destes direitos Por sua vez eacute necessaacuterio ter em

conta o limite estabelecido pela proibiccedilatildeo constitucional constante do nuacutemero 4 do

artigo 54ordm que veda aos cidadatildeos estrangeiros a propriedade privada da terra em

Timor-Leste

Mas para aleacutem do reconhecimento de direitos anteriormente formalizados a presente lei

procede agrave criaccedilatildeo da figura dos direitos informais de propriedade com vista a corrigir as

injusticcedilas praticadas antes da independecircncia de Timor-Leste devido agrave falta de

formalizaccedilatildeo de direitos Este direito correspondente a um direito tradicional e

individual agrave terra e permite que aqueles que anteriormente natildeo tenham obtido

documentos relativamente aos seus direitos de propriedade os possam agora invocar

nos mesmos termos daqueles que anteriormente tiveram os seus direitos formalizados

Neste campo a presente lei faz a formalizaccedilatildeo destes direitos atraveacutes do seu registo

Por sua vez a promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da terra eacute feita atraveacutes do reconhecimento do

direito de propriedade a possuidores desta ou aos titulares de outros direitos anteriores

que natildeo o direito de propriedade de acordo com os criteacuterios estabelecidos na lei Evita-

se a propriedade e administraccedilatildeo centralizada da terra dando ampla oportunidade aos

privados de terem direitos sobre a terra juridicamente reconhecidos e de serem

independentes na administraccedilatildeo dos seus imoacuteveis

O acesso agrave terra eacute garantido de duas formas por um lado atraveacutes da criaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades permitindo-se o surgimento de um mercado de bens

imoacuteveis seguro e transparente por outro lado atraveacutes da clarificaccedilatildeo dos bens

pertencentes ao domiacutenio do Estado possibilitando a este realizar uma melhor gestatildeo do

seu patrimoacutenio que pode passar pela distribuiccedilatildeo agravequeles que de outra forma natildeo

tiveram acesso agrave terra

Importa tambeacutem referir os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e o princiacutepio da

compensaccedilatildeo quando exista duplicidade de direitos Na verdade existem situaccedilotildees em

que em virtude da atribuiccedilatildeo de direitos por diferentes administraccedilotildees ou por aplicaccedilatildeo

dos criteacuterios previstos nesta lei haveraacute mais do que um declarante vaacutelido para o mesmo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 6 bem imoacutevel Nestes casos a lei estabelece os criteacuterios para a resoluccedilatildeo de disputas e

determina o pagamento de uma indemnizaccedilatildeo agrave parte agrave qual natildeo eacute reconhecido o direito

de propriedade por forma a reparar a perda do seu direito

A lei reconhece ainda a propriedade comunitaacuteria e cria a figura das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria Embora alguns aspectos destas figuras necessitem de densificaccedilatildeo em

legislaccedilatildeo posterior assegura-se desde jaacute o direito das comunidades enquanto tal

reclamarem os seus bens imoacuteveis e verem a sua propriedade comunitaacuteria reconhecida

estabelecendo-se ainda princiacutepios que balizam a regulamentaccedilatildeo das zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria

Salienta-se ainda a criaccedilatildeo de mecanismos ateacute agora inexistentes em outras leis para a

protecccedilatildeo contra o despejo da casa de morada de famiacutelia ou de locais indispensaacuteveis agrave

obtenccedilatildeo de rendimentos por aqueles que natildeo tecircm poder econoacutemico para obter outras

alternativas Tal protecccedilatildeo visa garantir que o processo de regularizaccedilatildeo da propriedade

imobiliaacuteria natildeo seraacute causador de pobreza Por outro lado estabelecem-se princiacutepios e

mecanismos para a realizaccedilatildeo de despejos administrativos alinhados com o

estabelecido em diplomas de direito internacional para que quando estes tenham que

ocorrer sejam feitos da forma menos intrusiva possiacutevel

Houve tambeacutem um especial cuidado em conformar a lei com os instrumentos de direito

internacional dos quais Timor-Leste eacute parte tais como a Declaraccedilatildeo Universal dos

Direitos do Homem o Pacto Internacional dos Direitos Econoacutemicos Sociais e Culturais

ou a Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de Todas as Formas de Descriminaccedilatildeo sobre as

Mulheres (CEDAW) que nos termos do artigo 9ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Democraacutetica de Timor-Leste fazem parte integrante do ordenamento juriacutedico

timorense

O Parlamento Nacional decreta nos termos do nordm 1 do artigo 95ordm da Constituiccedilatildeo da

Repuacuteblica para valer como lei o seguinte

Foi elaborado um novo preacircmbulo da lei Procurou-se neste novo preacircmbulo sumariar

de forma mais clara as razotildees para a necessidade da lei Por outro lado sumariou-se

ainda princiacutepios e mecanismos de protecccedilatildeo que dela fazem parte

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 7

CAPIacuteTULO I

OBJECTO E DEFINICcedilOtildeES

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO I

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Entendeu incluir-se o capiacutetulo I e II num uacutenico capiacutetulo de disposiccedilotildees gerais

Artigo 1ordm

Objecto

1 A presente lei estabelece o regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de

bens imoacuteveis por meio do reconhecimento e da atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de

propriedade de bens imoacuteveis da Repuacuteblica Democraacutetica de Timor-Leste

2 O regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis tem por fim

clarificar a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis em Timor-Leste promover a

distribuiccedilatildeo da propriedade aos cidadatildeos e garantir o acesso de todos agrave terra

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da

posse como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a

compensaccedilatildeo nos casos de duplicidade de direitos

Alteraccedilatildeo

Artigo 1ordm

Objecto

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O reconhecimento e a atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade tecircm como

princiacutepios orientadores o respeito pelos direitos anteriores o reconhecimento da posse

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 8 como fundamento para a atribuiccedilatildeo do direito de propriedade e a indemnizaccedilatildeo nos

casos de duplicidade de direitos

Entendeu-se que se deveria substituir a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Sempre existiram duacutevidas de qual seria a melhor expressatildeo a utilizar Em termos

doutrinais entende-se que a expressatildeo ldquoindemnizaccedilatildeordquo deve ser usada quando existe

uma perda material sendo a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo usada para perdas imateriais A

quando da redaccedilatildeo da lei foi entendido que a expressatildeo compensaccedilatildeo seria melhor

conhecida em Timor-Leste No entanto e resultado da consulta puacuteblica foi-nos

informado que a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo era entendida em Timor-Leste como algo de

menor valor e que natildeo dava a ideia que se remunerava um direito perdido Assim sendo

a expressatildeo indemnizaccedilatildeo a mais correcta doutrinalmente e por forma a que haja um

correcto entendimento do que se pretende com esta expressatildeo entendeu-se que esta

expressatildeo deve ser alterada

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos do presente diploma denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse

duradoura que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de

propriedade referidos neste diploma como direitos informais de

propriedade

b) Os direitos sobre bens imoacuteveis concedidos pelas administraccedilotildees

portuguesa e indoneacutesia no territoacuterio de Timor-Leste respectivamente o

direito de propriedade perfeita e o aforamento o hak milik o hak guna

bangunan e o hak guna usaha

2 Para efeitos do presente diploma satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios

os direitos informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak

milik e secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 Os direitos anteriores secundaacuterios de aforamento cuja caducidade seja

posterior a 28 de Novembro de 1975 satildeo considerados vaacutelidos

4 Os direitos anteriores secundaacuterios de hak guna bangunan e hak guna usaha cuja

caducidade seja posterior a 30 de Agosto de 1999 satildeo considerados vaacutelidos

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 9

Alteraccedilatildeo

Artigo 2ordm

Direitos anteriores

1 Para efeitos da presente lei denominam-se direitos anteriores

a) Os direitos sobre bens imoacuteveis costumeiros e decorrentes da posse duradoura

que tenham as caracteriacutesticas essenciais do direito de propriedade referidos nesta

lei como direitos informais de propriedade

b) ()

2 Para efeitos da presente lei satildeo denominados direitos anteriores primaacuterios os direitos

informais de propriedade o direito de propriedade perfeita e o hak milik e direitos

anteriores secundaacuterios o aforamento o hak guna bangunan e o hak guna usaha

3 (hellip)

4 ()

Foi alterada a expressatildeo ldquodiplomardquo por lei para uniformizaccedilatildeo da linguagem

No nordm 2 antes da palavra ldquosecundaacuteriosrdquo acrescentou-se ldquodireitos anterioresrdquo de forma agrave

expressatildeo ficar mais clara e uniforme com o resto do regime

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

Para efeitos da presente lei entende-se por

a) Declaraccedilatildeo de titularidade o acto por meio do qual uma ou mais pessoas

singulares ou colectivas declaram o seu viacutenculo a um bem imoacutevel sobre o

qual pretendem o reconhecimento formal do seu direito de propriedade

perante a Direcccedilatildeo Nacional de Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais

doravante designada DNTPSC no acircmbito do processo de levantamento

cadastral

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo

de titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como

pretendente a titular ou agrave compensaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 11: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 10 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem

imoacutevel ou o grupo de declarantes em concordacircncia

e) Bens imoacuteveis o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de

permanecircncia designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo

Civil

f) Direitos informais de propriedade os direitos sobre bens imoacuteveis

costumeiros e decorrentes da posse duradoura que tenham as caracteriacutesticas

essenciais do direito de propriedade

g) Propriedade perfeita o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos

direitos de uso fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na

lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

h) Aforamento o direito do foreiro ao uso e fruiccedilatildeo de um bem imoacutevel

mediante o pagamento de um foro com possiacutevel direito de remiccedilatildeo

reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo portuguesa

i) Hak milik o direito de gozo de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso

fruiccedilatildeo e disposiccedilatildeo de bens imoacuteveis reconhecido como tal na lei aplicaacutevel

durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

j) Hak guna-bangunan o direito a construir ou manter temporariamente

uma obra em terreno alheio reconhecido como tal na lei aplicaacutevel durante a

administraccedilatildeo indoneacutesia

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do

Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

Alteraccedilatildeo

Artigo 3ordm

Definiccedilotildees

(hellip)

a) (hellip)

b) Declarante a pessoa singular ou colectiva que tenha submetido declaraccedilatildeo de

titularidade vaacutelida e tempestiva individualmente ou em grupo como pretendente

a titular do direito ou agrave indemnizaccedilatildeo

c) Declarante possuidor o declarante na posse actual do bem imoacutevel declarado

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 12: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 11 d) Declarante incontestado o uacutenico declarante de titularidade de um bem imoacutevel

ou o grupo de declarantes em concordacircncia quanto agrave titularidade de um bem

imoacutevel

e) Bem imoacutevel o solo e tudo o que a ele estaacute ligado com caraacutecter de permanecircncia

designadamente os edifiacutecios nos termos previstos no Coacutedigo Civil

f) (hellip)

g) (hellip)

h) (hellip)

i) (hellip)

j) (hellip)

k) Hak guna-usaha o direito ao aproveitamento econoacutemico da terra do domiacutenio

do Estado por um determinado periacuteodo de tempo reconhecido como tal na lei

aplicaacutevel durante a administraccedilatildeo indoneacutesia

As alteraccedilotildees agraves aliacuteneas tiveram como objectivo fazer pequenas correcccedilotildees de

linguagem Na aliacutenea b) foi acrescentado ldquodo direitordquo Na aliacutenea c) foi acrescentado

ldquoactualrdquo Na aliacutenea d) acrescentou-se ldquoquanto agrave titularidade de um bem imoacutevelrdquo Na

aliacutenea e) passou-se a fazer a referecircncia no singular Na aliacutenea k) acrescentou-se ldquodo

domiacuteniordquo

CAPIacuteTULO II

DISPOSICcedilOtildeES GERAIS

Alteraccedilatildeo

Eliminado

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente este capiacutetulo eacute eliminado

passando os seus artigos a integrar o Capiacutetulo I

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 13: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 12 1 Podem ser sujeitos do direito de propriedade de bens imoacuteveis as pessoas

nacionais singulares e colectivas homens e mulheres bem como as comunidades

locais

2 O direito de propriedade eacute assegurado igualmente a homens e mulheres sendo

vedada qualquer forma de discriminaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 4ordm

Igualdade de direitos

1 (hellip)

2 O direito de propriedade de bens imoacuteveis eacute assegurado em condiccedilotildees de igualdade a

homens e mulheres sendo proibida qualquer forma de discriminaccedilatildeo na titularidade

acesso gestatildeo administraccedilatildeo gozo transferecircncia ou disposiccedilatildeo destes

Tal como foi sugerido durante a consulta puacuteblica alterou-se o nordm 2 com o objectivo de

conformar o texto com o disposto no artigo 16ordm h) da Convenccedilatildeo Para a Eliminaccedilatildeo de

Todas as Formas de Discriminaccedilatildeo Contra as Mulheres (CEDAW)

Novo artigo

Artigo 4ordm -A

Necessidades especiais de minorias e grupos vulneraacuteveis

A aplicaccedilatildeo da presente lei tem em consideraccedilatildeo as necessidades especiais das

diferentes minorias e grupos vulneraacuteveis estando todas as entidades envolvidas

obrigadas a tomar as necessaacuterias providecircncias para garantir a adequada informaccedilatildeo

consulta e participaccedilatildeo destes grupos de forma a promover o direito agrave igualdade e agrave natildeo

discriminaccedilatildeo

Com o aditamento deste artigo pretende-se criar uma disposiccedilatildeo geral que obrigue as

diferentes entidades implementadoras da presente lei tal como a Direcccedilatildeo Nacional de

Terras Propriedades e Serviccedilos Cadastrais (DNTPSC) a Comissatildeo Cadastral ou o

Ministeacuterio da Solidariedade Social a ter em conta as necessidades especiais de minorias

e grupos vulneraacuteveis Optou-se pela expressatildeo ldquominorias e grupos vulneraacuteveisrdquo por se

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 13 entender ser mais abrangente incluindo por exemplo grupos originaacuterios de outras

regiotildees mas tambeacutem cidadatildeos portadores de deficiecircncia ou idosos As providecircncias

para a sua protecccedilatildeo a serem tomadas dependem do procedimento em causa e dos

grupos abrangidos Por exemplo durante o levantamento cadastral sabendo-se existir

em determinada aacuterea um grupo originaacuterio de outra regiatildeo que possa de alguma forma

ser intimidado a participar deve a DNTPSC ter em conta tal facto e adaptar o

levantamento cadastral de forma a que estes nele participem O incumprimento desta

obrigaccedilatildeo responsabiliza a entidade em causa nos termos gerais do direito

relativamente agrave actividade administrativa do Estado O mesmo texto foi adoptado na Lei

das Expropriaccedilotildees

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 Sem prejuiacutezo de lei especial que classifique outros bens como dominiais puacuteblicos

integram o domiacutenio puacuteblico

a) As aacuteguas costeiras e territoriais as aacuteguas interiores assim como o seu leito

as suas margens e a plataforma continental

b) As camadas aeacutereas superiores ao territoacuterio acima do limite reconhecido ao

proprietaacuterio ou superficiaacuterio

c) O espaccedilo pelo qual podem propagar-se ondas radioeleacutectricas

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa

de protecccedilatildeo para o interior do territoacuterio

e) As aacuteguas fluviais e lacustres lagos e lagoas e terrenos conexos com

excepccedilatildeo das aacuteguas consideradas privadas ou comunitaacuterias nos termos do

Coacutedigo Civil

f) As jazidas de petroacuteleo e gaacutes natural

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 15: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 14 g) Os depoacutesitos minerais os recursos hidrominerais e os recursos

geoteacutermicos bem como as cavidades naturais subterracircneas e outras riquezas

naturais existentes no subsolo com exclusatildeo das aacuteguas de nascente e das

massas minerais tais como rochas terras comuns e outros materiais

habitualmente usados na construccedilatildeo

h) As infra-estruturas ferroviaacuterias observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

i) Os aeroportos e aeroacutedromos de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

j) Os portos artificiais e docas de interesse puacuteblico observando-se uma faixa

de protecccedilatildeo confinante

k) As barragens de utilidade puacuteblica observando-se uma faixa de protecccedilatildeo

confinante

l) A rede viaacuteria onde se incluem designadamente as estradas ruas caminhos

puacuteblicos praccedilas espaccedilos verdes bem como os seus acessoacuterios e obras de arte

observando-se uma faixa de protecccedilatildeo confinante

m) Os cemiteacuterios puacuteblicos

n) Os monumentos e imoacuteveis de interesse nacional contanto que hajam sido

classificados e estejam integrados no domiacutenio puacuteblico

o) As instalaccedilotildees militares as infra-estruturas relevantes de seguranccedila

interna e as zonas territoriais reservadas para fins de protecccedilatildeo civil ou

defesa militar

p) A faixa de terreno ao longo da fronteira terrestre

4 O Cadastro Nacional de Propriedades identifica e caracteriza os bens do

domiacutenio puacuteblico do Estado

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio

puacuteblico do Estado eacute regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 5ordm

Domiacutenio puacuteblico do Estado

1 Integram o domiacutenio puacuteblico do Estado os bens cuja inclusatildeo em tal domiacutenio seja

determinada por lei individualmente ou mediante a identificaccedilatildeo por tipos

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 16: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 15 2 A inclusatildeo e manutenccedilatildeo de quaisquer bens no domiacutenio puacuteblico do Estado assentam

sempre no pressuposto de que os bens satildeo indispensaacuteveis agrave satisfaccedilatildeo do interesse

puacuteblico e de necessidades colectivas

3 (hellip)

(hellip)

d) As praias e a faixa da orla mariacutetima e do contorno de ilhas ilheacuteus baiacuteas e

estuaacuterios medida da linha das maacuteximas preia-mares observando uma faixa de

protecccedilatildeo de 50 metros para o interior do territoacuterio

(hellip)

4 (hellip)

5 A identificaccedilatildeo determinaccedilatildeo de faixas e o regime de utilizaccedilatildeo do domiacutenio puacuteblico

do Estado eacute regulado por lei

6 O titular de direito anterior ou aquele que preencha os requisitos da usucapiatildeo

especial a quem nos termos desta lei devesse ser reconhecido o direito de propriedade

sobre um bem imoacutevel mas que perca esse direito por o bem passar a ser considerado

parte do domiacutenio puacuteblico do Estado deve ser indemnizado

7 A indemnizaccedilatildeo referida no nuacutemero anterior eacute calculada nos termos da presente lei

Nas alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 agrave expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblicordquo acrescentou-se a referecircncia ao

Estado uniformizando assim a expressatildeo ldquodomiacutenio puacuteblico do Estadordquo

Na aliacutenea d) do nordm 3 foi estabelecido que a faixa costeira pertencente ao domiacutenio eacute de 50

metros

Na alteraccedilatildeo ao nordm 5 retirou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo sendo substituiacutedo por ldquoleirdquo

Tal alteraccedilatildeo foi feita por uma questatildeo de correcccedilatildeo linguiacutestica A competecircncia para a

aprovaccedilatildeo de leis e decretos-lei eacute estabelecida pela Constituiccedilatildeo pelo que qualquer

referecircncia ao mecanismo de aprovaccedilatildeo de lei posterior eacute sempre incipiente Assim

optou-se por deixar uma referecircncia geneacuterica agrave lei podendo-se sempre aprovar decretos-

lei quando a Constituiccedilatildeo o permita Seguiu-se o mesmo criteacuterio nas referecircncias

seguintes a legislaccedilatildeo posterior

Com os nordm 6 e 7 pretende salvaguardar-se os possiacuteveis casos em que a declaraccedilatildeo de

utilidade puacuteblica possa vir a ldquoexpropriarrdquo bens imoacuteveis sobre os quais existam jaacute

direitos consolidados

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 16 Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles que foram propriedade ou tenham sido

utilizados pelas administraccedilotildees puacuteblicas portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975 e

indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999 no territoacuterio de Timor-Leste sem prejuiacutezo

do estabelecido relativamente a direitos informais de propriedade e propriedade

comunitaacuteria ou de possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

2 Consideram-se bens imoacuteveis do Estado aqueles que se encontram actualmente

na sua posse e nos quais satildeo desenvolvidas actividades relacionadas com a

administraccedilatildeo puacuteblica ou actividades de interesse puacuteblico prevalecendo a posse do

Estado sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo

do titular de direito anterior nos termos desta lei

3 Satildeo bens imoacuteveis do Estado aqueles sobre os quais incidam direitos anteriores

primaacuterios ou secundaacuterios pertencentes a estrangeiros que revertam para o Estado

nos termos da presente Lei

4 As coisas imoacuteveis sem dono conhecido consideram-se patrimoacutenio do Estado

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens imoacuteveis do Estado satildeo regulados

por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 6ordm

Bens imoacuteveis do Estado

1 Satildeo bens imoacuteveis do Estado

a) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica portuguesa ateacute 7 de Dezembro de 1975

b) Os bens imoacuteveis que foram propriedade ou que tenham sido utilizados pela

administraccedilatildeo puacuteblica indoneacutesia ateacute 19 de Outubro de 1999

c) Os bens imoacuteveis que se encontram na posse actual do Estado e nos quais satildeo

desenvolvidas actividades relacionadas com a administraccedilatildeo puacuteblica ou

actividades de interesse puacuteblico

d) Os bens imoacuteveis sobre os quais incidam direitos anteriores primaacuterios ou

secundaacuterios pertencentes a cidadatildeos estrangeiros que nos termos da presente lei

revertam para o Estado

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 18: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 17 2 O disposto nas aliacuteneas a) e b) do nuacutemero 1 natildeo prejudica o estabelecido na presente

lei relativamente a direitos informais de propriedade agrave propriedade comunitaacuteria bem

como a possiacuteveis direitos indemnizatoacuterios

3 No que respeita aos bens mencionados na aliacutenea c) do nuacutemero 1 a posse do Estado

prevalece sobre quaisquer direitos anteriores sem prejuiacutezo do direito a indemnizaccedilatildeo do

titular do direito anterior nos termos previstos na presente lei

4 (hellip)

5 O regime de utilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo dos bens do domiacutenio do Estado eacute regulado por

lei

Alterou-se a configuraccedilatildeo do artigo de forma a tornaacute-lo mais claro Natildeo foram no

entanto feitas alteraccedilotildees ao seu conteuacutedo

Artigo 7ordm

Pessoas colectivas

1 A pessoa colectiva nacional constituiacuteda exclusivamente por cidadatildeos nacionais e

ou cujo capital seja integral e exclusivamente detido por cidadatildeos nacionais pode

ser titular do direito de propriedade de bens imoacuteveis

2 Podem ainda ser titulares de direito de propriedade outras pessoas colectivas a

quem por lei seja concedido este direito

3 As demais pessoas colectivas titulares de direitos anteriores que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a

utilizar o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento com o Estado

4 Revertem ao Estado os bens imoacuteveis cujos titulares de direito anterior satildeo

pessoas colectivas extintas excepto se ocorrer usucapiatildeo especial ou ordinaacuteria por

terceiros identificados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo dos

primeiros direitos de propriedade

5 O regime para a identificaccedilatildeo das pessoas colectivas abrangidas no nordm 1 e 2 eacute

definido por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 8ordm

Estrangeiros

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 18 1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por

cidadatildeos nacionais

2 Os declarantes estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a posse

de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento

Alteraccedilatildeo

Artigo 8ordm

Cidadatildeos estrangeiros

1 Os direitos anteriores primaacuterios e secundaacuterios pertencentes a declarantes cidadatildeos

estrangeiros revertem para o Estado excepto se ocorrer usucapiatildeo especial por cidadatildeos

nacionais

2 Os declarantes cidadatildeos estrangeiros titulares de direito anterior que mantenham a

posse de bem imoacutevel revertido ao domiacutenio privado do Estado podem continuar a utilizar

o imoacutevel por meio de contrato de arrendamento nos termos gerais da lei que regula o

arrendamento dos bens imoacuteveis do Estado

Alterou-se na epiacutegrafe e no texto do artigo a expressatildeo ldquoestrangeirosrdquo para ldquocidadatildeos

estrangeirosrdquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a parte final do nordm 2 por forma a remeter para as regras gerais do

arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

CAPIacuteTULO III

POSSE

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO II

POSSE

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 19 Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 9ordm

Conceito

1 A posse para efeitos desta lei eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma

correspondente ao exerciacutecio do direito de propriedade

2 A posse tanto pode ser exercida pessoalmente como por intermeacutedio de outrem

3 O senhorio exerce a posse por intermeacutedio do arrendataacuterio

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees plantaccedilotildees cercas e vedaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 9ordm

Conceito

1 Para efeitos da presente lei a posse eacute o uso ou a possibilidade efectiva de uso do bem

imoacutevel para fins de habitaccedilatildeo cultivo negoacutecio construccedilatildeo ou para qualquer outra

actividade que requeira a utilizaccedilatildeo fiacutesica do bem imoacutevel por forma correspondente ao

exerciacutecio do direito de propriedade

2 (hellip)

3 (hellip)

4 Satildeo indiacutecios da posse as construccedilotildees as plantaccedilotildees as cercas e as vedaccedilotildees

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 4 pretenderam corrigir pequenas questotildees de linguagem

Artigo 10ordm

Posse em caso de domiacutenio ancestral

Considera-se possuidor aquele que habite tenha erguido edificaccedilotildees ou feito

plantaccedilotildees num bem imoacutevel cuja titularidade eacute reivindicada por outrem com base

no costume ancestral ainda que a este pague renda

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 20

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 Satildeo considerados meros detentores do bem imoacutevel

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito como os arrendataacuterios

b) Os que simplesmente se aproveitam da toleracircncia do legiacutetimo possuidor

c) Os representantes ou mandataacuterios do possuidor bem como todos os que

possuem em nome de outrem

2 Os meros detentores natildeo podem adquirir para si por usucapiatildeo especial o

direito de propriedade sobre o bem imoacutevel possuiacutedo

Alteraccedilatildeo

Artigo 11ordm

Mero detentor

1 (hellip)

a) Os que usam o bem imoacutevel sem a intenccedilatildeo de agir como beneficiaacuterios do

direito nomeadamente o arrendataacuterio

b) (hellip)

c) (hellip)

2 (hellip)

A alteraccedilatildeo agrave aliacutenea a) do nordm 1 corrige apenas a linguagem usada

Artigo 12ordm

Protecccedilatildeo agrave posse

Ateacute que os primeiros direitos de propriedade sejam reconhecidos ou atribuiacutedos no

acircmbito do regime especial estabelecido por esta lei o possuidor actual e paciacutefico

goza de plena protecccedilatildeo legal nos termos do Coacutedigo Civil

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Puacuteblica

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 21 Possui com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de

propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 13ordm

Animus de proprietaacuterio

Actua com animus de proprietaacuterio aquele que nos actos de exerciacutecio da posse natildeo

exclua impliacutecita ou explicitamente a convicccedilatildeo de ser titular do direito de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquopossuirdquo por ldquoactuardquo uma para correcccedilatildeo da linguagem Tal

alteraccedilatildeo torna o texto mais correcto uma vez que apenas existe posse quando o

requisito do animus estaacute preenchido

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

Posse puacuteblica e notoacuteria eacute a que se exerce de modo a poder ser conhecida pelos

interessados

Alteraccedilatildeo

Artigo 14ordm

Posse puacuteblica e notoacuteria

A posse eacute puacuteblica e notoacuteria quando eacute de modo a poder ser conhecida pelos interessados

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para efeitos deste diploma posse duradoura eacute a que transcorre ininterruptamente

por pelo menos vinte anos

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 22

Alteraccedilatildeo

Artigo 15ordm

Posse duradoura

Para os efeitos da presente lei a posse duradoura eacute a que decorre ininterruptamente por

um periacuteodo miacutenimo de 20 anos

A alteraccedilatildeo pretende uniformizar a linguagem referindo ldquoleirdquo em vez de ldquodiplomardquo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 Posse paciacutefica eacute a que foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 Considera-se violenta a posse quando para obtecirc-la o possuidor usou de coacccedilatildeo

fiacutesica ou de coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 16ordm

Posse paciacutefica

1 A posse eacute paciacutefica quando foi obtida sem violecircncia ou ameaccedila

2 A posse eacute violenta quando para a obter o possuidor tenha usado de coacccedilatildeo fiacutesica ou

coacccedilatildeo moral nos termos definidos no Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for privado indevidamente do exerciacutecio da

retenccedilatildeo ou fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de o continuar

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 23 2 Considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante nacional titular de direito

anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de 1998 e que tenha sido

impedido de recuperar a posse

Alteraccedilatildeo

Artigo 17ordm

Interrupccedilatildeo da posse

1 Haacute esbulho sempre que algueacutem for indevidamente privado do exerciacutecio da posse ou

fruiccedilatildeo do bem imoacutevel possuiacutedo ou da possibilidade de a continuar

2 Para os efeitos da presente lei considera-se na posse actual e paciacutefica o declarante

nacional titular de direito anterior que tenha sido esbulhado apoacutes 31 de Dezembro de

1998 e que tenha sido impedido de recuperar a posse

A alteraccedilatildeo pretende apenas corrigir detalhes de linguagem

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

O declarante possuidor pode para o fim de determinar a data de iniacutecio da posse

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores nessa mesma posse desde que

sejam contiacutenuas e paciacuteficas independentemente da forma de transmissatildeo nos

termos do Coacutedigo Civil

Alteraccedilatildeo

Artigo 18ordm

Sucessatildeo e acessatildeo na posse

Para efeitos de determinaccedilatildeo da data do iniacutecio da posse o declarante possuidor pode

acrescentar agrave sua posse a dos seus antecessores desde que sejam contiacutenuas e paciacuteficas

independentemente da forma de transmissatildeo nos termos do Coacutedigo Civil

A alteraccedilatildeo pretende tornar o texto mais claro

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 24

CAPIacuteTULO IV

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO III

USUCAPIAtildeO ESPECIAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

Denomina-se usucapiatildeo especial o mecanismo de aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis por posse mantida por certo lapso de tempo e de

acordo com os requisitos definidos neste capiacutetulo

Alteraccedilatildeo

Artigo 19ordm

Noccedilatildeo

A usucapiatildeo especial eacute um mecanismo que possibilita a aquisiccedilatildeo do direito de

propriedade sobre um bem imoacutevel no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei em virtude da posse mantida por

certo periacuteodo de tempo dependendo da verificaccedilatildeo dos requisitos constantes do

presente capiacutetulo

Com esta alteraccedilatildeo pretende-se apenas tornar o texto mais claro

Artigo 20ordm

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 25 Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis situados em aacutereas do domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser

objecto de usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 20ordm

Bens imoacuteveis insusceptiacuteveis de aquisiccedilatildeo por usucapiatildeo especial

Os bens imoacuteveis que integram o domiacutenio puacuteblico do Estado natildeo podem ser objecto de

usucapiatildeo especial

A alteraccedilatildeo ao texto uniformiza o texto do artigo com o restante diploma

Artigo 21ordm

Requisitos

Atribui-se o direito de propriedade por usucapiatildeo especial ao declarante possuidor

actual que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos

a) Ter nacionalidade timorense e possuir o imoacutevel com animus de

proprietaacuterio continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria

b) Ter iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

Alteraccedilatildeo

Artigo 21ordm

Requisitos da usucapiatildeo especial

O direito de propriedade sobre um bem imoacutevel apenas pode ser atribuiacutedo por usucapiatildeo

especial ao declarante possuidor actual que cumulativamente

a) Tenha nacionalidade timorense e possua o imoacutevel com animus de proprietaacuterio

continuamente de forma puacuteblica e notoacuteria e

b) Tenha iniciado a posse pacificamente ateacute 31 de Dezembro de 1998 sem usar

de violecircncia fiacutesica ou coacccedilatildeo moral

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 27: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 26 Foram feitas apenas pequenas correcccedilotildees ao texto e agrave epiacutegrafe para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 22ordm

Capacidade para adquirir

1 A usucapiatildeo especial aproveita a todos os que podem adquirir

2 Os incapazes podem adquirir por usucapiatildeo especial tanto por si como por

intermeacutedio das pessoas que legalmente os representam

CAPIacuteTULO V

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IV

ZONAS DE PROTECCcedilAtildeO COMUNITAacuteRIA E BENS IMOacuteVEIS COMUNITAacuteRIOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquocomunitaacuteriardquo

Artigo 23ordm

Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

As Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a

finalidade de salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes

da protecccedilatildeo de aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas sejam cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas

onde haja recursos naturais cujo uso seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua

subsistecircncia

Alteraccedilatildeo

Artigo 23ordm

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Puacuteblica

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 28: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 27 Zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

As zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria satildeo aacutereas protegidas pelo Estado com a finalidade de

salvaguardar os interesses comuns de uma comunidade local atraveacutes da protecccedilatildeo

especial conferida a aacutereas habitacionais aacutereas agriacutecolas quer quando cultivadas ou em

pousio florestas siacutetios de importacircncia cultural locais de culto sagrado ou ligados agrave

tradiccedilatildeo local pastagens fontes de aacutegua ou aacutereas onde haja recursos naturais cujo uso

seja compartilhado e necessaacuterio agrave sua subsistecircncia

A epiacutegrafe do artigo foi alterada para o plural Pretende-se assim dar a ideia que eacute um

mecanismo que pode ser aplicado a vaacuterias aacutereas

Foram feitas pequenas alteraccedilotildees para correcccedilatildeo da linguagem

Foi ainda acrescentada a expressatildeo ldquolocais de culto sagrado ou ligados agrave tradiccedilatildeo localrdquo

Embora tais expressotildees pudessem ser englobadas nas jaacute referidas no artigo a sua

menccedilatildeo expressa torna mais clara a sua inclusatildeo nesta protecccedilatildeo

Artigo 24ordm

Protecccedilatildeo

Nas zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria cabe ao Estado

a) Garantir que as praacuteticas costumeiras respeitem a Constituiccedilatildeo sejam

participativas natildeo discriminatoacuterias e assegurem a igualdade de geacutenero

b) Promover a sustentabilidade ambiental e sociocultural no uso dos recursos

naturais e dos meios de vida da comunidade local e

c) Proteger os bens imoacuteveis comunitaacuterios da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O uso de bens imoacuteveis por indiviacuteduos famiacutelias e grupos em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuteria deve ser respeitado pela comunidade e protegido pelo Estado

2 Cabe ao Estado assegurar que as actividades econoacutemicas realizadas por

terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuterias

a) Beneficiem a comunidade local como um todo de forma inclusiva e natildeo

discriminatoacuteria

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 28 b) Sejam feitas de forma sustentaacutevel do ponto de vista ambiental e

sociocultural

c) Respeitem os meios de vida da comunidade local e o seu acesso aos

recursos naturais

3 As actividades econoacutemicas realizadas por terceiros em Zonas de Protecccedilatildeo

Comunitaacuterias devem ser precedidas de consulta agrave comunidade local

Alteraccedilatildeo

Artigo 25ordm

Uso de bens imoacuteveis em zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria

1 (hellip)

2 Cabe ao Estado assegurar que a utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em

zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

3 A utilizaccedilatildeo por terceiros de bens imoacuteveis situados em zonas de protecccedilatildeo

comunitaacuteria para fins de natureza econoacutemica deve ser precedida de consulta agrave

comunidade local obedecendo ao disposto em legislaccedilatildeo especial

Foi alterada a formulaccedilatildeo dos nordm 2 e 3 de forma a tornar o texto do artigo mais claro No

nordm 3 foi ainda feita referecircncia a legislaccedilatildeo especial Tal legislaccedilatildeo eacute natildeo soacute a legislaccedilatildeo a

aprovar referente a terras comunitaacuterias tal como referido no artigo 28ordm mas tambeacutem

outra legislaccedilatildeo aplicaacutevel como por exemplo a legislaccedilatildeo ambiental

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A caracterizaccedilatildeo de uma aacuterea como Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos bens imoacuteveis de particulares de pessoas colectivas e do Estado

nela localizados e os direitos dos respectivos titulares sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees

decorrentes do regime de protecccedilatildeo

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 30: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 29

Alteraccedilatildeo

Artigo 26ordm

Titularidade dos bens imoacuteveis em Zonas de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

A classificaccedilatildeo de uma aacuterea como zona de protecccedilatildeo comunitaacuteria natildeo afecta a

titularidade dos direitos sobre os bens imoacuteveis nela situados por parte de pessoas

singulares ou colectivas ou pelo Estado sem prejuiacutezo das limitaccedilotildees decorrentes do

regime de protecccedilatildeo

Alterou-se a expressatildeo ldquocaracterizaccedilatildeordquo por ldquoclassificaccedilatildeo por se entender ser a

expressatildeo mais correcta O texto do artigo foi simplificado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 Consideram-se propriedade da comunidade local os bens imoacuteveis reconhecidos

pela comunidade como sendo de seu uso comum e partilhado por um grupo de

indiviacuteduos ou famiacutelias organizados de acordo com os usos e costumes locais

2 Os bens imoacuteveis de propriedade comunitaacuteria satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 A demarcaccedilatildeo de bens imoacuteveis comunitaacuterios segue as regras estabelecidas na

presente lei e o que vier a ser determinado em diploma proacuteprio

4 A propriedade comunitaacuteria eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 27ordm

Bens imoacuteveis comunitaacuterios

1 (hellip)

2 Os bens imoacuteveis comunitaacuterios satildeo inalienaacuteveis e impenhoraacuteveis

3 (hellip)

4 A propriedade bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute considerada como um direito informal de

propriedade para efeitos de disputa

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 30

No nordm 2 e 4 foi uniformizada a expressatildeo ldquobens imoacuteveis comunitaacuteriosrdquo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

Artigo 28ordm

Regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e bens imoacuteveis comunitaacuterios

O regime das zonas de protecccedilatildeo comunitaacuteria e dos bens imoacuteveis comunitaacuterios eacute

regulado por lei

Tal como referido anteriormente entendeu-se mais correcto fazer uma referecircncia

geneacuterica agrave lei

CAPIacuteTULO VI

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO V

LEVANTAMENTO CADASTRAL

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 32: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 31 1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute a base de dados que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do processo de

levantamento cadastral

2 Compotildeem o Cadastro Nacional de Propriedades a base de dados cadastral e a

base de dados do registo de propriedades

3 Soacute podem integrar o Cadastro Nacional de Propriedades as informaccedilotildees

recolhidas no acircmbito do levantamento cadastral previsto no presente capiacutetulo

4 Cabe agrave DNTPSC o estabelecimento a administraccedilatildeo e a actualizaccedilatildeo do

Cadastro Nacional de Propriedades

Alteraccedilatildeo

Artigo 29ordm

Cadastro Nacional de Propriedades

1 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute o sistema de registo predial que conteacutem a

informaccedilatildeo oficial sobre a situaccedilatildeo juriacutedica dos bens imoacuteveis recolhida atraveacutes do

processo de levantamento cadastral

2 O Cadastro Nacional de Propriedades eacute composto pela informaccedilatildeo cadastral e pelo

registo predial

3 (hellip)

4 (hellip)

As alteraccedilotildees ao nordm 1 e 2 procuraram simplificar a linguagem utilizada no texto do

artigo Procurou-se clarificar que o Cadastro Nacional de Propriedades conteacutem

informaccedilatildeo fiacutesica mas tambeacutem juriacutedica dos bens imoacuteveis

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute a recolha de dados sobre bens imoacuteveis

realizada pela DNTPSC em aacutereas de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas em

conformidade com um enquadramento procedimental especiacutefico e com a

finalidade de compor o Cadastro Nacional de Propriedades

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 32

Alteraccedilatildeo

Artigo 30ordm

Levantamento cadastral sistemaacutetico

1 O levantamento cadastral consiste na recolha de dados sobre bens imoacuteveis em aacutereas

de colecccedilatildeo contiacuteguas e predeterminadas de modo sistemaacutetico e em conformidade com

um enquadramento procedimental especiacutefico tendo por finalidade compor o Cadastro

Nacional de Propriedades

2 O levantamento cadastral eacute realizado pelos serviccedilos da DNTPSC

O artigo foi dividido de forma a separar a explicaccedilatildeo do que eacute o levantamento cadastral

da competecircncia para o realizar O texto do nordm 1 foi reorganizado de forma a tornar a

linguagem mais simples

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

1 Satildeo recolhidas atraveacutes do levantamento cadastral em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) A localizaccedilatildeo administrativa do bem imoacutevel

b) O esboccedilo geomeacutetrico da parcela georreferenciado

c) A localizaccedilatildeo georreferenciada da parcela

d) O tipo de parcela de acordo com as especificaccedilotildees teacutecnicas

e) As declaraccedilotildees de titularidade nos termos do artigo 32ordm

f) Outros dados que se entendam ser tecnicamente necessaacuterios

2 A cada parcela de terreno eacute atribuiacutedo um nuacutemero uacutenico de identificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 31ordm

Informaccedilotildees recolhidas

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 34: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 33 1 Atraveacutes do levantamento cadastral satildeo recolhidas em cada aacuterea de colecccedilatildeo as

informaccedilotildees necessaacuterias agrave composiccedilatildeo do Cadastro Nacional de Propriedades

nomeadamente

a) (hellip)

b) (hellip)

c) (hellip)

d) (hellip)

e) As declaraccedilotildees de titularidade de pessoas singulares colectivas ou do Estado

sobre o bem imoacutevel para os efeitos do disposto no artigo seguinte

f) Outros dados que sejam tecnicamente relevantes

2 (hellip)

O nordm 1 e a aliacutenea f) foram ligeiramente reformulados de forma a tornar o seu texto mais

compreensiacutevel

Na aliacutenea e) foram referidas as diferentes entidades que podem apresentar declaraccedilotildees

de titularidade sendo feito referecircncia ao artigo seguinte

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees

de titularidade de pessoas singulares ou colectivas sobre bens imoacuteveis situados nas

aacutereas de colecccedilatildeo

2 Com as declaraccedilotildees de titularidade referidas no nuacutemero anterior satildeo tambeacutem

recolhidas coacutepias dos meios de prova que os declarantes puderem apresentar

3 Ningueacutem pode ser impedido de apresentar declaraccedilotildees sobre as parcelas de que

entender ser titular

4 A cada declaraccedilatildeo eacute atribuiacutedo um nuacutemero de identificaccedilatildeo

5 Os acordos resultantes de negociaccedilatildeo ou mediaccedilatildeo em que as partes tenham

concordado sobre a transmissatildeo definitiva de direitos de propriedade sobre bem

imoacutevel satildeo vaacutelidos para efeitos de declaraccedilatildeo de titularidade

6 Cabe agrave DNTPSC e subsidiariamente agraves entidades puacuteblicas submeter declaraccedilatildeo

de titularidade de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 35: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 34

Alteraccedilatildeo

Artigo 32ordm

Declaraccedilatildeo de titularidade

1 Durante o processo de levantamento cadastral a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de

titularidade de pessoas singulares colectivas ou das comunidades sobre bens imoacuteveis

situados nas aacutereas de colecccedilatildeo

2 (hellip)

3 (hellip)

4 (hellip)

5 (hellip)

6 A submissatildeo das declaraccedilotildees de titularidade dos bens imoacuteveis do Estado compete agrave

DNTPSC e subsidiariamente agraves demais entidades do Estado

7 Deve ser incentivada a declaraccedilatildeo de titularidade conjunta entre casais

No nordm 1 foram referidas as comunidades para que fique claro que estas tambeacutem podem

apresentar a sua declaraccedilatildeo enquanto entidade juriacutedica Embora tecnicamente estas

sejam tambeacutem pessoas colectivas preferiu-se aqui individualizaacute-las de forma a

clarificar que estas tambeacutem podem participar no levantamento cadastral

A alteraccedilatildeo ao nordm 6 pretende tornar o texto mais claro

Ao se acrescentar o nordm 7 pretendeu-se dar resposta agrave preocupaccedilatildeo de que entre casais

por vezes a declaraccedilatildeo seja feita em nome de apenas um deles Procurou-se com tal

disposiccedilatildeo conciliar esta preocupaccedilatildeo com o cuidado de natildeo subverter os regimes

patrimoniais do casamento estabelecidos no Coacutedigo Civil deixando assim agraves partes a

decisatildeo sobre quem apresenta declaraccedilotildees

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 As informaccedilotildees recolhidas na aacuterea de colecccedilatildeo satildeo dispostas num mapa

cadastral e lista de declarantes e publicadas por um periacuteodo de trinta dias

2 Nos casos em que as caracteriacutesticas fiacutesicas da aacuterea de colecccedilatildeo o justifiquem a

DNTPSC pode determinar a publicaccedilatildeo do mapa cadastral por um periacuteodo

superior a trinta dias

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 35 3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio e

natildeo pode haver extensatildeo do prazo

4 Durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo a DNTPSC recolhe declaraccedilotildees de titularidade

sobre bens imoacuteveis identificados no mapa cadastral que ainda natildeo tenham sido

submetidas nos termos dos artigos 31ordm e 32ordm

5 Natildeo satildeo aceites declaraccedilotildees de titularidade submetidas fora do prazo previsto

nos nuacutemeros 1 e 2 do presente artigo

Alteraccedilatildeo

Artigo 33ordm

Publicaccedilatildeo

1 (hellip)

2 (hellip)

3 O periacuteodo de publicaccedilatildeo deve ser determinado e divulgado antes do seu iniacutecio natildeo

podendo ser estendido apoacutes a sua divulgaccedilatildeo

4 (hellip)

5 (hellip)

Foi alterado o texto do nordm 3 de forma a tornaacute-lo mais simples

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

deve ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 A comunidade local pode submeter declaraccedilatildeo de titularidade no processo de

levantamento cadastral

Alteraccedilatildeo

Artigo 34ordm

Levantamento cadastral em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 37: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 36 1 O levantamento cadastral de bens imoacuteveis em Zona de Protecccedilatildeo Comunitaacuteria deve

ser precedido de consulta agrave comunidade local e obedece aos demais requisitos

estabelecidos em legislaccedilatildeo proacutepria

2 eliminado

Jaacute decorre dos artigos anteriores e da do capiacutetulo referente agrave propriedade comunitaacuteria

que a comunidade apresenta as suas declaraccedilotildees no processo de levantamento cadastral

Tendo em conta a epiacutegrafe do artigo entendeu-se que o nordm 2 iria gerar confusotildees uma

vez que mistura a realizaccedilatildeo do levantamento cadastral numa zona de protecccedilatildeo

comunitaacuteria com a possibilidade de em qualquer levantamento cadastral uma

comunidade apresentar a sua declaraccedilatildeo Corresponde ainda agrave alteraccedilatildeo no nordm 1 do

artigo 32ordm

Artigo 35ordm

Gratuitidade do levantamento cadastral

O levantamento cadastral sistemaacutetico eacute gratuito

CAPIacuteTULO VII

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

DIREITO DE PROPRIEDADE E CASOS SEM DISPUTA

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VI

DEFINICcedilAtildeO DA TITULARIDADE DE BENS IMOacuteVEIS

SECCcedilAtildeO I

CASOS NAtildeO DISPUTADOS

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Foi alterada a expressatildeo ldquocasos sem disputardquo para ldquocasos natildeo disputadosrdquo para

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 38: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 37 uniformizaccedilatildeo da linguagem Retirou-se a expressatildeo ldquodireitos de propriedaderdquo por se

entender desnecessaacuteria

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

informal de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo

contestado

Alteraccedilatildeo

Artigo 36ordm

Titular de direito anterior primaacuterio

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito informal

de propriedade propriedade perfeita ou hak milik quando natildeo contestado

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem

Artigo 37ordm

Posse actual de titular de direito anterior secundaacuterio

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante nacional titular de direito

anterior secundaacuterio que estaacute na posse actual e paciacutefica do bem imoacutevel declarado

2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade em favor do declarante incontestado em

caso sem disputa desde que a posse incontestada seja paciacutefica excepto se o bem

imoacutevel declarado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 39: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 38 2 O declarante soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel

que possuir

Alteraccedilatildeo

Artigo 38ordm

Posse incontestada

1 Eacute atribuiacutedo o direito de propriedade ao declarante incontestado em caso natildeo

disputado desde que a posse seja paciacutefica

2 Exceptuam-se do disposto no nuacutemero anterior os casos em que o bem imoacutevel

considerado estiver situado em aacuterea do domiacutenio puacuteblico do Estado

3 anterior nordm 2

No nordm 1 alterou-se ldquosem disputardquo por ldquonatildeo disputadordquo para uniformizaccedilatildeo da linguagem

Foi retirada a expressatildeo ldquoincontestadardquo por jaacute fazer parte do iniacutecio do artigo O texto do

nordm 1 foi dividido dando assim lugar ao nordm 2

SECCcedilAtildeO II

CASOS DISPUTADOS

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

1 Diz-se disputado o caso em que haacute mais de uma declaraccedilatildeo vaacutelida de exerciacutecio

da posse ou de diferentes direitos anteriores sobre um mesmo bem imoacutevel

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as

partes mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo

administrativa com base no regime previsto no presente diploma ou por decisatildeo

judicial

Alteraccedilatildeo

Artigo 39ordm

Definiccedilatildeo e resoluccedilatildeo

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 40: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 39 1 (hellip)

2 Os casos disputados que natildeo puderem ser dirimidos por negociaccedilatildeo entre as partes

mediaccedilatildeo ou outras formas de acordo satildeo resolvidos por decisatildeo administrativa com

base no regime previsto na presente lei ou por decisatildeo judicial

Alterou-se a expressatildeo ldquono presente diplomardquo por ldquona presente leirdquo para uniformizaccedilatildeo

da linguagem

Artigo 40ordm

Disputa entre titulares de direito anterior primaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

primaacuterios se um dos declarantes for possuidor do imoacutevel ou de parte dele eacute-lhe

atribuiacutedo o direito de propriedade sobre a parte do bem imoacutevel que possui

2 O direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por

nenhum dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 1 do artigo 45ordm

Artigo 41ordm

Disputa entre titular de direito anterior primaacuterio e titular de direito anterior

secundaacuterio

Nos casos disputados entre declarante nacional titular de direito anterior primaacuterio

e declarante nacional titular de direito anterior secundaacuterio o direito de

propriedade eacute atribuiacutedo ao titular do direito anterior primaacuterio

independentemente da posse

Artigo 42ordm

Disputa entre titulares de direito anterior secundaacuterio

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direitos anteriores

secundaacuterios o direito de propriedade eacute atribuiacutedo em funccedilatildeo da posse de cada um

2 O direito de propriedade sobre parte do imoacutevel que natildeo eacute possuiacutedo por nenhum

dos declarantes eacute atribuiacutedo nos termos do nordm 2 do artigo 45ordm

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 41: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 40 Reconhece-se o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra

os requisitos da usucapiatildeo especial

Alteraccedilatildeo

Artigo 43ordm

Titular de direito anterior primaacuterio e usucapiatildeo especial

Eacute reconhecido o direito de propriedade ao declarante nacional titular de um direito

anterior primaacuterio em detrimento do declarante possuidor ainda que este cumpra os

requisitos da usucapiatildeo especial

Alterou-se a expressatildeo ldquoreconhece-serdquo por ldquoEacute reconhecidordquo para uniformizaccedilatildeo da

linguagem usada

Artigo 44ordm

Titular de direito anterior secundaacuterio e usucapiatildeo especial

1 Nos casos disputados entre declarante nacional possuidor e declarante nacional

titular de direito secundaacuterio anterior o direito de propriedade do bem imoacutevel eacute

atribuiacutedo ao possuidor que cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Se o possuidor actual natildeo cumprir os requisitos da usucapiatildeo especial o direito eacute

atribuiacutedo ao titular de direito anterior secundaacuterio

3 O declarante possuidor soacute adquire o direito de propriedade sobre a parte do

bem imoacutevel que possuir

4 Nos casos referidos no nordm 2 ao titular do direito anterior secundaacuterio apenas eacute

reconhecido o direito de propriedade sobre a parte do imoacutevel que anteriormente

possuiacutea

Artigo 45ordm

Disputa entre declarantes sem posse

1 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

primaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel o

direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular do direito mais recente

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 42: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 41 salvo nos casos de titulares de direitos informais de propriedade que prevalecem

sobre os restantes

2 Nos casos disputados entre declarantes nacionais titulares de direito anterior

secundaacuterio natildeo se encontrando nenhum dos declarantes na posse do bem imoacutevel

por esbulho de terceiro o direito de propriedade eacute atribuiacutedo ao declarante titular

do direito mais recente

Artigo 46ordm

Casos de disputa envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita de conformidade com os tiacutetulos de cada um e na falta de

tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 Se os tiacutetulos natildeo determinarem os limites dos preacutedios ou a aacuterea pertencente a

cada proprietaacuterio e a questatildeo natildeo puder ser resolvida pela posse ou por outro meio

de prova a demarcaccedilatildeo faz-se distribuindo o terreno em litiacutegio por partes

economicamente iguais

3 Se os tiacutetulos indicarem um espaccedilo maior ou menor do que o abrangido pela

totalidade do terreno atribuir-se-aacute a falta ou o acreacutescimo proporcionalmente agrave

parte de cada um

Alteraccedilatildeo

Artigo 46ordm

Casos disputados envolvendo confrontaccedilotildees

1 A demarcaccedilatildeo eacute feita em conformidade com os tiacutetulos de cada um dos titulares e na

falta de tiacutetulos suficientes em harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou

segundo o que resultar de outros meios de prova

2 ()

3 (hellip)

Foram feitos algumas alteraccedilotildees menores agrave linguagem do artigo e na epiacutegrafe

CAPIacuteTULO VIII

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 43: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 42 COMPENSACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

COMPENSACcedilAtildeO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VII

INDEMNIZACcedilAtildeO E REEMBOLSO

SECCcedilAtildeO I

INDEMNIZACcedilAtildeO

Tendo em conta a alteraccedilatildeo estrutural referida anteriormente eacute alterada a numeraccedilatildeo do

capiacutetulo Alterou-se a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a compensaccedilatildeo

a) O declarante nacional timorense em caso disputado a quem natildeo for

atribuiacutedo o direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a

definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis e for titular de direito anterior

b) O declarante possuidor nacional timorense a quem natildeo for atribuiacutedo o

direito de propriedade no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis e cumpra os requisitos da usucapiatildeo especial

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um

fim especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe compensaccedilatildeo

ao declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Natildeo satildeo abrangidos pelo nordm 1 os casos em que a perda do direito se decirc por

usucapiatildeo ordinaacuteria

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Puacuteblica

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 44: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 43 4 A compensaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto

nos artigos seguintes

5 As compensaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva

da disputa

Alteraccedilatildeo

Artigo 47ordm

Admissibilidade

1 Tem direito a ser indemnizado

a) O declarante nacional titular de direito anterior a quem em caso disputado natildeo

tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da aplicaccedilatildeo do regime

especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis previsto na presente lei

b) O declarante nacional possuidor a quem ainda que cumpridos os requisitos da

usucapiatildeo especial natildeo tenha sido atribuiacutedo o direito de propriedade por forccedila da

aplicaccedilatildeo do regime especial para a definiccedilatildeo da titularidade de bens imoacuteveis

previsto na presente lei

2 Nos casos referidos na aliacutenea a) do nuacutemero anterior em que o tiacutetulo designa um fim

especiacutefico para a concessatildeo do direito anterior secundaacuterio cabe indemnizaccedilatildeo ao

declarante titular apenas quando no momento em que o declarante tenha sido

desapossado dava ao bem imoacutevel a finalidade original designada no tiacutetulo

3 Nos casos referidos na aliacutenea b) do nuacutemero anterior havendo mais do que um

possuidor do imoacutevel deve a indemnizaccedilatildeo ser partilhada entre eles

4 anterior nordm 3

5 A indemnizaccedilatildeo eacute paga pelo Estado sem prejuiacutezo do direito a reembolso previsto nos

artigos seguintes

6 As indemnizaccedilotildees a que se refere o nordm 1 soacute satildeo pagas apoacutes a resoluccedilatildeo definitiva da

disputa

As alteraccedilotildees ao nordm 1 2 5 e 6 alteraram a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por

ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Nas aliacuteneas a) e b) do nordm 1 foi uniformizada a linguagem passando-se a utilizar sempre

a expressatildeo ldquodeclarante nacionalrdquo

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 45: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 44 Com a introduccedilatildeo do nordm 3 pretende-se clarificar que havendo compossuidores do

imoacutevel a compensaccedilatildeo a ser paga deve ser partilhada entre estes A alteraccedilatildeo tem como

objectivo abranger situaccedilotildees em que estando um casal na posse de um imoacutevel o

pagamento seja feito a ambos e natildeo apenas a um deles

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A compensaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado

agrave data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 Entende-se por aproveitamento eficiente do imoacutevel o uso mais provaacutevel do

imoacutevel em determinada data devendo este aproveitamento ser fisicamente

possiacutevel justificado legalmente permitido financeiramente possiacutevel e

maximamente produtivo

3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute

calculado com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento

em que foi desapossado

4 O valor da compensaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de compensaccedilatildeo

que seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 No processo de avaliaccedilatildeo do imoacutevel a Comissatildeo Cadastral daacute oportunidade aos

declarantes para se pronunciarem sobre o disposto no nordm 3

Alteraccedilatildeo

Artigo 48ordm

Aproveitamento eficiente do imoacutevel

1 A indemnizaccedilatildeo deve corresponder ao valor mais elevado do aproveitamento

eficiente do imoacutevel no momento em que o declarante foi desapossado actualizado agrave

data da decisatildeo que reconhece o direito de propriedade a terceiro

2 ()

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 45 3 Salvo prova em contraacuterio o valor do aproveitamento eficiente do imoacutevel eacute calculado

com base no uso legal efectivamente dado pelo declarante no momento em que foi

desapossado

4 O valor da indemnizaccedilatildeo para titulares de direitos anteriores secundaacuterios ou

possuidores com usucapiatildeo especial eacute aferido com base no valor de indemnizaccedilatildeo que

seria atribuiacutedo a um titular de direito anterior primaacuterio

5 (hellip)

Foi alterado no nordm 1 3 e 4 a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo

Novo artigo

Artigo 48ordm - A

Cedecircncia de bens ou direitos

1 Os declarantes e o Estado podem acordar que a indemnizaccedilatildeo seja satisfeita total ou

parcialmente atraveacutes da cedecircncia um bem imoacutevel do Estado de valor equivalente

2 A cedecircncia de direitos sobre bens imoacuteveis eacute regulada pela legislaccedilatildeo aplicaacutevel agrave

utilizaccedilatildeo do domiacutenio privado do Estado

Com este artigo pretende clarificar-se que o pagamento da indemnizaccedilatildeo pode ser feito

atraveacutes da cedecircncia de um imoacutevel do Estado Embora tal seja sempre possiacutevel tendo em

conta as duacutevidas levantadas durante a consulta puacuteblica entendeu-se ser importante que

tal possibilidade fosse explicitada

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 Os bens imoacuteveis do domiacutenio privado do Estado podem ser objecto de

arrendamento especial ou alienados a favor de ocupantes protegidos contra o

despejo

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por decreto-lei

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 47: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 46 Alteraccedilatildeo

Artigo 49ordm

Arrendamento de bens imoacuteveis do Estado

1 (hellip)

2 O regime de arrendamento especial e de alienaccedilatildeo de bens imoacuteveis do domiacutenio

privado do Estado eacute regulado por lei

Alterou-se a expressatildeo ldquodecreto-leirdquo por ldquoleirdquo pelas razotildees indicadas anteriormente

SECCcedilAtildeO II

REEMBOLSO

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do

valor de compensaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior eacute calculado com base nos

limites do bem imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 50ordm

Obrigaccedilatildeo de reembolsar

1 Nos casos disputados quando ao declarante possuidor for atribuiacutedo o direito de

propriedade por usucapiatildeo especial deve este proceder ao reembolso ao Estado do valor

da indemnizaccedilatildeo pago ao declarante titular de direito anterior secundaacuterio

2 O valor do reembolso referido no nuacutemero anterior corresponde aos limites do bem

imoacutevel sobre o qual lhe for atribuiacutedo o direito de propriedade

No nordm 1 foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

O texto do nordm 2 foi reformulado para simplificar a linguagem

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 48: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 47

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

O Estado pode conceder no todo ou em parte a isenccedilatildeo do pagamento referido no

artigo anterior quando se verifiquem circunstacircncias de grave carecircncia econoacutemica

Alteraccedilatildeo

Artigo 51ordm

Perdatildeo da diacutevida

1 ()

2 O regime de isenccedilatildeo total ou parcial de reembolso do Estado deve assegurar o natildeo

empobrecimento e perda de condiccedilatildeo de vida dos declarantes obrigados ao reembolso

A inclusatildeo do nordm 2 tem como objectivo estabelecer princiacutepios orientadores para a

legislaccedilatildeo que regularaacute o regime dos reembolsos

Artigo 52ordm

Garantia do reembolso

1 A obrigaccedilatildeo de reembolso eacute garantida por hipoteca sobre o bem imoacutevel

constituiacuteda a favor do Estado

2 A hipoteca eacute inscrita no cadastro do bem imoacutevel ateacute posterior inscriccedilatildeo no

registo predial

Artigo 53ordm

Regime das compensaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e dos

reembolsos eacute objecto de regulamentaccedilatildeo proacutepria

Alteraccedilatildeo

Artigo 53ordm

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 49: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 48 Regime das indemnizaccedilotildees e reembolsos

Sem prejuiacutezo do disposto na presente secccedilatildeo o regime das compensaccedilotildees e reembolsos

eacute regulado em diploma proacuteprio

Foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

anteriormente apontadas

Foram feitas pequenas correcccedilotildees de linguagem no texto do artigo

CAPIacuteTULO IX

PROCESSO DE DESPEJO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO VIII

DESPEJO ADMINISTRATIVO

Retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo porque no acircmbito deste capiacutetulo satildeo tambeacutem

regulados aspectos substantivos do despejo

SECCcedilAtildeO I

AcircMBITO DE APLICACcedilAtildeO

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo do ocupante arbitraacuterio de

bem imoacutevel do Estado

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo o indiviacuteduo cuja ocupaccedilatildeo natildeo seja autorizada pela

autoridade competente por contrato de arrendamento vaacutelido ou qualquer outro

acto da administraccedilatildeo a permitir o uso do bem imoacutevel pelo ocupante

3 A DNTPSC pode celebrar acordo amigaacutevel com o ocupante arbitraacuterio a fim de

promover a desocupaccedilatildeo de bens imoacuteveis do Estado

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 50: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

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Paacutegina | 49 Alteraccedilatildeo

Artigo 54ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado

1 A ocupaccedilatildeo arbitraacuteria de bem imoacutevel do Estado daacute lugar ao despejo administrativo

dos seus ocupantes nos termos da presente lei

2 Eacute ocupante arbitraacuterio todo aquele que se encontre a ocupar um bem imoacutevel sem que

para tal esteja autorizado por entidade competente por contrato de arrendamento vaacutelido

ou qualquer outro acto da administraccedilatildeo que autorize o uso do bem imoacutevel

3 anterior nordm 1

4 anterior nordm 3

Ao acrescentar-se o novo nordm 1 procurou-se que ficasse expresso que a ocupaccedilatildeo de

imoacuteveis do Estado permite ao Estado a realizaccedilatildeo do despejo administrativo

O texto do nordm 2 foi clarificado

Artigo 55ordm

Ocupante arbitraacuterio de bem imoacutevel restituiacutedo a particular

1 Cabe agrave DNTPSC proceder ao despejo administrativo de bens imoacuteveis sujeitos ao

processo de determinaccedilatildeo de titularidade previsto na presente lei quando este

esteja ocupado por outro que natildeo o declarante a quem eacute reconhecido

definitivamente o direito de propriedade

2 O disposto no artigo anterior natildeo se aplica quando a decisatildeo sobre a titularidade

do bem imoacutevel seja decidida por entidade judicial

SECCcedilAtildeO II

PROTECCcedilAtildeO ESPECIAL CONTRA O DESPEJO

Artigo 56ordm

Noccedilatildeo

1 O residente em casa de morada da famiacutelia ocupante de bem imoacutevel cuja

titularidade tenha sido reconhecida ou atribuiacuteda a terceiro soacute pode ser despejado

apoacutes lhe ser facultada uma residecircncia alternativa ou apoacutes decorridos dezoito meses

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 50 do reconhecimento ou atribuiccedilatildeo de direito de propriedade o que ocorrer

primeiro

2 Natildeo eacute conferida protecccedilatildeo especial contra o despejo a quem tenha ocupado o

bem imoacutevel posteriormente ao reconhecimento ou agrave atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a outrem

Alteraccedilatildeo

Artigo 56ordm

Regime

1 (hellip)

2 (hellip)

Foi alterada a epiacutegrafe do artigo para ldquoregimerdquo por se entender ser a expressatildeo mais

correcta

Artigo 57ordm

Obrigaccedilatildeo do Governo

1 Cumpre ao Governo facultar uma residecircncia alternativa adequada ao residente

em casa de morada da famiacutelia ou meios para obtecirc-la

2 A atribuiccedilatildeo de residecircncia alternativa ou de ajudas financeiras agrave sua obtenccedilatildeo

referidas no nuacutemero anterior satildeo reguladas por Decreto-Lei

Alteraccedilatildeo

O presente artigo deve passar a ser o segundo artigo da presente secccedilatildeo tendo em conta

a alteraccedilatildeo sistemaacutetica feita no artigo seguinte

Artigo 58ordm

Casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 51 1 Para efeitos da protecccedilatildeo especial contra o despejo considera-se a casa de

morada da famiacutelia o bem imoacutevel destinado a abrigar o possuidor com ou sem

dependentes sem que este tenha outra residecircncia adequada ou meios para a obter

2 Considera-se ainda casa de morada de famiacutelia o bem imoacutevel que se revele

essencial para o sustento do possuidor e dos seus dependentes sem que este tenha

capacidade para encontrar uma alternativa adequada

Alteraccedilatildeo

Este artigo passa a inaugurar a presente secccedilatildeo

Artigo 59ordm

Expropriaccedilatildeo para realojamento

Se tendo em conta o nuacutemero de pessoas afectadas a atribuiccedilatildeo do direito de

propriedade a um declarante levantar graves problemas de realojamento pode o

Estado nos termos da Lei de Expropriaccedilotildees optar pela expropriaccedilatildeo do imoacutevel

SECCcedilAtildeO III

PROCEDIMENTO

Novo artigo

Artigo 59ordm-A

Princiacutepios do despejo administrativo

1 O despejo administrativo natildeo pode ser realizado em condiccedilotildees que violem a

dignidade os direitos humanos e a seguranccedila dos despejados

2 Eacute vedado o uso da forccedila no processo de despejo excepto quando situaccedilotildees

excepcionais o justificarem por parte das entidades policiais mas sempre respeitando os

princiacutepios da necessidade e da proporcionalidade

Com o presente artigo pretende-se estabelecer limites aos meios usados na realizaccedilatildeo de

despejos administrativos

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 52

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da decisatildeo administrativa definitiva que

reconhece e ou atribui o direito de propriedade a outrem

2 O ocupante tem trinta dias para desocupar o imoacutevel a contar do recebimento da

notificaccedilatildeo

Alteraccedilatildeo

Artigo 60ordm

Notificaccedilatildeo

1 A DNTPSC notifica o ocupante da ordem de despejo acompanhada de coacutepia da

decisatildeo administrativa definitiva que reconhece ou atribui o direito de propriedade sobre

o bem imoacutevel ocupado a outrem

2 A notificaccedilatildeo do despejo eacute feita pessoalmente agrave pessoa do ocupante devendo ser-lhe

explicado o seu conteuacutedo bem como os mecanismos e os prazos de que dispotildee para

reagir

3 A ordem de despejo consta de documento redigido nas duas liacutenguas oficiais que eacute

entregue ao ocupante no momento da notificaccedilatildeo devendo conter os seguintes

elementos

a) Identificaccedilatildeo do imoacutevel e do seu titular

b) Prazo para a desocupaccedilatildeo

c) Meios legais de oposiccedilatildeo ao despejo e prazo respectivos

d) Informaccedilatildeo sobre protecccedilatildeo especial contra o despejo no caso de se tratar da

casa de morada de famiacutelia e o procedimento para a obter

e) Informaccedilatildeo sobre a possibilidade de representaccedilatildeo por advogado e mecanismos

de apoio judiciaacuterio existentes

O artigo foi reformulado tendo sido acrescentados novos elementos obrigatoacuterios agrave

notificaccedilatildeo que vatildeo para laacute do legalmente exigido nas notificaccedilotildees do procedimento

administrativo de forma a garantir que os visados com a notificaccedilatildeo entendam o seu

conteuacutedo

O prazo que anteriormente constava do nordm 2 foi individualizado num artigo proacuteprio

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 53

Novo artigo

Artigo 60ordm-A

Prazo

Deve ser concedido um prazo razoaacutevel para a desocupaccedilatildeo do bem imoacutevel natildeo podendo

este prazo ser inferior a 90 dias

O prazo que anteriormente constava do artigo 60ordm foi autonomizado num artigo proacuteprio

O prazo foi alterado para 90 dias de forma a conformaacute-lo com o recomendado pelo

paraacutegrafo 56 j) da UN Basic Principles and Guidelines on Development-based Evictions

and Displacement

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

1 O ocupante arbitraacuterio pode requerer ao Ministeacuterio da Solidariedade Social a

emissatildeo de declaraccedilatildeo a atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da

famiacutelia para efeitos de protecccedilatildeo especial contra o despejo

2 A submissatildeo do requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo

referido no artigo anterior

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social deve em trinta dias emitir a declaraccedilatildeo a

atestar a sua condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia

4 Decorrido o prazo referido no nuacutemero anterior sem resposta por parte do

Ministeacuterio da Solidariedade Social considera-se que o requerente eacute residente em

casa de morada da famiacutelia

5 Os criteacuterios para a obtenccedilatildeo do estatuto de residente em casa de morada de

famiacutelia satildeo determinados em diploma ministerial do Ministeacuterio da Solidariedade

Social

Alteraccedilatildeo

Artigo 61ordm

Obtenccedilatildeo do atestado de residente em casa de morada da famiacutelia

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 54 1 (hellip)

2 O requerimento referido no nuacutemero anterior interrompe o prazo para a desocupaccedilatildeo

do imoacutevel constante da notificaccedilatildeo do despejo

3 O Ministeacuterio da Solidariedade Social dispotildee do prazo de 30 dias para emitir a

declaraccedilatildeo da condiccedilatildeo de residente em casa de morada de famiacutelia prevista no nordm 1

4 ()

5 ()

A alteraccedilatildeo ao nordm 2 pretende conformaacute-lo com a alteraccedilatildeo sistemaacutetica que foi feita nesta

secccedilatildeo

O nordm 3 foi alterado para simplificaccedilatildeo do seu texto

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o

prazo de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel do Estado ou de bem imoacutevel de particular restituiacutedo

para desocupar o imoacutevel no prazo de trinta dias a contar da notificaccedilatildeo

2 Cabe recurso hieraacuterquico contra o despejo nos termos do Decreto-lei nordm 322008

de 27 de Agosto que regula o procedimento administrativo

3 A decisatildeo proferida no recurso hieraacuterquico eacute susceptiacutevel de impugnaccedilatildeo judicial

a interpor no prazo de 45 dias a contar da sua notificaccedilatildeo

4 O disposto no nordm 1 e nos artigos 60ordm e 61ordm aplica-se agraves decisotildees proferidas pelo

tribunal com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

Alteraccedilatildeo

Artigo 62ordm

Despejo administrativo

1 Ao cessar a condiccedilatildeo de residente em casa de morada da famiacutelia ou decorrido o prazo

de dezoito meses o que ocorrer primeiro a DNTPSC notifica o ocupante de bem

imoacutevel para desocupar o imoacutevel no prazo de 90 dias a contar da notificaccedilatildeo

2 (hellip)

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 55 3 (hellip)

4 (hellip)

O prazo para o despejo apoacutes a notificaccedilatildeo referido no nordm 1 foi alterado para 90 dias de

forma a conformar este prazo com o recomendado pelo paraacutegrafo 56 j) da UN Basic

Principles and Guidelines on Development-based Evictions and Displacement

CAPIacuteTULO X

PROCESSO DE RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS

DIREITOS DE PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO IX

RECONHECIMENTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE PRIMEIROS DIREITOS DE

PROPRIEDADE

SECCcedilAtildeO I

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

No capiacutetulo foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes

referida e retirou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo

Na secccedilatildeo alterou-se a expressatildeo ldquoprocessordquo por ldquoprocedimentordquo por ser a expressatildeo

tecnicamente mais correcta

SUBSECCcedilAtildeO I

COMISSAtildeO CADASTRAL

Artigo 63ordm

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 56 Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e

atribuiccedilatildeo de primeiros direitos de propriedade

Alteraccedilatildeo

Artigo 63ordm

Criaccedilatildeo

Eacute criada a Comissatildeo Cadastral na dependecircncia directa do Ministro da Justiccedila para a

apreciaccedilatildeo dos casos disputados no acircmbito do processo de reconhecimento e atribuiccedilatildeo

de primeiros direitos de propriedade

Alterou-se a expressatildeo ldquona dependecircncia do Ministeacuterio da Justiccedilardquo por ldquona dependecircncia

directa do Ministro da Justiccedilardquo por ser a expressatildeo tecnicamente mais correcta

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas de reconhecida integridade moral e eacutetica designados pelo

Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos em terras e propriedades de reconhecida integridade moral e

eacutetica designados pelo Director da DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui o membro efectivo nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 O Ministro da Justiccedila nomeia um presidente entre os membros da Comissatildeo

4 A Comissatildeo Cadastral pode organizar-se em paineacuteis arbitrais com autonomia

decisoacuteria compostos por no miacutenimo dois juristas e um teacutecnico em terras e

propriedades

5 No cumprimento de suas funccedilotildees a Comissatildeo Cadastral tem apoio de um

Secretariado Teacutecnico

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 57

Alteraccedilatildeo

Artigo 64ordm

Composiccedilatildeo

1 A Comissatildeo Cadastral eacute constituiacuteda por

a) Seis juristas designados pelo Primeiro- Ministro sob proposta do Ministro da

Justiccedila

b) Trecircs teacutecnicos especializados no domiacutenio das terras e propriedades indicados

pelo director nacional das terras e propriedades DNTPSC

2 Cada uma das autoridades mencionadas no nuacutemero anterior designa ainda um

membro suplente que substitui os membros efectivos nas suas ausecircncias ou

impedimentos

3 Os membros da Comissatildeo devem ser escolhidos de entre pessoas de reconhecida

idoneidade e integridade moral e eacutetica de modo a assegurar que o exerciacutecio das suas

funccedilotildees eacute desempenhado com imparcialidade integridade competecircncia compromisso e

responsabilidade

4 anterior nordm 3

5 anterior nordm 4

6 anterior nordm 5

A alteraccedilatildeo ao nordm 1 em conjunto com a criaccedilatildeo do novo nordm 3 teve em vista individualizar

a questatildeo das exigidas qualidades morais e eacuteticas das pessoas nomeadas

No nordm 2 a referecircncia ao ldquomembro efectivordquo foi posta no plural para que fique claro que

eacute nomeado apenas um jurista e um teacutecnico especializado em terras e propriedades como

substituto de todos os outros membros efectivos

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e

homologadas pelo Ministro da Justiccedila

2 A Comissatildeo Cadastral rege-se pela presente lei pelo decreto-lei que a regula e

pelo regimento interno aprovado pelos seus membros no acircmbito das suas funccedilotildees

e das suas competecircncias

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 58

Alteraccedilatildeo

Artigo 65ordm

Funcionamento

1 As deliberaccedilotildees satildeo tomadas por maioria dos votos dos membros presentes tendo o

presidente voto de qualidade

2 (hellip)

Entendeu-se retirar a referecircncia agrave homologaccedilatildeo do Ministro da Justiccedila Tal

homologaccedilatildeo iria necessariamente afectar a celeridade do processo Sendo referido que

da decisatildeo da Comissatildeo Cadastral cabe recurso directo para o tribunal fica claro que natildeo

existe recurso hieraacuterquico destas decisotildees para o Ministro da Justiccedila

SUBSECCcedilAtildeO II

DECISAtildeO ADMINISTRATIVA DE CASOS DISPUTADOS

Artigo 66ordm

Iniacutecio do processo

Encerrado o prazo para a submissatildeo de declaraccedilotildees no levantamento cadastral

previsto no artigo 33ordm nordm 1 e 2 a DNTPSC envia os casos disputados agrave Comissatildeo

Cadastral

Artigo 67ordm

Diligecircncias probatoacuterias

No procedimento de resoluccedilatildeo de casos disputados a fim de formar a sua

convicccedilatildeo sobre a veracidade dos factos constantes das declaraccedilotildees a Comissatildeo

Cadastral directamente ou atraveacutes da DNTPSC por meio de suas direcccedilotildees

distritais pode designadamente

a) Convocar os declarantes individual ou simultaneamente para prestar

esclarecimentos

b) Ouvir testemunhas apresentadas pelos declarantes

c) Consultar as autoridades locais e comunitaacuterias

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Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 59 d) Solicitar a apresentaccedilatildeo de documentos adicionais dos declarantes

e) Realizar todas as diligecircncias probatoacuterias necessaacuterias para a confirmaccedilatildeo

das informaccedilotildees constantes das declaraccedilotildees

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

Nos casos disputados a Comissatildeo Cadastral

a) Reconhece ou atribui o direito de propriedade aos declarantes nacionais de

acordo com os criteacuterios estabelecidos na presente lei e com a sua convicccedilatildeo

sobre os factos alegados formada no processo de levantamento cadastral e

atraveacutes das diligecircncias probatoacuterias efectuadas

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de compensaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o

previsto no artigo 48ordm

Alteraccedilatildeo

Artigo 68ordm

Decisatildeo dos casos disputados

(hellip)

a) (hellip)

b) Determina a existecircncia das obrigaccedilotildees de indemnizaccedilatildeo e reembolso nos

termos deste diploma e fixa os seus respectivos valores de acordo com o previsto

no artigo 48ordm

Na aliacutenea b) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa no acircmbito do regime especial para a definiccedilatildeo da

titularidade de bens imoacuteveis deve ser fundamentada de facto e de direito e conter

os seguintes elementos

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 60 a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de compensar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem compensados e reembolsados

Alteraccedilatildeo

Artigo 69ordm

Conteuacutedo da decisatildeo

A decisatildeo administrativa deve ser fundamentada de facto e de direito e conter os

seguintes elementos

a) A identificaccedilatildeo dos titulares e das parcelas

b) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de indemnizar

c) A existecircncia da obrigaccedilatildeo ou natildeo de reembolsar e

d) Os montantes a serem indemnizados e reembolsados

Foi simplificado o texto do artigo A referecircncia a este regime eacute desnecessaacuteria Na aliacutenea

b) e c) foi alterada a expressatildeo ldquocompensaccedilatildeordquo por ldquoindemnizaccedilatildeordquo pelas razotildees

referidas anteriormente

Artigo 70ordm

Impedimento

1 O membro da Comissatildeo Cadastral eacute impedido e deve abster-se de votar ou

decidir relativamente a casos disputados em que seja declarante ou em que seja

declarante o seu cocircnjuge pessoa com quem viva em condiccedilotildees anaacutelogas agraves dos

cocircnjuges ou algum seu parente ou afim em linha recta ou no segundo grau da

linha colateral

2 O membro da Comissatildeo Cadastral impedido nos termos do nordm 1 eacute substituiacutedo

por membro suplente na deliberaccedilatildeo sobre caso disputado

3 Eacute anulaacutevel por recurso administrativo a interpor pela parte prejudicada a

decisatildeo em caso disputado na qual um membro impedido da Comissatildeo Cadastral

tenha votado

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

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Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 61

Alteraccedilatildeo

Artigo 70ordm

Impedimento

1 Aplicam-se aos membros da Comissatildeo Cadastral os impedimentos previstos no artigo

87ordm do Coacutedigo de Processo Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 (hellip)

Com a presente alteraccedilatildeo pretendeu-se alargar as causas de impedimento dos membros

da Comissatildeo Cadastral equiparando-as agraves dos juiacutezes

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se

existirem razotildees anteriores fundadas que permitam pocircr em causa a imparcialidade

deste

2 Os declarantes em casos disputados podem opor suspeiccedilatildeo contra o membro da

Comissatildeo Cadastral a qualquer momento por requerimento dirigido ao presidente

da Comissatildeo Cadastral ateacute ao dia anterior ao da decisatildeo administrativa

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da

Comissatildeo Cadastral

4 Se a suspeiccedilatildeo for oposta contra o presidente da Comissatildeo Cadastral o incidente

eacute instruiacutedo e decidido pelo membro que o substitui

5 Se a suspeiccedilatildeo for considerada procedente o caso disputado eacute distribuiacutedo a

outro painel arbitral ou o membro objecto de suspeiccedilatildeo eacute substituiacutedo por um

suplente na votaccedilatildeo do caso

Alteraccedilatildeo

Artigo 71ordm

Suspeiccedilatildeo

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

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Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 62 1 Os declarantes podem opor suspeiccedilatildeo ao membro da Comissatildeo Cadastral se estiver

preenchido algum dos fundamentos previstos no artigo 92ordm do Coacutedigo de Processo

Civil com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

2 (hellip)

3 Os incidentes de suspeiccedilatildeo satildeo instruiacutedos e decididos pelo presidente da Comissatildeo

Cadastral aplicando-se o disposto nos artigos 94ordm e 95ordm do Coacutedigo de Processo Civil

com as necessaacuterias adaptaccedilotildees

4 (hellip)

5 (hellip)

Tal como no artigo anterior remeteram-se no nordm 1 os fundamentos de suspeiccedilatildeo para o

Coacutedigo de Processo Civil uma vez que este eacute bastante mais abrangente

No nordm 3 remeteu-se tambeacutem para o procedimento civil os procedimentos do incidente de

suspeiccedilatildeo

Artigo 72ordm

Eficaacutecia diferida

1 A decisatildeo administrativa nos casos disputados referida no artigo 68ordm soacute produz

efeitos apoacutes o termo do prazo para a impugnaccedilatildeo judicial

2 Findo o prazo mencionado no nuacutemero anterior sem que tenha sido deduzida

impugnaccedilatildeo judicial a decisatildeo administrativa adquire eficaacutecia imediata

SECCcedilAtildeO II

IMPUGNACcedilAtildeO JUDICIAL

Artigo 73ordm

Prazo para impugnar

A decisatildeo administrativa proferida nos casos disputados eacute susceptiacutevel de

impugnaccedilatildeo judicial com efeito suspensivo a deduzir no prazo de 60 dias a contar

da sua notificaccedilatildeo

Artigo 74ordm

Competecircncia para conhecer da impugnaccedilatildeo

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

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Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 63 1 Os tribunais judiciais satildeo competentes para decidir a impugnaccedilatildeo judicial

referida no artigo anterior

2 A impugnaccedilatildeo judicial reveste a forma do processo comum com as

especialidades constantes dos artigos 75ordm 76ordm e 77ordm

Artigo 75ordm

Legitimidade

Tecircm legitimidade para impugnar a decisatildeo administrativa os declarantes titulares

de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos que se considerem

lesados

Artigo 76ordm

Notificaccedilatildeo da interposiccedilatildeo da impugnaccedilatildeo judicial

Recebida a impugnaccedilatildeo judicial o tribunal notifica a entidade competente para a

atribuiccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade da sua interposiccedilatildeo para que suspenda de

imediato o processo de atribuiccedilatildeo e emissatildeo de tiacutetulos

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

1 O Estado eacute citado a intervir na causa nos termos do artigo 276ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil caso seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor de compensaccedilatildeo estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

2 O Estado pode intervir na causa nos termos do artigo 271ordm e seguintes do

Coacutedigo de Processo Civil quando o caso disputado em causa possa constituir o

Estado na obrigaccedilatildeo de pagar qualquer compensaccedilatildeo a algum dos declarantes

Alteraccedilatildeo

Artigo 77ordm

Intervenccedilatildeo do Estado no processo judicial

Mesmo que natildeo seja parte no processo o Estado eacute citado a intervir na causa nos termos

do artigo 276ordm e seguintes do Coacutedigo de Processo Civil em todos os casos em que o

Estado possa ser constituiacutedo na obrigaccedilatildeo de pagar indemnizaccedilotildees que natildeo constem da

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

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Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 64 decisatildeo da Comissatildeo Cadastral ou seja pedido por alguma das partes o aumento do

valor da indemnizaccedilatildeo a estabelecido pela Comissatildeo Cadastral

Alterou-se o texto do artigo unificando os dois nuacutemeros anteriores Com esta alteraccedilatildeo

estabelece-se que o Estado teraacute que ser chamado agrave lide em todos os casos nos quais o

possa ser responsabilizado pelo pagamento de indemnizaccedilotildees ou haja um aumento dos

valores que o Estado estava disposto a pagar

SECCcedilAtildeO III

REGISTO E ATRIBUICcedilAtildeO DE TIacuteTULOS

Artigo 78ordm

Registo de direitos e emissatildeo de tiacutetulos

O registo no Cadastro Nacional de Propriedades e a emissatildeo de tiacutetulos eacute regulado

por Diploma Ministerial do Ministeacuterio da Justiccedila

Artigo 79ordm

Efeitos da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos

1 A atribuiccedilatildeo de um tiacutetulo sobre um bem imoacutevel confere ao seu titular o direito

de actuar como proprietaacuterio deste

2 A usucapiatildeo tem lugar cinco anos apoacutes o primeiro registo do bem imoacutevel nos

termos desta lei aplicando-se posteriormente os prazos previstos no Coacutedigo Civil

3 O reconhecimento de um direito de propriedade nos casos disputados constitui

caso julgado apenas entre as partes

CAPIacuteTULO XI

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Alteraccedilatildeo

CAPIacuteTULO X

DISPOSICcedilOtildeES COMPLEMENTARES FINAIS E TRANSITOacuteRIAS

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

Page 66: Regime Especial para a Definição da Titularidade de Bens Imóveis

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 65 Foi alterada a numeraccedilatildeo de acordo com a reorganizaccedilatildeo sistemaacutetica atraacutes referida

Artigo 80ordm

Crimes

A praacutetica de corrupccedilatildeo activa e passiva a falsificaccedilatildeo de documentos a prestaccedilatildeo

de falsas declaraccedilotildees e outros crimes praticados no acircmbito de aplicaccedilatildeo da

presente lei satildeo punidos nos termos do Coacutedigo Penal e demais legislaccedilatildeo aplicaacutevel

Artigo 81ordm

Posse de bem imoacutevel de estrangeiro por cidadatildeo nacional

1 O bem imoacutevel de estrangeiro revertido ao Estado ocupado pacificamente por

cidadatildeo nacional pode vir a ser adquirido por este atraveacutes de procedimento a ser

regulado por decreto-lei

2 O cidadatildeo nacional mencionado no nuacutemero anterior beneficia da presunccedilatildeo de

posse actual disposta no nordm 3 do artigo 17ordm desta lei

3 No caso de ter sido celebrado contrato de arrendamento com o Estado sobre

bem imoacutevel e este pretender alienar eacute deduzido do preccedilo o valor das rendas pagas

ao Estado pelo ocupante

4 Faculta-se ao cidadatildeo nacional ocupante e residente em bem imoacutevel revertido ao

Estado o direito de habitaccedilatildeo renovado tacitamente aos seus herdeiros e legataacuterios

ateacute a entrada em vigor do decreto-lei que regula o procedimento de aquisiccedilatildeo

referido neste artigo

5 O uso natildeo residencial do bem imoacutevel revertido ao Estado deve ser regularizado

por meio de contrato de arrendamento ou outras formas permitidas por lei

Artigo 82ordm

Bens imoacuteveis abandonados sob administraccedilatildeo do Estado

1 Os contratos de arrendamento celebrados ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo relativos a bens imoacuteveis abandonados mantecircm-se ateacute ao termo do seu

prazo e o titular particular a quem tenha sido atribuiacutedo ou reconhecido o direito

de propriedade assume a posiccedilatildeo de senhorio

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

Puacuteblica

MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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MINISTEacuteRIO DA JUSTICcedilA ndash CONSULTA PUacuteBLICA PARA A REVISAtildeO DO PACOTE DE LEIS DE TERRAS

Paacutegina | 66 2 As rendas recebidas pelo Estado ateacute ao reconhecimento ou a atribuiccedilatildeo do

direito de propriedade sobre bem imoacutevel abandonado constituem receita do

Estado e natildeo podem ser reclamadas pelo titular

3 Para efeitos do presente diploma natildeo haacute posse do arrendataacuterio ou do ocupante

arbitraacuterio de bem imoacutevel abandonado

4 Para efeitos do disposto no presente artigo consideram-se abandonados os bens

imoacuteveis assim identificados pela DNTPSC ao abrigo da Lei nordm 12003 de 10 de

Marccedilo

Artigo 83ordm

Tributaccedilatildeo progressiva

A tributaccedilatildeo sobre bens imoacuteveis a ser aprovada por lei deve ser progressiva

Artigo 84ordm

Processos judiciais

1 Os processos judiciais transitados em julgado natildeo satildeo afetados pela presente lei

2 A presente lei aplica-se aos processos judiciais pendentes

3 O juiz pode suspender o processo judicial em curso aguardando decisatildeo no

processo de atribuiccedilatildeo e reconhecimento de primeiros direitos de propriedade

quando entender mais adequado agrave resoluccedilatildeo do litiacutegio

Artigo 85ordm

Reclamaccedilotildees anteriores

1 As reclamaccedilotildees submetidas no acircmbito da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo satildeo

consideradas declaraccedilotildees de titularidade sempre que tecnicamente viaacuteveis

2 Satildeo tecnicamente viaacuteveis as reclamaccedilotildees que identifiquem inequivocamente o

reclamante e o bem imoacutevel reclamado

3 Os reclamantes referidos no nordm 1 tecircm o oacutenus de verificar a sua reclamaccedilatildeo foi

inserida nos mapas cadastrais durante o periacuteodo de publicaccedilatildeo nos termos do

artigo 33ordm devendo apresentar nova declaraccedilatildeo quando tal natildeo tenha acontecido

Artigo 86ordm

Levantamento Cadastral e Declaraccedilotildees de titularidade anteriores

Regime Especial para a Definiccedilatildeo da Titularidade de Bens Imoacuteveis ndash Relatoacuterio Final da Consulta

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo

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Paacutegina | 67 O levantamento cadastral as declaraccedilotildees de titularidade recolhidas e os actos de

reconhecimento do direito de propriedade para efeitos de registo emitidos ao

abrigo do decreto-lei nordm 272011 de 6 de Julho satildeo considerados vaacutelidos

Artigo 87ordm

Presunccedilotildees

Ficam sem efeito as presunccedilotildees do artigo 12ordm da Lei nordm 12003 de 10 de Marccedilo

Artigo 88ordm

Revogaccedilatildeo

Satildeo revogados todos os diplomas ou normas que disponham em sentido contraacuterio

ao disposto na presente lei

Artigo 89ordm

Iniacutecio de vigecircncia

A presente lei entra em vigor 90 dias apoacutes a sua publicaccedilatildeo


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