RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES 2013- 2015Projeto executado pelo Gambá - Grupo Ambientalista da Bahia com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental - Agosto/2015
Projeto
Patrocínio
2 PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015
Apresentando os resultados e pensando no futuroO Projeto Ações Ambientais Sustentáveis – Uma Nova Fase atuou entre 2013 e 2015 realizando restauração florestal, implantação de cerca viva e educação ambiental em 8 municípios ao redor ou próximos da Serra da Jiboia, no Recôncavo Sul da Bahia. O projeto foi executado pelo Gambá com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental. Antes disso, entre 2010 e 2012, foi realizada a primeira edição do projeto, com ações semelhantes.
Nesses dois anos contamos com muitos parceiros e esta é uma publicação para prestar contas de tudo que foi realizado pelo nosso projeto a estas pessoas e instituições. Como já fizemos nas 6 reuniões de nosso conselho gestor, apresentamos aqui as metas do projeto, como foram realizadas, os produtos e resultados do projeto. O relatório financeiro, que ainda está sendo fechado, será disponibilizado a partir de outubro no site do Gambá. No total foram repassados R$ 1.849.292,00 de patrocínio da Petrobras ao projeto, tendo como contrapartida do Gambá em instalações, bens e equipamentos, o valor equivalente a R$ 180.360,00.
Com essa publicação, esperamos divulgar os resultados do projeto nos quais foram aplicados os recursos e incentivar a replicação de ações semelhantes. O Gambá continua atuando no Recôncavo Sul e contamos com nossos parceiros do PAAS e de sempre para as próximas ações.
No foco de nossa atuação daqui para frente está a proteção da Serra da Jiboia, relevante motivo das nossas ações ambientais sustentáveis na região. O Gambá continua tocando o Projeto Serra da Jiboia, que está estudando a melhor forma de cuidar do maior remanescente florestal do Recôncavo Sul e apoiará consultas públicas, realizadas pelos órgãos competentes, sobre a criação de uma ou mais Unidades de Conservação na área.
As ações de restauração florestal e fomento ao uso sustentável dos recursos naturais continuam, mas em outro molde. Sem financiamento de editais, por enquanto, o Gambá está procurando estabelecer um modelo de negócio socioambiental que garanta a sustentabilidade financeira da instituição e gere impacto positivo na região. A ideia é construir um modelo de negócio que gere renda em atividades benéficas ao meio ambiente e fomentar uma cadeia produtiva que agregue parceiros trabalhando com esse objetivo.
NOTA: O último boletim do PAAS apresentou algumas imprecisões em dados do projeto que são corrigidas aqui.
GAMBÁ – Grupo Ambientalista da BahiaSede: Av. Juracy Magalhães Jr, 768, Edf. RV Center, sala 102, Rio Vermelho, Salvador/BA.Tel: (71) 3240 6822 Email: [email protected]
CPMVS - Centro de Pesquisa e Manejo da Vida Silvestre do Gambá (Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica), instalado na Reserva Jequitibá, Serra da Jiboia, Elísio Medrado/BA - Tel: (75) 9957 6170 Email: [email protected]
EQUIPE PUBLICAÇÃOTextos e coordenação editorial Juliana FerreiraRevisão Lilite Cintra, Renato CunhaDiagramação Virginia Yoemi FujiwaraFotos: Acervo GambáConfecção de mapa Ricardo Alexandrino
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
EQUIPE PAASViveiristas Ailton Gonçalves Nascimento Antônio Mácio Santos Oliveira Cloves Nascimento dos Santos Ednaldo Pereira dos Santos Genaizo dos Santos MachadoEngenheiro Agrônomo Rodolfo Moreno Educação Ambiental Vanessa PimentelAssessoria Administrativa/Financeira Daniele Quintela Assessoria de Comunicação Juliana Ferreira, Gerência CPMVS Luciano Cortes Serviços Gerais Maria Aleluia dos Santos Coordenação Renato Cunha Lilite Cintra
Projeto
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 3
O Gambá – Grupo Ambien-talista da Bahia é uma or-
ganização não-governamental, sem fins lucrativos, que tem a finalidade de promover a con-servação do Meio Ambiente, o desenvolvimento sustentável e a formação da cidadania, baseada em princípios democráticos e de justiça social.
O Gambá existe desde abril de 1982, a partir da iniciativa de um grupo de técnicos e pro-fissionais liberais preocupados com o avanço da degradação ambiental na Bahia.
Embora a desinformação leve a esse tipo de engano – so-mos frequentemente confundi-dos com o IBAMA - o Gambá
AMARGOSAl Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente
e Desenvolvimento Econômicol CETEP-Jiquiriçál Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Amargosal EBDA de Amargosa
CASTRO ALVESl Secretaria Municipal de Agricultura e
Meio Ambiente de Castro Alvesl Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Castro Alves l Associação Comunitária de Sítio do Meiol Associação de Ciclismo e Mobilização
Social - ACEMAl Secretaria Municipal de Educação de
Castro Alvesl Escola Municipal Zulmira Magalhães
CRUZ DAS ALMASl Secretaria Municipal de Agricultura e
Meio Ambiente de Cruz das Almasl Associação Comunitária dos Povoados
Tapera e Corta Jaca l UFRB – Cruz das Almas
• CCAAB – Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas• LEVRE – Laboratório de Ecologia Vegetal e Restauração Ecológica• PET Mata Atlântica: Conservação e Desenvolvimento
l Centro Social Urbano de Cruz das Almas
DOM MACEDO COSTAl Secretaria Municipal de Agricultura e
Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Rural
l Centro de Referência de Assistência Social
l Câmara Municipal de Dom Macedo Costal Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Dom Macedo Costa
ELÍSIO MEDRADOl Secretaria de Saúde l Câmara Municipal l Secretaria de Educação l Secretaria de Agricultura e Meio Ambientel Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Elísio Medrado l Associação dos Pequenos Produtores de
Canabraval Associação dos Moradores do Serrote 2 l Missão Batista Vida Plenal Associação de Produtores Rurais de
Monte Cruzeiro
SANTA TERESINHASecretaria Municipal de Agricultura e Meio
Ambiente de Santa Teresinhal Associação Comunitária do Cercadinhol Associação Comunitária Rural dos
Remanescentes de Quilombo de Campo Grande
l Secretaria Municipal de Educação de Santa Teresinha
l Secretaria de Cultura de Santa Teresinhal Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Santa Teresinha
SÃO MIGUEL DAS MATASl Secretaria Municipal de Agricultura e Meio
Ambiente de São Miguel das Matasl Secretaria Municipal de Educação de São
Miguel das Matasl Sindicato dos Trabalhadores da
Agricultura Familiar de São Miguel das Matas
l Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas
VARZEDOl Secretaria Municipal de Educação Cultura
Esporte e Lazerl Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Varzedo l Associação Rural Felix da Rosal RPPN Guarirú
OUTRAS CIDADESl 1ª Promotoria Pública de Santo Antônio
de Jesusl Universidade Estadual de Feira de
Santanal UFBA/ Laboratório de Sementes e de
Desenvolvimento Vegetal - Salvadorl Secretaria Estadual de Meio Ambiente da
Bahia - Salvadorl GANA – Grupo Ambientalista Nascentes
– Santo Antônio de Jesus
GAMBÁ – QUEM SOMOS
Não fizemos o PAAS sozinhos...
• O incentivo à participação da sociedade civil na definição e no controle social das políti-cas públicas;
• A execução de projetos de-monstrativos.
Em sua trajetória, o Gambá denuncia irregularidades am-bientais, discute a legislação, assume cargos de representa-ção de ONGs ambientalistas nos espaços de controle públi-co, desenvolve campanhas e ações de mobilização social, elabora e executa projetos, além de realizar trabalhos de pesquisa, monitoramento e re-cuperação da fauna e da flora.
Nossos parceiros foram fundamentais para tornar as ações sustentáveis. Termina o projeto, mas segue uma rede de instituições dispostas a conservar o meio ambiente.
não é um órgão de fiscalização nem de licenciamento ambien-tal. Trabalhamos sob a perspec-tiva da educação ambiental e da conscientização. Não temos o poder de emitir licenças, nem coibir crimes ambientais, luta-mos lado a lado com a socieda-de civil para que o poder públi-co formule e implemente leis e políticas públicas que garantam a conservação ambiental e jus-tiça social.
Temos como estratégias de trabalho:• A disseminação de informa-
ções;• A articulação com outras or-
ganizações e movimentos so-ciais;
4 PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015
Com capacidade de produção de 120.000 mudas por ano e conhecido pela diversidade das mudas manejadas –
são 68 espécies atualmente – o viveiro do Gambá foi um equipamento fundamental à execução do projeto.
Uma das ações do PAAS foi o investimento nas estruturas para a produção, aumentando a durabilidade e diminuindo a necessidade de madeira para a manutenção dos viveiros rústicos e tecnificados. O uso de microaspersores também otimizou a quantidade de água usada para irrigação. Os vi-veiros reformados ficaram mais sustentáveis e eficientes.
Fundamental também foi o trabalho dos viveiristas Clo-ves, Jai, Di, Mácio e Bigode. Com conhecimentos de espé-cies nativas que surpreendem os professores e pesquisado-res que frequentam o CPMVS, a habilidade deles na coleta de sementes, no manejo e plantio das mudas foi primordial para o sucesso do projeto.
A meta do plantio de Áreas de Pre-servação Permanente (APPs) bus-cou promover a restauração flores-
tal no entorno da Serra da Jiboia, região ameaçada por ter sofrido constantes des-matamentos, queimadas e ação de caça silvestre, durante vários anos.
Os proprietários rurais contempla-dos foram sensibilizados para a necessi-dade de restaurar ecologicamente suas APPs através das ações da equipe de educação ambiental e parceiros do pro-jeto. Os interessados receberam a visita do agrônomo do Gambá para conhe-cer e medir a área, assinaram termo de parceria para receber o plantio e se res-ponsabilizaram pela manutenção das mudas plantadas. Os plantios iniciaram no primeiro semestre de 2014 e aconte-ceram até o fim de julho de 2015.
Os beneficiários do plantio em APP foram, predominantemente, pequenos proprietários com solo ocupado por pas-tagens. Plantamos somente em 4 pro-priedades com mais de 60 hectares. As áreas recuperadas foram em sua grande maioria de nascentes, contribuindo com a segurança hídrica da região.
META 1: Recuperação de 8 hectares de APPs degradadas com reflorestamento
O Viveiro do Gambá
Durante a execução do projeto houve uma mudança na metodologia normalmente utilizada pelo Gambá, prevendo um número menor de mudas por hectare a fim de facilitar a manu-tenção e o controle de pragas. Essa mu-dança causou um aumento na superfí-cie coberta com a mesma quantidade de mudas previstas no projeto. Dessa forma, ao invés dos 8 hectares previs-tos inicialmente, o projeto contribuiu para proteger, através da cobertura flo-restal, 15,47 hectares de solo (veja o local dos plantios na última página).
Infelizmente, o projeto não conse-guiu atender toda a demanda que nos chegou por reflorestamento de APP. O critério para a escolha das áreas a serem plantadas foi a ordem de chegada no ca-dastramento e a celeridade com que o proprietário preparou o terreno e o isola-mento da área. O ponto positivo é notar que há mais proprietários interessados em restaurar suas propriedades. Uma tarefa que fica para a rede de conserva-dores e restauradores que se articulou em torno do PAAS é prospectar novas formas de realizar essas restaurações.
O PROJETO PONTO A PONTO
O viveiro do Gambá vai seguir operando com a comercialização de mudas
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 5
15,47 20.645 17 hectares de mudas plantadas beneficiários restauração de APP em APPs de plantio de APPs
1. Preparando para coletar sementes em uma das matrizes marcadas pelo Gambá na Serra da Jiboia.
2. Viveiristas fazem o beneficiamento das sementes. Processo necessário para produzir as mudas.
3. A proprietária Ana América Costa recebeu a equipe do projeto com um farto café da manhã, situação que se repetiu em vários plantios do projeto.
4. Plantio de APP sendo realizado em Elísio Medrado.
5. Viveirista descarrega mudas para realizar plantio de APP em Castro Alves.
6. Estudantes do CETEP realizam plantio de APP em Amargosa.
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6 PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015
A implantação de cercas vivas tem o objetivo de substituir as cercas tradi-cionais, diminuindo o uso de madeira
para substituição de estacas, que além de ca-ras, podem contribuir com o desmatamento. O Gambá utiliza a espécie sabiá (Mimosa caesalpiniiaefolia) para fazer o cercamento de áreas devido ao seu rápido crescimento, boa adaptação na região e a ocorrência de espinhos, que aumentam a segurança e efe-tividade da cerca no isolamento de animais.
A principal comunidade beneficiária das cercas vivas foi o Quilombo Campo Grande, em Santa Teresinha, que recebeu 2,5 km. Lá, as famílias que receberam os plantios citaram o embelezamento da pro-priedade, e redução de custos com manu-tenção de cercas como o principal motivo para optar por sabiá.
Depois de plantadas as mudas, os bene-ficiários dos plantios ficam encarregados de fazer a manutenção com podas e, nas áreas mais secas, regas. Em aproximadamente 1 ano, a cerca já está crescida; ao ser podada fornece lenha e aos 3 anos poderá também fornecer estacas. Com esse manejo, o pro-prietário não precisa mais comprar ou reti-rar estacas – processo necessário nas cercas convencionais a cada cinco anos - e passa a produzi-las de forma sustentável.
Veja os locais onde plantamos cerca viva na última página.
Mário e Damiana Santos, do Qui-lombo Campo Grande, em Santa
Teresinha, estão felizes com o cresci-mento dos sabiás plantados em junho de 2015, as chuvas esse ano colabora-ram e as plantas estão crescendo bem. O casal cercou sua casa e quintal, onde plantam mandioca, milho, feijão e maracujá. Ao todo foram 210 metros de cerca. O pai de Damiana pretende criar gado no terreno ao lado e está es-perando a cerca crescer para iniciar a criação sem prejudicar a roça do casal.
Já Sueli Santos Guedes e Antônio Santana, que receberam o plantio em novembro de 2014, estão com pés de sabiá bem crescidos, no ponto para re-alizar a primeira poda, como orientou o viveirista Cloves dos Santos. Suely conta que em alguns lugares onde houve perda de mudas, ela mesma re-plantou. O casal já tinha optado por usar estacas de concreto para evitar a substituição constante, mas achou a cerca viva ainda melhor porque “deixa tudo verdinho e lindo”.
O PROJETO PONTO A PONTO
META 2: Implantação de 5 km de cercas vivas em propriedades rurais da região
A experiência de quem recebeu
Sueli Guedes e Antônio Santana
em frente aos sabiás plantados há 8
meses, já estão no ponto de podar
8,37 15.897 41 km de mudas beneficiários cerca viva plantadas de plantio
1. Viveiristas do Gambá realizando plantio de sabiá para substituir a cerca tradicional.
2. Muda de sabiá com 1 mês de plantada. Em 11 meses ela poderá substituir a cerca convencional.
3. Mário e Damiana Santos, uma das famílias que receberam cerca viva no quilombo Campo Grande, em Santa Teresinha.
4. Exemplo de cerca viva já crescida plantada pelo Gambá.
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8 PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015
Esta meta do projeto envolveu a criação de um herbário para ca-talogar exsicatas (amostras secas
e prensadas de plantas) das espécies manejadas e uma câmara fria para ar-mazenar sementes a serem disponibi-lizadas para o viveiro do Gambá e de parceiros.
Após reflexões sobre o custo de manutenção de um herbário, o Gambá decidiu anexar sua coleção ao Herbá-rio do Recôncavo da Bahia (HURB), de nossa parceira Universidade Fede-ral do Recôncavo da Bahia, no campus de Cruz das Almas. Assim, os equipa-mentos - dois armários e um aparelho desumidificador - foram instalados no
O PROJETO PONTO A PONTO
META 3: Implantar um banco de sementes nativas regio-nais para fornecimento de sementes para reflorestamento
Câmara fria instalada no
CPMVS do Gambá
HURB e a coleção de exsicatas das matrizes do Gambá na Serra da Jiboia encontra-se à disposição para o Gam-bá e para a comunidade científica. Com isso, garantiu-se a sustentabilida-de da coleção findo o financiamento previsto no projeto.
A implantação da câmara fria tam-bém exigiu muitas reflexões e estudos, a fim de utilizar da melhor maneira a verba prevista, garantindo o melhor resultado para as condições locais e a sustentabilidade do equipamento. Nes-se processo, o Laboratório de Sementes e Desenvolvimento Vegetal, da UFBA, foi importante, realizando um minucio-so estudo das condições em que as se-mentes manejadas deveriam ser arma-zenadas. Esse estudo e outras consultas apontaram que a melhor opção seria uma câmara fria seca, em uma tem-peratura entre 5 a 10°C e umidade em torno de 40%, podendo ser regulada de acordo com as nossas necessidades. Ela servirá principalmente para sementes ortodoxas, que são com as quais mais trabalhamos.
A instalação foi feita no CPMVS em junho. Os testes realizados após a ligação do sistema de refrigeração foram positivos e já estamos armaze-nando sementes na câmara fria. Assim, temos agora instalado no CPMVS um equipamento que poderá incrementar a capacidade de produção de mudas do Gambá e de possíveis parceiros da região, armazenando sementes por períodos mais longos, mantendo sua qualidade de germinação e produção.
Futuramente, após uma necessária estruturação do serviço, esse equipa-mento poderá ter a sua manutenção garantida a partir do aluguel do espaço a parceiros da área de restauração flo-restal.
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 9
Uma das metas do PAAS foi introduzir uma nova manei-ra de avaliar o resultado das
restaurações do Gambá, medindo o quanto de carbono é fixado em um plantio. O resultado aferido em um plantio realizado pelo Gambá há 16 anos foi de 47,85 toneladas de car-bono por hectare. O cenário inicial onde foi realizado o plantio, uma pastagem degradada, também fixa carbono, mas em quantidade muito menor 3,52 toneladas por hectare. O resultado é que em cada hecta-re foram fixadas 44,33 toneladas de carbono a mais do que se a área não fosse restaurada. Essas 44 toneladas estariam na atmosfera contribuindo com o efeito estufa caso não houves-se o plantio.
A pesquisa foi coordenada pela professora Alessandra Caiafa, da UFRB. Sobre os resultados, ela ava-liou que os valores encontrados são similares a florestas em estágio mé-dio de regeneração o que indica que deve haver ali um retorno de um ser-viço ecossistêmico importantíssimo, o ciclo do carbono. Assim, a flores-ta plantada pelo Gambá está muito similar a uma floresta naturalmente regenerada.
META 4: Avaliar e sistematizar a fixação de carbono dos plantios realizados pelo Gambá em 2 hectares
1. Para descobrir quanto de carbono é armazenado em cada árvore é necessário realizar a medição de seu tronco.
2. Marcação de uma parcela para medir a fixação de carbono de uma pastagem degradada ao lado da restauração do Gambá.
Pastagem degradada fixa
3,52ton/ha
Restauração do Gambá com 16 anos
fixa 47,85ton/ha
44,33ton de carbono retiradas da atmosfera a cada hectare restaurado
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O PROJETO PONTO A PONTO
As atividades de educação am-biental aconteceram durante o projeto todo buscando levar a
discussão da conservação ambiental a diversos segmentos sociais da região, mas com atenção especial aos pro-prietários e proprietárias rurais. Isso garantiu a sensibilização para que es-tes recebessem os plantios de APPs e a implantação de cercas vivas na zona rural dos 8 municípios. Mas o diálogo sobre o cuidado com o meio ambiente não ficou somente entre os beneficiá-rios dos plantios do projeto. Pelo con-trário, foram 3.432 pessoas envolvidas diretamente em nossa atividades de educação ambiental que passaram por três eixos detalhados no quadro abaixo.
META 5: Capacitação e sensibilização de 20 organizações e comunidades locais
As oficinas de voluntários
estimularam a ação autônoma
e local pela conservação
ambiental
Educação ambiental e sensibilização nos municípios
O diálogo com os proprietários e produtores foi intermediado pelos sin-dicatos de trabalhadores e trabalha-doras rurais de cada município, que foram parceiros ativos na busca por diálogo com os produtores rurais.
A parceria com escolas geralmen-te acontece na perspectiva de educar crianças e jovens para o futuro e para dialogar com seus pais trabalhando no campo. No caso da atividade realizada no CETEP de Amargosa foi um pouco diferente. Além do objetivo educativo a própria escola foi beneficiária de um plantio de APP na beira de um córre-go. O plantio foi realizado com ajuda dos próprios alunos em uma atividade lúdica e educativa.
Nos eventos de São Miguel das Matas e Castro Alves também houve grande participação de estudantes, in-clusive com apresentações culturais. Nessas ocasiões a educadora ambien-tal do projeto, Vanessa Pimentel, expli-cou a importância de se preservar as APPs para a manutenção do solo e dos recursos hídricos e o agrônomo Rodol-fo Moreno falou sobre a manutenção das cercas vivas, esclarecendo as dúvi-das dos proprietários presentes.
VoluntárioSEJA UM
AMBIENTALMOVIMENTE-SE!
algumas ações mais simples não
dependem do poder público
h Procure saber sobre os problemas ambientais de seu município.
h Acompanhe o Conselho Municipal de Meio Ambiente
h Conheça as ONGs e movimentos socioambientais de sua região
h Conheça a Lei de Voluntariado (LEI Nº 9.608/1998)
h Converse sobre meio ambiente com as pessoas ao seu redor
h VOCÊ PODE JUNTAR SUA VIZINHANÇA E FAZER ACONTECER!
PATROCÍNIOREALIZAÇÃO
cartaz voluntario.indd 1
10/03/15 13:28
Elísio Medrado Comemoração Dia da Água 26/03/14
Dom Macêdo Costa
Comemoração Dia da Mata Atlântica
27/05/14
Castro Alves Ações Sustentáveis em Castro Alves 31/08/14
Amargosa CETEP - Semana de Comemoração ao Dia do Meio Ambiente (com plantio)
09 à 11/08/14
São Miguel das Matas
Ações Sustentáveis em São Miguel das Matas
05/11/14
Castro Alves Seminário - Alternativas para a prática da sustentabilidade – Desafios locais, regionais e globais
03/05/15
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 11
1. Vanessa Pimentel apresenta o PAAS em Seminário sobre Meio Ambiente em Castro Alves.
2. Grupo de Flautas Miguelense anima o evento Ações Ambientais em São Miguel das Matas.
3. Atividade em comemoração ao Dia da Água, realizada em Elísio Medrado.
4. Proprietários são cadastrados em evento em Castro Alves.
3.432 379 332 pessoas lideranças professores mobilizadas comunitárias
169 2011 pessoas capacitadas jovens/crianças em cursos e oficinas (estudantes)
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O PROJETO PONTO A PONTO
Atrelada à ação de educação ambiental e dos plantios houve também um trabalho constante de articulação
política com atores locais e externos para fortalecer a con-servação ambiental na região.
O II Seminário Regional sobre Experiências em Con-servação da Mata Atlântica no Recôncavo Sul Baiano (Ser-Mata), realizado em abril de 2015, foi um espaço em que defensores da conservação ambiental e produtores rurais se encontraram para pensar em formas de proteção à Mata Atlântica e juntos produziram uma carta aberta que pode e deve balizar as ações nesse sentido na região.
Já o encontro Semente Junta a Gente, em julho de 2015, desdobramento do curso de coleta e beneficiamento de se-mentes, deu o passo inicial na formação de uma rede de sementes florestais nativas na Bahia. Espera-se que a rede vá fortalecer o setor de restauração florestal, incluindo coleto-res e viveiristas no estado todo.
O PAAS realizou 7 atividades de for-mação envolvendo 169 pessoas.
Foram 4 oficinas para capacitação de voluntários ambientais, duas oficinas sobre Planos Municipais Mata Atlân-tica (PMMA), além do já conhecido e esperado Curso de Coleta e Beneficia-mento de Sementes Florestais Nativas.
Nas oficinas de voluntários do Gam-bá, atividades realizadas no CPMVS reunimos e reativamos um grupo de vo-luntários que está mobilizado e tem co-laborado nas ações do Gambá.
As oficinas de Planos Municipais de Mata Atlântica geraram um plano de ação para o município de São Mi-guel das Matas, que prevê a recupera-ção de 20% das áreas de Mata Atlânti-ca desmatadas no município. O plano
de ação deve ser complementado por informações que o Gambá dis-põe sobre o município para compor o diagnóstico e o PMMA do municí-pio poderá ser submetido à aprovação do Conselho Municipal do Meio Am-biente. Espera-se que, em breve, a for-mação com caráter de sensibilização dê origem a novos planos na região.
Outra atividade de formação que aconteceu com frequência foram as visitas ao CPMVS, ocasião em que a equipe de educação ambiental expli-cava o processo de restauração flores-tal a partir da visita aos viveiros. Fo-ram 280 pessoas que passaram pelo CPMVS no período, entre escolas, universidades e até um grupo da ter-ceira idade.
Elísio Medrado I Oficina de Capacitação de Voluntários do Gambá 15/03/14
Amargosa Oficina de Capacitação de monitores voluntários - CETEP
04/07/14
Castro Alves Oficina de Capacitação de monitores voluntários - Escola Zumira Magalhães
28/08/14
Varzedo Oficina de Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA)
20 e 21/11/14
Elísio Medrado II Oficina de Capacitação de Voluntários do Gambá 14/04/15
São Miguel das Matas Oficina de elaboração de PMMA 10/07/15
Elísio Medrado Curso de Sementes 23,24 e 25/05/2015
Atividades de articulação política
PATROCÍNIO
REALIZAÇÃO
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1COLHEITA
A matriz é uma árvore adulta
de onde são tiradas as sementes.
É importante fotografar e
georreferenciá-las, além de calcular a
quantidade adequada para retirada.
BENEFICIAMENTO
Para germinar
mais rápido, algumas
sementes precisam ser
friccionadas, outras ficar
de molho em água. O
procedimento varia de
acordo com a espécie.
PRODUÇÃO DAS MUDAS
No plantio indireto, as sementes
são plantadas primeiro na sementeira. No plantio direto,
elas vão direto para o saco ou tubete. Existem tipos de mudas que
crescem em até 3 meses, outras podem levar até 1 ano.
PLANTIO
Na restauração ecológica, as espécies pioneiras são muito
importantes. Ao nascer, elas fazem sombra para as demais
e para o solo. Além de restaurar a vegetação, o objetivo
é que a fauna e serviços ambientais, como
o ciclo da água, sejam reestabelecidos.
DA
SEMEN
TE
AO REFLOR
ESTA
MENTO
sementeira.indd 1
26/03/15 19:20
Atividades de Formação
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 13
1. Edson Duarte demonstra equipamentos de escalada no curso de sementes.
2. Estudantes da escola Monsenhor Gilberto Vaz, de Varzedo, realizam visita ao viveiro do Gambá e são recebidos pela educadora ambiental Vanessa Pimentel.
3. O II SerMata foi um pacto dos atores locais pela conservação, onde metas foram traçadas para a proteção da Mata Atlântica.
4. O Semente Junta a Gente deu o pontapé inicial na criação da Rede de Sementes Florestais Nativas da Bahia.
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14 PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015
O PROJETO PONTO A PONTO
O conselho gestor do Projeto Ações Ambientais Sustentáveis foi um mecanismo para exercer
o controle social do projeto, praticar a transparência nas ações e utilização dos recursos, além de manter as comu-nidades envolvidas com o projeto.
Em sua composição, houve a parti-cipação de atores da sociedade civil e do poder público dos oito municípios do projeto, Foram 13 conselheiros ti-tulares representando a sociedade ci-vil, 9 representando o poder público e mais 31 suplentes que acompanharam ativamente as atividades do PAAS, nas reuniões do CG e também nas ativi-dades em seus municípios. Os nossos conselheiros ajudaram a realizar e di-vulgar eventos, prospectar áreas para plantios, contribuíram no planejamen-to de ações previstas e não previstas no projeto. Entre eles destacamos a pre-
sença de Lorrana Sapucaia, nossa mais jovem conselheira, de apenas 15 anos.
Os encontros dos conselheiros ge-ralmente ocorreram no CPMVS, em Elísio Medrado, mas também fomos recepcionados nos municípios de São Miguel das Matas e Dom Macedo Cos-ta. Nas reuniões, as ações do projeto eram apresentadas, assim como o re-latório financeiro, o planejamento era compartilhado e, em alguns momen-tos, articuladas ações extra-projeto. Foi o caso do I Cicloturismo da Serra da Jiboia, que nasceu em uma reunião de CG e foi executado por iniciativa de uma comissão de conselheiros e equi-pe do PAAS com patrocínio levantado em empresas da região.
A equipe do PAAS tem certeza que o sucesso do projeto foi em grande parte devido ao envolvimento dos con-selheiros em nossas ações.
1ª Reunião Ordinária - Instalação Elísio Medrado 30/01/14
2ª Reunião Ordinária Elísio Medrado 05/05/14
3ª Reunião Ordinária Elísio Medrado 24/07/14
4ª Reunião Ordinária Dom Macêdo Costa 30/10/14
5ª Reunião Ordinária São Miguel das Matas 05/03/15
6ª Reunião Ordinária - Encerramento do CG Elísio Medrado 23/07/15
A 5º reunião foi realizada em São Miguel das
Matas
META 6: Realizar a gestão participativa do projeto através do conselho gestor em reuniões quadrimestrais
Nossos Encontros
PAAS - Relatório Final de Atividades 2013- 2015 15
MUNICÍPIO REPRESENTAÇÕES MUNICIPAIS SOCIEDADE CIVIL PODER PÚBLICO
CASTRO ALVES T - STTR - Edinalva Lima de Melo Santos T - SEAGRI - Antônio Gabriel de Almeida Jr.1º S - STTR - Iracema Conceição dos Santos Moura 1º S - SEAGRI - Fabiano Nery de Oliveira2º S - Associação Comunitária de Sítio do Meio - Robson Charles
T - ACEMA - Armando Nascimento Filho 1º S - COM-VIDA - Lorrana Sapucaia
ELÍSIO MEDRADO T - STTR - Iraildes Peixoto Sandes T - Secretaria de Saúde - Jociel Nunes Vieira1º S - Associação dos Pequenos Produtores de Canabrava - Paulo Cesar O. Lins
1º S - Câmara Municipal - Jeilson Silva dos Santos
T - Associação dos Moradores do Serrote 2 - Verônica Silva Brandão
2º S - Secretaria de Educação - Lucas Santos de Jesus
1º S – Associação dos Produtores Rurais de Monte Cruzeiro - José Reis Trindade dos Santos
SANTA TERESINHA T - Associação Comunitária do Cercadinho - Roberto Guedes dos Santos
T - SEAGRI - Mila Figueira da Silva Nogueira
1º S - Associação Comunitária do Cercadinho - Roberto Pereira
1º S - SEAGRI - Ediara Alves Ribeiro C. Santos
SÃO MIGUEL DAS MATAS
T - SINTRAF - Cleonice Barbosa S. Oliveira T - SEAGRI - Helder Giovany de S. Santos1º S - SINTRAF - Maria Ivone de Souza 1º S - SEAGRI - Tereza dos Santos Cerqueira
VARZEDO T - Associação Rural Félix da Rosa - Renato Silva T - Secretaria de Educação - Lucinéia Sousa1º S - Associação Rural Felix da Rosa - Alenaldo Salustiano Lima dos Santos
1º S - Secretaria de Educação - Mosenilda Santos
2º S - Colégio Estadual Nossa Sra. da Conceição - Marly Cristina S. dos Reis
AMARGOSA T - STTR - Helder Murilo Araújo dos Santos T - Prefeitura - Renan de A. Brito da Silva1º S - STTR - Antônio Brito Maia 1º S - CETEP - Maria Celeste dos Santos2º S - STTR - Íria Vanucci B. da Silva 2º S - Prefeitura - Antônio Maurício
DOM MACÊDO T - STTR - Paulo Ricardo Souza Soares T - SEAGRI -Sidney Rodrigues1º S - STR - Ana Maria dos Santos 1º S - SEAGRI - Juracy da Nóbrega2º S - STR - Teófilo dos Santos 2º S - Câmara Municipal - Antônio Carlos de Souza
CRUZ DAS ALMAS T - Associação Comunitária dos Povoados de Tapera e Corta Jaca - José Borges de Santana
T - SEAGRI - Sandro Brito Borges
1º S - Associação Comunitária dos Povoados de Tapera e Corta Jaca - Pedro Andrade
1º S - SEAGRI - Moisés Oliveira Fonsêca
2º S - SEAGRI -Arnulfo José Conceição Cruz
Nosso Conselho Gestor
T: Titular, 1º S: 1º suplente e 2ª S: 2º Suplente
INSTITUIÇÕES REGIONAISEBDA T - Adriano Fernandes Vinhas
1º S - Eduardo José Nascimento2º S - Célia Maria Freitas dos S. Tavares
UFRB T - Renato de Almeida1º S - Amenson Trindade Gomes
INSTITUIÇÃO RELIGIOSA T - Arivalter Vidal Sales - Missão Batista Vida Plena1º S - Zenóbia dos Santos Figuereido - Missão Batista Vida Plena
UC T - Flávio Pantarotto - RPPN Guarirú1º S - Luíza Pantarotto - RPPN Guarirú
PATROCÍNIOREALIZAÇÃO
4,11 ha de APP 640 m de cerca viva
2,52 ha de APP 680 m de cerca viva
3,25 ha de APP 800 m de cerca viva
1,45 ha de APP 400 m de cerca viva
0,56 ha de APP 150 m de cerca viva
0,18 ha de APP 170 m de cerca viva
0,93 ha de APP 611 m de cerca viva
2,47 ha de APP 4.929 m de cerca viva
Estado da Bahia
ONDE ACONTECERAM OS PLANTIOS DO PAAS?