Resenha do filme Coração Valente
O filme coração valente conta a história da busca pela
independência da Escócia no século XII. O protagonista é Willian
Wallace, interpretado pelo autor Mel Gibson, que lutava para que a
Escócia se torna-se livre da Inglaterra.
Com relação à Inglaterra, não existia uma convergência de
objetivos entre seus componentes. O rei almejava ampliar o império
e aumentar a arrecadação de impostos. O príncipe pouco se
preocupava com os ineteresses de seu país. A princesa abandona os
interesses que defendia ao se apaixonar por William Wallace.
Enquanto que os nobres ingleses almejavam conquistar terras e
conseguir a noite de núpcias das noivas escocesas.
Quanto a Escócia, a nobreza almejava conquistar o poder no
país. O interessante nessa questão da nobreza é o Robert Bruce, que
embora inicialmente tivesse o mesmo objetivo da nobreza, ele se
sentiu sensibilizado pelas ideias de libertar a Escócia de William
Wallace e seus seguidores.
Os pensamentos e ideias defendidos por William Wallace vão
de encontro com as ideias da democracia. O poder não deve ser
imposto, mas de livre escolha. É a partir dessa idéia que existe o voto
para que os representantes sejam escolhidos.
Os plebeus (escoceses) apesar de almejarem a liberdade e
concordarem com as ideias de William, tinham uma luta maior
diária: a própria sobrevivência, dependiam dos nobres escoceses por
serem seus servos e precisavam deles para se sustentarem e dessa
forma sentiram-se obrigados serem complacentes com a traição
sofrida pelo “braveheart”.
Essa questão é interessante, pois mesmo com a democracia nos
dias de hoje em que as pessoas têm o direito garantido de escolher
seus representantes, existe uma submissão desnecessária a quem está
no poder, esse fato pode ser lamentavelmente comprovado em
algumas universidades públicas federais do estado da Paraíba, por
exemplo. Servidores se vêem obrigados a votar em diretores de
centro mesmo que eles não lutem pela defesa de sua categoria,
temendo uma futura perseguição política em seu ambiente de
trabalho. Esse fato é lamentável, pois uma organização que deveria
ser composta por formadores de opinião da nossa sociedade se
mostram incapazes de defender o próprio ponto de vista.
Nesse contexto, faz-se interessante mencionar o desfecho do
filme: o herói William é traído e suas ideias são continuadas pelo
Robert e apenas depois é que foi obtida a tão almejada liberdade.
Portanto, mais uma vez, apesar de se falar que já estamos
vivendo em um país democrático, muito ainda se tem por fazer, pois
o Brasil é um país de poucos, onde poucos mandam e muitos
obedecem, a luta do William Wallace continua e um dia será
finalmente vencida, mas por enquanto, está longe de ser plenamente
alcançada. O homem precisa libertar-se de si mesmo primeiro para
só então, poder conseguir lutar com dignidade contra toda e qualquer
injustiça e pela verdadeira liberdade: o respeito a seus direitos como
cidadão e como pessoa.
Rosineide Silva dos Santos